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Agrupamento de escolas Dr.

Azevedo Neves

João Ramos 12º1 Nº5

1
II III IV V

 Distribuição anual da disciplina


 Léxico de expressões usados
 Como elaborar um trabalho escrito
Agrupamento de Escolas EB 2,3/S Dr. Azevedo Neves
Ano lectivo 2009/2010

PSICOLOGIA B – 12ºANO

DISTRIBUIÇÃO ANUAL
Nº aulas previstas
1º Período
(90 min)
A ENTRADA NA

ANTES DE MIM: A genética, o cérebro e a cultura. 22


VIDA

EU COM OS OUTROS: As relações precoces e as relações interpessoais. 10

Avaliação 5
Total 37
Nº aulas previstas
2º Período
(90 min)
A ENTRADA NA VIDA

EU COM OS OUTROS: As relações precoces e as relações interpessoais. 10

EU NOS CONTEXTOS: O modelo ecológico do desenvolvimento.


6

EU. A mente e a integração das dimensões cognitiva, emocional e conativa.


12

Avaliação 5
Total 33
Nº aulas previstas
3º Período
(90 min)
A ENTRADA
NA VIDA

EU. A mente e a integração das dimensões cognitiva, emocional e 8


conativa

PROBLEMAS E CONCEITOS TEÓRICOS ESTRUTURADORES DA


A PROCURA DA MENTE

PSICOLOGIA.

Do mentalismo do séc. XIX ao mentalismo do séc. XXI.


8

A PSICOLOGIA APLICADA.
5
A Psicologia Aplicada em Portugal.

Avaliação 5
Total 26
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA – 12º 01 E 02
 

LÉXICO DE EXPRESSÕES VERBAIS QUE PODEM SURGIR NOS TESTES OU PROVAS

Onde se lê «algo» dever-se-á sempre entender este termo em sentido amplo: da coisa material à
abstracta (ideia, conceito, noção, etc.).

• Analisar – Decompor um todo em partes (p.ex.: um texto, uma ideia, etc.).

• Avaliar – Julgar, atribuir um valor a algo, justificando porque assim se julga e/ou atribui esse valor.

• Caracterizar – Dar relevo a aspectos particulares para que uma ideia, conceito ou algo se torne o
mais inconfundível possível e simultaneamente melhor conhecido.

• Clarificar – Atribuir características que permitam um conhecimento mais claro, isto é, menos
equívoco.

• Classificar – Organizar em grupos e classes um conjunto de elementos diferentes e dispersos.

• Comentar – Interpretar criticamente um texto, uma ideia, figura, etc., relacionando os diversos
elementos para tornar claro, a outros, determinada mensagem.

• Comparar – Examinar simultaneamente duas ou mais ideias, aspectos ou coisas para conhecer
semelhanças e diferenças.

• Concluir – Tirar consequências de algo que antecede, por exemplo, causas de efeitos ou vice-versa.

• Confrontar – Estabelecer um paralelo entre, pelo menos, dois aspectos diferentes de uma mesma
coisa ou de diferentes coisas, identificando aspectos que os tornam mais definidos.

• Criticar – Julgar algo, após análise, justificando o ponto de vista pessoalmente defendido.

• Decompor – Separar ou dividir distinguindo especificamente algo que faz parte de um todo já
anteriormente organizado ou existente.

• Deduzir – Concluir ou inferir uma ideia como consequência de outra mais geral.

• Definir – Dizer o que algo é ou em que consiste, demarcando com precisão os seus limites ou
extensão.

• Demonstrar – Provar com raciocínio convincente ou fundamentado.

• Descrever – Expor com minúcia os aspectos característicos ou particulares de algo.

 
• Distinguir – Separar especificamente elementos que permitam identificar claramente coisas
diferentes ou iguais.

• Elucidar – Tornar claro, esclarecer determinado assunto, caso, ideia, etc. (֞ esclarecer).

• Enumerar – Relatar, enunciar uma a uma, cada parte de um todo ou conjunto.

• Equacionar – Reduzir uma questão, aparentemente complexa, a termos ou esquemas mais simples
e compreensíveis.

• Esclarecer – Diluir ou eliminar dúvidas (֞ elucidar).

• Exemplificar – Ilustrar através de factos, ideias, casos ou imagens algo que se explicou ou vai
explicar.

• Explicar – Tornar compreensível, a outrem, algo, desenvolvendo-o o suficiente para o efeito


pretendido (֞ explicitar).

• Explicitar – Tornar algo mais evidente, isto é, claro e compreensível (֞ explicar).

• Formular – Organizar e expor com rigor uma ideia, conceito, etc. .

• Identificar – Reconhecer e dar um nome, ideia, características adequadas ou próprias a algo.

• Indicar – Mencionar breve, mas correctamente, algo dando-o a conhecer ou entender.

• Interpretar – Explicar, comentar, esclarecer, com maior ou menor liberdade pessoal, ideias,
conceitos, relações, etc. .

• Justificar – Provar, demonstrar, explicar com argumentos claros e convincentes uma ideia, tese, etc. .

• Operacionalizar – Resolver problemas ou operações previamente formuladas as quais, geralmente,


obedecem a um código de regras pré-estabelecidas.

• Problematizar – Mostrar como uma questão, aparentemente simples ou resolvida, não o é ou está
tal como aparenta.

• Provar – Demonstrar rigorosamente, com razões, factos, testemunhos, documentos, etc., a verdade
ou falsidade de uma afirmação ou negação, tese ou antítese, realidade ou ilusão de algo.

• Reconhecer – Verificar, confirmar a verdade ou falsidade, pertinência ou não de algo que


previamente se julga conhecido.

• Relacionar – Confrontar, estabelecer relações entre as coisas, ideias diferentes.

• Sintetizar – Reduzir um todo às suas partes ou elementos fundamentais, sistematizando-as num


novo todo (֞ resumir).

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
COMO ELABORAR UM TRABALHO ESCRITO
 

Já elaboraste vários trabalhos escritos, quer individualmente, quer em grupo.

Vamos recordar e aprofundar alguns aspectos.

Para a elaboração de um trabalho, há regras que têm de ser respeitadas. Num trabalho deve
constar:

1- Capa
2- Índice
3- Introdução
4- Desenvolvimento
5- Conclusão
6- Bibliografia
7- Anexos (nem todos os trabalhos têm anexos)

O primeiro passo a dar é a escolha do tema - por ti, pelo grupo, ou até por sugestão do(a)
professor(a).

Seguidamente, estabelecerás um plano relativo aos assuntos que irás tratar (por vezes, o plano
inicial é reformulado ou alterado).

De acordo com esse plano, irás procurar informações em livros, enciclopédias, jornais, revistas,
documentários filmados (ou outros meios audiovisuais), visitas de estudo efectuadas,
testemunhos orais, (entrevistas ou inquéritos a pessoas).

Ao fazeres essas consultas, convém elaborar fichas, por autor ou por assuntos.

Feitas as fichas bibliográficas, deves efectuar uma leitura orientada das obras (artigos de jornal,
revistas, livros, etc), tentando responder a uma série de questões, previamente formuladas, e
elaborando fichas de leitura.

1. Capa

Pode ser simples, com desenhos, gravuras ou fotografias (conforme a tua imaginação ou gosto
pessoal).

No entanto, para uma correcta apresentação, dela farão parte os seguintes elementos:

 
• Nome da Escola

• Ano lectivo em que foi elaborado

• Disciplina ou área a que se destina

• Título do Trabalho

• Identificação do(s) autor(es), (nome do aluno ou alunos que colaboraram no trabalho), número,
turma e ano

• Data em que foi elaborado (local, mês, ano)

Ex:

EB 2,3/SECUNDÁRIA DR. AZEVEDO NEVES

Ano Lectivo 2009/2010

PSICOLOGIA B –

12º10 – Nº1

As emoções e os processos cognitivos

Asdrúbal dos Santos Tenório

Damaia, Setembro de 2009

 
2. Índice

No índice deves escrever o nome das partes que constituem o trabalho.


À frente de cada uma escreves o número da página onde se inicia o assunto.
Antes da indicação de cada assunto, poderás colocar um número romano (I, II, III...), se se tratar
de um capítulo ou de um tema mais geral, ou um número árabe, (1, 2, 3,...) se disser respeito a
um aspecto desse capítulo, ou então: 1; 1.1; 1.2; 2; 2.1; 2.2., etc.

Utilizando o editor de texto Word poderás ir definindo os títulos em Estilos e, realizado o


trabalho, na página onde queres colocar o índice, em Referências, clicas em Índice.

Ex:

Índice
 

Introdução ................................................................................................ 3

I- .............................................................................................................. 3

1. ......................................................................................................... 4

2. ......................................................................................................... 5

II- ............................................................................................................. 7

1. ......................................................................................................... 8

2. ....................................................................................................... 10

3. ....................................................................................................... 12

Conclusão .............................................................................................. 15

Bibliografia ............................................................................................ 16

3. Introdução

Na introdução, informarás o leitor sobre o tema que vais tratar e como o irás fazer. Podes ainda
referir os motivos que te levaram a escolher o tema, as dificuldades que encontraste para estudar,
as vantagens da sua realização, etc.

Quem vai ler o teu trabalho, logo na introdução deverá ficar com uma ideia daquilo que irá
encontrar. Deste modo, a introdução deverá conter sumariamente o que vais tratar e como o irás
fazer.

Depois de acabares o trabalho, convém releres a introdução, para verificar se está de acordo com
o restante, se tens de acrescentar ou alterar alguns aspectos, para ficar de acordo com o
desenvolvimento.

 
4. Desenvolvimento

O desenvolvimento é a parte central do trabalho. Convém ser redigida com cuidado, tendo como
base os teus conhecimentos e as informações recolhidas através de vários meios e documentos.

Poderás formular questões, a que procurarás responder, dando a tua opinião fundamentada.

Poderás recorrer ainda a citações, ou seja, transcrever frases ou textos de autores. É importante
que os textos transcritos apareçam destacados e sejam curtos. O que transcreveres deve ficar
sempre entre aspas: ".....................". Referirás logo o autor e a obra de onde é retirada a
transcrição. Ao fazeres a transcrição, poderás ainda colocar um número entre (), ex: (1) e, ao
fundo da página, em nota de rodapé, escreveres o mesmo número e, à frente, o nome do autor,
obra e páginas. As notas também poderão ser colocadas no final do trabalho, imediatamente a
seguir ao texto e antes dos anexos.

O ideal é utilizar uma ferramenta mais automática, por exemplo, o editor de texto Word onde
deverás ir a Referências e clicar em Inserir Nota de Rodapé.

Ex:

"A música está constantemente presente na vida grega. E isso desde os poemas Homéricos. (...)
Até o guerreiro máximo, Aquiles, entretém os seus ócios a tocar lira"1

(No editor de texto Word, a nota de rodapé surge automaticamente no fim da página, como podes
verificar.)

O texto de desenvolvimento pode ser complementado com gráficos, quadros ou esquemas e


gravuras. Devem estar de acordo com o conteúdo do texto e ser explicados através de uma
legenda.

5. Conclusão

Deverá ser breve e nela resumirás as questões formuladas no início do trabalho, ou seja, farás
uma síntese do assunto que desenvolveste.

                                                            
1
  PEREIRA, Maria Helena da Rocha – Estudos de História da Cultura Clássica. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1993, p. 643. 

 
6. Bibliografia

Para a indicação da bibliografia há também regras.

Na lista bibliográfica, os autores deverão ficar por ordem alfabética de apelidos.

Os sites apontados ficam no fim da lista dos autores e deverão indicar a última data de consulta.

Pode-se seguir o modelo nome/obra ou o modelo nome/data. Assim, relativamente ao primeiro,

1º Deve indicar-se primeiro o último nome do autor (isto é, o apelido), em maiúsculas, seguido
de vírgulas e do nome próprio, título da obra (em itálico ou sublinhado), local de edição, editora,
volume e respectiva data.
Tratando-se de três ou mais autores, para simplificar, pode indicar-se apenas o primeiro, seguido
apenas de et al. (expressão latina que significa e outros) ou A.A.V.V. (autores vários).

Ex: ALDERBERT, Jacques et al. – História da Europa. Coimbra: Livraria Minerva, 1993.

Ex: FERREIRA, José – A Democracia na Grécia Antiga. Coimbra: Livraria Minerva, 1990.

2º Se a publicação não tiver autor definido, o título deverá ser escrito em letras maiúsculas.

Ex: REVISTA DE FILOSOFIA, n° 8 (mês e ano)

3º A seguir ao nome do autor, mencionarás o título da obra, o local de publicação, a editora e a


data. Se não tiver data, escreverás s/d.

Ex: PEREIRA, Maria Helena da Rocha – Estudos de História da Cultura Clássica. Coimbra:
Fundação Calouste Gulbenkian, Volume I, 1980.

Quando se trata de um artigo inserido numa obra, num jornal ou revista indicar o nome do autor,
título do artigo (entre « »), autor/coordenador da obra, título da publicação (em itálico), número
da publicação, data e páginas (primeira e última).

Ex:  DINIS, Alfredo – «Ética e identidade pessoal na perspectiva das ciências cognitivas» In:
Brotéria, 156:2 (2003) pp. 119-140.

Ex: SERRÃO, Daniel – «Eutanásia». In: ARCHER, Luís, BISCAIA, Jorge, OSSWALD, Walter,
RENAUD, Michel (Coord.) – Novos Desafios à Bioética. Porto: Porto Editora, 2001, pp. 249-
250.

 
Outros exemplos retirados de:

SILVEIRA DE BRITO, José Henrique – Introdução à Metodologia do Trabalho Científico.


Braga: Publicações da Faculdade de Filosofia, UCP, 2001.

 
Relativamente ao segundo modelo, nome/data, apresentam-se os seguintes exemplos, partindo
da bibliografia anterior:

7. Anexos

Finalmente, colocam-se os anexos. Estes podem ser gravuras, fichas, inquéritos, entrevistas,
esquemas, gráficos, etc.

Servem para completar e fundamentar as afirmações feitas ao longo do trabalho.

 
I III IV V

 Genética
 Ficha de Trabalho s Genética
 Os casos de Phineas Gage e de Elliot
 Cérebro
 Evolução, Genética, Cérebro 1 Questões de Verdadeiro
Falso
 Evolução, Genética, Cérebro 2 Questões de Verdadeiro
Falso
 A Genética e o Comportamento – Questões de escolha
múltipla
 O Cérebro – Questões de escolha múltipla O Cérebro –
Questões de escolha múltipla
 A Cultura e a sua importância no comportamento
 A Cultura – As crianças selvagens – Será que já
nascemos humanos
 Síntese Cultura
 A Cultura – Questões de Verdadeiro-Falso
 1ª Ficha de Avaliação (Novembro2009)
 Correcção da 1ª Ficha de Avaliação (Novembro2009)
 Ficha Formativa – Novembro 2009
 MatrizTeste12B – Novembro 2009
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
 

TEMA 1 — ANTES DE MIM: Genética

As características genéticas são transmitidas pelos cromossomas, que são estruturas que se
encontram no interior das células.

Os cromossomas são constituídos por ADN, ácido desoxirribonucleico, e são os responsáveis


pela transmissão da informação hereditária de geração em geração. Estão organizados aos pares.

O ADN é uma substância química constituída por quatro substâncias químicas: a adenina (A), a
timina (T), a citosina (C) e a guanina (G).

Os nucleótidos são as unidades básicas do ADN que, associados em cadeias sequenciais,


definem as características das espécies.

O código genético é uma sequência de aminoácidos na molécula de ADN que possibilita a


transmissão das características hereditárias.

Os cromossomas são constituídos por vários genes que são responsáveis por diferentes
características.

Os genes são segmentos de ADN organizados em nucleótidos com uma determinada sequência.
É um segmento de um cromossoma com um código próprio que contém informação para
produzir uma característica determinada.

O genoma é o conjunto de genes que constituem o ser humano.

A meiose é um processo de divisão das células sexuais que ocorre durante a fecundação, e em
que o número de cromossomas se reduz para 23, assegurando deste modo os 46 cromossomas
característicos da espécie humana.

Este processo de divisão é uma das condições da variabilidade genética.

De entre os vários tipos de genes, destacam-se, pelas suas características, os genes de


desenvolvimento que, entre outras funções, planificam a construção do organismo, sendo
fundamentais no processo de constituição da espécie e do indivíduo.

Designamos por hereditariedade específica a informação genética que é responsável pelas


características comuns aos elementos de uma espécie.

A hereditariedade individual corresponde à informação genética que é responsável pelas


características de um indivíduo, tornando-o diferente de todos os outros.

O genótipo é o conjunto das determinações genéticas herdadas; é a colecção de genes recebidos


aquando da concepção.

 
O fenótipo é o conjunto das características observáveis num indivíduo e que resulta da interacção
do genótipo e do meio.

O indivíduo é resultado da combinação dos factores hereditários e dos factores ambientais.

O preformismo e a teoria da epigénese são duas perspectivas sobre o papel da hereditariedade e


do meio na constituição e no comportamento dos seres humanos.

O preformismo é uma teoria segundo a qual o embrião se desenvolve segundo as potencialidades


preexistentes no ovo. É uma teoria que privilegia os factores genéticos do desenvolvimento.

A teoria da epigénese demarca-se do preformismo ao afirmar a importância do meio ambiente.


No processo de desenvolvimento, ocorrem potencialidades que, não estando presentes no ovo, se
desenvolvem por efeito da acção do meio.

A filogénese e a ontogénese designam processos relativos ao desenvolvimento.

Designa-se por filogénese o conjunto de processos biológicos de transformação que explicam o


aparecimento das espécies e a sua diferenciação. Reporta-se à história da espécie.

A ontogénese designa o desenvolvimento, a modificação do indivíduo, desde a fecundação até à


morte. Reporta-se à história individual.

A afirmação da existência de um programa genético nos seres humanos só pode aceitar-se se o


concebermos como um programa aberto: isto é, susceptível de se adaptar às influências do meio
ambiente.

O inacabamento biológico do ser humano, o tacto de ao nascer não apresentar as suas


competências desenvolvidas (é um ser prematuro), constitui uma vantagem: possibilita uma
maior capacidade para aprender e se desenvolver.

A neotenia designa o inacabamento biológico do ser humano ao nascer, o que implica que a
infância humana seja tão longa: o processo de desenvolvimento continua após o nascimento.

O programa genético aberto, a prematuridade do ser humano e a consequente necessidade de


continuar a desenvolver-se após o nascimento constituem uma vantagem, porque possibilitam o
desenvolvimento de muitas capacidades e competências no contexto das interacções sociais.

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
FICHA DE TRABALHO

Nome:______________________________________________________ Turma:______

Grupo I

Classifica cada uma das afirmações como Verdadeira ou Falsa

V F
O facto dos frangos só poderem ser filhos de um galo e de uma galinha, tal
1 como os ratos só poderem ser filhos de casais de ratos, é uma questão de
hereditariedade individual.
Gene é um segmento de um cromossoma constituído de ADN e contêm toda
2 a informação para produzir uma determinada característica orgânica no ser
vivo.
3 A evolução ontogenética refere-se à origem e evolução das espécies.
4 Fenótipo é o património hereditário de cada indivíduo.
5 Epigénese defende que o desenv. individual depende do programa genético.
6 Na adaptação ao meio, os seres mais fortes têm mais hipóteses de resistir.
7 Desde sempre o homem teve o aspecto anatómico e fisiológico que hoje
tem.
8 As alterações no ecossistema nunca interferiram com o homem porque este
é uma espécie resistente.
9 Filogénese é o desenvolvimento do indivíduo desde que nasce até que
atinge a idade adulta.
10 É mais fácil prever as condutas animais do que as humanas porque
sabemos por experiência como são as reacções dos homens.
11 A neotenia diz respeito à manutenção na idade adulta de características
juvenis.
12 O inacabamento do ser humano determina a diversidade de condutas.
13 As condutas animais são pré-programadas, específicas e instintivas,
enquanto nos homens são aprendidas.
14 O preformismo não privilegia os factores genéticos do desenvolvimento.
Grupo II

Indica claramente a LETRA da alternativa que consideras CORRECTA

1. O ADN é o suporte químico da informação genética que controla os processos vitais em todos
os organismos. Esta afirmação é:

A. Falsa, porque o ADN não é a unidade básica dos seres vivos.


B. Verdadeira, pois o ADN é um ácido nucleico importante no controlo celular.
C. Falsa, porque o ADN não interfere nos processos vitais, apenas é o responsável pela
transmissão cromossomática.
D. Verdadeira, porque o ADN determina a sobrevivência dos seres vivos.

2. O potencial genético que pode vir a ser influenciado por condições ambientais tem o nome de:

A. Hereditariedade.
B. Gene.
C. Genótipo.
D. Fenótipo.

3. O desenvolvimento cerebral depende em absoluto da maturação e da programação genética.


Esta afirmação é:

A. Falsa, porque o nosso desenvolvimento depende unicamente dos estímulos ambientais.


B. Verdadeiras, porque todas as nossas mudanças biológicas são programadas geneticamente.
C. Verdadeira, porque o processo de maturação é uma simples actualização interna de
potencialidades.
D. Falsa, porque embora seguindo uma sequência geneticamente definida o desenvolvimento
depende em parte da estimulação ambiental.

4. A hereditariedade refere-se ao conjunto de características transmitidas pelos pais aos seus


filhos. Esta afirmação é:

A. Verdadeira, porque a hereditariedade consiste no processo de transmissão genética de


caracteres dos progenitores aos descendentes.
B. Falsa, porque a hereditariedade é um processo epigenético.
C. Verdadeira, porque os pais são portadores de genes responsáveis por todas as
características morfológicas.
D. Falsa, porque os caracteres que transitam de pais para filhos sofrem a influência da
educação.

5. A hereditariedade individual explica que:

A. Herdamos um conjunto individual de genes provenientes dos nossos progenitores.


B. Nos distinguimos de outros indivíduos da nossa espécie.
C. Nos distinguimos de outros indivíduos de outras espécies.
D. Dois indivíduos possam ser especificamente idênticos.

6. Somos o resultado da nossa herança genética. Esta afirmação é:

A. Falsa, porque o genótipo unicamente confere possibilidades de desenvolvimento.


B. Verdadeira, porque as características de um indivíduo dependem do código genético.
C. Falsa, porque somos o resultado da influência do meio.
D. Verdadeira, porque o código genético é inalterável.
Os casos de Phineas Gage e de Elliot

Phineas Gage era um funcionário dos caminhos-de-ferro americanos que viveu no século XIX.
Em 1848, quando tinha 25 anos, teve um acidente que acabou por o tornar famoso: ao colocar
explosivos para abrir caminho numa rocha, provocou uma explosão. A barra de ferro usada
para empurrar os explosivos atravessa a cabeça, penetra no queixo, arranca-lhe o olho
esquerdo e sai pela parte superior do crânio. Assistido num hospital, recupera acabando por
sobreviver 12 anos. Para além de crises de epilepsia esporádicas, manteve as suas funções
motoras bem como as capacidades intelectuais.
Contudo, a sua personalidade sofreu alterações profundas. Antes do acidente era um homem calmo, educado,
trabalhador. Depois, passou a apresentar comportamentos diferentes: irritava-se sempre que o contrariavam, era
grosseiro, colérico. Acaba por perder o emprego deambulando pelas ruas de Nova Iorque e pelas cidades da
Califórnia. A barra de ferro acompanhou-o sempre tendo sido enterrada com ele, em 1861, quando morre com 38
anos. O seu cérebro foi conservado no Museu da Escola Médica de Harvard e foi, na década de 90, objecto de
estudo de um casal de investigadores portugueses: António e Hanna Damásio. Através de técnicas de simulação
informática, reconstituíram as consequências do acidente constatando que as áreas responsáveis pelos
movimentos e pela linguagem não tinham sofrido qualquer dano, o que explica que, quer a motricidade, quer a
linguagem, não apresentassem qualquer anomalia. A zona verdadeiramente afectada era a que estava situada
mesmo na fronte. Seria preciso explicar a relação entre esta zona e a personalidade.

As investigações

Os dois neurobiólogos vão comparar este acidente, vivido no século XIX, com um caso de um dos seus doentes:
Elliot. Este homem de 30 anos, devido a um tumor, teve de retirar uma parte do córtex. A sua personalidade
sofreu grandes transformações, que se manifestavam sobretudo por uma grande indiferença afectiva. Face à sua
família e amigos não demonstrava qualquer sentimento: nem amor, nem alegria, nem tristeza, nem ansiedade.
Parecia também incapaz de gerir a sua actividade, podendo perder horas corn questões insignificantes ao mesmo
tempo que esquecia actividades importantes. António Damásio, face a estes sintomas, coloca a hipótese de as
emoções e as capacidades de reflexão estratégica estarem relacionadas. Ao contrário do que Descartes defendia
— as emoções opõem-se à razão -, Damásio defende que a emoção está intimamente relacionada com as escolhas
racionais. Mais: a emoção pode ser um guia das nossas escolhas. O medo (emoção) de assumir determinados
riscos torna-nos prudentes prevenindo, por exemplo, riscos económicos. Se uma pessoa não recear (emoção)
entrar em conflito com o vizinho poderá transformar-se numa pessoa descontrolada.
A partir das suas investigações sobre as lesões frontais, Damásio explica que as relações entre o córtex pré-frontal
e as emoções se dão nos dois sentidos: o córtex apoia-se nas informações emocionais para tomar decisões
adaptadas. Por outro lado, tem um papel de inibidor das emoções. O córtex controla as nossas pulsões e impulsos
impedindo-nos de reagir de forma desadequada a uma situação como, por exemplo, beber antes de conduzir um
automóvel, dizer o que nos apetece a uma pessoa de que não gostamos, etc.

“Não restam dúvidas de que a alteração da personalidade de Cage foi provocada por uma lesão
cerebral, circunscrita a um local específico. (...) Existem muitos Gage à nossa volta, indivíduos cuja
desgraça social é perturbadoramente semelhante. Alguns deles têm lesões cerebrais em consequência
de tumores cerebrais, deferimentos na cabeça, ou de outras doenças do foro neurológico. Outros, no
entanto, não tiveram qualquer doença neurológica e comportam-se como Gage por razões que têm a
ver com os seus cérebros ou com a sociedade em que nasceram. Precisamos de compreender a
natureza destes seres humanos cujas acções podem ser destrutivas, tanto para si próprios como para os
outros, caso pretendamos resolver humanamente os problemas que eles colocam.”

DAMÁS1O, A. - O Erro de Descartes. Lisboa: Europa-América, 1994, pp. 37-38.

Se ocorre uma ruptura entre o centro emocional - sistema límbico - e o córtex frontal, se a informação não se
estabelece entre as duas áreas, estamos perante uma indiferença afectiva. Nestes casos, por exemplo, face à morte
de uma pessoa que nos é próxima há uma indiferença: a situação é reconhecida do ponto de vista cognitivo, mas,
como não há relação com a área emocional, não se manifesta qualquer sentimento. No caso de Phineas Gage e de
Elliot, acontece o inverso: não há controlo sobre as emoções, decorrendo um comportamento impulsivo e
descontrolado.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
 

TEMA 1 — ANTES DE MIM: Cérebro

O sistema nervoso é constituído fundamentalmente por dois tipos de células: os neurónios ou


células nervosas e as células gliais.

As células gliais, para além de fornecerem os nutrientes aos neurónios, controlam o seu
desenvolvimento. Têm funções importantes no desenvolvimento e na comunicação cerebral.

Os neurónios são constituídos por três componentes: o corpo celular, as dendrites e o axónio.

Existem três tipos de neurónios: sensoriais (transmitem as mensagens da periferia para os centros
nervosos), motores (transmitem as mensagens dos centros nervosos para a periferia) e os
neurónios de conexão (interpretam as informações e elaboram as respostas).

A comunicação nervosa consiste em transmitir mensagens de um grupo de neurónios para outro


grupo. Dá-se o nome de impulso nervoso ou influxo nervoso à informação que circula entre os
neurónios.

É através da sinapse - zona de interacção entre neurónios - que as mensagens são transmitidas.

As mensagens nervosas ocorrem por processos electroquímicos. A energia nervosa é de dois


tipos: a que passa das dendrites pelo corpo celular para o axónio é eléctrica; ao nível da sinapse,
pelo efeito dos neurotransmissores, passa a energia química.

Os neurotransmissores, emitidos pelo neurónio pré-sináptico, atravessam a fenda sináptica -


espaço compreendido entre os neurónios - e são captados pelos receptores do neurónio pós-
sináptico.

O sistema nervoso é constituído por um conjunto de estruturas que recebem a informação,


comunicam-na, coordenam-na e organizam os comportamentos.

Distinguem-se, geralmente, os mecanismos de recepção, que recebem a informação (os órgãos


dos sentidos), os mecanismos de coordenação (o sistema nervoso central e periférico) e os
mecanismos de reacção (os músculos e as glândulas).

O sistema nervoso central (SNC) é constituído pela espinal medula (que tem funções de
coordenação e de condução) e pelo encéfalo.

De entre as várias estruturas que constituem o encéfalo, o cérebro humano desempenha um


conjunto de funções especializadas exclusivas dos seres humanos.

O cérebro está dividido em dois hemisférios, cobertos por uma camada de massa cinzenta, o
córtex cerebral, que são especializados em funções próprias - lateralização cerebral.

Apesar da especialização, os hemisférios direito e esquerdo funcionam de forma complementar.


 
Cada hemisfério é constituído por quatro lobos - frontal, parietal, occipital e parietal.

Nos lobos occipitais são processados os estímulos visuais que previamente passaram pelo
tálamo. A área visual primária processa dados como a cor, distância, etc., que passam, depois
para a área visual secundária onde ocorre a identificação dos objectos. Outras áreas do cérebro
intervêm atribuindo significados às informações.

Os lobos temporais processam os estímulos auditivos: os sons são recebidos na área auditiva
primária e interpretados na área secundária ou de associação. É nesta zona que se situa a área de
Wernicke, que tem um importante papel na produção do discurso e na compreensão do que os
outros dizem.

Os lobos parietais são constituídos por duas zonas. Na zona anterior, o córtex somatossensorial
recebe os estímulos que vêm do ambiente, produzindo as sensações de temperatura, dor, do tacto,
etc. As zonas mais sensíveis do corpo são as que ocupam mais área no córtex. Na área
secundária, as informações recebidas são analisadas e interpretadas, possibilitando-nos, por
exemplo, o reconhecimento dos objectos através do tacto.

Os lobos frontais, que correspondem a cerca de 1/3 do volume total do cérebro, desempenham
um conjunto de funções que, pela sua importância, levam a que muitos autores os considerem ser
"a sede da humanidade".

O córtex motor é responsável pelos movimentos dos músculos. As zonas que precisam de
produzir movimentos mais precisos e mais variados são as que ocupam mais área no córtex.

Por trás do córtex motor, fica situada uma zona designada por área de Broca, que é responsável
pela linguagem falada, pela produção do discurso.

As áreas pré-frontais são responsáveis pelas funções intelectuais superiores: memória,


pensamento reflexivo e imaginação. É aí que se processa a resolução de problemas, a tomada de
decisões, a planificação, a capacidade de prever o efeito das nossas acções, etc.

É no córtex pré-frontal que se faz a coordenação entre as emoções e a capacidade de decidir. Esta
relação foi estudada por António e Hanna Damásio.

A especialização das várias áreas do cérebro em determinadas funções tem de se compreender à


luz do funcionamento sistémico do cérebro: as várias estruturas funcionam de modo integrado,
implicando-se umas às outras na concretização das diferentes funções.

Uma das provas deste funcionamento sistémico ocorre quando uma área lesionada deixa de
exercer a sua função e unia outra área vizinha assume essa função perdida (função vicariante ou
de suplência do cérebro).

O cérebro é um sistema unitário, que trabalha como um todo, de forma interactiva,


caracterizando-se pela sua plasticidade.

Ainda que, ao nascer, o bebé tenha todas as áreas corticais formadas, o desenvolvimento cerebral
continua a fazer-se de forma acelerada nos primeiros meses de vida.

A formação do cérebro não resulta de um programa preestabelecido: o meio tem um papel


decisivo no desenvolvimento cerebral, antes e após o nascimento.

 
O processo de desenvolvimento cerebral não se define apenas pelo aparecimento e
desenvolvimento de neurónios e de sinapses: dá-se também através da selecção de redes
neuronais, que passa pela morte de neurónios e pela supressão de sinapses.

Este processo, que ocorre ao longo da vida, não está geneticamente determinado: depende das
interacções com o meio e das experiências vividas pelo sujeito.

As conexões sinápticas são moldadas pelas experiências dos sujeitos, o que é uma das razões que
explica que gémeos homozigóticos não apresentem as mesmas redes neuronais.

O inacabamento do cérebro humano ao nascer e o lento processo de desenvolvimento pós-natal


(lentificação) vão constituir uma vantagem, ao possibilitar uma estimulação maior e mais
prolongada do meio.

A diferente expressão genética não chega para explicar as diferenças individuais: os efeitos do
meio intra-uterino e as experiências ao longo da vida são elementos fundamentais para explicar o
processo de individuação.

É a imaturidade do cérebro humano e a sua plasticidade que vão proporcionar aos seres humanos
a possibilidade de desenvolverem um conjunto de capacidades que os distinguem dos outros
animais e de aprenderem ao longo da vida.

Esta plasticidade e esta flexibilidade, permitem uma adaptação ao meio mais eficaz e mais
criativa. São a condição de aprendizagem ao longo da vida.

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
UNIDADE 1 - TEMA 1 – ANTES DE MIM
FICHA SOBRE EVOLUÇÃO, GENÉTICA E CÉREBRO

Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção. 
1.O bipedismo é uma característica circunstancial do ser humano. 

R:  Falso.  O  bipedismo  é  uma  característica  típica  (permanente)  do  ser  humano.  É  a  sua  forma  de 
locomoção específica. Nos outros animais é que é uma forma de locomoção circunstancial, esporádica 
e sem continuidade. 

2.  O  ser  humano  e  os  outros  animais  partilham  uma  semelhante  capacidade  de  superação  e  de 
mudança. 

R: Falso. Devido à nossa superior capacidade de aprendizagem e a sermos criações da cultura temos 
uma  capacidade  de  adaptação  e  de  superação  muito  maior.  Há  em  nós  um  reduzido  conjunto  de 
comportamentos de base instintiva e estereotipada. 

3. O que nos distingue dos restantes animais é sermos animais hiperespecializados. 

R:  Falso.  Somos  «generalistas».  Somos  advogados,  engenheiros,  arquitectos,  médicos,  sacerdotes, 
políticos,  gestores,  futebolistas,  professores  e  muito  mais.  Inventamos  profissões  e  ocupações  de 
acordo  com  as  exigências  do  meio  e  as  nossas  necessidades  de  satisfação  e  de  realização.  Não  nos 
adaptamos a um determinado meio como uma chave se adapta a uma fechadura. Transformamos o 
meio mediante a nossa imaginação e as nossas capacidades de raciocínio e de reflexão. Em cada uma 
destas áreas há especialistas mas isso só confirma que temos uma grande diversidade de interesses e 
de  actividades.  Os  outros  animais,  dada  a  sua  limitada  capacidade  de  aprendizagem  é  que  são 
hiperespecializados.  

4. No ser humano o adquirido predomina sobre o inato. 

R:  Verdadeiro.  Temos  grande  capacidade  de  aprendizagem  porque  temos  de  aprender  quase  tudo. 
Dependemos muito mais do que adquirimos por aprendizagem e transmissão social e cultural do que 
do  que  nos  é  dado  biologicamente.  Somos  mais  filhos  do  nosso  engenho  e  da  nossa  incontrolável 
vontade  de  conhecimento  do  que  da  natureza.  A  evolução  natural  parece  ter  em  nós  muito  menos 
peso do que a evolução cultural. Ao longo da história adaptação cultural prevaleceu em nós sobre a 
adaptação biológica. Graças à cultura o homem pode adaptar – se modificando o seu próprio meio e 
não simplesmente ajustando – se a ele. Quando graças à cultura o ser humano modifica o seu meio de 
modo  a  torná  –  lo  mais  favorável  no  que  respeita  à  satisfação  das  suas  necessidades  ou  à  sua 
sobrevivência, diz – se que a cultura tem uma função adaptativa. Trata – se de uma adaptação criativa 
e inventiva. 
5.  Nascemos  biologicamente  incompletos  e  muito  frágeis  pelo  que  somos  inferiores  aos  outros 
animais na capacidade de adaptação e de resposta aos problemas do meio. 

R:  Falso.  Basta  pensar  que  não  nos  limitamos  a  um  nicho  ecológico  particular.  Tanto  vivemos  em 
regiões em que o calor é intenso como em zonas do globo em que o frio nos obriga a inventar roupas 
e  formas  de  aquecimento  adequadas.  Somos  seres  adaptáveis  a  uma  grande  diversidade  de  nichos 
ecológicos. Devido à nossa plasticidade e superior capacidade de aprendizagem, habitamos ambientes 
que vão desde o equador aos pólos ‐desde as regiões tórridas e desérticas de 50 graus C até às gélidas 
atmosferas  siberianas  e  árcticas  ‐  desde  o  nível  do  mar  até  altitudes  de  mais  de  3.500m.  Somos  a 
única  espécie  em  que  quase  não  há  traços  de  condutas  inatas,  que  tem  um  acentuado  gosto  pela 
exploração do meio (a nossa curiosidade natural levou – nos a grandes viagens marítimas, terrestres e 
espaciais) e que tem muito maior capacidade de aprendizagem do que qualquer outra espécie. 

Graças  à  cultura  o  homem  pode  adaptar  –  se  modificando  o  seu  próprio  meio  e  não  simplesmente 
ajustando – se a ele como é típico dos outros animais que têm um programa genético muito menos 
flexível.  Quando  graças  à  cultura  o  ser  humano  modifica  o  seu  meio  de  modo  a  torná  –  lo  mais 
favorável  no  que  respeita  à  satisfação  das suas  necessidades  ou  à  sua  sobrevivência,  diz  – se  que  a 
cultura tem uma função adaptativa. 

6. Os filhos herdam dos pais um genótipo, isto é, um conjunto de predisposições genéticos que podem 
expressar‐se  adequadamente  ou  não,  conforme  a  qualidade  do  meio  em  que  o  indivíduo  vive  e  se 
desenvolve. Logo, o fenótipo não é a actualização automática do genótipo. 

R:  Verdadeiro.  No  genótipo  está  contido  o  conjunto  de  informações  genéticas  que  indicam  a 
predisposição (ou potencialidade) para vir a ter um dado fenótipo. Este não é um simples resultado da 
transmissão  hereditária  porque  a  sua  expressão  é  condicionadas  pelo  papel  do  meio  (das  nossas 
experiências e da nossa educação). 

7. A espinal medula controla por si só duas funções: as funções condutora e coordenadora de actos e 
movimentos. 

R: Falso. A espinal medula controla por si só (sem depender da intervenção do cérebro) a coordenação 
de  actos  reflexos  ou  automáticos,  por  exemplo,  para  proteger  a  nossa  integridade  física.  A  função 
condutora  de  informação  de  e  para  o  cérebro  é  uma  função  importante  em  que  a  espinal  medula 
participa, mas que não assegura exclusivamente como parece óbvio. 

8.  Uma  pessoa  que  consegue  executar  isoladamente  cada  elemento  de  uma  sequência  motora  mas 
não consegue ajustá – los sequencialmente sofre de apraxia. 

R: Verdadeiro. Uma lesão na área psicomotora pode dar origem à apraxia, incapacidade de organizar 
sequencial  e  de  forma  ajustada  movimentos  para  atingir  um  dado  objectivo  como,  por  exemplo, 
vestir‐se.  Cada  elemento  motor  que  constitui  o  movimento  voluntário  global  é  realizado  (não  há 
paralisia) mas fora da sequência ajustada ou correcta, isto é, isolado desta (vestir a roupa interior em 
último lugar, calçar os sapatos antes das meias e antes de vestir as calças). 

 
9. A função vicariante do cérebro corresponde a uma substituição funcional que é possível mediante a 
implantação de tecidos cerebrais na região lesionada. 

R: Falso. A função vicariante do cérebro corresponde a uma substituição funcional e não neurológica. 
Com efeito, a área lesionada permanece lesionada. O que acontece é que uma função perdida devido 
a  lesão  numa  dada  área  pode  ser  recuperada  ao  ser  substituída  a  área  lesionada  por  uma  outra, 
sobretudo  uma  área  vizinha.  Não  se  trata  nem  de  uma  regeneração  das  células  nervosas  da  região 
lesionada  (parece  que  os  neurónios  destruídos  não  podem  ser  substituídos  por  outros)  nem  de 
enxerto de células nervosas mas sim de uma substituição funcional efectuada por uma outra zona do 
cérebro. 

10. Uma lesão grave na área visual secundária do córtex cerebral pode provocar cegueira cortical. 

R:  Falso.  Uma  lesão  na  área  visual  secundária  (psicovisual)  provoca  agnosia  visual,  incapacidade  de 
reconhecer e identificar o que se vê. Uma lesão provoca cegueira cortical (incapacidade de ver) se a 
lesão atingir toda a área visual primária, a que recebe as informações visuais. Ora aqui trata – se da 
área visual secundária ou psicovisual. 

11. A surdez cortical corresponde à incapacidade de reconhecer os sons que ouvimos. 

R: Falso. Uma coisa é a incapacidade de ouvir sons e outra a incapacidade de reconhecer os sons que 
ouvimos. A surdez cortical corresponde à incapacidade de ouvir. A área secundária ou psicoauditiva é 
responsável  pelo  reconhecimento  e  identificação  dos  sons.  Lesionada  essa  área  surge  a  agnosia 
auditiva, a incapacidade de atribuir significado aos sons que ouvimos, mesmo os mais familiares. Uma 
lesão na área auditiva primária provoca surdez cortical (incapacidade de ouvir). 

12. Uma pessoa que é incapaz de organizar as diversas partes de um acto de forma ajustada sofre de 
paralisia cortical. 

R: Falso. A paralisia cortical corresponde à incapacidade de realizar qualquer movimento – tratando – 
se neste caso de movimentos finos e precisos de certos órgãos e membros. A área motora primária é 
responsável  pelo  desencadeamento  de  movimentos  voluntários,  pela  execução  de  movimentos  que 
exigem precisão. Uma lesão nesta área pode dar origem a paralisia ou a graves perturbações motoras, 
isto  é,  a  incapacidade  de  controlar  os  movimentos.  A  apraxia  é  a  incapacidade  de  organizar 
sequencialmente  e  de  forma  ajustada  movimentos  para  atingir  um  dado  objectivo  como,  por 
exemplo,  vestir‐se.  Cada  elemento  motor  que  constitui  o  movimento  voluntário  global  é  realizado 
(não  há  paralisia)  mas  fora  da  sequência  ajustada  ou  correcta,  isto  é,  isolado  desta  (vestir  a  roupa 
interior em último lugar, calçar os sapatos antes das meias e antes de vestir as calças). 

13. O córtex pré – frontal é o lugar da inteligência e do pensamento, da consciência de si, da criação 
artística,  das  questões  sobre  o  sentido  da  vida  e  das  decisões  que  organizam  a  nossa  vida  prática 
quotidiana. 

R:  Verdadeiro.  É  a  ele  que  recorremos  para  resolver  um  complicado  problema  matemático,  para 
planear uma viagem, para criar uma obra artística. Sem ele não teríamos doutrinas científicas, morais, 

 
religiosas, jurídicas, nem inventos tecnológicos, nem produções artísticas e literárias. Mas isto ainda 
não  esgota  a  riqueza  invulgar  do  córtex  pré‐frontal.  Ele  é  o  nosso  centro  emocional,  o  centro  das 
decisões  sem  as  quais  a  vida  seria  um  impasse.  O  córtex  pré‐frontal  é  o  monitor  do  nosso 
comportamento emocional e afectivo. 

14.  A hereditariedade é o conjunto de potencialidades que um indivíduo de uma espécie recebe no 
momento da concepção. 

R: Verdadeiro. No momento da concepção é estabelecida a herança genética de um novo indivíduo. O 
zigoto contém todas as instruções que determinam uma aparência física única e a predisposição para 
certas características pessoais e capacidades físicas e mentais. 

15.  O  sistema  reticular  activante  é  uma  espécie  de  estação  central  por  onde  passam  e  são 
coordenadas  as  informações  provenientes  dos  nossos  sentidos  (excepto  o  olfacto).  As  informações 
dos  receptores  sensoriais  são  encaminhadas  para  as  regiões  superiores  do  cérebro  que  estão 
relacionadas com a visão, o tacto, o paladar e a audição. 

R: Falso. Estas funções são asseguradas pela estrutura subcortical denominada tálamo. 

16. O tálamo é uma estrutura reguladora de funções homeostáticas. 

R:  Falso.  As  funções  homeostáticas  –  que  asseguram  o  equilíbrio  do  meio  interno  do  organismo 
regulando  a  temperatura  do  corpo  e  outras  necessidades  como  a  fome  e  a  sede  –  são  funções 
especialmente  associadas  ao  hipotálamo.  No  interior  do  hipotálamo  há  grupos  de  neurónios  que 
regulam  a  temperatura  do  corpo,  a  fome,  a  sede,  o  desejo  sexual.  É  uma  estrutura  reguladora  de 
grande parte das nossas necessidades biológicas. 

17.  Desempenhando  um  importante  papel  na  formação  de  novas  memórias  e  na  sua  retenção,  o 
tálamo é uma das zonas do cérebro mais afectadas pela doença de Alzheimer. 

 R: Falso. O hipocampo (e não o tálamo) é a área cerebral responsável pela formação e retenção de 
novas memórias. 

Nota: 
As questões 10, 11, 12, 13, 15, 16 e 17 são apenas informativas. 

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
FICHA SOBRE EVOLUÇÃO, GENÉTICA, CÉREBRO
 

Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção. 
1‐O fenótipo é o conjunto de características potenciais de um indivíduo. 

R: Falso. O conjunto das características potenciais de um indivíduo tem o nome de genótipo. 

2.O genótipo é equivalente ao fenótipo. 

R:  Falso.  O  fenótipo  é  o  resultado  da  acção  recíproca  entre  factores  genéticos  e  factores 
ambientais  ao  passo  que  o  genótipo  é  o  conjunto  de  genes  que  herdamos  no  momento  da 
concepção. 

3. O  fenótipo  é  o  conjunto  de  características  que  se  manifestam  como  resultado  da  interacção 
genótipo ‐ meio. 

R:  Verdadeiro.  O  fenótipo  reflecte  o  modo  como,  tendo  em  conta  a  influência  dos  factores  ou 
agentes  ambientais,  o  potencial  genético  de  um  indivíduo  se  exprime.  O  fenótipo  é  constituído 
pelas características específicas e particulares que um indivíduo apresenta. 

4.  A  hereditariedade  específica  é  o  conjunto  de  características  comuns  aos  indivíduos  de  uma 
espécie e que os diferencia de todos os outros indivíduos da mesma espécie. 

R: Falso. A hereditariedade específica designa o conjunto de agentes genéticos responsáveis pela 
transmissão  das  características  que  integrarão  certos  indivíduos  numa  espécie  distinguindo‐os 
dos  indivíduos  de  outras  espécies.  Distingue  os  indivíduos  de  uma  espécie  dos  indivíduos  de 
outras espécies mas não distingue entre si os indivíduos de uma mesma espécie. 

A  hereditariedade  individual  designa  o  conjunto  de  agentes  genéticos  responsáveis  pela 


transmissão de potencialidades que nos tornarão únicos, ou seja, diferentes de todos os outros 
indivíduos da nossa espécie. 

5. O genótipo de que um indivíduo é dotado contém características específicas e individuais. 

R:  Verdadeiro.  Somos  concebidos  com  um  determinado  património  genético  individual  e 
específico. No momento da concepção herdamos potencialidades e limitações que fazem de nós 
indivíduos da espécie humana – nascemos geneticamente programados para falar – e que fazem 
de  nós  indivíduos  diferentes  de  outros  indivíduos  da  nossa  espécie,  exceptuando  o  caso  dos 
gémeos monozigóticos. Por isso, nascemos indivíduos e nascemos humanos. 

 
6.  A  hereditariedade  específica  impede  que  nos  sejam  transmitidas  características  próprias  de 
outras espécies. 

R:  Verdadeiro.  Estamos  geneticamente  programados  para  falar  mas  não  para  voar,  grunhir  e 
ladrar. 

7. A neotenia significa que desde muito cedo manifestamos características adultas. 

R:  Falso.  Significa  que  durante  muito  tempo  manifestamos  características  juvenis  como  a 
curiosidade  e  o  desejo  de  conhecer  o  mundo.  Quando  nascemos  não  temos  capacidades  ou 
competências desenvolvidas. Prematuridade. 

8. Dizer que, enquanto indivíduos somos programados para aprender significa dizer que podemos 
aprender tudo. 

R: Falso. Apesar de termos uma capacidade de aprendizagem muito superior à dos outros animais 
nem  várias  vidas  seriam  suficientes  para  adquirir  o  imenso  acervo  de  conhecimentos  que  a 
humanidade constituiu e continuará a constituir. 

9.Dizer  que  o  ser  humano  tem  um  programa  genético  aberto  é  dizer  que  é  completamente 
determinado pelo meio, pela educação e pelos vários factores ambientais. 

R:  Falso.  Ter  um  programa  genético  aberto  às  influências  ambientais  e  sócio  –  educativas  não 
quer  de  modo  nenhum  dizer  que  os  nossos  genes  não  exerçam  qualquer  influência  e  sejam 
anulados  pelo  meio.  Sabemos  que  a  nossa  constituição  genética  condiciona  o  modo  como 
podemos  ser  influenciados  pelo  meio.  Um  programa  genético  aberto  é  um  programa  cuja 
execução  permite  significativa  influência  do  meio,  da  aprendizagem,  da  educação  e  da 
experiência. «Permite» quer dizer que é um programa que determina características psicológicas 
e comportamentais mas não de forma rígida e inflexível. 

10. A hereditariedade específica significa que todos os indivíduos de uma espécie são dotados do 
mesmo conjunto de genes. 

R: Falso. Temos todos nós normalmente a mesma quantidade de genes mas do que se trata aqui é 
do seu tipo. Se todos os indivíduos de uma espécie fossem dotados do mesmo conjunto de genes 
seriam todos gémeos idênticos. 

11. A manutenção da posição e do equilíbrio do corpo depende exclusivamente da área motora 
do córtex. 

R: Falso. Depende fundamentalmente do bom funcionamento do cerebelo. 

12. O hipocampo regula os estados de vigília e de sono bem como os fenómenos da atenção e da 
distracção. 

R:  Falso.  Regular  os  estados  de  vigília  e  de  sono  bem  como  os  fenómenos  da  atenção  e  da 
distracção é função do sistema reticular activante. 

 
13. Uma pessoa incapaz de se lembrar não do seu nome nem de eventos da infância mas sim de 
algo que acaba de ler ou de ouvir sofre de uma lesão grave no tálamo. 

R: Falso. Sofre de uma lesão grave no hipocampo que é a área cerebral responsável pela formação 
e retenção de novas memórias. 

14.  Uma  pessoa  que  é  incapaz  de  organizar  as  diversas  partes  de  um  acto  motor  de  forma 
ajustada sofre de paralisia cortical. 

R: Falso. Sofre de apraxia, lesão na área secundária do córtex motor. 

15. A afasia de Wernicke – sintoma de lesão nesta área ‐ consiste na incapacidade de falar ou na 
produção de um discurso lento, difícil e mal articulado. 

R: Falso. A incapacidade de falar ou a produção de um discurso lento, difícil e mal articulado é a 
afasia de Broca. 

16.  Uma  pessoa  com  uma  lesão  grave  na  área  de  Broca  é  incapaz  de  compreender  o  que  outra 
pessoa diz. 

R: Falso. Estes sintomas são sinal de uma lesão na área de Wernicke. Em termos gerais, a área de 
Broca  permite  falar  com  e  para  os  outros  enquanto  a  área  de  Wernicke  permite  que 
compreendamos o que os outros dizem ou nos dizem. A área de Broca permite falar. A área de 
Wernicke permite compreender e entender o que é dito. 

17.  A  função  vicariante  do  cérebro  corresponde  a  uma  substituição  funcional  que  é  possível 
mediante a implantação de tecidos cerebrais na região lesionada. 

R:  Falso.  A  função  vicariante  do  cérebro  corresponde  a  uma  substituição  funcional  e  não 
neurológica.  Com  efeito,  a  área  lesionada  permanece  lesionada.  O  que  acontece  é  que  uma 
função  perdida  devido  a  lesão  numa  dada  área  pode  ser  recuperada  ao  ser  substituída  a  área 
lesionada por uma outra, sobretudo uma área vizinha. Não se trata nem de uma regeneração das 
células  nervosas  da  região  lesionada  (parece  que  os  neurónios  destruídos  não  podem  ser 
substituídos  por  outros)  nem  de  enxerto  de  células  nervosas  mas  sim  de  uma  substituição 
funcional efectuada por uma outra zona do cérebro. 

18. A neotenia exprime uma enorme plasticidade e flexibilidade do nosso património genético 
que o torna aberto às influências culturais e ambientais. 

R:  Verdadeiro.  A  neotenia  significa  que  devido  a  nascermos  sem  competências  desenvolvidas 
(prematuridade) somos dotados de um programa genético aberto – constituído por um conjunto 
de genes que não determinam de forma absolutamente rígida características e comportamentos. 
Dependemos muito mais do que adquirimos por aprendizagem e transmissão social e cultural do 
que  do  que  nos  é  dado  biologicamente.  Somos  mais  filhos  do  nosso  engenho  e  da  nossa 
incontrolável  vontade  de  conhecimento  do  que  da  natureza.  A  evolução  natural  parece  ter  em 
nós muito menos peso do que a evolução cultural. 

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
UNIDADE 1 - A ESPECIFICIDADE DO SER HUMANO
 
TEMA 1 – ANTES DE MIM
CAPITULO 3 – A GENÉTICA E O COMPORTAMENTO

QUESTÕES DE ESCOLHA MÚLTIPLA


 
 
1. O fenótipo é o conjunto: 
A. Dos traços físicos que um indivíduo apresenta. 
B. Dos traços de personalidade que um indivíduo manifesta. 
C.  Dos  traços  físicos  e  psicológicos  que  um  indivíduo  apresenta  como  resultado  da  determinação 
genética. 
D.  De  características  físicas  e  psicológicas  que,  como  resultado  da  acção  recíproca  de  factores 
genéticos e ambientais, um indivíduo realmente apresenta. 
 
2. O potencial genético que pode vir a ser influenciado por condições ambientais tem o nome de: 
A. Fenótipo. 
B. Genótipo. 
C. Hereditariedade. 
D. Gene. 
 
3. Dois indivíduos com a mesma constituição genética são: 
A. Gémeos. 
B. Gémeos dizigóticos. 
C. Gémeos gerados pela divisão celular de um mesmo ovo. 
D. Indivíduos que irão apresentar necessariamente o mesmo fenótipo. 
 
4.  O  desenvolvimento  cerebral  depende  em  absoluto  da  maturação  e  da  programação  genética. 
Esta afirmação é: 
A. Falsa, porque o nosso desenvolvimento cerebral depende unicamente dos estímulos ambientais. 
B. Verdadeira, porque todas as nossas mudanças biológicas são programadas geneticamente. 
C.  Falsa,  porque  embora  seguindo  uma  sequência  geneticamente  definida  o  desenvolvimento 
depende em parte da estimulação ambiental. 
D.  Verdadeira,  porque  o  processo  de  maturação  é  uma  simples  actualização  interna  de 
potencialidades. 
 
5. A maturação é: 
A.  O  processo  de  desenvolvimento  orgânico  e  fisiológico  que  segue  um  programa  geneticamente 
determinado, alheio a influências ambientais. 
B. O processo de desenvolvimento que cumpre potencialidades genéticas dependendo de um meio 
favorável. 
C. Um processo meramente endógeno. 
D. Um processo de desenvolvimento unicamente dependente do programa genético. 
 
 
 
6. Na relação hereditariedade‐meio: 
A. A hereditariedade depende do meio. 
B. A hereditariedade delimita potencialidades e o meio favorece ou não a sua actualização. 
C. A hereditariedade dá‐nos potencialidades que se actualizarão independentemente da estimulação 
ambiental. 
D. Devemos dizer que são factores independentes. 
 
7. A hereditariedade é: 
A. O conjunto de potencialidades que o indivíduo possui desde que nasce. 
B. O conjunto de potencialidades que herdamos no momento da concepção. 
C. Um genótipo particular. 
D. O factor que determina por si só o nosso desenvolvimento. 
 
 
8. Os gémeos verdadeiros têm o mesmo genótipo e o mesmo fenótipo. Esta afirmação é: 
A. Falsa, porque o fenótipo resulta da interacção entre o genótipo e o meio ambiente. 
B. Verdadeira, porque o genótipo contém em potência o fenótipo. 
C. Falsa, porque nenhum indivíduo é geneticamente idêntico a outro. 
D. Verdadeira, porque o fenótipo nada mais é do que a actualização do genótipo. 
 
9. Os indivíduos que são filhos dos mesmos progenitores têm o mesmo genótipo. Esta afirmação é: 
A. Verdadeira, porque os pais dão o mesmo património genético aos seus filhos. 
B. Falsa, porque só os gémeos têm a mesma constituição genética. 
C. Falsa, porque só os irmãos que nascem do mesmo ovo têm o mesmo património genético. 
D. Verdadeira, porque cada indivíduo recebe uma combinação singular de genes. 
 
10. A hereditariedade específica explica que: 
A. Alguns indivíduos sejam mais inteligentes do que outros. 
B. Um indivíduo apresente características próprias. 
C. Uma dada população tenha um património genético comum. 
D. Um indivíduo seja diferente, quanto ao património genético, de outros indivíduos da espécie a 
que pertence. 
155 
11. A hereditariedade individual explica que: 
A. Herdemos um conjunto individual de genes provenientes dos nossos progenitores. 
B. Nos distingamos de outros indivíduos da nossa espécie. 
C. Nos distingamos de outros indivíduos de outras espécies. 
D. Dois indivíduos possam ser especificamente idênticos. 
 
12. Em cada indivíduo está presente uma hereditariedade individual e específica. Esta afirmação é: 
A. Falsa, porque em cada indivíduo só pode estar o que lhe é próprio. 
B. Verdadeira, porque somos geneticamente distintos de indivíduos de outras espécies. 
C. Falsa, porque só recebemos um património genético individual. 
D.  Verdadeira,  porque  herda  potencialidades  que  nos  tornam  membros  de  uma  espécie  e  seres 
únicos. 
 
 
 

 
13. Somos o resultado da nossa herança genética. Esta afirmação é: 
A. Falsa, porque o genótipo unicamente confere possibilidades de desenvolvimento. 
B. Verdadeira, porque as características de um indivíduo dependem do código genético. 
C. Falsa, porque somos o resultado da influência do meio. 
D. Verdadeira, porque o código genético é inalterável. 
 
14. O nosso comportamento é limitado por factores hereditários. Esta afirmação é: 
A. Falsa, porque muitos dos nossos comportamentos não têm base biológica. 
B. Verdadeira, porque o sistema nervoso influencia todos os nossos comportamentos e a informação 
para a sua construção encontra‐se nos genes. 
C. Falsa, porque as predisposições genéticas não têm de ser estimuladas pelo meio. 
D. Verdadeira, porque a estimulação do meio só produz efeitos se houver a predisposição genética 
para o desenvolvimento de uma certa característica. 
 
15. Os genes influenciam directamente o comportamento. Esta afirmação é: 
A.  Verdadeira,  porque  a  formação  e  desenvolvimento  do  sistema  nervoso  efectua‐se  a  partir  de 
instruções contidas nos genes. 
B.  Falsa,  porque  é  o  sistema  nervoso  que  influencia  directamente  muitos  dos  nossos 
comportamentos. 
C. Verdadeira, porque o fenótipo é a actualização directa do genótipo. 
D. Falsa, porque os genes só influenciam directamente características biológicas. 
 
16. Um meio estimulante é condição necessária para o desenvolvimento de certas características 
individuais, mas não condição suficiente. Esta afirmação é: 
A. Falsa, porque certos comportamentos resultam simplesmente de influência dos cromossomas. 
B. Verdadeira, porque certas características são simplesmente fruto de influência ambiental. 
C. Falsa, porque certos comportamentos influenciam a hereditariedade. 
D.  Verdadeira,  porque  por  mais  estimulante  que  seja  o  meio  a  hereditariedade  específica 
estabelece base biológica para certas características, mas não para outras. 
 
17. A hereditariedade individual significa que: 
A. Recebemos potencialidades que nos tornam semelhantes aos indivíduos da nossa espécie. 
B. Recebemos características modeladas pela influência do meio. 
C. Recebemos uma combinação singular de genes. 
D. Recebemos um património genético ao mesmo tempo singular e específico. 
 
18. A hereditariedade específica determina: 
A. O património genético do indivíduo de uma dada espécie. 
B. O património genético familiar. 
C. A diferença genética entre indivíduos de uma espécie. 
D. O património genético que distingue os indivíduos de uma espécie dos de outra. 
 
19. O nosso desenvolvimento é influenciado pelo meio somente após o nascimento. Esta afirmação 
é: 
A. Verdadeira, porque na fase pré‐natal não há estimulação ambiental. 
B. Falsa, porque há modificações genéticas devidas a deficiências cromossómicas. 
C. Verdadeira, porque desde que nasce o indivíduo sofre as influências do meio. 
D. Falsa, porque as características de um indivíduo não dependem só do código genético, mas de 
tudo o que lhe acontece desde a concepção. 

 
20.  No  ser  em  gestação,  a  deficiente  alimentação,  as  perturbações  emocionais,  a 
toxicodependência e o alcoolismo da mãe podem provocar: 
A. Graves malformações e deficiências. 
B. Modificações estruturais dos genes. 
C. Mutações genéticas. 
D. Modificações transmissíveis às gerações futuras. 

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 1 — ANTES DE MIM: A Cultura e a sua importância no comportamento
 

1. O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO

A andorinha faz o seu ninho da mesma forma que vem fazendo há milhões de anos; o castor faz as suas
"barragens" utilizando os mesmos processos desde o seu aparecimento na Terra; o leão caça da mesma maneira
desde que surgiu à face do mundo. Nunca quaisquer destes animais aprenderam a fazer o seu ninho, as suas
"barragens" ou até o simples andar. Nascem "aprendidos", actuam e comportam-se por aquilo que se denomina
instinto.

O Homem, pelo contrário, quando nasce, começa do nada. Nasce "nu". Tem de aprender tudo e tem de, a pouco
e pouco, ir-se integrando no que o rodeia. Vai revestindo a sua "nudez" gradualmente.

O processo de socialização corresponde a um processo dinâmico através do qual os indivíduos aprendem os


valores, as regras e as práticas próprias da sociedade a que pertencem.

Assim, quando nascemos, somos integrados numa família, pertencente a uma determinada sociedade, com a sua
língua, tradições, hábitos, valores e práticas sociais, que aprendemos e interiorizamos através da socialização.

Com efeito, a nossa integração no grupo familiar e, posteriormente, a nossa aceitação social nos grupos que
vamos integrando (escola, amigos, trabalho, etc.) deriva de nos comportarmos de acordo com o que é esperado
de nós. É assim que aprendemos a ser membros de uma sociedade e que por ela somos reconhecidos como tal.

O processo de socialização é particularmente significativo durante a infância e a adolescência. Contudo,


continua presente durante o resto da vida dos indivíduos. Na verdade, os indivíduos são influenciados pelo meio
social envolvente, o que os leva a modificarem constantemente o seu comportamento ao longo de todas as fases
da sua vida.

Logo após o nascimento, começamos a ser socializados, adquirindo rotinas alimentares, aprendendo a
comunicar necessidades e desconfortos, esperando cuidados e afectos dos que nos rodeiam.

Com o tempo, vamos aprendendo o jogo social e somos já capazes de antecipar reacções aos nossos próprios
comportamentos – começamos a falar, a andar, habituamo-nos a rituais de higiene corporal, aprendemos normas
de etiqueta e cortesia, adquirimos valores como as primeiras noções do bem e do mal, etc.

Deste modo, na infância e adolescência aprendemos os valores fundamentais e as condutas básicas que nos
permitem comunicar com os outros agentes sociais, ao mesmo tempo que adquirimos os primeiros
conhecimentos do mundo que nos rodeia – socialização primária.

Mas, após este percurso inicial, os indivíduos continuam a aprender e a interiorizar comportamentos e a adaptar-
se a normas sociais.

Na maturidade, os indivíduos têm de fazer face a novas situações, próprias da idade adulta, como arranjar um
emprego ou constituir família. As adaptações e aprendizagens necessárias ao desempenho destas novas funções
que lhes permitam integrar-se num mundo social específico é aquilo a que chamamos socialização secundária.

O processo de socialização, ao visar integração social dos indivíduos, exige que estes se identifiquem com os
grupos da sociedade em que se inserem. Por exemplo, os indivíduos, desde crianças vão-se identificando com
modelos de comportamento, inicialmente os dos pais, posteriormente os dos amigos, do grupo, dos colegas de
trabalho, etc.

Neste sentido, o processo de socialização permite que os indivíduos dêem significado à vida social,
contribuindo para que se identifiquem com os grupos em que se inserem, à medida que vão construindo a
sua própria identidade.

Este processo de identificação é complexo, dado que os indivíduos pertencem a vários grupos (família, escola,
etc.) e aspiram ainda a pertencer a outros. Assim, este processo vai decorrendo entre os desejos de ser como os
outros, de ser aceite pelos grupos a que se pertence ou a que se quer vir a pertencer e a necessidade de oposição
para afirmação da sua individualidade.

Os mecanismos de socialização – imitação, aprendizagem e identificação – actuam em simultâneo e ao longo da


vida do indivíduo.

ANDRADE, Ana Bela, SILVESTRE, Manuela, MOINHOS, Rosa – Sociologia 12, Plátano Editora, pp. 107-108
(Adaptado).

2. A SOCIALIZAÇÃO PRIMÁRIA

A socialização primária no mundo todo, aquela que era tarefa da família, através dos vínculos de afectividade e
respeito, vem perdendo terreno, ficando a cargo da instituição escolar. Essa socialização primária, envolvida
pela importância dos carinhos, afectos e valores importantes legados pela família, chega incompleta à escola. A
família é considerada como instituição muito importante no processo de aprendizagem. É pela socialização
primária que são interiorizadas normas e valores, assim como formas de relacionamento. Nas nossas escolas
estamos assistindo à falta de vinculação da família como ambiente habitual e fundamental de socialização
primária, estando esse papel designado às instituições escolares. Com essa relevante falta da socialização
primária, os efeitos na escola são proeminentes trazendo alterações na actuação dos professores e na
representação da instituição de ensino. A escola é o ambiente favorável para o aprendizado de uma sociabilidade
rica, pois permite a interacção com o outro. A escola actualmente tem a necessidade de actuar não só no
conteúdo básico do desenvolvimento do conhecimento, mas também precisa de dar prioridade a momentos de
acção na identidade do aluno, que deve ser visto como sujeito participativo do seu conhecimento e construtor
dos valores que são fundamentais para sua vida. Em todos os tempos houve uma perspectiva social em relação à
escola, e ao explicarmos os pensamentos de educadores brasileiros, não nos surpreendemos com as suas falas. O
professor ao investir no aprimoramento de sua acção docente busca o desenvolvimento profissional em
instituições de formação de docentes, em cursos de actualização de sua actuação de educador, nas diferentes
linguagens da arte, nos recursos audiovisuais, em leituras e estudos complementares, entendendo a importância
do papel social da escola e de sua profissão. Se houver interesse e vontade de se alcançar um ensino mais
globalizante e uma aprendizagem mais compreensiva, é de grande importância a construção de um currículo
interdisciplinar. Esta tarefa não é fácil, pois os educadores precisam comungar ideais comuns, reunindo-se e
discutindo conteúdos de seus projectos, levantamento de dados e pesquisas, assim como os processos de
avaliação diagnóstica e dialógica entre outros aspectos. Os educadores do mundo contemporâneo devem
relacionar a teoria com a prática, colocando a teoria associada com a realidade do educando, demonstrando a
utilidade desta teoria e o seu proveito em uma situação real. Para isso, é preciso vincular os conhecimentos à
aplicabilidade dos mesmos no quotidiano da sociedade. Quando a aprendizagem é significativa e leva à fruição
conduz à eficácia do ensino e chega-se ao sucesso escolar. Sabemos que o conhecimento e a socialização são
duas considerações interligadas, pois o indivíduo socializa-se a partir do conhecimento que adquire ao longo da
vida. De acordo com Tedesco, Juan C., que identifica um deficit de socialização das crianças - “A conta
negativa de valores e atitudes que os pais não ensinam em casa cai, inevitavelmente, no colo do professor”. Para
este educador a formação deve ser conseguida na "escola total", que cuida de formar o aluno inclusive moral e
eticamente, sendo este o seu principal foco de atenção. A educação em face dos desafios actuais precisa de
mudanças profundas e intensas que superem os sistemas educativos formais e padronizados. Actualmente a
sociedade necessita fundamentalmente aprender a aprender e a adaptar-se ao longo de toda a vida.
Evidenciamos a necessidade de um programa de capacitação docente para a formação de competências que
permitam aos educadores ajustarem-se às mudanças do mundo contemporâneo, sendo capazes de suprir e
atender aos alunos, adequando o currículo das escolas para acolhimento desta clientela carente de socialização
primária.

Referências: Juan C. Tedesco.

Autora: Amélia Hamze Barretos, Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO


3. A DIVERSIDADE CULTURAL

«O homem recebe do meio, em primeiro lugar, a definição do bom e do mau, do confortável e do


desconfortável. Deste modo os chineses preferem os ovos podres e os oceânicos o peixe em decomposição. Para
dormir, os pigmeus procuram a incómoda forquilha de madeira e os japoneses deitam a cabeça em duro cepo. O
homem recebe assim, do seu meio cultural, um modo de ver e de pensar. No Japão considera-se delicado julgar
os homens mais velhos do que o que parecem (…). Demonstrou-se que a percepção das cores, dos movimentos
ou dos sons, está orientada e estruturada de acordo com o modo de existência. O homem retira do meio as
atitudes afectivas típicas. Entre os maoris, onde se chora à vontade, as lágrimas correm só no regresso dos
viajantes e não à sua partida. Nos esquimós, que praticam a hospitalidade conjugal, o ciúme desapareceu, tal
como na Samoa; em compensação a morte de um inimigo pessoal aceita-se como um acto normal, ao passo que
a guerra surge como o cúmulo do absurdo; a morte não parece cruel, os velhos aceitam-na como um benefício e
todos se alegram por eles. (…) A piedade para com os velhos varia consoante os lugares e as condições
económicas e sociais: alguns índios da Califórnia estrangulam-nos, outros abandonam-nos nas estradas. O amor
e os cuidados da mãe pelos filhos desaparecem nas ilhas do estreito de Torres e nas ilhas Andaman, em que o
filho ou a filha são oferecidos de boa vontade aos hóspedes da família como presentes, ou aos vizinhos em sinal
de amizade. A sensibilidade a que chamamos ‘‘masculina’’ pode ser, de resto, uma característica ‘‘feminina’’,
como nos Tchambuli, por exemplo, em que na família é a mulher que assume a direcção e domina.

Os diferentes povos criaram e desenvolveram um «estilo de vida» que cada indivíduo aceita – não sem reagir,
de resto – como um protótipo.

Como se acaba de ver, não há uma verdadeira natureza humana, no sentido em que se diz natureza química, que
se define de uma vez para sempre pelas características das suas propriedades. No entanto, é inegável que o
homem, em sociedade, actualiza possibilidades que o distinguem incontestavelmente dos animais superiores.»

MALSON, Lucien – As Crianças Selvagens

4. A SOCIALIZAÇÃO

A socialização é o processo pelo qual o indivíduo internaliza o modo de pensar e de sentir de uma sociedade, ou
seja, através da socialização é que as ideias e valores estabelecidos pelo colectivo passam o constituir o
indivíduo e pela apreensão destas é que ele se adapta aos grupos de que faz parte. A socialização é um processo
dinâmico e é ferramenta de formação da personalidade e por sua vez o indivíduo também passa a ser ferramenta
de manutenção e transformação da socialização, pois quem é o socializado é também um que socializa, e tal
interacção e integração estará sempre presente, pois enquanto houver relação humana haverá socialização. Esta
relação com o seu meio resulta no desenvolvimento do potencial do indivíduo, dando a este um papel social a
exercer e que para ser exercido cria nele expectativas (funcionando como motivações) e determinando a
reciprocidade nas relações onde o papel exercido por um tem como referência o outro e o outro passa a ter que
corresponder para equilibrar a equação social. Exemplo: quando alguém nos presta um serviço esperamos que
ele seja bem feito para justificar o pagamento ao outro e este por sua vez para exercer o seu serviço precisará de
ferramentas fabricadas por outro que para fechar o ciclo deste exemplo poderia ser até a pessoa para quem ele
presta o seu serviço. Total interacção e integração. Os papéis sociais são partes de um todo chamada sociedade e
tanto o indivíduo que exerce o papel social quanto a sociedade só têm razão de existir através da socialização.
Não há como separar uma parte deste todo e este conseguir ter razão de existir individualmente (haveriam
médicos se não houvessem pacientes ou para que construiríamos estradas se não houvesse quem fabricasse
automóveis?). Desta forma, tudo que venha a estar relacionado com a realidade decorrente das relações sociais é
um fenómeno social e tudo e todos que fizerem parte destas relações sociais são agentes da socialização
(famílias, escolas, empresas, meios de comunicação, etc.).

O indivíduo precisa e depende da sociedade e esta só existe em razão dos indivíduos, e nesta relação surgem as
regras e normas como meios de coerção social para manter o equilíbrio desta relação, e estas afectam o
indivíduo que passa a ter uma liberdade condicionada, e ele ora as atende e ora as transgride, gerando conflitos
com o seu meio por este não exercer satisfatoriamente o seu papel social. O homem tem a sua identidade e
liberdade, porém estas estão condicionadas ao meio em que vive que é uma estruturação social. Sendo assim a
socialização é uma ferramenta de interacção entre a sociedade e o indivíduo e a primeira molda a personalidade
do segundo e é também um agente condicionador do comportamento do indivíduo e estando inserido neste
contexto qualquer acção do indivíduo no seu meio é a realização da socialização.
A socialização é a transmissora da cultura e a transmissão dá -se através da educação, e que aqui se entenda
qualquer forma de aprendizado passado de um indivíduo a outro, e por esse processo de aculturação acontece a
endoculturação do ser social. Por esta definição podemos concluir que toda e qualquer apreensão que o
indivíduo “toma” para si é resultado da socialização e desde o seu nascimento (e até antes, pois para o seu
nascimento teve antes que existir diversas relações: pai e mãe, mãe e médico, etc.) até à sua morte (e mesmo
depois, pois o ritual fúnebre é um fenómeno social) ele será objecto da socialização. Seja na escola, na empresa,
na família, com os amigos, com os inimigos, nos cultos religiosos, nos momentos de lazer, ao comprar algo, ao
ler um livro, ao imitar alguém, ao assistir tv, ao ir ao médico ou espectáculo cultural e até quando estiver
olhando para um quadro para descansar do “contacto” com as pessoas, em qualquer destes momentos e em
infinitos outros, estará a acontecer “socialização”.

Socialização: sem ela nada seríamos e sem nós ela não existiria. É escusado procurar “descobrir” quem é mais
importante e se um lado deve prevalecer. Seria como separar a raiz do resto de uma árvore: se somente um
prevalecer os dois morrerão porque, na verdade, não existem dois, e sim, apenas um.

Um último exemplo de socialização: este momento. E seja que momento for: pode ser o momento em que
escrevo este texto, pode ser o momento em que você lê este texto. Nos dois há a socialização. Em ambos os
momentos há pelo menos um alguém transmitindo algo a outro alguém, ambos inseridos num mesmo contexto,
mesmo que momentâneo ou em trechos de tempo diferentes, ambos exercendo papéis sociais, ambos com
propósitos, mesmo que diferentes, e isto “é socialização”.

(Paulo Rogério da Motta)

http://www.euniverso.com.br/Logos/socializacao.htm
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UNIDADE 1 - TEMA 1 – ANTES DE MIM
CAPITULO 4 – O CÉREBRO

QUESTÕES DE ESCOLHA MÚLTIPLA

1. As duas grandes divisões do sistema nervoso são:


A. A espinal medula e o encéfalo.
B. O sistema nervoso central e o sistema nervoso autónomo.
C. O sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico.
D. O sistema nervoso somático e o sistema nervoso autónomo.

2. O sistema nervoso central divide-se em:


A. Espinal medula e córtex cerebral.
B. Espinal medula e encéfalo.
C. Nervos aferentes e nervos eferentes.
D. Nervos motores e de conexão.

3. A espinal medula é um mecanismo de recepção. Esta afirmação é:


A. Falsa, porque a espinal medula é o centro de decisão e de execução de todas as respostas do
organismo.
B. Verdadeira, porque por ela passa toda a informação que chega a diversas zonas do encéfalo.
C. Falsa, porque a espinal medula é um centro coordenador de actividades reflexas e um centro
condutor de informação de e para o cérebro.
D. Verdadeira, porque só o cérebro processa informação.

4. O sistema nervoso tem como função geral:


A. Adaptar o organismo ao meio externo.
B. Assegurar o equilíbrio funcional do meio interno.
C. Adaptar o organismo ao meio externo e manter o equilíbrio funcional do meio interno.
D. Elaborar respostas voluntárias a situações e estímulos ambientais.

5. O acto reflexo é:
A. Uma resposta voluntária e aprendida.
B. Uma resposta automática e imediata processada pelo cérebro.
C. Uma resposta automática e imediata a um estímulo do meio controlada pela espinal medula.
D. Um reflexo sensório-motor mediante o qual o cérebro protege o organismo de uma ameaça
externa.
6. Analisa as afirmações que se seguem. Selecciona depois a alternativa que identifica
correctamente as estruturas nervosas com elas relacionadas.
➣ É um sistema cujo funcionamento está na base de todo e qualquer acto psicológico, isto é, dos
comportamentos e dos processos mentais.
➣ É responsável pela coordenação das informações, comanda as outras estruturas nervosas, planeia e
toma decisões, enviando ordens para outros órgãos.
➣ Recebe e transmite informação sensorial entre o sistema nervoso central e outros órgãos.
144
A. 1, Sistema nervoso. 2 e 3, Sistema nervoso periférico.
B. 1, Sistema nervoso periférico. 2 e 3, Sistema nervoso central.
C. 1, Sistema nervoso. 2, Sistema nervoso central. 3, Sistema nervoso periférico.
D. 1 e 2, Sistema nervoso autónomo. 3, Sistema nervoso periférico.

7. Analisa os comportamentos e processos mentais que se seguem. Selecciona depois a


alternativa que identifica as estruturas nervosas com eles relacionadas.
➣ Coordena actividades reflexas.
➣ Armazenamento de lembranças e formação de novas memórias.
➣ Comanda funções vitais como o ritmo cardíaco, a respiração e a pressão arterial.
A. 1, Cérebro. 2 e 3, Hipocampo.
B. 1, Cérebro. 2, Hipotálamo. 3, Tálamo.
C. 1, Espinal medula. 2, Hipotálamo. 3, Tálamo.
D. 1, Espinal medula. 2, Hipocampo. 3, Bolbo raquidiano.

8. Analisa as funções referidas a seguir. Depois selecciona a alternativa que identifica


correctamente as estruturas nervosas por elas responsáveis.
➣ Manutenção do equilíbrio corporal, coordenação motora e controlo de movimentos precisos e
rápidos.
➣ Recepção de informação sensorial e sua distribuição para áreas de processamento específicas
situadas no córtex cerebral.
➣ Estabelecer a ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino.
A. 1, Espinal medula. 2 e 3, Hipotálamo.
B. 2, Tálamo. 1 e 3, Hipotálamo.
C. 1, Cerebelo. 2, Tálamo. 3, Hipotálamo.
D. 1, Cerebelo. 2, Espinal medula. 3, Hipotálamo.

9. Analisa as seguintes afirmações sobre o tálamo. Selecciona depois a alternativa que as avalia
correctamente.
➣ Controla comportamentos emotivos e a motivação.
➣ Regula necessidades básicas (fome, sede, sono, desejo sexual, circulação sanguínea e temperatura
do corpo).
➣ Retransmite mensagens entre as estruturas subcorticais e áreas específicas do córtex cerebral.
➣ Principal centro de retransmissão e de coordenação das impressões sensoriais.
A. 1 e 2, Verdadeiras. 3 e 4, Falsas.
B. 1, 2 e 3, Falsas. 4, Verdadeira.
C. 3 e 4, Verdadeiras. 1 e 2, Falsas.
D. 1, 2 e 3, Verdadeiras. 4, Falsa.

 
10. O sistema reticular activante:
A. Tem papel importante na activação cerebral.
B. Desperta as diversas áreas do cérebro para que descodifiquem mensagens e emitam respostas
adequadas.
C. Selecciona estímulos e discrimina mensagens protegendo o cérebro do excesso de informações
irrelevantes e inconvenientes.
D. Regula os estados de vigília e de sono e os fenómenos da atenção e da distracção.
E. Ao ser danificado deixa o paciente num estado de coma permanente.
F. As alíneas A), B), C) e E) são verdadeiras. D) é falsa.
G. Todas são verdadeiras.

11. As afirmações seguintes dizem respeito ao hipotálamo. Selecciona depois a alternativa que
as avalia correctamente.
➣ Regula todas as funções corporais à excepção da pressão arterial e dos ritmos cardíacos e
respiratório.
➣ Regula a temperatura do corpo, os estados de vigília e de sono.
➣ Preside à satisfação das nossas necessidades básicas.
➣ O seu funcionamento é coordenado pela hipófise.
A. 1, Falsa. 2, 3 e 4, Verdadeiras.
B. 1 e 4, Falsas. 2 e 3, Verdadeiras
C. 1, 2 e 3, Verdadeiras. 4, Falsa.
D. 1, 3 e 4, Falsas. 2, Verdadeira.

12. O sistema nervoso periférico divide-se em:


A. Sistema nervoso autónomo e sistema nervoso simpático.
B. Sistema nervoso somático e sistema nervoso parassimpático.
C. Sistema nervoso somático e sistema nervoso autónomo.
D. Sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.

13. O sistema nervoso autónomo:


A. É constituído por músculos esqueléticos e glândulas.
B. Divide-se em sistema nervoso simpático e sistema nervoso parassimpático.
C. É independente de qualquer outro sistema.
D. É voluntário e consciente.

14. O sistema nervoso autónomo tem como função:


A. Receber mensagens dos órgãos sensoriais e enviar as mensagens do sistema nervoso central para
os músculos que movimentam o corpo.
B. Regular de forma automática e involuntária mecanismos fisiológicos transmitindo ordens do
sistema nervoso central para as glândulas e os músculos lisos dos órgãos internos.
C. Coordenar actividades reflexas.
D. Obter informação sobre o que está a acontecer no exterior do organismo.

15. A divisão simpática e a divisão parassimpática do sistema nervoso autónomo funcionam de


forma antagónica. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque a sua oposição destruiria o equilíbrio do organismo.
B. Verdadeira, porque quando uma é activada a outra é desactivada.
C. Falsa, porque estas divisões constituem compartimentos autónomos e estanques.
D. Verdadeira, porque uma divisão predomina em momentos de tensão e a outra predomina em
momentos de distensão.

 
16. Analisa as afirmações seguintes sobre o sistema nervoso simpático. Selecciona depois a
alternativa que as avalia correctamente.
➣ Prepara o organismo para respostas fisiológicas relativamente desgastantes.
➣ É o “sistema de emergência” do organismo.
➣ Mobiliza e gasta energias do organismo para enfrentar desafios.
➣ Acalma o organismo nas situações de tensão.
A. 1 e 2, Verdadeiras. 3 e 4, Falsas.
B. 2 e 4, Falsas. 1 e 3, Verdadeiras.
C. 1, 2 e 3, Verdadeiras. 4, Falsa.
D. 1, 2 e 3, Falsas. 4, Verdadeira.

17. Analisa as afirmações seguintes sobre o sistema nervoso parassimpático. Selecciona depois a
alternativa
que as avalia correctamente.
➣ Uma vez passada a situação que os justificava, abranda os processos fisiológicos activados pelo
sistema simpático.
➣ Conserva a energia que é necessárias às actividades rotineiras.
➣ Intervém nos momentos em que o sistema simpático não funciona.
A. 1 e 3, Falsas. 2, Verdadeira.
B. 1 e 2, Falsas. 3, Verdadeira.
C. 1 e 2, Verdadeiras. 3, Falsa.
D. Todas Verdadeiras.

18. Apesar dos seus efeitos opostos, os sistemas simpático e parassimpático funcionam
geralmente de forma coordenada. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque quando um está activo o outro está inactivo.
B. Verdadeira, porque a actividade de um compensa a inactividade do outro.
C. Falsa, porque são divisões incomunicáveis.
D. Verdadeira, porque quando um sistema predomina o outro não deixa de enviar mensagens
ao organismo assegurando um certo equilíbrio.

19. Miguel tomou um medicamento contra uma alergia. Contudo, ao fim de umas horas notou
que estava muito agitado e que o ritmo cardíaco era elevado. É provável que esse medicamento
esteja a provocar um aumento da actividade do seu:
A. Sistema nervoso parassimpático.
B. Sistema nervoso somático.
C. Cerebelo.
D. Sistema nervoso simpático.

20. Comportamentos reflexos como tossir e espirrar são regulados por uma estrutura nervosa
chamada:
A. Cerebelo.
B. Espinal medula.
C. Hipocampo.
D. Bolbo raquidiano.

21. Uma grave lesão no bolbo raquidiano provocará muito provavelmente:


A. A redução do ritmo cardíaco.
B. A redução da frequência respiratória.
C. A morte.
D. Uma descida da pressão arterial.

 
22. Cada comportamento depende de um único centro cerebral. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque o cérebro é constituído essencialmente por áreas que funcionam
independentemente umas das outras.
B. Falsa, porque qualquer função envolve a coordenação de diversas áreas do cérebro.
C. Verdadeira, porque a unidade funcional do cérebro é um aspecto secundário do seu
funcionamento.
D. Falsa, porque o cérebro é uma unidade complexa que funciona segundo o duplo princípio da
especialização e da integração.

23. A unidade funcional do cérebro significa que este funciona como uma totalidade
indiferenciada. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque essa unidade corresponde à conjugação e coordenação da actuação diversa de
diferentes áreas.
B. Verdadeira, porque o cérebro actua segundo o princípio da integração.
C. Verdadeira, porque nenhuma área dá um contributo específico para o comportamento.
D. Falsa, porque o cérebro é uma diversidade de actividades especializadas.

24. A unidade funcional do cérebro significa que:


A. Não faz sentido o conceito de especializações cerebrais.
B. O cérebro não está compartimentado em áreas funcionalmente independentes umas das outras.
C. A cada área do cérebro corresponde em exclusivo uma função.
D. A especialização de determinadas áreas em certas funções não impede que haja interdependência e
funcionamento integrado.
E. As alíneas A) e B) são falsas; C) e D) são verdadeiras.
F. As alíneas B) e D) são verdadeiras; A) e C) são falsas.

25. Analisa as seguintes afirmações sobre características funcionais do cérebro. Selecciona


depois a alternativa que as identifica correctamente.
➣ Designa o facto de haver áreas do cérebro que dão o seu contributo específico para o
comportamento.
➣ Substituição funcional de uma área lesionada por áreas vizinhas.
➣ Funções complexas (linguagem, memória) implicam a coordenação de diversas áreas do cérebro,
a sua interactividade.
A. 1, Conjugação. 2 e 3, Suplência.
B. 1, Especialização. 2, Função vicariante ou de suplência. 3, Integração.
C. 1 e 3, Sistematização. 2, Suplência.
D. 1, Especialização. 2, Suplência. 3, Diversidade.
148
26. O cérebro é um sistema interactivo e dinâmico. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque a cada área corresponde a sua função.
B. Verdadeira, porque aquele é uma rede funcional, embora havendo funções isoladas.
C. Falsa, porque só há interacção entre o organismo e o meio.
D. Verdadeira, porque o cérebro trabalha segundo dois princípios básicos: a especialização e a
diferenciação.

27. O cérebro actua segundo o princípio do paralelismo funcional. Esta afirmação é:


A. Falsa, porque o cérebro funciona segundo o princípio da especialização.
B. Verdadeira, porque a cada área corresponde a sua função.
C. Falsa, porque muitas funções implicam o contributo de diversas áreas.
D. Verdadeira, porque o cérebro é um sistema cujo funcionamento resulta da actuação diferenciada e
paralela de diferentes áreas especializadas.

 
28. Considera as funções a seguir referidas. Selecciona depois a alternativa que identifica
correctamente as estruturas nervosas com elas relacionadas.
➣ Coordenação e equilíbrio dos movimentos corporais.
➣ Regulação do sono e do estado de alerta.
➣ Organização de respostas em situações de agressão ambiental.
➣ Controlo do funcionamento dos órgãos internos.
A. 1 e 2, Cerebelo. 3 e 4, Sistema nervoso periférico.
B. 1, Cerebelo. 2, Formação reticular. 3, Sistema nervoso periférico. 4, Tálamo.
C. 1, Cerebelo. 2, Formação reticular. 3, Sistema endócrino. 4, Sistema nervoso autónomo.
D. 1, Cerebelo. 2, Formação reticular. 3, Sistema nervoso simpático. 4, Sistema nervoso
autónomo.

29. A resolução de problemas e o planeamento de acções é função:


A. De estruturas subcorticais.
B. Do sistema nervoso autónomo.
C. Da espinal medula.
D. Do córtex cerebral.

30. Todos os comportamentos e processos mentais dependem do funcionamento do sistema


nervoso. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque há comportamentos que dependem exclusivamente do sistema endócrino.
B. Verdadeira, porque do acto reflexo ao pensamento o sistema nervoso estrutura todos os
comportamentos e processos mentais.
C. Falsa, porque o sistema nervoso somente regula os comportamentos e os processos mentais mais
complexos.
D. Verdadeira, porque o sistema nervoso resulta de um processo evolutivo que nos conferiu
capacidades de grande complexidade.

31. O hipotálamo é decisivo para o equilíbrio do funcionamento do organismo. Esta afirmação


é:
A. Verdadeira, porque esse equilíbrio depende da actuação articulada do sistema nervoso e do
sistema endócrino, regulada pelo hipotálamo.
B. Falsa, porque esse equilíbrio é assegurado pelo sistema nervoso periférico.
C. Verdadeira, porque o hipotálamo é o “cérebro endócrino”.
D. Falsa, porque o córtex cerebral é a base biológica de todo o funcionamento orgânico.
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32. As afirmações seguintes referem-se às funções de determinadas estruturas cerebrais.
Analisa-as e selecciona a alternativa que as identifica correctamente.
➣ Regula as funções intelectuais mais complexas, a autopercepção e o funcionamento da
personalidade.
➣ Liga o sistema nervoso ao sistema endócrino.
➣ Regula processos homeostáticos.
➣ Regula a atenção e a distracção.
A. 1, Córtex auditivo. 2, Hipófise. 3 e 4, Hipotálamo.
B. 1, Córtex pré-frontal. 2, Hipófise. 3, Hipotálamo. 4, Formação reticular.
C. 1, Córtex motor. 2 e 3, Sistema nervoso autónomo. 4, Formação reticular.
D. 1, Córtex pré-frontal. 2 e 3, Hipotálamo. 4, Formação reticular.

 
33. O sistema nervoso é:
A. Um conjunto de estruturas que funcionam de forma auto-regulada.
B. Um conjunto de estruturas envolvidas em funções neurovegetativas.
C. Um conjunto de estruturas que estão hierarquicamente organizadas.
D. Um conjunto de estruturas cujas funções são reflexas.

34. Uma lesão na área secundária do córtex motor pode provocar:


A. Paralisia cortical.
B. Falta de precisão nos movimentos.
C. Desajustamento sequencial dos movimentos.
D. Desequilíbrio.

41. Uma lesão na área secundária do córtex visual provoca cegueira cortical. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque essa lesão acontece quando é danificada a área de projecção do córtex visual.
B. Verdadeira, porque a incapacidade de processar informação visual define a cegueira cortical.
C. Verdadeira, porque a área referida é responsável pela captação de informações visuais.
D. Falsa, porque a área de associação do córtex visual desempenha uma função de suplência.

42. Uma lesão na área de Wernicke provoca principalmente:


A. Incapacidade de falar.
B. Incapacidade de entender a linguagem falada.
C. Incapacidade de compreensão da linguagem escrita.
D. Cegueira verbal ou alexia.

43. Uma pessoa com uma lesão na área de Broca terá graves dificuldades em:
A. Compreender o que lhe dizem.
B. Produzir um discurso oral minimamente articulado.
C. Distinguir sons.
D. Identificar sinais gráficos.

44. A incapacidade de reconhecer um texto escrito identificando a língua utilizada deve-se a


A. Agnosia visual.
B. Cegueira verbal.
C. Surdez verbal.
D. Agrafia.

45. A incapacidade de transmitir o que pensamos mediante sinais gráficos tem o nome de:
A. Apraxia.
B. Cegueira verbal.
C. Alexia.
D. Agrafia.

46. As afirmações seguintes dizem respeito ao córtex pré-frontal. Analisa-as e selecciona a


alternativa que as avalia correctamente.
➣ Está especializado na compreensão de informações verbais.
➣ É o centro da identidade pessoal.
➣ Coordena e integra toda a actividade cerebral.
➣ Funciona sem qualquer dependência em relação a estruturas subcorticais porque assegura funções
superiores.
A. 1, Falsa. 2, 3 e 4, Verdadeiras.
B. 1, Verdadeira. 2, 3 e 4, Falsas.
C. 4, Falsa. 1, 2 e 3, Verdadeiras.
D. 1 e 4, Falsas. 2 e 3, Verdadeiras.

 
47. O hemisfério cerebral direito e o hemisfério cerebral esquerdo são absolutamente diferentes
em termos funcionais. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque asseguram funções completamente distintas.
B. Falsa, porque a especialização não impede que haja suplência funcional.
C. Verdadeira, porque nenhuma função se transfere de um hemisfério para outro.
D. Falsa, porque o uso bilateral dos hemisférios só acontece em casos patológicos.

48. As áreas primárias do córtex cerebral:


A. Estão envolvidas em processos mentais complexos.
B. Recebem informação sensorial normalmente através do tálamo e também iniciam
movimentos.
C. Permitem que recebamos sons e compreendamos as palavras escritas e faladas.
D. Recebem e processam a informação sensorial.

49. As afirmações seguintes referem-se a estruturas subcorticais. Analisa-as e selecciona a


alternativa que as identifica correctamente.
➣ Controla a circulação de informação sensorial entre a espinal medula e o córtex.
➣ É importante no armazenamento de informações novas para mais tarde as recordarmos.
➣ Permite que demos um conteúdo emocional às nossas recordações.
A. 1, Hipotálamo. 2, Cerebelo. 3, Hipocampo.
B. 1, Formação reticular. 2 e 3, Hipocampo.
C. 1, Tálamo. 2, Hipocampo. 3, Amígdala.
D. 1, Tálamo. 2, Hipocampo. 3, Hipotálamo.
151
50. As afirmações seguintes referem-se à função da área de Wernicke. Analisa-as e selecciona a
alternativa que as avalia correctamente.
➣ Está especializada na produção do discurso oral.
➣ A sua função principal é a compreensão da linguagem.
➣ É a área responsável pela articulação e produção de palavras.
➣ É uma área que, quando lesionada, nos impede a compreensão do que os outros dizem.
A. 1 e 2, Falsas. 3 e 4, Verdadeiras.
B. 2 e 3, Verdadeiras. 1 e 4, Falsas.
C. 2 e 4, Verdadeiras. 1 e 3, Falsas.
D. 1, 2 e 3, Falsas. 4, Verdadeira.

51. Uma pessoa com uma lesão na área de Broca terá dificuldade:
A. Em articular palavras e em construir frases.
B. Em articular os movimentos da boca e da língua necessários à produção do discurso.
C. Em falar, mas não em compreender a linguagem falada.
D. Em compreender o que as palavras e as frases dos outros significam.
E. As alíneas B) e D) são falsas; A) e C) são verdadeiras.
F. A alínea D) é falsa; A), B) e C) são verdadeiras.

52. As investigações sobre o córtex pré-frontal (área pré-frontal do córtex cerebral) revelaram
que:
A. A personalidade é independente do cérebro.
B. O cérebro não é o substrato biológico da personalidade.
C. Lesões em determinadas áreas do córtex pré-frontal provocam alterações na personalidade
de um indivíduo.
D. Lesões no córtex pré-frontal provocam perda da capacidade de iniciativa, mas não comportamento
anti-social.

 
52
53. O hipotálamo e o sistema reticular activante (formação reticular) são estruturas nervosas
que funcionalmente nada têm em comum. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque têm funções absolutamente independentes.
B. Falsa, porque são estruturas subcorticais envolvidas em processos mnésicos.
C. Verdadeira, porque estão localizadas em diferentes regiões do cérebro.
D. Falsa, porque estão envolvidas na regulação do ciclo da vigília e do sono.

54. As afirmações seguintes dizem respeito a estruturas do sistema nervoso central. Analisa-as e
selecciona a alternativa que as identifica correctamente.
➣ Tem a capacidade de planear antecipadamente acções e é responsável pela integração da
personalidade.
➣ É particularmente importante na retenção e armazenamento de novas informações.
➣ Dá significado emocional aos acontecimentos de que o hipocampo se lembra.
➣ Permite-nos a compreensão do discurso oral dos outros.
A. 1, Córtex somatossensorial. 2, Hipotálamo. 3, Hipocampo. 4, Córtex visual.
B. 1 e 4, Córtex pré-frontal. 2 e 3, Amígdala.
C. 1, Córtex pré-frontal. 2, Hipocampo. 3, Amígdala. 4, Área de Wernicke.
D. 2 e 3, Amígdala. 1 e 4, Córtex frontal.

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 1 — ANTES DE MIM: A Cultura e a sua importância no comportamento
 
As crianças selvagens – Será que já nascemos humanos?
 
O Menino Selvagem de Aveyron

O filme “L’Enfant Sauvage Aveyron” (O Menino Selvagem de Aveyron), de François Truffaut,


baseado num caso verídico, relata a história de uma criança de onze ou doze anos que foi capturada
num bosque, tendo vivido afastado da sua espécie e ficando depois à guarda do Dr. Jean Itard.
Embora se pense que o menino selvagem tenha sido abandonado no bosque quando tinha quatro ou
cinco anos, altura em que já deveria dispor de algumas ideias e palavras, em consequência do
começo da sua educação, tudo isso se lhe apagou da memória devido a cerca de sete anos de
isolamento. Quando foi capturado, andava como um quadrúpede, tinha hábitos anti-sociais, órgãos
pouco flexíveis e a sensibilidade embotada, não falava, não se interessava por nada e a sua face não
mostrava qualquer tipo de sensibilidade. Toda a sua existência se resumia a uma vida puramente
animal.

Assim, o seu isolamento passado condicionou a sua aprendizagem futura que, além do mais, deveria
ter sido realizada durante a sua infância (época em que o seu cérebro apresentaria mais plasticidade,
existindo uma facilidade de aprendizagem, socialização e interiorização dos comportamentos
característicos da sua cultura). Desta forma, o menino selvagem não só tinha que lutar contra o seu
passado como contra a idade avançada para uma aprendizagem, muito provavelmente, sua
desconhecida, sendo esta a razão porque, segundo Itard, “para ser julgado racionalmente, (o menino
selvagem de Aveyron) só pode ser comparado a ele próprio”.

Segundo a tese de Lucien Malson, que escreveu “Les enfant sauvages” (As crianças selvagens),
relatando e analisando não só este caso mas também outros casos de isolamento, o Homem é
inferior a grande número de animais no seu estado de natureza. O autor defende que os animais,
com o seu sistema nervoso rudimentar, não necessitam de viver com a sua espécie para realizar as
acções características da mesma, não carecendo de ensinamentos devido aos seus instintos já
desenvolvidos à nascença. Lançado no globo sem forças físicas e sem ideias inatas, incapaz de
obedecer por si só às leis constitucionais da sua organização, o Homem só pode encontrar no seio
da sociedade a posição eminente que a natureza lhe assinalou e, sem a civilização, seria, como já
referi, um dos mais fracos já que, de todos os seres vivos o Homem é o que na ocasião do
nascimento se mostra mais incapaz, condição necessária para os seus progressos ulteriores, e a ideia
de instintos que se desenvolvem por si só não corresponde à realidade humana.

Nasce inacabado e depende de uma sociedade, de uma cultura. Segundo Itard, “o indivíduo, privado
das faculdades características da sua espécie, arrasta miseravelmente, sem inteligência nem
afeições, uma vida precária e reduzida às funções de animalidade”. Assim, a superioridade moral,
que muitos consideram ser natural nos seres humanos, não é mais do que um resultado da
civilização, que contribui para a sua formação. Existe então, uma força imitativa destinada não só à
educação dos órgãos como à aprendizagem da palavra, que é muito activa nos primeiros anos de
vida, mas enfraquece rapidamente com o avançar da idade, com o isolamento e com todas as outras
causas relacionadas com a sensibilidade nervosa.
Quando o médico Itard tentou transmitir algum conhecimento no âmbito das letras, aconteceram,
por vezes, ataques de fúria, pelo facto destas serem muito abstractas e, consequentemente, mais
difícil foi a sua aprendizagem neste campo (neste contexto, alguns especialistas defenderem que o
médico procedeu mal ao incluir letras, por serem demasiado abstractas, na educação do menino).

Aprendeu também a desenvolver afectividade, o que foi considerado um grande progresso. Tornou-
se sensível às temperaturas extremas, espirrou pela primeira vez assim como chorou. À medida que
esta afectividade se foi desenvolvendo entre o menino e o Dr. Itard ou a Mme. Guérin, a
aprendizagem vai-se tornando mais fácil (note-se que os factores psicológicos são bastante
influenciáveis). Por último, como já foi referido, os factores socioculturais também influenciam as
nossas acções pois, ao estarmos inseridos numa sociedade, as nossas acções e comportamentos são
influenciados por ela, como se verificou com a socialização do menino selvagem, que teve de se
sujeitar a regras e a deveres morais.

Embora o menino selvagem de Aveyron, a quem Itard deu o nome de Victor por se mostrar
“sensível” ao som “ô”, tivesse conseguido evoluir, só podemos considerar essa evolução como
grande se tivermos em conta o seu estado inicial. Victor conseguiu pronunciar a palavra “lait”
(leite) e até mesmo escrevê-la, mas não foi dada muita importância a esta aprendizagem uma vez
que não era utilizada para mostrar uma necessidade, mas sim uma espécie de exercício preliminar,
que precedia espontaneamente à satisfação dos seus apetites.

Através da análise da conduta do menino selvagem pode-se dizer que:

- Devido à fraca sensibilidade do sistema auditivo, a sua educação ficou incompleta;


- Todo o seu desenvolvimento foi lento e trabalhoso;
- Apesar do seu gosto pela liberdade dos campos e da sua indiferença pela maior parte das
vantagens da vida social, mostrou-se reconhecido pelos cuidados que lhe prestavam: gostava
quando fazia as coisas bem, envergonhava-se com os seus erros e arrependia-se das suas irritações;
- Existe, também nas crianças selvagens, uma relação constante entre ideias e necessidades, ou seja,
“todas as causas acidentais, locais ou politicas tendentes a aumentar ou diminuir o número das
nossas necessidades, contribuem necessariamente para alargar ou diminuir o âmbito dos nossos
conhecimentos” (Itard).

Por fim, podemos concluir que o Homem, lançado na Terra, sem forças físicas nem ideias inatas,
tanto na selva como na mais civilizada das sociedades, será apenas aquilo que dele fizerem.
Segundo Jaspers (filósofo alemão), “são as nossas aquisições, as nossas imitações e a nossa
educação que nos transformam em homens do ponto de vista psíquico”.

É portanto necessário “admitir que os homens não são homens fora do ambiente social” (Lucien
Malson) e que necessitam, mais do que os outros animais, da vivência junto da espécie.

Joana Alçarias

in:http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/psicologia/psicologia_trabalhos/m
eninoselvagem.htm

 
As Meninas-Lobo

Na Índia, onde os casos de meninos-lobo foram relativamente numerosos, descobriram-se, em 1920,


duas crianças, Amala e Kamala, a viver no meio de uma família de lobos. A primeira tinha um ano
e meio e veio a morrer um ano mais tarde. Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Não
tinham nada de humano e o seu comportamento era exactamente semelhante ao dos seus irmãos
lobos.

Caminhavam sobre quatro patas apoiando-se sobre os joelhos e cotovelos para os pequenos
trajectos e sobre as mãos e os pés para os trajectos longos e rápidos.

Eram incapazes de permanecer de pé. Só se alimentavam de carne crua ou podre, comiam e bebiam
como os animais, lançando a cabeça para a frente e lambendo os líquidos. Na instituição onde foram
recolhidas, passavam o dia acabrunhadas e prostradas numa sombra; eram activas e ruidosas
durante a noite, procurando fugir e uivando como lobos. Nunca choraram ou riram.

Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu, humanizando-se lentamente. Ela
necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco antes de morrer só tinha um vocabulário de
cinquenta palavras. Atitudes afectivas foram aparecendo aos poucos.

Chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e se apegou lentamente às pessoas que
cuidaram dela e às outras crianças com as quais conviveu.

A sua inteligência permitiu-lhe comunicar-se com outros por gestos, inicialmente, e depois por
palavras de um vocabulário rudimentar, aprendendo a executar ordens simples.

B. Reymond, Le développement social de L’Enfant et de l'adolescent, Bruxelas, Dessart,1965, p.12-14.

in: http://www.espanto.info/
 

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

2009/2010

PSICOLOGIA B – 12º01/02

Ficha de Avaliação
Novembro/2009

1. As unidades biológicas elementares que contêm informação que determina a constituição orgânica
do ser vivo são:
A. Cromossomas;
B. Genótipo;
C. Genes;
D. A adenina, citosina, timina e guanina.

2. Pequenos segmentos de ADN que transportam informação hereditária têm o nome de:
A. Cromossomas;
B. Genótipo;
C. Genes;
D. Clonagem.

3. As características da espécie são transmitidas, de geração para geração, através dos genes. Esta
afirmação é:
A. Falsa: é o processo de aprendizagem que garante a transmissão da informação;
B. Verdadeira: é a auto-replicação do ADN que garante a transmissão da informação;
C. Falsa: a informação genética específica é determinada pelo sistema nervoso.
D. Verdadeira: os comportamentos humanos são determinados pelos genes.

4. A hereditariedade específica permite que os indivíduos:


A. Recebam os genes que os tornam diferentes dos indivíduos da mesma espécie;
B. Recebam os cromossomas com a informação dos caracteres dos pais;
C. Recebam as características comuns aos indivíduos da espécie a que pertencem;
D. Apresentem no genoma genes que os individualizem.

5. As características físicas e psicológicas manifestas no indivíduo correspondem ao seu:


A. Fenótipo;
B. Genoma;
C. Genótipo;
D. ADN.

6. Gémeos monozigóticos educados separadamente apresentam genótipos diferentes. Esta


afirmação é:
A. Falso, porque o património hereditário dos gémeos monozigóticos é idêntico e mantém-se ao longo da
vida;
B. Verdadeira, porque logo após o nascimento inicia-se a aprendizagem com os pais;
C. Falsa, porque as estruturas biológicas da criança apresentam-se acabadas;
D. Verdadeira, porque a flexibilidade das estruturas com que a criança nasce favorece aprendizagens
diversificadas que nenhum animal é capaz de efectuar.

1
7. A natureza biopsicossocial da espécie humana depende:
A. Da interacção de competências hereditárias e fisiológicas;
B. De factores sociais que actuam ainda antes do nascimento;
C. Da interacção de factores biológicos e ambientais;
D. De factores internos que mobilizam os comportamentos adequado.

8. Identifica nas afirmações que se seguem as que se referem à ontogénese e as que se relacionam
com a filogénese:

1. Conjunto de processos biológicos de evolução dos seres vivos;


2. Reprodução nas aptidões e propriedades do indivíduo, das aptidões e propriedades historicamente
formadas da espécie humana;
3. História evolutiva de um indivíduo;
4. História evolutiva de uma espécie.

A. 1 e 2, filogénese; 3 e 4, ontogénese;
B. 1 e 3, ontogénese; 2 e 4, filogénese;
C. 1 e 4, filogénese; 2 e 3, ontogénese;
D. 1, 2, ontogénese; 3 e 4, filogénese.

9. O potencial genético determina o tipo de personalidade que será desenvolvido. Esta afirmação é:
A. Falsa: a personalidade é definida por factores do meio sociocultural;
B. Verdadeira: os indivíduos manifestam as características dos progenitores;
C. Falsa: o meio e as experiências pessoais influenciam a personalidade;
D. Verdadeira: a hereditariedade sobrepõe-se às influências do ambiente.

10. A hereditariedade está sujeita à influência do meio ambiente. Esta afirmação é:


A. Falsa: o organismo evolui independentemente do meio;
B. Verdadeira: o meio ambiente sobrepõe-se à hereditariedade;
C. Falsa: o meio é modelado por factores hereditários pessoais;
D. Verdadeira: o organismo é um sistema aberto e adaptativo.

11. As afirmações que se seguem, referem-se às características específicas do ser humano.


Selecciona a opção correcta.
A. O ser humano e os animais têm uma igual capacidade de superação e de mudança;
B. O que nos distingue dos outros animais é sermos hiper-especializados;
C. Nascemos biologicamente muito incompletos e frágeis, pelo que temos mais dificuldades de adaptação
e de resposta aos problemas do meio;
D. O indivíduo humano é o ser que possui o programa genético mais aberto e flexível, mas tem de
construir os comportamentos que a herança genética não lhe deu.

12. O sistema nervoso central é constituído por:


A. Cérebro anterior ou protencéfalo e espinal-medula;
B. Cérebro posterior ou metencéfalo e córtex cerebral;
C. Cerebelo, bolbo raquidiano e espinal-medula;
D. Cérebro ou encéfalo e espinal-medula.

13. Comportamentos complexos, como reflectir e decidir, são da responsabilidade prioritária:


A. Do corpo caloso;
B. Da área pré-frontal;
C. Do sistema límbico;
D. Da zona psicomotora.
2
14. Os hemisférios cerebrais são estruturas diferenciadas que funcionam de modo:
A. Complementar;
B. Antagónico;
C. Paralelo;
D. Linear.

15. Quando, devido a lesão cerebral, o indivíduo perde competências, estas podem ser recuperadas.
A. Falsa: as lesões neuronais provocam a desactivação dos circuitos de conexão;
B. Verdadeira: as áreas adjacentes podem substituir as funções das áreas afectadas;
C. Falsa: as competências cerebrais estão dependentes de estruturas específicas;
D. Verdadeira: os neurónios circundantes deslocam-se para as áreas lesionadas.

16. Após leres as três afirmações que se seguem, escolhe a opção correcta.

1. O sistema nervoso central funciona por áreas especializadas, mas não independentes umas das
outras.
2. As funções de uma área cerebral lesionada podem ser asseguradas por outras áreas.
3. Os comportamentos humanos mais complexos requerem a acção integrada de várias áreas
cerebrais.

A. 2 e 3 são verdadeiras, 1 é falsa;


B. 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa;
C. 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas;
D. São todas verdadeiras.

17. A leitura pode ser afectada por lesões no hemisfério cerebral esquerdo. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque é a área de Paul Broca que comanda, durante a infância, a aquisição da linguagem;
B. Falsa, porque o hemisfério cerebral direito é que superintende na linguagem;
C. Verdadeira, porque a linguagem é comandada pelo hemisfério cerebral esquerdo;
D. Falsa, porque as disfunções da área de Wernicke é que afectam a linguagem verbal.

18. A relação entre o comportamento e o sistema nervoso pode descrever-se como:


A. O sistema nervoso, na sua globalidade, é responsável por todos os comportamentos;
B. O comportamento, sendo gerado pela consciência, tem uma relação fraca com o sistema nervoso;
C. Algumas estruturas do sistema nervoso, como o cérebro, são responsáveis pelo comportamento;
D. O comportamento, sendo gerado pelas estruturas cognitivas, tem uma forte relação com o sistema
nervoso.

19. As áreas primárias do córtex cerebral funcionam separadas das secundárias. Esta afirmação é:
A. Verdadeira: as áreas secundárias controlam as primárias;
B. Falsa: as áreas psicosensoriais ou de associação processam os dados sensoriais recebidos pelas áreas
sensoriais;
C. Verdadeira: controlam funções diferentes;
D. Falsa: as áreas psicosensoriais recebem, interpretam e organizam os dados sensoriais que elas próprias
produzem.

20. As investigações sobre o córtex pré-frontal (área pré-frontal do córtex cerebral) revelaram que:
A. A personalidade é independente do cérebro.
B. O cérebro não é o substrato biológico da personalidade.
C. Lesões em determinadas áreas do córtex pré-frontal provocam alterações na personalidade de um
indivíduo.
D. Lesões no córtex pré-frontal provocam perda da capacidade de iniciativa, mas não comportamento
anti-social.

3
II
1.

“A visão epigenética apresenta um marcante contraste com a concepção rígida do teórico do instinto (...)
segundo [o qual] cada instinto está localizado em centros de coordenação nervosa subjacentes.”
(Montagu)

Distingue a teoria preformista da epigenética.

2.

“Todo o comportamento é, em parte, genético, dado ser manifestado por um indivíduo que é o resultado
biológico do seu genótipo. Mas todo o comportamento é, em parte, fruto de factores ambientais, dado
exprimir-se no seio de uma sociedade humana, e de uma biografia única, em função de um contexto
variável. (…) A exposição ao ambiente começa no ventre materno (…). Genética e ambiente não estão
em competição, mas em constante interacção.” (Richar)

2.1. Mostra como o meio tem um papel fundamental na formação e desenvolvimento do cérebro.
2.2. Justifica a afirmação que se segue: “O córtex pré-frontal é o núcleo da nossa personalidade.”

III

No supermercado da vida, quase todos os animais parecem ser tecnologia de ponta, ferramentas
finíssimamente calibradas com o fim de cumprirem esta ou aquela tarefa num determinado nicho
ecológico. Como acontece com outros instrumentos semelhantes, servem muito bem para o que servem,
mas para nada mais. Quando mudam as circunstâncias ou a paisagem, perdem o vigor e extinguem-se
irremediavelmente. Pelo contrário, os seres humanos são anatomicamente indigentes, têm um desenho
grosseiro e carente de adequação precisa, mas suportam as mudanças e compensam com a sua actividade
inventiva as limitações a que estão sujeitos. (Savater)

Atentos os estudos efectuados, desenvolve a tese do texto, referindo os conceitos de:


- neotenia e programa genético aberto;
- lentificação e individuação;
- plasticidade e aprendizagem.

Bom Trabalho!

COTAÇÕES
I–
20 x 3,5 70 pontos
II –
1. 1 x 30 30 pontos
2.1. 1 x 30 30 pontos
2.2. 1 x 30 30 pontos
III – 1 x 40 40 pontos

Total 200 pontos

4
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática
 

TEMA 1 — ANTES DE MIM: Cultura

Sermos humanos é mais do que pertencermos a uma espécie de seres com uma determinada
biologia e estrutura corporal: depende da participação em contextos sociais e culturais particulares,
onde aprendemos formas de ser e de nos comportarmos.
As capacidades dos seres humanos em transformarem e adaptando-se ao meio em que vivem, levou
à construção de um mundo inter-humano que constitui o seu ambiente de suporte e protecção, e das
suas formas de vida.
A cultura é uma totalidade onde se conjugam, organizados de forma dinâmica, diversos elementos
materiais e simbólicos: conhecimentos, crenças, valores, leis e normas, formas de arte e expressão,
costumes e práticas sociais, assim como objectos e construções produzidas.

A cultura tem uma profunda influência na forma como cada um pensa, sente e se comporta. Não
somos, todavia, produtos directos destas influências culturais: somos também produtores de cultura,
agentes da sua construção, transmissão e transformação.

Todas as comunidades humanas possuem cultura. As culturas reflectem as diferentes maneiras


como as diversas comunidades organizaram e integraram os acontecimentos da sua história, as suas
necessidades de sobrevivência e as exigências do meio onde vivem, em formas de ser e de viver em
conjunto.

Dá-se o nome de padrão cultural ao conjunto de comportamentos, práticas, crenças e valores


comuns aos membros de uma cultura, às formas particulares e padronizadas de ser e viver de uma
comunidade ou grupo social.

Um padrão cultural não é uma realidade estática: cada padrão cultural muda permanentemente não
só pela acção criadora, produtora de cultura, de cada um dos seus membros, mas também através do
contacto com outras culturas.

A aculturação é o conjunto dos fenómenos resultantes do contacto contínuo entre grupos de


indivíduos pertencentes a diferentes culturas, assim como as mudanças nos padrões culturais de
ambos os grupos que deles decorrem.

Cada padrão cultural ajuda a definir as expectativas comportamentais que podem ser encontradas
numa determinada comunidade. Os padrões de cultura permitem prever, até certo ponto, os
comportamentos daqueles que os partilham.

A socialização é um processo dinâmico de integração de um indivíduo numa dada cultura. Refere-


se às formas como cada pessoa interioriza, e aprende, os elementos socioculturais enquanto
participa, age e se comporta, em diversas relações, práticas e instituições.

A socialização ocorre ao longo de toda a vida: diferentes acontecimentos, contextos e tipos de


relações exigem às pessoas novas adaptações, novas aprendizagens e a criação de novas formas de
ser.
Distingue-se, geralmente, socialização primária, que ocorre fundamentalmente durante a infância e
a adolescência, e socialização secundária, que acontece sempre que, ao longo da vida, nos temos de
adaptar a situações novas.

Apesar da sua influência mútua e fundamental, aquilo que nos tornamos a cada momento das
nossas vidas não é só determinado pelo que somos em termos físicos e biológicos, nem pelo que
nos rodeia em termos socioculturais.

É necessário ter em conta a autonomia e a autodeterminação dos seres humanos e rejeitar a


possibilidade de um determinismo, seja este biológico ou sociocultural, quando se procura
compreender a forma como cada um de nós sente, pensa e age.

É enquanto corpo biológico e social que encontramos significados para os nossos pensamentos,
emoções e acções, e participamos, portanto, na sua determinação: de nós próprios e dos contextos
em que vivemos.

Pode-se dizer que a experiência do mundo, dos outros e de nós mesmos é um elemento fundamental
da vida psicológica. A ligação que cada um estabelece com estas experiências faz-se através do
significado.

É no significado atribuído que se realiza a síntese entre a singularidade de cada um e a sua situação
ou contexto: físico, biológico, sociocultural e histórico.

A realidade em que cada um vive é não só uma realidade física, feita de objectos, de lugares, de
seres, mas também uma realidade interpessoal construída a partir das compreensões partilhadas e
comunicadas entre as pessoas, isto é, intersubjectiva.

O mundo intersubjectivo é um mundo de encontros em que cada um de nós conta e improvisa, dia a
dia, a sua história. A sua história entrelaça-se a cada momento na história dos outros e na do seu
tempo, é circunscrita pela sua vivência cultural e pela sua posição social, assim como pelas
características físicas do seu corpo.

A história de cada um escreve-se no diálogo entre o que cada um é a cada momento, a forma como
compreende o que acontece, assim como o significado que cada experiência adquire.

A história pessoal desenrola-se no diálogo entre o que percebemos (objectivamente) de nós, dos
outros, do mundo, do que os outros percebem, e o que (subjectivamente) construímos - acerca de
nós, dos outros e do mundo.

Os seres humanos são seres auto-organizados, isto é, são seres que organizam eles próprios o seu
fluxo de experiências e o tornam compreensível. É dessa forma que se constroem, agindo no
mundo, organizando-se a si mesmos no seu envolvimento com o mundo.

Nas suas actividades, histórias, e na teia das suas relações e interacções, as pessoas são agentes não
só de transformação de si e dos outros mas também agentes de transformação das suas
comunidades, sociedades e culturas.

A adaptação dos seres humanos não pode ser encarada de uma forma passiva, como se fosse a
resposta a uma ordem e a um ambiente preexistentes. O seu papel é activo no que diz respeito à sua
participação nos ambientes e às suas capacidades de auto-organização e autonomia.

A relação dialéctica entre ser vivo e ambiente leva a que, do processo de adaptação, resulte o
desenrolar de múltiplas histórias evolutivas. Aí reside o caminho de mudança e transformação quer
dos seres humanos quer dos seus contextos de vida.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
FICHA SOBRE A CULTURA
 
 
Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção 

 
1.  A  cultura  é  um  conjunto  de  informações  e  de  conhecimentos  práticos,  técnicos,  teóricos  e 
valorativos  que  se  transmitem  de  geração  em  geração  sendo  cada  geração  simplesmente  a 
guardiã do que foi adquirido. 

R:  Falso.  A  cultura  é  um  processo  cumulativo.  Se  fôssemos  meros  receptáculos  do  que  é 
transmitido, cada geração repetiria as competências e conhecimentos das gerações anteriores. 
Ora não é isso que acontece. Somos produtos e produtores de cultura. 

2.  O  processo  de  integração  social  que  visa  a  aquisição  de  saberes,  normas  e  valores  básicos 
necessários  à  adaptação  do  indivíduo  à  interacção  com  os  outros  denomina‐se  socialização 
secundária. 

R: Falso. Denomina‐se socialização primária. É esta que nos dá os instrumentos básicos para a 
inserção  no  «útero  social»  tais  como  aprender  a  falar  uma  língua,  a  escrever,  a  ler,  a  fazer 
contas, a distinguir papéis e estatutos, etc. Transforma o indivíduo biológico em indivíduo social. 

3. O tipo de socialização que se procura sempre que o indivíduo tem de se adaptar a situações 
novas, a novos dados sociais ou a meios socioculturais relativamente desconhecidos designa‐se 
socialização primária. 

R:  Falso.  Denomina‐se  socialização  secundária.  Basta  a  passagem  meios  socioculturais 


relativamente  desconhecidos  para  percebermos  que  não  se  trata  da  socialização  primária,  ou 
seja, do tipo de socialização que nos adapta a um meio totalmente desconhecido.  

4. A socialização é um processo que se prolonga pela vida fora porque o ser humano pertence a 
vários grupos ao longo das diferentes fases da sua vida. 

R: Verdadeiro. Por razões pessoais e profissionais vamos pertencendo a diversos contextos de 
socialização e de aculturação e assumindo diversos estatutos e papéis sociais. 

5.  Aos  processos  que  decorrem  do  contacto  entre  elementos  culturais  ou  entre  pessoas 
pertencentes a diferentes culturas, dá‐se o nome de aculturação. 

R:  Verdadeiro.  A  aculturação  diz  respeito  ao  conjunto  dos  fenómenos  resultantes  do  contacto 
contínuo  entre  grupos  de  indivíduos  pertencentes  a  diferentes  culturas,  assim  como  às 
mudanças nos padrões culturais de ambos os grupos que decorrem desse contacto. 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

2009/2010

PSICOLOGIA B – 12º01/02

Ficha Formativa
Novembro/2009

1. Analisa as afirmações que se seguem, sobre estruturas subjacentes ao processo de transmissão


genética. Selecciona, depois, a alternativa que as identifica correctamente.

1. É o conjunto de genes que o indivíduo herda;


2. É uma estrutura constituída por genes;
3. É a estrutura que contém a informação genética.

A. 1. ADN; 2. Genótipo; 3. Gene;


B. 1. Genótipo; 2. Cromossomas; 3. ADN.
C. 1. Cromossomas; 2. Genótipo; 3. Fenótipo;
D. 1. Fenótipo; 2. ADN; 3. Gene.

2. A hereditariedade está sujeita à influência do meio ambiente. Esta afirmação é:


A. Falsa: o organismo evolui independentemente do meio;
B. Verdadeira: o meio ambiente sobrepõe-se à hereditariedade;
C. Falsa: o meio é modelado por factores hereditários pessoais;
D. Verdadeira: o organismo é um sistema aberto e adaptativo.

3. O potencial genético que pode vir a ser influenciado por condições ambientais tem o nome de:
A. Hereditariedade;
B. Gene;
C. Genótipo;
D. Fenótipo.

4. Os gémeos verdadeiros têm o mesmo genótipo e o mesmo fenótipo. Esta afirmação é:


A. Falsa, porque o fenótipo resulta da interacção entre o genótipo e o meio ambiente;
B. Verdadeira, porque o genótipo contém em potência o fenótipo;
C. Falsa, porque nenhum indivíduo é geneticamente idêntico a outro;
D. Verdadeira, porque o fenótipo nada mais é do que a actualização do genótipo.

5. O inacabamento biológico da criança revela uma capacidade de aprendizagem diferente das


restantes espécies. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque a capacidade de aprendizagem depende da plasticidade, flexibilidade do
equipamento genético;
B. Falsa, porque as características biológicas da criança já estão, desde sempre, estruturadas;
C. Verdadeira, porque, após o nascimento processa-se um aumento das estruturas de aprendizagem;
D. Falsa, porque as capacidades de aprendizagem dependem da cooperação.
6. O cérebro trabalha como um sistema, de tal forma que todas as áreas, por maior que seja a sua
especialização, dão o seu contributo. Esta afirmação é:
A. Falsa: o cérebro é um sistema cujo trabalho resulta da actuação de uma área única onde converge a
informação das áreas especializadas;
B. Verdadeira: o cérebro é um sistema que trabalha segundo dois princípio, especialização e
integração;
C. falsa: o cérebro é um sistema cujo trabalho resulta da actuação diferenciada e em paralelo nas
diferentes áreas especializadas;
D. Verdadeira: o cérebro é um sistema que trabalha a partir do contributo independente de diferentes
áreas especializadas.

7. As áreas primárias do córtex cerebral funcionam como:


A. coordenadoras de informação sensorial e receptoras de informação motora;
B. receptoras de informação sensorial e centros de ordens motoras;
C. coordenadoras de ordens sensoriais e receptoras de ordens motoras;
D. receptoras de ordens motoras e centros emissores de mensagens sensoriais.

8. Os hemisférios cerebrais direito e esquerdo funcionam de forma:


A. coordenada, com funções complementares;
B. simétrica, alternando as suas funções;
C. paralela, com funções vicariantes;
D. distinta, sem relação funcional entre si.

9. A função vicariante ou de suplência do cérebro humano significa que, em caso de lesão de uma
área:
A. áreas vizinhas podem entrar em acção recuperando a área lesionada;
B. os neurónios que a compõem têm capacidade de regeneração;
C. áreas vizinhas podem entrar em acção e substituir as suas funções;
D. os neurónios que as compõem deslocam-se para área vizinhas.

10. Uma lesão na área de Wernicke provoca principalmente:


A. Incapacidade de falar;
B. Incapacidade de entender a linguagem falada;
C. Incapacidade de compreensão da linguagem escrita;
D. Cegueira verbal ou alexia.

11. Uma pessoa com uma lesão na área de Broca terá graves dificuldades em:
A. Compreender o que lhe dizem;
B. Produzir um discurso oral minimamente articulado;
C. Distinguir sons;
D. Identificar sinais gráficos.

12. O hemisfério cerebral direito e o hemisfério cerebral esquerdo são absolutamente diferentes em
termos funcionais. Esta afirmação é:
A. Verdadeira, porque asseguram funções completamente distintas;
B. Falsa, porque a especialização não impede que haja suplência funcional;
C. Verdadeira, porque nenhuma função se transfere de um hemisfério para outro;
D. Falsa, porque o uso bilateral dos hemisférios só acontece em casos patológicos.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

Ano Lectivo 2009/2010

PSICOLOGIA B – 12º01/02

Correcção da Ficha de Avaliação


Novembro/2009

Nota:

Os elementos a seguir apresentados são, sobretudo, ilustrativos.

As questões dos Grupos II e III serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:


A1 – Domínio dos conteúdos.
A2 – Adequação das respostas às questões.
A3 – Mobilização das competências fundamentais.
B1 – Clareza e coerência da exposição.
B2 – Correcção da expressão escrita.
Peso relativo dos parâmetros: A – 80%; B – 20%.
I
Escolha múltipla: (70 pontos)

1. C; 2. C; 3. B; 4. C; 5. A; 6. A; 7. C; 8. C; 9. C; 10. D; 11. D; 12. D; 13. B; 14. A; 15. B; 16. D; 17. C;


18. A; 19. B; 20. C.

II

1. Distingue a teoria preformista da epigenética.


(30 pontos)

Devem ser abordados os seguintes tópicos:

• Perspectiva preformista – perspectiva segundo a qual a passagem do genótipo ao fenótipo se faz com
escassa e pouco relevante intervenção do meio.
• Perspectiva epigenética - perspectiva segundo a qual a passagem do genótipo ao fenótipo se faz
mediante a interacção entre o património genético e as influências ambientais.

2.1. Mostra como o meio tem um papel fundamental na formação e desenvolvimento do cérebro.
(30 pontos)

Devem ser abordados os seguintes tópicos:


• Quando nascemos já possuímos todos os neurónios, porém o cérebro só se vai configurando à medida
que o ser humano se vai desenvolvendo (individuação);
• Este processo não consiste apenas no estabelecimento e desenvolvimento de sinapses, mas também
pela selecção de redes neuronais (morte e supressão de sinapses);
• Este processo não está geneticamente determinado: depende da interacção com o meio (estimulação do
meio) e com as experiências vividas pelo sujeito (o facto de os gémeos homozigóticos terem cérebros
diferentes prova esta ideia);
• Esta interacção com o meio começa na vida intra-uterina.
1
2.2. Justifica a afirmação que se segue: “O córtex pré-frontal é o núcleo da nossa personalidade.”
(30 pontos)

Devem ser abordados os seguintes tópicos:


Ao córtex pré-frontal devemos capacidades como:
• O pensamento abstracto, a linguagem e o processamento de lembranças;
• A imaginação criadora;
• A consciência reflexiva;
• A planificação antecipada de acções e a modificação do curso de uma acção;
• A capacidade de sentir emoções;
• A capacidade de tomar decisões;
• A manutenção de constância em termos de personalidade.

III
1. Atentos os estudos efectuados, desenvolve a tese do texto, referindo os conceitos de:
- neotenia e programa genético aberto;
- lentificação e individuação;
- plasticidade e aprendizagem. (40 pontos)

Devem ser abordados os seguintes tópicos:


• Savater confronta a perfeição e a especialização das condutas animais com o carácter grosseiro e
polivalente dos comportamentos humanos;
• A neotenia é o processo evolutivo do qual resulta, nos seres humanos, uma capacidade de
aprendizagem que se prolonga por toda a vida. Traduz uma «falta de acabamento» que prolonga o período
de infância e de adolescência e permite o desenvolvimento adequado das estruturas cerebrais complexas e
o desenvolvimento da inteligência;
• Diferentemente dos humanos, os animais são especialistas naquilo que fazem, praticando actos
estereotipados, em obediência a um programa biológico fechado, predeterminado, inscrito no património
genético da espécie;
• No ser humano, muito mais do que em qualquer outra espécie, a execução do programa genético
permite uma significativa influência do meio, da aprendizagem, da educação e da experiência. O nosso
comportamento resulta da constante interacção entre património genético e meio.
• A diferença comportamental deve-se à rapidez evolutiva das formas de vida animal, em contraste com
a lentificação que preside à evolução da espécie humana e, sobretudo, ao desenvolvimento do cérebro
humano;
• Complexificação e lentificação são correlativas da individuação, isto é, do processo de singularização
e autonomização que permite ao ser humano escapar à padronização específica e tornar-se apto a
comportar-se de modo original;
• À lentificação e à individuação associam-se os conceitos de plasticidade e aprendizagem. A variedade
de condutas humanas deve-se em parte às aprendizagens com os outros. É com os comportamentos
aprendidos que o ser humano consegue compensar a carência de condutas geneticamente programadas;
• A grande disponibilidade do ser humano para aprender relaciona-se com a lentificação da
cerebralização, facilitadora de um maior número de conexões sinápticas e de condutas complexas;
• A plasticidade diz respeito, por um lado, à capacidade que os neurónios possuem de se alterarem
fisiologicamente como resultado dos exercícios de aprendizagem e memória, e, por outro lado, refere-se à
diversidade dos modos de reagir de que o ser humano pode dispor e que possibilitam o desenvolvimento
de condutas singulares;
• Assim, a lentificação possibilita a plasticidade que, por sua vez, torna possíveis os processos de
aprendizagem e de individuação.

2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
MATRIZ DA FICHA DE AVALIAÇÃO

(Novembro/2009) Duração: 90 minutos

NOTA PRÉVIA:

É obrigatório o uso de folha de teste (modelo da Escola).


Só poderás utilizar caneta azul ou preta.
Não é permitido o uso de corrector.
É considerado fraude e será sancionado o uso, durante a prova, de qualquer material de apoio
(apontamentos, cábulas).
Deves ler atentamente todo o enunciado, antes de começares a responder.
Tem cuidado com a expressão escrita.
Evidencia, tanto quanto possível, originalidade e espírito crítico nas tuas respostas.

TEMA 1 — ANTES DE MIM: A genética, o cérebro

OBJECTIVOS:

1. Objectivo geral: Compreender as linhas gerais da evolução humana


• Compreender que somos o resultado de um processo evolutivo.
• Compreender o que nos torna especificamente humanos.

2. Objectivo geral: compreender as capacidades genéticas do ser humano


• Identifica as características genéticas diferenciais da espécie humana.
• Mostra de que forma essas características concedem ao ser humano determinadas
capacidades.
• Identifica as capacidades específicas do ser humano.
• Distingue hereditariedade individual de hereditariedade específica.
• Caracteriza os agentes responsáveis pela transmissão genética.
• Identifica os factores que influenciam o comportamento.
• Caracteriza genótipo e fenótipo.
• Distingue os conceitos de preformismo e de epigénese.
• Distingue os processos de desenvolvimento filogenético e ontogenético.
• Distingue programa genético fechado de programa genético aberto.
• Explica em que consiste o processo de neotenia.
• Explicita a importância do inacabamento do ser humano.
• Identifica as vantagens da prematuridade biológica do ser humano.

3. Objectivo geral: compreender as capacidades cerebrais do ser humano


• Descreve a constituição do neurónio.
• Descreve a sinapse.
• Indica as principais funções da espinal medula e do sistema nervoso.
1
• Explica as características específicas do cérebro humano.
• Mostra de que forma essas características concedem ao ser humano determinadas
capacidades.
• Identifica essas capacidades.
• Mostra como funciona o cérebro humano.
• Mostra como se produzem transformações do cérebro ao longo da vida.
• Explica o papel do cérebro na capacidade de adaptação e de autonomia do ser humano.
• Explica a função vicariante.
• Explica a unidade funcional do cérebro.
• Identifica as funções das áreas de Broca e Wernicke.
• Caracteriza o conceito de complexidade cerebral.
• Relaciona os conceitos de lentificação e de individuação.
• Explica o sentido de plasticidade cerebral.

ESTRUTURA:

O teste incluirá o seguinte tipo de questões:

1. questões de escolha múltipla e/ou de resposta Verdadeiro/Falso;


2. questões de resposta orientada (curtas, claras e objectivas);
3. questões de resposta aberta (extensas e de desenvolvimento).

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

As questões do tipo 2 e 3 serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:

A1 – Domínio dos conteúdos.


A2 – Adequação das respostas às questões.
A3 – Mobilização das competências fundamentais.
B1 – Clareza e coerência da exposição.
B2 – Correcção da expressão escrita.

Peso relativo dos parâmetros: A – 80%; B – 20%.

2
I II IV V

 As Relações Precoces
 Síntese As Relações Precoces
 Relações Precoces – Questões de Verdadeiro-Falso
 Ficha Formativa – Dezembro-2009
 2ª Ficha de Avaliação Dezembro-2009
 Correcção da 2ª Ficha de Avaliação Dezembro-2009
 MatrizTeste12B – Dezembro-2009
 Os Grupos Sociais
 As atitudes
 Estereótipos e Preconceitos
 Estatutos e Papéis
 Os conceitos de expectativa e de atribuição
 A agressão é uma reacção à frustração
 Síntese As Relações Interpessoais
 Síntese A influência social
 Síntese A perspectiva ecológica do desenvolvimento
humano
 As Relações Interpessoais – Sínteses Esquemáticas
 Conformismo e Obediência – Questões de Verdadeiro-
Falso
 3ª Ficha de Avaliação Fevereiro-2010
 Correcção da 3ª Ficha de Avaliação Fevereiro-2010
 Ficha Formativa – Fevereiro-2010
 MatrizTeste12B – Fevereiro-2010
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES PRECOCES
 

1. O PAPEL DO PAI NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Na sociedade ocidental industrializada, a entrada da mulher no mundo do trabalho e os movimentos


sociais da década de 60, com a consequente emancipação da mulher, vieram alterar a composição e 0
funcionamento das famílias bem como o papel do pai. O modelo patriarcal que dominava (e domina...),
que se manifestava no controlo e na autoridade do pai no interior da família, reservava para a mãe a
gestão e o trabalho doméstico bem como o tratamento e a educação das crianças.

As mudanças sociais vão ter como consequência a reconfiguração familiar, aparecendo o que muitos
designam por "novos pais". Para além de começarem a partilhar as tarefas domésticas, os homens
assumem um outro papel na relação com os filhos: dão o biberão, mudam as fraldas, dão-lhes banho,
passeiam e brincam com eles. Mais tarde, tornam-se confidentes dos filhos. A publicidade, o cinema e
os meios de comunicação social, em geral, têm reforçado a imagem do pai que, tal como a mãe, cuida
dos seus filhos. Apesar destas mudanças, os vários estudos apontam para o facto de, mesmo quando as
mulheres trabalham fora de casa, prestarem mais cuidados aos filhos do que os pais.

A psicologia desenvolveu, durante muito tempo, apenas investigações sobre as relações da mãe com o
bebé esquecendo a função parental dos homens. O papel cada vez mais interventivo dos homens na
relação com os filhos trouxe para a psicologia novas áreas de interesse e de estudo. Constatou-se que a
forma como o pai pega no bebé, o tom de voz, o modo como brinca e interage, distinguem-se dos da
mãe, contribuindo também para o desenvolvimento psicológico da criança.

Kevin Nugent, director do Instituto Brazelton do Hospital Pediátrico de Boston, que se tem dedicado a
estudar a importância da figura masculina no desenvolvimento emocional e social das crianças, afirma:
"A nossa investigação revelou que os pais [a figura masculina] desempenham um papel fundamental
no desenvolvimento emocional da criança, mas radicalmente diferente do papel desempenhado pela
mãe. Ser pai não é duplicar a figura da mãe, é acrescentar uma nova dimensão à vida da criança. Ele
brinca de modo diferente com ela, tem um modo diferente de lidar com as mais variadas situações. E
também de comunicar: Esta relação pode transmitir à criança um maior sentimento de segurança e
confiança. Durante o nosso trabalho, descobrimos que as crianças cujos pais estão muito envolvidos
na sua educação, que alteram a sua vida para estarem mais disponíveis para os filhos, mostram
também uma maior capacidade de desenvolvimento cognitivo."

Os diferentes estilos relacionais constituem elementos muito importantes na construção de modelos de


relação com os elementos masculinos e femininos. O modelo de identificação masculino é tão
importante para o rapaz como para a rapariga, dado que organiza expectativas sobre as relações futuras
que se estabelecerão com os homens e as mulheres.

Os pais, ao passarem a ter um papel mais activo no acompanhamento dos filhos, podem exercer uma
maior influencia no seu desenvolvimento social, cognitivo e emocional. Para além disso, as relações
que se estabe1ecem com os filhos contribuem para o próprio desenvolvimento pessoal do homem-pai.
2. CONCEITO DE RESILIÊNCIA

O termo resiliente tem origem na Física e designa a resistência do material aos choques e a capacidade
de uma estrutura absorver a energia cinética do meio sem romper. O termo foi aplicado em Psicologia,
a partir da década de 80, para designar os indivíduos que recuperam as suas energias depois de terem
sofrido uma depressão. Contudo, hoje, a expressão resiliente aplica-se fundamentalmente às crianças
que crescem em ambientes de privação e de risco (ex: violência e maus-tratos) e que conseguem
ultrapassar eficazmente os traumas vividos. Fogem ao ciclo de violência, ao fatalismo da criança que
sofre violência e será um adulto violento, delinquente, socialmente desajustado.

O psicólogo Elwin James Anthony desenvolveu um estudo sobre crianças que tinham sofrido
maus-tratos ou situações traumáticas ou que eram oriundas de famílias onde havia problemas de
alcoolismo ou outros e que as tornariam mais vulneráveis. Em 1980, dedica um livro ao tema: The
Vulnerable Child.

Conclui, entretanto, que, entre as crianças que designa por vulneráveis, há algumas que se desenvolvem
de forma equilibrada, o que lhe mereceu uma reflexão no livro The Invulnerable Child, em 1987.

É a psicóloga Emmy Werner quem vai aprofundar a questão num estudo que desenvolve numa zona do
arquipélago do Hawai. Das 698 crianças nascidas em 1955, destaca um grupo ele 201 bebés
considerados de risco. Durante 32 anos, ela e os seus colaboradores acompanharam o desenvolvimento
destes bebés, concluindo que, até à adolescência, um terço das crianças não apresentava qualquer
problema; dois terços resolveram os seus problemas até aos 30 anos, integrando-se na sociedade; só 6%
tiveram necessidade de apoio psicológico. Emmy Werner designou as crianças que resistiram às
adversidades de "crianças resilientes".

A resiliência, que é, no fundo, a capacidade de resistir a adversidade, é um processo, não um estado e,


por isso, uma pessoa pode ser mais resiliente num momento da vida do que noutro.

Geralmente, os investigadores identificam alguns factores que designam por "factores de protecção":
individuais, familiares e extrafamiliares. Os primeiros são características como a inteligência, a
auto-estima, a autonomia e o humor. A família, designadamente os pais, são elementos que permitem
resistir melhor as situações traumáticas. Às vezes, os pais são substituídos por um adulto significativo,
uma irmã, os avós, os tios.

Outros factores identificados são a escola - onde a criança pode participar em relações e actividades que
sejam fonte de confiança e auto-estima. Os encontros com pessoas significativas - por exemplo, um
professor - podem ser muito importantes. É o conjunto das defesas que permitirá que a criança elabore
comportamentos de modo a resistir e ultrapassar as situações. O conceito de resiliência tem sido
alargado à capacidade de resistir a situações adversas.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
Síntese Temática 
 

TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES PRECOCES


O tipo e a qualidade das relações que o bebé estabelece no inicio da vida vão influenciar o seu processo de
desenvolvimento fisiológico e psicológico. A imaturidade do ser humano ao nascer implica que a relação que
estabelece com os progenitores seja muito diferente da dos outros animais.
O recém-nascido apresenta um conjunto de competências comunicacionais que estimulam aqueles que o
rodeiam a satisfazerem as suas necessidades. De entre as várias estratégias usadas pelo bebé para obter os
cuidados indispensáveis à sua sobrevivência e bem-estar, destacam-se o choro, o sorriso e as expressões
faciais. Estabelece-se entre o bebé e aqueles que dele cuidam um processo designado par regulação mútua, que
consiste na capacidade de comunicar os estados emocionais e responder de forma adequada.
A relação entre a mãe e o bebé inicia-se antes do nascimento, através das fantasias que ela desenvolve sobre o
filho que vai nascer. É antes do nascimento que se começa a construir o vínculo.
Bowlby, a partir das investigações que desenvolveu, identificou a vinculação como sendo uma necessidade
básica do bebé para criar relações de proximidade e afectividade com os outros, para assegurar protecção e
segurança. Considerou a vinculação uma necessidade inata, biológica, primária, tal como a fome e a sede.

Para manter a relação com as figuras de vinculação - a mãe ou outros agentes maternantes -, o bebé
desenvolve um conjunto de comportamentos como seguir com o olhar, sorrir, agarrar, emitir vocalizações, etc.
O estudo da relação de vinculação foi aprofundado pela psicóloga Mary Ainsworth que, a partir dos dados da
experiência Situação Estranha, distinguiu três tipos de vinculação: segura, evitante e bivalente/resistente.
A vinculação segura seria a que influenciaria mais positivamente o desenvolvimento afectivo e psicológico do
bebé, com efeitos nas suas relações futuras.
Algumas críticas foram avançadas relativamente à forma como se retiraram as conclusões da experiência,
sobretudo se não se tiver em conta, para além de outros factores, as condicionantes de ordem cultural.
Há, contudo, um consenso relativamente a que a qualidade das relações precoces afecta o desenvolvimento
psicológico dos seres humanos. Uma vinculação securizante favorece a confiança em si próprio, a capacidade
de ultrapassar dificuldades e estabelecer relações sociais positivas.
Por outro lado, a segurança que a criança pode sentir na sua relação com os progenitores propicia o
desenvolvimento da sua autonomia no sentido da construção da identidade pessoa1.
As experiências levadas a cabo par Harlow com macacos vieram chamar a atenção para os efeitos das
carências afectivas. Constatou a necessidade que as crias tinham de estar junto das mães, de manterem
contactos físicos.
Considera que a necessidade do contacto físico com a mãe ou com outro cuidador estaria na origem da
vinculação, sendo mais importante do que a alimentação na construção dessa relação.

Um outro investigador - Rene Spitz -estudou o efeito das carências afectivas nos seres humanos. Designou por
hospitalismo as perturbações vividas por crianças a quem falta uma relação afectiva privilegiada com um
adulto.
Esta perturbação ocorre sobretudo em crianças que estão numa instituição, privadas do contacto com a mãe ou
outros agentes maternantes, e que se manifesta por atrasos no desenvolvimento físico e psicológico.

Tal como noutras situações, não se pode ser determinista dada a característica plasticidade do ser humano. Há
crianças que, apesar de sofrerem situações muito penalizadoras, conseguem resistir e desenvolverem-se com
equilíbrio. São o que se designa por resilientes.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
FICHA SOBRE AS RELAÇÕES PRECOCES
 
 
Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção 

 
1. As relações precoces são relações que acontecem antes de tempo. 

R: Falso. São as primeiras relações da vida e a primeira forma de conhecimento que temos do 
nosso  mundo  social.  A  qualidade  destas  relações  vai  influenciar  de  forma  mais  ou  menos 
poderosa as futuras relações ou vínculos afectivos. São a base da constituição de relações com 
os outros.  

2. A vinculação só pode estabelecer‐se com a mãe biológica. 

R: Falso. Os cuidados maternos, o carinho e o conforto físico e psicológico podem ser dados por 
uma  figura  materna  que  não  a  mãe  biológica  –  mãe  adoptiva  ou  outra  figura  feminina.  O  pai 
também pode proporcionar cuidados maternos. A mãe competente diminui as inquietações da 
criança dando‐lhe segurança, dá ao bebé amor, compreensão e protecção, reduz as situações de 
desconforto promovendo o bem‐estar. 

3. A vinculação é uma ligação física da criança quem cuida dela. 

R:  Falso.  Há  da  parte  do  bebé  a  tendência  de  permanecer  próximo  da  figura  materna  mas  a 
ligação  não  é  meramente  física  ou  baseada  na  satisfação  de  necessidades  fisiológicas.  A 
vinculação estabelece‐se com quem estimula criança para o conhecimento do meio, com quem 
o ampara em momentos de dúvida e hesitação, com quem lhe proporciona carinho e afecto ao 
mesmo tempo que procura desenvolver as suas competências sociais e comunicativas. 

4.  A  psicóloga  Mary  Ainsworth  aprofundou  o  estudo  da  relação  de  vinculação  e  distinguiu  3 
tipos de vinculação. 

R: Verdadeiro. Vinculação segura, vinculação evitante e vinculação ambivalente/resistente. 

5. A vinculação segura é a mais importante das formas de vinculação. 

R:  Verdadeiro.  O  bebé  totalmente  dependente  dos  outros  precisa  de  se  sentir  seguro.  O 
sentimento de confiança advém do carinho, do conforto, da satisfação das necessidades básicas, 
habitualmente  por  parte  da  mãe.  Sentindo‐se  protegido  e  seguro  o  bebé  desenvolve  um 
sentimento fundamental: a confiança perante a vida e os outros, tolerando ou aprendendo mais 
facilmente a tolerar a frustração. 

 
6.  As  crianças  criadas  em  instituições  onde  os  cuidados  são  administrados  sem  que  se 
estabeleçam laços afectivos podem apresentar perturbações físicas e psíquicas. 

R:  Verdadeiro.  Spitz  denominava  essa  carência  afectiva  de  hospitalismo.  O  hospitalismo  é  um 
conjunto  de  perturbações  que  caracterizam  muitas  crianças  que  vivem  longo  tempo  em 
instituições de acolhimento sem uma figura materna competente que as proteja, ampare e ame. 
Segundo  Spitz,  os  efeitos  dessas  carências  afectivas  são:  atraso  no  desenvolvimento  físico, 
dificuldades de adaptação ao meio ambiente, de manipulação de certos objectos, problemas de 
desenvolvimento comunicacional devido a atraso na linguagem, menor resistência a doenças e 
pouca sensibilidade para a necessidade de comunicar. 

7.  O  fenómeno  do  hospitalismo  acontece  a  todas  as  crianças  privadas  de  uma  relação  normal 
com uma figura materna. 

R:  Falso.  O  conceito  de  resiliência  foi  inventado  para  designar  precisamente  a  capacidade  de 
algumas crianças de ultrapassar vivências traumatizantes e situações negativas. 

8. Segundo Bowlby, a ruptura do laço afectivo e emocional com a mãe (ou uma figura materna) 
nos  primeiros  anos  de  vida  tem  graves  repercussões  no  desenvolvimento  intelectual,  social  e 
emocional da criança, estando na  raiz de perturbações comportamentais, de insegurança e de 
insociabilidade. 

R:  Verdadeiro.  Para  este  psicanalista  de  crianças  o  medo  do  desconhecido  era  a  base  da 
vinculação.  Perdido  o  vínculo  esse  medo  reaparece  e  dá  origem  a  desequilíbrios 
comportamentais. 

9.  A  nossa  personalidade  é  determinada  de  uma  vez  para  sempre  por  experiências  iniciais 
emocionalmente difíceis. 

R: Falso. Era a ideia de certo modo determinista de Bowlby, mas o conceito de resiliência revela 
que há uma capacidade de superação de situações traumáticas. A ideia reinante actualmente é a 
de que os efeitos da privação temporária e mesmo da ausência total (nunca ter tido) do afecto 
materno são, geralmente, reversíveis se construirmos outros vínculos duradouros. 

 
 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves 

2009/2010 

PSICOLOGIA B – 12º01/02 
 
Ficha Formativa 
 

Dezembro/2009 
 

Selecciona a alternativa correcta 
1.  O processo de socialização pode descrever‐se como a: 
A. apropriação de saberes que permitem o exercício de papéis; 
B. aprendizagem de hábitos, que permitem a adaptação a um grupo social específico; 
C. apropriação de atitudes e comportamentos que permitem a inserção numa sociedade; 
D. aprendizagem de regras que permitem a integração numa instituição. 
 
2. A socialização é um processo que decorre entre o nascimento e os seis anos. Esta afirmação é: 
A. verdadeira, porque  é até aos seis anos que o indivíduo adquire os padrões culturais do  grupo social  a 
que pertence; 
B. falsa, porque a socialização decorre ao longo da vida, sempre que existe adaptação a novas situações 
sociais; 
C.  verdadeira,  porque  é  até  aos  seis  anos  que  a  família  e  o  meio  exercem  maior  influência  no 
comportamento dos indivíduos; 
D.  falsa,  porque  a  socialização  decorre  desde  o  nascimento  até  ao  final  da  adolescência,  período 
fundamental para adquirir comportamentos sociais. 
 
3. A relação precoce com a mãe modela as competências sociais do bebé. Esta afirmação é: 
A. falsa: as competências sociais do bebé são originadas por motivações inatas; 
B. verdadeira: as competências sociais do bebé dependem do estatuto familiar; 
C. falsa: a socialização estrutura‐se na relação com os pares; 
D. verdadeira: a socialização inicia‐se com os cuidados parentais. 
 
4.  Analisa  as  afirmações  que  se  seguem  sobre  o  conceito  de  vinculação.  Selecciona,  depois,  a  alternativa 
que as identifica correctamente. 
 
1. Desde muito cedo, o bebé discrimina e hierarquiza diversas figuras de vinculação. 
2. O choro sinaliza uma relação de vinculação frágil, enquanto o sorriso dá conta de vínculos consolidados. 
3. Agarrar e gatinhar são comportamentos activos de vinculação. 
 
A. 2. é verdadeira; 1. e 3. são falsas; 
B. 1. é verdadeira; 2 e 3. são falsas; 
C. 1. e 3. são verdadeiras; 2. é falsa; 
D. 1. e 2. são verdadeiras; 3. é falsa. 
 
 
 

 
 
5. Analisa as características que René Spitz atribui ao que designou por hospitalismo. 
     Selecciona depois a alternativa correcta. 
 
1. Perturbações vividas por crianças privadas de cuidados maternos. 
2. Menor resistência às doenças e atraso no desenvolvimento psicológico. 
3. Comportamentos que privilegiam o contacto com os outros. 
4. Maior resistência às infecções e aos conflitos sociais. 
 
A. 1. e 3. verdadeiras; 2. e 4. falsas; 
B. 1. e 2. verdadeiras; 3. e  4. falsas; 
C. 1. e 4. verdadeiras; 2. e 3. falsas; 
D. 1. e 3. falsas; 2. e 4. verdadeiras. 
 
6. O desenvolvimento humano depende de factores: 
A. hereditários, genéticos e ambientais; 
B. ambientais, maturacionais e genéticos; 
C. ambientais, experienciais e sociológicos; 
D. biológicos, psicológicos e ambientais. 
 
7. O organismo humano é considerado uma unidade bio‐psico‐sociológica. Esta afirmação é: 
A. verdadeira, porque as capacidades biológicas necessitam de um meio que lhes permita a realização e 
de uma estrutura psicológica que lhes dê significado; 
B.  falsa,  porque  as  capacidades  psicológicas  dependem  da  interacção  que  o  indivíduo  estabelece  com  o 
meio social que o rodeia; 
C.  verdadeira,  porque  as  capacidades  biológicas  determinam  as  competências  psicológicas  e  o  tipo  de 
relações sociais que o indivíduo irá desenvolver; 
D.  falsa,  porque  os  aspectos  biológicos,  psicológicos  e  sociais,  sendo  distintos  entre  si,  actuam  de  forma 
parcelar no organismo. 
 
8.   Analisa as afirmações que se seguem sobre a relação mãe‐bebé. Selecciona, depois, a alternativa que as  
avalia correctamente. 

1.  O  estabelecimento  de  um  vínculo  com  a  mãe  é  crucial  para  o  desenvolvimento  da  personalidade  da 
criança. 
2. O bebé é um ser passivo na relação com os outros. 
3. A mãe vincula‐se ao bebé após o nascimento. 
 
A. 1. é verdadeira; 2. e 3. são falsas; 
B. 1. e 2. são verdadeiras; 3. é falsa; 
C. 2. é  verdadeira; 1. e 3. são falsas; 
D. 2. e 3. são verdadeiras; 1. é falsa. 
 
 
 
 
 

 
 
II 
 
Assinala as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F): 
 
a) Imaturidade do bebé significa depender de um adulto que funcione como mãe e não ser passivo, 
inerte e insensível. V 
b) As mães de veludo, satisfazem cabalmente as necessidades essenciais dos macaquinhos bebés. F 
c) O bebé comunica com a mãe através da fome, sorriso, choro e afectos. F 
d) A vinculação é um processo em que a mãe e o bebé estabelecem contacto com vista à satisfação 
das necessidades biológicas. F 
e) A vinculação é uma necessidade afectiva e social, é ser reconhecido. F 
f) A  vinculação  não  influencia  em  nada  o  processo  de  desenvolvimento  da  criança  devido  à 
capacidade de resiliência. F 
g) Uma vinculação segura proporciona ao indivíduo melhores capacidades para pensar bem de si. F 
h) Uma vinculação segura assegura de forma muito positiva o desenvolvimento afectivo e psicológico 
do bebé, favorecendo a confiança em si próprio, a capacidade de ultrapassar obstáculos de modo a 
proporcionar  condições  para  uma  maior  autonomia  e  liberdade  essenciais  para  estabelecer 
relações sociais positivas. V 
i) As  investigações  de  Harlow  com  macacos  levaram  à  conclusão  que  a  necessidade  básica  do 
conforto físico não é tão importante como as necessidades de alimentação. V 
j)  O  termo  hospitalismo  refere‐se  a  perturbações  vividas  por  crianças  a  quem  falta  uma  relação 
afectiva privilegiada. V 
k) Tal como noutras situações, não se pode ser determinista dada a característica da plasticidade do 
ser humano. V 
l) Há  crianças  que,  apesar  de  sofrerem  situações  muito  penalizadoras,  conseguem  resistir  e 
desenvolverem‐se com equilíbrio. São o que se designa de resilientes. V 
 
A partir daqui estas questões estão desenvolvidas no Moodle Aberto, no documento em   , com 
o título: Relações Precoces – Questões de Verdadeiro/Falso 
 
m) As relações precoces são relações que acontecem antes de tempo. F 
n) A vinculação só pode estabelecer‐se com a mãe biológica. F  
o) A vinculação é uma ligação física da criança quem cuida dela. F 
p) A psicóloga Mary Ainsworth aprofundou o estudo da relação de vinculação e distinguiu 3 tipos de 
vinculação. V 
q) A vinculação segura é a mais importante das formas de vinculação. V 
r) As  crianças  criadas  em  instituições  onde  os  cuidados  são  administrados  sem  que  se  estabeleçam 
laços afectivos podem apresentar perturbações físicas e psíquicas. V 
s) O  fenómeno  do  hospitalismo  acontece  a  todas  as  crianças  privadas  de  uma  relação  normal  com 
uma figura materna. F 
t) Segundo Bowlby, a ruptura do laço afectivo e emocional com a mãe (ou uma figura materna) nos 
primeiros anos de vida tem graves repercussões no desenvolvimento intelectual, social e emocional 
da criança, estando na raiz de perturbações comportamentais, de insegurança e de insociabilidade. 

u) A  nossa  personalidade  é  determinada  de  uma  vez  para  sempre  por  experiências  iniciais 
emocionalmente difíceis. F 

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º01/02
Ficha de Avaliação
Versão A Dezembro/2009
I

1. Os exemplos das “crianças selvagens” levam-nos à conclusão de que:


A. as potencialidades inatas podem ser desenvolvidas em qualquer fase da vida do indivíduo;
B. o desenvolvimento do ser humano é determinado apenas pela informação genética;
C. o património genético só se actualiza se a criança estiver integrada no meio humano;
D. a humanização do homem é independente do processo de socialização.

2. Os esquemas comportamentais hereditários do Homem são pouco especializados, uma vez que é na
relação com os outros que se estruturam as competências humanas. Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque os esquemas comportamentais hereditários especializam-se na relação com os
indivíduos da mesma espécie;
B. falsa, porque os esquemas comportamentais hereditários são mais especializados do que os de outras
espécies;
C. verdadeira, porque são os processos de socialização que conferem ao indivíduo as competências
humanas;
D. falsa, porque são os processos biológicos que conferem ao indivíduo as competências humanas.

3. A socialização é um processo:
A. de transformação de normas sociais em função do contacto com outras culturas;
B. de aprendizagem e adopção de normas, atitudes e valores de uma comunidade;
C. de aprendizagem dos conhecimentos que definem o avanço de uma comunidade;
D. de integração das crianças inadaptadas numa escola.

4. Analisa as afirmações que se seguem sobre o conceito de socialização. Selecciona, depois, a


alternativa que as avalia correctamente:
1. Corresponde ao processo de transformação das normas sociais.
2. Implica a aprendizagem e a adopção de atitudes dominantes numa cultura.
3. Define-se como predisposição para responder a objectos sociais.

A. 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas;


B. 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa;
C. 3 é verdadeira; 1 e 2 são falsas;
D. 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.

5. Os padrões culturais permitem:


A. prever, até certo ponto, os comportamentos daqueles que os partilham;
B. assegurar as características individuais dos comportamentos de cada um;
C. assegurar que os comportamentos daqueles que os partilham são iguais;
D. determinar o comportamento individual e daqueles que o partilham.
6. Após leres as afirmações que se seguem, escolhe a opção correcta.

1. É um processo próprio da infância e desenvolve-se sob a influência familiar.


2. É um processo de readaptação e alterações de estatuto.
3. É um processo de apropriação de competências sociais básicas.

A. 1 e 3 socialização primária; 2 socialização secundária;


B. 1 socialização primária; 2 e 3 socialização secundária;
C. 1 e 2 socialização secundária; 3 socialização primária;
D. 1 socialização secundária; 2 e 3 socialização primária.

7. Seguem-se afirmações sobre a cultura e os padrões culturais. Lê-as atentamente e depois selecciona
a alternativa correcta

1. Os padrões culturais são formas colectivas de comportamento universais porque se impõem a todos os
indivíduos de uma sociedade.
2. Os padrões culturais contribuem para facilitar a adaptação dos indivíduos à sociedade.
3. A cultura é a totalidade das produções humanas, materiais e espirituais transmitidas aos vindouros.
4. A cultura é tudo o que recebemos por herança genética e social.

A. 1 e 4 verdadeiras; 2 e 3 falsas;
B. 1, 2 e 3 verdadeiras; 4 falsa;
C. 1 e 4 verdadeiras; 2 e 3 falsas;
D. 1 e 3 falsas; 2 e 4 verdadeiras.

8. A relatividade cultural refere-se aos padrões de comportamento semelhantes em todas as culturas.


Esta afirmação é:
A. verdadeira, cada comunidade apresenta estruturas culturais padronizadas;
B. falsa, os padrões de cultura são relativos à hereditariedade de cada indivíduo;
C. verdadeira, os padrões de cultura são relativos à hereditariedade da espécie;
D. falsa, cada comunidade apresenta padrões culturais específicos.

9. Indivíduo e sociedade cooproduzem-se. Esta afirmação é


A. verdadeira, porque o indivíduo sofre a influência da sociedade que, por sua vez, é constituída por
indivíduos;
B. falsa, porque há indivíduos que nada dão à sociedade e outros que nada recebem dela;
C. verdadeira, porque quando os indivíduos se integram numa cultura diferente acabam por ser
influenciados por ela;
D. falsa, porque quando um indivíduo nasce já existe a sociedade.

10. A diferença nos comportamentos humanos radica nas diferenças culturais. Esta afirmação é:
A. verdadeira, porque os padrões culturais são modos de conduta típicos que as pessoas assimilam durante a
socialização;
B. falsa, porque as diferenças entre os comportamentos devem-se essencialmente aos factores de natureza
genética;
C. verdadeira, porque o nosso inacabamento biológico exige o complemento de aprendizagens sociais feitas
em meios culturais diversos;
D. falsa, porque há comportamentos iguais em diferentes culturas.
11. O modo como os pais reagem às solicitações do bebé varia com os contextos socioculturais. Esta
afirmação é:
A. Falsa, porque os comportamentos dos pais são mais baseados na rotina do que em padrões culturais;
B. Verdadeira, porque nenhum pai é capaz de resistir quando um bebé, chorando, o chama insistentemente;
C. Falsa, porque os contextos sociais e culturais pouca influência exercem nas condutas parentais;
D. Verdadeira, porque as normas e os padrões culturais influenciam todas as condutas, inclusive as
parentais.

12. A vinculação é um processo emocional que:


A. se estabelece precocemente entre mãe e filho;
B. é mais forte quando nasce o primeiro filho do que com os seguintes;
C. tem a mesma influência nas criança, quer as vivências sejam positivas, quer sejam negativas;
D. é universal, manifestando-se de modo idêntico em todas as culturas.

13. A relação precoce com a mãe modela as competências sociais do bebé. Esta afirmação é:
A. verdadeira: as competências sociais do bebé dependem do estatuto familiar.
B. falsa: as competências sociais do bebé são originadas por motivações inatas.
C. verdadeira: a socialização inicia-se com os cuidados parentais.
D. falsa: a socialização estrutura-se na relação com os pares.

14. Selecciona a alternativa correcta em relação a cada conjunto de relações.

1. Vincular-se positivamente a um agente maternante é condição necessária do desenvolvimento pessoal


e social.
2. A fragilidade da criança torna-a passiva e indefesa na luta contra o meio.
3. A vinculação ao pai só ocorre com a aquisição da linguagem.
4. Uma boa assistência à criança em termos de alimentação e higiene é um bom substituto do afecto
materno.

A. Todas as afirmações são falsas;


B. Todas as afirmações são falsas, excepto a primeira;
C. As afirmações 1 e 3 são verdadeiras; as 2 e 4 são falsas;
D. Todas as afirmações são verdadeiras, excepto a 2.

15. Analisa as afirmações que se seguem, sobre a relação mãe-bebé. Selecciona, depois, a alternativa
que as avalia correctamente.

1. Os cuidados de higiene são determinantes na socialização do bebé.


2. A qualidade da relação mãe-bebé influencia os relacionamentos posteriores.
3. O desenvolvimento afectivo do bebé é influenciado pela relação com a mãe.

A. 2. é verdadeira; 1. e 3. são falsas;


B. 1. e 2. são verdadeiras; 3. é falsa;
C. 3. é verdadeira; 1. e 2. são falsas;
D. 2. e 3. são verdadeiras; 1. é falsa.
16. Analisa as afirmações que se seguem sobre a relação mãe-bebé. Selecciona, depois, a alternativa
que as avalia correctamente.

1. O estabelecimento de um vínculo com a mãe é crucial para o desenvolvimento da personalidade da


criança.
2. O bebé é um ser passivo na relação com os outros.
3. A mãe vincula-se ao bebé após o nascimento.

A. 1. é verdadeira; 2. e 3. são falsas;


B. 1. e 2. são verdadeiras; 3. é falsa;
C. 2. é verdadeira; 1. e 3. são falsas;
D. 2. e 3. são verdadeiras; 1. é falsa.

17. Selecciona a alternativa correcta

1. A criança que se vincula fortemente à mãe tem dificuldades em se relacionar com outras pessoas.
2. A estrutura da personalidade alicerça-se nas experiências precoces.
3. Uma boa assistência à criança em termos de alimentação e higiene é um bom substituto do afecto
materno.
4. A vinculação assenta numa relação afectiva recíproca.

A. Todas as afirmações são verdadeiras;


B. As afirmações1 e 2 são falsas; as 3 e 4 são verdadeiras;
C. As afirmações 1 e 3 são falsas; as 2 e 4 são verdadeiras;
D. As afirmações 1 e 4 são falsas; as 2 e 3 são verdadeiras.

18. As experiências de Harlow mostram que:


A. É a necessidade de se alimentarem que leva os macacos a ligarem-se à mãe;
B. A necessidade de contacto é aprendida, pois o ser humano não tem saberes inatos;
C. A necessidade de contacto é inata;
D. A alimentação elimina a necessidade de conforto.

19. Selecciona a alternativa correcta 

1. A vinculação consiste na tendência dos bebés para nos primeiros tempos de vida permanecerem junto da
mãe ou do adulto do qual dependem.
2. Segundo Bowlby, as crianças que são afastadas dos familiares por mais de três meses podem apresentar
sintomas de desespero, irritação ou apatia.
3. A síndroma do hospitalismo atribui-se unicamente ao facto de as crianças serem internadas em hospitais.

A. Todas as afirmações são verdadeiras;


B. As afirmações1 e 2 são verdadeiras; a 3 é falsa;
C. As afirmações 1 e 3 são verdadeiras; a 2 é falsa;
D. As afirmações 2 e 3 são verdadeiras; a 1 é falsa.

20. É na medida em que um bebé se vincula à mãe e se sente seguro que pode libertar-se dela para
explorar os objectos do ambiente. Esta afirmação é:
A. falsa, porque vinculação e liberdade são incompatíveis;
B. verdadeira, porque alguns bebés são naturalmente medrosos, não se atrevendo a fazer explorações;
C. falsa, porque uma vinculação forte à mãe atrofia os bebés;
D. verdadeira, porque a confiança transmitida pela mãe contribui para a auto-confiança dos bebés.
II

1. O nosso comportamento é socializado – adaptado ao meio a que pertencemos e em que vivemos.


Esclarece a noção de socialização.

2. A criança tem a capacidade e a necessidade de interagir com o meio. Mostra as competências relacionais
do recém-nascido.

3. A relação precoce condiciona o desenvolvimento socioafectivo, mas não o determina. Justifica a


afirmação a partir do conceito de resiliência.

III

“A investigação tem mostrado que o estilo de vinculação de cada pessoa marca o modo como ela
constrói e dinamiza as suas relações com os outros. Assim, a relação que uma mãe estabelece com o
seu filho está dependente do modo como ela mesma representa a sua relação passada com os pais e
traduz-se no tipo e na qualidade de cuidados que proporciona ao bebé.” (Pacheco, A. et al.)

Diversos investigadores contribuíram para o desenvolvimento da teoria da vinculação. Elabora um texto


adequado, apresentando:

– a noção de vinculação;
– a importância da relação mãe-bebé no desenvolvimento do ser humano;
– o contributo das experiências de Harlow, Bowlby e Spitz.

Bom Trabalho!

  COTAÇÕES

I–

20 x 3,5 70 pontos

II –

1. 1 x 30 30 pontos

2. 1 x 30 30 pontos

3. 1 x 30 30 pontos

III – 1 x 40 40 pontos

Total 200 pontos


EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

Ano Lectivo 2009/2010

PSICOLOGIA B – 12º01/02

Dezembro/2009

Nota:
Os elementos a seguir apresentados são, sobretudo, ilustrativos.
As questões dos Grupos II e III serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:
A1 – Domínio dos conteúdos.
A2 – Adequação das respostas às questões.
A3 – Mobilização das competências fundamentais.
B1 – Clareza e coerência da exposição.
B2 – Correcção da expressão escrita.
Peso relativo dos parâmetros: A – 80%; B – 20%.
I
Escolha múltipla: (70 pontos)

1 C; 2 C; 3 B; 4 A; 5A; 6 A; 7 D; 8 D; 9 A; 10 C; 11 D; 12 A; 13 C; 14 B; 15 D; 16 A; 17 C; 18 C; 19 B;
20 D

B
1 D; 2 A; 3 B; 4 A; 5 A; 6 D; 7 C; 8 B; 9 B; 10 C; 11 C; 12 D; 13 B; 14 D; 15 A; 16 C; 17 B; 18 B; 19 A;
20 A

II

1. Esclarece a noção de socialização.


(30 pontos)

A socialização humana é um processo complexo e duradouro, sendo a sua especificidade característica da


espécie humana, porque:

– é o processo responsável pela integração social do individuo


– decorre ao longo da vida
– está condicionado por normas, modelos e valores próprios de cada cultura
– decorre por acção dos agentes de socialização (família, grupos de pares, meios de comunicação).
2. Mostra as competências relacionais do recém-nascido.
(30 pontos)

As competências básicas do bebé são um conjunto de capacidades que estimulam aqueles que o
rodeiam a satisfazer as suas necessidades. São estratégias comportamentais para estimular/seduzir os
adultos: sorriso, choro, expressões, vocalizações.

3. Justifica a afirmação a partir do conceito de resiliência.


(30 pontos)

Resiliência – capacidade que cada indivíduo tem de se auto-restabelecer, de resistir às adversidades, de


procurar ajuda e não se entregar a situações que o fragilizam e deixam vulnerável.
É a capacidade de suportar a adversidade mobilizando as energias do indivíduo, as oportunidades que o
meio ainda oferece, tentando superar situações de risco e de dor através da paciência, da tenacidade e da
representação positiva do seu lugar na vida.

III

Elabora um texto adequado sobre o desenvolvimento da teoria da vinculação., apresentando:


– a noção de vinculação;
– a importância da relação mãe-bebé no desenvolvimento do ser humano;
– o contributo das experiências de Harlow, Bowlby e Spitz.
(40 pontos)

Vinculação – forte laço emocional que progressivamente se desenvolve entre o bebé e a pessoa que
satisfaz várias das suas necessidades (sobretudo afectivas).
Esta ligação é recíproca e, mais do que da proximidade física, depende da interacção que se processa. O
primeiro vínculo afectivo é crucial para um desenvolvimento saudável porque funciona, em certa medida,
como um protótipo para todas as relações futuras. O modo como se processa a relação mãe-bebé tem forte
impacto no desenvolvimento do indivíduo ao nível da auto-estima, da confiança e da capacidade de
relacionamento interpessoal equilibrada.

Harlow – a necessidade de contacto aconchegante era uma base mais forte para a formação de um vínculo
do que a satisfação da fome ou da necessidade de sucção. a mãe de tipo felpudo fornecia uma base segura
a partir da qual o macaco-bebé podia explorar o meio ambiente.
O vínculo afectivo só em parte deriva da satisfação de necessidades biológicas, depende
fundamentalmente de respostas emocionais.

Spitz – defendeu que a ausência de carinho, de laços verdadeiramente humanos e de cuidados de tipo
maternal eram os principais factores responsáveis pela mortalidade das crianças em instituições de
acolhimento.
A privação afectiva precoce provocava dor psíquica (depressão) e acontecia, por exemplo, na sequência
de longa hospitalização da mãe ou da criança.
Quando a ruptura da relação afectiva era parcial e passageira, acontecia a depressão anaclítica, uma
ausência de estimulação afectiva que era reversível, ou seja, que cessava no momento do reencontro entre
a figura materna e a criança.
Quando o rompimento do vínculo afectivo era duradouro e total, sucedia uma privação emocional a que
Spitz deu o nome de hospitalismo.

Bowlby – a qualidade da relação de vinculação é muito importante porque influencia decisivamente o


conjunto de relações da criança ao longo de todo o seu desenvolvimento.
A base para um desenvolvimento humano adequado é sentir que as pessoas que cuidam de nós e às quais
nos apegamos são disponíveis, atentas e de confiança, ou seja, correspondem constantemente às nossas
necessidades de afecto, companhia, atenção e comunicação.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
MATRIZ DA FICHA DE AVALIAÇÃO

(Dezembro/2009) Duração: 90 minutos

NOTA PRÉVIA:

É obrigatório o uso de folha de teste (modelo da Escola).


Só poderás utilizar caneta azul ou preta.
Não é permitido o uso de corrector.
É considerado fraude e será sancionado o uso, durante a prova, de qualquer material de apoio
(apontamentos, cábulas).
Deves ler atentamente todo o enunciado, antes de começares a responder.
Tem cuidado com a expressão escrita.
Evidencia, tanto quanto possível, originalidade e espírito crítico nas tuas respostas.

TEMA 1 — ANTES DE MIM: A CULTURA

• Socialização
• Cultura e padrões culturais
• Papel dos significados atribuídos à experiência
• Auto-organização e criação sociocultural
• Diversidade biológica, funcional e cultural

OBJECTIVOS:

• Caracterizar factores fundamentais no processo de tornar-se humano.


• Identificar as características sociais da espécie humana.
• Mostrar de que forma essas características concedem ao ser humano determinadas
capacidades.
• Identificar essas capacidades.
• Identificar as características de socialização, cultura e padrão cultural.
• Mostrar a importância do meio social na construção “do ser humano”.
• Reconhecer o ser humano como produtor e produto de cultura.
• Caracterizar as modalidades da variabilidade humana.
• Reconhecer a importância da diversidade biológica, cultural e individual.
• Reconhece o papel dos significados.
• Mostra que a capacidade de auto-organização torna cada ser humano único.
• Explicar a história pessoal como um contínuo de organização entre factores internos e
externos
TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES PRECOCES

• Imaturidade do bebé humano


• Competências básicas do bebé e da mãe
• Importância da relação de vinculação
• Experiências com primatas
• Observações com bebés humanos
• Da díade à tríade
• Consequências no desenvolvimento da perturbação deste tipo de relações

OBJECTIVOS:
• Identificar as competências básicas do bebé.
• Relacionar a prematuridade do bebé com a sua predisposição para desenvolver
competências relacionais.
• Reconhecer a estrutura da relação do bebé com a mãe.
• Identificar as competências básicas da mãe.
• Relacionar as competências do bebé e do adulto.
• Identificar as características da relação de vinculação.
• Reconhecer o valor adaptativo dos comportamentos de vinculação.
• Descrever as experiências de Harlow com primatas.
• Relacionar vinculação e autonomia.
• Caracterizar as relações precoces.
• Compreender o papel das experiências de Harlow para o desenvolvimento da teoria da
vinculação.
• Explicar o papel das relações precoces no tornar-se humano.
• Relacionar vinculação e desenvolvimento social e emocional.
• Inventariar os sintomas de inadaptação social em crianças privadas do convívio social.
• Explicar os contributos de Bowlby e Spitz para o reconhecimento da necessidade de
vinculação.
• Compreender os dados da experiência de Mary Ainsworth.
• Problematizar as consequências da ausência de relações precoces a partir do conceito de
resiliência.
ESTRUTURA
O teste incluirá o seguinte tipo de questões:
• questões de escolha múltipla e/ou de resposta Verdadeiro/Falso;
• questões de resposta orientada (curtas, claras e objectivas);
• questões de resposta aberta (extensas e de desenvolvimento).
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
As questões do tipo 2 e 3 serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:

A1 – Domínio dos conteúdos; A2 – Adequação das respostas às questões; A3 – Mobilização das


competências fundamentais; B1 – Clareza e coerência da exposição; B2 – Correcção da expressão
escrita.

Peso relativo dos parâmetros: A – 80%; B – 20%.

2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Os grupos sociais
O que são
Um grupo é uma unidade social constituída por dois ou mais indivíduos entre os quais existe
interacção relativamente estável e duradoura, marcada pela diferenciação de estatutos e papéis, pela
partilha de normas e valores (fonte de unidade e coesão) e por interesses, objectivos e aspirações
comuns.
Assim, um certo número de indivíduos constitui um grupo quando:
a) há interacção relativamente estável ou frequente entre eles;
b) são regidos por normas e valores comuns;
c) há um sistema explícito ou implícito de papéis e de estatutos que assegura diferenciação de funções,
de direitos e de deveres;
d) têm a percepção de si próprios como pertencendo a um grupo («nós») e são reconhecidos como tal
na interacção social («eles»);
e) há cooperação em vista de objectivos comuns.
O que não são
Um grupo não é um aglomerado de pessoas ou uma categoria sociológica. Um aglomerado de
pessoas é um conjunto de pessoas que, embora possam interagir por alguns momentos, têm como
característica essencial a proximidade física ou estarem espacialmente juntas.
Uma categoria sociológica é um conjunto de pessoas que têm algumas características em comum,
como a pertença a uma mesma etnia, o desempenho da mesma profissão ou o mesmo credo religioso,
mas a grande maioria dos seus membros não se conhece, nunca interagiu e é pouco provável que o
venha a fazer.
Exemplificando, os jogadores profissionais de futebol do continente europeu são uma categoria
sociológica e a equipa de futebol do Benfica é um grupo.
Deve notar-se que a interacção esporádica e ocasional não faz de qualquer conjunto de pessoas um
grupo.
Tipologia dos grupos
Distinguem-se habitualmente dois tipos de grupos: os grupos primários e os grupos secundários.
Os grupos primários são unidades sociais cujos membros interagem muito frequentemente,
comunicando de forma pessoal, directa e espontânea (são grupos de comunicação directa, face a face),
baseando-se essa comunicação mais na intimidade e afectividade do que em motivações de ordem
funcional (económicas, políticas, etc.). São exemplos a família, a turma, os grupos de pares, de
vizinhos, etc.
Os grupos secundários são unidades sociais cujos membros interagem mais indirecta do que
directamente (podendo alguns nunca virem a conhecer-se), sendo escassa a vinculação afectiva e
limitando-se a cooperação e solidariedade a um campo de interesses de tipo laboral e funcional. São
exemplos os partidos políticos, as empresas, as escolas, os sindicatos ou as associações recreativas.
Nos grupos primários, a interacção é mais frequente, mais informal, mais espontânea, mais directa do
que nos grupos secundários.
Nestes, há um maior número de elementos e um sistema de estatutos e de papéis bem mais rígido e
impessoal do que nos grupos primários.
ESQUEMATIZANDO:

Um grupo é uma unidade social, é um conjunto de indivíduos, mais ou menos estruturados, com
objectivos e interesses comuns cujos elementos estabelecem entre si relações, isto é, interagem.

Assim, um conjunto de pessoas constitui um grupo quando estas:

• interagem com frequência;


• partilham de normas e valores comuns;
• participam de um sistema de papéis;
• cooperam para atingir determinado objectivo;
• reconhecem e são reconhecidas pelos outros como pertencentes ao grupo.

Kurt Lewin (1890-1947) representa graficamente esta situação:

P - pessoa

1 - família
2 - grupo profissional
3 - partido político
4 - clube

A pessoa (P) pertence a grupos muito diferentes quanto à dimensão, à composição, à estrutura, aos
papéis desempenhados, ao contexto, às normas a que obedece.

TIPOS DE GRUPO

Poderemos distinguir os grupos segundo múltiplas variáveis. A dimensão do grupo, os seus objectivos
e tarefas determinaram o tipo de interacção e comunicação que os seus elementos estabelecem. Assim,
distinguem-se geralmente dois tipos de grupos: os grupos primários e os grupos secundários.

Os grupos primários são grupos de pequenas dimensões caracterizados fundamentalmente por


motivações afectivas. A comunicação é directa, as relações muito frequentes caracterizando-se pela
informalidade e espontaneidade.

Ex.: família, grupo de amigos.

Nos grupos secundários, geralmente formados por um maior número de elementos que os grupos
primários, a comunicação e as relações que se estabelecem não são directas. O relacionamento está
marcado pela formalidade e impessoalidade.

Ex.: empresas, sindicatos, partidos políticos.

2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
  TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

ATITUDES

Em 1935, Allport (1890-1976), na sua obra Atitudes, considerava que o conceito de atitude era
central em psicologia social. As atitudes constituem elementos básicos das relações sociais. Têm sido
objecto de inúmeras investigações e, hoje em dia, com grandes repercussões práticas: nas questões da
opinião pública, na propaganda, nas crenças religiosas, na competição entre grupos, na mudança de
comportamento, etc.

Podemos definir atitude como uma tendência, uma predisposição, para responder a um objecto,
pessoa ou situação, de uma forma positiva ou negativa. A atitude implica um estado que
orienta o indivíduo a reagir de determinado modo a um objecto, que pode ser, uma pessoa, um
grupo social, uma instituição, uma coisa, um valor, um conceito...

Não se pode confundir atitude com comportamento - a atitude é um potencial para reagir de
determinado modo a um objecto. Por exemplo, se uma pessoa tem uma atitude negativa
relativamente aos pedintes, provavelmente não lhes dará esmola quando for solicitado, apoiará
medidas que visem irradiar os mendigos das ruas, produzirá um discurso contra a mendicidade, etc.
A atitude determinará reacções semelhantes sempre que se verifiquem situações em que determinado
objecto está implicado. Não constitui uma reacção isolada, mas um conjunto de predisposições,
reacções que se desencadeiam em determinadas situações.

É através do comportamento manifestado pelo indivíduo que poderemos inferir das atitudes, dado
que estas não são objectivamente observáveis. Manifestam-se através de expressões verbais ou não
verbais, de opiniões, de comportamentos, como a adesão a um grupo político ou religioso, através da
aquisição de determinados objectos, etc. Por outro lado, se conhecermos a atitude de uma pessoa, por
exemplo, face à religião católica, será possível descrever, compreender e até prever alguns aspectos
do seu comportamento.

COMPONENTES DAS ATITUDES

Numa atitude podemos considerar três componentes: a cognitiva, a afectiva e a comportamental.

Componente cognitiva – uma atitude inclui um conjunto de crenças sobre um objecto. A crença é a
informação que aceitamos sobre uma situação, um acontecimento, um conceito. É o que acreditamos
como verdadeiro acerca do objecto.

Componente afectiva – ao possuir uma atitude, a pessoa desenvolve sentimentos positivos ou


negativos relativamente ao objecto. Está ligada ao sistema de valores sendo a sua dimensão
emocional.

Componente comportamental – a atitude implica que a pessoa se comporte de determinado modo.


É constituída pelo conjunto de reacções de um sujeito relativamente ao objecto da atitude.
1
Por exemplo, uma atitude negativa relativamente ao tabaco pode basear-se numa crença de que há
uma relação entre o tabaco e o cancro pulmonar (componente cognitiva). A pessoa que partilha
desta crença não gosta do fumo e experimenta sentimentos desagradáveis em ambientes onde as
pessoas fumam (componente afectiva).

A esta atitude estão, frequentemente, associados alguns destes comportamentos: a pessoa não fuma,
tenta convencer os outros a não fumar, participa em campanhas contra o tabaco... (componente
comportamental).

Se a pessoa partilhar da crença de que o tabaco atenua o stress, provavelmente as componentes


afectiva e comportamental serão diferentes.

Contudo, a psicologia social tem enfatizado o carácter complexo das atitudes. A propósito do
exemplo dado, conheces talvez casos em que, apesar de haver pessoas que associam o tabaco ao
prejuízo da saúde, continuam a fumar, tentando frequentemente compatibilizar esta crença com o
reconhecimento de que o tabaco estimula o trabalho, favorece o convívio, etc.

As atitudes permitem que o sujeito organize e classifique os objectos do meio, bem como os
conhecimentos e as necessidades. São, por isso, facilitadoras da adaptação à realidade,
contribuindo para a estabilidade da personalidade das pessoas, dado o seu carácter
relativamente permanente.

Em geral, o indivíduo considera que as suas atitudes são correctas e, por isso, devem ser aceites
como tal. Quando as atitudes são partilhadas pelos grupos a que o indivíduo pertence e pelas pessoas
com quem se relaciona, considera-as verdades naturais.

FORMAÇÃO E MUDANÇA DE ATITUDES

A formação de atitudes

1. Fontes de influência

As atitudes resultam de uma aprendizagem. Começamos a formar atitudes desde a mais tenra
infância mediante a nossa experiência directa e também mediante a observação do comportamento
dos outros.
Muitas das nossas atitudes formam-se devido ao papel das seguintes fontes de influência:

a) Os pais: a influência parental é, compreensivelmente, a mais importante fonte de atitudes,


sobretudo nos primeiros anos de vida.
b) Os grupos de pares: a influência paternal torna-se progressivamente menos determinante. É
importante a influência dos pares – dos amigos de aproximadamente a mesma idade. Esta influência
que, no nosso tempo, se faz sentir cada vez mais cedo, sobretudo em meios urbanos, vai assumindo
cada vez mais peso, tornando-se muito importante na fase da adolescência.
c) A escola e a educação: A escola é uma instituição que transmite conhecimentos, competências
e forma atitudes. Pensa-se que quanto maior for o número de anos de educação formal mais liberais e
susceptíveis de mudança são as nossas atitudes.
d) Os meios de comunicação de massa: Apesar de haver psicólogos sociais que consideram que os
«mass media» consolidam atitudes já estimuladas por outras fontes de influência mais importantes,
2
não podemos deixar de lhes reconhecer um papel formador de atitudes. Bastará pensar, por exemplo,
no tempo que as crianças passam em frente ao televisor e que a propaganda publicitária em vários
meios é significativamente concentrada nos mais novos. Por outro lado, mais do que formas de
consolidação de atitudes que se formaram devido à influência de outros agentes, os «mass-media»
são fontes de persuasão, isto é, processos destinados a mudar atitudes.

2. Mudança de atitudes

Não nos limitamos a adquirir novas atitudes. Também modificamos as atitudes que já temos. Deve
notar-se que há muitos indivíduos e grupos interessados e empenhados em mudar as nossas atitudes:
políticos, publicitários, grupos religiosos, amigos e familiares tentam, mais insistentemente uns do
que outros, persuadir-nos a adoptar os seus pontos de vista.
Os psicólogos sociais identificaram quatro factores que podem influenciar a mudança de atitudes:
1 – O comunicador ou a fonte da mensagem.
2 – A mensagem.
3 – O meio.
4 – A audiência ou as características de quem recebe a mensagem.

O comunicador ou a fonte da mensagem

A probabilidade de modificação de uma atitude é mais acentuada se o comunicador possuir uma forte
credibilidade (se nos der boas razões para acreditar nele), se for atraente (a atracção tem um forte
peso na mudança de atitudes) e se for dotado de poder e de prestígio (quanto maiores mais influência
o comunicador exerce). A disponibilidade para ajudar pessoas com o vírus do HIV aumentou
significativamente uma semana depois de o famoso basquetebolista da N.B.A., Magic Johnson, ter
declarado que ele próprio estava infectado e que era necessário criar programas de ajuda aos doentes.

A mensagem

A natureza da mensagem também desempenha um papel importante. Que tipo de mensagens há? A
mensagem pode ser lógica, racional, não emotiva («os factos e nada mais!»), emotiva ou uma
combinação dos dois elementos. Que tipo de mensagem tem mais probabilidades de sucesso? A
mensagem que desperta medo e receio (campanhas antitabagistas, contra os perigos do excessivo
consumo de álcool e as que advertem para os efeitos trágicos da não-utilização de cinto de
segurança) parece ser um meio eficaz de persuasão.
Segundo Sharif e Horland as atitudes que a mensagem veicula serão mais facilmente aceites se não
forem muito diferentes daquelas que a audiência, em geral, já possui. Se esta acredita que o aborto só
deve ser praticado estando a vida da mãe em perigo então estará receptiva a uma mensagem
afirmando que a sua prática deve depender do parecer de um conselho de médicos mas não a
mensagens que afirmem que o aborto não deve ser em situação alguma permitido ou que ele deve ser
feito a pedido da mãe ou do casal.
A repetição da mensagem é outro factor a ter em conta como bem sabem os publicitários.

O meio
O meio de comunicação da mensagem pode ter um impacto significativo. A persuasão pessoal, face a
face, parece ser mais eficaz do que através dos «mass media».
Uma iniciativa procurou reduzir a incidência de doenças cardíacas em duas cidades da Califórnia. Os
habitantes da cidade de Gelroy foram objecto de uma campanha multimédia de sensibilização
3
durante dois anos. Os residentes em Watronville foram alvo da mesma campanha mas sob a forma de
contacto porta a porta. (Maccoby, 1990). A maior redução do índice de risco verificou-se nesta
última cidade.

A audiência ou o receptor da mensagem

As pessoas diferem na rapidez com que podem ser persuadidas a mudar de atitudes.
Há pessoas mais susceptíveis de serem influenciadas do que outras: as crianças são mais
influenciáveis do que os adultos e os jovens estão mais disponíveis para a mudança de atitudes do
que as pessoas de idade. Rhodes e Wood (1992) concluiram que as pessoas dotadas de uma
inteligência superior são pouco susceptíveis à persuasão. A susceptibilidade de influência parece
também ser muito reduzida em pessoas com assinalável auto-estima. Por outro lado, o sucesso da
persuasão é menor em zonas ideologicamente conservadores do que em zonas marcadamente
liberais. Factor a não descurar é o facto de a mensagem ser mais persuasiva quando vai ao encontro
das necessidades do sujeito – esta é uma regra de ouro das campanhas políticas.

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EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
  TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

ESTEREÓTIPOS E PRECONCEITOS

Se consultares um dicionário, verás que a palavra estereótipo tem origem em dois vocábulos gregos:
stereó, "sólido", + týpos, "molde". É um termo utilizado para designar "impressão, obra impressa numa
chapa de caracteres fixos".
Em psicologia social, designa uma concepção simplificada e relativamente rígida manifestada por uma
pessoa ou grupo. Os estereótipos são ideias feitas que resultam de generalizações e/ou de especificações,
tendentes a considerar que todos os membros de um agrupamento social, de um grupo se comportam do
mesmo modo ou têm as mesmas características.

Reconheces, com certeza, os estereótipos sexuais: os homens são encarados como racionais,
independentes, dominadores, seguros; as mulheres são, pelo contrário, emotivas, carentes, dóceis,
sensíveis. Assim, os estereótipos têm proporcionado aos homens assumir papéis sociais mais activos e
desafiantes e às mulheres papéis de suporte e de dependência.

Estas ideias simplificadas, que abrangem diferentes grupos, como, por exemplo, drogados, árabes,
padres, ingleses, ciganos, judeus, negros..., são transmitidas pelo meio cultural e social. São assimiladas
sem que o indivíduo tenha consciência, apresentando-se como verdades indiscutíveis. Em muitos casos,
as pessoas que estereotipam as outras fazem-no para satisfazer a sua necessidade de estatuto de
superioridade. E, muitas vezes, um mecanismo de defesa para protecção da auto-imagem.
O estereótipo tem uma forte componente afectiva, o que implica sempre uma atitude favorável ou
desfavorável.

Como o próprio nome indica, o preconceito "é um conceito formado antecipadamente e sem fundamento
sério ou razoável". Em psicologia social, designa uma atitude que deriva de pré-julgamentos e que
conduz os sujeitos a avaliar negativa ou positivamente objectos, pessoas ou grupos sociais, sendo mais
frequentes os preconceitos com valência negativa que conduzem ã discriminação, à segregação.

"No plano cognitivo, o preconceito está ligado a expectativas segundo as quais o grupo em
causa agirá mal no trabalho ou adoptará comportamentos criminosos. No plano afectivo, o
preconceito está associado à evitação, à agressividade, à discriminação"
BATHUS

Adquiridos no processo de socialização, os preconceitos são aprendidos, referindo-se muitas vezes a


realidades ou grupos com quem o indivíduo nunca contactou.
O preconceito pode também surgir para fornecer uma explicação para uma determinada situação social.
Por exemplo, quando recentemente aumentou o nível do desemprego nos países europeus mais
desenvolvidos, aumentaram os preconceitos relativamente às minorias imigrantes - argelinos, turcos,
árabes e, nalguns casos, portugueses. A agressão é deslocada para as minorias que surgem como bode
expiatório para explicar uma situação social negativa. O preconceito racial ou étnico conduz, em geral, à
discriminação de pessoas por pertencerem a etnias diferentes.
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Ano Lectivo 2009/2010
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TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

OS CONCEITOS DE ESTATUTO E PAPEL

O estatuto é o conjunto das obrigações e dos comportamentos que legitimamente esperamos que os
outros cumpram em virtude da nossa posição social. É o conjunto dos direitos cujo respeito e
comprimento é dever para os outros.

- O estatuto é a posição ou lugar que um indivíduo ocupa numa hierarquia social que lhe conferem
direitos psicossociais.

- Os estatutos são atribuídos, prescritos ou impostos (pelo facto de termos nascido num determinado
sistema social, como por ex. o estatuto de filho) ou adquiridos (pelo facto de o termos conquistado com o
nosso esforço e empenho, como por ex. o estatuto profissional).

O papel é o conjunto de deveres que os membros do grupo ou da sociedade a que pertencemos esperam
que cumpramos em função do nosso estatuto. É o conjunto de obrigações e de comportamentos que os
outros têm direito a esperar de quem ocupa uma dada posição social.

- Os papéis sociais são um conjunto de comportamentos - funções, que são esperados pelos outros
membros da sociedade, de alguém que detém um determinado estatuto.

- O estatuto confere direitos e o papel social confere obrigações sociais.


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Ano Lectivo 2009/2010
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TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

Os conceitos de expectativa e de atribuição

Formamos impressões relativamente coerentes dos outros com base em determinadas peças de
informação. Tendemos a colocar as pessoas em categorias sociais. Uma Categoria sociais seriam, por
exemplo, «Belo é bom», «Introvertido é antipático» ou «Gorducho é bem-disposto». Muita
informação é posta de parte quando colocamos uma pessoa nalguma destas categorias. Quando vemos
uma pessoa atraente podemos quase sem dar por isso colocá-la na categoria «Belo é bom» e julgar que
tem todas as características afins ou associadas com tal categoria, tais como simpática, inteligente e
sociável. Portanto, ao encetarmos relações interpessoais não começamos do zero. Tendemos a
considerar que as pessoas reservadas e pouco comunicativas são antipáticas e anti-sociais, que não
serão boa companhia para jantar. Julgamos que as pessoas faladoras e dinâmicas são simpáticas e
agradáveis companhias, que as pessoas bonitas são boas – daí vários filmes retratarem os maus várias
vezes como feios e até assustadores – que as estrelas de cinema e da música são temperamentais,
caprichosas e sobranceiras. Com base nas impressões que formamos, atribuímos certas causas aos
comportamentos das pessoas e desenvolvemos expectativas acerca do modo como se irão comportar.
As primeiras impressões que formamos dos outros são algo que abandonamos com dificuldade e
exercem uma influência poderosa sobre as nossas atribuições e expectativas. Vejamos o que estes
termos significam.
Maria não gosta da disciplina de História. Contudo, as aulas de História são as suas preferidas. O
professor João tem uma maneira de dar aulas bastante informal, alegre e consegue transformar o que à
primeira vista parece desinteressante em assunto estimulante que cativa a atenção dos alunos. Um dia
encontra o referido professor no bar da escola e não resiste a dizer-lhe o quanto gosta das suas aulas.
Esperando uma resposta cordial e simpática é surpreendida pela sua reacção fria e quase indiferente.
Surpreendida porquê? Porque a impressão que formou do professor na sala de aulas foi a de uma
pessoa acessível, simpática e de bom-humor. A partir daí desenvolveu a expectativa de que seria
recebida de uma forma simpática pelo professor no bar. Abandona o bar perguntando a si mesma por
que razão o professor reagiu assim e também um pouco arrependida de ter tomado a iniciativa de falar
com ele.
A que se deveu a reacção do professor?

Tentar explicar um determinado comportamento corresponde a um processo mental a que os


psicólogos chamam atribuição causal. A atribuição causal é o processo que consiste em explicar o
comportamento dos outros e o nosso. É uma tendência quase natural: ao observarmos um
comportamento tentamos encontrar ou inferir a sua causa. Alan não deu os bons dias ao vizinho? É
um antipático ou um distraído. Nando é egoísta e raramente faz algo pelos outros? É filho único e foi
mimado pelos pais. Diana tem más notas na escola? É preguiçosa ou os pais não conseguem impor a
sua autoridade por serem desleixados.

Atribuição causal – O processo mediante o qual procuramos explicar determinados comportamentos


(dos outros e nossos) identificando a sua causa. Um dos maiores problemas do processo de atribuição
é saber se as causas explicativas de um dado comportamento são externas (situacionais) ou internas
(disposicionais), isto é, se estão nas circunstâncias e no contexto em que o indivíduo vive ou no
próprio indivíduo, nos seus motivos, no seu temperamento e na sua personalidade.

Tentemos, a título hipotético, compreender o comportamento do professor. Quais foram as razões do


seu comportamento? A atribuição de Maria pode basear-se em dois tipos de causas: 1. Causas
disposicionais ou internas (O professor é uma coisa fora da sala de aula e outra lá dentro. Lá dentro
faz o seu papel mas, no fundo, é uma pessoa antipática e pouco sociável. Ou então é muito tímido.).
As razões do comportamento do professor, neste tipo de explicação, baseiam-se em traços de
personalidade e características do indivíduo que age. 2. Causas situacionais ou circunstanciais (O
professor deve ter pensado que eu estava a ser simpática para ver se ele subia a minha nota uma vez
que estamos perto do final do ano e da classificação final de disciplina). As razões do comportamento
do professor, neste tipo de explicação, baseiam-se na situação ou contexto social em que uma pessoa
se encontra. Há pessoas que julgam que ser professor exige manter os alunos à distância, não dar
muita confiança, porque se trata de uma relação meramente profissional.
As atribuições que fazemos criam expectativas. Se a partir de certos comportamentos do Alan
criámos a ideia de que é egoísta então quando a turma decidir fazer algo a favor de crianças pobres
como por exemplo recolher livros usados para as ajudar nos estudos, a expectativa é a de que o Alan
não participará (« não vale a pena falar desse assunto com ele. Não contem com ele. Só se interessa
por si»). Se Maria contar às colegas o que lhe aconteceu com o professor, forma-se uma expectativa:
se alguém fizer de novo o que ela fez será tratada com a mesma frieza e indiferença. Se atribuímos as
vitórias e o jogo agradável do Barcelona ao grande talento de Lionel Messi, desenvolvemos também
expectativas: se Messi jogar temos espectáculo praticamente garantido e alta probabilidade de vitória
do clube catalão; se não jogar é provável que o jogo perca qualidade e maior a probabilidade de que o
Barcelona ou empate ou perca. Muitas vezes cometemos erros de atribuição. Porquê? Porque
tendemos atribuir um determinado comportamento a factores internos – a características pessoais –
subestimando ou desvalorizando factores externos. É mais frequente do que se possa pensar atribuir as
causas de uma violação, não à brutalidade e insanidade do agressor mas sim ao facto de que a vítima
«provocou» a agressão devido à maneira como se vestia ou como andava.

Expectativas – Um conjunto de ideias mais ou menos gerais e esquemáticas que formamos dos outros
e em que nos baseamos para prever o seu comportamento.

As expectativas dos outros podem motivar-nos ou desmotivar-nos. Ao construirmos a impressão


de que uma pessoa é inteligente formamos também uma expectativa acerca do seu comportamento ou
desempenho. Esperamos que tenha um bom desempenho na resolução de problemas sejam eles
práticos ou teóricos. Por outras palavras, temos a tendência para atribuir a causa do seu sucesso á sua
inteligência. Por vezes, e não tão poucas vezes quanto isso, as expectativas acerca de como as pessoas
se vão comportar numa dada situação têm um forte impacto no seu comportamento. Os psicólogos
utilizam um termo técnico – profecia auto-realizada, para mostrar como somos poderosamente
influenciados pelas expectativas dos outros. A auto-realização da profecia, do que se pensa que vai
acontecer, significa que tendemos a responder positivamente quando as expectativas são
positivas e negativamente quando as expectativas são negativas.

Por exemplo, Robert Rosenthal testou em 1973 os efeitos das expectativas dos professores nos
resultados dos testes dos alunos. Um grupo de 100 alunos foi aleatoriamente distribuído por 5 turmas.
Eram todos bons alunos em Matemática (teste a realizar). Contudo, disse-se aos professores de
Matemática que umas turmas eram constituídas por bons alunos e outras por alunos fracos.
Normalmente, os resultados nas cinco turmas deviam ser aproximadamente os mesmos. O que
aconteceu? Os alunos que foram previamente “catalogados” como “bons” obtiveram resultados
significativamente melhores do que os alunos “ditos” fracos (que, realmente, não o eram). É
surpreendente que uma simples crença dos professores tenha provocado uma tal diferença no
desempenho dos alunos naquele teste.

Profecia auto-realizada ou auto-realização das profecias – Fenómeno que se caracteriza pelo facto
de as nossas expectativas induzirem nos outros comportamentos que as confirmam. As pessoas
tendem a responder positivamente quando as expectativas que temos sobre o seu comportamento são
positivas e a responder negativamente quando as expectativas que temos sobre o seu comportamento
são negativas.
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Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
  TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

A agressão é uma reacção à frustração?

É uma noite quente. Cansado e com sede, depois de duas horas de estudo, você pega algumas
moedas emprestadas de um amigo e se encaminha para a máquina de refrigerantes mais próxima.
Enquanto a máquina engole as moedas, você quase pode sentir o gosto do refrigerante gelado.
Mas, quando você aperta o botão, nada acontece. Você aperta de novo. E também aperta o botão
de devolução das moedas. Nada. Mais uma vez. Você aperta todos os botões. Bate com força. E
acaba sacudindo a máquina. Volta para os estudos, irritado, de mãos vazias e sem as moedas.
As pessoas próximas a você devem tomar cuidado? Você tem agora mais probabilidade de dizer
ou fazer alguma coisa lesiva?
Uma das primeiras teorias psicológicas da agressão, a popular teoria da frustração-agressão,
assegura que sim. “A frustração sempre leva a alguma forma de agressão", disseram John Dollard
e seus colegas (1939, p. 1). Frustração é qualquer coisa (como o defeito na máquina automática de
refrigerantes) que impede que alcancemos um objectivo. A frustração aumenta quando a
motivação para alcançar um objectivo é muito forte, quando esperamos gratificação, e
quando o bloqueio é completo.
A energia agressiva não precisa explodir directamente contra sua fonte. Aprendemos a inibir a
retaliação directa, sobretudo quando outros podem desaprovar ou punir; em vez disso,
transferimos nossas hostilidades para alvos mais seguros. A transferência ocorre naquela velha
anedota sobre um homem que, humilhado pelo chefe, repreende a esposa, que grita com o filho,
que chuta o cachorro, que morde o carteiro.

Teoria da frustração-agressão: uma revisão

Testes de laboratório da teoria da frustração-agressão produziram resultados mistos: às vezes a


frustração aumenta a agressividade, às vezes não. Por exemplo, se a frustração era compreensível
como no caso em que um cúmplice impedia a solução de um problema por um grupo por causa de
um defeito em seu aparelho auditivo (e não apenas porque não prestava atenção) - levava à

 
irritação, não à agressão. Uma frustração justificável ainda é frustrante, mas acarreta menos
agressão do que uma frustração que percebemos como injustificada (Dill & Anderson, 1995).
Leonard Berkowitz (1978, 1989) teorizou que a frustração produz raiva - uma disposição
emocional para agredir. A raiva aflora quando alguém que nos frustra poderia ter optado por agir
de outra maneira (Averril, 1983, Weiner, 1981). Uma pessoa frustrada tem mais probabilidade
de reagir com violência quando sugestões agressivas acendem o pavio, fazendo explodir a
raiva acumulada. Às vezes a explosão ocorre mesmo sem essas sugestões. Mas sugestões
associadas à agressão aumentam a agressão (Carlson & outros, 1990).

A teoria clássica da frustração-agressão

“A frustração cria um motivo para agredir. O medo da punição ou da desaprovação pela


agressão contra a fonte da frustração pode fazer com que o impulso agressivo seja
transferido para outro alvo, ou mesmo se volte contra a própria pessoa”.
Berkowitz & outros (1968, 1981, 1995) descobriram que a visão de uma arma é uma sugestão à
agressividade, ainda mais quando percebida como um instrumento de violência em vez de
recreação. Em um experimento, crianças que haviam acabado de brincar com armas de
brinquedo tomavam-se mais dispostas a derrubar os blocos armados por outras. Em outro, homens
enraivecidos, na Universidade de Wisconsin, aplicavam mais choques eléctricos em seu algoz
quando um rifle e um revólver (supostamente esquecidos ali depois de um experimento anterior)
estavam à vista, não quando havia raquetes. (Berkowitz & LePage, 1967). As armas de fogo
fomentam pensamentos hostis (Anderson & outros, 1996). Assim, Berkowitz não se mostra
surpreso com o fato de que metade dos assassinatos nos Estados Unidos é cometida com
revólveres e pistolas, e que estas armas em casa têm mais probabilidade de matar pessoas da
família do que intrusos. "As armas de fogo não apenas permitem a violência", "mas também a
estimulam. O dedo puxa o gatilho, mas o gatilho pode também estar puxando o dedo.”
Os países que restringem o porte de armas de fogo apresentam índices de homicídio mais baixos.
Comparada aos Estados Unidos, a Inglaterra tem um quarto da população e apenas um dezasseis
avos dos homicídios. Os Estados Unidos têm 10.000 assassinatos cometidos com revólveres e
com pistolas por ano; a Inglaterra tem cerca de 10. Vancouver, na Colúmbia Britânica, província
do Canadá, e em Seattle, no estado americano de Washington, têm população, clima, economia e
índices de actividades criminosas e de agressões semelhantes...só que Vancouver, que impõe
rigorosas restrições ao porte de armas de fogo, teve um quinto dos assassinatos com revólveres e
com pistolas de Seattle e, em consequência, 40 por cento menos do índice geral de homicídios

 
(Sloan & outros, 1988). Quando Washington, D.C., aprovou uma lei restringindo o porte e a posse
de armas de fogo, os números de homicídios e de suicídios relacionados com essas armas caiu
abruptamente em cerca de 25 por cento. Não ocorreu qualquer mudança em outros métodos de
homicídio e de suicídio, nem as áreas adjacentes fora do alcance desse dispositivo legal
apresentaram algum declínio (Loftin & outros, 1991).
As armas de fogo não apenas servem como sugestões agressivas mas também impõem uma
distância psicológica entre agressor e vítima. A distância da vítima facilita a agressão. Uma faca
pode matar alguém, mas um ataque de faca é mais difícil do que puxar um gatilho à distância.

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  Síntese Temática 
 

TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS


As interacções que estabelecemos com os outros influenciam o que somos e o modo como nos
comportamos. Daí a importância do seu estudo em Psicologia.
A cognição social refere-se aos processos que estão na base da maneira como encaramos os outros e a
nós próprios. Procura conhecer os factores que influenciam e afectam a forma como interagimos com
os outros.
As impressões, as expectativas, as atitudes e as representações sociais são processos de cognição social.
As impressões consistem no processo de integração de uma pessoa numa categoria a partir dos dados
que obtemos num primeiro contacto ou das informações que nos são fornecidas por outros.
Na base das impressões está a categorização, que consiste no reagrupamento de pessoas, objectos ou
situações, a partir do que serão as suas semelhanças e diferenças.
Estes processos simplificados de classificação dão segurança às interacções sociais, porque definem o
lugar dos outros, o nosso lugar, as expectativas sobre o comportamento dos outros, o que orienta o
nosso próprio comportamento.
As impressões constroem-se a partir das nossas interpretações, tendo por base os nossos valores,
crenças, experiências e um conjunto de indícios relativos ao outro que conhecemos.
Uma primeira impressão global é afectada pelos indícios físicos, verbais, não verbais e
comportamentais, apresentados pela pessoa. O efeito que estes indícios têm sobre quem forma a
impressão depende do significado que se lhes atribui.
O efeito das primeiras impressões é muito duradouro e persistente, sendo difícil alterar a percepção que
construímos nos primeiros contactos.

É a partir das impressões que formamos as nossas expectativas, isto é, os indicadores e as informações
de que dispomos levam-nos a prever as atitudes e os comportamentos dos outros.
As nossas expectativas afectam os comportamentos dos outros e condicionam o nosso próprio
comportamento.
Este efeito motivou, entre outras, investigações direccionadas para a aprendizagem. Rosenthal procurou
mostrar que as expectativas positivas dos professores em relação aos alunos afectavam positivamente
os resultados escolares.
O nosso comportamento decorre, em grande parte, das atitudes: predisposições para se responder
positiva ou negativamente a um objecto social.
As atitudes são, portanto, tendências relativamente estáveis para uma pessoa se comportar de
determinado modo face a uma situação, objecto, grupo ou pessoa.
Podem distinguir-se, nas atitudes, três componentes: cognitiva (ideias, informações sobre o objecto
social), afectiva (emoção, sentimento positivo ou negativo em relação ao objecto social) e
comportamental (reacções ou respostas face ao objecto).
As atitudes não se podem observar directamente, mas podem inferir-se a partir de um comportamento;
do mesmo modo, se conhecermos a atitude de uma pessoa face a uma situação ou acontecimento,
podemos prever o seu comportamento.
As atitudes formam-se no processo de socialização. Os principais agentes são a família, a escola e os
meios de comunicação social.
É através da observação, da identificação e da imitação de modelos que se aprendem e formam as
atitudes (pais, pares, professores, figuras dos meios de comunicação social, etc).
Este processo de aprendizagem é mais intenso na infância e na adolescência, mas decorre ao longo da
vida.
Apesar da estabilidade das atitudes, estas podem mudar: o processo de modificação das atitudes é
semelhante ao da sua formação. A publicidade, a propaganda, visam precisamente a mudança das
atitudes.
Quando uma pessoa sustenta duas atitudes que se contradizem, ocorre o que se designa por dissonância
cognitiva, que é geradora de sentimentos de angústia, inquietação e desconforto.
A dissonância cognitiva também pode ocorrer quando o nosso comportamento não está de acordo com
a atitude relacionada. Esta seria uma das razões que explicariam a mudança de atitudes.
As representações sociais são um conjunto de explicações, crenças e ideias que são aceites por uma
dada sociedade ou por grupos sociais. É um saber partilhado, produto das interacções sociais, e que
funciona como um regulador do comportamento.
As representações sociais, frequentemente, são associadas ao conhecimento de senso comum e são
características de uma determinada época, sociedade e cultura.
É através do conjunto das representações sociais partilhadas que os membros de um grupo se entendem
e comunicam entre si.
De entre as várias funções das representações podem destacar-se: funções de saber, de orientação,
função identitária e função de justificação.
As representações permitem que as pessoas orientem as suas acções no mundo físico e social em que
estão inseridas, permitindo-lhes que se adaptem de modo rápido e adequado.
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  Síntese Temática 
 

TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – A INFLUÊNCIA SOCIAL

A influência social designa o processo pelo qual as pessoas modificam, afectam os pensamentos,
sentimentos, emoções e comportamentos de outras pessoas.
O processo de influência social ocorre no contexto dos grupos sociais e é uma consequência da
interacção social.
A influência social manifesta-se em três grandes processos: a normalização, o conformismo e a
obediência.
As normas fazem parte integrante da vida social, sendo veiculadas através do processo de
socialização. São uma expressão da influência social.
As normas reflectem o que é socialmente desejável numa dada cultura, regulam as interacções
sociais e orientam o comportamento. Na maior parte das vezes, não temos consciência de que as
estamos a cumprir.
As normas apresentam modelos de comportamento que são partilhados pelos elementos dos grupos
sociais, permitindo prever o comportamento dos outros.
Assumidas pelos elementos de um grupo, as normas traduzem o conjunto de valores, atitudes,
constituindo-se como factor de coesão grupal.
Dá-se o nome de normalização ao processo de elaboração de normas por parte dos elementos de um
grupo, quando elas não existem de forma explícita.
O conformismo é uma forma de influência social que resulta do facto de uma pessoa mudar o seu
comportamento ou atitudes por efeito da pressão do grupo.
O conformismo, como forma de influência social, é inerente à vida dos grupos. O respeito pelas
normas é uma manifestação de conformismo, sendo condição de sobrevivência dos próprios grupos.
Há factores que podem favorecer um comportamento conformista: a unanimidade do grupo, a
natureza da resposta, a ambiguidade da situação, a importância do grupo e a auto--estima.

O "pensamento grupal" refere-se a um fenómeno que pode ocorrer quando a motivação de um


grupo para chegar ao consenso é tão forte que os elementos que o constituem perdem a capacidade
crítica.

A obediência é uma manifestação da influência grupal que ocorre quando as pessoas não se sentem
responsáveis pelas acções que cometem sob ordens de uma figura de autoridade.

As experiências levadas a cabo por Milgram levaram-no a concluir que há condições que favorecem
o comportamento de obediência. Destacou algumas dessas condições: a proximidade com a figura
de autoridade, a sua legitimidade, a proximidade da vítima e a pressão do grupo.

O respeito pelas normas é uma das condições da coesão dos grupos sociais, sendo, por isso, o seu
desrespeito objecto de crítica e de sanções.
Ainda que os grupos sociais promovam a conformidade às suas normas e regras, podem ocorrer no
seu interior atitudes e comportamentos inconformistas.

O inconformismo designa a adopção de concepções, atitudes e comportamentos que não respondem


às expectativas do grupo.

As pessoas que adoptam comportamentos inconformistas são objecto de crítica, que pode conduzir
à marginalização.

É inerente à História da Humanidade a mudança e a inovação, que são condições de progresso e


evolução. Os comportamentos inconformistas estão na base da mudança social.

O efeito das minorias no processo de mudança social tem sido objecto de várias investigações,
designadamente as orientadas por Moscovici, que considerou que a sua influência depende da
consistência e firmeza das suas propostas.
O objectivo das minorias não é o simples desrespeito das normas vigentes, mas a proposta de
alternativas. A inovação consiste precisamente nesse processo que visa a mudança.
Para que a minoria influencie a maioria, as suas posições têm de ser claras, consistentes e firmes
para resistirem às pressões para o conformismo. Os comportamentos geradores de inovação
acabam, geralmente, por ser integrados pelo sistema social.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
  Síntese Temática 
 

TEMA 3 – EU NOS CONTEXTOS – A PERSPECTIVA ECOLÓGICA DO


DESENVOLVIMENTO
A perspectiva ecológica do desenvolvimento humano encara-o como um processo que decorre ao
longo do tempo e a partir de interacções continuadas entre os indivíduos e os seus contextos.
Entre o meio e o individuo desenvolvem-se interacções que provocam alterações mutuas: o meio
transforma o indivíduo, que, ao actuar no meio, também o transforma.
A perspectiva ecológica privilegia a participação dos seres humanos, enquanto seres
biopsicológicos, em diferentes contextos, como forma de compreensão e de explicação do
desenvolvimento humano.
São diferentes e múltiplos os contextos em que o indivíduo se encontra integrado. Os contextos são
sistemas inter-relacionados em que cada um destes sistemas está contido em sistemas mais
abrangentes.
Os diferentes contextos de vida dos seres humanos podem ser vistos constituindo sistemas com
características diferentes: o microssistema, o mesossistema, o macrossistema, o exossistema.
Cada um dos contextos tem características próprias e depende dos outros contextos com os quais
mantém relação.
São os contextos em que as pessoas se encontram integradas que proporcionam os recursos, os
meios e as relações que permitem o desenvolvimento da pessoa.
Os microssistemas são os contextos mais próximos dos indivíduos. Neles, as pessoas mantêm
relações directas e face a face de forma continuada. São exemplos de microssistema a família, a
escola, o grupo de pares, etc.
É neste contexto que se desenrola parte importante do processo de socialização, em que se aprende
o que é fundamental para se viver numa dada sociedade: desde a utilização e o significado dos
objectos, à linguagem, assim como as formas desejáveis e não desejáveis de se estar.
As relações que se estabelecem com os outros no microssistema têm uma grande influência sobre as
atitudes, a concepção do mundo e os comportamentos daqueles que neles participam.
O mesossistema designa as interacções e os processos que acontecem entre dois ou mais contextos
do microssistema. É um sistema de relação.
Por exemplo, as relações que se estabelecem entre dois microssistemas, como a família e a escola,
constituem um mesossistema.
Para cada pessoa, porque participa em vários contextos de microssistema, configuram-se vários
mesossistemas.
As experiências vividas num dos microssistemas de que se faz parte têm efeitos nos outros
microssistemas, porque estes contextos estabelecem relações entre si através de processos ao nível
do mesossistema.
O exossistema é também um sistema de relação entre contextos, neste caso entre contextos em que
o sujeito participa directamente e contextos em que não participa, mas que influenciam os contextos
em que participa.
O macrossistema constitui o sistema mais alargado dos contextos de vida de uma pessoa. As
condições e as alterações no macrossistema afectam todos os outros sistemas.
O macrossistema é constituído pelos valores, normas, costumes, recursos, padrões culturais,
instituições políticas e sociais vigentes na comunidade onde um indivíduo se encontra inserido.
O cronossistema corresponde à dimensão temporal no contexto de vida.
Partindo do parâmetro temporal em termos individuais, pode-se afirmar que os diferentes contextos
têm significados e importância diferentes nas diferentes idades da pessoa.
O microssistema família tem um papel diferente no percurso de vida de uma criança do que tem na
do adolescente, por exemplo. Nesta fase, o microssistema grupo de amigos vai influenciar mais a
vida do jovem. A entrada no ensino superior está ligada ao cro-nossistema.
Há mudanças que ocorrem ao nível do ambiente e que afectam significativamente todos os
contextos e as relações desenvolvidas, como, por exemplo, uma grande alteração política e social,
uma grande crise económica, etc.
Os diferentes contextos de vida de uma mesma pessoa encontram-se profundamente interligados.
Entre eles existem ligações espaciais (ou geográficas), ligações devidas à presença das mesmas
pessoas, ou devidas à presença de valores, normas, ideias, de práticas sociais e padrões culturais
partilhados.
Os contextos de vida não existem separados. Influenciam-se mutuamente a diversos níveis. A cada
momento, uma configuração de influências mútuas é exercida em cada pessoa.
Compreender como estas influências se processam e como afectam cada um, é importante quando
se procura explicar o comportamento dos indivíduos de modo situado e contextualizado.
Às mudanças nos contextos de vida que condicionam a relação do «eu com os outros», dá-se o
nome de transições ecológicas.
Entrar na escola, entrar no mundo do trabalho, casar, ser pai divorciar-se ou reformar-se, são
exemplos dessas transições.

 
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:40 PM Page 57

1 TEMA 3 Eu com os outros e eu nos contextos Capítulo 2 • As relações interpessoais

As relações interpessoais

A cognição social

Percepção social A forma como pensamos acerca dos outros e de


nós, como formamos impressões.

A avaliação das qualidades dos indivíduos


mediante a formação de impressões O processo de formação As primeiras impressões
e as expectativas que temos em relação de uma opinião acerca são rectificáveis.
às suas atitudes e comportamentos. de outra pessoa.

Efeito da distorção
Expectativas As primeiras impressões por contraste.
As impressões estão associadas às expectativas. são muito importantes.

Um conhecimento mais
Estão na sua base. São condicionadas pelas O efeito da ordem aprofundado de alguém
expectativas. ou de primazia. pode implicar uma
reavaliação e alterações
De uma pessoa que das impressões iniciais.
julgamos inteligente De pessoas com um Durabilidade ou
esperamos capacidade dado estatuto ou papel persistência das
na resolução de social formamos primeiras impressões Critérios em que se
problemas. previamente certas (damos mais importância baseiam as nossas
impressões. às primeiras informações impressões.
sobre uma pessoa do
que a informações
De um professor de posteriores).
Matemática não se
espera que dê as aulas Aparência física
em fato de treino nem Muito importante na formação de
do de Educação Física impressão inicial positiva e associada
que dê aulas de fato a honestidade, cordialidade, simpatia
e gravata. e sociabilidade.

Competência
Uma forma de compensar a fraca
aparência física e fonte de prestígio.

Familiaridade
Avaliamos mais positivamente
pessoas com traços físicos,
psicológicos e culturais parecidos
com os nossos.

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U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:41 PM Page 58

1 TEMA 3 Eu com os outros e eu nos contextos Capítulo 2 • As relações interpessoais

As relações interpessoais

A atracção interpessoal

Fenómeno que se exprime no gostar de alguém, da sua companhia,


e que pode assumir a forma do amor e da amizade.

Factores que influenciam a atracção

Aparência física Proximidade ou Semelhança de atitudes Familiaridade


contacto social

O aspecto físico é um A maioria das pessoas Os nossos amores e


excelente «cartão de Comunicamos mais prefere a companhia de amizades são em muitos
apresentação», mesmo com as pessoas física quem partilha crenças, casos estabelecidos com
quando as relações não ou geograficamente gostos e ideias pessoas com as quais
envolvem sexo. mais próximas. semelhantes aos seus. crescemos juntos, que
estiveram connosco
muito tempo e que
São relativamente vieram connosco
viveram
frequentes os laços experiências
afectivos com colegas significativas.
de trabalho, de profissão
e com vizinhos.

A aparência física tem maior impacto na


formação das primeiras impressões.

As pessoas atraentes fazem-nos sentir bem.

À medida que vamos conhecendo uma pessoa,


o impacto do aspecto físico tende a diminuir
ou porque descobrimos características
desagradáveis ou porque outras características
atraentes conquistam espaço assinalável.

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U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:44 PM Page 59

1 TEMA 3 Eu com os outros e eu nos contextos Capítulo 2 • As relações interpessoais

As relações interpessoais

A agressão

Comportamento cujo objectivo consiste em infligir danos físicos,


psíquicos e materiais a outra pessoa ou a certos grupos.

Os factores da agressão

Factores biológicos Factores psicológicos Factores sociais

A agressão é uma Existe uma correlação


«Teorias do instinto» O «factor testosterona»
frequente consequência apreciável entre
explica que os homens
da frustração. observação e prática
apresentem um grau de
de comportamentos
Freud e Lorenz agressividade física
agressivos.
acreditavam que claramente superior
Sentimento vivido por
a agressão era um ao das mulheres.
uma pessoa que não
instinto comum a seres
consegue realizar um A correlação é tanto
humanos e animais.
desejo ou alcançar uma maior quanto maior for
Altos índices de
meta devido a obstáculos o grau de valorização e
violência estão
internos ou externos. de reforço social desses
Existem em nós associados a elevados
comportamentos.
naturalmente instintos níveis de testosterona.
destrutivos (Freud)
e instintos guerreiros
(Lorenz).

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U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:44 PM Page 60

1 TEMA 3 Eu com os outros e eu nos contextos Capítulo 2 • As relações interpessoais

As relações interpessoais

A cooperação e o conflito intergrupal

Acção conjunta de Verifica-se com mais Segundo Sherif, o conflito Estado de tensão
indivíduos e grupos probabilidade quando: intergrupal é causado: que se traduz em
mobilizada por comportamentos
interesses convergentes competitivos ou que
e que, em geral, Existe contacto entre os pode ter como raiz
acontece quando os membros do grupo. a competição.
recursos disponíveis são
percepcionados como Se realizam actividades
suficientes para não competitivas.
satisfazer ambas as
partes.
Existe proximidade física
e trabalho conjunto para
resolver problemas que
interessam a ambas as partes
(o factor mais importante
segundo Sherif).

Pela existência de Por preconceitos. Pela competição Por percepção do


grupos com entre grupos. comportamento
interesses dos outros como
divergentes. injusto.

O conflito entre os grupos


existe porque cada grupo
luta por recursos limitados.

Comportamento ou conjunto
de comportamentos dirigido
para a realização de um
objectivo à custa dos desejos
e interesses de indivíduos de
um dado grupo.

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U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:48 PM Page 61

1 TEMA 3 Eu com os outros e eu nos contextos Capítulo 2 • As relações interpessoais

As relações interpessoais

A influência social

A capacidade de um grupo ou de uma pessoa mudar as atitudes e comportamentos de outros.

Condescendência Normalização Obediência Conformismo

Aceder a um simples Pressão que reflecte as Mudança de Mudança comportamental


pedido e não a uma normas partilhadas por comportamento em ou de atitudes que visa
exigência. um grupo e que permite resposta a ordens e torná-los consistentes com
ter expectativas a respeito instruções de alguém a as normas de um grupo ou
do comportamento quem reconhecemos as expectativas dos outros
apropriado dos membros autoridade. actores sociais.
desse grupo em
determinadas situações.
Seguem-se publicamente
as opiniões dos outros por
desejo de integração ou
A influência Baseia-se também
para não «ficar mal visto».
normalizante baseia-se na incerteza.
na reciprocidade.

Devemos confiar nas


Se alguém é solidário experiências e
connosco, espera-se conhecimentos dos
como comportamento outros quando
apropriado que sejamos não possuímos
solidários com essa conhecimentos seguros
pessoa quando de certos aspectos do
for o caso. mundo e da realidade
social.

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U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:49 PM Page 62

1 TEMA 3 Eu com os outros e eu nos contextos Capítulo 2 • As relações interpessoais

As relações interpessoais

Os factores da obediência Os factores do conformismo

Identificação Partilha ou Sentimento de Fraca auto- Baixa auto- Sensação de Desejo de Impacto da
entre difusão de desrespon- -estima e -estima. isolamento. se sentir presença dos
autoridade, responsa- sabilização. desejo aprovado. outros.
competência bilidade. excessivo de
e saber. ser aceite.
A falta de Quanto maior
Se somos autoconfiança é a coesão e A tendência
Quando vários executantes conduz acordo dos para o
Associa-se indivíduos da vontade ou Obedecer a atribuir elementos do conformismo
competência partilham das ordens de é uma forma excessiva grupo mais aumenta
e saber a a responsa- outrem, de satisfazer importância isolados nos quando temos
credibilidade bilidade por julgamos que o desejo de aos outros, sentimos para de enfrentar
moral («ele um acto, ele é que tem integração reduzindo contestar as o olhar e a
ou ela sabe é mais forte de responder num grupo, a capacidade suas atitudes presença real
o que faz»). a propensão pelos nossos agradando de resistência à e comporta- dos outros.
para obedecer. actos. aos seus sua influência. mentos.
membros.
O grau de
obediência Quanto menor Um grupo de
diminui Em situações é a importância amigos, com
quando outras confusas e estatuto de fortes vínculos
pessoas e ambíguas, um indivíduo afectivos,
contestam e é maior num grupo exerce mais
desobedecem a tendência maior será a pressão do que
à autoridade. para fazer o sua inclinação um grupo em
que os outros para o que muitas
ordenam. conformismo. pessoas mal se
conhecem.
A ausência
física da
pessoa que
representa a Ter no grupo
autoridade uma pessoa
diminui que pensa
a tendência como nós
para obedecer. reduz a
inclinação para
o conformismo.

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EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2

 TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS

FICHA SOBRE O CONFORMISMO E A OBEDIÊNCIA 

Assinala com verdadeiro ou falso, justificando a opção 
1.A  influência  social  é  o  processo  social  mediante  o  qual  influenciamos  os  pensamentos  dos 
outros. 
R:  Falso.  A  definição  é  incompleta.  A  influência  social  é  o  processo  social  mediante  o  qual 
influenciamos os pensamentos, emoções e acções dos outros. 
 
2.Muitas vezes influenciamos os outros sem intenção deliberada. 
R:  Verdadeiro.  Há  modificação  comportamental  mediante  observação  do  comportamento  dos 
outros. A aprendizagem por observação e imitação é um factor de influência social importante. 
 
3. O estatuto de um indivíduo no grupo é importante para predizer o seu grau de conformismo. 
R:  Verdadeiro.  O  estatuto  é  a  quantidade  de  poder  que  o  indivíduo  possui  no  grupo.  Os 
indivíduos  com  estatuto  superior  ‐  mais  ricos,  com  mais  prestígio  ‐  são  os  mais  escutados  e 
influentes  –  quando  falam  são  normalmente  ouvidos.  Os  indivíduos  de  estatuto  médio  são  os 
mais  influenciáveis  provavelmente  porque  têm  algo  a  perder.  Os  indivíduos  com  estatuto 
inferior – talvez porque tenham pouco a perder e quase nada a dar são pouco influenciáveis. 
 
4.  Aceitamos  mais  facilmente  a  opinião  do  nosso  grupo  de  amigos  do  que  a  de  pessoas  de 
grupos que mal conhecemos. 
R:  Verdadeiro.  O  sentimento  de  pertença  e  o  desejo  de  ser  aceite  são  maiores  nos  grupos  de 
pessoas  que  se  conhecem  e  que  estão  afectivamente  ligadas  embora  entre  amigos  haja  em 
princípio mais tolerância com a divergência. 
 
5.Somos tanto mais influenciáveis quanto maior o número de pessoas que num grupo têm uma 
opinião diferente de nós. 
R:  Em  certo  sentido  é  falso.  Na  verdade,  o  que  é  problemático  é  estarmos  sós  contra  todos. 
Basta haver mais uma ou duas pessoas do nosso lado, da mesma opinião para que resistamos e 
não cedamos em muitos casos à opinião da maioria. 
 
6.A unanimidade dentro do grupo é um forte factor de conformidade social. 
R: Estar só contra todos é extremamente difícil e muitas pessoas evitam contestar as opiniões e 
opções  do  grupo.  Pode  ser  entendido  como  traição,  desvio  irracional,  etc,  etc.  O  medo  de 
represálias pode associar – se e aumentar a pressão da influência social. 
 
7. A obediência é uma mudança comportamental resultante da influência difusa da maioria. 
R:  Falso.  Em  sentido  preciso,  a  obediência  é  uma  mudança  comportamental  que  resulta  da 
submissão  a  ordens  directas  dadas  por  alguém  a  quem  se  reconhece  autoridade  legítima. 
Seguimos as ordens de alguém que consideramos – erradamente ou não – ter legitimidade para 
as impor. A influência difusa da maioria, realmente presente ou não, induz o conformismo. Deve 
notar  –  se,  contudo,  que  no  experimento  de  Milgram,  se  dois  cúmplices  do  experimentador 
estivessem  ao  lado  do  «professor»  cumprindo  todas  as  ordens  sem  relutância  alguma,  o 
«professor» obedecia mais facilmente às ordens para penalizar o «aluno». 
 
8. A obediência é uma mudança comportamental em que acedemos ao pedido de outrem para 
nos comportarmos de certa forma. 
R: Falso. Trata – se de condescendência. 
 
9. A proximidade da pessoa que podemos castigar em virtude de cumprirmos ordens de outrem 
é um factor importante na obediência. 
R: Verdadeiro. Quanto maior a proximidade da vítima maior o grau de desobediência. Por isso 
Milgram colocou a «vítima» fora do campo visual dos «professores». 
 
10.  A  proximidade  da  pessoa  que  é  considerada  autoridade  é  importante  para  o  grau  de 
obediência que quem recebe ordens exibe. 
R: Verdadeiro. Milgram manteve – se sempre junto dos «professores» para lhes relembrar qual 
a sua obrigação. 
 
11. Há conformismo muitas vezes por razões de auto – estima e desejo de sermos aceites. 
R:  Verdadeiro.  Costumamos  dar  muita  importância  à  opinião  dos  outros.  Quanto  maior  a 
necessidade  de  afiliação  maior  a  tendência  para  o  conformismo.  A  necessidade  de  afiliação 
corresponde  ao  desejo  de  criar  laços  afectivos  com  os  outros,  de  criar  um  espaço  de 
sociabilidade gratificante e de satisfazer a necessidade de pertença. 
 
12. As pessoas aceitam sempre a influência do grupo. 
R: Falso. No experimento de Asch, a maioria não se deixou influenciar apesar de ter havido um 
número surpreendente de pessoas conformistas. 
 
13. Não há relação alguma entre a nossa necessidade de afiliação, o conformismo e a obediência 
e a normalização. 
R: Falso. A necessidade de afiliação pode em situações de carência, de dependência e de falta de 
autonomia conduzir a indesejáveis atitudes de conformismo e de obediência. Tendemos a seguir 
a opinião dos outros quando não temos certezas acerca do que é certo ou errado. Julgamos que 
o grupo tem informações mais precisas. 
 
14.  O  prestígio  é  desejado  e  importante  para  muitas  pessoas  mas  não  é  um  factor  de 
conformismo. 
R:  Falso.  Muitas  vezes  modificamos  atitudes  e  comportamentos  para  nos  identificarmos  ou 
parecermos com alguém que admiramos ou respeitamos. 
 
15. O conformismo significa o acordo público e privado com as atitudes e comportamentos do 
grupo. 
R:  Falso.  Podemos  manifestar  concordância  em  público  com  a  maioria  e  discordância  em 
privado.  Só  quando  interiorizamos  crenças,  ideias  e  sentimentos  da  maioria  é  que  há  essa 
coincidência. 
 

 
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º01/02
Ficha de Avaliação
Fevereiro/2010

Grupo I
1. Entende-se por cognição social:
A. Os processos pelos quais os nossos pensamentos são afectados pelo comportamento social dos outros.
B. Os processos subjacentes ao modo como encaramos os outros, a nós próprios e à forma como interagimos.
C. A capacidade ilimitada de processamento da informação relativa ao mundo social e económico.
D. Os processos simplificados de classificação das interacções sociais, que se desenvolvem numa cultura.

2. Na base da formação das primeiras impressões está o modo como percepcionamos o outro através
de:
A. Indícios físicos; indícios verbais e não verbais; indícios comportamentais.
B. Indícios físicos; comportamentais; indícios sociais; verbais; intelectuais.
C. Indícios físicos; indícios emocionais; indícios socioeconómicos; indícios verbais.
D. Indícios interpessoais; indícios comportamentais e sociais; indícios não verbais.

3. A influência social designa o processo pelo qual as pessoas:


A. Se integram nos grupos sociais da sua cultura.
B. Modificam o comportamento e os pensamentos de outras pessoas.
C. Actuam de forma sistemática sobre os padrões de cultura.
D. Modificam os pensamentos e comportamentos por acção de outra cultura.

4. Há factores que interferem no processo de atracção pessoal:


A. Proximidade, semelhanças físicas, histórias pessoais, complementaridade e igualdade.
B. Interesses comuns; beleza física; passividade; reciprocidade e complementaridade.
C. Proximidade; atracção física; semelhanças interpessoais; complementaridade e reciprocidade.
D. Interesses comuns; personalidade; semelhanças físicas; independência e complementaridade.

5. Um grupo cujos membros comunicam de modo directo e frequente é um grupo:


A. Secundário.
B. Formal.
C. Primário.
D. Profissional.

6. O estatuto social refere-se:


A. Aos comportamentos que legitimamente se esperam de um indivíduo.
B. À posição que um indivíduo ocupa na hierarquia social e lhe confere determinados direitos.
C. Às expectativas que os membros de um grupo têm acerca de um indivíduo.
D. À posição social que um indivíduo adquiriu pelo seu próprio esforço.

7. O papel social refere-se:


A. Ao prestígio social de um indivíduo.
B. À pressão que um indivíduo exerce sobre os outros.
C. Aos comportamentos esperados de indivíduos que têm determinado estatuto social.
D. À importância do grupo a que um indivíduo pertence.
8. As obrigações e os comportamentos que os outros podem legitimamente esperar de um indivíduo que
ocupa determinada posição num grupo constituem:
A. O estatuto social.
B. O prestígio social.
C. O papel social.
D. A influência do estatuto.

9. Por estatuto social entende-se:


A. Algo que adquirimos mediante o exercício de determinados papéis.
B. Um conjunto de expectativas legítimas que correspondem a obrigações perante os outros.
C. Algo que se manifesta no desempenho de determinados papéis.
D. Um conjunto de comportamentos que nos são impostos e não podemos alterar.

10. As seguintes afirmações dizem respeito a conceitos importantes em psicologia social.


Analisa-as e selecciona a alternativa que as identifica correctamente.

1.Conjunto de comportamentos que um indivíduo, devido à sua posição social, espera legitimamente que os
outros tenham para com ele.
2. Conjunto de comportamentos que um indivíduo, devido à sua posição social, deve apresentar ou realizar.
3.Conjunto de comportamentos que um indivíduo deve realizar porque correspondem a expectativas legítimas
dos outros agentes sociais.

A. 1 e 2, Estatuto. 3, Papel.
B. 1, Estatuto. 2, Papel. 3, Modelo social.
C. 1, Papel. 2 e 3, Estatuto.
D. 1, Estatuto. 2 e 3, Papel.

11. Os estereótipos são uma resposta:


A. A atitudes rígidas sobre os indivíduos.
B. À dificuldade em aceitar a diferença social.
C. À complexidade do mundo envolvente.
D. A preconceitos sobre grupos sociais.

12. Os preconceitos são:


A. Representações simplificadas, negativas e pobres da realidade.
B. Representações desfavoráveis sem fundamento de diferenciação social.
C. Representações fixas de diferenciação social.
D. Representações desconexas e negativas do processo de socialização.

13. Em geral, um preconceito implica crenças estereotipadas, sentimentos negativos e uma certa
predisposição para acções discriminatórias.
A. Esta afirmação é verdadeira, já que os estereótipos são inatos, enquanto os preconceitos são adquiridos.
B. Esta afirmação é falsa, pois os preconceitos são negativos, mas têm sempre uma sólida fundamentação
racional.
C. Esta afirmação é verdadeira, pois generalização e hostilidade erróneas constituem a verdadeira natureza
dos preconceitos.
D. Esta afirmação é falsa, dado que alguns preconceitos correspondem a visões correctas da realidade.
2
14. Esperar comportamentos dos outros a partir de generalizações socialmente aprendidas, designa-se
por:
A. Aculturação.
B. Conformismo.
C. Atitudes.
D. Estereótipos.

15. Analisa as afirmações que se seguem sobre o conceito de atitude. Selecciona a alternativa que as
avalia correctamente.

1. Uma atitude é uma predisposição para agir face a objectos de natureza social.
2. As atitudes adequam os comportamentos individuais a decisões grupais.
3. As atitudes podem facilitar a cooperação entre os indivíduos.

A. 1 e 3 são verdadeiras; 2 é falsa.


B. 2 é verdadeira; 1 e 3 são falsas.
C. 1 é verdadeira; 2 e 3 são falsas.
D. 1 e 2 são verdadeiras; 3 é falsa.

16. Segue-se um conjunto de afirmações respeitantes às impressões sociais. Lê-as com atenção e, depois,
selecciona a alternativa correcta.

1. As primeiras impressões interferem no modo ulterior de julgar as pessoas.


2. Ter expectativas significa fazer antecipações.
3. As impressões transmitem-nos caracteres que, adicionados uns aos outros, dão a conhecer o que é uma
pessoa.
4. As primeiras impressões acerca de uma pessoa nunca geram expectativas a seu respeito porque sabemos
que elas são livres e se comportam de modo imprevisível.

A. 1. e 2. são verdadeiras; 3. e 4. são falsas.


B. 2. e 3. são verdadeiras; 1. e 4. são falsas.
C. 1. e 4. são verdadeiras; 2. e 3. são falsas.
D. 2. e 4 são verdadeiras; 1. e 3. são falsas.

17. Relativamente à experiência de Asch, podemos dizer que:


A. As pessoas raramente se conformaram porque a situação não era ambígua.
B. As pessoas foram mais conformistas quando o grupo era composto por sete pessoas a dar respostas erradas
do que quando o grupo era constituído apenas por três.
C. Todas as pessoas se conformaram quando o grupo era constituído por sete pessoas a dar respostas erradas.
D. A maior parte das pessoas não se conformou quando tinha um “aliado” que dava a resposta certa.

3
18. Segue-se um conjunto de afirmações respeitantes às relações interpessoais.
Lê-as com atenção e, depois, selecciona a alternativa correcta que corresponde às conclusões a que
Sheríf chegou.

1. Os conflitos intergrupais incrementam o distanciamento e a oposição entre os grupos envolvidos.


2. Os conflitos intergrupais não trazem nada de benéfico a nenhum dos grupos em contenda.
3. O estabelecimento de conflitos intergrupais aumenta a coesão entre os elementos de cada um dos grupos.
4. Os conflitos são perniciosos, por se constituírem como agentes de desorganização e ruptura social.

A. As afirmações 1 e 2 referem-se a conclusões de Sheríf; as 3 e 4 não.


B. As afirmações pares referem-se a conclusões de Sheríf; as ímpares não.
C. As afirmações ímpares referem-se a conclusões de Sheríf; as pares não.
D. A afirmação 2 refere-se a uma conclusão de Sheríf; as 1, 3 e 4 não.

19. O microssistema envolve actividades, papéis e relações existentes entre o sujeito e o seu ambiente
vivenciados num contexto imediato. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque o microssistema tem a ver com as inter-relações entre contextos em que o indivíduo
participa activamente.
B. Verdadeira, porque o microssistema implica que o sujeito tenha um relacionamento directo com os amigos
da família, a vizinhança, os diversos serviços sociais.
C. Falsa, porque o microssistema diz respeito a um ou mais contextos que não implicam a participação activa
do sujeito.
D. Verdadeira, porque o microssistema envolve interacções face a face num contexto directamente
vivenciado.

20. As interacções entre a família, a igreja e a escola, microssistemas a que o indivíduo pertence,
constituem o que Bronfenbrenner designa por mesossistemas. Esta afirmação é:
A. Falsa, pois a família, a igreja e a escola, ao influenciarem directamente o indivíduo, inscrevem-se no
microssistema.
B. Verdadeira, porque o modelo ecológico de Bronfenbrenner inclui como contextos de desenvolvimento o
micro, o meso, o exo e o macrossistema.
C. Falsa, porque a organização familiar, escolar e religiosa são o reflexo da cultura vigente e, por isso, fazem
parte do macrossistema.
D. Verdadeira, porque o mesossistema refere-se à acção recíproca que os microssistemas exercem uns sobre
os outros.

4
Grupo II

1. O Rafael confidenciou a um amigo que precisava de dedicar mais tempo ao estudo para conseguir entrar na
Universidade. Por isso, decidiu, a partir desse dia, deixar de jogar bilhar após as aulas.
O amigo sabe que há mais de um ano que o Rafael joga bilhar todos os dias e que tem muito orgulho nos
êxitos que tem obtido.
No dia seguinte, o Rafael fica deveras embaraçado quando o amigo o encontra a jogar bilhar e justifica-se:
– Eu não queria vir jogar, mas insistiram tanto comigo!... E, no fim de contas, mais um dia, menos um dia,
pouca diferença faz!...

Caracteriza a situação vivida pelo Rafael e indica as componentes da sua atitude.

2. Relaciona estereótipos, preconceitos e discriminação.

3. Esclarece o termo conformismo e explica os factores que o influenciam.

Grupo III

“Do ponto de vista de Milgram, um dos factores cruciais é uma história pessoal onde há uma contínua pressão
de obediência que legitima a autoridade, primeiro no seio da família, depois na escola, e, mais tarde, nos
contextos constitucionais do mundo adulto. O bom menino faz o que lhe mandam; o bom empregado pode
levantar alguma objecção, mas aceitará a decisão final do patrão; ao bom soldado nem sequer lhe é permitido
perguntar porquê.” (H. Gleitman)

Elabora um texto adequado ao contributo dos estudos de Milgram sobre a obediência, considerando:

– a definição do termo obediência;


– as experiências de Milgram sobre o tema da obediência;
– os factores que determinam a obediência.

Bom Trabalho!

  COTAÇÕES

I–

20 x 3,5 70 pontos

II –

1. 1 x 30 30 pontos

2. 1 x 30 30 pontos

3. 1 x 30 30 pontos

III – 1 x 40 40 pontos

Total 200 pontos 5


EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

Ano Lectivo 2009/2010

PSICOLOGIA B – 12º01/02

Correcção da Ficha de Avaliação


Fevereiro/2010

As questões dos Grupos II e III serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:


A1 – Domínio dos conteúdos.
A2 – Adequação das respostas às questões.
A3 – Mobilização das competências fundamentais.
B1 – Clareza e coerência da exposição.
B2 – Correcção da expressão escrita.
Peso relativo dos parâmetros: A – 80%; B – 20%.
I
Escolha múltipla: (70 pontos)

1. B; 2. A; 3. B; 4. C; 5. C; 6. B; 7. C; 8. C; 9. C; 10. D; 11. C; 12. B; 13. C; 14. D; 15. A; 16. A; 17. D;


18. C; 19. D; 20. D.

II

1. Caracteriza a situação vivida e indica as componentes da sua atitude.


(30 pontos)

Devem ser abordados os seguintes tópicos:


• Viveu uma situação de dissonância cognitiva, dado ter-se apercebido da inconsistência entre a sua
atitude e o seu comportamento efectivo. (Para reduzir o incómodo da sua tensão interior, procurou um
razão justificativa do seu comportamento).
• Componente intelectual - Saber que precisa de dedicar mais tempo ao estudo.
• Componente emocional - Gostar de jogar bilhar e orgulhar-se com os êxitos obtidos.
• Componente comportamental - Tencionar estudar, não voltando a perder tempo com o bilhar depois
das aulas.

2. Relaciona estereótipos, preconceitos e discriminação.


(30 pontos)

Devem ser abordados os seguintes tópicos:


• Estereótipos – conjunto de crenças e de opiniões segundo as quais certos indivíduos possuem
determinadas características simplesmente por pertencerem a um determinado grupo. O estereótipo
estabelece o enquadramento cognitivo que fundamenta o preconceito;
• Preconceitos – avaliações e juízos essencialmente negativos sobre membros de um grupo que se
baseiam na pertença desses indivíduos a um grupo e não necessariamente nas suas características
concretas e particulares;
• Discriminação – comportamento que prejudica ou desfavorece indivíduos simplesmente em virtude da
pertença a um grupo sobre o qual existem sentimentos negativos. A discriminação é considerada a
manifestação comportamental do preconceito.

1
3. Esclarece o termo conformismo e explica os factores que o influenciam.
(30 pontos)

Devem ser abordados os seguintes tópicos:


• Conformismo – mudança de comportamento ou de atitude que visa torná-los consistentes com as
normas de um grupo ou as expectativas dos outros actores sociais.

Factores do conformismo:
• A baixa auto-estima ou falta de autoconfiança;
• A sensação de isolamento (só contra todos);
• O impacto da presença dos outros (sobretudo o contacto visual).

Outros factores relevantes:


• O tamanho do grupo;
• A coesão do grupo;
• O estatuto do indivíduo no grupo;
• O grau de dependência dos indivíduos do grupo uns em relação aos outros.

III
Elabora um texto adequado ao contributo dos estudos de Milgram sobre a obediência, considerando:

– a definição do termo obediência;


– as experiências de Milgram sobre o tema da obediência;
– os factores que determinam a obediência.
(40 pontos)

Devem ser abordados os seguintes tópicos:


• A obediência é uma mudança de comportamento em resposta a ordens e instruções de alguém
reconhecido como autoridade. É uma tendência para a submissão e o cumprimento de ordens ou
instruções que emanam de alguém dotado de autoridade ou a quem ela é reconhecida.

Experiência de Milgram:
• Num cenário montado e sob um falso pretexto de estudar a aprendizagem e a memória o sujeito
ingénuo desempenhava o papel de "professor" e recebia ordens para carregar num botão de um painel
que supostamente provocaria um choque eléctrico sempre que outro sujeito colocado noutra sala, o
"aluno", cometia um erro;
• Os choques aumentavam 15 volts, de erro para erro, podendo atingir os 450 volts, mais que
suficientes para matar o "aluno", se a quantidade de erros permitisse chegar a esse ponto;
• O "aluno" era um sujeito conivente com o investigador e dava erros propositados, gritava com
dores fingidas, sempre que o "professor" carregava no botão;
• Todos os "professores" seguiram as instruções de Milgram até aos 300 volts;
• Milgram verificou ainda que 65% das pessoas lhe obedeciam, isto é, aceitavam realizar um
comportamento mortal para com o "aluno" (continuaram a penalizar o "aluno" pelos seus erros até aos
450 volts).

Factores de obediência:
• Identificação entre autoridade, competência e saber;
• Sentimento de desresponsabilização;
• Obedecer é uma forma de satisfazer o desejo de ser aceite;
• Partilha ou difusão da responsabilidade pelas consequências de um acto.

2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º01/02
Ficha Formativa
Fevereiro/2010

I
Selecciona a alternativa correcta

1 – Entende-se por cognição social:


A. Os processos pelos quais os nossos pensamentos são afectados pelo comportamento social dos
outros.
B. Os processos subjacentes ao modo como encaramos os outros, a nós próprios e à forma como
interagimos.
C. A capacidade ilimitada de processamento da informação relativa ao mundo social e económico.
D. Os processos simplificados de classificação das interacções sociais, que se desenvolvem numa
cultura.

2 – Na base da formação das primeiras impressões está o modo como percepcionamos o outro
através de:
A. Indícios físicos; indícios verbais e não verbais; indícios comportamentais.
B. Indícios físicos; comportamentais; indícios sociais; verbais; intelectuais.
C. Indícios físicos; indícios emocionais; indícios socioeconómicos; indícios verbais.
D. Indícios interpessoais; indícios comportamentais e sociais; indícios não verbais.

3 – A influência social designa o processo pelo qual as pessoas:


A. Se integram nos grupos sociais da sua cultura.
B. Modificam o comportamento e os pensamentos de outras pessoas.
C. Actuam de forma sistemática sobre os padrões de cultura.
D. Modificam os pensamentos e comportamentos por acção de outra cultura.

4 – Há factores que interferem no processo de atracção pessoal:


A. Proximidade, semelhanças físicas, histórias pessoais, complementaridade e igualdade.
B. Interesses comuns; beleza física; passividade; reciprocidade e complementaridade.
C. Proximidade; atracção física; semelhanças interpessoais; complementaridade e reciprocidade.
D. Interesses comuns; personalidade; semelhanças físicas; independência e complementaridade.

5. Os preconceitos são:
A. Representações simplificadas, negativas e pobres da realidade.
B. Representações desfavoráveis sem fundamento de diferenciação social.
C. Representações fixas de diferenciação social.
D. Representações desconexas e negativas do processo de socialização.

6. O microssistema envolve actividades, papéis e relações existentes entre o sujeito e o seu


ambiente vivenciados num contexto imediato. Esta afirmação é:
A. Falsa, porque o microssistema tem a ver com as inter-relações entre contextos em que o indivíduo
participa activamente.
B. Verdadeira, porque o microssistema implica que o sujeito tenha um relacionamento directo com os
amigos da família, a vizinhança, os diversos serviços sociais.
C. Falsa, porque o microssistema diz respeito a um ou mais contextos que não implicam a
participação activa do sujeito.
D. Verdadeira, porque o microssistema envolve interacções face a face num contexto directamente
vivenciado.
II

Classifica cada uma das afirmações como verdadeira ou falsa:

V F
1 A cognição social pretende conhecer como nós vemos os outros e a nós x
próprios.
2 Nos processos de cognição social relacionam-se: expectativas, atitudes, x
impressões, hereditariedade, representações sociais.
3 As impressões afectam o modo como nos vemos a nós próprios. x
4 Impressões são ideias criadas na relação com os outros, dando-nos uma x
interpretação para as julgarmos no que são e nas suas reacções.
5 As expectativas apenas influenciam aquilo que nós pensamos dos outros. x
6 A atitude é um comportamento estável de uma pessoa em relação a um x
objecto.
7 Componentes atitudes: cognitiva, inata, afectiva e comportamental. x
8 As atitudes não são directamente observáveis. x
9 Dissonância cognitiva: contradição entre crenças e comportamentos. x
10 Os estereótipos referem-se a sentimentos negativos acerca dos membros de x
um determinado grupo.
11 Os preconceitos são crenças acerca das características dos membros de um x
grupo.
12 Um grupo é um aglomerado de pessoas. x
13 O preconceito é constituído por três componentes: cognitiva, emocional e x
comportamental.
14 O papel é o conjunto de obrigações e comportamentos esperados dos outros, x
em função da posição que se ocupa.
15 O estatuto é o conjunto dos direitos cujo respeito e cumprimento é dever x
para os outros.
16 Conformismo é a tendência das pessoas se orientarem pelo líder. x
17 Factores de conformismo: unanimidade do grupo, a natureza da resposta, a x
ambiguidade da situação, metodologia aceite.
18 A obediência é uma forma do homem assumir a responsabilidade por x
outrem.
19 A obediência é a tendência para as pessoas aceitarem pedidos de outrem. x
20 As pessoas quanto mais confiantes são mais obedientes serão. x
21 O desejo de ser aceite e de agradar não influem na obediência. x
22 A atracção interpessoal depende só de factores físicos e intelectuais. x
23 Uma relação de amizade depende do porte físico e dos valores das pessoas. x
24 Factores de atracção interpessoal: idade, género, contexto social e leis x
sociais.
25 A agressão hostil visa satisfazer um impulso com o fim de obter algo. x
26 Há frustração quando um obstáculo bloqueia um comportamento dirigido x
para a obtenção de um fim desejado.
27 O conformismo é uma mudança de comportamento em resposta ao pedido x
de outro.
28 O conformismo é uma mudança de comportamento em resposta a ordens e x
instruções.
29 O modelo ecológico do desenvolvimento tem por objectivo explicar com x
rigor todos os comportamentos naturais do ser humano.
30 O modelo ecológico encara o desenvolvimento individual no contexto de x
todos os ambientes em que as pessoas vivem diariamente (nanosistema)
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves
Ano Lectivo 2009/2010
PSICOLOGIA B – 12º 1/2
MATRIZ DA FICHA DE AVALIAÇÃO

(Fevereiro/2010) Duração: 90 minutos

NOTA PRÉVIA

É obrigatório o uso de folha de teste (modelo da Escola).


Só poderás utilizar caneta azul ou preta.
Não é permitido o uso de corrector.
É considerado fraude e será sancionado o uso, durante a prova, de qualquer material de apoio
(apontamentos, cábulas).
Deves ler atentamente todo o enunciado, antes de começares a responder.
Tem cuidado com a expressão escrita.
Evidencia, tanto quanto possível, originalidade e espírito crítico nas tuas respostas.

TEMA 3 – EU COM OS OUTROS – As relações interpessoais

• Grupos sociais
• Atitudes
• Impressões e expectativas
• Estatuto e papel
• Preconceitos, estereótipos e discriminação
• Atracção interpessoal
• Agressão
• Cooperação e conflito
• Conformismo e obediência

1. A INFLUÊNCIA SOCIAL

OBJECTIVOS GERAIS:
• Compreender os processos fundamentais de relação com os outros
• Compreender como os indivíduos se influenciam uns aos outros
• Explicar processos de influência entre os indivíduos

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

• Caracterizar a relação interpessoal


• Caracterizar grupos sociais
• Distinguir grupo de outros conjuntos sociais
• Definir atitudes
• Identificar e distinguir as componentes de uma atitude
• Distinguir atitude de comportamento
• Esclarecer em que consiste a dissonância cognitiva
• Mostrar por que razão as primeiras impressões são importantes e que factores externos e
internos as influenciam.
• Relacionar impressões e expectativas.
• Relacionar expectativas, impressões, estatutos e papéis
• Definir influência social e identificar algumas das suas formas
• Caracterizar e distinguir normalização, condescendência, conformismo e obediência
• Identifica factores de conformismo
• Explicar os factores de conformismo
• Explicar os factores de obediência
• Analisar o contributo dos estudos de Asch e de Milgram sobre o conformismo e a
obediência

2. PROCESSOS DE RELAÇÃO ENTRE OS INDÍVIDUOS E OS GRUPOS

OBJECTIVOS GERAIS:

• Compreender como os indivíduos se relacionam uns aos outros


• Analisar os vários processos de relação entre os indivíduos

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

• Identificar e distinguir diversas formas de atracção


• Explicar o conceito de atracção interpessoal
• Identificar factores de atracção
• Definir agressão
• Identificar os factores biológicos, psicológicos e sociais que estão na base do
comportamento agressivo
• Caracterizar o conflito intergrupal
• Identificar os factores que podem desencadear relações conflituosas
• Caracterizar cooperação e distingui-la de conflito
• Identificar aspectos positivos e negativos do conflito
• Identificar alguns factores que podem conduzir à resolução de conflitos
• Distinguir as diferentes formas de agressão
• Identificar formas de agressão
• Explicar factores que induzem à agressão
• Caracterizar a atracção interpessoal e identificar os factores que a condicionam.
• Identificar e distinguir diversas formas de atracção Caracterizar o amor e a amizade
• Mostrar que o amor e a amizade são relações de intimidade
• Caracterizar estereótipo, preconceitos e discriminação
• Relacionar os três conceitos
• Compreender o conflito e a cooperação como formas de relação entre indivíduos e
grupos
• Analisar o contributo dos estudos de Sherif sobre a cooperação

TEMA 3 – EU NOS CONTEXTOS – O modelo ecológico do desenvolvimento

• A perspectiva ecológica do desenvolvimento de Uri Bronfenbrenner

OBJECTIVO GERAL:
• Compreender as capacidades do ser humano de relação com os contextos
2
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

• Caracterizar a perspectiva ecológica


• Caracterizar os diversos contextos em que se desenvolve a nossa vida
• Compreender a interacção entre os diversos contextos de desenvolvimento

ESTRUTURA
O teste incluirá o seguinte tipo de questões:
• questões de escolha múltipla e/ou de resposta Verdadeiro/Falso;
• questões de resposta orientada (curtas, claras e objectivas);
• questões de resposta aberta (extensas e de desenvolvimento).

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
As questões do tipo 2 e 3 serão avaliadas segundo os seguintes parâmetros:

A1 – Domínio dos conteúdos; A2 – Adequação das respostas às questões; A3 – Mobilização das


competências fundamentais; B1 – Clareza e coerência da exposição; B2 – Correcção da expressão
escrita.

Peso relativo dos parâmetros: A – 80%; B – 20%.

3
I II III V

 Factores de aprendizagem
 Behaviorism (Texto em inglês)
 A Aprendizagem – Sínteses Esquemáticas
Factores de aprendizagem
1. Factores individuais
Os factores individuais ligados à aprendizagem comummente reconhecidos são:
a) A inteligência
Muitos psicólogos concebem a inteligência como uma medida da capacidade de aprendizagem. Uma
maior rapidez na aprendizagem está normalmente associada a um maior coeficiente de inteligência.
Contudo, a medição da capacidade de aprender mediante os resultados de testes de inteligência, levanta
problemas porque reduz em certa medida a inteligência às aptidões verbais e de raciocínio abstracto (as
mais focadas na instrução formal ministrada pela instituição escolar). Ora a aprendizagem não pode,
segundo psicólogos como Howard Gardner e Robert Sternberg, confundir-se com a capacidade para
aprender na escola.
b) A motivação
O empenho numa tarefa, sinal exterior de motivação, facilita o processo de aprendizagem. Quer a
motivação seja intrínseca – aprender pelo gosto de aprender – ou extrínseco – aprender com vista a um
objectivo externo – a verdade é que o impulso motivacional é determinante. Contudo, se uma motivação
demasiado fraca pode prejudicar o ritmo e o nível de aprendizagem, uma motivação excessiva – criadora
de ansiedade e de tensão – pode ser um factor de perturbação, inibindo ou bloqueando, se não a
capacidade de aprender, pelo menos a expressão objectiva da aprendizagem.
Assim uma forte motivação dinamiza o ritmo de aprendizagem e aumenta a concentração no que estamos
a aprender. Se a motivação for demasiado forte ou muito fraca a aprendizagem é dificultada ou mesmo
inibida.
c) A aprendizagem anterior
O que já aprendemos pode condicionar o que aprenderemos.
Considera-se, em termos gerais, que a aprendizagem ou a experiência anterior facilita a predisposição
para a situação de aprendizagem e, em certa medida, para novas aquisições bem sucedidas.
Subjacente a esta ideia de que as aprendizagens anteriores são, em geral, facilitadoras das aprendizagens
posteriores está o conceito de transferência positiva. A transferência positiva é uma forma de
generalização que facilita a aprendizagem nova em virtude de semelhanças com o comportamento
exigido em aprendizagens anteriores. Assim, se um indivíduo aprendeu a jogar badmington poderá mais
facilmente aprender a jogar ténis; aprender português pode facilitar a aprendizagem do espanhol; ser um
bom nadador facilitará, em certa medida, a prática do pólo aquático (bons nadadores de alta competição
tornaram-se, em muitos casos, bons jogadores de pólo aquático); é conhecido o caso de Miguel Maia e de
João Brenha que de muito bons jogadores de voleibol em pavilhão se tornaram praticantes de excelente
nível em voleibol de praia; também podemos supor que um bom ginasta poderá fazer uma transição bem
sucedida para a modalidade de saltos para a água; finalmente boas bases de língua portuguesa facilitam a
aprendizagem e o desempenho em disciplinas como, por exemplo, Literatura e Filosofia.
Contudo, nem sempre a generalização das respostas aprendidas para novas situações de aprendizagem é
sinónimo de sucesso, ou seja, por vezes a transferência é negativa, conduz a enganos e confusões. Assim,
quem sabe português e aprende espanhol muitas vezes dá consigo a falar e a escrever, passe a expressão,
«espanholês»; quem aprendeu a conduzir em Portugal ou em França não tem a tarefa necessariamente
facilitada quando tiver de conduzir em Inglaterra.
2. Factores sociais
O sucesso na aprendizagem – essencialmente na aprendizagem escolar – está muitas vezes dependente do
valor que num dado meio social se atribui à educação, da interacção educativa entre pais e filhos e alunos
e professores e das condições socioeconómicas (recursos educativos das famílias e do próprio Estado).
Behaviorism 
Definition 

Behaviorism is a theory of animal and human learning that only focuses on objectively observable 
behaviors and discounts mental activities. Behavior theorists define learning as nothing more than 
the acquisition of new behavior. 

Discussion 

Experiments  by  behaviorists  identify  conditioning  as  a  universal  learning  process.  There  are  two 
different types of conditioning, each yielding a different behavioral pattern: 

1. Classic conditioning occurs when a natural reflex responds to a stimulus. The most popular 
example  is  Pavlov’s  observation  that  dogs  salivate  when  they  eat  or  even  see  food. 
Essentially,  animals  and  people  are  biologically  “wired”  so  that  a  certain  stimulus  will 
produce a specific response. 
2. Behavioral  or  operant  conditioning  occurs  when  a  response  to  a  stimulus  is  reinforced. 
Basically, operant conditioning is a simple feedback system: If a reward or reinforcement 
follows  the  response  to  a  stimulus,  then  the  response  becomes  more  probable  in  the 
future.  For  example,  leading  behaviorist  B.F.  Skinner  used  reinforcement  techniques  to 
teach pigeons to dance and bowl a ball in a mini‐alley. 

There have been many criticisms of behaviorism, including the following: 

1. Behaviorism does not account for all kinds of learning, since it disregards the activities of 
the mind. 
2. Behaviorism  does  not  explain  some  learning–such  as  the  recognition  of  new  language 
patterns by young children–for which there is no reinforcement mechanism. 
3. Reserach has shown that animals adapt their reinforced patterns to new information. For 
instance, a rat can shift its behavior to respond to changes in the Layout of a maze it had 
previously mastered through reinforcements.  

How Behaviorism Impacts Learning 

This  theory  is  relatively  simple  to  understand  because  it  relies  only  on  observable  behavior  and 
describes  several  universal  laws  of  behavior.  Its  positive  and  negative  reinforcement  techniques 
can be very effective–both in animals, and in treatments for human disorders such as autism and 
antisocial  behavior.  Behaviorism  often  is  used  by  teachers,  who  reward  or  punish  student 
behaviors. 

Reading 

D.C. Phillips & Jonas F. Soltis, Perspectives on Learning, Chapter 3. Teachers College Press. 

The content on this page was written by On Purpose Associates.  

http://www.funderstanding.com/content/behaviorism 

 
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:10 PM Page 25

1 TEMA 2 Eu Capítulo 1 • Processos cognitivos

Processos cognitivos

Conjunto de processos como a aprendizagem, a percepção, a memória


e a inteligência que nos permitem resolver os problemas relativos
à adaptação ao meio mediante o processamento diverso de informações
e conhecimentos.

1. A aprendizagem
Mudança comportamental e de atitudes (crenças, ideias, sentimentos
e predisposições comportamentais) que é relativamente permanente
e duradoura, tendo a sua origem na experiência e na prática e não
na maturação ou em transformações fisiológicas.

Alguns tipos de aprendizagem

Aprendizagem por habituação Aprendizagem por associação Aprendizagem por observação


e imitação

Forma mais básica de (Aprendemos associando Aprendemos observando


aprendizagem que permite que estímulos ou associando acções o comportamento dos outros e
só respondamos a estímulos e suas consequências). tendo em conta as consequências
relevantes, habituando-nos do que fazem ou o seu prestígio
a ignorar outros. e estatuto social.

Aprendizagem por Aprendizagem por


condicionamento clássico. condicionamento operante.

PLÁTANO EDITORA
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:11 PM Page 26

1 TEMA 2 Eu Capítulo 1 • Processos cognitivos

Processos cognitivos

1.1 Aprendizagem por condicionamento clássico

Aprendizagem de tipo associativo que ocorre quando um estímulo neutro,


ao ser sucessivamente emparelhado com um estímulo natural ou incondi-
cionado, acaba, em virtude deste condicionamento, por provocar o mesmo
tipo de resposta que o estímulo com o qual foi emparelhado.

Um centro de saúde, por si só, não provoca A visão de um pedaço de carne provoca salivação
nenhuma reacção de desagrado, mas, se o num cão esfomeado. O som de uma campainha, por
associarmos a uma experiência de vacinação si só, não provoca tal reacção. Contudo, se
dolorosa, passará a desencadear uma sensação de sucessivas vezes o apresentarmos quase ao mesmo
desconforto semelhante à que vivemos quando tempo que o pedaço de carne, passará a
fomos vacinados. desencadear por si só a resposta de salivação.

➤ Aprendemos com o que nos acontece.


➤ Aprendemos associando estímulos.
➤ Trata-se de uma aprendizagem
relativamente passiva, não operante.
➤ O emparelhamento de dois estímulos
(um que produz a resposta naturalmente
esperada e o outro que por si não a
provoca condiciona a nossa resposta ao
estímulo neutro, acabando por a tornar
semelhante à resposta dada ao estímulo
natural ou incondicionado.

PLÁTANO EDITORA
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:14 PM Page 27

1 TEMA 2 Eu Capítulo 1 • Processos cognitivos

Processos cognitivos

1.2 Aprendizagem por condicionamento operante

Tipo de aprendizagem associativa que consiste em associar um compor-


tamento às suas consequências ou efeitos. Baseia-se na lei do efeito: há a
tendência para evitar comportamentos que não têm boas consequências
e para adoptar ou persistir em comportamentos cujas consequências são
agradáveis.

O condicionamento operante é uma forma de aprendizagem em que um


dado comportamento, uma resposta de carácter activo-operante, é refor-
çado ou enfraquecido de acordo com as suas consequências.

Reforço Punição, castigo ou desastre


Processo que se verifica quando a consequência de uma resposta Processo que se verifica quando
ou comportamento aumenta ou fortalece a tendência a consequência de um
para o realizar de novo. comportamento diminui ou
enfraquece a tendência para
o realizar de novo.

Reforço positivo Reforço negativo


Consequência de uma acção que Consequência de uma acção que É provável que um despiste
lhe acrescenta algo agradável, remove ou nega algo devido a excesso de velocidade
tornando muito provável que desagradável, tornando muito diminua ou enfraqueça
persista. Consequência de uma provável que aconteça de novo. a tendência para conduzir de
acção que se revela um bom Consequência de uma acção que novo a velocidade excessiva.
meio para obter algo agradável se revelou um bom meio para
ou desejado. evitar ou pôr termo a uma
situação desagradável ou
indesejada.
Trabalhar bem e com empenho,
obtendo um aumento de
ordenado, fazer uma viagem ao Evitar ser despedido por
México, como prémio por ter trabalhar com empenho e
ingressado no ensino superior. eficiência. Eliminar uma dor de
cabeça por tomar uma aspirina.

Aprendemos em virtude das consequências do que fazemos.

PLÁTANO EDITORA
U1 - Síntese esquematica:Psicologia 12.º ano 8/4/09 12:14 PM Page 28

1 TEMA 2 Eu Capítulo 1 • Processos cognitivos

Processos cognitivos

1.3 A aprendizagem por observação e imitação

Forma de aprendizagem que ocorre quando o comportamento de um


indivíduo é condicionado ou influenciado pela observação do
comportamento dos outros e pelas consequências do que fizeram.

Quando imitamos os comportamentos observados, os autores deste têm


o nome de modelos. Daí chamar-se aprendizagem por modelação à
aprendizagem observacional ou em contexto social.

Aprendemos observando os Aprendemos observando Aprendemos observando as


outros sem que isso se traduza o que os outros fazem e sendo consequências das acções dos
necessariamente em imitação. directamente reforçados por outros, podendo imitá-las ou não.
Formamos simplesmente a imitarmos adequadamente. Se há a expectativa de sermos
representação mental do acto reforçados, cria-se a tendência
observado, ou seja, sabemos para imitar o que vimos fazer.
como fazer, mas não o fazemos. Sou elogiado por reproduzir
correctamente o acto de conduzir
um automóvel. Se vemos que as raparigas da
turma gostam de rapazes que
praticam desporto, podemos
desenvolver a inclinação para a
prática desportiva na expectativa
de sermos igualmente bem
sucedidos.

Os factores que nos predispõem


para a imitação dos outros são:
o grau de desenvolvimento
psicomotor e intelectual;
o estatuto e o prestígio do
eventual modelo; a expectativa
do reforço e a autoconfiança na
capacidade de aprender e imitar
o comportamento-modelo.

PLÁTANO EDITORA
I II III IV

 Ficha de Trabalho s o Filme Blade Runner


 Blade Runner-Joao R1
 Filme Nell Ficha
 Nell ANALISE R1
 PSI Clonagem
 Analise R1 Clonagem
 Suicidio-Émile
 Glossário
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2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
  

Ficha de Trabalho sobre o Filme Blade Runner, de Ridley Scott

1 CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRICA DA ACTIVIDADE: unidade 1 (Antes de mim) e unidade 2 (Relações


interpessoais).
2 OBJECTIVOS:
Identificar factores fundamentais no processo de tornar-se humano.
Compreender o papel do meio ambiente na construção do humano.
Compreender o papel da história pessoal como um contínuo de organização entre factores internos e
externos.
Analisar o papel das relações precoces no tornar-se humano.

3 O PROBLEMA COLOCADO PELO FILME: Qual a especificidade do ser humano?

4 O FILME: EUA, 1982; Realizador - Ridley Scott; Argumento - Philip K. Dick (Romance “Do Androids Dream
of Electric Sheep?”); Hampton Fancher; David Webb Peoples.

4. 1. Breve apresentação
Na introdução do filme, tomamos conhecimento de que o enredo consiste na tecnologia capaz de conceber
formas de vida desenvolvida pela Tyrell Corporation que, no século XXI, tinha avançado na evolução de um
robot para a fase Nexus – um ser idêntico aos humanos – conhecido por Replicante. Os Replicantes Nexus 6
seriam, então, mais fortes e ágeis e, pelo menos, tão inteligentes como os engenheiros genéticos que os
criavam, superando os seres humanos em muitos aspectos. Estes “humanos artificiais” serviam para
trabalhos insalubres, sendo utilizados como escravos no espaço extraterrestre, na exploração e colonização
de outros planetas. Após uma revolta de uma equipa de combate e depois de os Replicantes terem
amotinado e massacrado uma colónia humana foram declarados ilegais na Terra – sob pena de morte.
Assim, as Unidades Blade Runner – brigadas especiais de polícia – tinham ordem para matar os Replicantes
encontrados na Terra. Tal acto não era designado por execução, mas sim por afastamento.
Depois de um período de inactividade, Deckard regressa ao serviço, a pedido do Capitão Bryant, com o
objectivo de “eliminar” os cinco Replicantes que teriam chegado à Terra. O processo de eliminação cinge-se à
realização de um teste, conhecido por Voight – Kampff, que consiste num medidor de resposta do sistema
nervoso que avalia a veracidade da reacção das pessoas face a uma série de perguntas (vinte ou trinta,
segundo Deckard) que só podem ser resolvidas com base em experiências pessoais. Atendendo ao tempo de
reacção e ao modo como cada um responde, é possível detectar se se trata de um Replicante ou,
simplesmente, de um ser humano. O primeiro teste a que assistimos é realizado a um sujeito chamado Leon.
É extremamente interessante observar o modo como este responde às questões que lhe são colocadas,
sobretudo quando lhe perguntam pela sua mãe, uma vez que este não sabe nada acerca dela, tendo, por
isso, uma reacção de completa revolta. (Raquel Gonçalves, 2006)

4.2. Comentários
Blade Runner é um filme que nos faz reflectir sobre a dimensão pessoal do sentido da vida, mais
propriamente sobre a autenticidade e inautenticidade existencial, baseada em questões como “O que é a vida
e quem tem o direito de a criar ou de a negar?”. Dentro da temática da tarefa de ser no mundo, procura-se
compreender, a par da questão do sentido da vida, de que modo é que a finitude e a temporalidade
determinam a condição humana.

Uma das características mais importantes dos Replicantes é-nos revelada pelo Capitão Bryant, ao afirmar
que estes foram concebidos como cópias dos seres humanos, excepto nas emoções. Porém, os seus


 
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2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
  
criadores descobriram que, após alguns anos, os Replicantes poderiam vir a desenvolver reacções
emocionais próprias (tais como: o ódio, o amor, o medo, a fúria e a inveja). Perante este facto, construíram
um dispositivo de segurança: um prazo de longevidade que se limitaria apenas a quatro anos de vida.
Ao longo do filme, vamos conhecendo melhor os Replicantes e compreendemos que todos eles têm um
objectivo em comum: procurar saber as suas origens – “Quem sou eu? De onde vim?” – a sua morfologia, a
sua longevidade e data de fabrico – “Quanto tempo de vida é que eu tenho?”. Mas, porquê esta tentativa de
preencher o “vazio existencial” de um passado inexistente predominante em cada um destes “humanos
artificiais”? A resposta é evidente: as dúvidas existenciais e as perguntas resultantes das mesmas
correspondem precisamente às que o ser humano tem e coloca acerca de si e da sua relação com a vida e
com o mundo.

O filme “Blade Runner”, apresentando sempre um ambiente futurista degradado, confuso e transnacional,
dominado por uma metrópole sombria e pós -apocalíptica em que as máquinas lutam para ocupar o seu
espaço, insurge-se como sendo um thriller obcecado pela vida.

No filme, podemos dar destaque à atitude decisiva de Roy (o referido ‘chefe’ dos Replicantes) ao procurar
encontrar-se o mais rapidamente possível com o Deus que o criou – o Dr. Eldon Tyrell. Assim, Roy pede
ajuda J. F. Sebastian, um engenheiro genético que cria “bonecos”, sendo estes os seus amigos, a sua
companhia. Para além disso, Sebastian também faz trabalhos para a Tyrell Corporation. É interessante a
frase em que, dirigindo-se a Pris e a Roy, diz “Há algo de mim em vocês.” Acerca desta personagem,
podemos dizer que é como que se representasse a figura materna e paterna, isto é, Sebastian está muito
orgulhoso das suas criações, identificando-se com elas. Também o Dr. Tyrell se orgulha das suas criações,
mas de uma forma muito mais fria. Para Roy, o encontro com Tyrell é mais do que um encontro com o seu
“pai”, é um encontro com o seu criador, com um Deus. As questões que Roy lhe coloca correspondem às
questões que nós, seres humanos, colocaríamos se estivéssemos frente a frente com Deus. Eis um excerto
deste diálogo:

Roy: – O criador pode reparar a criação?


Tyrell: – Queres ser modificado? (...) Qual é o problema?
Roy: – A morte.
Tyrell: – A morte? Receio que esteja fora do meu alcance.
Roy: – Quero mais vida.

Tyrell tenta convencer Roy fazendo a seguinte afirmação: “A luz que brilha com o dobro da intensidade, brilha
metade do tempo. E tu brilhaste tão intensamente, Roy. (...) És o filho pródigo. Uma bela peça”. Depois deste
intenso diálogo, Roy beija o “pai”. Contudo, este beijo pode ter, simultaneamente, dois sentimentos
ambivalentes: por um lado pode demonstrar gratidão, agradecimento (também relacionado com afecto e
intimidade) pelo facto de Tyrell o ter criado. Por outro lado, pode querer denunciar um sentimento de revolta e
de dor (como se, apesar de ele ser o grande criador, seria também o responsável pela sua morte, já que o
concebeu apenas com um prazo de quatro anos de vida). Tendo em conta que a Humanidade ambiciona de
Deus a imortalidade, provavelmente, se o Homem tivesse conhecimento da inexistência de vida para além da
morte, metaforicamente, mataria Deus. No filme, acontece isso mesmo: depois
do beijo, Roy sufoca Tyrell até à sua morte. A inesperada sucessão destas duas
acções remete-nos para o cerne da trama deste filme. Do mesmo modo, se pode
estabelecer um paralelismo entre estas duas acções e o “acto” de “dar” e “tirar” a
vida aos Replicantes, tal como concebido por Tyrell. Mais uma vez se vê
retratada a questão da finitude e da temporalidade na existência humana.


 
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Roy faz, ainda, o seguinte discurso: “Vi certas coisas ... que não vos passa pela cabeça. Naves de ataque ardendo
ao largo de Orion. Vi raios C ... cintilando na escuridão junto ao Portão de Tannhäuser. Todos esses momentos
perder-se-ão ... no tempo ... como lágrimas ... na chuva. Tempo de morrer.” Após este discurso, Roy, que
desejava tão intensamente a vida, morre devido ao dispositivo de aniquilamento que estaria codificado nos seus
genes. (...). Perante o sucedido, aparece Gaff, o colega polícia de Deckard, dizendo-lhe que este tem o seu
trabalho de eliminação de Replicantes por terminado. Nesta parte, Gaff faz ainda a seguinte afirmação: “É pena
ela não poder viver. Mas quem é que pode?”.
Contudo, apesar de se poder considerar que o filme pode ter uma visão pessimista, também se pode encontrar
nele a busca por um significado maior da existência humana, assim como da nossa liberdade, qualidade e tempo
de vida.

Tal como foi estudado, o Homem, enquanto corpo biológico e social, vivencia cada experiência,
observando o mundo e cada situação com que se depara. Já enquanto sujeito activo, o ser humano
encontra significados para os seus pensamentos, emoções e acções. Sabendo que estes têm por base a
referência a um mundo que nos envolve e em que nos envolvemos, verifica-se que o nosso modo de ser,
pensar, sentir e de nos comportarmos deve-se, em grande parte, à influência de padrões particulares
socioculturais. Assim, a construção do eu e a elaboração da história pessoal de cada um de nós faz-se à
medida que crescemos como seres humanos, dotados de auto -organização e de autonomia, e tendo em
consideração as nossas vivências e experiências, quer passadas, quer presentes. Nesta acepção,
compreende-se que o Homem não está “programado” a reagir perante estímulos provocados pelo meio
ambiente. Um dos aspectos que mais me surpreendeu no filme incide no sentimento de perda presente
em cada Replicante, que levaria à procura de significação para a sua razão de ser e de existir. Este
sentimento de perda estaria, assim, associado ao papel das memórias e das recordações, das emoções
partilhadas e das relações que se vão estabelecendo no contacto contínuo interpessoal. Outro aspecto
interessante relaciona-se com o facto de os Replicantes se aproximarem cada vez mais do ser humano e,
por sua vez, da noção de pessoa, na medida em que vão adquirindo características semelhantes, no que
respeita à posse de sentimentos e emoções. (Raquel Gonçalves, 2006)

Não se trata de uma película comum. Não só as imagens, mas as mensagens, estão enroladas num novelo, cujo
entendimento tem que ser conquistado por quem a isso se propuser. Como qualquer obra de arte, ela não tem o
mesmo significado para todas as pessoas. Daí a riqueza deste filme e a diversidade de assuntos que a partir dele
podem ser discutidos. Um deles é a educação. Mas, haverá alguma espécie de educação neste filme?
Não. Os replicants, as criaturas andróides do filme, foram criados pelos humanos para trabalhar em condições
adversas. Quando activados, têm capacidades mentais semelhantes a um adulto. São capazes de efectuar muitas
das actividades próprias de um adulto. São mais fortes, mais ágeis, falam, respondem, reagem adequadamente a
um sem número de estímulos. Aparentemente nada os distingue de um humano. Contudo, o seu comportamento
resulta, não de uma acção de educação, mas exclusivamente da eficácia da sua programação.
Porém, embora sem memória inicial, Tyrell verificou que os replicants, à medida que viviam, iam construindo uma
emotividade e adquirindo o estatuto de máquinas pensantes. O que era uma ameaça para a empresa que
representava e para os humanos em geral. Os replicants podiam desencadear revoltas, motins, comportamentos
vingativos. É nesse sentido que, para os controlar, a empresa de Tyrell limitou a sua vida a quatro anos.
Ora, os replicants que conhecemos no filme estavam prestes a completar quatro anos de existência, ou seja,
estavam já muito perto do limite de segurança da “Tyrell Corporation”. O motim referido no filme, e a consequente
fuga dos replicants para a Terra, só acontece porque estes, ao fim de algum tempo de vida, começam a ser
capazes de recear a morte. É por isso que procuraram a Terra, o único lugar onde podiam encontrar alguma
informação sobre o possível prolongamento da sua vida.
A modificação que os replicants vão sofrendo é tão grande, a sua aproximação à figura humana é tão forte
que, no fim do filme, se dá um acontecimento inesperado...


 
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PSICOLOGIA – 12 ºANO
  

Quando a sua vida está no fim, pouco antes de morrer, Roy salva a vida de Deckart. Artefacto metálico,
dele se solta uma pérola inesperada – a piedade pelo outro.
O que leva Roy a salvar a vida do humano que matou os seus companheiros e que o perseguia
justamente para o matar?
A resposta que o filme sugere é que a máquina pode aprender a humanidade, aprender o amor, o ódio, o
desespero, a esperança, a solidão, a vingança, o valor da vida, da sua própria vida e, portanto, da vida
dos outros.Como? Porquê?
A partir do momento em que descobre a inevitabilidade da sua morte.
Digamos que o androide se aproxima vertiginosamente da humanidade quando compreende que vai
largar, despedir-se, deixar atrás de si – perdidos para sempre “como lágrimas na chuva” – farrapos do
tempo que no tempo foram constituindo a sua interioridade.
A resposta do filme é que o homem é homem pela consciência que tem da sua finitude.”
(João Henriques; Patrícia Lourenço, Faculdade de Ciências UL)

5 – TÓPICOS DE REFLEXÃO

Alguns temas que poderão ser desenvolvidos a partir do visionamento do filme.


a) Errar torna-nos humanos.
b) Rachel empreende uma busca muito humana “ O direito a saber quem é”, a procura da sua própria
identidade. As suas recordações da infância,a memória, têm um papel fundamental.
c) Os problemas dos replicantes não serão afinal as grandes perguntas da humanidade: Origem?
Longevidade? Sentido da vida?
d) O jogo entre o homem e a máquina
e) A relação criador-criatura, mãe-filho.
f) A importância dada aos olhos durante todo o filme.

6. QUESTÕES

1. Estabelece as diferenças fundamentais entre os homens que nasceram naturalmente e os replicantes.

Homens Nexus 6 (Leon, Pris, Roy, Zhora)

2. Indica qual é a diferença entre os nexus 6 e a Rachel?

Rachel Nexus 6 (Leon, Pris, Roy, Zhora)


 
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2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
  
3. Explica por que razão não se diz que os nexus são «mortos», mas «retirados».

4. Diz qual te parece ser o significado da cena final (o último nexus salva o exterminador e a pomba solta-se).

TAREFA
Partindo do visionamento do filme, faz um comentário pessoal ao filme. Não te esqueças de
a) responder às questões fundamentais que coloca;
b) o relacionar com o que aprendeste até agora em psicologia;
c) de dar a tua opinião pessoal (fundamentada) sobre ele.

NOTA: Deverás colocar o trabalho no portefólio de Psicologia.


 
2009/10

Agrupamento de Escolas 2/3 Secundária Dr. Azevedo Neves

Blade Runner
Análise Do filme-Psicologia B 12ºano

João Ramos
2009/10 12º1
Tópico de reflexão

Rachel empreende uma busca muito humana «O direito de saber quem é», a procura da sua
própria identidade. As suas recordações da infância, a memória, têm um papel fundamental.

Insatisfação existencial

Rachel sente-se profundamente incomodada com como facto da mesma ser replicante,
visto que na sua na sua natureza própria era incapaz de possuir memória de vida
pessoal única, possuía duas memórias uma memória artificial que não lhe suscita
qualquer "lembrança psicológica" e portanto causando desconforto, e uma segunda
memória que é o que de facto foi vivido, e isso que faz com que ela procure a razão da
sua existência, que é o desejo de um homem natural. Para ela, a memória era quase
que irreal, expresso em imagens fotográficas. Posso afirmar que o mundo Blade Runner
está totalmente imerso em formas de imagens. Continuando, as representações de
memória de cada um de nós, são quase que uma extensão da origem da nossa
personalidade; a questão que me parece ser pertinente a partir da experiência de
Rachel em Blade Runner é o seguinte: até que ponto as memórias pessoais do homem
natural são dele e não representações por si mesmo?
No fundo todos já questionamos a origem de tudo e quem somos, portanto parece que é
plausível afirmar que a mesma já desenvolvia emoções similares a um ser humano.
Rachel tornou-se ainda mais humana graças ao facto de ter envolvido com deckard que
ensina-a socialidade dos afectos, ao fazer o mesmo, Deckard contrapunha à imposição
própria da natureza de replicante de rachel, do destino inscrito pelo seu criador;
permitindo assim dizer que aqui se revela a posição de Ridley Scott em relação a
origem da emoção no homem, que este tem origem na imitação e assimilação das
memorias de acordo com as situações em que os indivíduos se encontram.

Por fim, Ao longo do filme, a própria rachel busca as respostas para encontrar um
sentido na sua vida que até então não tinha sentido; chegando mesmo a ter uma
Insatisfação existencial. Este sentimento de perda associado as memorias e das
recordações levaria a rachel a aproximar do homem na medida que permitia ela ter uma
posse de sentimentos e emoções.
Diferenças entre homens e os replicantes.

Os replicantes ao contrario dos homens possuem um período de vida, eram mais ágeis
e fortes, mas de fracos sentimentos e emoção e no mínimo tão inteligentes quanto os
Engenheiros genéticos que os criaram. Eles eram usados fora da Terra como escravos
em tarefas perigosas da colonização planetária. Os homens possuem sentimentos e
emoções, coisa que os replicantes não possuíam, apenas falsas memórias e instinto
natural.

Os replicantes no fundo são criação do homem, escravos para colonização enquanto o


homem em si é o fruto do «Divino»

Diferença entre os outros nexus 6 e a rachel

As diferenças que se destacam entre a rachel e os seus companheiros replicans os


replicantes são relativamente significativas. Um dos replicantes, rachel, possui uma
singularidade que a distingue dos outros chegando a rachel a «retirar» um dos nexus 6
para salvar deckard.

Á rachel o deckard teve que perguntar mais de 100 perguntas para notar que ela era
replicante, mas nos sujeitos normais situa-se nos 20 perguntas, isto logo no inicio do
filme, o que leva o próprio Tyrell a suspeitar que a rachel tivesse já assimilado as suas
própria emoções, e isso leva a que deckard não a «afaste». Um outro exemplo de que a
rachel já tinha um comportamento diferente é do facto de ela ter lágrimas quando
deckard revela-lhe que as suas memórias eram falsas, ou seja que não são dela e que
ela é um replicante.
Explica por que razão não se dizia que os nexus são
«mortos», mas «retirados»!

Não se diz no filme que os nexus são mortos, porque para os seus criadores esses
mesmos eram apenas criaturas semelhantes a um ser humano. Não possuíam alma,
logo não eram chamados mortos, sendo apenas retirados ou desligados como uma
máquina sem vida inicialmente. Esta frase acaba por ser irónica, é como que os nexus
são usados por um período de tempo depois eram aposentados.

Significado da cena final (roy salva o exterminador e a


pomba solta-se)

Na cena final Roy diz a deckard que estava prestes a cair, com medo, é assim que é
como eu vivia, e ainda acrescenta que já viu coisas que os homens nunca imaginariam,
e que esses momentos serão perdidos no tempo quando ele morrer como as lágrimas
num dia de chuva, é de facto tocante este momento, percebemos que o Roy tinha já um
grau de preocupação muito grande com o facto de ser replicante e de ser perseguido,
incapaz de ter sentimentos tão fortes como homem. Então ele liberta um pombo,
símbolo do desejo de libertar-se do farto da sua «vida» que vive com medo da morte e
Paz que sentia no seu interior depois de anos a viver em medo e ódio.

«Roy solta uma pomba branca - o símbolo do Espírito Santo na religião cristã - que
mergulha em um voo na escuridão da noite.»
Por fim, sem exageros tudo isto acontece porque sem perceber o replicante já
conseguia asimilar emoções humanas ao salvar o exterminador e a criar um discurso
filosofia, porque percebeu que a sua vida iria acabar e que já não podia mudar isso. E
como afirmaram, João e patrícia Lourenço «O homem é homem pela consciência que
tem da sua finitude.»
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

2009/2010
PSICOLOGIA – 12 ºANO
  
Ficha de Trabalho sobre o Filme Nell

TEMA 1 – Antes de mim – TEMA 3 – Eu com os outros

1. OBJECTIVOS:
Identificar factores fundamentais no processo de tornar-se humano.
Compreender o papel do meio ambiente na construção do humano.
Compreender o papel da história pessoal como um contínuo de organização entre factores
internos e externos.
Analisar a riqueza da diversidade humana.
Analisar o papel das relações precoces no tornar-se humano.

2. O PROBLEMA COLOCADO PELO FILME: Qual o papel do meio na construção do ser


humano?

3. O FILME: EUA, 1995; Realizador - Michael Apted ; Roteiro de William Nicholson e Mark
Handley; Elenco: Jodie Foster, Liam Neeson, Natasha Richardson.

BREVE APRESENTAÇÃO
Nell vive na floresta, no estado americano da Carolina do Norte. Lá cresceu, isolada do mundo,
tendo contactado apenas com a sua mãe. Devido a uma paralisia facial a mãe tinha dificuldades
na fala, comunicando com Nell através de um linguajar próprio, incompreensível para os padrões
normais.
Tudo teria se mantido, se Nell não tivesse sido descoberta pelo Dr. Jerome Lovell que se
preocupa com ela e tenta educá-la e protegê-la, respeitando o seu modo de vida. Porém Lovell,
um médico do interior, sente que precisa de ajuda para resolver um problema tão complexo.
Procura, então, o apoio de especialistas. A forma como eles encaram a situação de Nell, tratando-
a de forma desrespeitosa e encarando-a como um caso atípico de “criança selvagem” assusta
Lovell e a própria Nell. O que fazer? Que caminhos seguir? O que deve a justiça decidir quanto ao
futuro de Nell?
O enredo do filme mostra a tentativa de civilizar Nell, por parte do médico e da psicóloga. Na
sinopse do filme, encontra-se a seguinte questão: Mas será certo civilizar uma pessoa “selvagem”,
sem que ela deseje realmente isso?

COMENTÁRIO
Conforme a perspectiva que se tem sobre o que é a cultura, pode-se afirmar que Nell tinha/não
tinha cultura. Daí que o filme nos conduza à questão do que é realmente a cultura e ao nosso
posicionamento etnocêntrico. Todos os personagens do filme, no princípio, consideram Nell uma
selvagem. Nesse sentido, atribuem-lhe a não civilização, um comportamento distinto do deles,
uma falta de sociabilidade; enfim, do ponto de vista deles, Nell não apresentava os vários
requisitos adequados para se viver em sociedade. Porém, se considerarmos, por exemplo, os
rituais que Nell praticava, como a maneira como sepultou sua mãe ou a sua ida ao rio à noite para
se banhar ou mesmo o retorno ao local onde sua irmã tinha sido enterrada, não se pode
considerar que ela não possui cultura. Pelo contrário, mesmo isolada, mantinha a tradição cultural
de seu grupo (sua mãe e sua irmã).
Quando os personagens Lovell e Paula pensam numa classificação para Nell como deficiente
mental, fica claro que a vêem como alguém com um comportamento diferente do que se
considera normal. Entretanto, após uma certa convivência com Nell, tanto o médico quanto à
psicóloga percebem que Nell não apresenta qualquer tipo de deficiência, o que os conduz a uma
visão não etnocêntrica o que se traduz num olhar diferente sobre a própria vida. O filme evidencia
que o conhecimento de outras culturas nos dá uma percepção diferente da nossa própria cultura.
A cena do julgamento, no final do filme, chama à reflexão sobre estes aspectos, posto que Nell
mostra a todos, naquela audiência, a legitimidade e a autenticidade da sua existência, ainda que
em condições diferentes das deles. Ela demonstra todas as suas emoções e posiciona-se
criticamente em relação ao modo de vida deles, mesmo sem falar a mesma língua. A linguagem
apresentada por Nell, é bastante expressiva, já que a adquiriu a partir do contacto com a mãe. É
interessante observar que Nell reproduz as mesmas dificuldades da mãe, embora não sofresse de
paralisia facial. Nesse sentido, podem ser confirmadas as teorias linguísticas que defendem que a
linguagem tem uma base social. Nell adquiriu uma língua a partir do contacto social com uma
única pessoa, que apresentava dificuldades na articulação e reproduziu tais dificuldades.

II

Este filme ilustra muitos dos conteúdos leccionados no programa de Psicologia B, nomeadamente
sobre a importância do meio sociocultural na formação da pessoa e no processo de socialização.
Por isso, apresentar-se-ão algumas questões orientadoras da análise sobre o filme.

A. SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE NELL


Explica,
1. De que modo a construção de Nell se faz no processo de adaptação activa ao meio em
que vive.
2. Como se vai construindo a identidade de Nell.
3. De que modo o filme nos mostra que a nossa história pessoal se constrói através do
cruzamento com as outras histórias (pessoais) num determinado ambiente/contexto.
4. Como se deu a aquisição de traumas, valores e fobias.
5. O processo de socialização de Nell.
6. O comportamento de Nell no hospital.
7. O modo como Nell se relaciona com a irmã gémea.
B. NELL E OS OUTROS
1. Embora tentando protegê-la, a mãe de Nell impediu-a de ter uma vida “normal”. Como
avalias o comportamento da mãe?
2. Encontramos no filme dois mundos em confronto, o selvagem e o civilizado. Identifica e
caracteriza cada um deles.
3. Como trata a sociedade aquele que sai fora do padrão? E porquê?
4. Há diferenças entre o modo como as pessoas que encontram Nell lidam com ela?
Explicita-as.
5. Será eticamente aceitável a atitude dos cientistas? E a dos jornalista?
6. Consideras que Nell é tratada como pessoa? Justifica a tua resposta.
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

NELL
Análise de conteúdos do Filme segundo
conceitos da Psicologia B

Trabalho realizado no ambito da disciplina de


Psicologia B 12ºano. Professor: Luis Firmo

João Ramos
28/12/2009
28/12/2009

R1

NELL

DE QUE MODO A CONSTRUÇÃO DE NELL SE FAZ NO PROCESSO DE


ADAPTAÇÃO ACTIVA AO MEIO EM QUE VIVE ?

Nell adaptou ao meio que a rodeia na medida em que aprende tudo com a
mae e por exemplo até fala de forma como a mae falava, isto porque devido
a paralisia facial a mae tinha dificuldade em falar e ela aprendeu a fazer o
mesmo mas sem ter problemas como a mãe, quer isto dizer que no seu
esperido e essencia ela tinha o reflexo desse mesmo meio que teve que
adaptar e aprender. Pode se dizer que Nell recebeu uma educação
“especial”, ela assimila a sua personalidade condicionado por
factores e aspectos essenciais do meio físico e social em que se
encontrava,com valores simples e afectuosos.
Com base no que aprendi na Pscilogia, o modo como a
construção de Nell se deu no processo da adaptação activa ao
meio, é através da socialização, nesta caso somente com a
figura materna, entao ela aprende tudo com a mãe dai resulta a sua forma
de ver o Mundo e interagir com a natureza de forma única, o que nós leva a

1
28/12/2009

concluir que em parte somos produtos do meio em que vivemos, onde


tivemos que aprender os valares basicos e tudo mais.

Como se vai construindo a identidade de Nell?

De uma certa forma a identidade Nell resulta da sua interação com a mãe e
possivelmente com o «eu» diferente que ela conseguia ver no espelho, que
era sua fonte de amor e paz. Portanto a forma como ela vai se
individualizar é através da consciencia de si propria na
interação/socialização com a mãe, com a natureza simples.

De que modo o filme nos mostra que a nossa história


pessoal se constrói através do cruzamento com as outras
histórias (pessoais) num determinado ambiente/contexto?

O filme mostra que a nossa história pessoal se constrói através da interação


com os outros e num determinado ambiente na medida em que Nell, no
filme, acaba por ser um individuo semelhante a nós mesmos, mas que é
praticamente um «reflexo» da forma como a mãe vivia, ou seja ela sabe
tudo o que sabe como a mãe sabia e unicamente como a mãe porque foi
com ela que interagiu e socializou, ora isto diz-nos que nós mesmos somos
também resultados do meio onde crescemos e que a nossa identidade é
influencida por inúmeros factores como as pessoas, o que de uma certa
forma torna-nos todos diferente.

Como se deu a aquisição de traumas, valores e


fobias?

A aquisição de traumas, valores e fobias da Nell déu-se, como acontece


normalmente, atravez da apredizagem e interiorização do que a mãe lhe
transmitia, por outro lado resulta do isolamento da mesma da sociedade, de

2
28/12/2009

nunca ter conhcedido a «civilização»; isto levou a que fosse traumatico e


assustador o contacto incial com o Dr. Lovell e a Drª paula.

O processo de socialização de Nell.

A socialização da Nell foi muito


limitado, ou seja não teve contacto com
muitos agente socializadores, como por
exemplo escola…

A forma com ela se ergue no meio


onde vive é através da aprendizagem e
interação com a mãe e inicialmente
com a irmã, imitando a sua forma de vida e o comportamento, ela aprendeu
a sobreviver na floresta e desenvolveu a sua propria identidade no fim.

O comportamento de Nell no hospital.

Quando Nell é levado para o hospital, incialmente ela se espanta com as


diferenças do seu meio e fica curiosa curiosidade, mas depois acaba por
ficar assustada e não que entrar porque vê uma pessoa na muma cama o
que possivelmente a lembra da morte da mãe, não sabeno o «porquê» que
ela estava aí leva-a ao panico, agravado pelo facto de haver muitas pessoas,
maquinas por perto que ela desconhecia. Concluindo o compartamento da
Nell advem do simples facto dela ter-se encontrado mergulhado num
desconhecido com valares que não pediu para conhecer.

3
28/12/2009

O modo como Nell se relaciona com a irmã gémea.


Quando vimos a a recordaão que a Nell tem de quando a irmã ainda era
viva, podemos aperceber de uma intimidade e relação de amor com que
elas viviam, mostrando o lado sensivel e pureza do coração que ela
possuiam, eram a companhia uma da
outra daí que o laço afectivo se revela
muito forte e o facto da Nell agir
sempre como se a irmã continuasse
presente mostra como a sua companhia
era construtiva e muito mais, dá um
sentido e felicidade no seu dia-a-dia.
Concluindo o modo como Nell se
relacionava com a irmã gémea é
genuinamente admiravel e belo de uma
forma livre e espontanêa.

4
28/12/2009

Nell E OS OUTROS
R1

Embora tentando protegê-la, a mãe de Nell


impediu-a de ter uma vida “normal”. Como avalias
o comportamento da mãe?

Á primeira vista a forma como Nell se apresenta, sem noção do quão


males existem neste mundo que devemos aperceber, diria ser
repriênsivel o comportamento da mãe ao isolar as suas filhas longe da
sociedade, do mundo civilizado, sem nunca terem oportunidade de
socializar e aprender com a nossa cultura, mas contrário do que
primeiramente podería se pensar, Nell possuia uma cultura, influêncida
somente pelo meio onde se inseria, isso é bom. Pode se constatar este
facto nos rituais que ela praticava e quando ela visita a sepultura da sua
irmã. Mas Eu não sou da opinião de que uma criança deva ser isolado,
por isso deixo uma critica e censura á quem pense o contrario. Sem ter
uma visão simples, também apercebi o facto de que a propria Nell era
feliz e auto-suficiente e isso é bom, mas não sabemos se outras crianças
iriam ser felizes se fossem criados dessa forma, parce-me haver um
«vazio» que nunca havia de ser prienchida; admito que há males em
todas as culturas e sociedades, mas também há ensinamentos que temos
vindo a confinar desde que o homem criou as cidades, e estes
ensinamentos é que nos ajudam a dar um sentido a nossa vida e a
ajudar-nos a ser humanos, podendo adaptar-se ao ambiente de forma
correcta.

5
28/12/2009

ENCONTRAMOS NO FILME DOIS MUNDOS EM


CONFRONTO , O SELVAGEM E O CIVILIZADO . I DENTIFICA
E CARACTERIZA CADA UM DELES .

O filme retrata de facto, dois mundos, uma delas é o civilizado onde vivem
as pessoas normais numa sociedade com regras, preceitos, normas, carros
etc ou seja com uma cultura ampla e complexo em que todos fazem parte,
onde há preocupação e stress e uma consciencia glabal mais correcta sobre
o mundo; Por outro lado temos o mundo selvagem onde a Nell se encontra
inserido, um mundo onde o sentido da vida é a harmonia com a natureza,
onde tudo é puro na essencia da inocencia. Não há normas nem regras, não
há luz nem carro, somente um pequeno numero de individuos(neste caso a
nell e a mão) e por este facto a cultura da nell é simples e pobremente
humano.

Por fim, o facto de haver diferenças tão


grandes entre estes dois mundos, deve-se
ao factos dos elementos não só materias
da cultura, mas ta,bém espirituais; ou seja,
no mundo selvagem quase que nem nos
tornamos humanos devido ao isolamento.

COMO TRATA A SOCIEDADE AQUELE QUE SAI FORA DO


PADRÃO ? E PORQUÊ ?

A tendência na sociedade é primeiramente a descriminação dos que são


«diferentes», até mesmo com os que têm uma cultura que diverge da nossa;
isto deve-se ao facto de haver uma certa intolerância e «não» espaço para
tentar compriender os outros, um exemplo é o caso da Nell; não digo que
ela seja tão humana como nós, talvez não, mas isto não deve ser suficiente
para atribuir-lhe o titulo de «selvagem» e tentar impor a nossa cultura sobre

6
28/12/2009

a propria dela. Alguns queriam ditar intoleravelmente o que era melhor


para Nell, sem sequer procurar compreendê-la ou ouvir a voz dela. Quer
isto dizer que esta discriminação deve-se ao facto de Nell para a ciência ser
uma “pessoa atrasada” , com “uma linguagem anormal”. A questao que
surge a seguir é: Porque não tentar conhecer essência, procurar
compreender o que vêm na alma dos proximos ou aqueles que são
«diferente»?

Concluindo, o que está por tráz da forma como geralmente se trata os que
possuem uma cultura diferente da nossa é o facto do homem não possuir
bom senso e conhcer os limites e as barreiras que existem nas nossas
mentes que nunca deixam que sejamos melhores que os outros, sem negar
por outro lado que há no entanto homens com mentalidade mais «inferior»
por falar; o que é raro, ficando portanto que somos todos iguais no fim de
tudo.

Há diferenças entre o modo como as pessoas que


encontram Nell lidam com ela? Explicita-as.

A forma como as pessoas do mundo civilizado lidam com Nell variam,


destacando entre elas o Dr Lovell que é único que incialmente vê e
apercebe da inocencia e pureza que existia dentro
dela, preocupando-se com ela e impendido que a
Drª Paula Hospitalizasse a mesmo por ser
«diferente», argumentando no tribunal que
ningeum disse que ela queria ser inserido na
nossa sociedade; O drª Paula portanto vê em Nell
uma pessoa «retardada» portanto tratando-a dessa
forma inicialmente, antes de a conhcer na sua essencia, da mesma forma
que o jornalista e os jovens da cidade que se aproveitam da sua incencia

7
28/12/2009

tratando a mesma como «mulher selvagem», portanto revelam uma


intolerância repriensivel.

Será eticamente aceitável a atitude dos cientistas? E a


dos jornalista?

A ética está ligado a esta pergunta: como devo agir perante os outtros?

Portanto a nossa forma de agir deve ser Bom e spcialmente correcta, logo
neste caso a forma como os cientistas colacam um rotolo de «Retardada»
em Nell sem a conhcer devidamente, querendo hospitalizar a mesma, não
parece ser eticamente aceitável já para não falar dos jornalistas que
interferem com a sua vida de uma forma censuravel só para ter uma
«historia fantastica» mas que possivelmente nem conheciam…

Portanto, quero com isto dizer que os cientistas antes de chegarem as


conclusões devem observar e os jornalistas respeitar o direito a privacidade,
isto sim se aproxima do bom senso ou etica e moralmente aceitavel.

Consideras que Nell é tratada como pessoa? Justifica a


tua resposta.

Sim! Pela grande maioria da sociedade, mas todos com a


ideia de que a mesma era «diferente», revelado ao longo
do filme a preocupação glabal com a sua socialização, ou
seja a vontade de a inserir na sociedade, no mundo
civilizado. Portanto, vêem a mesma como pessoa pelo
facto de se pretendia que ela tivesse melhor condição de
vida, como qualquer pessoa merece.

8
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

2009/2010

PSICOLOGIA – 12 ºANO

GUIÃO DE TRABALHO
Tema/problema da cultura científico-tecnológica

Objectivos Gerais

A – No domínio cognitivo

Desenvolver um pensamento autónomo e emancipado que, por integração progressiva e


criteriosa dos saberes parcelares, permita a elaboração de sínteses reflexivas pessoais,
construtivas e abertas.

B – No domínio das atitudes e dos valores

Assumir as posições pessoais, com convicção e tolerância, rompendo com a indiferença.

Assumir o exercício da cidadania, informando-se e participando no debate dos problemas


de interesse público, nacionais e internacionais.

C – No domínio das competências, métodos e instrumentos

Desenvolver actividades de análise e confronto de argumentos.

Confrontar as teses e argumentos de um texto com teses e argumentos alternativos.

Assumir posição pessoal relativamente às teses e aos argumentos em confronto.

TEMA GERAL

A afirmação da capacidade humana de manipulação da Natureza corre o risco de a reduzir,


em todas as suas dimensões, a elementos objectivos sobre os quais age indiferentemente,
sem conhecer outras restrições para além daquelas impostas pelas tecnologias. Deste
modo, o homem modela e organiza a Natureza à sua medida, anulando-lhe a sua
especificidade. A tendência desta via conduz, inevitavelmente, ao sentido de propriedade
sobre a Natureza de que a possibilidade de obtenção de patentes e a comercialização dos
seus produtos manipulados são flagrantes indicadores.

Algumas críticas apontam para um excessivo artificialismo das espécies animais e


vegetais, ou mesmo uma desnaturalização das mesmas, atitudes vistas como agressões à
sua identidade enquanto espécies e potencialmente perigosas em termos ambientais. Entre
os riscos mais frequentes apontados, salientam-se a possibilidade de infecções graves por
parte de microrganismos manipulados e de impactos ecológicos muito negativos
decorrentes da criação e da introdução no ambiente de plantas e de outros organismos
transgénicos.

1
A Bioética (disciplina recente, surgida na década de 70 do século passado1) procura dar
resposta às complexas manifestações do progresso da tecno-ciência, nomeadamente nas
áreas da biologia e da medicina.

Assim, é à Bioética e aos princípios que a fundamentam que a Filosofia poderá ter algo a
dizer, fornecendo os instrumentos críticos e reflexivos imprescindíveis na análise
casuística, tornando-se pertinente comentar o valor da vida humana enquanto um
permanente caminhar do homem para o seu auto conhecimento, atentas as
responsabilidades que lhe assistem no âmbito da sua condição de ser-para-a-vida.

TEMA DO TRABALHO:

- A Clonagem

O trabalho individual deverá apresentar um texto argumentativo sobre a temática em


causa, espelhando a leitura de documentos e apresentando prováveis argumentos a
favor e contra, destacando, ainda, uma tomada de posição pessoal sobre o assunto.

POSSÍVEIS ASPECTOS A ABORDAR:

Até onde se pode ir em nome da ciência? – O Poder e os riscos da tecno-ciência.


A vida como um valor.
A alteração das mentalidades resultantes dos avanços do conhecimento científico.
O valor da vida humana e o cuidado pela vida humana.
A utilização da técnica para o bem da pessoa.
A consciência individual/moral — liberdade e responsabilidade.
A importância da intervenção do Estado.

1
O termo Bioética foi criado por Ralph Van Rensselaer Potter, surgindo inicialmente no artigo «Bioethics,
science of survival» in Perspectives in Biology and Medicine (1970) e logo a seguir no livro Bioethics: Bridge
to the Future (1971) com um sentido claramente ecológico e holístico, exprimindo a preocupação do autor pela
sobrevivência da vida sobre a terra, ameaçada pelos abusos das intervenções técnicas sobre a natureza.
Hoje, podemos definir a Bioética como o estudo interdisciplinar dos problemas resultantes dos progressos
biomédicos e da sua repercussão na sociedade e no seu sistema de valores.
2
EB 2,3/Secundária Dr. Azevedo Neves

Reflexão Pessoal

Trabalho realizado no ambito da disciplina de


Psicologia B 12ºano. Professor: Luis Firmo

João Ramos
01/03/2010
01/03/2010

Introdução
O Meu trabalho expõe uma reflexão pessoal acerca da clonagem, Assim

começo por distinguir dois tipos de clonagem: a clonagem terapêutica –

que é utilizada para fins de investigação biomédica – e a clonagem

reprodutiva – que é utilizada com a finalidade de reproduzir indivíduos

geneticamente idênticos.

A grande maioria dos cientistas pretendem com a clonagem terapêutica

produzir células humanas clonadas que possam ser utilizadas para tratar

algumas doenças como Parkinson, Alzheimer, Síndrome de Down,

Leucemia, Cancro, problemas de fígado e rins, doenças cardíacas,

paralisias, acidentes vasculares cerebrais e a diabetes. Mas seja para

fins reprodutivos ou para fins terapêuticos, na minha opinião, o processo

a utilizar é o mesmo e as implicações éticas e morais humanas estão

presente, submeter os seres humanos à clonagem não é assumir um risco

desconhecido, é prejudica-los conscientemente.

1
01/03/2010

Investigações terapêuticas e Clonagem Reprodutiva


A clonagem para fins de investigação biomédica ou terapêuticas tem por

finalidade produzir embriões clonados para mais tarde serem utilizados

como cura de doenças, por meio de transplantes, sem haver necessidade

de uma pessoa ficar a espera de um dador compatível.

Mas este procedimento, à semelhança da clonagem reprodutiva, também

implica tentativas, e na clonagem terapêutica quando se verifica

anomalias no embrião clonado é de imediato eliminado. Então a questão se

este procedimento é correcto!

Por outro lado a clonagem reprodutiva consiste na produção de indivíduos

idênticos completos geneticamente iguais; Processo que pode ser

observado na natureza com a reprodução assexuada. Mas o que os

cientistas que estão à favor deste tipo e procedimento parecem ignorar é

o facto de que os «clones» não deixam espaço para variabilidade no

ecossistema e que uma mudança no meio pode destruir todos esses

indivíduos já que nenhum possui características que poderiam assegurar a

sua sobrevivência.

2
01/03/2010

Reflexão Pessoal

Não podemos deixar que nos encantem apenas com os possíveis

benefícios da clonagem humana e que nos façam esquecer os riscos. Esta

é uma descoberta que, se for permitido, poderá trazer vantagens mas

que, ao mesmo tempo, põe em risco a Humanidade, a individualidade e

existência. A meu ver não é correcto a clonagem reprodutiva. Todas as

questões em relação a este assunto não devem ser deixado só nas mãos

dos cientistas, das instituições ou dos Estados, mas que deve ser

questionado e debatido por todos nós e pela sociedade e pôr a

possibilidade se está preparados para suportar as questões que os

«Clones» podem trazer. Não podemos ignorar os benefícios que a

clonagem terapêutica traz. Não nos podemos esquecer também de

3
01/03/2010

respeitar a opinião de todos… mas parece-me que com a clonagem

reprodutiva o homem pode estar a ultrapassar uma linha que pode levar

a nossa humanidade à um caminho sem voltas possíveis. Em todas as

questões bioética está presente sobre a clonagem a questao

fundamental da dignidade da pessoa humana e do seu valor

inquestionável, as opinioes são divergentes mas à todos traz implicaçoes

psiquicos e mudanças visiveis

4
Émile Durkheim (1858-1917) -Suicídio
Síntese

1- Suicidio- Todo o caso de morte que resulta directa ou


indirectamente de um acto executado pela propria vitima, conhecendo
o resultado.

2- O individuo Resulta de uma Socialização, e o suicidio sendo um acto


Racional, não é totalmente individual, ma vez que nos seus estudos,
Durkeim acredita ter encontrar uma ligação à sociedade.
2.1-Individuos numa sociedade de fraca interação, desorganizada,
como por exemplo nos bairros tem o factor de risco visto que podem
recorrer ao suicidio como uma solução.
2.2-Individuos que vivem numa sociedade com niveis de interação
elevado, e padrões culturais deslumbrantes, podem sentir inferior e
recorrer ao suicido como uma fuga.

3-Durkeim afirma ainda que em todos nós existem estados psiquicos


sem consciência, que podem estar direccionado para o suicidio, e
portanto a idealizaçao do suicidio é diferente do acto de suicidio em si.
E afirma ainda que existem dois tipos de estados psiquicos suicidas:

R1 PSI 12ºano Suicídio


3.1 Egoista-suicidio de um individuo isolado, sem grupos sociais, e
portanto sem laços sociais que o impeçam
3.2 Altruista- Suicidio de um individuo que pode ter uma forte ligação
à sociedade, mas que pensa na morte como um beneficio para o grupo.

4- As relaçoes precoces no processo de socialização- Adolescente que


pensam no suicidio é diferente do que actua.
Landame, 1981- Afirma: «Ideias suicidas nos adolescente surge de um
luto inevitavel da infância, ao passo que a tentativa de suicidio mostra o
fracasso do processo de socialização acelerada na adolescência»

Relaçoes precoces Na adolescência verifica-se uma mudança na


relaçao com os paes, ligada à mudança das relaçoes com o proprio
corpo, pode conduzir à sentimentos de vazio e depressão- o que sugere
um grande factor de Risco nos adolescentes.

5-Suicidio contexto
5.1 Individual-Personalidade(tudo o que somos)
5.2-Familiar(situação de vida, tendências familiar)
5.3-Social(Cultura e padroes-Socialização)

6- conduta de Adolescente-Factores exteriores de Suicidio

R1 PSI 12ºano Suicídio


6.1-Familiar-«Eu quero morrer porque nao suporta os problemas com
o meu pai»
6.2-Pessoais-«Quero morrer porque a minha namorada deixou-me»
6.3-Social-Ligado as dificuldades de integração, de pressão social ou
situações de vida, por exemplo problemas na escola.

Durkeim-Suicidio não é o mesmo, depende de factores particulares e


cada caso é diferente.
Apelo, renascer, fuga, culpa, mudanças,... e os factores de suicidio nao
Pará por aqui!

Estrutura Social Sistema familiar

Situação social Estrutura da personalidade

Factores que levam ao suicidio

R1 PSI 12ºano Suicídio


Glossário
Área de Wernicke
Compreensão do discurso oral.

Área de Broca
Produção do discurso oral.

Dominância cerebral
A ideia de que um dos hemisférios – o esquerdo – controla e dirige os
processos cognitivos e comportamentais mais complexos, deixando ao
outro um papel menos importante nesses processos.

Função vicariante do cérebro


A capacidade de uma área lesionada ser funcionalmente substituída por
uma área vizinha.

filogénese
Conjunto de transformações biológicas que, ao longo do tempo, tornam
possível que uma espécie surja e se diferencie de outras.

Fenótipo
O fenótipo reflecte o modo como, tendo em conta a influência dos
factores ou agentes ambientais, o potencial genético de um indivíduo se
exprime. O fenótipo é constituído pelas características específicas e
particulares que um indivíduo apresenta.

Genes
Segmentos de ADN que estão armazenados nos cromossomas do núcleo
das células do organismo e que contêm as instruções para o seu
desenvolvimento e funcionamento.
Genótipo
O genótipo é o conjunto de genes que o indivíduo herda, ou seja, o
património genético de um organismo que inclui as instruções para
traços ou características que ainda não se expressaram ou
manifestaram.

Hereditariedade específica
Conjunto de agentes genéticos responsáveis pelas diferenças entre as
espécies. Estabelece diferenças entre as espécies no interior de um
género.

Hereditariedade individual
Conjunto de agentes genéticos responsáveis pelas diferenças
individuais no interior de uma espécie.

Hereditariedade
O conjunto de potencialidades que o indivíduo possui desde o começo da
vida.

Lateralização
Designa a especialização de cada um dos hemisférios cerebrais em
certas funções ou que no cérebro há áreas especializadas em certas
funções.

Meio
O conjunto de elementos que, nos planos fisiológico, sensorial e
sociocultural, influenciam o desenvolvimento do indivíduo.

Neotenia
Processo evolutivo do qual resulta, nos seres humanos, uma capacidade
de aprendizagem que se prolonga por toda a vida. Traduz uma «falta de
acabamento» que prolonga o período de infância e de adolescência e
permite o desenvolvimento adequado das estruturas cerebrais
complexas e o desenvolvimento da inteligência. Exprime também uma
enorme plasticidade e flexibilidade do nosso património genético, que o
torna aberto às influências culturais e ambientais. À letra, neotenia
significa “man- ter a juventude”.

Ontogénese
Conjunto de processos biológicos associados ao desenvolvimento de um
indivíduo de acordo com o seu programa genético.

Padrões culturais
Conjunto de atitudes e de comportamentos colectivamente
estabelecidos, relativamente estáveis, que permitem identificar certos
indivíduos como pertencentes a determinado meio cultural. São a forma
que os elementos culturais assumem no interior de uma determinada
cultura.

Programa genético fechado


Programa constituído por um conjunto de instruções gené- ticas que
controlam de forma muito rígida quase todos os aspectos do
comportamento de um ser, deixando pouco espaço para que as relações
com o meio exerçam a sua influência.

Programa genético aberto


Programa constituído por um conjunto de genes que não determinam de
forma absolutamente rígida características e comportamentos. Dentro
de certos limites, a passagem do genótipo – conjunto de instruções para
o desenvolvimento de um ser no aspecto físico e psicológico – ao
fenótipo as características e comportamentos que exibimos realmente –
é realizada de forma maleável e flexível.

Perspectiva preformista
Perspectiva segundo a qual a passagem do genótipo ao fenótipo se faz
com escassa e pouco relevante intervenção do meio.

Perspectiva epigenética
Perspectiva segundo a qual a passagem do genótipo ao fenótipo se faz
mediante a interacção entre o património genético e as influências
ambientais.

Socialização
A socialização é um processo que, decorrendo no interior de uma dada
cultura sob a influência de diversos agentes socializadores (família,
creches, escola, grupos de pares, meios de comunicação social,
instituições sociais, políticas, religiosas, militares), tem como objectivo
que o indivíduo aprenda e interiorize padrões culturais, competências e
conhecimentos que facilitem a sua integração social, assim como a
construção e o desenvolvimento da sua personalidade própria (da sua
identidade pessoal e social).

Relatividade cultural
A expressão «relatividade cultural» significa que o comportamento
humano não pode ser compreendido e avaliado fora do seu contexto
cultural, isto é, deve ser julgado consoante o meio cultural que o
condiciona e em que se formou. Cada sociedade tem os seus próprios
padrões de cultura (normas, valores, concepções) e esses padrões ou
modelos permitem-nos compreender os comportamentos e as atitudes
dos elementos que a compõem.

Aprendizagem
Uma mudança comportamental e de atitudes relativamente permanente
que deriva da experiência e da prática e não da maturação ou de
transformações físicas e fisiológicas.

A aprendizagem por condicionamento operante


A aprendizagem por condicionamento operante consiste em associar um
comportamento às suas consequências e efeitos. O condicionamento
operante é uma forma de aprendizagem em que um dado comportamento
de carácter activo (operante no meio) é reforçado ou enfraquecido
tendo em conta as suas consequências: conforme as consequências da
acção assim esta tenderá a aumentar ou a diminuir (ou a extinguir-se)
no futuro.

Aprendizagem observacional
Forma muito frequente de aprendizagem que ocorre quando o
comportamento de um indivíduo é influenciado ou condicionado pelo
comportamento de outros indivíduos denominados modelos. Designa-se
aprendizagem

Aquisição ou codificação
É a primeira fase do processo de formação de novas memórias; nova
informação é introduzida, umas vezes automaticamente e outras
mediante repetição ou elaboração na memória.
Armazenamento ou retenção
É o processo mediante o qual mantemos na memória a in- formação que
foi adquirida. A simples repetição da informação não é a forma mais
eficaz de reter ou armazenar a informação.

Cognição
Termo que designa os actos, processos e mecanismos envolvidos no
processo de conhecimento, assim como o resultado da conjugação
desses elementos. Adquirimos, tratamos e processamos informações,
daí resultando conhecimentos que nos ajudam a resolver os problemas
que a adaptação ao meio exige. O que conhecemos, como conhecemos,
como usamos o que conhecemos, como comunicamos o que conhecemos
aos outros são alguns dos temas que interessam aos estudiosos dos
processos cognitivos.

Constância quanto à dimensão ou tamanho


O reconhecimento de que um objecto continua ser o mesmo ou a ter a
mesma dimensão independentemente de a sua imagem na retina mudar.

Estímulo não condicionado


Estímulo que produz uma determinada resposta sem necessidade de
aprendizagem prévia ou de processo associativo.

Estímulo condicionado
Estímulo neutro que, repetidas vezes associado a um estímulo
incondicionado, provoca uma resposta semelhante à deste, mas que
resulta de uma aprendizagem. O estímulo condicionado é um estímulo
neutro que deixou de o ser.

Habituação e hábito
Quando desenvolvemos um hábito, aumenta a tendência para o cumprir
(pensemos no hábito de fumar). A habituação, pelo contrário,
corresponde a uma diminuição da tendência para responder a um certo
estímulo (quando se fumava em todo o lado, muitos não fumadores
desenvolveram a tendência para ignorar o cheiro do tabaco).

Interferência
Fenómeno que actua quando certos conteúdos mnésicos perturbam e
impedem a reactualização da informação que procuramos.

Interferência pró-activa
Algo que aprendemos antes perturba a reactualização de algo que
aprendemos depois.
Passado --» Presente.

Interferência retroactiva
Algo que aprendemos recentemente perturba a recuperação de algo que
aprendemos antes. Passado «--Presente.

Inteligência
Capacidade que, mediante diversas competências, nos permite uma
adaptação bem sucedida ao meio.

Inteligência conceptual
Capacidade de resolver problemas mediante conceitos e símbolos
abstractos. A inteligência conceptual, uma vez que os conceitos se
exprimem através de palavras, é dita inteligência verbal. A inteligência
conceptual também está envolvida na resolução de problemas práticos.

Inteligência prática
Capacidade de resolver problemas mediante actos motores, criação e
adaptação de instrumentos.
Inteligência componencial
A capacidade de pensar analítica e abstractamente e de processar
informação de modo eficaz.

Inteligência experiencial
A capacidade de formular novas ideias, de combinar com rapidez factos
e informações aparentemente sem relação.

Inteligência contextual
A capacidade de adaptação a um meio cujas condições ambientais
sofrem mudanças e a capacidade de remodelar o meio de acordo com os
nossos interesses de modo a maximizar os nossos trunfos adaptativos e
a minimizar as nossas fraquezas.

Lei do efeito
Formulada por Thorndike, enuncia que um comportamento seguido por
consequências satisfatórias se torna mais provável do que um
comportamento cujas consequências são insatisfatórias ou pouco
satisfatórias.

Memória
A memória é o processo dinâmico que consiste na codificação,
armazenamento e recuperação de conteúdos mnésicos ou de
informação.

Memória a curto prazo


Sistema temporário de armazenamento que conserva a informação
durante o tempo que é utilizada. Actualmente, os estudiosos preferem o
termo «memória de trabalho»
(working memory)

Memória a longo prazo


Tipo de memória relativamente permanente na qual a informação é
armazenada para posterior utilização. Segundo os estudiosos, tem a
capacidade de armazenar enormes quantidades de informação durante
longos períodos de tempo.

Memória procedimental
Forma de memória a longo prazo especializada em actos motores.
Memória declarativa
Forma de memória a longo prazo que contém informações sobre factos
gerais, acontecimentos pessoais, ideias, teorias e conceitos.

Memórias episódica e semântica


Formas de memória a longo prazo especializadas no armazenamento de
episódios pessoais que cada um vive e em conhecimentos e factos que
não têm conteúdo auto-biográfico.

O condicionamento clássico
Forma de aprendizagem em que um estímulo neutro, ao ser
sucessivamente emparelhado com um estímulo incondicionado, acaba, ao
fim de algum tempo e em virtude deste condicionamento, por provocar o
mesmo tipo de resposta que o estímulo com o qual foi emparelhado.
Torna-se assim um estímulo que, por si só, provoca uma resposta
condicionada, similar à desencadeada pelo estímulo incondicionado ou
natural.

Percepção
Processo mediante o qual a informação sensorial é activamente
organizada e interpretada pelo cérebro.
Pensamento convergente
Tipo de pensamento em que a resolução de problemas consiste em
encontrar uma solução única de entre várias alternativas.

Pensamento divergente
Tipo de pensamento que envolve a criação de diferentes soluções para
um mesmo problema ou em que o conteúdo da solução consiste em
dispor numa ordem nova um conjunto de elementos.

Reactualização ou recuperação
Recuperação da informação (adquirida e armazenada) de acordo com o
modo como a codificámos e armazenámos. Ao reactualizar,
reconstruímos os dados mnésicos, pelo que não se trata de um
«playback».

Resposta não condicionada ou incondicionada


Resposta suscitada por um estímulo incondicionado, sem aprendizagem
prévia.

Resposta condicionada
Resposta suscitada por um estímulo condicionado, isto é, por um
estímulo que produz um efeito semelhante ao do estímulo
incondicionado em virtude de ter sido várias vezes emparelhado com
este.

Reforço
Processo que se verifica quando a consequência de uma resposta
aumenta a tendência do organismo para a repetir. O reforço é o
princípio fundamental do condicionamento operante (este é, por
definição, a forma de controlar a frequência de um comportamento
mediante o reforço). O reforço, quer positivo quer negativo, é sempre
uma consequência que fortalece (reforça) uma tendência
comportamental.

Reforço positivo
Consequência de uma acção que lhe acrescenta algo agradável; situação
em que um comportamento tem como resultado a adição de um estímulo
agradável que aumenta a probabilidade de repetição da resposta.

Reforço negativo
Consequência de uma acção que remove ou nega algo desagradável;
situação em que um comportamento tem como resultado a remoção ou
extinção de um estímulo desagradável, aumentando assim a
probabilidade de repetição da acção em condições similares.

Sensação e percepção
A sensação é a recepção de informações sensoriais. A percepção é a
interpretação, organização e descodificação dos dados sensíveis. A
sensação é receptiva. A percepção é um processo mental activo, embora
dependa da sensação – admitindo que a percepção extra-sensorial é um
mito.

Teoria triárquica da inteligência


Uma teoria da inteligência proposta por Sternberg e que caracteriza a
inteligência como uma capacidade composta por habilidades analítico
abstractas, práticas e criativas que nos ajudam a resolver diversos
problemas.

Atitudes
Crenças e sentimentos que nos predispõem a agir de uma forma positiva
ou negativa em relação a pessoas, objectos e situações. Tal
predisposição para responder de modo favorável ou desfavorável
resulta da aprendizagem e é relativamente persistente. As atitudes são
avaliações (juízos de valor) aprendidas e relativamente estáveis, de
sinal positivo ou negativo, a respeito de algo ou de alguém.

A competição
Actividade ou conjunto de actividades dirigidas para a realização de um
objectivo às custas dos interesses e desejos de um indivíduo ou de um
grupo.

Conformismo
Mudança de atitude ou de comportamento em que, publicamente ou por
vezes em privado, cedemos à pressão para pensar e agir como os outros.
A coesão do grupo a que pertencemos ou a que queremos pertencer
pode aumentar o índice de conformismo.

Cooperação
Acção conjunta de indivíduos e grupos mobilizada por interesses
convergentes e que, em geral, acontece quando os recursos disponíveis
são suficientes para satisfazer ambas as partes.

Cognição social
O estudo do modo como percepcionamos o nosso mundo social enquanto
actores e espectadores e da forma como interpretamos o nosso
comportamento e o dos outros, de como agimos em sociedade, formando
e mudando atitudes e comportamentos.
Dissonância cognitiva
Estado psicológico relativamente desagradável que pode viver-se
quando toma- mos consciência da discrepância entre as nossas atitudes
ou entre as nossas atitudes e o nosso comportamento.

Estereótipos
Conjunto de crenças e de opiniões segundo as quais certos indivíduos
possuem determinadas características simplesmente por pertencerem a
um determinado grupo.

Estatuto
A posição que o indivíduo ocupa na hierarquia social. Essa posição
permite legitimamente esperar dos outros determinados
comportamentos. Implica um conjunto de privilégios e de direitos.

Experiências etológicas
Experiências que visam compreender o comportamento de animais não
humanos. Desenrolam-se sobretudo em contexto ecológico, o que não é
o caso da de Harlow.

Efeito de ordem ou de primazia


A tendência para dar mais importância às primeiras informações sobre
uma pessoa do que a informações posteriores quando formamos dela
uma impressão global. Corresponde à durabilidade ou persistência das
primeiras impressões.

Formação de impressões
Processo de formação de uma opinião acerca de outra pessoa.
Grupo
Conjunto estruturado de indivíduos entre os quais existe interacção
estável, percepção de si próprios como parte do grupo,
interdependência, diferenciação de funções (um sistema explícito ou
implícito de papéis e de estatutos) e cooperação em vista de objectivos
comuns.

Hospitalismo
Separação prolongada ou total.

Influência social
A capacidade de uma pessoa ou grupo mudar as atitudes e
comportamentos de outras.

Obediência
Mudança comportamental em resposta a ordens e instruções que
emanam de alguém cuja autoridade é reconhecida ou se impõe. Contudo,
várias vezes se verificam comportamentos obedientes sem que a pessoa
que consideramos autoridade tenha poder para reforçar as ordens que
dá.

Perspectiva ecológica do desenvolvimento


Concepção segundo a qual o desenvolvimento é inseparável dos
contextos ambientais em que tem lugar, não podendo nenhum aspecto
do desenvolvimento ser compreendido se o isolarmos da relação com
outros.
Psicologia social
A área da psicologia que estuda como pensamos e nos comportamos em
situações sociais tem o nome de psicologia social. Divide-se em duas
subáreas que são a cognição social e a influência social.

Preconceito
Phillip Zimbardo definiu preconceito como uma atitude aprendida em
relação a um dado objecto social, envolvendo factores emocionais
negativos (desprezo, ódio, medo) e crenças de sinal negativo
(estereótipos negativos) que pretendem justificar essa atitude.

Percepção social
A avaliação das qualidades dos indivíduos mediante a formação de
impressões e as expectativas que temos em relação às suas atitudes e
comportamentos.

Profecia auto-realizada ou auto-realização


das profecias
Fenómeno que se caracteriza pelo facto de as nossas expectativas
induzirem nos outros comportamentos que as confirmam. As pessoas
tendem a responder positivamente quando as expectativas que temos
sobre o seu comportamento são positivas e a responder negativamente
quando as expectativas que temos sobre o seu comportamento são
negativas.

Papel
A conduta que é legítimo esperar de uma pessoa em dada situação social
em virtude da posição que ocupa. Implica um conjunto de
responsabilidades e deveres. Define-se mais em relação ao grupo a que
o indivíduo pertence do que à sociedade no seu todo

Resiliência
A capacidade que cada indivíduo tem de se auto restabelecer, de
resistir às adversidades, de procurar ajuda e não se entregar a
situações que o fragilizam e deixam vulnerável.

Vinculação ou apego
Forte laço emocional que progressivamente se desenvolve entre o bebé
e a pessoa que satisfaz várias das suas necessidades (sobretudo
afectivas). Esta ligação é recíproca e, mais do que da proximidade
física, depende da interacção que se processa. O primeiro vínculo
afectivo é crucial para um desenvolvimento saudável porque funciona,
em certa medida, como um protótipo para todas as relações futuras.

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