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Para Geertz não crer em critérios universais seria ver-se acusado pelos anti-
relativistas de descrer na existência de um mundo físico, de não ter qualquer
posição política ou de ver em Hitler apenas um cara com gostos não
convencionais. Os anti-relativistas seriam partidários da idéia de que quem
não concorda com uma opinião defende o ponto de vista contrário, ou seja,
“se você não acredita no meu Deus deve acreditar no meu demônio”. Geertz
argumenta que as acusações anti-relativistas são falsas e não procedem.
Para Geertz a antropologia tem algo de fictícia, sem ser exclusivamente uma
arte literária. Pois, ela se constrói via as interpretações dos antropólogos sobre
as interpretações dos nativos. Devido a isto a necessidade de uma
hermenêutica, pois não há uma neutralidade possível ou um objeto cujas leis
devam ser decifradas.
A análise não deve ser elaborada como uma ciência experimental em busca de
leis, mas como uma ciência interpretativa em busca de significados. Para se
compreender esta análise antropológica deve-se compreender o que os
antropólogos fazem: a etnografia. Praticar etnografia é estabelecer relações,
selecionar informantes, transcrever textos, levantar genealogias, mapear
campos, manter um diário, dentre outras atividades. Estas atividades requerem
um esforço intelectual específico que consiste na descrição densa.
Tal compreensão deve buscar sempre o ponto de vista dos nativos sobre suas
experiências. O antropólogo deve captar conceitos que para outras pessoas são
de experiência-próxima, ou seja seus conceitos sob seu ponto de vista, e fazê-
lo de forma tão eficaz que nos permita estabelecer uma conexão esclarecedora
com os conceitos de experiência-distante, ou seja, aqueles criados por teorias
sociais para captar os elementos mais gerais da vida social.
bibliografia: