CONSELHO PEDAGÓGICO

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3.º CICLO DE FERREIRA DIAS

TOMADA DE POSIÇÃO

ASSUNTO: Extinção dos cursos do Ensino Recorrente Nocturno por Módulos Capitalizáveis.

Considerando que:

Os cursos em causa têm na Escola um historial de sucesso, quer ao nível do número de

inscrições quer na taxa de aproveitamento dos alunos que não abandonam, a rondar os
100%;

Mesmo quando analisada apenas a taxa de abandono, esta é francamente inferior à de

outros cursos do ensino nocturno e muito compensada pelo elevado grau de alunos
inscritos no regime não presencial que acabam por realizar, com aproveitamento, as
provas de avaliação sumativa interna;

Esta tipologia de ensino foi, durante todos os anos da sua vigência, a alternativa de
sucesso para os alunos vindos do ensino regular diurno, no sentido de concluírem o
ensino secundário. Exemplo disso, os alunos com Matemática (A, B ou MACS) em
atraso: nuns casos, não necessitavam de aprovação em exame nacional naquelas
disciplinas para entrar na faculdade: noutros, os alunos apenas pretendiam finalizar
aquele ciclo de estudos;

Com a extinção destes cursos, deixa de haver qualquer alternativa para os

trabalhadores estudantes em horário pós-laboral que desejam entrar na faculdade.
Pensando nos alunos, não podemos considerar como séria a alternativa que agora lhes
resta de realizar com aproveitamento os exames nacionais. Doravante, para os
realizarem, os alunos não terão qualquer tipo de acompanhamento docente, não terão
aulas, nem apoio, nem orientações nas escolas públicas;

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 A ordem dada às Direcções das Escolas para a não abertura destes cursos no décimo
ano, em 2010-2011, data de 11 de Agosto de 2010, a menos de um mês do início do
ano lectivo. Nesta data, já havia alunos inscritos, distribuição de serviço lectivo
concluída e horários em fase de conclusão. Tal ordem foi transmitida apenas por
contacto telefónico e não confirmada, até à data de hoje, por qualquer suporte escrito.
Esta decisão, nesta altura, trouxe perturbações significativas: para os alunos já
inscritos e para os que pretendiam ainda inscrever-se; para o arranque do ano lectivo
cuja reorganização obrigou diversos docentes a interromper o período de férias,
incluindo fins-de-semana, férias a que têm todo o direito e de que tanto necessitam
para retemperar energias após mais um ano lectivo de elevadas solicitações como foi o
anterior. Só assim foi possível recomeçar todos os procedimentos referentes a horários
e formação de turmas.

Todos estes considerandos, que o Ministério de Educação ignorou em favor de outros que
qualquer razão pedagógica desconhece, levam a que os elementos deste órgão, por
unanimidade, hoje e aqui, reunidos em plenário, emitam este profundo lamento perante mais
uma decisão unilateral e prepotente por parte da tutela, que perturba o início do ano lectivo e
não é uma mais-valia para as Comunidades Educativas, muito menos na data em que ocorreu.

Esta tomada de posição foi ratificada por unanimidade em reunião Geral de Professores
no dia 7 de Setembro de 2010.