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INTRODUÇÃO
A nona norma regulamentadora do trabalho, cujo título é "Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais", estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte dos
empregadores do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), visando à preservação da
saúde e integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e
conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho.
DOCUMENTOS COMPLEMENTARES
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Norma Fundacentro NHO 08 – Procedimento de Coleta de Aerodispersóides Sólidos em Filtros
de Membrana.
Nota Técnica DSST 06 , de 23/04/2003 - Responsável pela elaboração do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA
Nota Técnica DSST 02 , de 18/02/2004 - Cobrança de PPRA e respectiva Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART em fiscalização.
Nota Técnica DSST 01 , de 14/01/2005 - Definição de Médico do Trabalho
Nota Técnica DSST 12 , de 09/02/2004 - Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP
ISO 2.631 e ISO/DIS 5.349 Metodologia para avaliação de vibrações em corpo inteiro.
Norma ABNT - NBR 14.725 - Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos.
Normas NIOSH - National Institute of Occupational Safety and Health Administration - Normas de
avaliação de higiene ocupacional.
Manual da ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists - Manual com
os limites de exposição aplicáveis à indústria.
COMENTÁRIOS DA NR 9
A seguir serão apresentados os comentários da NR 9 indicando os itens e subitens do texto legal
publicado no Volume 1 - Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional.
O PPRA deve ser elaborado tanto para um escritório de contabilidade com 40 funcionários quanto
para um posto de gasolina com quatro funcionários. A diferença entre um e outro é a forma de
elaboração. Para um escritório de contabilidade, basta realizar o trabalho de reconhecimento,
registro e divulgação de dados. Para o posto de gasolina, provavelmente, terão que ser
implantadas medidas de controle e monitoramento da exposição aos riscos ambientais.
Qualquer pessoa responsável pela elaboração do PPRA poderá assinar o documento que num
primiero momento estará caracterizado pelo Documento Base (ver item 9.3). Destaca-se que os
levantamentos ambienais são trabalhos complementares ao PPRA e dizem respeito ao item 9.3.7
(Monitoramento), sendo documento de referência que devem ser assinados por engenheiro de
segurança do trabalho e/ou médico do trabalho para que possam ser usados para fins de
caracterização de atividade ou operação insalubre (Art. 195 da CLT) e aposentadoria especia.
Tão importante queanto atender aos auditores fiscais da DRT, é estar atento à possíveis
transtornso envolvendo a Promotoria Pública do Trabalho, que possuem poder de questionar
assuntos técncios trtados inadequadamente.
Embora o Crea esteja verificando se no PPRA foi anexado qualquer documento na forma de
Lauto Técnico com emissão de ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, o MTE já se
posicionou sobre assunto através da Nota Técnica DSST 20 de 18/02/2004 que está questão nâo
faz parte das exigências da NR 9. A Nota Técnica do DSST nº 02, de 18 de fevereiro de 2004,
afirma que apenas o MTE é competente para fiscalizar o cumprimento da NR-09 e assim o
desenvolvimento do PPRA. Isso significa que os fiscais do sistema Crea/Confea não podem
fiscalizar o PPRA. Essa confusão ocorre devido a uma resolução do sistema Crea/Confea que diz
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que só os engenheiros de segurança podem assinar o PPRA, mas isso é em relação a seus pares
e não a outros profissionais. Trata-se de um ato administrativo que só pode ser aplicado aos
engenheiros do sistema e não ao resto da sociedade, pois não tem força de lei.
O recolhimento de uma ART não está relacionado com a elaboração do PPRA, uma coisa não
está associada a outra, ou seja não é necessário recolher uma ART para elaborar um PPRA uma
vez que a própria Norma dá o direito de qualquer pessoa designada pela empresa assim o
elaborar. Logo ela não é obrigada a estar legalmente habilitada para tal, pois não está registrada
em nenhum conselho de classe ou ao MTE. A ART pode sim ser também aberta pelo técnico,
mas não pelo de segurança, pois o mesmo não é regido pelos conselhos de classe, mas sim pelo
MTE. Ora, se um técnico de segurança não é habilitado por esses conselhos, e como uma ART é
um documento pertencente ao sistema CONFEA o técnico não pode abrir uma ART.
Assim o fiscal do sistema Crea/Confea pode fiscalizar se quem está assinando o PPRA é um
engenheiro de segurança ou um engenheiro civil, por exemplo, o que seria proibido por essa
resolução. Mas a fiscalização do desenvolvimento do PPRA como um todo é prerrogativa do MTE.
Só ele poderá fiscalizar a ação do técnico de segurança, do médico do trabalho e do engenheiro
de segurança sobre a NR-09 e o PPRA. A NR-09 ainda aponta que o profissional encarregado
para elaborar, implementar e acompanhar o PPRA deve ser um profissional capacitado para
realizar essas atribuições. Fica a critério do empregador escolher os profissionais capazes, que
devem ter o conhecimento técnico do processo produtivo e os riscos associados ao mesmo assim
como de técnicas de avaliação e medidas de controle. Mas não há exigência de que esse deva
ser um engenheiro de segurança, ou seja, o técnico de segurança assim como outro profissional
capacitado pode fazer esse trabalho.
Para que realizar uma boa auditoria é necessário ter à disposição algumas ferramentas, que
podem ser usadas isoladamente ou em conjunto desde que as condições o permitam. Entre as
ferramentas "auxiliares", devem constar programas de caráter "oficial" como PCMSO, PCMAT,
PCA, PPR (Programa de Proteção Respiratória), entre outros desenvolvidos pela própria
empresa, independentes da legislação.
Segundo a NR 9, não é possível existir um PCMSO bem estruturado sem a existência do PPRA
atualizado. No entanto, na prática, este desvio ainda é comum principalmente quando estes
documentos são elaborados por consultorias. É habitual médicos do trabalho afirmarem que
fazem seu PCMSO pela "experiência", mesmo não existindo o PPRA. Isto deve ser uma não
conformidade a ser corrigida dentro dos sistemas de gestão.
Os agentes ambientais químicos, físicos e biológicos estão relacionados nos anexos da NR 15.
Abaixo, confira alguns exemplos de trabalhos que expõem os trabalhadores a estes agentes:
a) Agentes químicos: pintura à pistola com esmaltes, tintas, vernizes e solventes contendo
hidrocarbonetos aromáticos; fundições; fabricação e manuseio de álcali cáustico; limpeza de
peças e motores com óleo diesel aplicado sob pressão; entre outros;
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c) Agentes biológicos: atividades em hospitais e laboratórios, curtumes, trabalhos em esgotos,
galerias, cemitérios, entre outros.
A exposição aos agentes biológicos tem características especiais no trabalho rural. A expressão
"outros," citada no item 9.1.5.3, inclui a exposição aos animais peçonhentos como escorpião,
cobras, aranhas e outros que possuam características venenosas. Desta forma, o PPRA deve
identificar estas atividades de modo que sejam direcionadas campanhas de prevenção e cursos
de primeiros socorros para esta finalidade.
O PPRA não deve ser confundido com o Mapa de Risco, já que o primeiro é um programa de
higiene ocupacional e o segundo um estudo qualitativo realizado pelo próprio trabalhador,
através da CIPA, levando-se em consideração, também, os riscos ergonômicos e os riscos de
acidentes.
Comparando a antiga redação da NR 9 (1978) com a nova dada pela Portaria 25 (29/12/94), esta
última é mais moderna e completa, já que em relação à anterior determinava que o empregador
era obrigado a controlar os seus riscos. Porém, não dizia, claramente, as medidas necessárias
de como fazê-lo. A nova NR 9 estabelece que o empregador elabore um cronograma definindo
metas e prioridades.
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Referências - Subitem 9.2.3 - Da Estrutura do PPRA
As metas ou objetivos visam a estabelecer alvos de longo e médio prazo que a empresa deseja
alcançar através das ações previstas no cronograma do PPRA. As estratégias para implementar
as ações serão importantes para que metas e objetivos corporativos sejam alcançados nos
prazos estabelecidos.
Muitas empresas têm contratado consultorias para elaborar o PPRA. O empregador deve tomar
cuidado como o cronograma de atividades proposto. Ao aceitar o planejamento anual, o
empregador assume um "passivo fiscal". Isto é, para fins de fiscalização, o Auditor Fiscal do
Trabalho cobrará do empregador o cumprimento das atividades dentro dos prazos estabelecidos
no referido cronograma.
Mesmo que as condições de trabalho não sejam alteradas, o PPRA deve ser revalidado por um
novo documento e apresentada aos trabalhadores. O PPRA inicial deverá ser mantido junto com
os documentos de reavaliação por vinte anos.
Para entender a polêmica sobre quem deve assinar o PPRA, é preciso interpretar duas partes
importantes do PPRA: a fase de antecipação e reconhecimento dos riscos e a fase do
monitoramento ambiental. Na primeira parte, considerada qualitativa, que trata da identificação
dos riscos ambientais, está claro que qualquer profissional do SESMT poderá realizar este
levantamento. Quanto à segunda parte, monitoramento, considerada a fase quantitativa, deverá
ser realizado o levantamento ambiental, e aí começa a polêmica. Existem diversas passagens na
legislação trabalhista e previdenciária (CLT - Art. 195 e IN 57/01) que determinam que o laudo
técnico seja assinado por engenheiro de segurança ou médico do trabalho, registrados nos
respectivos conselhos.
Apesar da Resolução CONFEA 437/99 definir como profissional habilitado, para a elaboração do
PPRA, o engenheiro de segurança do trabalho, o MTE publicou a Nota Técnica 06 (23/04/2003)
estabelecendo que a competência do Auditor Fiscal do Trabalho (AFT) traduz-se essencialmente
no cumprimento dos dispositivos legais que definem critérios de proteção à saúde laboral dos
trabalhadores.
Desta forma, durante a fiscalização, cabe ao auditor fiscal (AFT) decidir pela aceitação ou não do
PPRA, precisamente em relação ao seu conteúdo e sua aplicação prática. Não é da competência
institucional do MTE a fiscalização do exercício dos profissionais registrados em seus conselhos
específicos.
Diante do exposto, o MTE conclui que, por parte da fiscalização das DRT, não haverá nenhuma
cobrança adicional ao que estabelece a norma consolidada supra mencionada. Com esta Nota
Técnica 02/04 o MTE esclarece de vez que o PPRA pode ser feito por qualquer profissional, nos
termos do item 9.3.1.1.
Embora o item 9.3.1.1 estabeleça que o PPRA possa ser elaborado por pessoa ou equipe de
pessoas, a critério do empregador, pesquisas do MTE demonstram que na maioria das vezes ele
é feito prioritariamente por engenheiros de segurança, técnicos de segurança e médicos do
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trabalho pertencentes ao SESMT da própria empresa ou por consultorias.
Em relação a fase caracterizada como antecipação, devem ser estudadas as modificações das
instalações com o objetivo de se verificar a introdução de novos processos ou alterações dos
existentes e determinar os riscos potenciais existentes, incluindo as medidas de controle para
redução ou eliminação dos mesmos.
a) Não elaboração: O PPRA deve ser elaborado para todas as empresas, independentemente do
número de empregados ou grau de risco. Portanto, uma irregularidade grave é sua inexistência;
i) Não implementação de EPI: Não implementação de EPI adequado ao risco em função das
deficiências no levantamento ambiental;
k) Não interação com as EPS (Empresas Prestadoras de Serviços): O PPRA deverá ser
disponibilizado para as EPS para que as mesmas atualizem seus respectivos PPRA.
l) Inexistência de mecanismos para guarda dos registros: Os registros do PPRA devem ser
mantidos por 20 anos. Na maioria das empresas, não existem meios definidos como isto será
feito (ex: microfilme, DVD, CD e outros).
A fase de reconhecimento é uma das mais importantes, pois a partir deste levantamento
preliminar dos agentes ambientais é que veremos a abrangência do PPRA. Nesta etapa, deve-se
entrevistar os trabalhadores de modo a identificar as fontes e diferentes formas desta exposição
aos agentes ambientais nocivos.
O levantamento na fase de reconhecimento deve ser feito em uma planilha com todos os pontos
mencionados no item 9.3.3 (exemplo no comentário do item 9.3.4).
Deve ser feita uma tentativa de caracterização se a exposição aos agentes ambientais acontecer
de forma habitual e permanente, ou intermitente e, até mesmo, eventual. Esta caracterização da
exposição pode ser expressa na forma de tempo horas/dia, minutos/hora.
>>> Clique aqui para baixar o arquivo com vários modelos de PPRA (ZIP, 287)
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ser classificada de duas formas: ambiental ou biológica, assim definidas:
a) Ambiental: Faz parte do PPRA e visa determinar a concentração dos agentes químicos ou
intensidade dos agentes físicos presentes no ambiente de trabalho, visando a comparar com
valores de referência, normalmente chamados de limites de exposição.
b) Biológica: Faz parte do PCMSO e visa determinar o nível de absorção dos agentes químicos ou
seus metabólitos pelo corpo humano (tecidos, secreções, excreções, ar respirado) e comparar
com referências técnicas e/ou legais.
Entende-se por avaliação quantitativa o levantamento ambiental dos agentes quantificáveis pela
legislação (NR 15) ou normas internacionalmente aceitas (ACGIH), com registros das
concentrações e/ou intensidades avaliadas por equipamentos específicos. Porém, nem todos os
agentes ambientais podem ser medidos quantitativamente. Sugerimos a leitura da NR 15 para
conhecer os limites de tolerância a serem utilizados como parâmetros nas avaliações ambientais.
Mais uma vez, reforçamos que, após a implementação de medidas de ordem geral (EPC) ou
alterações no ciclo trabalho-descanso, um novo levantamento ambiental deve ser feito para
comprovar a eficácia das medidas de controle implementadas.
Lembramos que, após a fase quantitativa, o PPRA deverá ser revisado para que sejam
registradas neste documento somente aquelas funções ou GHE - Grupo Homogêneo de Exposição
- nas quais que tenham sido identificados um nível de exposição acima do Nível de Ação,
conforme definido no item 9.3.6 que será visto a seguir. No item 9.3.7, falaremos um pouco mais
sobre o GHE.
A norma de método é importante para que se possa padronizar as avaliações ambientais dos
agentes nocivos e, assim, concluir e, até mesmo, comparar o resultado das avaliações
ambientais feitas por diferentes profissionais. A existência deste tipo de norma facilita, também,
o trabalho dos profissionais do SESMT durante o processo de licitação e, também, durante a
realização de uma perícia judicial.
No Brasil, existe uma carência de norma de métodos. Por isso, muitas vezes, se faz necessário
recorrer às normas internacionais, como exemplo, as da Niosh. A Fundacentro é o órgão
competente, ligado ao MTE para elaborar tais procedimentos. Podemos citar como exemplo, as
Normas de Higiene Ocupacional NHO 01 - Avaliação de exposição Ocupacional ao Ruído e NHO 02
- Análise Quantitativa da Fração Volátil (vapores orgânicos) em Colas, Tintas e Vernizes.
Existiam muitas dúvidas sobre a validade das NHO da Fundacentro. Entretanto, a publicação do
Decreto Federal 4.882/03, que alterou os dispositivos do Regulamento da Previdência Social,
tornou obrigatória a utilização das Normas de Higiene Ocupacional (NHO) da Fundacentro para
elaboração dos levantamentos ambientais. Não há dúvidas do amparo legal das NHO como
normas de método a serem seguidas obrigatoriamente.
Nesta fase, utiliza-se, com freqüência, planilhas específicas para cada tipo de risco (ruído, calor,
poeira, gases e vapores, fumos metálicos etc). Abaixo, apresentaremos algumas tabelas que
podem auxiliar na organização do levantamento das informações e elaboração do relatório final
do PPRA:
EXEMPLOS
Descrição da Unidade
Unidade:________________________________________
CGC:___________________________________________
Inscrição Estadual / Municipal:________________________________
Local da Atividade:________________________________
Classificação da atividade segundo o grau de risco: ______
Bairro: _____________Município: ___________Estado:____CEP: ____
Organização:
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Ramo de Atividade:__________
Número de funcionários:__________
Nome e função de cada funcionário:_______________
Relação dos Grupos Homogêneos de Exposição (GHE) :_______________
Número de contratados
Nome da empresa contratada:______
Número de contratados: ___________
Data do PPRA: __________ou Revalidação:
Responsável pelo SESMT ou CIPA:__________
FASES DO PPRA:
( ) Antecipação (Análise de projeto)
Descrição do Ambiente / Observação:
( ) Reconhecimento dos Riscos Ambientais (Qualitativa)
( ) Conclusão (Qualitativa / Quantitativa)
MESES
AÇÕES DO PROGRAMA
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ RESP
(Exemplos)
Comentários:
A ACGIH publica anualmente uma lista atualizada destes parâmetros, alterando para cima ou
para baixo e, até mesmo, incluindo novos produtos. Antes da criação do PPRA, existiam muitas
dúvidas legais sobre a validade da utilização de parâmetros previstos, em normas internacionais,
para aqueles produtos que não faziam parte da listagem do Anexo 11 da NR15.
O item 9.3.5.1, ao permitir a utilização dos parâmetros da ACGIH, estabelece uma coerência
técnica e complementa a listagem apresentada no Anexo 11. Vale ressaltar, porém, que a
utilização dos parâmetros da ACGIH somente será possível no caso da inexistência do produto
químico na listagem da NR 15. Caso contrário, existindo o LT do produto, o mesmo deverá ser
utilizado de acordo com os valores estabelecidos na legislação brasileira.
No entendimento dos autores, caso venha ser utilizado os parâmetros de TLVR da ACGIH,
lembramos que o TLVR é aplicável para uma jornada de trabalho de 40h. Quando as jornadas
superam 40h, é importante verificar a necessidade de correção do TLVR, pois em determinadas
situações, como por exemplo em atividades de intensa carga de trabalho, podem resultar em
variações significativas.
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O item 9.3.5.1, permite que valores mais restritivos de LT sejam determinados através de
acordos ou convenções coletivas de trabalho.
As medidas de proteção coletiva dizem respeito aos recursos de engenharia, de acordo com a
tecnologia disponível. Caberá a empresa discutir a viabilidade econômica dos recursos
tecnológicos disponíveis. São exemplos de medidas de proteção coletiva: enclausuramento de
máquinas, sistema de ventilação ou exaustão, barreiras protetoras, isolamento acústico ou
térmico, entre outras.
Exaustor de Cozinha Industrial. Proteção contra riscos Tratamento acústico nas paredes e teto.
Proteção de Polia e Correia.
Biológicos, Químicos e Físicos. Proteção contra risco físico.
Alguns programas preventivos, tais como o PCA (Programa de Conservação Auditiva), PPEOB
(Programa de Prevenção à Exposição Ocupacional ao Benzeno) e PPR (Programa de Proteção
Respiratória) englobam diversas ações preventivas no campo administrativo, individual e coletivo,
e devem ser previstos e implementados através do planejamento anual do PPRA.
Os programas preventivos PPR (IN 01/94), PCA (OS INSS 608) e PPEOB, e seus comentários
podem ser consultados respectivamente na NR 6, NR 9 e NR 15 - Anexo 13A.
>>> Clique aqui para baixar dois modelos de PCA (ZIP, 23KB)
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Outro aspecto importante é destacar o nível de autoridade e responsabilidade dos gerentes e
supervisores no processo de implementação e cumprimento dos procedimentos, inclusive
aqueles relacionados à obrigatoriedade do uso do EPI.
Mesmo que o EPI seja adequado ao risco ambiental, não usar o EPI durante 100% da jornada de
trabalho é o mesmo que não ter o EPI. Caso isso ocorra, o EPI não alcançará o objetivo de
proteção ao trabalhador.
A seleção do EPI adequado, a que se refere a línea "a", requer a verificação da eficácia das
medidas de proteção. Isto diz respeito, por exemplo, à elaboração de estudos de freqüência para
garantir que os protetores auriculares adquiridos, efetivamente, atenuem os níveis de ruídos
presentes no ambiente de trabalho.
Caso seja necessária a utilização de EPI, devem ser seguidas as recomendações mencionadas na
NR 6. A escolha do EPI adequado leva em consideração sua eficácia, conforto, higiene, entre
outros que possibilitem aumentar seu desempenho em atenuar ou minimizar a exposição aos
riscos ambientais.
Para aprofundar o tema que trata da atenuação de ruído por protetores auriculares, sugerimos a
leitura da NR 6 e seus comentários, no item que trata da proteção auditiva, bem como o livro
"Perícia e Avaliação de Ruído e Calor - Passo a Passo", de Giovanni Moraes e Rogério Regazzi.
Para a escolha da proteção respiratória adequada, os profissionais do SESMT devem aplicar na
íntegra a IN 01/94 da Fundacentro.
Uma outra forma de verificar a eficácia das medidas de proteção, a que se refere o item 9.3.5.6,
envolve o acompanhamento médico estabelecido pelo PCMSO. Caso seja constatado algum
sintoma de doença ocupacional proveniente da exposição aos riscos ambientais, deve-se avaliar
dois aspectos importantes:
a) O funcionário não utiliza de forma habitual e permanente o EPI, o que caracteriza uma falha
de inspeção diária dos supervisores e um descaso do trabalhador com medidas preventivas da
empresa, estando o mesmo sujeito às punições previstas na lei;
c) O trabalhador pode estar exposto a agentes ambientais nocivos fora do local do trabalho em
função de um trabalho extra e/ou atividades de diversão, como, por exemplo, em: serviços de
lanternagem, garçom, pastor religioso, freqüentar discotecas, entre outras.
Esse é um dos pontos que destacamos como inovador nos termos desta NR, já que se trata de
um limite de caráter preventivo. Este, quando ultrapassado, deverá desencadear medidas
preventivas de maneira que as exposições aos agentes ambientais não ultrapassem seus
respectivos limites de exposição.
Chamamos a atenção para que o leitor não confunda o Nível de Ação (NA) com o Limite de
Tolerância (LT). Este último, quando superado, requer medidas de controle imediatas, enquanto
que o Nível de Ação ficará restrito às ações de ordem preventiva e atenção por parte do médico
coordenador do PCMSO. O aparecimento do Nível de Ação (NA) derruba, por vez, a idéia
equivocada de que os valores abaixo do LT são considerados seguros e, portanto, sem a
necessidade de ações preventivas.
Os profissionais devem estar atentos ao fato de que uma concentração de agente químico ou
intensidade de agente físico situada entre o Nível de Ação e o LT não descarta a possibilidade de,
em algum momento da exposição, existir situações acima do LT ou, até mesmo, de Risco Grave
e Iminente.
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operação deve ser interrompida e adotar medidas corretivas imediatas, independentemente da
dose de exposição na jornada, como, por exemplo: mudança do processo, enclasuramento da
máquina, e/ou utilização de EPI, realizar exame médico imediato, entre outros.
b) Concentração maior que o LT e fora de situações de Risco Grave e Iminente: Situação de risco
com exposição crônica e possibilidade real de lesão a médio e longo prazo. Devem ser tomadas
ações de controle, tais como: avaliar a execução da operação, alterar o ciclo trabalho-descanso,
redução da jornada, acompanhar exames periódicos, utilização de EPI e/ou enclasuramento da
máquina, entre outros;
c) Concentração maior que o NA e menor que LT: Situação de risco média com exposição
crônica e possibilidade remota de lesão a longo prazo. Podem ser tomadas ações preventivas
para minimizar a exposição e identificar possível susceptibilidade individual aos agentes, tais
como: alterar o ciclo-tabalho descanso, utilização do EPI e/ou acompanhar os exames periódicos,
entre outros.
d) Concentração menor que o NA: Situação de baixo risco com exposição crônica e possibilidade
remota de lesão a longo prazo. Manter ações de rotina, tais como: acompanhar o
monitoramento ambiental e a evolução da exposição ao agente durante a reavaliação do PPRA.
Alguns profissionais preferem iniciar a elaboração do PPRA pela fase de monitoramento, pois
entendem que isso facilitará a identificação de trabalhadores efetivamente expostos aos agentes
segundo os critérios estabelecidos pela NR15. Isso, porém, não é a regra geral.
Outro ponto de destaque é a articulação estreita com o PCMSO (Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional) previsto na NR 7. Cada vez mais vem ocorrendo um trabalho integrado entre
os profissionais do SESMT, envolvendo a engenharia de segurança e a medicina do trabalho.
Este aspecto integrado do PPRA com o PCMSO tem sido alvo de fiscalização, pois muitos PCMSO
têm sido elaborados sem uma articulação direta com o PPRA, resultando em documentos
incompletos e sem consistência dentro dos princípios previstos na NR 7 e NR 9.
O monitoramento ambiental não é uma tarefa fácil para os profissionais do SESMT de empresas
que possuem muitos trabalhadores expostos aos agentes ambientais. Estes profissionais se
deparam com o dilema de realizar os laudos ambientais de forma econômica, sem, no entanto,
comprometer o aspecto técnico. Por isso, surgiu o conceito de Grupo Homogêneo de Exposição
(GHE).
O GHE envolve um grupo de trabalhadores que exerce uma determinada atividade comum e que
se encontra exposto aos mesmos agentes ambientais. Na prática, o GHE já vinha sendo utilizado
pelas grandes empresas como uma alternativa de validar os trabalhos de avaliação ambiental.
Usar o GHE é necessário para economizar tempo e recursos financeiros.
A primeira citação do GHE, em documento legal, advém da IN SST 01/95 que trata da avaliação
ocupacional ao benzeno. Posteriormente, a nova NR 22 (Portaria MTE 2.037/99) reforçou o uso
do GHE com a seguinte definição:
N* n
8 7
9 8
10 9
11-12 10
13-14 11
15-17 12
18-20 13
21-24 14
25-29 15
30-37 16
38-49 17
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50 18
ACIMA DE 50 22
O engenheiro André Lopes Neto (Sobes) ressalta em seu artigo que o uso do GHE é válido, desde
que se busque a verdade técnica, o que corresponde, neste caso, à escolha das variáveis
utilizadas na sua estruturação.
A escolha do GHE deve ocorrer durante a fase de antecipação e reconhecimento dos riscos do
PPRA (qualitativa). Nesta fase, se organizam as etapas de reconhecimento e estabelecimento de
metas e prioridades de avaliação.
A amostragem será mais representativa da exposição de cada trabalhador quanto mais restrita
for a definição dos elementos do GHE, como, por exemplo: fontes geradoras com
intensidade/concentrações similares, locais de trabalho com características comuns, turnos de
trabalhos semelhantes.
Para acabar de vez com a polêmica sobre a validade legal das Normas de Higiene Ocupacional
(NHO), foi publicado o Decreto Federal 4.882, de 18/11/03. O documento, assinado pelo
presidente da República, altera dispositivos do Regulamento da Previdência Social, em seu
parágrafo 11, e transforma em referência oficial as Normas de Higiene Ocupacional elaboradas e
editadas pela Fundacentro, conforme texto abaixo:
Os registros deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 anos, já que este é o prazo
para prescrições das ações cíveis, conforme Art. 177 do Código de Processo Civil (CPC).
O longo período para guarda do PPRA pode trazer alguns transtornos aos profissionais do SESMT
e à própria empresa. A solução para este problema parece estar na informatização do PPRA ou
microfilmar os documentos.
Para a empresa, sempre haverá investimento a ser feito, seja na aquisição de equipamentos ou
na contratação de consultoria para elaborar o PPRA. Os benefícios na integração do PPRA com o
PCMSO podem ser compreendidos ao fazermos uma análise global do ambiente de trabalho
relacionada abaixo:
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d) Diminuição do absenteísmo e afastamento por doenças do trabalho;
f) Redução dos custos com monitoramento ambiental através da adoção de medidas de controle
coletivo.
O fato da empresa ter um PPRA não significa que esteja realmente cumprindo sua
responsabilidade para com a implantação do programa de higiene ocupacional. Devem ser
verificadas a implementação e a eficácia das ações propostas, em nível de participação dos
trabalhadores na elaboração e implementação, apoio da administração e a forma de divulgação
dos resultados.
A avaliação dos objetivos e o cumprimento do PPRA não podem ser caracterizados apenas pela
presença do documento ou verificação do cronograma, sob pena de aprovar um programa sem
informações que retratem a realidade do nível de exposição dos trabalhadores aos riscos
ambientais.
As auditorias do sistema de gestão de SSO deve prever a verificação do PPRA bem como a
implementação das ações do cronograma. A utilização da auditoria irá beneficiar a empresa sob
vários aspectos:
e) Contribuir para a redução dos custos, uma vez que as atividades insalubres geram desperdício
e podem ser eliminadas.
Para evidenciar o atendimento ao item 9.5.1, o PPRA será registrado na CIPA (quando houver)
e/ou treinamentos realizados. O PPRA não é um documento sigiloso e deverá estar disponível
aos funcionários e fiscalização.
a) Administração: Envolvimento real da administração nas atividades do PPRA no que diz respeito
ao cumprimento da política de segurança da empresa, às necessidades do PPRA e à estratégia
para a implantação do mesmo.
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foram os causadores da não-realização dessas recomendações.
j) Dados: Registros dos dados e a eficácia destes registros, bem como a disponibilidade dos
mesmos em termos de acesso.
k) Normas regulamentadoras: Interação do PPRA com outros programas previstos nas demais
NR.
As empresas prestadoras de serviço (EPS) deverão desenvolver seu próprio PPRA no ambiente
incluindo as oficinas, canteiros de obras e demais atividades a serem realizadas no cumprimento
do contrato. Devem estar atentas à utilização de produtos químicos ou equipamentos específicos
para a execução dos serviços contratados.
As concentrações dos agentes químicos e intensidade dos agentes físicos, bem como as
situações que exponham os trabalhadores a uma situação de risco grave e iminente estão
caracterizadas na NR 15.
Vale lembrar que o levantamento ambiental, em complemento à fase de identificação, será uma
comprovação dos aspectos qualitativos levantados, o que, normalmente, não é exigido com o
Mapa de Riscos Ambientais.
Existem muitas dúvidas se o PPRA substituiu (ou vice-versa) outros tipos de programas
preventivos, como, por exemplo: PPEOB (NR 15 - Anexo 13A - Benzeno), e o PCMAT (NR 18).
Quanto ao PCMAT, sua elaboração é determinada em função dos riscos de acidentes envolvendo,
principalmente, riscos mecânicos e ergonômicos. Já o PPRA, visa à identificação, somente, da
exposição aos riscos ambientais. Tanto o PPRA quanto o PCMAT (NR 18) servirão de parâmetro
para o diagnóstico médico de saúde ocupacional a ser realizado pelo PCMSO (NR 7).
De acordo com a NR-9 da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho, toda empresa deve ter um
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Segundo a OS 608/98 do INSS, considerando-se
o nível de pressão sonora elevado como um dos agentes de risco levantados por este programa, a
empresa deve organizar, sob sua responsabilidade, um Programa de Conservação Auditiva (PCA).
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É de fundamental importância que se tenha uma avaliação detalhada dos níveis de pressão
sonora elevados da empresa por setor a fim de:
As medidas administrativas são aquelas que têm por objetivo alterar o esquema de trabalho ou
das operações, produzindo redução da exposição, como, por exemplo, rodízio de empregados
nas áreas de nível de pressão sonora elevado, funcionamento de determinadas máquinas em
turnos ou horários com menor número de pessoas presentes, etc.
Os audiogramas iniciais devem ser utilizados como referência e comparados, em caráter coletivo
ou individual, com os exames realizados posteriormente, de modo a verificar se as medidas de
controle do nível de pressão sonora elevado estão sendo eficazes.
O protetor auricular tem por objetivo atenuar a potência da energia sonora transmitida ao
aparelho auditivo. A seleção do EPI mais adequado a cada situação é de responsabilidade
da equipe executora do PCA. Para tanto, alguns aspectos devem ser considerados quando
da seleção dos mesmos:
nível de atenuação que represente efetiva redução da energia sonora que atinge as
estruturas da cóclea;
modelo que se adeqüe à função exercida pelo trabalhador;
conforto;
aceitação do protetor pelo trabalhador.
4) Educação e motivação:
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b) a interpretação dos resultados dos exames audiométricos;
5) Conservação de registros:
A empresa deve arquivar todos os dados referentes a resultados de audiometrias, bem como
avaliações ambientais e medidas adotadas de proteção coletiva por período de 30 anos. Esses
dados devem estar disponíveis para os trabalhadores, órgãos de fiscalização e vigilância.
Para que o PCA alcance seus objetivos, é necessário que sua eficácia seja avaliada sistemática e
periodicamente. O uso de check-list para acompanhar a aplicação do PCA pode ser muito útil na
avaliação. A avaliação deve consistir de três aspectos básicos:
Agentes Químicos
5.1 Introdução
Os produtos perigosos estão presentes em muitos locais de trabalho. Estatisicas européias indicam que
16% dos trabalhadores da Europa estão em contato com substâncias perigosas, estando 22% expostos
a gases e vapores tóxicos. No Brasil, os dados oficiais sobre o assunto não são conclusivos. A exposição
às substâncias perigosas ocorrem a todo o momento em diversos locais de trabalho, envolvendo
atividades diversas que incluem o uso industrial, agrícola, domésticos, comercial e até mesmo no lazer.
De uma forma geral, a exposição a substâncias químicas perigosas acima dos limites permissíveis
causam diversos tipos de danos, como, por exemplo: pneumoconiose, danos cerebrais e ao sistema
nervoso, asma e problemas cutâneos, incluindo câncer e doenças congênitas. Os danos causados pelas
substâncias perigosas podem ocorrer durante uma exposição crônica ou aguda, sendo que algumas
possuem a capacidade de se acumular no organismo.
A legislação mundial tem por objetivo minimizar os riscos para a saúde decorrente da utilização de
substâncias perigosas no local de trabalho. A tendência principal é eliminar e/ou substituir o uso de
substâncias perigosas. No Brasil, as Normas Regulamentadoras do MTE estabelecem requisitos
rigorosos para a proteção dos trabalhadores contra os riscos inerentes aos agentes químicos (gases,
vapores, e poeiras) e os agentes biológicos. Em complemento, a regulamentação de transporte, código
do consumidor e as normas regulamentadoras abordam questões e aspectos relacionados à
classificação, rotulagem e divulgação das informações a serem disponibilizadas nas etiquetas de
segurança, símbolos de risco e FISPQ.
Para ler este artigo na íntegra, Gestão de Higiene Ocupacional, adqüira o Livro em nosso
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Agentes Biológicos
Fundamentação Teórica
A exposição por contato com agentes biológicos podem causar dermatoses ocupacionais, ou funcionar
como fatores desencadeantes, concorrentes ou agravantes.A contaminação por contato pode ocasionar
dermatites. Constituem o grande grupo das substâncias causadoras de dermatoses. A não-utilização de
proteção adequada, ou sua utilização incorreta, ou ainda o uso de EPI de má qualidade e a não-
observância por parte do trabalhador das boas normas de higiene e segurança, podem ocasionar o
aparecimento de dermatoses ocupacionais.
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Cerca de 80% das dermatoses ocupacionais são produzidas por agentes químicos, substâncias
orgânicas e inorgânicas, irritantes e sensibilizantes. A maioria das dermatoses produzidas pelos agentes
químicos é do tipo irritativo e um número menor é sensibilizante. Os agentes biológicos também podem
causar dermatoses no caso de exposição, nas condições descritas abaixo:
b) Fungos e leveduras: São exemplos a monilíase interdigital, nas mãos de balconistas de bar;
as dermatofitoses, em tratadores de animais, em barbeiros, em atendentes de saunas, em
manipuladores de aves; a esporotricose, em jardineiros, horticultores e em operários que
manipulam palha para embalagem; a blastomicose, em trabalhos de abertura de picadas em
matas.
Cristiane Rapparini
Embora as condutas apropriadas a serem adotadas após a exposição sejam componentes importantes
de segurança no ambiente de trabalho, a prevenção contra exposição a sangue ou a outros materiais
biológicos é a principal medida para evitar a transmissão ocupacional dos patógenos de transmissão
sangüínea.
Em 1982, mesmo antes da identificação da etiologia da Aids, os CDC (EUA) recomendaram que os
profissionais de saúde deveriam prevenir o contato direto da pele ou das membranas mucosas com
sangue, secreções, excreções e tecidos de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Aids baseado nas
observações iniciais sugestivas de que a doença era causada por um agente transmissível. Pela
semelhança entre a distribuição e as formas de transmissão dos vírus da hepatite B e do HIV, as
recomendações para a prevenção de contaminação com o HIV enfatizavam as mesmas precauções
antes indicadas a pacientes que eram sabidamente infectados pelo vírus da hepatite B. Essas
precauções recomendadas, denominadas Precauções contra Sangue e Fluidos Corporais, incluíam
principalmente:
c) A lavagem das mãos após a retirada das luvas antes da saída do quarto dos pacientes e
também sempre que houvesse exposição a sangue;
Recomendações mais detalhadas sobre a prevenção da transmissão do HIV nos serviços de saúde
foram publicadas pelos CDC em 1985, sendo atualizadas em 1987 a partir da documentação sobre a
possibilidade de transmissão do HIV por contato mucocutâneo com sangue e da constatação de que a
infecção pelo HIV poderia ser desconhecida na maioria dos pacientes com risco de exposição dos
profissionais de saúde. Foi com base nessas conclusões que os CDC implementaram o conceito de
Precauções Universais.
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Também foram implementadas adaptações das Precauções Universais em outros lugares do mundo,
como em países da Europa, Canadá e no Brasil. Em 1991 também foram publicadas diretrizes similares
pela Organização Mundial de Saúde. Em 1996, os CDC (EUA) publicaram uma atualização das práticas
de controle de infecção hospitalar englobando a categoria de Isolamento de Substâncias Corporais e as
Precauções Universais no conceito de Precauções Básicas ou Precauções Padrão. Esse novo conceito
está associado à prevenção do contato com todos os fluidos corporais, secreções, excreções, pele não-
íntegra e membranas mucosas de todos os pacientes ao contrário das Precauções Universais, que eram
associadas somente aos fluidos corporais que pudessem transmitir o HIV e outros patógenos de
transmissão sangüínea.
Alguns trabalhos publicados demonstram que a freqüência de exposição a sangue foi reduzida em mais
de 50% quando os esforços foram direcionados na motivação para cumprimento das normas de
Precauções Universais. Entretanto, nenhuma dessas medidas de comportamento alcançou de forma
consistente uma redução satisfatória na freqüência de exposições percutâneas. Por esse motivo, outras
intervenções têm sido enfatizadas para prevenir o contato com sangue e outros materiais biológicos.
Entre elas: a implementação de ações administrativas; as medidas de controles de engenharia para
melhorar a segurança das agulhas para os profissionais de saúde; as mudanças nas práticas de
trabalho visando à implementação e ao desenvolvimento de uma política específica da revisão de
procedimentos e treinamento dos profissionais; e a adequação dos equipamentos de proteção
individual.
b) Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimento que envolva
material perfurocortante;
f) Não descartar material perfurocortante em saco de lixo comum, mesmo que seja branco;
e) Usar sapatos fechados (não de tecido) para proteção dos pés em locais úmidos, com presença
de material biológico ou onde haja risco de acidente percutâneo (Ex: consultório odontológico,
sala de coleta de exames, centro cirúrgico, centro obstétrico, centro de material e esterilização,
pronto-socorro e outros...).
As exposições associadas aos coletores de materiais perfurocortantes são freqüentes. Podem ocorrer
durante a tentativa de descarte de material perfurocortante, o acondicionamento ou a manipulação dos
coletores. Circunstâncias comuns de exposição são: coletores cheios acima do limite permitido; agulhas
ou outro material perfurocortantes projetados para fora do coletor; dificuldade de descarte do próprio
instrumento, como os escalpes; falta de coletores específicos para descarte de agulhas de coleta de
sangue a vácuo; montagem incorreta dos coletores; localização inadequada; coletores pequenos ou em
número insuficiente para um setor; e descarte incorreto com desconexão da agulha da seringa.
b) Não deve ser preenchido acima do limite de 2/3 de sua capacidade total;
c) Não deve ser deixado no chão, devendo estar sempre em local seguro;
e) Deve ser vedado com fita adesiva e colocado em saco branco leitoso, dar um nó e ser
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encaminhado para o destino final.
A falta de coletores próximos aos leitos ou às áreas de realização de procedimentos tem sido relatada
como um motivo para recapeamento de agulhas. A colocação de um coletor apropriado próximo ao
paciente tem demonstrado ser uma medida eficaz de prevenção. Para o transporte de materiais
biológicos devem ser tomados os seguintes cuidados:
c) Colocar o saco com as amostras em caixa térmica para transporte contendo gelo reciclável;
a) Após exposição em pele íntegra lavar o local com água e sabão ou solução antisséptica com
detergente (PVPI, clorexidina) abundantemente. O contato com pele íntegra não constitui
situação de risco;
b) Após exposição em mucosa lavar com soro fisiológico 0,0% ou água corrente em abudância,
repetindo a operação por várias vezes;
c) Se o acidente for percutâneo, lavar imediatamente o local com água e sabão ou solução
antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina);
f) Se o paciente fonte for conhecido, com situação sorológica desconhecida, colher após
aconselhamento e consentimento, sorologias para HIV, VHB, e VHC (dois tubos secos). Sempre
que possível realizar teste rápido para HIV no paciente fonte. Teste rápido: teste de triagem que
produz resultado em minutos, indicado para situações de emergência, devendo ser
obrigatoriamente confirmado através de testes confirmatórios. Para o teste rápido deverá ser
coletado em um tudo de tampa roxa (com anticoagulante).
Notificação do Acidente:
Conduta Pós-Acidente
e) Investigar outras situações de risco para aquisição de infecção pelo HIV, VHB e VHC do
profissional acidentado;
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b) Se o funcionário acidentado for do sexo feminino:
Abaixo é apresentado uma tabela com as principais normas a serem seguidas para a
garantia da biossegurança em serviços de saúde:
Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são todos os dispositivos de uso individual destinados a
proteger a integridade física do trabalhador, incluindo luvas, protetores oculares ou faciais, protetores
respiratórios, aventais e proteção para os membros inferiores. Segundo a recomendação de diferentes
órgãos, os empregadores são obrigados a fornecer os EPI adequados ao risco a que o profissional está
exposto e a realizar no momento da admissão do funcionário e de forma periódica, programas de
treinamento dos profissionais quanto à correta utilização. A adequação desses equipamentos deve levar
em consideração não somente a eficiência necessária para o controle do risco da exposição, mas
também o conforto oferecido ao profissional; se há desconforto no uso do equipamento, existe maior
possibilidade de o profissional deixar de incorporá-lo no uso rotineiro.
Modelos laboratoriais de exposição percutânea com agulhas demonstraram que o volume de exposição
aumenta com o aumento do calibre da agulha e com a profundidade da lesão. O volume do inóculo é
estimado em 0,3 a 0,5 microlitros de sangue no caso de uma lesão com 5 mm de profundidade
provocada por agulha de calibre 22. Quando não são usadas luvas a partir de uma exposição com
agulha com lúmen, o volume de sangue injetado pode ser duas vezes maior do que aquele resultante
de uma exposição no mesmo grau de profundidade provocada por agulha sólida.
O uso de luvas influencia de forma diferenciada exposições envolvendo agulhas com e sem lúmen. Em
um dos modelos, mais de 50% de sangue são efetivamente retirados das agulhas com lúmen e mais de
80% quando utilizadas agulhas de sutura, que ultrapassam uma ou mais camadas de luvas de látex ou
de vinil antes do contato com a pele do profissional de saúde exposto. É possível que o fato de uma
única luva poder reduzir até seis vezes o volume de sangue transferido por agulha sólida, mas somente
a metade no caso de uma agulha com lúmen, ocorra porque a luva só remove o sangue na superfície
externa da agulha. O uso de duas luvas reduz ainda mais a quantidade de sangue transferida pelos dois
tipos de agulhas.
O efeito dessa variável na magnitude do risco de infecção, entretanto, não foi quantificado, mas é
provável que lesões superficiais causadas por agulhas de sutura (sem lúmen) contaminadas com
sangue passando por luvas tenham um risco menor de contaminação do que as lesões provocadas por
agulhas com lúmen. Essa hipótese explica parcialmente a ausência observação de infecção comprovada
após a exposição com agulha de sutura. Apesar de não haver um beneficio comprovado de redução dos
riscos de transmissão de patógenos sangüíneos, o uso de duas luvas reduz de forma significativa a
contaminação das mãos por sangue. Desta forma, indica-se esta medida em situações com alto risco de
exposição como grandes cirurgias, atuação às cegas, etc. Apesar de o uso de dois pares de luvas ter
sido adotado por alguns cirurgiões, atribui-se a algumas razões a dificuldade no uso dessa medida,
como a redução da sensibilidade tátil e parestesias dos dedos.
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segurança. Com o esforço desenvolvido nessa área, mais de 300 patentes de equipamentos já haviam
sido requeridas no início da década de 90 nos EUA.
As principais características para o dispositivo ideal devem incluir os aspectos de segurança na sua
utilização tanto para o profissional quanto para o paciente, a facilidade no seu uso, a facilidade para
treinamento e o baixo custo de aquisição. Além disso, é preferível que esses dispositivos operem de
forma passiva, isto é, que o mecanismo de segurança seja ativado automaticamente quando o produto
é utilizado, característica ausente na maior parte dos dispositivos hoje disponíveis. A eficácia na
prevenção de exposições através da implementação desses mecanismos de segurança ainda é debatida
por alguns autores. Ainda que o uso desses dispositivos pareça ter um impacto importante na
prevenção de acidentes ocupacionais ocorridos após a utilização do dispositivo, existe maior dificuldade
na elaboração de dispositivos com mecanismos de segurança para prevenção de acidentes que ocorrem
durante a utilização e a realização de procedimentos.
Na Califórnia e em alguns outros estados americanos, recentemente, normas e leis foram publicadas
obrigando os serviços de saúde a manterem um programa de controle com registro detalhado de todas
as exposições a materiais perfurantes e cortantes e a implementarem as medidas de controle de
engenharia - utilização de dispositivos vasculares sem agulhas e de outros materiais cortantes com
dispositivos de segurança. Além da utilização de dispositivos vasculares com mecanismos de segurança
ou sem agulhas, estudos recentes têm evidenciado bons resultados na prevenção de exposições em
cirurgias. A substituição dos bisturis por eletrocautérios, novos projetos de materiais cortantes usados
em cirurgias e a utilização de agulhas de sutura de ponta romba, são medidas eficazes na prevenção de
acidentes, sem criarem dano ou riscos para o paciente ou dificuldades técnicas para realização do
procedimento.
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Agentes Físicos
Vibrações
1) Introdução
No ambiente industrial, é freqüente a simultaneidade entre ruído e vibrações. Entretanto, os efeitos que
estes dois agentes podem causar aos trabalhadores são diferentes:
Na realidade, as vibrações transmitem-se ao organismo segundo três eixos espaciais (x, y, z), com
características físicas diferentes, e cujo efeito combinado é igual ao somatório dos efeitos parciais,
tendo ainda em conta as partes do corpo a elas sujeitas. O resultado desta ação conjunta pode afetar:
As condições de conforto;
As condições de segurança e saúde;
A diminuição da capacidade de trabalho.
Vibrações livres
Quando um sistema vibra sem ação de forças externas. Neste caso, o sistema irá vibrar à sua
freqüência natural, que depende das suas inerentes propriedades (massa e rigidez).
Vibrações forçadas
Quando a vibração do sistema fica a mercê da intervenção de uma força externa. Neste caso, o
sistema vai vibrar com uma freqüência de excitação. Sob o ponto de vista físico, as vibrações
classificam-se em:
Vibrações Sinusoidais;
Vibrações Periódicas;
Vibrações Aleatórias.
A forma mais simples de um movimento vibratório é a sinusoidal, caracterizada pela sua amplitude (de
deslocamento, de velocidade ou de aceleração), pela freqüência e pelo inverso período.
As vibrações normalmente detectadas na indústria são de origem diversa e podem ser classificadas nas
seguintes categorias:
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c) Vibrações relacionadas a defeitos das máquinas.
As conseqüências das vibrações no corpo humano dependem essencialmente dos seguintes fatores:
Ressonância
Cada sistema tem uma freqüência própria. Quanto mais próxima a freqüência excitadora chega à
freqüência própria do sistema excitado, maior será a amplitude da oscilação forçada. Com isso, a
amplitude da oscilação forçada pode vir a ser maior que a oscilação excitadora. Esta manifestação é
chamada de ressonância. De maneira inversa, em cada sistema as oscilações também podem ser
diminuídas, fenômeno que se designa por amortecimento. Assim, por exemplo, as oscilações verticais
das pernas são significativamente amortecidas ao estar em pé. Especialmente forte é o amortecimento
dos tecidos do corpo para as freqüências de 30 Hz. Então, com uma freqüência de excitação de 35 Hz,
as amplitudes das oscilações são reduzidas a 1/2 na mão, no cotovelo a 1/3 e nos ombros.
Danos à saúde
A repetição diária das exposições a vibrações no local de trabalho pode levar a modificações doentias
das partes do corpo atingidas. O tipo de doença é diferente para as duas partes do corpo mais sujeitas
às vibrações:
As oscilações verticais, que penetram no corpo que está sentado ou de pé sobre bases
vibratórias (veículos), levam preferencialmente a manifestações de desgaste na coluna vertebral;
As oscilações de ferramentas motorizadas geram, principalmente, modificações doentias em
mãos e braços.
As conseqüências das vibrações mecânicas transmitidas a todo o corpo refletem-se sobretudo na coluna
vertebral, com o aparecimento de hérnias, lombalgias etc, e podem ser classificadas em duas
categorias correspondentes a duas classes de freqüências vibratórias:
b) As vibrações de freqüências baixas e médias (de alguns Hertz a algumas dezenas de Hertz)
correspondem perturbações de tipos diferentes:
É no sistema braço-mão que as conseqüências das vibrações são mais severas. Nas ferramentas
motorizadas, atingem-se altas acelerações oscilatórias nas mãos e na articulação do
pulso.Trabalhadores usando há anos ferramentas motorizadas (ex: moto-serras ou martelos
pneumáticos) podem apresentar diversas patologias nas mãos e braços, tais como a doença de
Raynaud (“dedos mortos”).
A exposição diária a vibrações excessivas durante vários anos pode originar danos físicos permanentes
que resultam normalmente na denominada Síndrome dos Dedos Brancos, ou em lesões dos músculos e
articulações do pulso e/ou do cotovelo. Elas manifestam-se através dos "dedos mortos". Com isto,
alguns dedos ficam de – normalmente o dedo médio – brancos a azulados, frios e sem tato. Após algum
tempo, os dedos voltam a ficar vermelhos e doloridos. Esta doença tem por base a contração
espasmódica dos vasos sangüíneos e é conhecida também como doença de Raynaud.
Tais doenças são observadas em trabalhadores em minas, que utilizam perfuradoras leves a ar
comprimido com altas freqüências. Além disso, os trabalhadores florestais também são atingidos por
estas doenças, pois trabalham muito com moto-serras a freqüências de 50 a 200 Hz.
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Os "dedos mortos" surgem, no máximo, após seis meses de trabalho com uma ferramenta vibratória.
Para isto, o frio parece ter uma grande importância. A doença surge mais nos países nórdicos do que
nos países quentes. Supõe-se que o frio aumenta a sensibilidade dos vasos sangüíneos às vibrações e
promove a constrição dos vasos.
Em trabalhadores que usam ferramentas motorizadas a altas freqüências, são observadas também
perturbações da circulação e da sensibilidade. Como exemplo destas máquinas, podem referir-se as
polidoras com 300 a 1.000 Hz. Surgem inchaços dolorosos com perturbações da sensibilidade nas
mãos, que, muitas vezes, não são passageiras.
O controle de vibrações na origem é, geralmente, eficiente, mas pode não ser exeqüível se forem
necessários novo desenho do equipamento ou modificação onerosa:
Isolamento da fonte
Quando não for possível eliminar a fonte, esta pode ser isolada, para que o trabalhador não entre em
contacto direto com ela. Esse isolamento pode ser feito pela distância, afastando-se a fonte ou usando-
se algum tipo de material isolante para enclausurar a fonte de vibrações. Uma forma parcial de isolar a
fonte é conseguida evitando-se as pegas muito apertadas, sempre que não for necessário transmitir
força para as ferramentas manuais.
Controle da transmissão
Quando não se pode agir sobre os esforços excitadores, é preciso atuar sobre a transmissão. controle
de vibrações através de alterações no percurso de transmissão pode revestir duas formas:
Suprimir o meio transmissor (ex: separar a cabine de uma estrutura vibrátil – anteriormente
solidárias);
Realizar montagens anti-vibratórias:
Itrodução de elementos resilientes, tais como molas ou apoios em borracha (ou, ainda,
em fibra de vidro ou cortiça) que reduzem a transmissão de energia vibratória;
Tatamento amortecedor dos elementos estruturais que compõem o percurso de
transmissão, de modo a absorver parte da energia vibratória produzida.
7) Proteção do Trabalhador
Se as providências anteriores não forem suficientes, pode-se proteger o trabalhador com certos
equipamentos, como botas e luvas, que ajudam a absorver as vibrações. No caso de ruídos, podem ser
usados também os protetores auriculares. O uso desses equipamentos de proteção individual deve ser
cuidadosamente considerado, pois a maioria dos trabalhadores não gosta de utilizá-los. Também,
porque os equipamentos costumam ser eficientes apenas em determinadas freqüências de vibrações.
8) Instrumentos de Medida
Acelerômetros
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U transdutor (ou captador);
Um dispositivo de amplificação (elétrico, mecânico ou óptico);
Um indicador ou registrador de amplitude ou de nível.
Analisadores de freqüência
Ruídos
1) Introdução
O ruído é uma das formas de poluição mais evidentes na indústria e no ambiente em geral, afetando o
homem nos planos físico, psicológico e social e podendo:
Dá-se o nome de som a toda a vibração mecânica que se propaga num meio elástico, desde que as
freqüências que a compõem se encontrem dentro de uma determinada faixa audível (produzam uma
sensação auditiva). Sob o ponto de vista físico, o som puro consiste de um movimento ondulatório
harmônico simples produzido num meio elástico (normalmente o ar) por uma vibração.
Freqüência (f)
A freqüência de um fenômeno periódico como uma onda sonora é o número de vezes que o dito
fenômeno se repete por unidade de tempo. Em acústica, pode definir-se como o número de vezes que a
pressão oscila em torno da pressão atmosférica, por unidade de tempo. A unidade de medida é o Hertz,
que é o número de pulsações/vibrações de uma onda acústica sinusoidal durante um segundo. A
freqüência também afeta a perturbação causada pelos sons, uma vez que as altas freqüências
incomodam mais do que as baixas.
A margem de freqüência audível normal para pessoas jovens situa-se entre 20 e 20 000 Hz.
A margem de freqüência audível normal para pessoas jovens situa-se entre 20 e 20 000 Hz.
Nas baixas freqüências, as partículas de ar vibram lentamente e produzem sons graves
Nas freqüências altas, as partículas vibram rapidamente e originam sons agudos.
Tom puro
Uma onda sonora composta por uma única freqüência chama-se tom puro. Todas as ondas sonoras
podem decompor-se numa ou mais ondas harmônicas simples.
Período (T)
É o tempo transcorrido para completar uma oscilação completa ou completar um ciclo. A unidade de
medida é o segundo (s).
Amplitude (A)
É a deslocação máxima do ponto em vibração em relação ao seu ponto de equilíbrio. Entre os picos
máximo e mínimo (expansão e compressão máximas), o espaço existente é o dobro da amplitude.
3) Análise Espectral
Como a maior parte dos sons não sons puros, mas, sim, ruídos complexos resultantes da combinação
de várias freqüências, é necessário analisá-los em freqüência. Isto se consegue fazendo passar o sinal
através de um filtro que apenas deixa passar uma banda ou gama de freqüências. A amplitude do sinal
filtrado determinará, então, o nível sonoro dessa freqüência. Em acústica, os filtros mais utilizados são
os de oitava e 1/3 de oitava.
Na realidade, são raros os sons puros, ou seja, aqueles representados por um só movimento harmônico
simples. Pelo contrário, na prática, existe uma sobreposição de várias sinusóides, cujo estudo terá que
ser efetuado através da análise de Fourier.
Quando o som é produzido por uma fonte sonora com uma potência (P), dá-se uma transferência de
energia da fonte para as moléculas de ar adjacentes.
Potência sonora
É o fluxo de energia acústica (sonora) (N.m) por unidade de tempo (s). A unidade é o Watt (N.m.s-1).
Intensidade sonora
O fluxo médio de energia acústica que atravessa uma unidade de superfície perpendicular à direção de
propagação, por unidade de tempo, é designado Intensidade Sonora ( I ). A unidade é o W.m-2.
Pressão sonora
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É o valor instantâneo do desvio de pressão (em relação à pressão estática), devido à perturbação
acústica, percebido pelo ouvido. A unidade é o N.m-2 ou Pascal ( Pa ).
O mínimo de energia sonora (nível zero de audição), à freqüência de 1000 Hz que o aparelho auditivo
possa discriminar, equivale a:
Com uma faixa de audibilidade para a pressão sonora entre 0,00002 e 200 N.m-2 , a utilização de
escalas lineares conduziria a números muito grandes. Além disso, sabe-se que o ouvido humano
responde de uma forma logarítmica e não linear aos estímulos sonoros. Por estas razões, optou-se por
exprimir os parâmetros sonoros como uma relação logarítmica entre os valores medidos e os valores de
referência. A esta escala logarítmica chama-se decibel ou dB.
Um nível de intensidade ou de pressão de um som acima do limiar é determinado com relação ao nível
zero, e indica quantas vezes a intensidade ou pressão desse som é maior do que a intensidade de
referência ( l 0=10-12W.m-2) ou maior do que a pressão de referência ( P 0=200 N.m-2), que determina
o nível zero na escala logarítmica (decibel). Adotam-se os seguintes símbolos: L i para nível de
intensidade sonora, e L p para nível de pressão sonora.
5) Tipos de Ruído
6) Audibilidade
Curvas de ponderação
Do exposto, conclui-se que, para que um equipamento de medição de ruído se comporte como o ouvido
humano, é necessário introduzir-lhe um filtro. Estes filtros têm a particularidade de atenuar o sinal
sonoro, de acordo com as curvas de ponderação normalizadas internacionalmente e que seguem as
curvas isofônicas. A mais importante é, sem dúvida, a curva de ponderação A, por ser aquela que
melhor correlaciona os valores medidos com a incomodidade ou risco de trauma auditivo do sinal
sonoro.
Os níveis sonoros industriais e exteriores flutuam ou variam de maneira aleatória com o tempo. No
entanto, pode-se medir um valor médio, designado por nível equivalente (Leq).O Leq é definido como o
nível sonoro contínuo equivalente, expresso em db(A), que contém a mesma energia sonora total que o
ruído não uniforme medido no mesmo intervalo de tempo.
Dose de ruído
A dose de ruído é o nível sonoro equivalente ponderado (A) a que um trabalhador está sujeito durante
um período de referência, que pode ser de 8 horas diárias ou de 40 horas semanais. Nível de ação: o
nível de ação da "exposição pessoal diária de um trabalhador ao ruído durante o trabalho" é igual a 85
dB (A).
7) Instrumentos de medida
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Sonômetros;
Dosímetros
O ruído afeta o homem em níveis físicos, psíquicos e sociais. De uma forma direta, pode dar origem a:
A exposição a níveis sonoros elevados pode conduzir à diminuição permanente da capacidade auditiva,
por traumatismos no ouvido interno. Este tipo de trauma é irreversível.
O risco de perda auditiva aumenta com o nível sonoro e com o tempo de exposição, mas depende
também das características do som. Além disso, a sensibilidade ao ruído varia significativamente de
indivíduo para indivíduo. Há pessoas que podem ser afetadas em pouco tempo, enquanto outras
trabalham durante muitos anos em ambientes caracterizados por níveis de ruído elevados, sem
apresentarem perdas auditivas significativas. Normalmente, exposições de curta duração em ambientes
ruidosos levam a uma redução temporária da capacidade auditiva. Se o ruído não for muito intenso e o
período de exposição demasiado elevado, a capacidade auditiva é recuperada após um período de
repouso em ambiente calmo.
As medidas de controle do ruído podem ser resumidas de maneira sucinta intervindo em três áreas:
- Suportes antivibrantes
- Enclausuramento integral
- Eliminação ou substituição com máquina mais silenciosa - Isolamento em cabine silenciosa
- Enclausuramento parcial
- Modificação no ritmo de funcionamento da máquina - Redução do tempo de exposição
- Barreiras
- Aumento da distância e redução da concentração de máquinas - Equipamentos de proteção individual
- Silenciadores
- Tratamento fonoabsorvente
As normas de proteção dos trabalhadores contra os riscos decorrentes da exposição ao ruído durante o
trabalho consideram os valores abaixo indicados como limiares em relação aos quais são preconizadas
determinadas medidas preventivas e/ou corretivas.
Ambiente térmico
O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas do posto de trabalho que
influenciam o organismo do trabalhador. Assim, é um fator importante que intervém, de forma direta ou
indireta, na saúde e bem estar do mesmo e na realização das tarefas que lhe estão atribuídas.
Conforto térmico
O homem é um animal homeotérmico, de sangue quente, que, para sobreviver, necessita de manter a
temperatura interna do corpo (cérebro, coração e órgãos do abdômen) dentro de limites muito
estreitos, a uma temperatura constante de 37 ºC. Isso obriga a uma procura constante de equilíbrio
térmico entre o homem e o meio envolvente, que tem influencia nessa temperatura interna, podendo
um pequeno desvio em relação a este valor indiciar a morte. Quando existe a percepção psicológica
desse equilíbrio, pode-se falar de conforto térmico, que é definido pela ISO 7730 como:
”um estado de espírito que expressa satisfação com o ambiente que envolve uma pessoa (nem
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quente nem frio)”.
É, portanto, uma sensação subjetiva que depende de aspectos biológicos, físicos e emocionais dos
ocupantes, não sendo, desta forma, possível satisfazer todos os indivíduos que ocupam um recinto, com
uma determinada condição térmica. Um ambiente neutro ou confortável é um ambiente que permite
que a produção de calor metabólico se equilibre com as trocas de calor (perdas e/ou ganhos)
provenientes do ar à volta do trabalhador. Fora desta situação de equilíbrio, podem existir situações
adversas em que a troca de energia calorífica constitui um risco para a saúde da pessoa, pois, mesmo
tendo em conta os mecanismos de termoregulação do organismo, não conseguem manter a
temperatura interna constante e adequada. Nestas situações, fala-se em stress térmico, por calor ou
frio.
Condução: Usando a transferência de calor se realiza através de sólidos ou líquidos que não
estão em movimento (ex: contato entre um corpo quente e um frio).
Convecção: Quando a transferência de calor se realiza através dos fluidos em movimento e, por
isso, só tem lugar nos líquidos e nos gases (ex: o movimento do ar).
Radiação: Todas as substâncias irradiam energia térmica sob a forma de ondas
eletromagnéticas. Quando esta radiação incide sobre outro corpo, pode ser parcialmente
refletida, transmitida ou absorvida. Apenas a fração que é absorvida surge como calor no corpo.
Evaporação: Uma via de grande importância em fisiologia é a evaporação, que constitui uma
perda de calor. Esta evaporação, através da sudação, dá-se na pele e arrefece a sua superfície.
A sensação de conforto térmico depende do equilíbrio térmico entre a produção de energia pelo
corpo somado dos ganhos de energia do meio e as perdas para o mesmo, com o objetivo de
manter a temperatura interna do corpo em cerca de 37 ºC.
Variáveis Individuais
Tipo de atividade;
Vestuário;
Aclimatação.
Variáveis Ambientais
Temperatura do ar;
Umidade relativa do ar ou pressão parcial de vapor;
Temperatura média radiante das superfícies vizinhas;
Velocidade do ar.
Para avaliar as situações a que está submetido um trabalhador exposto a determinadas condições
ambientais e de trabalho, utilizam-se métodos ou critérios objetivos, que se determinam principalmente
em função de:
Temperatura do ar;
Umidade do ar;
Calor radiante;
Velocidade do ar;
Metabolismo;
Vestuário.
A sobrecarga térmica ou stress térmico que relaciona a exposição do corpo humano a ambientes
de temperaturas extremas;
O conforto térmico que, não envolvendo temperaturas extremas, relaciona a temperatura,
umidade e velocidade do ar existentes nos locais que, no seu conjunto, podem provocar
desconforto.
Qualquer uma destas situações pode ser medida com base em técnicas especiais, calculando-se índices
que informam sobre a qualidade ambiental do local de trabalho:
Indicador para avaliar a sobrecarga térmica é o índice WBGT1 – Norma ISO 7.243 (1989);
Conforto térmico é medido através dos índices PMV2 e PPD3 – Norma ISO 7.730 -1994.
Qualquer um destes índices é calculado com base em medições de temperatura, umidade relativa,
velocidade do ar, calor radiante e em dados sobre o vestuário dos trabalhadores presentes no local e na
sua atividade. Os cálculos deverão ser efetuados por um especialista, pois são complexos. Algumas
condições são essenciais para assegurar um bom conforto térmico. Independentemente dos resultados
de uma avaliação mais rigorosa, podem ser tomadas algumas medidas de caráter geral com a
finalidade de se obterem condições ótimas de trabalho. São elas:
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A regulação da temperatura e a renovação do ar devem ser feitas em função dos trabalhos
executados e mantidas dentro de limites convenientes para evitar prejuízos à saúde dos
trabalhadores. Nos termos da legislação em vigor sobre locais de trabalho, o caudal médio de ar
fresco e puro deve ser de, pelo menos, 30m3 por hora e por trabalhador. Poderá ser aumentado
até 50m3 sempre que as condições ambientais o exijam – por exemplo, em locais onde se
realizem soldaduras.
Também segundo a legislação em vigor, a temperatura dos locais de trabalho deve, na medida
do possível, oscilar entre 18ºC e 22ºC, salvo em determinadas condições climatéricas, em que
poderá atingir os 25ºC. A umidade da atmosfera de trabalho deverá oscilar entre 50% e 70%;
Quando, por diversos fatores, não for possível ou conveniente modificar as condições de
temperatura e umidade, deverão ser adotadas medidas que protejam os trabalhadores contra
temperaturas e unidades prejudiciais, através de medidas técnicas localizadas ou meios de
proteção individual ou, ainda, pela redução da duração dos períodos de trabalho no local. Não
devem ser adaptados sistemas de aquecimento que possam prejudicar a qualidade do ar
ambiente;
Nos locais de trabalho onde a temperatura é elevada, devem ser colocadas barreiras, fixas ou
amovíveis, de preferência à prova de fogo, para proteger os trabalhadores contra radiações
intensas de calor. Devem ainda ser fornecidos equipamentos de proteção individual, tais como
luvas, aventais, uniformes etc, e deverá ser previsto o fornecimento de bebidas para evitar a
desidratação;
Pelo contrário, em locais de trabalho de baixa temperatura, deve ser fornecido aos trabalhadores
vestuário de proteção adequado e bebidas quentes;
As tubulações de vapor e água quente ou qualquer outra fonte de calor devem ser isoladas, de
forma a evitar radiações térmicas sobre os trabalhadores, ou perda de energia por parte destes
fluidos em termos do processo produtivo;
Em relação à qualidade do ar, devem existir na empresa sistemas de aspiração de fumos e/ou
poeiras, sistemas de aspiração sobre os locais de utilização de produtos nocivos e deverá existir
sempre uma renovação regular de ar das instalações .
As correntes de ar devem ser sempre evitadas pelo que, na implementação dos postos de
trabalho, deverá ter-se sempre em consideração esse fato;
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Fonte: Belgo Siderurgia S.A. - Trefilaria de São Paulo - Equipe de Segurança do Trabalho, coordenada pela Engenheira de
Segurança do Trabalho Luci Amaral de Oliveira.
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