Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Pedro do Coutto
Para vencer a pobreza, uma vergonha para o Brasil e para o mundo que
aprisiona bilhões de seres humanos já no terceiro milênio, é indispensável que
ela transponha dois abismos estratégicos: implantar um regime de pleno emprego
e um sistema que assegure aos salários reajustes anuais que possam derrotar pelo
menos a inflação do IBGE e também registrada pela Fundação Getúlio Vargas.
Nada fácil tal tarefa. Pois inclui o enfrentamento com as classes conservadoras e
a superação do intoxicante pensamento conservador que tolhe o progresso social
em nosso país (exemplificado pela FIESP, por exemplo).
O país deseja mensagens construtivas. Por isso, sustento que Rousseff foi
ao encontro da população não dramatizando com a espada do caos, porém
acenando com um apelo de união e de esforço conjunto para ganhar a planície
das realizações.
Nada de demissões nos campos produtivos, mas – isso sim – contratações para que
o mercado de trabalho, e regime de pleno emprego, possa contribuir de forma
decisiva para o ritmo do progresso. Pois ninguém se iluda: só o desenvolvimento
com maior produção de bens pode levar à redistribuição de renda capaz de
derrotar a pobreza. Acrescentar poder aquisitivo sem oferta crescente de bens,
francamente, é impossível. O desafio é este e não outro.