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O assalto ao ônibus da linha 174, no Rio de Janeiro, do qual Sandro Barbosa do

Nascimento, o “Mancha”, foi protagonista, é fruto dos problemas sociais encontrados


no Brasil.
Sandro, um marginal, teve uma vida extremamente problemática, com as mais diversas
privações. Quando criança, presenciou a sua própria mãe ser degolada, posteriormente,
talvez, até em conseqüência disso, se tornou um menino de rua. É possível observar na
vida de Sandro vários agentes criminógenos como a extrema miséria, a total carência
afetiva e educacional, péssimas amizades mergulhadas no crime e nas drogas, tais
fatores, como é cediço, contribuem para a criminalidade.
Em um dos depoimentos do documentário, uma das ex-amigas de Sandro afirmou que
as pessoas ao irem para a rua nunca roubaram, nem usado drogas, só então é que
passam a fazê-lo, como se a rua fosse, assim como a opinião da maioria da população
acerca da cadeia, uma “faculdade do crime”. O que é a mais pura verdade, a pessoa até
pode ir para a rua já com uma predisposição ou até com antecedentes, causados
geralmente por problemas sociais que afligem a sua família, entretanto, é evidente que
no ambiente rua a situação só se agrava.
No documentário, um especialista ao falar sobre as ações dos meninos de rua, trata-as
como uma luta contra a invisibilidade social, como um clamor desesperado por um
pouco de reconhecimento.
É inegável, ainda, que os moradores de rua, por tal condição e pela sua aparência,
carregam um estigma dos mais pesados: o preconceito, que os tolhe as possibilidades de
conseguir trabalho e melhorar de vida.
Mas afinal de contas, quem é ou são os culpados do episódio da linha 174? Apenas uma
pessoa com a visão obnubilada iria atribuir a culpa exclusivamente à Polícia Militar do
Rio de Janeiro. O que se viu de fato é o despreparo, a falta de iniciativa e o
sucateamento desta, foram muitas as oportunidades para que se efetuasse disparo letal
com segurança, o que evitaria toda a tragédia que ocasionou a morte de uma das reféns.
Porém, a polícia detém apenas parte da culpa. Não podemos nos esquecer da multidão e
da imprensa, que como urubus sedentos por sangue, presenciaram o acontecimento do
início ao fim, atrapalhando a operação policial e encorajando, diria até incitando, o
“Mancha” a fazer o fez.
O problema não se reporta ao instante dos acontecimentos, mas vem de muito antes, a
começar do nascimento não planejado, de mães e pais que colocam vários filhos no
mundo sem nenhuma condição de mantê-los e educá-los. A falta de educação, a falta de
bom exemplo que os pais devem ser, a falta de afetividade, tudo isso compõe a
formação da personalidade do indivíduo. Como estas pessoas não atendem aos padrões
impostos e desejados pela sociedade, começam a ser rotulados negativamente pelas
pessoas.
Ainda assim, a culpa não fica restrita a este círculo, não se pode ignorar o governo, com
suas políticas assistencialistas e populistas, que gravam nos seus dependentes valores
negativos, dentre eles a ociosidade. Parece que não há interesse por parte do governo em
melhorar a qualidade do ensino ou ensinar os valores do trabalho, pelo contrário, parece
que quanto mais dependente e ignorante forem estas pessoas, mais votos são obtidos,
perpetuando a bandidagem política e agravando os problemas sociais. Como
conseqüência, esta parte da população, torna-se mais egocêntrica, ou seja, seus
interesses ficam em primeiro plano e para atingi-los tudo se torna válido, o que os leva a
escolher atalhos, independente se estes afrontam a lei ou a moral.
Não podemos esquecer, também, da própria Justiça, que por vezes está muito distante
da realidade social de pessoas como o Sandro. Em um trecho do documentário, verifica-
se que houve tentativa de reintegrá-lo no seio da família, e no relatório constava que os
resultados estavam sendo bastante positivos, mas será mesmo que isto reflete a
realidade?
Todos são culpados em parte pela tragédia na linha 174, inclusive o próprio “Mancha”,
pois não podemos desonerá-lo de suas atitudes, como se ele estivesse em um piloto
automático, nem tratá-lo como santo, mas não podemos ignorar que o episódio retrata
um problema da sociedade e que como membros desta temos, também, parte da culpa e
da responsabilidade.

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