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A Cartografia como a ciência de fazer mapas possui uma estreita relação com a ciência
Geográfica, pois, permite espacializar os fenômenos geográficos. Desta forma não é
adequado que nas aulas de Geografia o conteúdo "Cartografia" seja apenas comentado e
sim este e a sua linguagem cartográfica deva ser ensinado e compreendido pelos alunos,
para que estes consigam através do mapa ver a realidade. Esta pesquisa tem por objetivo
mostrar a utilização e interpretação de mapas temáticos no ensino da Geografia como
forma de compreender a realidade. Para tanto os assuntos aqui abordados referem-se à
Cartografia, a relação da Cartografia com a Geografia, a Educação Cartográfica e aos
exemplos de utilização de mapas temáticos no ensino da Geografia. Conclui-se com esta
pesquisa que muitos são os esforços em permitir a alfabetização cartográfica e que
através da linguagem cartográfica o aluno possa entender o mapa, a realizar leituras dos
temas do espaço geográfico sobre este mapa.
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Hoje é evidente nas aulas de Geografia que o assunto de Cartografia e linguagem
Cartográfica deva ser ensinado e compreendido, e não apenas ser vagamente
comentado. Atualmente é essencial que os alunos conheçam o mapa e possam fazer a
leitura deste mapa, compreendendo o que está ali e através dele entender a realidade.
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No XX Congresso Internacional de Geografia, realizado em Londres em 1964, a
Associação Cartográfica Internacional (ICA) adotou como definição de Cartografia,
citado por Duarte (2002, p.15) como "conjunto de estudos e operações científicas,
artísticas e técnicas, baseado nos resultados de observações diretas ou de análise de
documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, planos e outras formas
de expressão, bem como sua utilização".
A Cartografia passou por vários avanços até chegar neste conceito atual. O grande
avanço da cartografia ocorreu na Europa, estando relacionado com o Renascimento
(séculos XV e XVI), época em que começaram a surgir relações capitalistas. Com a
intensificação do comércio entre o Oriente e o Ocidente, exigindo o desenvolvimento da
navegação, houve novamente grande ímpeto na necessidade de mapas, bem como a
criação de meios para a respectiva orientação ² a bússola. (MARTINELLI, 2003).
Outro significativo avanço na cartografia foi dado no século XVIII, com a instituição de
academias científicas, marcando assim o início da ciência cartográfica moderna.
Grandes inovações foram propostas pelo astrônomo francês Cesar-François Cassini de
Thury (1714-1784), que elaborou a primeira série sistemática de mapas topográficos
para a França. Entretanto, o maior impulso imprimido aos mapeamentos, como apoio
aos novos conhecimentos, se dá com o avanço do imperialismo, no fim do século XIX.
Cada potência necessitaria de um inventário cartográfico preciso para as novas
incursões exploratórias, incorporando, assim, também essa ciência às suas investidas
espoliativas nas áreas de dominação (PALSKY, 1984 citado por MARTINELLI, 2003).
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O estudo da linguagem cartográfica tem cada vez mais reafirmado sua importância,
desde o início da escolaridade. Contribui não apenas para que os alunos venham a
compreender e utilizar uma ferramenta básica da Geografia, os mapas, como também
para desenvolver capacidades relativas à representação do espaço. A cartografia é um
conhecimento que vem se desenvolvendo desde a pré-história até os dias de hoje.
Através dessa linguagem é possível sintetizar informações, expressar conhecimentos,
estudar situações, entre outras coisas ² sempre envolvendo a idéia da produção do
espaço: sua organização e distribuição (PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS, 1998).
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O Atlas Escolar do Quebec, Canadá, (em fase de elaboração) tem uma proposta
inovadora em termos de Atlas escolares eletrônicos: ser um instrumento interativo que
auxilie diretamente no processo de ensino-aprendizagem. O protótipo do Atlas Escolar
do Quebec apresenta uma arquitetura centrada na criança que possibilita ao estudante a
construção de conhecimento através de experiências próprias com os meios colocados à
sua disposição. Está estruturado em quatro níveis diferentes de dificuldade, de acordo,
com o desenvolvimento cognitivo dos alunos. Utilizando recursos de multimídia, o
Atlas apresenta uma coleção de mapas temáticos e banco de dados para os quatro níveis.
Apresenta verbetes cartográficos, com definições apropriadas a cada nível
exemplificadas através de texto, gráfico, mapa ou ilustração, além de contar com
hiperlinks que permitem navegar no Atlas ou em assuntos correlatos (VIEIRA, 2001).
Exemplo de interação entre SIG (mapas temáticos) e Atlas Eletrônico é o Projeto Costa
do Descobrimento, que apresenta dados de geologia, levantamento de recursos minerais
e naturais da zona costeira, com a interposição de dados atualizados de infra-estrutura,
de vegetação e de unidade de conservação. Para possibilitar que toda a informação do
projeto seja passível de visualização e consulta, sem que seja necessário dispor de um
software de SIG especializado, foi desenvolvido um aplicativo independente de
visualização de projetos em SIG, denominado Atlas Digital. Para o Projeto Costa do
Descobrimento, o Atlas Digital foi programado para exibir mapas pré-compostos. Com
ele, é possível navegar nos diversos temas integrados no projeto, que foram agrupados
em mapas (VIEIRA, 2001).
A Cartografia que é a ciência de fazer mapas possui uma íntima relação com a
Geografia, pois, ela permite representar o espaço geográfico no papel através da
linguagem cartográfica. O Geógrafo pode realizar análises de determinando local sem
mesmo ter estado lá, apenas com os mapas temáticos da área em mãos. Fazer um mapa
parece ser uma tarefa fácil, no entanto, fazer o mapa para "ver" e também para "ler"
necessita que a pessoa que o fez tenha uma alfabetização cartográfica, ou seja, tenha os
conhecimentos necessários para construir um mapa em que outras pessoas até mesmo as
leigas consigam entende-lo.
Cada vez mais é necessário que a Educação Cartográfica seja um assunto discutido e
ensinado pelos professores nas escolas, pois, os alunos precisam conhecer esta
linguagem, pois, o ser humano tem a necessidade de compreender o espaço em que ele
vive, do que este espaço é formado e como é a utilização do espaço pelo homem. Desta
forma conclui-se com este trabalho que a utilização e interpretação de mapas temáticos
nas aulas de Geografia, permite que o aluno através do mapa enxergue a realidade que o
circunda, como por exemplo: onde ele está inserido dentro do seu território, quais são os
tipos de usos do solo, quais os tipos de solos que existem e compreender quais são mais
adequados para cultivo; para moradia; ou para preservação, onde está e qual a dimensão
da área de manancial para abastecimento de água, quais os tipos de vegetação, entre
outros temas, importantes de se conhecer e de se compreender.
Fonte: http://www.webartigos.com/articles/11957/1/A-Utilizacao-e-Interpretacao-de-
Mapas-Tematicos-no-Ensino-de-Geografia-Como-Forma-de-Compreender-a-
Realidade/pagina1.html#ixzz0v6x5omjj
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