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28/7/2009 NR Comentada Online

NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

NR 9 - PROGRAMAS DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS -


PPRA

INTRODUÇÃO
A nona norma regulamentadora do trabalho, cujo título é "Programa de Prevenção de Riscos
Ambientais", estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte dos
empregadores do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), visando à preservação da
saúde e integridade física dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e
conseqüente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho.

DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

Decreto-Lei 5.452 de 01/05/1943 - Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho - Capítulo V


do Título II da CLT - Segurança e Medicina do Trabalho.
Lei 9.032 , de 29/04/95 - Apresenta os critérios legais para a reforma Aadv.br/93413-
86.htm">Decreto 93.413 de 15/10/86 - Convenção OIT 148 - Proteção dos trabalhadores
contra os riscos profissionais devido à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de
trabalho.
Decreto 157, de 02/07/91 - Decreta a Convenção OIT 139 e 147 - Prevenção e controle
dos riscos profissionais causados por substâncias cancerígenas.
Decreto 1.254 de 29/09/94 - Convenção OIT 155 - Segurança e Saúde dos Trabalhadores e o
Meio Ambiente de Trabalho.
Decreto 1.253, de 27/09/94 - Decreta a Convenção OIT 136 - Proteção contra os riscos de
intoxicação provocados pelo benzeno.
Decreto 2.657, de 03/07/98 - Aprovou a Convenção OIT 170 - Segurança na Utilização de
Produtos Químicos.
Decreto 3.048, de 06/05/99 - Republicado em 12/05/99 - Altera o Regulamento da Previdência
Social e obriga a empresa a dar condições adequadas de trabalho.
Decreto 4.882, de 18/11/03 - Altera Dispositivos do Regulamento da Previdência Social,
validando as Normas de Higiene Ocupacional da Fundacentro como referência técnica e legal a
ser utilizada.
Portaria Interministerial MTE, MAPAS, MS 04 , de 31/07/91 - Procedimentos no manuseio
do gás óxido de etileno, e suas misturas, destinado ao processo de esterilização de materiais.
Portaria MTE 08 , de 05/10/92 - Estabelece os limites de tolerância para o manganês e seus
compostos, já efetuada no texto.
Portaria MTE 34 , de 20/12/01 - Protocolo para a Utilização de Indicador Biológico da Exposição
Ocupacional ao Benzeno.
Portaria MTE 25 de 29/12/94 - Altera o texto da NR 9 e cria o PPRA.
Instrução Normativa MTE 01 e 02 , de 20/12/95 - Introduz os critérios para a avaliação de
benzeno em acidentes de trabalho, já efetuada no texto.
Portaria Interministerial 775, de 28/04/2004 - Proibe a comercialização de produtos
acabados que contenham benzeno em sua composição, admitindo, porém, alguns percentuais.
Portaria Interministerial 776, de 28/04/2004 - Dispõe sobre a regulamentação dos
procedimentos relativos à vigilância da saúde dos trabalhadores expostos ao benzeno.
Portaria MTE 43 , de 11/03/2008 - Proíbe o processo de corte e acabamento a seco de rochas
ornamentais e altera a redação do anexo 12 da NR-15.
Instrução Normativa INSS 20 , de 11/10/07 Atualiza os critérios a serem adotados pelas
áreas de Benefícios e da Receita Previdenciária. Trata de assuntos relacionados à emissão da
CAT, PPP e LTCAT.
Resolução RDC 20 , de 02/02/2006 - Regulamento Técnico para o funcionamento de serviços
de radioterapia, visando a defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do
público em geral.
Resolução CNEN - NE-3. 01. Avaliação da exposição às radiações ionizantes;
Resolução RDC 20 , de 02/02/2006 - Regulamento Técnico para o funcionamento de serviços
de radioterapia, visando a defesa da saúde dos pacientes, dos profissionais envolvidos e do
público em geral.
Norma Fundacentro NHO 01 - Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico - Avaliação
da Exposição Ocupacional ao Ruído
Norma Fundacentro NHO 02 - Norma de Higiene Ocupacional Método de Ensaio: Análise
Qualitativa da Fração Volátil (vapores Orgânicos) Em Colas, Tintas e Vernizes Por Cromatografia
Gasosa / Detector de Ionização de Chama
Norma Fundacentro NHO 03 - Norma de Higiene Ocupacional Método de Ensaio: Análise
Gravimétrica de Aerodispersóides Sólidos Coletados Sobre Filtros e Membrana
Norma Fundacentro NHO 04 - Norma de Higiene Ocupacional Método de Ensaio: Método de Coleta
e a Análise de Fibras Em Locais de Trabalho
Norma Fundacentro NHO 05 - Norma de Higiene Ocupacional Procedimento Técnico - Avaliação
da Exposição Ocupacional aos Raios X nos Serviços de Radiologia
Norma Fundacentro NHO 06 - Norma de Higiene Ocupacional - Avaliação da Exposição
Ocupacional ao Calor
Norma Fundacentro NHO 07 - Normas de Higiene Ocupacional - Calibração de Bombas de
Amostragem Individual pelo Método de Bolha de Sabão

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Norma Fundacentro NHO 08 – Procedimento de Coleta de Aerodispersóides Sólidos em Filtros
de Membrana.
Nota Técnica DSST 06 , de 23/04/2003 - Responsável pela elaboração do Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA
Nota Técnica DSST 02 , de 18/02/2004 - Cobrança de PPRA e respectiva Anotação de
Responsabilidade Técnica – ART em fiscalização.
Nota Técnica DSST 01 , de 14/01/2005 - Definição de Médico do Trabalho
Nota Técnica DSST 12 , de 09/02/2004 - Perfil Profissiográfico Previdenciário - PPP
ISO 2.631 e ISO/DIS 5.349 Metodologia para avaliação de vibrações em corpo inteiro.
Norma ABNT - NBR 14.725 - Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos.
Normas NIOSH - National Institute of Occupational Safety and Health Administration - Normas de
avaliação de higiene ocupacional.
Manual da ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Higyenists - Manual com
os limites de exposição aplicáveis à indústria.

COMENTÁRIOS DA NR 9
A seguir serão apresentados os comentários da NR 9 indicando os itens e subitens do texto legal
publicado no Volume 1 - Legislação de Segurança e Saúde Ocupacional.

Referências - Item 9.1 / Subitem 9.1.1 - Do Objeto e Campo de Aplicação

O PPRA é um programa de Higiene Ocupacional e um dos documentos mais importantes para


garantir a saúde ocupacional dos trabalhadores urbanos e rurais. O PPRA deve ser elaborado
para servir de base na elaboração do PCMSO, além de ser um elemento importante para a
implementação de ações visando à eliminação da insalubridade.

A legislação previdenciária obriga a elaboração e manutenção do Perfil Profissiográfico


Previdenciário (PPP). A partir da IN INSS 11/06 (Art. 161), é possível substituir o LTCAT pelo
PPRA.

Referências - Subitem 9.1.2 - Do Objeto e Campo de Aplicação

O Art. 2 da CLT considera empregador a empresa, individual ou coletiva, que assumindo os


riscos da atividade econômica, admite, paga salário e dirige a prestação de serviços. Equiparam-
se ao empregador para efeitos legais: profissionais liberais, instituições beneficentes,
associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos que admitem trabalhadores
como empregados. Esta NR se aplica a todas as empresas regidas pela CLT (micro, pequena,
média e grande seja dos setores industrial, comerciário ou de serviços, da área urbana ou rural),
não importando o tipo de atividade, risco ou número de funcionários.

O PPRA deve ser elaborado tanto para um escritório de contabilidade com 40 funcionários quanto
para um posto de gasolina com quatro funcionários. A diferença entre um e outro é a forma de
elaboração. Para um escritório de contabilidade, basta realizar o trabalho de reconhecimento,
registro e divulgação de dados. Para o posto de gasolina, provavelmente, terão que ser
implantadas medidas de controle e monitoramento da exposição aos riscos ambientais.

Em seu texto legal, a NR 31 não apresenta explicitamente a exigência da elaboração do PCMSO


(NR 7) e do PPRA (NR 9). Entretanto, exige que sejam identificados e divulgados os riscos
provenientes das atividades, além de realizados levantamentos ambientais e exames médicos à
custa do empregador (item 31.3.3). Desta forma, entendemos que tanto a NR 7 (PCMSO) quanto
a NR 9 (PPRA) se aplicam às atividades rurais cobertas pela NR 31. Esta tem como respaldo legal
a Constituição Federal de 1988, que equiparou o trabalhador urbano ao rural, garantindo a todos
os mesmos direitos ao trabalho seguro, saudável e digno.

Qualquer pessoa responsável pela elaboração do PPRA poderá assinar o documento que num
primiero momento estará caracterizado pelo Documento Base (ver item 9.3). Destaca-se que os
levantamentos ambienais são trabalhos complementares ao PPRA e dizem respeito ao item 9.3.7
(Monitoramento), sendo documento de referência que devem ser assinados por engenheiro de
segurança do trabalho e/ou médico do trabalho para que possam ser usados para fins de
caracterização de atividade ou operação insalubre (Art. 195 da CLT) e aposentadoria especia.
Tão importante queanto atender aos auditores fiscais da DRT, é estar atento à possíveis
transtornso envolvendo a Promotoria Pública do Trabalho, que possuem poder de questionar
assuntos técncios trtados inadequadamente.

O Documento Base do PPRA irá conter o Cronograma de Ações indicando a necessidade de


realizar monitoramento ambiental dos agentes físicos e químicos visando a implementação de
medidas de controle. Lembres-se o objetivo maior do PPRA é organizar um programa de Higiene
Ocupacional que possa eliminar, neutralizar, atenuar ou isolar que possa resultar em danos à
saúde do trabalhador.

Embora o Crea esteja verificando se no PPRA foi anexado qualquer documento na forma de
Lauto Técnico com emissão de ART - Anotação de Responsabilidade Técnica, o MTE já se
posicionou sobre assunto através da Nota Técnica DSST 20 de 18/02/2004 que está questão nâo
faz parte das exigências da NR 9. A Nota Técnica do DSST nº 02, de 18 de fevereiro de 2004,
afirma que apenas o MTE é competente para fiscalizar o cumprimento da NR-09 e assim o
desenvolvimento do PPRA. Isso significa que os fiscais do sistema Crea/Confea não podem
fiscalizar o PPRA. Essa confusão ocorre devido a uma resolução do sistema Crea/Confea que diz

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que só os engenheiros de segurança podem assinar o PPRA, mas isso é em relação a seus pares
e não a outros profissionais. Trata-se de um ato administrativo que só pode ser aplicado aos
engenheiros do sistema e não ao resto da sociedade, pois não tem força de lei.

O recolhimento de uma ART não está relacionado com a elaboração do PPRA, uma coisa não
está associada a outra, ou seja não é necessário recolher uma ART para elaborar um PPRA uma
vez que a própria Norma dá o direito de qualquer pessoa designada pela empresa assim o
elaborar. Logo ela não é obrigada a estar legalmente habilitada para tal, pois não está registrada
em nenhum conselho de classe ou ao MTE. A ART pode sim ser também aberta pelo técnico,
mas não pelo de segurança, pois o mesmo não é regido pelos conselhos de classe, mas sim pelo
MTE. Ora, se um técnico de segurança não é habilitado por esses conselhos, e como uma ART é
um documento pertencente ao sistema CONFEA o técnico não pode abrir uma ART.

Assim o fiscal do sistema Crea/Confea pode fiscalizar se quem está assinando o PPRA é um
engenheiro de segurança ou um engenheiro civil, por exemplo, o que seria proibido por essa
resolução. Mas a fiscalização do desenvolvimento do PPRA como um todo é prerrogativa do MTE.
Só ele poderá fiscalizar a ação do técnico de segurança, do médico do trabalho e do engenheiro
de segurança sobre a NR-09 e o PPRA. A NR-09 ainda aponta que o profissional encarregado
para elaborar, implementar e acompanhar o PPRA deve ser um profissional capacitado para
realizar essas atribuições. Fica a critério do empregador escolher os profissionais capazes, que
devem ter o conhecimento técnico do processo produtivo e os riscos associados ao mesmo assim
como de técnicas de avaliação e medidas de controle. Mas não há exigência de que esse deva
ser um engenheiro de segurança, ou seja, o técnico de segurança assim como outro profissional
capacitado pode fazer esse trabalho.

Concluindo, o técnico de segurança do trabalho ou qualquer profissional do SESMT ou pessoa


responsável indicada pelo empregador poderá assinar o PPRA e cabe ao MTE fazer a fiscalização
sobre o atendimento aos requisitos previstos na NR 9. No entanto, o técnico de segurança deve
tomar alguns cuidados. Não deve usar a nomenclatura laudo no relatório de avaliação ambiental
que acompanha o PPRA e sim parecer técnico e tão pouco fazer conclusões da presença ou não
de insalubridade, pois essa questão caracteriza um laudo e segundo o artigo 195 da CLT, o laudo
é uma prerrogativa do médico do trabalho e do engenheiro.

Referências - Subitens 9.1.3 e 9.1.4 - Do Objeto e Campo de Aplicação

Para que realizar uma boa auditoria é necessário ter à disposição algumas ferramentas, que
podem ser usadas isoladamente ou em conjunto desde que as condições o permitam. Entre as
ferramentas "auxiliares", devem constar programas de caráter "oficial" como PCMSO, PCMAT,
PCA, PPR (Programa de Proteção Respiratória), entre outros desenvolvidos pela própria
empresa, independentes da legislação.

As auditorias de sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional devem incluir a


verificação do PPRA e suas ações de modo a identificar possíveis desvios na sua elaboração ou
implementação.

A abrangência do maior número possível de informações levará a um quadro real da situação da


saúde ocupacional, permitindo ainda a correlação de possíveis distorções. O item 9.1.3.
determina que o PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa no
campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado
com o disposto nas demais NR, justificando a verificação de sua interface com outros programas
preventivos.

É importante evidenciar se o PPRA se encontra alinhado com o PCMSO, conforme estabelece o


item 9.1.3. É muito comum encontrar nas empresas a realização do PCMSO sem a existência de
um PPRA. Este aspecto, de imediato, nos mostra o não atendimento ao item 9.1.3.

Segundo a NR 9, não é possível existir um PCMSO bem estruturado sem a existência do PPRA
atualizado. No entanto, na prática, este desvio ainda é comum principalmente quando estes
documentos são elaborados por consultorias. É habitual médicos do trabalho afirmarem que
fazem seu PCMSO pela "experiência", mesmo não existindo o PPRA. Isto deve ser uma não
conformidade a ser corrigida dentro dos sistemas de gestão.

A importância das áreas de engenharia e medicina do trabalho em atuar em conjunto visa,


primeiramente, a identificar os riscos ambientais a que o trabalhador se encontra exposto.
Depois, é que são definidos os exames médicos necessários para realizar o monitoramento
biológico.

Referências - Subitem 9.1.5 - Do Objeto e Campo de Aplicação

Os agentes ambientais químicos, físicos e biológicos estão relacionados nos anexos da NR 15.
Abaixo, confira alguns exemplos de trabalhos que expõem os trabalhadores a estes agentes:

a) Agentes químicos: pintura à pistola com esmaltes, tintas, vernizes e solventes contendo
hidrocarbonetos aromáticos; fundições; fabricação e manuseio de álcali cáustico; limpeza de
peças e motores com óleo diesel aplicado sob pressão; entre outros;

b) Agentes físicos: atividades em pátio de aeroportos, atividades metalúrgicas, frigorífico,


operação de equipamentos pneumáticos, entre outros;

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c) Agentes biológicos: atividades em hospitais e laboratórios, curtumes, trabalhos em esgotos,
galerias, cemitérios, entre outros.

A exposição aos agentes biológicos tem características especiais no trabalho rural. A expressão
"outros," citada no item 9.1.5.3, inclui a exposição aos animais peçonhentos como escorpião,
cobras, aranhas e outros que possuam características venenosas. Desta forma, o PPRA deve
identificar estas atividades de modo que sejam direcionadas campanhas de prevenção e cursos
de primeiros socorros para esta finalidade.

O PPRA não deve ser confundido com o Mapa de Risco, já que o primeiro é um programa de
higiene ocupacional e o segundo um estudo qualitativo realizado pelo próprio trabalhador,
através da CIPA, levando-se em consideração, também, os riscos ergonômicos e os riscos de
acidentes.

Comparando a antiga redação da NR 9 (1978) com a nova dada pela Portaria 25 (29/12/94), esta
última é mais moderna e completa, já que em relação à anterior determinava que o empregador
era obrigado a controlar os seus riscos. Porém, não dizia, claramente, as medidas necessárias
de como fazê-lo. A nova NR 9 estabelece que o empregador elabore um cronograma definindo
metas e prioridades.

Exemplos de Atividades com e sem Combinação de Agente Físico, Químico e Biológico

Soldagem. Agentes Fisico e Químico: Radiação Não-


Curtume. Agentes Fisico: Ruído. Biológico: Bactérias e Fungos.
Agentes Físicos: Vibração e Ruído Ionizante,
Químico: Vapores Tóxicos.
Fumos.

Laboratório. Agentes Químicos: Gases ou Vapores


Mineração. Agentes Físicos: Ruído, Poeira, Calor e
Sinderurgia. Agentes Físicos: Calor, Ruído. tóxicos.
Umidade.
Biológico: Vírus e Bactérias

Referências - Item 9.2 / Subitens 9.2.1 e 9.2.2 - Da Estrutura do PPRA

O documento-base conterá todos os dados relativos à identificação da empresa, desde a razão


social, endereço, ramo de atividade e grau de risco de acordo com a NR 4, número de
trabalhadores, além do planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e
cronograma.

No tocante à periodicidade da avaliação, o subitem 9.2.1.1 estabelece a necessidade de uma


reavaliação anual que poderá ser menor em caso de alterações no processo ou métodos de
trabalho (ex: modificações, ampliações e novos projetos).

No caso de modificações, ampliações e novos projetos além do documento-base, o levantamento


ambiental deverá ser refeito, pois as intensidades dos agentes físicos e/ou concentrações dos
agentes químicos poderão ser alteradas.

No caso da implementação de medidas de ordem geral (EPC) ou alterações no ciclo trabalho-


descanso, um novo levantamento ambiental se faz necessário para comprovar a eficácia das
medidas implementadas em atenuar a exposição aos agentes nocivos.

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Referências - Subitem 9.2.3 - Da Estrutura do PPRA

As metas ou objetivos visam a estabelecer alvos de longo e médio prazo que a empresa deseja
alcançar através das ações previstas no cronograma do PPRA. As estratégias para implementar
as ações serão importantes para que metas e objetivos corporativos sejam alcançados nos
prazos estabelecidos.

No tocante à forma de registro, manutenção e divulgação de dados, a NR 9 busca resguardar as


informações obtidas durante o desenvolvimento do PPRA, podendo o registro ser realizado
através de relatórios impressos ou de forma informatizada, já que eles têm que ser preservados
durante 20 anos. Com relação à divulgação, a própria NR 9 já fixa alguns parâmetros nos
subitens 9.2.2.1./2.

Muitas empresas têm contratado consultorias para elaborar o PPRA. O empregador deve tomar
cuidado como o cronograma de atividades proposto. Ao aceitar o planejamento anual, o
empregador assume um "passivo fiscal". Isto é, para fins de fiscalização, o Auditor Fiscal do
Trabalho cobrará do empregador o cumprimento das atividades dentro dos prazos estabelecidos
no referido cronograma.

Mesmo que as condições de trabalho não sejam alteradas, o PPRA deve ser revalidado por um
novo documento e apresentada aos trabalhadores. O PPRA inicial deverá ser mantido junto com
os documentos de reavaliação por vinte anos.

Referências - Item 9.3 / Subitem 9.3.1 - Do Desenvolvimento do PPRA

O desenvolvimento do PPRA baseia-se no objetivo de um programa de higiene ocupacional, que


consiste no reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos ambientais
existentes no ambiente de trabalho.

A profundidade e a complexidade do PPRA dependerá da identificação dos riscos ambientais na


fase de antecipação e reconhecimento. Caso não sejam identificados riscos ambientais, o PPRA
se resumirá na fase de antecipação dos riscos, do registro e divulgação dos dados encontrados.

Ao contrário do PCMSO que delega, prioritariamente, ao médico do trabalho a função de


coordenar a elaboração, bem como sua implantação, o item 9.3.1.1 da NR 9 deixa totalmente
livre sobre a questão da capacitação do profissional responsável na elaboração do PPRA, ao citar
"... SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes
de desenvolver o disposto nesta NR".
Apesar do disposto no item 9.3.1.1, sugerimos, que na inexistência do SESMT, este documento,
de fundamental importância para a elaboração do PCMSO, seja executado por um profissional de
segurança (NR 4) contratado. Um documento de qualidade técnica duvidosa poderá comprometer
a empresa no caso de aparecimento de doenças ocupacionais.

Para entender a polêmica sobre quem deve assinar o PPRA, é preciso interpretar duas partes
importantes do PPRA: a fase de antecipação e reconhecimento dos riscos e a fase do
monitoramento ambiental. Na primeira parte, considerada qualitativa, que trata da identificação
dos riscos ambientais, está claro que qualquer profissional do SESMT poderá realizar este
levantamento. Quanto à segunda parte, monitoramento, considerada a fase quantitativa, deverá
ser realizado o levantamento ambiental, e aí começa a polêmica. Existem diversas passagens na
legislação trabalhista e previdenciária (CLT - Art. 195 e IN 57/01) que determinam que o laudo
técnico seja assinado por engenheiro de segurança ou médico do trabalho, registrados nos
respectivos conselhos.

Apesar da Resolução CONFEA 437/99 definir como profissional habilitado, para a elaboração do
PPRA, o engenheiro de segurança do trabalho, o MTE publicou a Nota Técnica 06 (23/04/2003)
estabelecendo que a competência do Auditor Fiscal do Trabalho (AFT) traduz-se essencialmente
no cumprimento dos dispositivos legais que definem critérios de proteção à saúde laboral dos
trabalhadores.

Desta forma, durante a fiscalização, cabe ao auditor fiscal (AFT) decidir pela aceitação ou não do
PPRA, precisamente em relação ao seu conteúdo e sua aplicação prática. Não é da competência
institucional do MTE a fiscalização do exercício dos profissionais registrados em seus conselhos
específicos.

Sobre a polêmica envolvendo a verificação de laudo de PPRA com a respectiva Anotação de


Responsabilidade Técnica (ART) exigida pelo CREA, o MTE publicou a Nota Técnica DSST 02
(18/02/2004), esclarecendo que é competência exclusiva e restrita ao MTE a fiscalização do
desenvolvimento do PPRA.

Diante do exposto, o MTE conclui que, por parte da fiscalização das DRT, não haverá nenhuma
cobrança adicional ao que estabelece a norma consolidada supra mencionada. Com esta Nota
Técnica 02/04 o MTE esclarece de vez que o PPRA pode ser feito por qualquer profissional, nos
termos do item 9.3.1.1.

Embora o item 9.3.1.1 estabeleça que o PPRA possa ser elaborado por pessoa ou equipe de
pessoas, a critério do empregador, pesquisas do MTE demonstram que na maioria das vezes ele
é feito prioritariamente por engenheiros de segurança, técnicos de segurança e médicos do

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trabalho pertencentes ao SESMT da própria empresa ou por consultorias.

Referências - Subitem 9.3.2 - Do Desenvolvimento do PPRA

Em relação a fase caracterizada como antecipação, devem ser estudadas as modificações das
instalações com o objetivo de se verificar a introdução de novos processos ou alterações dos
existentes e determinar os riscos potenciais existentes, incluindo as medidas de controle para
redução ou eliminação dos mesmos.

As principais irregularidades envolvendo a elaboração e manutenção do PPRA são:

a) Não elaboração: O PPRA deve ser elaborado para todas as empresas, independentemente do
número de empregados ou grau de risco. Portanto, uma irregularidade grave é sua inexistência;

b) Falha na identificação das atividades: Levantamento incompleto das atividades do processo


produtivo;

c) Deficiência na identificação dos riscos ambientais: Falha na identificação dos agentes


químicos, físicos e biológicos. Em uma empresa de agrotóxicos, por exemplo, as atividades não
previam a exposição aos agentes químicos. Já em uma empresa de atividade rural as atividades
não previam exposição aos agentes biológicos caracterizados por animais peçonhentos.

d) Inexistência de responsabilidade técnica: Falta de assinatura do responsável pela sua


elaboração e/ou aprovação pela empresa;

e) Levantamento ambiental: PPRA somente com documento-base sem existência de


monitoramento ambiental. Não implementação das Normas de Higiene Ocupacional (NHO) da
Fundacentro ou Niosh como referência de metodologia dos levantamentos de agentes químicos e
físicos. Nos casos do levantamento de ruído, não é usada a metodologia da dosimetria (NHO 01).
Outro erro é realizar a dosimetria e não registrar no PPRA as doses encontradas. Muitas vezes,
registra-se apenas o Nível Médio Equivalente de Ruído (Leq, Lavg ou Neq).

f) Falha na revalidação: Ausência de avaliação anual ou quando atividades ou métodos de


trabalhos forem modificados;

g) Não cumprimento do cronograma: Atividades previstas e não executadas. Normalmente isto


ocorre quando o PPRA é feito por consultorias e aprovados por análise crítica da viabilidade de
sua implementação pelo contratante;

h) Não implementação de medidas preventivas coletivas (EPC): Baixa prioridade na


implementação de medidas de ordem geral (coletiva) eficazes para minimizar e/ou eliminar a
exposição aos agentes ambientais nocivos, principalmente agentes químicos e fisicos, eliminando
as condições de atividades e/ou operações insalubres;

i) Não implementação de EPI: Não implementação de EPI adequado ao risco em função das
deficiências no levantamento ambiental;

j) Divulgação do PPRA: Falta de mecanismo de divulgação aos trabalhadores;

k) Não interação com as EPS (Empresas Prestadoras de Serviços): O PPRA deverá ser
disponibilizado para as EPS para que as mesmas atualizem seus respectivos PPRA.

l) Inexistência de mecanismos para guarda dos registros: Os registros do PPRA devem ser
mantidos por 20 anos. Na maioria das empresas, não existem meios definidos como isto será
feito (ex: microfilme, DVD, CD e outros).

Referências - Subitem 9.3.3 - Do Desenvolvimento do PPRA

A fase de reconhecimento é uma das mais importantes, pois a partir deste levantamento
preliminar dos agentes ambientais é que veremos a abrangência do PPRA. Nesta etapa, deve-se
entrevistar os trabalhadores de modo a identificar as fontes e diferentes formas desta exposição
aos agentes ambientais nocivos.

O levantamento na fase de reconhecimento deve ser feito em uma planilha com todos os pontos
mencionados no item 9.3.3 (exemplo no comentário do item 9.3.4).

Deve ser feita uma tentativa de caracterização se a exposição aos agentes ambientais acontecer
de forma habitual e permanente, ou intermitente e, até mesmo, eventual. Esta caracterização da
exposição pode ser expressa na forma de tempo horas/dia, minutos/hora.

É comum encontrar situações de inconsistência na elaboração do PPRA, isto é, incoerência ou


falta de fundamento entre os dados existentes no documento base e aqueles efetivamente
existentes no local de trabalho.

>>> Clique aqui para baixar o arquivo com vários modelos de PPRA (ZIP, 287)

Referências - Subitem 9.3.4 - Do Desenvolvimento do PPRA

A avaliação é um processo quantitativo que permite identificar e confirmar a intensidade dos


agentes físicos e/ou concentração dos agentes químicos a que o trabalhador se encontra
exposto, visando a propor e implementar medidas preventivas e /ou corretivas. A avaliação pode

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ser classificada de duas formas: ambiental ou biológica, assim definidas:

a) Ambiental: Faz parte do PPRA e visa determinar a concentração dos agentes químicos ou
intensidade dos agentes físicos presentes no ambiente de trabalho, visando a comparar com
valores de referência, normalmente chamados de limites de exposição.

b) Biológica: Faz parte do PCMSO e visa determinar o nível de absorção dos agentes químicos ou
seus metabólitos pelo corpo humano (tecidos, secreções, excreções, ar respirado) e comparar
com referências técnicas e/ou legais.

Entende-se por avaliação quantitativa o levantamento ambiental dos agentes quantificáveis pela
legislação (NR 15) ou normas internacionalmente aceitas (ACGIH), com registros das
concentrações e/ou intensidades avaliadas por equipamentos específicos. Porém, nem todos os
agentes ambientais podem ser medidos quantitativamente. Sugerimos a leitura da NR 15 para
conhecer os limites de tolerância a serem utilizados como parâmetros nas avaliações ambientais.

Um aspecto importante da avaliação ambiental é identificar a intensidade ou concentração dos


agentes químicos (incluindo as poeiras) e físicos presentes no ambiente de trabalho. O resultado
da avaliação deve concluir se os valores encontrados estão acima ou abaixo dos limites de
exposição toleráveis (LT) apresentados pela NR 15 e/ou ACGIH. Outro aspecto importante é
identificar se os valores se encontram dentro do Nível de Ação, conforme item 9.3.6 desta NR.

Somente o resultado da avaliação ambiental ainda não permite caracterizar a atividade ou


operação como insalubre. Sugerimos a leitura da NR 15 e seus comentários para entender o
processo de caracterização da insalubridade.

Mais uma vez, reforçamos que, após a implementação de medidas de ordem geral (EPC) ou
alterações no ciclo trabalho-descanso, um novo levantamento ambiental deve ser feito para
comprovar a eficácia das medidas de controle implementadas.

Lembramos que, após a fase quantitativa, o PPRA deverá ser revisado para que sejam
registradas neste documento somente aquelas funções ou GHE - Grupo Homogêneo de Exposição
- nas quais que tenham sido identificados um nível de exposição acima do Nível de Ação,
conforme definido no item 9.3.6 que será visto a seguir. No item 9.3.7, falaremos um pouco mais
sobre o GHE.

Para a realização da avaliação ambiental quantitativa, exige-se do profissional o conhecimento


básico das diversas técnicas de medição instrumental apresentadas pelas normas de método da
Fundacentro, do National Institut for Ocupational Safety and Health (Niosh), etc.

A norma de método é importante para que se possa padronizar as avaliações ambientais dos
agentes nocivos e, assim, concluir e, até mesmo, comparar o resultado das avaliações
ambientais feitas por diferentes profissionais. A existência deste tipo de norma facilita, também,
o trabalho dos profissionais do SESMT durante o processo de licitação e, também, durante a
realização de uma perícia judicial.

No Brasil, existe uma carência de norma de métodos. Por isso, muitas vezes, se faz necessário
recorrer às normas internacionais, como exemplo, as da Niosh. A Fundacentro é o órgão
competente, ligado ao MTE para elaborar tais procedimentos. Podemos citar como exemplo, as
Normas de Higiene Ocupacional NHO 01 - Avaliação de exposição Ocupacional ao Ruído e NHO 02
- Análise Quantitativa da Fração Volátil (vapores orgânicos) em Colas, Tintas e Vernizes.

Existiam muitas dúvidas sobre a validade das NHO da Fundacentro. Entretanto, a publicação do
Decreto Federal 4.882/03, que alterou os dispositivos do Regulamento da Previdência Social,
tornou obrigatória a utilização das Normas de Higiene Ocupacional (NHO) da Fundacentro para
elaboração dos levantamentos ambientais. Não há dúvidas do amparo legal das NHO como
normas de método a serem seguidas obrigatoriamente.

A Fundacentro contribui bastante na elaboração dos procedimentos visando à melhoria contínua


das condições de trabalho. Vale ressaltar que nem a NR 9 nem a NR 15 apresentam normas de
métodos de avaliação ambiental. Por isso, devemos recorrer obrigatoriamente às NHO.

Nesta fase, utiliza-se, com freqüência, planilhas específicas para cada tipo de risco (ruído, calor,
poeira, gases e vapores, fumos metálicos etc). Abaixo, apresentaremos algumas tabelas que
podem auxiliar na organização do levantamento das informações e elaboração do relatório final
do PPRA:

EXEMPLOS

FORMULÁRIO 1 - QUESTIONÁRIO AUXILIAR NA ELABORAÇÃO DO PPRA

Descrição da Unidade

Unidade:________________________________________
CGC:___________________________________________
Inscrição Estadual / Municipal:________________________________
Local da Atividade:________________________________
Classificação da atividade segundo o grau de risco: ______
Bairro: _____________Município: ___________Estado:____CEP: ____

Organização:

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Ramo de Atividade:__________
Número de funcionários:__________
Nome e função de cada funcionário:_______________
Relação dos Grupos Homogêneos de Exposição (GHE) :_______________
Número de contratados
Nome da empresa contratada:______
Número de contratados: ___________
Data do PPRA: __________ou Revalidação:
Responsável pelo SESMT ou CIPA:__________

FORMULÁRIO 2 - RECONHECIMENTOS DOS RISCOS AMBIENTAIS

Unidade Industrial: Local: Setor: Área:


Total de Funcionários:
Nome: Função: Data:
Nº de Func. Expostos:
FONTE
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES / TIPO / AGENTE AMBIENTAL GERADORA EFEITOS À MEDIDAS DE CONTROLE
PERIODICIDADE QUALITATIVO MEIO DE SAÚDE EXISTENTES
PROPAGAÇÃO

FASES DO PPRA:
( ) Antecipação (Análise de projeto)
Descrição do Ambiente / Observação:
( ) Reconhecimento dos Riscos Ambientais (Qualitativa)
( ) Conclusão (Qualitativa / Quantitativa)

FORMULÁRIO 3 - PLANEJAMENTO ANUAL - CRONOGRAMA DE AÇÕES

MESES

AÇÕES DO PROGRAMA
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ RESP
(Exemplos)

1. Elaborar laudo de ruído

2. Treinar os funcionários em segurança com gases tóxicos

3. Palestra informativa sobre ruído

Comentários:

Elaborado por: Data:

Referências - Subitem 9.3.5.1 - Das Medidas de Controle

A NR 15, no Anexo 11 apresenta os valores de LT (Limites de Tolerância), publicados pela


Portaria MTE 3.214/78 a partir da listagem dos TLVR da ACGIH (1976) adaptados para jornada
de trabalho no Brasil, que na época era de 48h. Falaremos um pouco mais sobre LT e TLVR e
suas diferenças na NR 15 e seus comentários.

A ACGIH publica anualmente uma lista atualizada destes parâmetros, alterando para cima ou
para baixo e, até mesmo, incluindo novos produtos. Antes da criação do PPRA, existiam muitas
dúvidas legais sobre a validade da utilização de parâmetros previstos, em normas internacionais,
para aqueles produtos que não faziam parte da listagem do Anexo 11 da NR15.

O item 9.3.5.1, ao permitir a utilização dos parâmetros da ACGIH, estabelece uma coerência
técnica e complementa a listagem apresentada no Anexo 11. Vale ressaltar, porém, que a
utilização dos parâmetros da ACGIH somente será possível no caso da inexistência do produto
químico na listagem da NR 15. Caso contrário, existindo o LT do produto, o mesmo deverá ser
utilizado de acordo com os valores estabelecidos na legislação brasileira.

No entendimento dos autores, caso venha ser utilizado os parâmetros de TLVR da ACGIH,
lembramos que o TLVR é aplicável para uma jornada de trabalho de 40h. Quando as jornadas
superam 40h, é importante verificar a necessidade de correção do TLVR, pois em determinadas
situações, como por exemplo em atividades de intensa carga de trabalho, podem resultar em
variações significativas.

Para adequação do TLVR acima de 40h/semana, são utilizados modelos de correção.


Apresentaremos a fórmula de conversão dos dois modelos mais utilizados, Brief & Scala e Osha,
nos comentários da NR 15 - Anexo 11.

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O item 9.3.5.1, permite que valores mais restritivos de LT sejam determinados através de
acordos ou convenções coletivas de trabalho.

Referências - Subitem 9.3.5.2 - Das Medidas de Controle

As medidas de proteção coletiva dizem respeito aos recursos de engenharia, de acordo com a
tecnologia disponível. Caberá a empresa discutir a viabilidade econômica dos recursos
tecnológicos disponíveis. São exemplos de medidas de proteção coletiva: enclausuramento de
máquinas, sistema de ventilação ou exaustão, barreiras protetoras, isolamento acústico ou
térmico, entre outras.

As medidas de controle de engenharia incluem a possibilidade de modificação do layout,


processo produtivo, máquinas e equipamentos, substituição de produtos químicos, entre outros.

Como alternativa e/ou complemento às medidas de proteção coletiva, os profissionais do SESMT


devem pensar, também, nas medidas administrativas, como por exemplo: modificação do ciclo
trabalho-descanso, redução e ou adequação da jornada de trabalho, organização e limpeza,
funcionamento das máquinas em períodos com menor número de trabalhadores expostos, entre
outras.

As medidas de caráter administrativo visam à organização e melhorias das condições de trabalho


e, desta forma, reduzem a exposição dos trabalhadores aos agentes ambientais nocivos.

Medidas de Proteção Coletiva

Exaustor Eólico. Proteção contra riscos Físicos: Calor.


Capela Química e Chuveiro de Emergencia. Proteção contra Enclausuramento de Máquinas. Proteção contra riscos Físicos:
Químicos:
riscos Químicos e Biológicos. Ruido e Calor gerados pelas máquinas.
Poeira, Gases Tóxicos e Vapores.

Exaustor de Cozinha Industrial. Proteção contra riscos Tratamento acústico nas paredes e teto.
Proteção de Polia e Correia.
Biológicos, Químicos e Físicos. Proteção contra risco físico.

Referências - Subitem 9.3.5.3 - Das Medidas de Controle

Alguns programas preventivos, tais como o PCA (Programa de Conservação Auditiva), PPEOB
(Programa de Prevenção à Exposição Ocupacional ao Benzeno) e PPR (Programa de Proteção
Respiratória) englobam diversas ações preventivas no campo administrativo, individual e coletivo,
e devem ser previstos e implementados através do planejamento anual do PPRA.

Os programas preventivos PPR (IN 01/94), PCA (OS INSS 608) e PPEOB, e seus comentários
podem ser consultados respectivamente na NR 6, NR 9 e NR 15 - Anexo 13A.

>>> Clique aqui para baixar dois modelos de PCA (ZIP, 23KB)

Referências - Subitem 9.3.5.4 - Das Medidas de Controle

Existem muito mais aspectos envolvendo a proteção do trabalhador do que simplesmente


fornecer o EPI. Em primeiro lugar, o empregador deve estar seguro de que o EPI fornecido é
adequado à intensidade e concentração dos agentes ambientais encontrados no ambiente de
trabalho.

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Outro aspecto importante é destacar o nível de autoridade e responsabilidade dos gerentes e
supervisores no processo de implementação e cumprimento dos procedimentos, inclusive
aqueles relacionados à obrigatoriedade do uso do EPI.

Mesmo que o EPI seja adequado ao risco ambiental, não usar o EPI durante 100% da jornada de
trabalho é o mesmo que não ter o EPI. Caso isso ocorra, o EPI não alcançará o objetivo de
proteção ao trabalhador.

Referências - Subitem 9.3.5.5 - Das Medidas de Controle

Recentemente, a Portaria MTE 48/2003 estabeleceu as normas técnicas de ensaios aplicáveis


aos EPI com o respectivo enquadramento no Anexo I da NR 6. Sugerimos a leitura da NR 6 e
seus comentários para a escolha do EPI tecnicamente adequado.

A seleção do EPI adequado, a que se refere a línea "a", requer a verificação da eficácia das
medidas de proteção. Isto diz respeito, por exemplo, à elaboração de estudos de freqüência para
garantir que os protetores auriculares adquiridos, efetivamente, atenuem os níveis de ruídos
presentes no ambiente de trabalho.

Caso seja necessária a utilização de EPI, devem ser seguidas as recomendações mencionadas na
NR 6. A escolha do EPI adequado leva em consideração sua eficácia, conforto, higiene, entre
outros que possibilitem aumentar seu desempenho em atenuar ou minimizar a exposição aos
riscos ambientais.

Para aprofundar o tema que trata da atenuação de ruído por protetores auriculares, sugerimos a
leitura da NR 6 e seus comentários, no item que trata da proteção auditiva, bem como o livro
"Perícia e Avaliação de Ruído e Calor - Passo a Passo", de Giovanni Moraes e Rogério Regazzi.
Para a escolha da proteção respiratória adequada, os profissionais do SESMT devem aplicar na
íntegra a IN 01/94 da Fundacentro.

Referências - Subitem 9.3.5.6 - Das Medidas de Controle

Uma outra forma de verificar a eficácia das medidas de proteção, a que se refere o item 9.3.5.6,
envolve o acompanhamento médico estabelecido pelo PCMSO. Caso seja constatado algum
sintoma de doença ocupacional proveniente da exposição aos riscos ambientais, deve-se avaliar
dois aspectos importantes:

a) O funcionário não utiliza de forma habitual e permanente o EPI, o que caracteriza uma falha
de inspeção diária dos supervisores e um descaso do trabalhador com medidas preventivas da
empresa, estando o mesmo sujeito às punições previstas na lei;

b) O EPI não é adequado para minimizar os riscos ambientais na intensidade e concentração


existentes no ambiente de trabalho, mesmo tendo o CA (Certificado de Aprovação);

c) O trabalhador pode estar exposto a agentes ambientais nocivos fora do local do trabalho em
função de um trabalho extra e/ou atividades de diversão, como, por exemplo, em: serviços de
lanternagem, garçom, pastor religioso, freqüentar discotecas, entre outras.

Referências - Subitem 9.3.6 - Do Nível de Ação

Com a revisão da NR 9 e o surgimento do PPRA, surge o Nível de Ação como um referencial


preventivo importante a ser considerado pelos profissionais do SESMT durante a elaboração dos
programas preventivos no campo da higiene ocupacional.

Esse é um dos pontos que destacamos como inovador nos termos desta NR, já que se trata de
um limite de caráter preventivo. Este, quando ultrapassado, deverá desencadear medidas
preventivas de maneira que as exposições aos agentes ambientais não ultrapassem seus
respectivos limites de exposição.

Chamamos a atenção para que o leitor não confunda o Nível de Ação (NA) com o Limite de
Tolerância (LT). Este último, quando superado, requer medidas de controle imediatas, enquanto
que o Nível de Ação ficará restrito às ações de ordem preventiva e atenção por parte do médico
coordenador do PCMSO. O aparecimento do Nível de Ação (NA) derruba, por vez, a idéia
equivocada de que os valores abaixo do LT são considerados seguros e, portanto, sem a
necessidade de ações preventivas.

Os profissionais devem estar atentos ao fato de que uma concentração de agente químico ou
intensidade de agente físico situada entre o Nível de Ação e o LT não descarta a possibilidade de,
em algum momento da exposição, existir situações acima do LT ou, até mesmo, de Risco Grave
e Iminente.

A importância de acompanhar a exposição dos trabalhadores entre o NA e o LT permite


identificar casos de susceptibilidade individual. Isto é, trabalhadores que podem apresentar
sintomas de doença ocupacional, mesmo quando expostos abaixo do LT. As ações preventivas
resultantes do monitoramento são as seguintes:

a) Concentração ou intensidade em situação de Risco Grave e Iminente: Situação de alto risco


com exposição aguda ao agente e possibilidade real e imediata de lesão e, até mesmo, morte. A

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operação deve ser interrompida e adotar medidas corretivas imediatas, independentemente da
dose de exposição na jornada, como, por exemplo: mudança do processo, enclasuramento da
máquina, e/ou utilização de EPI, realizar exame médico imediato, entre outros.

b) Concentração maior que o LT e fora de situações de Risco Grave e Iminente: Situação de risco
com exposição crônica e possibilidade real de lesão a médio e longo prazo. Devem ser tomadas
ações de controle, tais como: avaliar a execução da operação, alterar o ciclo trabalho-descanso,
redução da jornada, acompanhar exames periódicos, utilização de EPI e/ou enclasuramento da
máquina, entre outros;

c) Concentração maior que o NA e menor que LT: Situação de risco média com exposição
crônica e possibilidade remota de lesão a longo prazo. Podem ser tomadas ações preventivas
para minimizar a exposição e identificar possível susceptibilidade individual aos agentes, tais
como: alterar o ciclo-tabalho descanso, utilização do EPI e/ou acompanhar os exames periódicos,
entre outros.

d) Concentração menor que o NA: Situação de baixo risco com exposição crônica e possibilidade
remota de lesão a longo prazo. Manter ações de rotina, tais como: acompanhar o
monitoramento ambiental e a evolução da exposição ao agente durante a reavaliação do PPRA.

Referências - Subitem 9.3.7 - Do Monitoramento

Monitoramento consiste em uma avaliação quantitativa, sistemática e repetitiva de um


determinado risco, incluindo, muitas vezes, um estudo estatístico dos dados tendo como
finalidade a implementação de medidas corretivas, quando necessário.

Alguns profissionais preferem iniciar a elaboração do PPRA pela fase de monitoramento, pois
entendem que isso facilitará a identificação de trabalhadores efetivamente expostos aos agentes
segundo os critérios estabelecidos pela NR15. Isso, porém, não é a regra geral.

Outro ponto de destaque é a articulação estreita com o PCMSO (Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional) previsto na NR 7. Cada vez mais vem ocorrendo um trabalho integrado entre
os profissionais do SESMT, envolvendo a engenharia de segurança e a medicina do trabalho.

Os dados quantitativos provenientes do levantamento ambiental servirão de informação para que


o médico coordenador do PCMSO especifique os exames médicos do PCMSO.

Este aspecto integrado do PPRA com o PCMSO tem sido alvo de fiscalização, pois muitos PCMSO
têm sido elaborados sem uma articulação direta com o PPRA, resultando em documentos
incompletos e sem consistência dentro dos princípios previstos na NR 7 e NR 9.

O monitoramento ambiental não é uma tarefa fácil para os profissionais do SESMT de empresas
que possuem muitos trabalhadores expostos aos agentes ambientais. Estes profissionais se
deparam com o dilema de realizar os laudos ambientais de forma econômica, sem, no entanto,
comprometer o aspecto técnico. Por isso, surgiu o conceito de Grupo Homogêneo de Exposição
(GHE).

O GHE envolve um grupo de trabalhadores que exerce uma determinada atividade comum e que
se encontra exposto aos mesmos agentes ambientais. Na prática, o GHE já vinha sendo utilizado
pelas grandes empresas como uma alternativa de validar os trabalhos de avaliação ambiental.
Usar o GHE é necessário para economizar tempo e recursos financeiros.

A primeira citação do GHE, em documento legal, advém da IN SST 01/95 que trata da avaliação
ocupacional ao benzeno. Posteriormente, a nova NR 22 (Portaria MTE 2.037/99) reforçou o uso
do GHE com a seguinte definição:

Grupo Homogêneo de Exposição corresponde a um grupo de trabalhadores, que experimentam


exposição semelhante, de forma que o resultado fornecido pela avaliação da exposição de
qualquer trabalhador do grupo seja representativo da exposição do restante dos trabalhadores
do mesmo grupo.
A NR 22 (item 22.17.1.1) apresenta a tabela com o número de trabalhadores a ser amostrado
em função do número de trabalhadores do GHE com 90% de confiança e, que inclua, pelo
menos, um trabalhador sujeito aos 10% mais alto. Esta tabela se baseia no manual da Niosh, o
Occupational Exposure Sampling Strategy Manual.

N* n
8 7
9 8
10 9
11-12 10
13-14 11
15-17 12
18-20 13
21-24 14
25-29 15
30-37 16
38-49 17

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50 18
ACIMA DE 50 22

Onde: N = número de trabalhadores do Grupo Homogêneo de Exposição


n = número de trabalhadores a ser amostrado* se N menor ou igual a 7, n = N
O engenheiro Antonio Carlos Vendrame sugere que a escolha da amostra sugerida pela Niosh
deve ser feita de forma aleatória e imparcial para que haja idênticas probabilidades dos
participantes na amostra, o que pode ser feito por sorteio ou utilização de tabela com números
aleatórios.

Os resultados da avaliação ambiental de um determinado GHE devem ser utilizados para


direcionar os exames médicos seletivos do PCMSO e, também, para estudos epidemiológicos de
uma determinada população de pessoas expostas.

O engenheiro André Lopes Neto (Sobes) ressalta em seu artigo que o uso do GHE é válido, desde
que se busque a verdade técnica, o que corresponde, neste caso, à escolha das variáveis
utilizadas na sua estruturação.

A escolha do GHE deve ocorrer durante a fase de antecipação e reconhecimento dos riscos do
PPRA (qualitativa). Nesta fase, se organizam as etapas de reconhecimento e estabelecimento de
metas e prioridades de avaliação.

As principais variáveis a influenciar a definição do GHE são: tipo de processo/operação, atividade,


exposição aos agentes ambientais (intensidade/concentração, fontes, freqüência, trajetória e
meio de propagação), número de trabalhadores expostos, efeitos à saúde, interface com outras
tarefas, entre outras.

Resumidamente, a escolha do GHE recairá, principalmente, sobre um destes elementos: tarefas,


funções/atividades e/ou agentes ambientais presentes no local. Dependendo do objetivo, como,
por exemplo, caracterização de insalubridade ou aposentadoria especial, o elemento de escolha
pode recair sobre o agente ambiental a que o trabalhador se encontra exposto.

A amostragem será mais representativa da exposição de cada trabalhador quanto mais restrita
for a definição dos elementos do GHE, como, por exemplo: fontes geradoras com
intensidade/concentrações similares, locais de trabalho com características comuns, turnos de
trabalhos semelhantes.

É importante seguir as instruções dos fabricantes relacionadas à calibração dos instrumentos. No


Brasil, encontramos dificuldades em calibrar os instrumentos utilizados para avaliação ambiental
em laboratórios que pertençam à Rede Nacional de Calibração (RNC) reconhecido pelo Inmetro.
Na prática, estes instrumentos são calibrados nas unidades de produção dos fabricantes, muitas
vezes, no exterior.

Para acabar de vez com a polêmica sobre a validade legal das Normas de Higiene Ocupacional
(NHO), foi publicado o Decreto Federal 4.882, de 18/11/03. O documento, assinado pelo
presidente da República, altera dispositivos do Regulamento da Previdência Social, em seu
parágrafo 11, e transforma em referência oficial as Normas de Higiene Ocupacional elaboradas e
editadas pela Fundacentro, conforme texto abaixo:

§ 11. As avaliações ambientais deverão considerar a classificação dos agentes nocivos e os


limites de tolerância estabelecidos pela legislação trabalhista, bem como a metodologia e os
procedimentos de avaliação estabelecidos pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança
e Medicina do Trabalho - Fundacentro.
Referências - Subitem 9.3.8 - Do Registro de Dados

O registro de dados refere-se ao documento base composto de relatórios de antecipação ou


reconhecimento de risco, laudos técnicos de avaliação quantitativa dos agentes ambientais,
registros de treinamento, entre outros.

Os registros deverão ser mantidos por um período mínimo de 20 anos, já que este é o prazo
para prescrições das ações cíveis, conforme Art. 177 do Código de Processo Civil (CPC).

O longo período para guarda do PPRA pode trazer alguns transtornos aos profissionais do SESMT
e à própria empresa. A solução para este problema parece estar na informatização do PPRA ou
microfilmar os documentos.

Referências - Item 9.4 / Subitens 9.4.1 e 9.4.2 - Das Responsabilidades

Para a empresa, sempre haverá investimento a ser feito, seja na aquisição de equipamentos ou
na contratação de consultoria para elaborar o PPRA. Os benefícios na integração do PPRA com o
PCMSO podem ser compreendidos ao fazermos uma análise global do ambiente de trabalho
relacionada abaixo:

a) Garantia do bem-estar dos trabalhadores;

b) Maior produtividade em função da redução dos acidentes;

c) Redução do número de processos trabalhistas de indenização;

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d) Diminuição do absenteísmo e afastamento por doenças do trabalho;

e) Diminuição de custo na contratação e treinamento de novos funcionários;

f) Redução dos custos com monitoramento ambiental através da adoção de medidas de controle
coletivo.

O fato da empresa ter um PPRA não significa que esteja realmente cumprindo sua
responsabilidade para com a implantação do programa de higiene ocupacional. Devem ser
verificadas a implementação e a eficácia das ações propostas, em nível de participação dos
trabalhadores na elaboração e implementação, apoio da administração e a forma de divulgação
dos resultados.

A avaliação dos objetivos e o cumprimento do PPRA não podem ser caracterizados apenas pela
presença do documento ou verificação do cronograma, sob pena de aprovar um programa sem
informações que retratem a realidade do nível de exposição dos trabalhadores aos riscos
ambientais.

As auditorias do sistema de gestão de SSO deve prever a verificação do PPRA bem como a
implementação das ações do cronograma. A utilização da auditoria irá beneficiar a empresa sob
vários aspectos:

a) Identificar problemas internos e corrigí-los independentemente da fiscalização;

b) Evidenciar o comprometimento da administração;

c) Despertar os trabalhadores para a importância, buscando maior participação;

d) Garantir que a coordenação do PPRA encontra-se comprometida com a realização das


atividades do programa;

e) Contribuir para a redução dos custos, uma vez que as atividades insalubres geram desperdício
e podem ser eliminadas.

Referências - Item 9.5 / Subitens 9.5.1 e 9.5.2 - Da Informação

A implantação das medidas de controle devem ser acompanhadas de treinamento abordando:


procedimentos, possíveis limitações no uso do EPI, responsabilidade individual e os efeitos à
saúde da exposição aos agentes ambientais.

É importante que as empresas promovam auditorias no PPRA realizadas, preferencialmente, por


pessoas sem influência no processo. Devem ser entrevistados os profissionais do SESMT e
outros que tenham participado da elaboração do PPRA ou que atuem nos setores de abrangência
do programa.

Para evidenciar o atendimento ao item 9.5.1, o PPRA será registrado na CIPA (quando houver)
e/ou treinamentos realizados. O PPRA não é um documento sigiloso e deverá estar disponível
aos funcionários e fiscalização.

Para avaliar o PPRA, é necessário que os auditores tenham conhecimento de higiene


ocupacional, principalmente, na identificação dos riscos ambientais e interpretação de laudos
quantitativos. De maneira geral, entre os tópicos a serem abordados pela auditoria em um PPRA,
teremos:

a) Administração: Envolvimento real da administração nas atividades do PPRA no que diz respeito
ao cumprimento da política de segurança da empresa, às necessidades do PPRA e à estratégia
para a implantação do mesmo.

b) Armazenagem: Tipo de material armazenado, a forma técnica de armazenamento, bem como


as condições do local de armazenagem.

c) Comunicação: Atividades da área de comunicação que facilitem o desenvolvimento do PPRA e


a compreensão do mesmo, além de instrumentos para sua divulgação.

d) Cronograma: Identificar se o planejamento foi obedecido e, em caso negativo, determinar


quais os fatores impeditivos.

e) Recursos: Disponibilidade de recursos para implementar o PPRA: material de consumo,


instalações físicas, equipamentos de monitoramentos, verbas para contratação de serviços de
consultoria, entre outros.

f) Conservação auditiva: Funcionários treinados para o uso de EPI, controles de engenharia,


existência do PCA (OS INSS 608/98), exames audiométricos admissionais, periódicos e
demissionais, entre outros.

g) Proteção Respiratória: Verificar a existência e nível de implementação do PPR (Programa de


Proteção Respiratória) conforme IN 01/94.

h) Estresse térmico: Verificar se os funcionários expostos acima dos limites de tolerância de


IBUTG são orientados em relação à alimentação, à hidratação, descanso (ciclo trabalho-
descanso) e aos cuidados de saúde que os mesmos devem ter.

i) Recomendações: Implementação das ações do PPRA, em caso negativo, quais os fatores

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foram os causadores da não-realização dessas recomendações.

j) Dados: Registros dos dados e a eficácia destes registros, bem como a disponibilidade dos
mesmos em termos de acesso.

k) Normas regulamentadoras: Interação do PPRA com outros programas previstos nas demais
NR.

l) Equipamentos de proteção: Verificar se os EPI ou medidas de engenharia estão em bom


estado de conservação e funcionamento, especificados de acordo com os riscos a que se
destinam, bem como se existem treinamentos quanto ao uso dos mesmos.

m) Sinalização de segurança: Verificar se existe sinalização de segurança de maneira visível e


adequada ao risco a que se propõe alertar.

n) Monitoramento ambiental: Implementação dos levantamentos quantitativos.

Referências - Item 9.6 / Subitem 9.6.1 - Das Disposições Finais

As empresas prestadoras de serviço (EPS) deverão desenvolver seu próprio PPRA no ambiente
incluindo as oficinas, canteiros de obras e demais atividades a serem realizadas no cumprimento
do contrato. Devem estar atentas à utilização de produtos químicos ou equipamentos específicos
para a execução dos serviços contratados.

Nas demais atividades desenvolvidas em áreas da empresa, produtiva ou oficinas, os


profissionais das empreiteiras participarão das ações previstas nos programas de segurança da
contratante, que consistem na observância das normas gerais de segurança e dos treinamentos
previstos pela empresa.

A empresa contratante deverá informar à contratada os riscos existentes em suas instalações


(no caso de canteiros de obras) para facilitar a integração dos PPRA. O PPRA da contratante
deverá ser disponibilizado para a contratada de modo a ocorrer uma sinergia dos programas.

Sugerimos aos profissionais do SESMT que elaborem procedimentos internos, orientando os


responsáveis pela contratação das prestadoras de serviço sobre a obrigatoriedade da
apresentação do PPRA e do PCMSO.

Referências - Subitens 9.6.2 e 9.6.3 - Das Disposições Finais

Entende-se por situação de risco grave e iminente, em termos de higiene ocupacional a


exposição aguda, sem uso de EPI, a intensidade de agente físico ou concentração de agente
químico, com possibilidade real de lesão ou morte, caso não sejam adotadas imediatamente
medidas de controle.

As concentrações dos agentes químicos e intensidade dos agentes físicos, bem como as
situações que exponham os trabalhadores a uma situação de risco grave e iminente estão
caracterizadas na NR 15.

O item 9.6.2 determina que a percepção do trabalhador no desenvolvimento do Mapa de Riscos


seja considerado. Porém, deve-se tomar cuidado com o aspecto subjetivo do Mapa de Riscos.
Caberá ao profissional determinar quais os aspectos técnicos e conceituais a serem considerados
na elaboração do PPRA.

Vale lembrar que o levantamento ambiental, em complemento à fase de identificação, será uma
comprovação dos aspectos qualitativos levantados, o que, normalmente, não é exigido com o
Mapa de Riscos Ambientais.

Existem muitas dúvidas se o PPRA substituiu (ou vice-versa) outros tipos de programas
preventivos, como, por exemplo: PPEOB (NR 15 - Anexo 13A - Benzeno), e o PCMAT (NR 18).
Quanto ao PCMAT, sua elaboração é determinada em função dos riscos de acidentes envolvendo,
principalmente, riscos mecânicos e ergonômicos. Já o PPRA, visa à identificação, somente, da
exposição aos riscos ambientais. Tanto o PPRA quanto o PCMAT (NR 18) servirão de parâmetro
para o diagnóstico médico de saúde ocupacional a ser realizado pelo PCMSO (NR 7).

ARTIGOS TÉCNICOS COMPLEMENTARES

Programa de Conservação Auditiva (PCA) - OSS INSS 608/98

De acordo com a NR-9 da Portaria 3.214 do Ministério do Trabalho, toda empresa deve ter um
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Segundo a OS 608/98 do INSS, considerando-se
o nível de pressão sonora elevado como um dos agentes de risco levantados por este programa, a
empresa deve organizar, sob sua responsabilidade, um Programa de Conservação Auditiva (PCA).

Para a viabilização do PCA, é necessário o envolvimento dos profissionais da área de saúde e


segurança, da gerência industrial e de recursos humanos da empresa e, principalmente, dos
trabalhadores. Segundo o anexo II da OS 608/98 para que seja eficaz, um PCA deve conter,
basicamente, as seguintes etapas:

1) Monitorização da exposição em nível de pressão sonora elevado:

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28/7/2009 NR Comentada Online
É de fundamental importância que se tenha uma avaliação detalhada dos níveis de pressão
sonora elevados da empresa por setor a fim de:

a) avaliar a exposição de trabalhadores ao risco;

b) determinar se os níveis de pressão sonora elevados presentes podem interferir com a


comunicação e a percepção audível de sinais de alerta;

c) priorizar os esforços de controle do nível de pressão sonora elevado e definir e


estabelecer práticas de proteção auditiva;

d) para identificar trabalhadores que vão participar do PCA;

e) avaliar o trabalho de controle do nível de pressão sonora elevado.

2) Controles de engenharia e administrativos:

Os controles de engenharia e administrativos são os elementos mais importantes de um PCA,


pois somente por meio da redução do nível de pressão sonora elevado ou da exposição é que se
consegue prevenir os danos ocasionados pelo nível de pressão sonora elevado.

As medidas de engenharia são definidas como toda modificação ou substituição de equipamento


que cause alteração física na origem ou na transmissão do nível de pressão sonora elevado (com
exceção dos EPI), reduzindo os níveis sonoros que chegam ao ouvido ao trabalhador.

São exemplos de medidas de engenharia a instalação de silenciadores, enclausuramento de


máquinas, redução da vibração das estruturas, revestimento de paredes com materiais de
absorção sonora etc.

As medidas administrativas são aquelas que têm por objetivo alterar o esquema de trabalho ou
das operações, produzindo redução da exposição, como, por exemplo, rodízio de empregados
nas áreas de nível de pressão sonora elevado, funcionamento de determinadas máquinas em
turnos ou horários com menor número de pessoas presentes, etc.

A etapa do monitoramento audiométrico, além de sua principal função de conservação auditiva


dos trabalhadores, acaba funcionando como uma das medidas de controle e avaliação da
efetividade do PCA. São propósitos do monitoramento audiométrico:

a) estabelecer a audiometria inicial de todos os trabalhadores;

b) identificar a situação auditiva (audiogramas normais e alterados), fazendo o


acompanhamento periódico;

c) identificar os indivíduos que necessitam de encaminhamento ao médico


otorrinolaringologista com objetivo de verificar possíveis alterações de orelha média;

d) alertar os trabalhadores sobre os efeitos do nível de pressão sonora elevado, bem


como fornecer-lhes os resultados de cada exame;

e) contribuir significativamente para a implantação e efetividade do PCA.

Os audiogramas iniciais devem ser utilizados como referência e comparados, em caráter coletivo
ou individual, com os exames realizados posteriormente, de modo a verificar se as medidas de
controle do nível de pressão sonora elevado estão sendo eficazes.

O diagnóstico de perda de audição não desclassifica o trabalhador do exercício de suas funções


laborativas. O monitoramento deve ser utilizado como prevenção da progressão de perdas
auditivas induzidas por ruído e não como meio de exclusão de trabalhadores de suas atividades.
Os trabalhadores devem receber cópia dos resultados de seus audiogramas.

3) Indicação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI):

O protetor auricular tem por objetivo atenuar a potência da energia sonora transmitida ao
aparelho auditivo. A seleção do EPI mais adequado a cada situação é de responsabilidade
da equipe executora do PCA. Para tanto, alguns aspectos devem ser considerados quando
da seleção dos mesmos:

nível de atenuação que represente efetiva redução da energia sonora que atinge as
estruturas da cóclea;
modelo que se adeqüe à função exercida pelo trabalhador;
conforto;
aceitação do protetor pelo trabalhador.

4) Educação e motivação:

O conhecimento e o envolvimento dos trabalhadores na implantação das medidas são essenciais


para o sucesso da prevenção da exposição e seus efeitos.

O processo de aquisição de informação pelos trabalhadores prevê a execução de programas de


treinamento, cursos, debates, organização de comissão, participação em eventos e outras
formas apropriadas para essa aquisição. As atividades integrantes do processo de informação
devem garantir aos trabalhadores, no mínimo, a compreensão das seguintes questões:

a) os efeitos à saúde ocasionados pela exposição a nível de pressão sonora elevado;

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b) a interpretação dos resultados dos exames audiométricos;

c) concepção, metodologia, estratégia e interpretação dos resultados das avaliações


ambientais;

d) medidas de proteção coletivas e individuais possíveis.

5) Conservação de registros:

A empresa deve arquivar todos os dados referentes a resultados de audiometrias, bem como
avaliações ambientais e medidas adotadas de proteção coletiva por período de 30 anos. Esses
dados devem estar disponíveis para os trabalhadores, órgãos de fiscalização e vigilância.

6) Avaliação da eficácia e eficiência do programa:

Para que o PCA alcance seus objetivos, é necessário que sua eficácia seja avaliada sistemática e
periodicamente. O uso de check-list para acompanhar a aplicação do PCA pode ser muito útil na
avaliação. A avaliação deve consistir de três aspectos básicos:

a) avaliação da perfeição e qualidade dos componentes do Programa;

b) avaliação dos dados do exame audiológico;

c) opinião dos trabalhadores.

Gestão de Higiene Ocupacional


Giovanni Moraes de Araújo

Agentes Químicos
5.1 Introdução

Os produtos perigosos estão presentes em muitos locais de trabalho. Estatisicas européias indicam que
16% dos trabalhadores da Europa estão em contato com substâncias perigosas, estando 22% expostos
a gases e vapores tóxicos. No Brasil, os dados oficiais sobre o assunto não são conclusivos. A exposição
às substâncias perigosas ocorrem a todo o momento em diversos locais de trabalho, envolvendo
atividades diversas que incluem o uso industrial, agrícola, domésticos, comercial e até mesmo no lazer.
De uma forma geral, a exposição a substâncias químicas perigosas acima dos limites permissíveis
causam diversos tipos de danos, como, por exemplo: pneumoconiose, danos cerebrais e ao sistema
nervoso, asma e problemas cutâneos, incluindo câncer e doenças congênitas. Os danos causados pelas
substâncias perigosas podem ocorrer durante uma exposição crônica ou aguda, sendo que algumas
possuem a capacidade de se acumular no organismo.

A legislação mundial tem por objetivo minimizar os riscos para a saúde decorrente da utilização de
substâncias perigosas no local de trabalho. A tendência principal é eliminar e/ou substituir o uso de
substâncias perigosas. No Brasil, as Normas Regulamentadoras do MTE estabelecem requisitos
rigorosos para a proteção dos trabalhadores contra os riscos inerentes aos agentes químicos (gases,
vapores, e poeiras) e os agentes biológicos. Em complemento, a regulamentação de transporte, código
do consumidor e as normas regulamentadoras abordam questões e aspectos relacionados à
classificação, rotulagem e divulgação das informações a serem disponibilizadas nas etiquetas de
segurança, símbolos de risco e FISPQ.

Para ler este artigo na íntegra, Gestão de Higiene Ocupacional, adqüira o Livro em nosso
site de vendas (link abaixo)

Fonte: Segurança na Armazenagem, Manusei e Transporte de


Produtos Perigosos
Autor: Giovanni Moraes de Araújo

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Agentes Biológicos
Fundamentação Teórica

Os agentes biológicos se caracterizam por microorganismos (fungos, bactérios, virus, protozoários,


leveduras), animais peçonhentos e insetos. A exposição a estes agentes sem a devida proteção pode
causar uma série de problemas à saúde. Os meios de contaminação mais comuns são através da
respiração, contato e ingestão. As doenças mais freqüentes causadas por estes agentes são: infeções,
tuberculose, brucelose, tétano, febre amarela, febre tifóide, entre outras.

A exposição por contato com agentes biológicos podem causar dermatoses ocupacionais, ou funcionar
como fatores desencadeantes, concorrentes ou agravantes.A contaminação por contato pode ocasionar
dermatites. Constituem o grande grupo das substâncias causadoras de dermatoses. A não-utilização de
proteção adequada, ou sua utilização incorreta, ou ainda o uso de EPI de má qualidade e a não-
observância por parte do trabalhador das boas normas de higiene e segurança, podem ocasionar o
aparecimento de dermatoses ocupacionais.

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Cerca de 80% das dermatoses ocupacionais são produzidas por agentes químicos, substâncias
orgânicas e inorgânicas, irritantes e sensibilizantes. A maioria das dermatoses produzidas pelos agentes
químicos é do tipo irritativo e um número menor é sensibilizante. Os agentes biológicos também podem
causar dermatoses no caso de exposição, nas condições descritas abaixo:

a) Bactérias: Más condições de higiene pessoal associadas a traumatismo e ferimentos de


origem ocupacional podem ser fator agravante, produzindo complicações bacterianas, como, por
exemplo, foliculites, impetigo etc. Como dermatoses ocupacionais propriamente ditas,
mencionam-se o erisipelóide de Rosenbach nos manipuladores de couro de animais, peixeiros e
açougueiros.

b) Fungos e leveduras: São exemplos a monilíase interdigital, nas mãos de balconistas de bar;
as dermatofitoses, em tratadores de animais, em barbeiros, em atendentes de saunas, em
manipuladores de aves; a esporotricose, em jardineiros, horticultores e em operários que
manipulam palha para embalagem; a blastomicose, em trabalhos de abertura de picadas em
matas.

c) Insetos: Picadas em trabalhadores que atuam em ambientes externos.

Características das Exposições a Material Biológico em Atividades de Saúde

Cristiane Rapparini
Embora as condutas apropriadas a serem adotadas após a exposição sejam componentes importantes
de segurança no ambiente de trabalho, a prevenção contra exposição a sangue ou a outros materiais
biológicos é a principal medida para evitar a transmissão ocupacional dos patógenos de transmissão
sangüínea.

Precauções Padrão ou Básicas

Em 1982, mesmo antes da identificação da etiologia da Aids, os CDC (EUA) recomendaram que os
profissionais de saúde deveriam prevenir o contato direto da pele ou das membranas mucosas com
sangue, secreções, excreções e tecidos de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Aids baseado nas
observações iniciais sugestivas de que a doença era causada por um agente transmissível. Pela
semelhança entre a distribuição e as formas de transmissão dos vírus da hepatite B e do HIV, as
recomendações para a prevenção de contaminação com o HIV enfatizavam as mesmas precauções
antes indicadas a pacientes que eram sabidamente infectados pelo vírus da hepatite B. Essas
precauções recomendadas, denominadas Precauções contra Sangue e Fluidos Corporais, incluíam
principalmente:

a) A manipulação cuidadosa de instrumentos perfurocortantes contaminados com materiais


biológicos, devendo ser utilizado coletor resistente para descarte desses materiais perfurantes ou
cortantes e evitados o reencapamento de agulhas, por ser uma causa freqüente de acidentes, e
a desconexão da agulha da seringa;

b) O uso de luvas e de capotes (aventais) quando existisse a possibilidade de contato com


sangue, fluidos corporais, excreções e secreções;

c) A lavagem das mãos após a retirada das luvas antes da saída do quarto dos pacientes e
também sempre que houvesse exposição a sangue;

d) A utilização de desinfetantes, como o hipoclorito de sódio, na limpeza de áreas com respingos


de sangue ou outros materiais biológicos;

e) Os cuidados específicos no laboratório na manipulação das amostras, como a necessidade de


somente serem utilizadas pipetas mecânicas;

f) O transporte de materiais contaminados em embalagens impermeáveis e resistentes e a


marcação com rótulos e etiquetas, de artigos médico-hospitalares e de exames colhidos
identificando-os como material proveniente de pacientes com Aids.

Recomendações mais detalhadas sobre a prevenção da transmissão do HIV nos serviços de saúde
foram publicadas pelos CDC em 1985, sendo atualizadas em 1987 a partir da documentação sobre a
possibilidade de transmissão do HIV por contato mucocutâneo com sangue e da constatação de que a
infecção pelo HIV poderia ser desconhecida na maioria dos pacientes com risco de exposição dos
profissionais de saúde. Foi com base nessas conclusões que os CDC implementaram o conceito de
Precauções Universais.

O termo “universais” referia-se à necessidade da instituição das medidas de prevenção na assistência a


todo e qualquer paciente, independentemente da suspeita ou do diagnóstico de infecções que pudessem
ser transmitidas, como a infecção pelo HIV, ao invés de precauções especiais usadas somente quando
esses fluidos orgânicos fossem de pacientes com infecção conhecida por um patógeno de transmissão
sangüínea. As Precauções Universais englobavam alguns conceitos já estipulados nas recomendações
prévias para prevenção da transmissão do HIV no ambiente de trabalho, como o uso rotineiro de
barreiras de proteção (luvas, capotes, óculos de proteção ou protetores faciais) quando o contato
mucocutâneo com sangue ou outros materiais biológicos pudesse ser previsto. Englobam ainda as
precauções necessárias na manipulação de agulhas ou outros materiais cortantes para prevenir
exposições percutâneas e os cuidados necessários de desinfecção e esterilização na reutilização de
instrumentos de procedimentos invasivos.

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Também foram implementadas adaptações das Precauções Universais em outros lugares do mundo,
como em países da Europa, Canadá e no Brasil. Em 1991 também foram publicadas diretrizes similares
pela Organização Mundial de Saúde. Em 1996, os CDC (EUA) publicaram uma atualização das práticas
de controle de infecção hospitalar englobando a categoria de Isolamento de Substâncias Corporais e as
Precauções Universais no conceito de Precauções Básicas ou Precauções Padrão. Esse novo conceito
está associado à prevenção do contato com todos os fluidos corporais, secreções, excreções, pele não-
íntegra e membranas mucosas de todos os pacientes ao contrário das Precauções Universais, que eram
associadas somente aos fluidos corporais que pudessem transmitir o HIV e outros patógenos de
transmissão sangüínea.

Alguns trabalhos publicados demonstram que a freqüência de exposição a sangue foi reduzida em mais
de 50% quando os esforços foram direcionados na motivação para cumprimento das normas de
Precauções Universais. Entretanto, nenhuma dessas medidas de comportamento alcançou de forma
consistente uma redução satisfatória na freqüência de exposições percutâneas. Por esse motivo, outras
intervenções têm sido enfatizadas para prevenir o contato com sangue e outros materiais biológicos.
Entre elas: a implementação de ações administrativas; as medidas de controles de engenharia para
melhorar a segurança das agulhas para os profissionais de saúde; as mudanças nas práticas de
trabalho visando à implementação e ao desenvolvimento de uma política específica da revisão de
procedimentos e treinamento dos profissionais; e a adequação dos equipamentos de proteção
individual.

Mudanças nas práticas de trabalho

O estabelecimento de mudanças nas práticas de trabalho envolve a implementação e o desenvolvimento


de uma política específica de revisão de procedimentos e alterações nas atividades realizadas pelos
profissionais de saúde de forma a reduzir a probabilidade da exposição a materiais biológicos. Grande
parte destas ações se refere a cuidados específicos com materiais perfurantes ou cortantes, à
prevenção da contaminação ambiental por materiais biológicos e à subseqüente exposição de patógenos
de transmissão sangüínea.

Os diferentes sistemas de vigilância implantados em todo o mundo têm permitido o monitoramento e a


identificação das principais circunstâncias e causas da ocorrência de exposições a material biológico
entre profissionais de saúde. O conhecimento de fatores determinantes das situações de maior risco de
exposição tem permitido a implementação de medidas de prevenção e outras intervenções. Alguns
cuidados a serem tomados ao manusear perfurocortantes como agulhas, escalpes, lâminas de bisturi,
vidrarias e outros são:

a) Ter máxima atenção durante a realização de procedimentos invasivos;

b) Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimento que envolva
material perfurocortante;

c) Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa;

d) Não utilizar agulhas para fixar papéis;

e) Desprezar agulhas, escalpes, lâminas de bisturi, vidrarias, erc...mesmo que estéreis, em


recipiente próprio;

f) Não descartar material perfurocortante em saco de lixo comum, mesmo que seja branco;

e) Usar sapatos fechados (não de tecido) para proteção dos pés em locais úmidos, com presença
de material biológico ou onde haja risco de acidente percutâneo (Ex: consultório odontológico,
sala de coleta de exames, centro cirúrgico, centro obstétrico, centro de material e esterilização,
pronto-socorro e outros...).

Descarte e coletores de materiais perfurocortantes

As exposições associadas aos coletores de materiais perfurocortantes são freqüentes. Podem ocorrer
durante a tentativa de descarte de material perfurocortante, o acondicionamento ou a manipulação dos
coletores. Circunstâncias comuns de exposição são: coletores cheios acima do limite permitido; agulhas
ou outro material perfurocortantes projetados para fora do coletor; dificuldade de descarte do próprio
instrumento, como os escalpes; falta de coletores específicos para descarte de agulhas de coleta de
sangue a vácuo; montagem incorreta dos coletores; localização inadequada; coletores pequenos ou em
número insuficiente para um setor; e descarte incorreto com desconexão da agulha da seringa.

O desconhecimento dos profissionais em relação à necessidade de descarte de qualquer material


perfurocortantes, independentemente de estar ou não contaminado, como por exemplo, agulhas, vidros,
frascos e ampolas, em coletores resistentes e específicos para essa finalidade é responsável por
acidentes de trabalho na equipe de limpeza pela manipulação de lixo comum. Segundo as normas
brasileiras, todos os materiais perfurocortantes devem ser desprezados em coletores rígidos e
padronizados para esse tipo de descarte (ABNT, 1996). O descartador de perfurocortantes:

a) Deve conter paredes rígidas e impermeáveis e tampa;

b) Não deve ser preenchido acima do limite de 2/3 de sua capacidade total;

c) Não deve ser deixado no chão, devendo estar sempre em local seguro;

d) Deve ser colocado em ponto estratégico;

e) Deve ser vedado com fita adesiva e colocado em saco branco leitoso, dar um nó e ser

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encaminhado para o destino final.

A falta de coletores próximos aos leitos ou às áreas de realização de procedimentos tem sido relatada
como um motivo para recapeamento de agulhas. A colocação de um coletor apropriado próximo ao
paciente tem demonstrado ser uma medida eficaz de prevenção. Para o transporte de materiais
biológicos devem ser tomados os seguintes cuidados:

a) Etiquetar os frascos coletores antes da coleta do material;

b) Acondicionar as amostras em saco plástico transparente;

c) Colocar o saco com as amostras em caixa térmica para transporte contendo gelo reciclável;

d) O transporte é de responsabilidade do laboratório executor.

Procedimentos Recomendados Pós-Exposição com Material Biológico nas Instituições de


Saúde em Geral

Procedimentos imediatos, cuidados locais:

a) Após exposição em pele íntegra lavar o local com água e sabão ou solução antisséptica com
detergente (PVPI, clorexidina) abundantemente. O contato com pele íntegra não constitui
situação de risco;

b) Após exposição em mucosa lavar com soro fisiológico 0,0% ou água corrente em abudância,
repetindo a operação por várias vezes;

c) Se o acidente for percutâneo, lavar imediatamente o local com água e sabão ou solução
antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina);

d) Não fazer espressão do local ferido, pois há um aumento da área lesada e,


conseqüentemente, aumento da exposição ao material infectante;

e) Não usar soluções irritantes como: éter, hipoclorito de sódio ou glutaraldeído;

f) Se o paciente fonte for conhecido, com situação sorológica desconhecida, colher após
aconselhamento e consentimento, sorologias para HIV, VHB, e VHC (dois tubos secos). Sempre
que possível realizar teste rápido para HIV no paciente fonte. Teste rápido: teste de triagem que
produz resultado em minutos, indicado para situações de emergência, devendo ser
obrigatoriamente confirmado através de testes confirmatórios. Para o teste rápido deverá ser
coletado em um tudo de tampa roxa (com anticoagulante).

Notificação do Acidente:

a) Notificar à chefia imediata;

b) Notificar ao Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) ou médico do trabalho,


para avaliação do acidente e encaminhamento aos serviços de referência para
atendimento através de “Ficha de Notificação de Acidentes Biológicos”,

c) Notificar o setor de Pessoal que deverá preencher a comunicação de Acidente de


Trabalho (CAT ou similar);

É impossível afirmar que o profissional se infectou em serviço se o acidente ocupacional


não for devidamente notificado, portanto medidas que viabilizem este procedimento
devem ser implementadas em todos os serviços de saúde.

Conduta Pós-Acidente

a) Colher, após aconselhamento e consentimento do funcionário acidentado, sorologias


para HIV, AgHBs, anti HBs e anti HCV;

Este procedimento é utilizado para exclusão de infecção prévia.


Não está indicado o teste rápido para HIV.

b) Avaliar imunização para hepatite B;

c) Avaliar situação sorológica do paciente fonte;

d) Avaliar indicação de profilaxia para HIV e hepatite B;

e) Investigar outras situações de risco para aquisição de infecção pelo HIV, VHB e VHC do
profissional acidentado;

f) Acompanhamento sorológico do funcionário acidentado por 6 meses (data zero = data


do acidente, 6 semanas, 3 meses e 6 meses);

g) A recusa do profissional acidentado para a realização das sorologias ou profilaxias


específicas quando indicadas ou acompanhamento sorológico, deve ser registrada em
prontuário funcional.

Orientação Pós-Exposição a Material Biológico

a) Usar preservativos nas relações sexuais;

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b) Se o funcionário acidentado for do sexo feminino:

Descartar e evitar gravidez;


Não amamentar durante o aocmpanhamento;

c) Não doar sangue, órgãos ou sêmen durante o acompanhamento;

d) Não há necessidade de restringir as atividades do profissional exposto;

e) O conhecimento sobre a eficácia da profilaxia pós-exposição para o HIV é limitado.

Abaixo é apresentado uma tabela com as principais normas a serem seguidas para a
garantia da biossegurança em serviços de saúde:

Norma Número Status Atualização


Coleta de resíduos de serviços de saúde NBR12810 em vigor 29.01.1993
Manuseio de resíduos de serviço de saúde NBR12809 em vigor 26.02.1993
Resíduos de serviços de saúde NBR12808 em vigor 29.01.1993
Resíduos de serviços de saúde NBR12807 em vigor 29.01.1993
NBR9191
Sacos plásticos para acondicionamento de lixo - Requisitos e métodos de ensaio em vigor 31.07.2000
(orig. EB588)

Equipamentos de proteção individual

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são todos os dispositivos de uso individual destinados a
proteger a integridade física do trabalhador, incluindo luvas, protetores oculares ou faciais, protetores
respiratórios, aventais e proteção para os membros inferiores. Segundo a recomendação de diferentes
órgãos, os empregadores são obrigados a fornecer os EPI adequados ao risco a que o profissional está
exposto e a realizar no momento da admissão do funcionário e de forma periódica, programas de
treinamento dos profissionais quanto à correta utilização. A adequação desses equipamentos deve levar
em consideração não somente a eficiência necessária para o controle do risco da exposição, mas
também o conforto oferecido ao profissional; se há desconforto no uso do equipamento, existe maior
possibilidade de o profissional deixar de incorporá-lo no uso rotineiro.

A determinação das características dos acidentes associados à realização de determinado


procedimento, obtida a partir da vigilância das exposições ocupacionais a material biológico, tem
permitido o desenvolvimento de novos equipamentos de proteção. Acidentes durante a realização de
cirurgias, por exemplo, ocorrem geralmente pela utilização dos dedos para segurar os tecidos e realizar
a sutura e pela palpação da ponta da agulha de sutura com o dedo indicador da mão não dominante.
Nesse sentido, luvas cirúrgicas com reforço na área dos dedos mais freqüentemente expostos têm sido
desenvolvidas para prevenir a exposição percutânea com agulhas de sutura.

Modelos laboratoriais de exposição percutânea com agulhas demonstraram que o volume de exposição
aumenta com o aumento do calibre da agulha e com a profundidade da lesão. O volume do inóculo é
estimado em 0,3 a 0,5 microlitros de sangue no caso de uma lesão com 5 mm de profundidade
provocada por agulha de calibre 22. Quando não são usadas luvas a partir de uma exposição com
agulha com lúmen, o volume de sangue injetado pode ser duas vezes maior do que aquele resultante
de uma exposição no mesmo grau de profundidade provocada por agulha sólida.

O uso de luvas influencia de forma diferenciada exposições envolvendo agulhas com e sem lúmen. Em
um dos modelos, mais de 50% de sangue são efetivamente retirados das agulhas com lúmen e mais de
80% quando utilizadas agulhas de sutura, que ultrapassam uma ou mais camadas de luvas de látex ou
de vinil antes do contato com a pele do profissional de saúde exposto. É possível que o fato de uma
única luva poder reduzir até seis vezes o volume de sangue transferido por agulha sólida, mas somente
a metade no caso de uma agulha com lúmen, ocorra porque a luva só remove o sangue na superfície
externa da agulha. O uso de duas luvas reduz ainda mais a quantidade de sangue transferida pelos dois
tipos de agulhas.

O efeito dessa variável na magnitude do risco de infecção, entretanto, não foi quantificado, mas é
provável que lesões superficiais causadas por agulhas de sutura (sem lúmen) contaminadas com
sangue passando por luvas tenham um risco menor de contaminação do que as lesões provocadas por
agulhas com lúmen. Essa hipótese explica parcialmente a ausência observação de infecção comprovada
após a exposição com agulha de sutura. Apesar de não haver um beneficio comprovado de redução dos
riscos de transmissão de patógenos sangüíneos, o uso de duas luvas reduz de forma significativa a
contaminação das mãos por sangue. Desta forma, indica-se esta medida em situações com alto risco de
exposição como grandes cirurgias, atuação às cegas, etc. Apesar de o uso de dois pares de luvas ter
sido adotado por alguns cirurgiões, atribui-se a algumas razões a dificuldade no uso dessa medida,
como a redução da sensibilidade tátil e parestesias dos dedos.

Medidas de controle de engenharia

As medidas de controles de engenharia referem-se à prevenção da exposição dos profissionais através


do desenvolvimento de métodos alternativos e do uso da tecnologia. Isso é particularmente relevante na
prevenção de acidentes com materiais perfurantes ou cortantes. As estimativas do OSHA (EUA) são de
que 60% dos acidentes com agulhas não podem ser prevenidos com as mudanças nas práticas de
trabalho ou com o uso de equipamentos de proteção individual. Considera-se que as exposições podem
ser prevenidas se existe uma alternativa que possa eliminar a característica de insegurança ou o
dispositivo cortante. As medidas de engenharia incluem dispositivos que permitam, por exemplo, a
realização de procedimentos sem a utilização de agulhas ou a utilização de agulhas com dispositivos de

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segurança. Com o esforço desenvolvido nessa área, mais de 300 patentes de equipamentos já haviam
sido requeridas no início da década de 90 nos EUA.

As principais características para o dispositivo ideal devem incluir os aspectos de segurança na sua
utilização tanto para o profissional quanto para o paciente, a facilidade no seu uso, a facilidade para
treinamento e o baixo custo de aquisição. Além disso, é preferível que esses dispositivos operem de
forma passiva, isto é, que o mecanismo de segurança seja ativado automaticamente quando o produto
é utilizado, característica ausente na maior parte dos dispositivos hoje disponíveis. A eficácia na
prevenção de exposições através da implementação desses mecanismos de segurança ainda é debatida
por alguns autores. Ainda que o uso desses dispositivos pareça ter um impacto importante na
prevenção de acidentes ocupacionais ocorridos após a utilização do dispositivo, existe maior dificuldade
na elaboração de dispositivos com mecanismos de segurança para prevenção de acidentes que ocorrem
durante a utilização e a realização de procedimentos.

Na Califórnia e em alguns outros estados americanos, recentemente, normas e leis foram publicadas
obrigando os serviços de saúde a manterem um programa de controle com registro detalhado de todas
as exposições a materiais perfurantes e cortantes e a implementarem as medidas de controle de
engenharia - utilização de dispositivos vasculares sem agulhas e de outros materiais cortantes com
dispositivos de segurança. Além da utilização de dispositivos vasculares com mecanismos de segurança
ou sem agulhas, estudos recentes têm evidenciado bons resultados na prevenção de exposições em
cirurgias. A substituição dos bisturis por eletrocautérios, novos projetos de materiais cortantes usados
em cirurgias e a utilização de agulhas de sutura de ponta romba, são medidas eficazes na prevenção de
acidentes, sem criarem dano ou riscos para o paciente ou dificuldades técnicas para realização do
procedimento.

Fonte: Fundamentos para Realização de Perícias Trabalhistas, Acidentárias


e Ambientais
Autor: Giovanni Moraes de Araújo

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Agentes Físicos
Vibrações

1) Introdução

No ambiente industrial, é freqüente a simultaneidade entre ruído e vibrações. Entretanto, os efeitos que
estes dois agentes podem causar aos trabalhadores são diferentes:

O ruído desenvolve a sua ação, fundamentalmente, em relação a um órgão – o ouvido.


As vibrações afetam zonas mais extensas do corpo, inclusive sua totalidade.

Na realidade, as vibrações transmitem-se ao organismo segundo três eixos espaciais (x, y, z), com
características físicas diferentes, e cujo efeito combinado é igual ao somatório dos efeitos parciais,
tendo ainda em conta as partes do corpo a elas sujeitas. O resultado desta ação conjunta pode afetar:

As condições de conforto;
As condições de segurança e saúde;
A diminuição da capacidade de trabalho.

Existem duas grandes classes de vibrações:

Vibrações livres

Quando um sistema vibra sem ação de forças externas. Neste caso, o sistema irá vibrar à sua
freqüência natural, que depende das suas inerentes propriedades (massa e rigidez).

Vibrações forçadas

Quando a vibração do sistema fica a mercê da intervenção de uma força externa. Neste caso, o
sistema vai vibrar com uma freqüência de excitação. Sob o ponto de vista físico, as vibrações
classificam-se em:

Vibrações Sinusoidais;
Vibrações Periódicas;
Vibrações Aleatórias.

A forma mais simples de um movimento vibratório é a sinusoidal, caracterizada pela sua amplitude (de
deslocamento, de velocidade ou de aceleração), pela freqüência e pelo inverso período.

2) Origem das vibrações

As vibrações normalmente detectadas na indústria são de origem diversa e podem ser classificadas nas
seguintes categorias:

a) Vibrações produzidas por um processo de transformação;

b) Vibrações ligadas aos modos de funcionamento das máquinas e materiais;

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c) Vibrações relacionadas a defeitos das máquinas.

3) Efeitos das vibrações sobre o organismo

As doenças profissionais provocadas pelas vibrações emitidas por certas máquinas-ferramentas e


ferramentas são indenizáveis. Os efeitos da vibração direta sobre o homem são extremamente graves,
podendo danificar permanentemente alguns órgãos do corpo humano. Nos últimos anos, diversos
pesquisadores têm reunido dados sobre os efeitos fisiológicos e psicológicos das vibrações sobre o
trabalhador, como perda de equilíbrio, falta de concentração e visão turva. As vibrações podem afetar o
conforto, reduzir o rendimento do trabalho e causar desordens das funções fisiológicas, dando lugar ao
desenvolvimento de doenças quando a exposição é intensa. O homem apercebe-se das vibrações
compreendidas entre uma fração do hertz (Hz) e 1000 Hz, mas os efeitos diferem segundo a
freqüência.

4) Fatores decisivos para a conseqüência das vibrações

As conseqüências das vibrações no corpo humano dependem essencialmente dos seguintes fatores:

Pontos de aplicação no corpo;


Freqüência das oscilações;
Aceleração das oscilações;
Duração da ação;
Freqüência própria e ressonância.

Ressonância

Cada sistema tem uma freqüência própria. Quanto mais próxima a freqüência excitadora chega à
freqüência própria do sistema excitado, maior será a amplitude da oscilação forçada. Com isso, a
amplitude da oscilação forçada pode vir a ser maior que a oscilação excitadora. Esta manifestação é
chamada de ressonância. De maneira inversa, em cada sistema as oscilações também podem ser
diminuídas, fenômeno que se designa por amortecimento. Assim, por exemplo, as oscilações verticais
das pernas são significativamente amortecidas ao estar em pé. Especialmente forte é o amortecimento
dos tecidos do corpo para as freqüências de 30 Hz. Então, com uma freqüência de excitação de 35 Hz,
as amplitudes das oscilações são reduzidas a 1/2 na mão, no cotovelo a 1/3 e nos ombros.

Danos à saúde

A repetição diária das exposições a vibrações no local de trabalho pode levar a modificações doentias
das partes do corpo atingidas. O tipo de doença é diferente para as duas partes do corpo mais sujeitas
às vibrações:

As oscilações verticais, que penetram no corpo que está sentado ou de pé sobre bases
vibratórias (veículos), levam preferencialmente a manifestações de desgaste na coluna vertebral;
As oscilações de ferramentas motorizadas geram, principalmente, modificações doentias em
mãos e braços.

As conseqüências das vibrações mecânicas transmitidas a todo o corpo refletem-se sobretudo na coluna
vertebral, com o aparecimento de hérnias, lombalgias etc, e podem ser classificadas em duas
categorias correspondentes a duas classes de freqüências vibratórias:

a) As vibrações de freqüências muito baixas (inferiores a 1 Hz): O mecanismo de ação destas


vibrações centra-se nas variações de aceleração provocadas no aparelho vestibular do ouvido,
sendo responsáveis pelo "mal dos transportes" que se manifesta por náuseas e por vômitos.

b) As vibrações de freqüências baixas e médias (de alguns Hertz a algumas dezenas de Hertz)
correspondem perturbações de tipos diferentes:

Patologias diversas ao nível da coluna vertebral;


Afecções do aparelho digestivo: hemorróidas, dores abdominais, obstipação;
Perturbação de visão (diminuição da acuidade visual), da função respiratória e, mais
raramente, da função cardiovascular;
Inibição de reflexos.

Patologias de mão e braços

É no sistema braço-mão que as conseqüências das vibrações são mais severas. Nas ferramentas
motorizadas, atingem-se altas acelerações oscilatórias nas mãos e na articulação do
pulso.Trabalhadores usando há anos ferramentas motorizadas (ex: moto-serras ou martelos
pneumáticos) podem apresentar diversas patologias nas mãos e braços, tais como a doença de
Raynaud (“dedos mortos”).

A exposição diária a vibrações excessivas durante vários anos pode originar danos físicos permanentes
que resultam normalmente na denominada Síndrome dos Dedos Brancos, ou em lesões dos músculos e
articulações do pulso e/ou do cotovelo. Elas manifestam-se através dos "dedos mortos". Com isto,
alguns dedos ficam de – normalmente o dedo médio – brancos a azulados, frios e sem tato. Após algum
tempo, os dedos voltam a ficar vermelhos e doloridos. Esta doença tem por base a contração
espasmódica dos vasos sangüíneos e é conhecida também como doença de Raynaud.

Tais doenças são observadas em trabalhadores em minas, que utilizam perfuradoras leves a ar
comprimido com altas freqüências. Além disso, os trabalhadores florestais também são atingidos por
estas doenças, pois trabalham muito com moto-serras a freqüências de 50 a 200 Hz.

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Os "dedos mortos" surgem, no máximo, após seis meses de trabalho com uma ferramenta vibratória.
Para isto, o frio parece ter uma grande importância. A doença surge mais nos países nórdicos do que
nos países quentes. Supõe-se que o frio aumenta a sensibilidade dos vasos sangüíneos às vibrações e
promove a constrição dos vasos.

Em trabalhadores que usam ferramentas motorizadas a altas freqüências, são observadas também
perturbações da circulação e da sensibilidade. Como exemplo destas máquinas, podem referir-se as
polidoras com 300 a 1.000 Hz. Surgem inchaços dolorosos com perturbações da sensibilidade nas
mãos, que, muitas vezes, não são passageiras.

5) Avaliação das vibrações

O procedimento genérico para a avaliação das vibrações é similar à do ruído:

1. Medir a aceleração em valores eficazes;


2. Ponderar a aceleração em função das freqüências, no sentido de tomar em consideração as
características e reações do organismo humano;
3. Considerar a exposição diária a que os trabalhadores estão sujeitos;
4. Comparar os valores ponderados com os estabelecidos pelas normas e/ou outros estudos
cientificamente fundamentados.

6) Controle das vibrações

A regra fundamental é combater, prioritariamente, o estado de ressonância. O controle das vibrações


pode ser basicamente conseguido por três processos:

Rdução das vibrações na origem;


Dminuição da transmissão de energia mecânica a superfícies potencialmente irradiantes;
Reução da amplitude de vibração das superfícies irradiantes já referidas.

Redução das vibrações na origem

O controle de vibrações na origem é, geralmente, eficiente, mas pode não ser exeqüível se forem
necessários novo desenho do equipamento ou modificação onerosa:

A primeira providência em relação às vibrações é tentar reduzi-las junto à fonte;


Devem ser estudadas, particularmente, as vibrações que provocam ressonâncias;
Em outros casos, as vibrações também podem ser eliminadas por meio de lubrificações e
manutenções periódicas das máquinas e equipamentos, ou colocando-se calços de borracha
observadores de vibrações.

Isolamento da fonte

Quando não for possível eliminar a fonte, esta pode ser isolada, para que o trabalhador não entre em
contacto direto com ela. Esse isolamento pode ser feito pela distância, afastando-se a fonte ou usando-
se algum tipo de material isolante para enclausurar a fonte de vibrações. Uma forma parcial de isolar a
fonte é conseguida evitando-se as pegas muito apertadas, sempre que não for necessário transmitir
força para as ferramentas manuais.

Controle da transmissão

Quando não se pode agir sobre os esforços excitadores, é preciso atuar sobre a transmissão. controle
de vibrações através de alterações no percurso de transmissão pode revestir duas formas:

Suprimir o meio transmissor (ex: separar a cabine de uma estrutura vibrátil – anteriormente
solidárias);
Realizar montagens anti-vibratórias:

Itrodução de elementos resilientes, tais como molas ou apoios em borracha (ou, ainda,
em fibra de vidro ou cortiça) que reduzem a transmissão de energia vibratória;
Tatamento amortecedor dos elementos estruturais que compõem o percurso de
transmissão, de modo a absorver parte da energia vibratória produzida.

Redução da amplitude das vibrações

A redução da vibração de superfícies irradiantes consegue-se através da adição de massas àquelas


superfícies.

7) Proteção do Trabalhador

Se as providências anteriores não forem suficientes, pode-se proteger o trabalhador com certos
equipamentos, como botas e luvas, que ajudam a absorver as vibrações. No caso de ruídos, podem ser
usados também os protetores auriculares. O uso desses equipamentos de proteção individual deve ser
cuidadosamente considerado, pois a maioria dos trabalhadores não gosta de utilizá-los. Também,
porque os equipamentos costumam ser eficientes apenas em determinadas freqüências de vibrações.

8) Instrumentos de Medida

Os instrumentos mais utilizados para a medição das vibrações são:

Acelerômetros

Este equipamento de medição consta geralmente de:

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U transdutor (ou captador);
Um dispositivo de amplificação (elétrico, mecânico ou óptico);
Um indicador ou registrador de amplitude ou de nível.

Analisadores de freqüência

Ruídos

1) Introdução

O ruído é uma das formas de poluição mais evidentes na indústria e no ambiente em geral, afetando o
homem nos planos físico, psicológico e social e podendo:

Lesar órgãos auditivos;


Perturbar a comunicação
Provocar irritação;
Provocar fadiga;
Diminuir o rendimento do trabalho.

Dá-se o nome de som a toda a vibração mecânica que se propaga num meio elástico, desde que as
freqüências que a compõem se encontrem dentro de uma determinada faixa audível (produzam uma
sensação auditiva). Sob o ponto de vista físico, o som puro consiste de um movimento ondulatório
harmônico simples produzido num meio elástico (normalmente o ar) por uma vibração.

2) Principais grandezas e parâmetros definidores do som

Freqüência (f)

A freqüência de um fenômeno periódico como uma onda sonora é o número de vezes que o dito
fenômeno se repete por unidade de tempo. Em acústica, pode definir-se como o número de vezes que a
pressão oscila em torno da pressão atmosférica, por unidade de tempo. A unidade de medida é o Hertz,
que é o número de pulsações/vibrações de uma onda acústica sinusoidal durante um segundo. A
freqüência também afeta a perturbação causada pelos sons, uma vez que as altas freqüências
incomodam mais do que as baixas.

A margem de freqüência audível normal para pessoas jovens situa-se entre 20 e 20 000 Hz.
A margem de freqüência audível normal para pessoas jovens situa-se entre 20 e 20 000 Hz.
Nas baixas freqüências, as partículas de ar vibram lentamente e produzem sons graves
Nas freqüências altas, as partículas vibram rapidamente e originam sons agudos.

Tom puro

Uma onda sonora composta por uma única freqüência chama-se tom puro. Todas as ondas sonoras
podem decompor-se numa ou mais ondas harmônicas simples.

Período (T)

É o tempo transcorrido para completar uma oscilação completa ou completar um ciclo. A unidade de
medida é o segundo (s).

Amplitude (A)

É a deslocação máxima do ponto em vibração em relação ao seu ponto de equilíbrio. Entre os picos
máximo e mínimo (expansão e compressão máximas), o espaço existente é o dobro da amplitude.

3) Análise Espectral

Como a maior parte dos sons não sons puros, mas, sim, ruídos complexos resultantes da combinação
de várias freqüências, é necessário analisá-los em freqüência. Isto se consegue fazendo passar o sinal
através de um filtro que apenas deixa passar uma banda ou gama de freqüências. A amplitude do sinal
filtrado determinará, então, o nível sonoro dessa freqüência. Em acústica, os filtros mais utilizados são
os de oitava e 1/3 de oitava.

Combinação de movimentos harmônicos simples

Na realidade, são raros os sons puros, ou seja, aqueles representados por um só movimento harmônico
simples. Pelo contrário, na prática, existe uma sobreposição de várias sinusóides, cujo estudo terá que
ser efetuado através da análise de Fourier.

4) Parâmetros básicos do som

Quando o som é produzido por uma fonte sonora com uma potência (P), dá-se uma transferência de
energia da fonte para as moléculas de ar adjacentes.

Potência sonora

É o fluxo de energia acústica (sonora) (N.m) por unidade de tempo (s). A unidade é o Watt (N.m.s-1).

Intensidade sonora

O fluxo médio de energia acústica que atravessa uma unidade de superfície perpendicular à direção de
propagação, por unidade de tempo, é designado Intensidade Sonora ( I ). A unidade é o W.m-2.

Pressão sonora

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É o valor instantâneo do desvio de pressão (em relação à pressão estática), devido à perturbação
acústica, percebido pelo ouvido. A unidade é o N.m-2 ou Pascal ( Pa ).

Nível sonoro – Limiares da audição humana

O mínimo de energia sonora (nível zero de audição), à freqüência de 1000 Hz que o aparelho auditivo
possa discriminar, equivale a:

Intensidade sonora 10-2 W.m -2


Pressão sonora 20.10-6 N.m-2 ou 20 µPa

O limite superior, considerado como limiar da dor, corresponde a:

Intensidade sonora 102 W.m-2


Pressão sonora 200 N.m-2

Com uma faixa de audibilidade para a pressão sonora entre 0,00002 e 200 N.m-2 , a utilização de
escalas lineares conduziria a números muito grandes. Além disso, sabe-se que o ouvido humano
responde de uma forma logarítmica e não linear aos estímulos sonoros. Por estas razões, optou-se por
exprimir os parâmetros sonoros como uma relação logarítmica entre os valores medidos e os valores de
referência. A esta escala logarítmica chama-se decibel ou dB.

Nível de intensidade e de pressão sonora

Um nível de intensidade ou de pressão de um som acima do limiar é determinado com relação ao nível
zero, e indica quantas vezes a intensidade ou pressão desse som é maior do que a intensidade de
referência ( l 0=10-12W.m-2) ou maior do que a pressão de referência ( P 0=200 N.m-2), que determina
o nível zero na escala logarítmica (decibel). Adotam-se os seguintes símbolos: L i para nível de
intensidade sonora, e L p para nível de pressão sonora.

5) Tipos de Ruído

Um ruído pode ser descrito:

Plo espectro de freqüência;


Plas variações de nível com o tempo;
Plas características do campo sonoro.

6) Audibilidade

Atendendo às características do aparelho auditivo humano, a reação é diversa conforme as freqüências,


para o mesmo nível de pressão sonora. Devido a este ato, vários estudos se desenvolveram no sentido
de analisar as conseqüências do ruído no homem. Estas curvas devem-se a Fletcher e Munson e estão
representadas de acordo com a norma ISO 226 (1987). O nível de audibilidade é medido em fones(F) e
corresponde, por definição, ao nível de pressão sonora que é sentido por um observador médio
numericamente igual ao nível de intensidade em dB de um tom puro com 1000 Hz. O fone é uma
unidade que varia fisicamente, mas não varia sensitivamente (subjetivamente). Assim, à freqüência de
1000 Hz o número de fones e decibéis coincide (1 fon = 1 dB).

Curvas de ponderação

Do exposto, conclui-se que, para que um equipamento de medição de ruído se comporte como o ouvido
humano, é necessário introduzir-lhe um filtro. Estes filtros têm a particularidade de atenuar o sinal
sonoro, de acordo com as curvas de ponderação normalizadas internacionalmente e que seguem as
curvas isofônicas. A mais importante é, sem dúvida, a curva de ponderação A, por ser aquela que
melhor correlaciona os valores medidos com a incomodidade ou risco de trauma auditivo do sinal
sonoro.

Nos resultados obtidos com o filtro de ponderação A, serão lidos db (A).

Nível sonoro equivalente – Leq

Os níveis sonoros industriais e exteriores flutuam ou variam de maneira aleatória com o tempo. No
entanto, pode-se medir um valor médio, designado por nível equivalente (Leq).O Leq é definido como o
nível sonoro contínuo equivalente, expresso em db(A), que contém a mesma energia sonora total que o
ruído não uniforme medido no mesmo intervalo de tempo.

O nível sonoro contínuo equivalente, ponderado A de um ruído num intervalo de tempo T, é


chamado LAeq,T.
A exposição pessoal diária de um trabalhador ao ruído durante o trabalho é chamada LEP,d.

Dose de ruído

A dose de ruído é o nível sonoro equivalente ponderado (A) a que um trabalhador está sujeito durante
um período de referência, que pode ser de 8 horas diárias ou de 40 horas semanais. Nível de ação: o
nível de ação da "exposição pessoal diária de um trabalhador ao ruído durante o trabalho" é igual a 85
dB (A).

7) Instrumentos de medida

Os instrumentos mais utilizados para a medição do ruído são:

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Sonômetros;
Dosímetros

8) Efeitos do ruído no homem

O ruído afeta o homem em níveis físicos, psíquicos e sociais. De uma forma direta, pode dar origem a:

Diminuição da capacidade auditiva;


Redução da capacidade de comunicação;
Incomodidade;
Fadiga física e psíquica;
Redução do rendimento.

A exposição a níveis sonoros elevados pode conduzir à diminuição permanente da capacidade auditiva,
por traumatismos no ouvido interno. Este tipo de trauma é irreversível.

O risco de perda auditiva aumenta com o nível sonoro e com o tempo de exposição, mas depende
também das características do som. Além disso, a sensibilidade ao ruído varia significativamente de
indivíduo para indivíduo. Há pessoas que podem ser afetadas em pouco tempo, enquanto outras
trabalham durante muitos anos em ambientes caracterizados por níveis de ruído elevados, sem
apresentarem perdas auditivas significativas. Normalmente, exposições de curta duração em ambientes
ruidosos levam a uma redução temporária da capacidade auditiva. Se o ruído não for muito intenso e o
período de exposição demasiado elevado, a capacidade auditiva é recuperada após um período de
repouso em ambiente calmo.

9) Programas de preservação da audição

Um programa completo exige a intervenção do médico do trabalho e dos técnicos de higiene e


segurança, só tendo sucesso desde que exista uma efetiva colaboração entre ambos. O programa de
preservação da audição deve abranger três áreas distintas, complementares entre si. São elas:

Acompanhamento clínico dos trabalhadores (testes audiométricos e outros);


Implementação de um programa de controle do ruído (levantamento da situação, cartas de
ruído, medidas de prevenção etc.);
Ações de formação e sensibilização dos trabalhadores.

10) Medidas de Controle do Ruído

As medidas de controle do ruído podem ser resumidas de maneira sucinta intervindo em três áreas:

Campos de Intervenção (Resumo)

Fonte Meio Receptor

- Suportes antivibrantes
- Enclausuramento integral
- Eliminação ou substituição com máquina mais silenciosa - Isolamento em cabine silenciosa
- Enclausuramento parcial
- Modificação no ritmo de funcionamento da máquina - Redução do tempo de exposição
- Barreiras
- Aumento da distância e redução da concentração de máquinas - Equipamentos de proteção individual
- Silenciadores
- Tratamento fonoabsorvente

As normas de proteção dos trabalhadores contra os riscos decorrentes da exposição ao ruído durante o
trabalho consideram os valores abaixo indicados como limiares em relação aos quais são preconizadas
determinadas medidas preventivas e/ou corretivas.

Nível de ação: 85 dB (A);


Valor limite da exposição pessoal diária: 90 dB (A);
Valor limite de pico: 140 dB, equivalente a 200 pascal de valor máximo da pressão sonora
instantânea não ponderada;
Trabalhador exposto: trabalhador cuja exposição diária ao ruído durante o trabalho é igual ou
superior ao nível de ação ou que está sujeito durante o trabalho a picos do nível de pressão
sonora iguais ou superiores ao valor limite de pico.

Ambiente térmico

O ambiente térmico pode ser definido como o conjunto das variáveis térmicas do posto de trabalho que
influenciam o organismo do trabalhador. Assim, é um fator importante que intervém, de forma direta ou
indireta, na saúde e bem estar do mesmo e na realização das tarefas que lhe estão atribuídas.

Conforto térmico

O homem é um animal homeotérmico, de sangue quente, que, para sobreviver, necessita de manter a
temperatura interna do corpo (cérebro, coração e órgãos do abdômen) dentro de limites muito
estreitos, a uma temperatura constante de 37 ºC. Isso obriga a uma procura constante de equilíbrio
térmico entre o homem e o meio envolvente, que tem influencia nessa temperatura interna, podendo
um pequeno desvio em relação a este valor indiciar a morte. Quando existe a percepção psicológica
desse equilíbrio, pode-se falar de conforto térmico, que é definido pela ISO 7730 como:

”um estado de espírito que expressa satisfação com o ambiente que envolve uma pessoa (nem

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quente nem frio)”.
É, portanto, uma sensação subjetiva que depende de aspectos biológicos, físicos e emocionais dos
ocupantes, não sendo, desta forma, possível satisfazer todos os indivíduos que ocupam um recinto, com
uma determinada condição térmica. Um ambiente neutro ou confortável é um ambiente que permite
que a produção de calor metabólico se equilibre com as trocas de calor (perdas e/ou ganhos)
provenientes do ar à volta do trabalhador. Fora desta situação de equilíbrio, podem existir situações
adversas em que a troca de energia calorífica constitui um risco para a saúde da pessoa, pois, mesmo
tendo em conta os mecanismos de termoregulação do organismo, não conseguem manter a
temperatura interna constante e adequada. Nestas situações, fala-se em stress térmico, por calor ou
frio.

Formas de transferência de calor entre homem e meio ambiente

Quando dois corpos estão na presença um do outro a temperaturas diferentes, há transferência de


calor do corpo mais quente para o corpo mais frio até se estabelecer a igualdade de temperaturas. Esta
transferência se dá através de um ou mais dos seguintes modos:

Condução: Usando a transferência de calor se realiza através de sólidos ou líquidos que não
estão em movimento (ex: contato entre um corpo quente e um frio).
Convecção: Quando a transferência de calor se realiza através dos fluidos em movimento e, por
isso, só tem lugar nos líquidos e nos gases (ex: o movimento do ar).
Radiação: Todas as substâncias irradiam energia térmica sob a forma de ondas
eletromagnéticas. Quando esta radiação incide sobre outro corpo, pode ser parcialmente
refletida, transmitida ou absorvida. Apenas a fração que é absorvida surge como calor no corpo.
Evaporação: Uma via de grande importância em fisiologia é a evaporação, que constitui uma
perda de calor. Esta evaporação, através da sudação, dá-se na pele e arrefece a sua superfície.
A sensação de conforto térmico depende do equilíbrio térmico entre a produção de energia pelo
corpo somado dos ganhos de energia do meio e as perdas para o mesmo, com o objetivo de
manter a temperatura interna do corpo em cerca de 37 ºC.

Fatores que influenciam a sensação de conforto térmico

A sensação de conforto térmico depende da conjugação e da influência de vários fatores.Os principais


são:

Variáveis Individuais
Tipo de atividade;
Vestuário;
Aclimatação.

Variáveis Ambientais
Temperatura do ar;
Umidade relativa do ar ou pressão parcial de vapor;
Temperatura média radiante das superfícies vizinhas;
Velocidade do ar.

Avaliação do ambiente térmico

Para avaliar as situações a que está submetido um trabalhador exposto a determinadas condições
ambientais e de trabalho, utilizam-se métodos ou critérios objetivos, que se determinam principalmente
em função de:

Temperatura do ar;
Umidade do ar;
Calor radiante;
Velocidade do ar;
Metabolismo;
Vestuário.

No estudo do ambiente térmico, há a considerar duas situações:

A sobrecarga térmica ou stress térmico que relaciona a exposição do corpo humano a ambientes
de temperaturas extremas;
O conforto térmico que, não envolvendo temperaturas extremas, relaciona a temperatura,
umidade e velocidade do ar existentes nos locais que, no seu conjunto, podem provocar
desconforto.

Qualquer uma destas situações pode ser medida com base em técnicas especiais, calculando-se índices
que informam sobre a qualidade ambiental do local de trabalho:

Indicador para avaliar a sobrecarga térmica é o índice WBGT1 – Norma ISO 7.243 (1989);
Conforto térmico é medido através dos índices PMV2 e PPD3 – Norma ISO 7.730 -1994.

Qualquer um destes índices é calculado com base em medições de temperatura, umidade relativa,
velocidade do ar, calor radiante e em dados sobre o vestuário dos trabalhadores presentes no local e na
sua atividade. Os cálculos deverão ser efetuados por um especialista, pois são complexos. Algumas
condições são essenciais para assegurar um bom conforto térmico. Independentemente dos resultados
de uma avaliação mais rigorosa, podem ser tomadas algumas medidas de caráter geral com a
finalidade de se obterem condições ótimas de trabalho. São elas:

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A regulação da temperatura e a renovação do ar devem ser feitas em função dos trabalhos
executados e mantidas dentro de limites convenientes para evitar prejuízos à saúde dos
trabalhadores. Nos termos da legislação em vigor sobre locais de trabalho, o caudal médio de ar
fresco e puro deve ser de, pelo menos, 30m3 por hora e por trabalhador. Poderá ser aumentado
até 50m3 sempre que as condições ambientais o exijam – por exemplo, em locais onde se
realizem soldaduras.

Também segundo a legislação em vigor, a temperatura dos locais de trabalho deve, na medida
do possível, oscilar entre 18ºC e 22ºC, salvo em determinadas condições climatéricas, em que
poderá atingir os 25ºC. A umidade da atmosfera de trabalho deverá oscilar entre 50% e 70%;

Quando, por diversos fatores, não for possível ou conveniente modificar as condições de
temperatura e umidade, deverão ser adotadas medidas que protejam os trabalhadores contra
temperaturas e unidades prejudiciais, através de medidas técnicas localizadas ou meios de
proteção individual ou, ainda, pela redução da duração dos períodos de trabalho no local. Não
devem ser adaptados sistemas de aquecimento que possam prejudicar a qualidade do ar
ambiente;

Nos locais de trabalho onde a temperatura é elevada, devem ser colocadas barreiras, fixas ou
amovíveis, de preferência à prova de fogo, para proteger os trabalhadores contra radiações
intensas de calor. Devem ainda ser fornecidos equipamentos de proteção individual, tais como
luvas, aventais, uniformes etc, e deverá ser previsto o fornecimento de bebidas para evitar a
desidratação;

Pelo contrário, em locais de trabalho de baixa temperatura, deve ser fornecido aos trabalhadores
vestuário de proteção adequado e bebidas quentes;

Nas indústrias em que os trabalhadores estejam expostos a temperaturas extremamente altas ou


baixas, devem existir câmaras de transição para que se possam arrefecer ou aquecer
gradualmente até a temperatura ambiente;

As tubulações de vapor e água quente ou qualquer outra fonte de calor devem ser isoladas, de
forma a evitar radiações térmicas sobre os trabalhadores, ou perda de energia por parte destes
fluidos em termos do processo produtivo;

Os radiadores e as tubulações de aquecimento central devem ser instalados de modo que os


trabalhadores não sejam incomodados pela irradiação de calor ou circulação de ar quente. Deve
ser garantida a proteção contra queimaduras ocasionadas por radiadores;

Em relação à qualidade do ar, devem existir na empresa sistemas de aspiração de fumos e/ou
poeiras, sistemas de aspiração sobre os locais de utilização de produtos nocivos e deverá existir
sempre uma renovação regular de ar das instalações .

As correntes de ar devem ser sempre evitadas pelo que, na implementação dos postos de
trabalho, deverá ter-se sempre em consideração esse fato;

A manutenção dos equipamentos de aquecimento e/ou refrigeração deverá ser programada e


efetuada em prazos que permitam um eficiente funcionamento dos mesmos.

Fluxograma NR 9 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais -


PPRA

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Fonte: Belgo Siderurgia S.A. - Trefilaria de São Paulo - Equipe de Segurança do Trabalho, coordenada pela Engenheira de
Segurança do Trabalho Luci Amaral de Oliveira.

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