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Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Faculdade de História, Direito e Serviço Social

Discente: Alessandra Beber Castilho


Docente: Prof. Dr. Samuel Alves Soares
Disciplina: Teoria das Relações Internacionais I
Curso: 2º ano de Relações Internacionais – vespertino.

RESUMO CRÍTICO:
HALLIDAY, Fred. “Repensando as Relações Internacionais”. Porto Alegre: Editora
UFRGS, 1999. Capítulo 2: Um encontro necessário: o materialismo histórico e as Relações
Internacionais, p. 61 -86.

Biografia:
Fred Halliday (Dublin, Irlanda, 1946) é professor emérito de Relações Internacionais da
London School of Economics1, e atualmente professor no IBEI – Institut Barcelona d’Estudis
Internacionals2. É especialista em Oriente Médio, mais especificamente o Irã, e também em
questões de desenvolvimento, gênero e teoria das Relações Internacionais.3

Resumo:
No capítulo 2 de seu livro “Repensando as Relações Internacionais”, Fred Halliday discorre
sobre a importância da necessidade de uma análise materialista histórica das Relações
Internacionais, e dá ênfase ao debate sobre o marxismo poder ou não ser uma teoria das
Relações Internacionais. Para Halliday, o materialismo histórico seria a maior contribuição
para o entendimento das Relações Internacionais dada pelo marxismo, porém este “ainda não
desenvolveu o enfoque teórico necessário para oferecer uma contribuição abrangente para as
relações internacionais” (Halliday 1999, p. 63), ao mesmo tempo em que considera o
1
http://www2.lse.ac.uk/researchAndExpertise/Experts/f.halliday@lse.ac.uk acessado em
29.09.09, às 12h00min.
2
http://www.opendemocracy.net/author/Fred_Halliday.jsp acessado em 29.09.09 ás
12h15min
3
http://www.wook.pt/authors/detail/id/48018; http://www.tni.org/detail_page.phtml?
page=fellows_halliday acessados em 29.09.09, 12h15min
1
materialismo histórico “a tentativa mais consistente de fornecer uma teoria abrangente da
sociedade elaborada no século passado” (Halliday 1999, p. 69).
Fred Halliday menciona quatro termos gerais que podem ser referidos a uma análise
materialista histórica das Relações Internacionais: a determinação “material” ou por fatores
socioeconômicos, a determinação histórica, a centralidade de classes e o próprio conceito de
“revolução”. O primeiro diz respeito à própria determinação estrutural de uma sociedade, as
relações de produção que regem esta sociedade. Isto não significa analisar tudo por um prisma
apenas socioeconômico, mas sim que uma estrutura como por exemplo a capitalista, a fim de
assegurar a própria sobrevivência, utiliza-se de meios políticos, legais e culturais. Halliday
mostra assim que o Estado na concepção de Marx e Engels não é algo abstrato e existente per
se, mas sim uma construção social baseada em relações sociais de poder. Soberania então é a
soberania de determinadas forças e a segurança, segurança de determinados grupos
específicos, não do Estado em si.
O segundo tema diz respeito a história: para se compreender um sistema, deve-se pesquisar
suas origens e seus condicionantes. Com isto pode-se dizer que Halliday faz uma crítica a
própria teoria Realista das RI, que considera os eventos históricos ainda que diferentes, iguais
em sua essência, devido à natureza humana e a imutabilidade da mesma. O contexto histórico
contradiz a ideia de que certas coisas sejam naturais e imutaveis, e leva a crer na própria
possibilidade de mudança, ruptura ou alternativas.
O terceiro tema seria a luta de classes, que age no plano interno e externo. Uma ocorre dentro
do plano socioeconômico, entre a burguesia e o proletariado, e outra ocorre no plano
internacional, entre as classes dominantes que detêm o poder, e por conseguinte o aparato
Estatal. Elas fazem alianças e lutam entre si quando conveniente para seus interesses para
preservarem suas posições. “Toda história das relações internacionais tem na luta de classes
um de seus componentes fundamentais e decisivos” (Halliday 1999, p. 77) .
O quarto conceito seria a própria revolução, a dialética. Halliday trata mais do conflito que da
revolução em si, colocando o conflito como algo inevitável devido às circunstâncias desiguais
na própria esfera internacional. Para o autor, portanto, a preocupação central das relações
internacionais não seria a segurança, mas sim o conflito, na forma de guerra ou revolução
entre grupos distintos e opostos que lutam entre si seja para manter o status quo, seja para
mudar a conjuntura do sistema. O que é interpretado como um dilema de segurança pode ser
considerado uma contenção e manutenção do sistema socioeconômico capitalista e as
revoluções sociais que se opõem a ele.
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Contudo, Halliday também faz críticas à abordagem marxista, ou melhor, ao modo como ela é
feita. A tendência ao reducionismo de certos pensadores marxistas é algo com o qual o autor
se preocupa, visto que essa visão mais “ortodoxa” do marxismo não conseguiu explicar a
durabilidade e a capacidade de contenção de duas políticas marcantes do século XX: a
democracia capitalista e o espírito nacionalista.
Neste sentido, a abordagem mais ampla de Halliday, dando uma abertura maior ao que seria o
materialismo histórico e essa crítica à ortodoxia mostra como esta acabou levando à uma
interpretação rasa do marxismo, e por vezes dando munição para seus críticos. O autor tem a
consciencia de que a revolução não é algo que está batendo à porta, e que o século XX
mostrou a capacidade de mutabilidade do capitalismo mas sim que os conceitos explicitados
podem e muito explicar certos objetos das Relações Internacionais que o alcance Realista ou
Liberal não enxergam, talvez principalmente por terem sido desenvolvidos em sua maioria
pelos norte-americanos e ingleses no século XX, durante o clímax da Guerra Fria. Mostra que
o sistema Capitalista está intrínseco à análise política e a formulação da política externa dos
Estados – um exemplo talvez clichê pode ser a própria invasão americana ao Iraque em 2003,
onde interesses econômicos mesclam-se com interesses geopolíticos e há a subjugação de um
Estado em relação ao outro, numa hierarquização e no próprio alcance do Imperialismo. A
própria análise histórica dentro das Relações Internacionais ganha uma enorme relevância e
com ela estes fenômenos podem ser explicados e entendidos.
A capacidade de ruptura e de mudança e da construção de novos tipos de relações sociais e
internacionais (ou poderia aqui dizer intersociais?) e a possibilidade de uma emancipação do
homem é um bom contraste em relação à natureza humana egoísta e imutável de Hobbes,
Maquiavel ou Kant. Seria esta natureza constituída deste modo principalmente devido às
relações de produção, ao sistema socioeconômico que hoje regem todas as relações? Com a
questão da emancipação pode-se dizer que sim, a natureza humana pode ser transformada,
romper com esta natureza antiga e encontrar uma nova.
Por último, o marxismo nos permitiria fazer as perguntas: este Sistema Internacional é o
sistema de quem? A política Internacional busca uma ordem para quem? E nos permite fazer
reflexões horizontais sobre tais questões, mostrando-se não apenas preocupados com as
Relações Internacionais com R e I maiúsculos, mas com as relações internacionais com r e i
minúsculos, que são praticadas dia-a-dia, por atores que buscam esta emancipação, romper
com a ordem vigente, uma relação mais igualitária, como indivíduos e movimentos sociais.

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