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INSTITUTO MENINO JESUS

O QUINZE

CAIQUE RENNAN
DANILO LISBOA
KEVIN RAIAN
VICTOR SILVA
NOVA IGUAÇU – COMENDADOR SOARES
MAIO 2010
Caíque Rennan
Danilo Lisboa
Kevin Raian
Victor Silva

O Quinze

Trabalho realizado sob orientação da


professora Vera por Caíque Rennan,
Danilo Lisboa, Kevin Raian e Victor
Silva da Turma 3002, para a
obtenção de média na 2° avaliação
bimestral de literatura.

Professora Orientadora: Vera

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NOVA IGUAÇU – COMENDADOR SOARES
MAIO 2010
Sumário

4. O Quinze
4. Estrutura da obra
5. Tempo
6. Cenário
6. Linguagem
7. Foco narrativo
7. Personagens
10. Enredo
12. Autora e Resumo

NOVA IGUAÇU – COMENDADOR SOARES

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MAIO 2010

Publicado em 1930, o romance O Quinze, de Rachel de Queiroz, renovou a ficção


regionalista. Possui cenas e episódios característicos da região, com a procissão de
pedir chuva, são traços descritivos da condição do retirante. O sentido
reivindicatório, entretanto não traz soluções prontas, preferindo apontar os males da
região através de observação narrativa.

Em O Quinze, primeiro e mais popular romance de Rachel de Queiroz, a autora


exprime intensa preocupação social, apoiada, contudo, na análise psicológica das
personagens, especialmente o homem nordestino, sob pressão de forças atávicas
que o impelem à aceitação fatalista do destino. Há uma tomada de posição temática
da seca, do coronelismo e dos impulsos passionais, em que o psicológico se
harmoniza com o social.

A obra apresenta a seca do nordeste e a fome como conseqüência, não trazendo ou


tentando dar uma lição, mas como imagem da vida.

Não percebe-se uma total separação entre ricos e pobres, e esta fusão é feita
através da personagem Conceição que pertence realmente aos dois mundos.
Evitando assim o perigo dos romances sociais na divisão entre "bons pobres" e
"maus ricos", não condicionando inocentes ou culpados.

Estrutura da obra

O título do livro evoca a terrível seca do Ceará de 1915. A própria família de Rachel
foi obrigada a fugir do Ceará: foi para o Rio de Janeiro, depois para Belém do Pará.
Compõe-se de 26 capítulos, sem títulos, enumerados.

A classificação de O Quinze é, sem dúvida, de romance regionalista de temática


social. Mas com uma visão que foge ao clichê tradicional. Não há, na história, a
divisão batida de \"pessoas boas e pobres\" e de \"pessoas más e ricas\". A autora
registrou no papel a sua emoção, sem condicionar o romance a uma tese ou à

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preocupação de procurar inocentes e culpado pela desgraça de cada um ou mesmo
do grupo envolvido na história.

A história é recheada de amarguras. Bastaria a saga da família de Chico Bento para


marcar o romance com as cores negras da desgraça. A morte está por toda parte.
Está no calvário da família de retirantes, está em cada parada da caminhada
fatigante, está no Campo de Concentração. Morte de gente e de bichos.

A história de amor entre Vicente e Conceição poderia ser o lado bom e humano da
história. Não é. A falta de comunicação entre os dois, o desnível cultural que os
separa constituem ingredientes amargos para um desfecho infeliz. É como se a
seca, responsável por tantos infortúnios, fosse causadora de mais um: a
impossibilidade de ser feliz para quem tem consciência da miséria.

Romance de profundidade psicológica. A análise exterior dos personagens existe,


mas sem relevo especial dentro do livro. A autora vai soltando uma característica
aqui, outra além, sem interromper a narrativa para minúcias. O lado introspectivo,
psicológico é uma constante em toda a narrativa. Ao mesmo tempo em que o
narrador informa as ações dos personagens, introduz interrogações e dúvidas que
teriam passado por sua cabeça, por seu espírito.

Tempo

A autora situa a história do romance no Ceará de 1915. O fato histórico importante


da época era a própria seca, obrigando os filhos da terra, principalmente do sertão, a
migrarem para o Amazonas ou para São Paulo, à procura de vida melhor. Não há
avanços nem recuos. A história é contada em linha reta, valorizando o presente, o
cotidiano das pessoas. O passado é evocado raramente, muito mais por Conceição.
A passagem do tempo dentro do romance é marcada de maneira tradicional,
obedecendo à seqüência de início, meio e fim.

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Cenário

O cenário do romance é o Ceará. Especificamente, a região de Quixadá, onde se


situam as fazendas de Dona Inácia (avó de Conceição), do Capitão (pai de Vicente)
e de Dona Maroca (patroa de Chico Bento).

Há também, em menor escala, o cenário urbano, destacando a capital, Fortaleza,


para onde migram os retirantes e onde mora Conceição.

Linguagem

O sucesso do livro está atrelado à simplicidade da linguagem (a mais difícil das


virtudes literárias!). Não há exibicionismo da autora no uso de palavreado erudito.
Mesmo quando a dona da palavra é uma professora (Conceição), o diálogo flui
espontâneo, normal, cotidiano.

Sua linguagem é natural, direta, coloquial, simples, sóbria, condicionada ao assunto


e á região, própria da linguagem moderna brasileira. A estas características deve-se
ao não envelhecimento da obra, pois sua matéria está isenta do peso da idade. Em
O Quinze, Rachel usa o que lhe deu fama imediata: uma linguagem regionalista sem
afetação, sem pretensão literária e sem vínculo obrigatório a um falar específico
(modismo comum na tendência regionalista).

A sobriedade da construção, a nitidez das formas, a emoção sem grandiloqüência, a


economia de adjetivos são recursos perceptíveis em todo o livro.

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Foco narrativo

O Quinze é romance narrado na terceira pessoa, ou seja, o narrador é a própria


autora. O narrador é onisciente. Estando fora da história, o narrador vai penetrando
na intimidade dos personagens como se fosse Deus. Sabe tudo sobre eles, por
dentro e por fora. Conhece-lhes os desejos e adivinha-lhes o pensamento.

Discurso livre indireto. Em vez de apresentar o personagem em sua fala própria,


marcada pelas aspas e pelos travessões (discurso direto), o narrador funde-se ao
personagem, dando a impressão de que os dois falam juntos. Isto faz com que o
narrador penetre na vida do personagem, no seu íntimo, adivinhando-lhe os anseios
e dúvidas.

Personagens

Conceição - Não com os alunos, mas com a própria vida. Conceição é forte de
espírito, culta, humana e com idéias um tanto avançadas sobre a condição feminina.
O único homem que lhe despertou desejos é o primo Vicente. Conceição tem uma
admiração antiga e especial pelo rapaz, talvez porque ele é real, sem as falsidades
comuns dos moços bem-educados. Ao descobrir que ele não é tão puro, a
admiração esfria, criando uma barreira intransponível para a realização plena do seu
amor. Tinha vocação para solteirona: "Conceição tinha vinte e dois anos e não
falava em casar. As suas poucas tentativas de namoro tinham-se ido embora com os
dezoito anos e o tempo de normalista; dizia alegremente que nascera solteirona".
Conceição sente-se realizada ao criar Duquinha, o afilhado que lhe doaram Chico
Bento e Cordulina. É uma realização íntima, preenchendo o vazio da decepção
amorosa.

Vicente - Filho de fazendeiro rico, com condições de mandar os filhos para a escola,
Vicente, desde menino, quis ser vaqueiro. No início, isso causava tristeza e
desgosto à família, principalmente à mãe, Dona Idalina. Com o tempo, todos
passaram a admirar o rapaz. Vicente é o vaqueiro não-tradicional da região. Cuida

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do gado com um desvelo incomum, mas cuida do que é seu, ao contrário dos outros
(Chico Bento é o exemplo) que cuidam de gado alheio. Tem boas condições
financeiras, mas é humano em relação à família e aos empregados. Vicente tinha
dentes brancos com um ponto de ouro. Na intimidade, quando se põe a pensar na
vida e na felicidade, associa tais coisas à Conceição. Tem uma admiração superior
por ela. Gradualmente, à medida que vai notando a maneira fria com que ela passa
a tratá-lo, Vicente começa a descrer no amor e na possibilidade de casar e ser feliz.

Chico Bento - Chico Bento é o protótipo do vaqueiro pobre, cuidando do rebanho


dos outros. Ele é o vaqueiro de Dona Maroca, da fazenda das Aroeiras, na região de
Quixadá. Ele e Vicente são compadres e vizinhos. Como é peculiar da pobreza
brasileira e nordestina, Chico Bento tem a mulher (Cordulina) e cinco filhos, todos
ainda pequenos. Pedro, o mais velho, tem doze anos. Expulso pela seca e pela
dona da fazenda, Chico Bento e família empreendem uma caminhada desastrosa
em direção a Fortaleza. Perde dois filhos no caminho: um morre envenenado
(Josias), o outro desaparece (Pedro). Antes de embarcar para São Paulo, é obrigado
a dar o mais novo (Duquinha) para a madrinha, Conceição. De Fortaleza, Chico
Bento e parte da família vão, de navio, para São Paulo. É o exílio forçado, é a
esperança de vida melhor e, quem sabe, de riqueza para quem só conheceu miséria
no Ceará.

Cordulina - É a esposa de Chico Bento. Personifica a mulher submissa, analfabeta,


sofredora, com o destino atrelado ao destino do marido. É o exemplo da miséria
como conseqüência da falta de instrução.

Josias - Filho de Chico Bento e Cordulina, tem cerca de dez anos de idade. Comeu
mandioca crua e morreu envenenado na estrada.

Pedro - Filho de Chico Bento e Cordulina, é o mais velho, tem doze anos de idade.
Desapareceu quando o grupo ia chegando a Acarape.

Manuel (Duquinha) - É o filho caçula de Chico Bento e Cordulina; tem dois anos
anos de idade. Foi doado à madrinha, Conceição.

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Paulo - Irmão mais velho de Vicente, ele é o orgulho dos pais (pelo menos no
início). Estudou, fez-se doutor (promotor) e casou-se na cidade com uma moça
branca. Depois de casado, passou a dedicar o seu tempo à família, quase não se
interessando mais pelos pais e pelos irmãos. Só então os pais deram valor a
Vicente.

Mocinha - Irmã de Cordulina, ficou como empregada doméstica em Castro, na casa


de sinhá Eugênia. Arranjou um filho sem pai e tudo indica que vai viver da
prostituição.

Lourdinha - Irmã mais velha de Vicente. Casou-se com Clóvis Garcia em Quixadá.
No final, têm uma filha, símbolo da felicidade que as pessoas simples e
descomplicadas conseguem conquistar.

Alice - Irmã mais nova de Vicente. Mora na fazenda com os pais e os irmãos.

Dona Inácia - Avó de Conceição, espécie de mãe, pois foi quem a criou depois que
a mãe verdadeira morreu. É dona da fazenda Logradouro, na região de Quixadá.
Não aprova as idéias liberais da neta, principalmente no que diz respeito a ficar
solteirona.

Dona Idalina - Prima de Dona Inácia. Idalina é a mãe de Vicente, Paulo, Alice e
Lourdinha. Vive com o marido, Major, na fazenda perto de Quixadá.

Major - Fazendeiro rico na região de Quixadá. Entrega a administração da fazenda


ao filho Vicente. Orgulha-se de ter um filho doutor: o Paulo, promotor em uma cidade
do interior do Ceará.

Dona Maroca - Fazendeira, dona da fazenda Aroeiras na região de Quixadá. Na


época da seca, mandou o vaqueiro, Chico Bento, soltar o gado e procurar, por conta
própria, meios para sobreviver.

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Mariinha Garcia - Moça bonita, de família rica, moradora de Quixadá. Com auxílio
de Lourdinha e Alice, faz tudo para conquistar Vicente, mas as tentativas resultam
inúteis.

Luís Bezerra - Compadre de Chico Bento e Cordulina. Trabalhara também nas


Aroeiras sob o comando de Dona Maroca. Agora, é delegado em Acarape, povoado
do interior do Ceará. Foi ele quem conseguiu passagens de trem para que a família
do compadre chegasse a Fortaleza.

Doninha - Esposa de Luís Bezerra, madrinha do Josias, o filho de Chico Bento que
morreu envenenado na estrada.

Zefinha - Filha do vaqueiro Zé Bernardo. Conceição, acreditando numa conversa


que tivera com Chiquinha Boa, acha que Vicente tem um caso com Zefinha.

Chiquinha Boa - Trabalhava na fazenda de Vicente. Na época da seca, achando


que o governo do Ceará estava ajudando os pobres que migravam para a capital,
deixou a zona rural.

Enredo

A obra O Quinze aborda a seca de 1915, descreve alguns aspectos da vida do


interior do Ceará durante um dos períodos mais dramáticos que o povo atravessou.
O enredo é interessante, dramático, mostrando a realidade do Nordeste Brasileiro e
se dá em dois planos.

No primeiro plano enfoca o vaqueiro Chico Bento e sua família, o outro a relação
afetiva de Vicente, rude proprietário e criador de gado, e Conceição, sua prima culta
e professora. Conceição é apresentada como uma moça que gosta de ler vários
livros, inclusive de tendências feministas e socialistas o que estranha a sua avó,
Mãe Nácia que é representante das velhas tradições. No período de férias,
Conceição passava na fazenda da família, no Logradouro, perto do Quixadá. Apesar
de ter 22 anos, não dizia pensar em casar, mas sempre se "engraçava" à seu primo

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Vicente. Ele era o proprietário que cuidava do gado, era rude e até mesmo
selvagem. Com o advento da seca, a família de Mãe Nácia decide ir para cidade e
deixar Vicente cuidando de tudo, resistindo. Trabalhava incessantemente para
manter os animais vivos. Conceição, trabalhava agora no campo de concentração
onde ficavam alojados os retirantes, e descobre que seu primo estava "de caso" com
"uma caboclinha qualquer". Enquanto ela se revolta, Mãe Nácia à consola dizendo:

"Minha filha, a vida é assim mesmo... Desde hoje que o mundo é mundo... Eu até
acho os homens de hoje melhores."

Vicente se encontra com Conceição e sem perceber confessa as temerosidades


dela. Ela começa a tratá-lo de modo indiferente. Vicente se ressente disso e não
consegue entender a razão. As irmã de Vicente armam um namoro entre ele e uma
amiga, a Mariinha Garcia. Ele porém se espanta ao "saber" que estava namorando,
dizendo que apenas era solícito para com ela e não tinha a menor intenção de
comprometimento. Conceição percebe a diferença de vida entre ela e seu primo e a
quase impossibilidade de comunicação. A seca termina e eles voltam para o
Logradouro.

O segundo plano é, sem dúvida, a parte mais importante do livro. Apresenta a


marcha trágica e penosa do vaqueiro Chico Bento com sua mulher e seus 5 filhos,
representando os retirantes. Ele é forçado a abandonar a fazenda onde trabalhara.
Junta algum dinheiro, compra mantimentos e uma burra para atravessar o sertão.
Tinham o intuito de trabalhar no Norte, extraindo borracha. No percurso, em
momento de grande fome, Josias, o filho mais novo, come mandioca crua,
envenenando-se. Agonizou até a morte. O seu fim está bem descrito nessa
passagem:

"Lá se tinha ficado o Josias, na sua cova à beira da estrada, com uma cruz de dois
paus amarrados, feita pelo pai. Ficou em paz. Não tinha mais que chorar de fome,
estrada afora. Não tinha mais alguns anos de miséria à frente da vida, para cair
depois no mesmo buraco, à sombra das mesma cruz."

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Uma cena marcante na vida do vaqueiro foi a de matar uma cabra e depois
descobrir que tinha dono. Este o chamou de ladrão, e levou o resto da cabra para
sua casa, dando-lhes apenas as tripas para saciarem. Léguas após, Chico Bento dá
falta do seu filho mais velho Pedro. Chegando ao Aracape, lugar onde supunha que
ele pudesse ser encontrado, avista um compadre que era o delegado. Recebem
alguns mantimentos mas não é possível encontrar o filho. Ficam sabendo que o
menino tinha fugido com comboeiros de cachaça. Notem:

"Talvez fosse até para a felicidade do menino. Onde poderia estar em maior
desgraça do que ficando com o pai?"

Ao chegarem no campo de concentração, são reconhecidos por Conceição, sua


comadre. Ela arranja um emprego para Chico Bento e passa a viver com um de
seus filhos. Conseguem também uma passagem de trem e viajam para São Paulo,
desistindo de trabalhar com a borracha.

Resumo

O quinze é uma obra publicada em 1930 pela autora Rachel de Queiroz que nasceu
em fortaleza, Ceará em 1910. Viveu sua infância entre idas e vindas, na fazenda da
família, Belém do Pará, Fortaleza e Rio de Janeiro. Rachel foi presa em 1937 por
sua militância no partido esquerdista.

O quinze é um romance famoso que conta a história da seca de 1915.


Primeiramente a seca atinge o vaqueiro Chico bento e sua família. Também maltrata
Vicente, grande proprietário e criador de gado. E entre a história surge uma relação
de afeto e carinho que envolve Vicente, que era um rapaz rude mas puro de coração
e Conceição, que era uma moça cheia de dotes e de cultura, da capital. O principal
ponto do romance O Quinze é o grave problema que atinge os personagens: a seca.
Mostra o quanto as pessoas se sentem impotentes diante da vida porque para elas
viver passa a ser um desafio diário. Todos se tornam heróis para combater o mesmo
inimigo onde Proprietário e trabalhadores tornam-se iguais.

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