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Carlos Alberto Brugnerotto RA 09.

3658-3

SÍLVIO SANTOS

A história do Homem do Baú

Aos 14 anos, Silvio descobriu que podia ganhar dinheiro vendendo capas
de plástico para título de eleitor. Deu o pontapé inicial para construir o seu
império

Com a venda de um simples porta-título, o início de uma fortuna. Aos 14


anos, Silvio Santos decidiu ganhar a vida como camelô. Comprou uma
carteira para guardar título de eleitor e saiu pela rua dizendo que era a
última. Vendeu de imediato. Com o lucro, comprou mais duas peças. "É a
última", alardeava, escondendo a outra no bolso.

Esperto, o garoto havia descoberto o filão na Avenida Rio Branco. Há dias


observara os camelôs em ação. Queria encontrar uma maneira de ganhar
dinheiro, sem muito esforço. Chamou-lhe atenção um homem que vendia
porta-título a rodo. À espreita, seguiu o vendedor para descobrir onde se
conseguia a mercadoria a preço de banana.

Ele decidiu apostar na carreira de camelô, profissão também ilegal


naquela época. Nas ruas do Centro, havia, no máximo, 15 pessoas
trabalhando como ambulantes. O campeão de venda era um tal de Seu
Augusto, que vendia quase 200 canetas em apenas uma hora. O faro de
comerciante de Silvio Santos sabia que ali poderia estar a fórmula do
dinheiro fácil. Mais uma vez, observou um outro ‘mestre’. Era preciso,
antes de tudo, atrair a atenção do público. Falar do produto, de suas
funções e, só no fim, do preço.

A lição foi bem assimilada. Até a bancada para colocar o produto acabou
copiada de Seu Augusto. Mas Silvio Santos foi além do ‘mestre’. Usou até
manipulações de moedas e baralhos para atrair novos fregueses. Com
alguns dias de experiência, passou a vender mais que Seu Augusto.
Chegou a ganhar cinco salários mínimos por dia. E tudo isso no horário do
almoço dos fiscais.

O diretor de fiscalização da prefeitura, Renato Meira Lima, não prendeu


Silvio, como fez com os outros camelôs. Decidiu dar uma chance ao rapaz,
que tinha uma aparência melhor do que os colegas, falava bem e tinha
boa voz. Em vez de levá-lo para a delegacia, Renato entregou-lhe um
cartão para tentar um emprego na Rádio Guanabara. Mais uma vez, a
sorte lhe batia à porta.

Na emissora, Silvio disputou uma vaga com outros 300 candidatos. Entre
eles estavam nomes que despontariam na vida artística, como o dos
humoristas Chico Anysio e José Vasconcellos (o gago Ruy Barbosa, da
Escolinha do Barulho, na Rede Record). Acabou abocanhando o primeiro
lugar. Mas a carreira na Rádio Guanabara durou apenas um mês. Como
camelô, Silvio ganharia mais, trabalhando bem menos. Então, voltou às
ruas, para negociar e faturar.

Silvio só trocou as ruas por um outro serviço quando ingressou no


Exército. Ao completar 18 anos, escolheu a Escola de Pára-quedistas, em
Deodoro. E como a ‘cana’ militar seria mais dura, caso fosse preso pelo
rapa, Silvio tomou uma decisão: voltou a ser locutor, desta vez na Rádio
Continental, em Niterói. Nas idas e vindas enfadonhas das barcas da
Cantareira, o locutor teve outra idéia: montar um serviço de alto-falantes.

O jovem locutor fazia anúncios nos intervalos das músicas. Mais tarde,
percebeu que, nas travessias para Paquetá, os passageiros costumavam
dançar quando ligava o equipamento de som. Cansados, formavam até fila
para beber água no bebedouro. Oportunista, Silvio fez acordo com a
Antarctica para vender cerveja e refrigerante na viagem. Quem comprasse
uma bebida, recebia uma cartela de bingo. Como prêmio, oferecia bolsa
de plástico, jarra e quadro da Última Ceia.

Ele garante ter passado a ser o primeiro freguês da cervejaria no Rio. E


acabou fazendo amizade com um diretor da empresa. Quando a barca
sofreu um acidente e precisou ficar no estaleiro, Silvio foi convidado pelo
diretor para passar uma temporada em São Paulo. Mais uma vez, abriu-se
a porta da esperança e sua vida mudou ainda mais.

Mas, para Silvio Santos o céu sempre foi o limite. "Tinha dias que o via
com barraca montada em Niterói de manhã e depois, à tarde, no Centro
da cidade.

Sílvio mostra a cara na TV

Em 1961, o Baú prosperava tanto que o apresentador passou a chamar a


atenção.
Um deputado resolveu patrociná-lo na antiga TV Paulista

Silvio Santos já foi o Faustão da TV Globo. A partir de 1966, o


apresentador passou a comandar a maratona do domingão global.
Ganhava força o homem que se transformaria na maior ameaça à
hegemonia da Rede Globo.

Silvio chegou ali como quem não quer nada. O primeiro programa, ainda
na TV Paulista, chamava-se Vamos Brincar de Forca e era baseado na
manjada brincadeira em que os concorrentes são vão sendo enforcados à
medida que erram a resposta. Era apresentado à noite, em 1961. Foi um
sucesso.

Numa só tacada, Silvio estreou vários quadros no domingo, em meados de


1962. Entre eles, Cuidado com a Buzina, Só Compra Quem Tem, Rainha
por um Dia, Partida de 100 e Pergunte e Dance. Não foi difícil se
transformar no dono do domingo.
Por de trás das câmeras, Silvio decidiu se casar. Ninguém poderia saber.
Para ele, todo o ídolo deveria manter uma mística.

"Silvio Santos é um homem que não se pertence. O trabalho o domina. Ele


nasceu para ser um líder, mas, para isso, abdicou de muitas coisas".
(Pedro de Lara)

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Nos bastidores do programa de Silvio Santos, havia uma ordem expressa:


ninguém podia chegar perfumado perto do patrão. Nem mesmo com
perfume francês. O ex-camelô sofria de alergia a qualquer fragrância, o
que o deixava sem seu principal instrumento de trabalho: a voz. O
perfume provocava, na garganta e nas vias respiratórias do apresentador,
uma reação que o deixava rouco; muitas vezes, sem poder falar.

Durante muito tempo, Silvio dividiu-se entre Brasil e Estados Unidos. Os


americanos aplicavam injeções de cortisona no nariz do apresentador a
cada quatro meses. Era a única maneira que ele encontrara, até então,
para inibir a doença. "Um dia, durante a gravação do programa, ele ficou
rouco e começou a se queixar: ‘Acho que os americanos não aplicaram
essa injeção direito’", lembra Arlindo Silva, assessor de imprensa de Silvio
Santos por 25 anos. Foi o suficiente para que ele procurasse outro
profissional: o alergista Tufik Mattar (foto abaixo).

"Ele sofria de edema de Quink, alergia muito comum. Eu o obriguei a parar


de tomar a tal injeção com cortisona e fiz uma autovacina", conta Tufik.
Durante três anos, religiosamente, ele tomou doses da nova vacina e,
segundo o médico, ficou curado. "Agora, podem até beijá-lo com perfume,
que não tem problema", afirma.

Nos negócios, o fôlego continuava invejável e Silvio foi montando seu


império. O sucesso na TV alimentou ainda mais as vendas do Baú da
Felicidade. Para atender novos clientes e manter o lucro em suas mãos,
Silvio criou novas empresas. A primeira era de publicidade, para agenciar
outros anunciantes. Com o lançamento do Plano para a Casa Própria,
surgiu a necessidade de montar uma construtora. Depois, uma financeira,
para facilitar o crédito, e uma concessionária, para entregar carros – outra
novidade do Baú. Não satisfeito, Silvio lançou também uma companhia de
seguros.

Para aliviar a mordida do Leão do Imposto de Renda, o empresário passou


a aplicar parte do lucro em agropecuária, no Mato Grosso, e em
reflorestamento, no Paraná. "Veja você como é o destino: um negócio que
surgiu em um porão é, hoje, um verdadeiro mundo", comentou ele, em
entrevista à revista O Cruzeiro, em 1972.

O furacão Silvio Santos espalhava-se em todas as direções. Em 1974, criou


a empresa Studios Silvio Santos Cinema e Televisão, uma grande central
de produção do programa do apresentador, de comerciais, coberturas
jornalísticas e shows em feiras. "Tem tudo o que uma estação tem. Só
falta o canal", observou à época.

Silvio continuava na TV Globo, mas como seu próprio patrão. Pagava o


horário à empresa, vendia comerciais e embolsava o lucro. Mas a emissora
começou a esticar o olho sobre o horário ocupado por ele, no domingo.
Inicialmente, a Globo lhe ofereceu um novo contrato, em que o
apresentador perderia parte do poder. Há muito, queria-se interferir no
programa, considerado fora do padrão global. Silvio não aceitou os novos
termos. A saída parecia irreversível.

O dono da Globo, Roberto Marinho, porém, entrou em cena. Em


telefonema a Silvio, explicou que, apesar da opinião contrária de seus
diretores, queria que Silvio continuasse. Em 1972, o animador fechou
contrato com a Globo por mais cinco anos.

Por baixo dos panos, Silvio começou a articular a consolidação de um


canal de TV. A oportunidade surgiu quando João Batista Amaral quis
vender os seus 50% de ações da TV Record. O outro sócio, Paulo Machado
de Carvalho, foi quem sugeriu a compra a Silvio. Mas o grupo Gerdau
passou a frente na oferta. Seis meses depois, por divergências com o
sócio, o grupo recolocou as ações à venda. Foi então que Silvio fechou o
negócio e ficou com metade da Record.

Pelo contrato com a Globo, ele não poderia ser acionista de nenhuma
outra emissora de televisão. Por isso, a negociação foi mantida em sigilo,
e Silvio usou um testa-de-ferro: o empresário Joaquim Cintra Gordinho.
Por fora, o apresentador continuou buscando a concessão do canal 11, do
Rio. Escaldado por outras tentativas frustradas, no passado, Silvio agiu nos
bastidores. Valeu-se da influência de amigos no Governo para apresentar
seu projeto de um canal autofinanciável por suas empresas. Em seu
programa, passou a citar o nome de políticos que poderiam interceder a
seu favor.

"O Raphael Baldacci é coisa nossa... O general Golbery é coisa nossa",


cantava aos domingos, para milhares de telespectadores. Raphael era o
deputado que opinava, no Ministério das Comunicações, sobre
concessões; e Golbery, o chefe da Casa Militar da Presidência da
República. O resultado não poderia ser outro: em 22 de outubro de 1975,
o presidente, o general Ernesto Geisel, assinou o decreto que outorgava o
canal 11 (TVS) a Silvio Santos. E Silvio saiu da Globo no dia 5 de janeiro de
1976.

Ganancioso, passou a apresentar seu programa simultaneamente na TV


Tupi e na TV Record, em São Paulo, e na TVS, no Rio. Manteve os laços
estreitos com o poder. Ao saber da concessão de duas novas redes pelo
governo militar, o empresário entrou na concorrência. Mais uma vez,
lançou-se a uma luta ferrenha nos bastidores. Um de seus jurados no
programa era Carlos Renato, primo da mulher do presidente João
Figueiredo, Dulce Figueiredo. Até mesmo a dupla Don e Ravel, que
compunha músicas que agradavam à cúpula militar ("Eu te amo meu
Brasil, eu te amo..."), foi mobilizada.

Silvio promoveu a dupla. Em contrapartida, Don intercedia em favor do


apresentador. Outra vez, deu Silvio na cabeça. Ele abocanhou mais quatro
canais. Como um era no Rio, vendeu-o para a TV Record. Surgia, aí, o
Sistema Brasileiro de Televisão (SBT).

'É difícil dizer não a ele. Sempre acaba


conseguindo fazer valer sua opinião’

"Sempre quis falar do fenômeno Silvio Santos. Ele poderia ter sido um
homem como milhões, mas resolveu construir seu futuro amparado numa
determinação e intuição incríveis. Quando ele decide apostar, pode ter
certeza: vai dar certo! Líder nato, mais fala do que ouve, mas consegue
captar o instante em que uma idéia deva ser colocada em prática. Outra
coisa: é difícil dizer não a ele. Por ser mais que um patrão, um vitorioso,
humilde apesar do seu poder, Silvio sempre acaba conseguindo fazer valer
sua opinião. E é mesmo complicado discordar da lógica de um homem que
vive televisão 24 horas por dia.

Às vezes, eu e outros profissionais não entendemos a aversão que ele


mostra por alguns aspectos importantes de uma grade de televisão, como
o jornalismo, por exemplo. Mas eu acho que isso vai acabar mudando, e o
SBT acabará abrindo espaço para mais notícia. Mesmo assim, confiamos
no faro dele, pois seu maior segredo é a cumplicidade com o público."
HEBE CAMARGO, 72 anos, apresentadora

Antigos jurados dão o veredicto sobre


o animador de auditório

ELKE MARAVILHA: relação fria com oi e tchau

Impossível esquecer o júri que alegrava as tardes de domingo no


Programa de Calouros, apresentado por Silvio Santos. Décio Pittinini, Araci
de Almeida, Pedro de Lara e Sérgio Mallandro foram alguns dos que
passaram e deixaram sua marca. A lembrança deixada pelo patrão oscila
entre extremos: para uns, santo; para outros, nem tanto. "Não posso falar
de minha relação com Silvio, pois ela não existia. Era só oi e tchau" disse
Elke Maravilha, que por sete anos fez parte do júri. Por isso, ela criou para
o apresentador o apelido de "patrão". "Um dia, ele me perguntou por que
eu o chamava assim. Respondi que no dia em que fosse meu amigo, eu o
chamaria de amigo", explicou, lembrando que o apresentador Chacrinha,
com quem também trabalhou, era chamado de "painho".

O apresentador Wagner Montes, 46 anos, idolatra Silvio. "Quando sofri o


acidente, ele ligou para o meu pai e falou que não se preocupasse, pois
buscaria para mim a melhor prótese do mundo. Nunca esquecerei isso",
disse, emocionado. Mas Sônia Lima, 39 anos, sua mulher há 14, não
compartilha a opinião: "Gosto muito do Silvio, mas acho que ele não
valorizou as pessoas que começaram com o SBT. Sempre soube criar seus
produtos, usar e depois jogar fora".

A urna da felicidade

Silvio Santos se casa pela segunda vez,


sofre com problemas na garganta e o
poder cada vez mais o seduz. Ele tentou,
em vão, ser candidato a prefeito e
também à Presidência

É namoro ou amizade? Nem um nem outro. O caso de Silvio Santos com a


funcionária Íris Pássaro, do Baú da Felicidade, filha de um pequeno
empresário, foi paixão avassaladora. Os dois se casaram, longe da
Imprensa, em 20 de fevereiro de 1981. Exatamente como no primeiro
casamento, Silvio – que tem fama de pão-duro – se uniu à amada em
regime de separação de bens. Contou com o apoio da mulher nos
momentos mais delicados, até quando se candidatou a Presidência da
República (na foto, ainda se recuperando da cirurgia que precisou fazer
nas cordas vocais, Silvio, ao lado de Íris, decide sair candidato à prefeitura
de São Paulo).

O casal tem quatro filhas: Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata. Certa vez,
durante um programa, ele falou emocionadamente sobre a paixão. "Me
satisfaço com ela, sou feliz com minha família. Não tenho necessidade de
mais nada", disse.

Silvio estava amadurecido. Nada lembrava aquele menino da Lapa, aos 14


anos, que realizou a primeira relação sexual com uma prostituta francesa.
Uma experiência que lhe agradou. Satisfeito, procuraria mais tarde outra
francesa. O garoto ficaria assustado com as manobras radicais, que se
definiam - é tudo que sabia - como bouchet.

O começo do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) foi de vacas magras. A


assinatura da concessão da nova rede, com quatro canais, ocorreu em 19
de agosto de 1981. A cerimônia foi transmitida ao vivo pela TVS, do Rio, e
pelo canal 4 de São Paulo.

A programação era à base de enlatados, novelas mexicanas e produções


baratas. Era o que preenchia as 12 horas no ar exigidas pelo Ministério
das Comunicações. A opção desde o início foi por uma grade de
programação mais popular do que a da Globo.

Entre as atrações da rede, estavam Moacir Franco Show, O Homem do


Sapato Branco, Feira do Riso, Almoço com as Estrelas e Raul Gil e o
palhaço Bozo. Marcou época o programa O Povo na TV, com Wilton
Franco, que relatava casos policiais com estardalhaço.

Com os dramalhões mexicanos, pelo menos 25% mais baratos que as


novelas nacionais, Silvio encontrou novo filão. O primeiro sucesso foi Os
Ricos Também Choram, com Verônica Castro.

Mas o programa que mais surpreenderia seria uma produção de cenários


de papelão, piadas velhas e atores de segunda linha. Ninguém contava
com a astúcia de "Chaves", personagem do mexicano Roberto Boloños.
Apesar de ninguém levar fé, o programa permanece há 17 anos no ar.

O maior comunicador do Brasil perdeu a voz. No final de 1987, Silvio


começou a ficar rouco. Chegou a importar um aparelho para ampliar o
som quando falava ao telefone. O programa era interrompido quando
quase não conseguia ouvi-lo.

Preocupado, Silvio bateu em retirada. Viajou para os Estados Unidos em


busca de tratamento. Ele descobrira que possuía um tumor na pálpebra
esquerda – extirpado no Brasil – e, devido ao cansaço de um músculo da
garganta, ficava rouco.

A volta à TV ocorreu, um mês depois, num domingo. Silvio era outro


homem. No programa, expôs suas inquietações, negou boatos de que
teria tido caso com Sônia Lima, explicou a doença e falou sobre as
preocupações com o povo. Foi o que bastou para o homem do Baú ser
taxado até de novo Messias.
Era a deixa para Silvio entrar na política. Assessores do PFL entraram em
ação para viabilizar a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo.

Silvio queria ser um político diferente e não gostava de fazer campanha.


Ele fora alertado sobre as pressões que sofreria. À época, argumentou que
não temia os ataques. Citou até reportagem da revista Contigo que
bancava a versão de que ele e Gugu eram amantes. "O Gugu não é o meu
tipo", brincou Silvio, segundo Arlindo Silva.

A indefinição de Silvio sobre a candidatura o enfraqueceu. Na convenção


do partido, havia manobra para se apoiar a coligação com o PMDB,
apoiando João Osvaldo Leiva, indicado por Orestes Quércia. Sem
possibilidades de vitória na convenção, Silvio desistiu. Alegou, na ocasião,
que seguia recomendação médica para poupar a voz, devido ainda a um
edema na garganta. O empresário foi operado no início de 1989.

O PFL voltou a fustigar Silvio a entrar na política. Queria-o como candidato


a presidente da República. O empresário passava por um momento
delicado. Ainda era incerto se ele poderia voltar a apresentar seus
programas devido ao problema na garganta. Logo depois da cirurgia,
Silvio reuniu a imprensa para fazer um comunicado. "Minha candidatura só
depende de eu não ter condições de falar profissionalmente", contou.

Uma articulação no PRN ainda tentou convencê-lo a ser o vice de


Fernando Collor. "Olhe, na minha vida, eu nunca fui vice, só fui
presidente", rebateu Silvio, segundo o seu assessor Arlindo Silva.

A candidatura de Silvio estremeceu a campanha em 1989. Muitos


acreditavam que suas empresas, principalmente o Baú, seriam duramente
atingidas por denúncias de irregularidade. Para garantir o lugar na
disputa, Silvio – sempre atrasado – buscou um partido nanico, o PMB. Mas
não pôde levar adiante sua campanha.

O Tribunal Superior Eleitoral impugnou o registro do partido por não ter


feito convenções em nove estados. Durante o pleito, houve acusações de
que um outro partido teria tentado vender a legenda para que Silvio
Santos se candidatasse.

No livro A Fantástica História de Silvio Santos, o autor Arlindo Silva, conta


uma outra passagem polêmica: o presidente das Organizações Globo,
Roberto Marinho, teria rompido uma amizade com o então Presidente da
República, José Sarney, por acreditar que ele teria lançado Silvio Santos
como candidato pelo PMDB. Silvio ainda tentou entrar na política mais
duas vezes: para governador e de novo para prefeito. Também não deu
certo. Pessoas ligadas ao apresentador garantem: Silvio nunca mais
trocará o Baú pela urna.

Trechos da carta de Íris


Na campanha para a Presidência da República, uma parte do PFL queria
que Silvio Santos fosse candidato pelo partido. As articulações não deram
certo. Silvio usou seu programa para explicar o caso e leu um trecho da
carta da mulher, Íris:

"...Contar vantagem, todo o mundo conta. Mas é a coragem da luta que


tem valor, porque daí surgirá a vitória final. Seja constante e persistente.
(...) Se a resposta, hoje, for a favor da sua candidatura, não tema, pois
terá Deus a seu lado para realizar sua missão."

Apresentador chega a ser posto


para fora de casa pela mulher

Silvio Santos não gosta de expor sua intimidade. Não é à toa que
raramente concede uma entrevista. Mas, no fim de 1992, um escândalo
fez sua vida pessoal extrapolar os muros da mansão do casal Abravanel,
no Morumbi, em São Paulo. Ele e Íris se desentenderam, e a briga foi parar
na delegacia. Íris registrou queixa, garantindo que o marido teria
aproveitado a ausência dela para retirar obras-de-arte, móveis, tapetes e
até um cofre. Para configurar abandono de lar, ela fez questão de que
constasse no boletim que o apresentador havia passado o fim de semana
fora de casa. Silvio Santos, por sua vez, também registrou queixa contra a
mulher, e o caso acabou na Justiça.

À época, uma reportagem do jornal paulista Diário Popular atribuía a briga


dos Abravanel à Rainha dos Caminhoneiros, Sula Miranda. Irmã da
também cantora Gretchen, Sula tinha um programa no SBT e manteria,
segundo a reportagem, um romance com o patrão. Sula, na ocasião,
negou o caso. O ex-assessor de imprensa de Silvio Santos, Arlindo Silva,
garante que o relacionamento não passou de um boato. "Foi uma idéia
suicida da assessora de imprensa da Sula. Ela achou que isso poderia
promover a Sula. Mas foi tudo uma mentira. Silvio ficou furioso da vida,
tirou o programa do ar, e a assessora de imprensa perdeu o emprego",
contou Arlindo, que se aposentou no ano passado e escreveu o livro A
Fantástica História de Silvio Santos.

Arlindo contou que o real motivo da briga do casal foi o pouco tempo que
Silvio passava com a família. O apresentador se dedicava demais aos
negócios. "Íris reclamou que as filhas não tinham convivência com ele.
Não viam o pai nem nos fins de semana", afirmou.

Enquanto o caso ganhava o noticiário, Íris e Silvio Santos discutiam na


Justiça. A senhora Abravanel chegou a trocar a fechadura de casa para
impedir a entrada do marido. Em um lance inicial, estimou-se que Íris
receberia US$ 15 mil mensais (R$ 31,9 mil), fora outras mordomias.
Quanto aos imóveis, eles casaram em regime de separação de bens, e Íris
poderia não ter direito à bolada. Mas, em 1993, depois de muitas intrigas,
o casal fez as pazes e trocou beijos à frente das câmeras. Uma intimidade
que poucas vezes Silvio permitiu no ar.
O duelo dos poderosos

Silvio Santos começa a incomodar a TV Globo. O ex-funcionário agora é


um concorrente de peso e obriga emissora de Roberto Marinho a alterar os
planos

O empresário Silvio Santos tirou do baú as armas na luta por pontos no


Ibope, a partir de 1987: Hebe Camargo, A Praça É Nossa e Jô Soares. A
fórmula, aparentemente despretensiosa, deu certo. O Sistema Brasileiro
de Televisão está no segundo lugar em audiência.

A vice-líder, às vezes, alcança a liderança. Sinal de desespero para os


diretores da soberana TV Globo, a quarta maior rede do mundo. É algo
para impressionar até o próprio Silvio. Tudo começara com um canal
furreca, a TVS, que exibia três vezes seguidas o mesmo filme, em meados
dos anos 70, por falta de atrações para preencher a programação.

O primeiro aviso de que Silvio viera para incomodar aconteceu durante a


exibição, pela TV Globo, da novela Roque Santeiro, em 1985. Com a maior
cara-de-pau, ele convidava, em seu programa, os telespectadores a,
depois de assistir à novela da Globo, mudar de canal para acompanhar
Pássaros Feridos, um filme exibido em cinco capítulos.

A surra foi mais forte que um tapinha: o SBT obteve média de 47% de
audiência, contra 27% da concorrente. Para tentar reverter o quadro, a
Globo usou uma estratégia que não deu certo: esticou os capítulos da
novela o quanto pôde. Silvio não esquentou; mudou também o horário do
filme.

"É um filme muito bom, um filme a que eu já assisti várias vezes. É a


história de um padre que se apaixona. Mas podem ver a novela. Esse filme
só vai começar depois que a novela acabar", repetia no ar, durante seu
programa.

Silvio fez isso várias vezes. O telespectador cansou de ouvir as dicas do


apresentador sobre filmes que exibia em sua emissora. Quando o
empresário não assistia, havia a impressão de alguém da sua família
sobre a fita. "Podem ver. Minha filha assistiu e disse que é ótimo",
comentava, como se estivesse falando com um colega de trabalho.

Mas, no fim dos anos 80, ele decidiu melhorar a qualidade dos programas.
Investiu o dinheiro que recebera com a venda da TV Record para a Igreja
Universal. Abandonou, por exemplo, atrações como O Povo na TV e o
Moacir Franco Show. A audiência era boa, mas o faturamento não
alcançava as cifras necessárias para manter uma empresa como o SBT.

A fórmula que escolheu era simples: bonito e barato e, principalmente,


dando lucro. "A Globo faz questão de estar em primeiro lugar, nem que,
para isso, tenha que gastar milhões. Silvio pensa em não perder dinheiro",
observa o humorista Carlos Alberto de Nóbrega, um de seus grandes
amigos.

As atrações emplacaram. Hebe Camargo transformou-se na "dama da


televisão brasileira", com seu programa, nas segundas-feiras. A Praça É
Nossa, que tinha 10 pontos na Bandeirantes, saltou para 35 pontos no
SBT. Jô Soares ajudou a qualificar a programação, que passou a contar
ainda com um investimento pesado em jornalismo.

O SBT se consagrou como líder absoluto do segundo lugar. Muitos


programas passaram a incomodar a Rede Globo, até então imbatível. O
jornal Aqui e Agora trazia reportagens dinâmicas que retratavam,
principalmente, a violência sofrida pelos moradores de São Paulo e
também do Rio. Foi tachado de "mundo cão", mas aumentou a audiência
do telejornal do SBT, que sempre perdeu feio, nesse segmento, para a
Globo.

O jornal do SBT, com Lilian Witte Fibe, o TJ Brasil, com Boris Casoy, e o Jô
Onze e Meia atenderam classes mais altas, que não costumavam apertar
no controle o canal do SBT. O apresentador Gugu foi substituindo o patrão,
aos poucos, aos domingos. O programa do Faustão passou a perder no
Ibope para o colega de horário. Virou uma gangorra de audiência. A cada
semana, um era o vencedor. A estratégia de Gugu foi concentrar suas
melhores atrações no momento em que Faustão está no ar. No resto do
dia, podia até perder para a Xuxa e o Tom Cavalcanti, mas nunca do
Faustão. Deu certo: ganhou a briga dos domingos.

Gugu já esteve com um pé na Globo, mas Silvio Santos abriu o baú para
mantê-lo na sua emissora. Quando Jô Soares assinou com o SBT, a Globo
contratou Gugu para competir com Silvio nas tardes de domingo. O dono
do canal 11 agiu rápido e jogou pesado: fez uma proposta irrecusável a
Gugu, que à época, comandava no SBT o Viva a Noite, e levou a mulher,
Íris, e as quatro filha à tiracolo para o encontro. A pressão deu certo. Silvio
Santos pegou um avião com Gugu, e os dois conversaram com Roberto
Marinho. Foi tudo resolvido. Menos a multa pela rescisão do contrato, que
não foi perdoada.

Em outro episódio, Silvio conversou com os Marinhos. Ligou para o


Roberto Irineu Marinho, filho do dono das Organizações Globo. O
apresentador queria levar José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, para
trabalhar no SBT. "Eu não vou dispensar o Boni. Não me interessa que ele
opere em outra televisão", teria afirmado Marinho, em frase reproduzida
no livro A Fantástica História de Silvio Santos, de Arlindo Silva.

Para neutralizar o adversário, a Globo contratou algumas estrelas da


emissora rival. Jô Soares e Serginho Groisman foram alguns dos que
passaram para o lado de lá. Para recuperar as perdas, a estratégia de
Silvio Santos foi tentar enfraquecer a concorrência. Tentou minar Jô ao
mudar o horário do programa para ainda mais tarde.
Outras emissoras levaram peças-chaves do SBT. Foi o caso de Eliana e
Boris Casoy, que arrumaram as malas para a TV Record. Silvio manteve o
formato dos programas, com exceção do Jô Soares. Mas decidiu
abandonar o investimento no jornalismo para priorizar o entretenimento.

Pessoas ligadas ao apresentador garantem que Silvio Santos nem sempre


é um bom negociador. "O Ratinho queria muito trabalhar no SBT. Silvio
não quis. Ele me ligou um pouco antes de assinar contrato com a Record e
pediu R$ 70 mil. Não teve jeito. Quatro meses depois, Silvio o chamou e
pagou R$ 400 mil", lembra Luciano Callegari, primeiro homem do SBT até
1997.

Ratinho conseguiu 15 pontos de audiência com seu programa no SBT, o


mesmo percentual que Boni havia prometido conseguir para a emissora,
caso fosse contratado por Silvio. "Foi mais fácil contratar o Ratinho, que já
me deu os 15 pontos de audiência", brincou Silvio em uma palestra,
arrancando riso da platéia.

Carlos Alberto de Nóbrega ficou 11 anos


sem falar com o apresentador. Ele pensava
que Silvio tivesse enganado seu pai

Ser segundo lugar já incomoda ao SBT. Há quase um ano, na noite de


sábado, a resistente A Praça É Nossa vem apanhando do humorístico
Zorra Total, da TV Globo. Para melhorar os números, o apresentador
Carlos Alberto de Nóbrega procurou Silvio Santos. É preciso bagunçar a
vida do Zorra.

A idéia de Carlos Alberto é aumentar a divulgação da Praça durante os


intervalos no horário nobre do SBT. Outro pedido é a encomenda, ao
DataFolha, de uma pesquisa para aferir a audiência e compará-la aos
números do Ibope.

O que Carlos Alberto de Nóbrega tenta entender é como A Praça É Nossa


perdeu a liderança. Até um ano atrás, A Praça emplacava média próxima
de 20 pontos de audiência. O máximo que o Zorra conseguia era reduzir a
diferença para 1 ponto, quando entrava em cena o espetacular Alberto
Roberto, personagem de Chico Anysio. Depois da saída de Chico, A Praça
começou a perder. E feio. Crava 14 ou 15 pontos, contra mais de 22
pontos da Globo. Carlos Alberto pediu ainda uma pesquisa para saber o
que o público acha da Praça.

Não é fácil dobrar o homem do Baú. Silvio é autoritário e gosta das coisas
a seu modo. "Ele tem um temperamento danado. Cansei de bater de
frente com ele quando cheguei à emissora, em 1987", relembra Carlos
Alberto, filho de Manoel de Nóbrega, aquele que passou o Baú para Silvio.

"Hoje, eu sei me relacionar com o Silvio. Imagina quantos problemas ele


tem. Faço o pedido no momento certo, e ele nunca diz não", observou.
Os dois são amigos desde o tempo em que Silvio vendia muamba, nos
anos 50. Fizeram juntos a primeira viagem ao exterior, a Buenos Aires, na
Argentina. Carlos Alberto pretendia comprar coisas para o enxoval de seu
casamento. Silvio o convenceu a comprar isqueiros e presilhas para
gravata. "Disse que venderia tudo em São Paulo. Com o lucro, compraria o
enxoval e ainda sobraria dinheiro", recordou.

Em outra época, Silvio comprara um carro aos pedaços. Na viagem para


São Paulo, Carlos Alberto dirigia e Silvio segurava as portas. Ao chegar a
São Paulo, ele anunciou e vendeu o carro ali mesmo. Era uma amizade de
passeios, festas e confidências.

Os dois ficaram sem se falar por 11 anos. Segundo Carlos Alberto, por
causa de um mal-entendido. Sem entrar em detalhes, disse que o
problema envolvia ações da TV. "Meu pai me contou uma coisa. Só depois,
o Silvio me explicou tudo. Meu pai (morto em 1976), que tinha Silvio como
um filho, estava enganado", conta.

Carlos Alberto é grato a Silvio por ter salvado o pai da falência, em 1975.
Manoel de Nóbrega se envolvera em um malfadado negócio. Silvio pagou
a dívida e, provisoriamente, ficou com os bens de Nóbrega. Um belo dia,
Nóbrega, que pensara que perdera tudo, recebeu todas as escrituras de
volta (dois ou três apartamentos, uma casa e dois terrenos). Silvio viajou
em seguida. "Ele não queria receber o telefonema de agradecimento do
meu pai", relembrou.

A vida encarregou-se de afastá-los. Hoje, só se encontram a trabalho. Em


datas festivas, Silvio envia cartão e lembranças. Na Páscoa, mandou-lhe
um grande ovo. Na segunda-feira, Carlos Alberto completará 65 anos, mas
sabe que o máximo que pode esperar é um bom presente. "Preferia que
ele não me enviasse nada. Mas que aparecesse para me dar um abraço",
observou.

Ele é o show do bilhão

Silvio Santos é um megaempresário.


O faturamento de suas 34 empresas soma
R$ 1,5 bilhão por ano. Só de salário,
ele retira R$ 55 milhões do Baú

O baú ficou pesado. Cheio de dinheiro. Por ano, o apresentador Silvio


Santos recebe R$ 55 milhões de salário como empregado do Baú da
Felicidade e da Liderança Capitalização. Ninguém no País paga mais
Imposto de Renda, como pessoa física, do que ele. São R$ 15 milhões para
o Leão. O faturamento de suas empresas é superior a R$ 1,5 bilhão,
anualmente.

Não é à toa que ele é também conhecido como "o homem do sorriso".
Desde 1957, quando iniciou a saga com o Baú, Silvio construiu uma
carreira de conquistas. "Achava que ele subiria na vida por ter uma visão
comercial. Mas nunca poderia imaginar que chegaria tão longe", confessa
Carlos Alberto de Nóbrega, apresentador de A Praça É Nossa e amigo dos
tempos bicudos.

Silvio construiu um patrimônio da ordem de R$ 879 milhões, conforme


declaração à Receita Federal, em 1999. Não seria hora de parar, viajar
pelo mundo e gastar um pouco dessa fortuna?

Não adianta. Ele quer mais. Já chegou a anunciar que se aposentaria dos
palcos aos 60 anos. Passados 10 anos, continua com todo o vigor. À frente
do Show do Milhão, respira mais um sucesso.

Ao que parece, Silvio sonha ir mais longe. E ele se prepara para tanto.
Hoje, o SBT já fatura um quarto do que a Rede Globo abocanha.

Cuidadosamente, sem grandes endividamentos, a emissora se expande.


Um dos marcos é o Complexo do Anhangüera, inaugurado em 1996, um
centro de produção para a TV equivalente a 31 campos de futebol, a 17
quilômetros do Centro de São Paulo.

Para melhorar ainda mais a qualidade da programação e passar a atrair as


classes mais altas, o SBT ataca em várias frentes. Fechou acordos com as
americanas Warner e Walt Disney e a Televisa, poderosa emissora
mexicana. Acertou ainda com uma produtora holandesa um programa nos
moldes de No Limite, exibido pela Globo. Só que os participantes se
envolvem numa disputa numa casa. A previsão inicial é de levar a atração
ao ar ainda no primeiro semestre.

Silvio também está de olho no mercado lucrativo das TVs por assinatura.
Formou consórcio com a Bandeirantes, fundos de pensões norte-
americanos e o Grupo Associados (ex-Diários Associados) e criou a TV
Cidade. Tem autorização para operar em 16 municípios brasileiros, entre
eles, Niterói e São Gonçalo.

Já investiu em um hotel no Guarujá, à espera da liberação do jogo no País.


Esse empreendimento é inspirado em um navio de luxo e poderá se
transformar em um grande cassino no litoral paulista. Silvio já disse que
pretende morar ali quando se aposentar. Se isso acontecer.

Hoje, ele vive com a mulher, Íris, e suas quatro filhas em uma mansão no
Morumbi. Contou com o conforto da família para enfrentar grandes
perdas. Seu pai, Alberto, morreu em 1976. Léo, o irmão mais chegado, foi
enterrado em 1982. E a mãe, Rebecca, sete anos depois. Durante a
campanha para prefeito de São Paulo, em 1992, um outro baque.

Sua irmã Sara, mais conhecida como Sarita, foi seqüestrada no Rio. Ela
saia de casa, na Tijuca, para o SBT, onde trabalhava como diretora
regional da emissora. Quatro bandidos inexperientes a obrigaram a entrar
no porta-malas de um Chevette, sob a mira de um revólver. Os
seqüestradores exigiram 500 mil dólares (quase R$ 1 milhão) e mais meio
quilo de ouro. A polícia foi logo mobilizada pelo governador Leonel Brizola
e, em 15 horas, os bandidos foram presos. O erro deles foi ligar para um
número com bina. Sarita ficou o tempo todo amarrada, no porta-malas.

Aos 70 anos, completados em 12 de dezembro, Silvio é um homem


vitorioso. Dono de uma fortuna invejável, o seu maior patrimônio, porém,
é a popularidade. É o maior apresentador da história da televisão
brasileira. Desde 1993, o Programa Silvio Santos figura no Guinness, o
Livro dos Recordes, como o mais duradouro da televisão brasileira.

O engraçado é que o homem que conseguiu tudo isso, o maior


comunicador do Brasil, peca pela timidez. "Ele é terrivelmente tímido.
Sozinho com alguém numa sala, é um desastre. Mas, ponha um público
ali, e ele arrebenta", avalia o amigo Carlos Alberto.

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