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MARIANA MASCARENHAS

A SITUAÇÃO JURÍDICA DO IDOSO ATRAVÉS DA


CIDADANIA: UTOPIA X REALIDADE

UNIVERSIDADDE CATOLICA DOM BOSCO-UCDB


CAMPO GRANDE-MS
Curso de Direito
2009
MARIANA MASCARENHAS

A SITUAÇÃO JURÍDICA DO IDOSO ATRAVÉS DA


CIDADANIA: UTOPIA X REALIDADE

Monografia apresentada como exigência para


obtenção do título de Bacharel em Direito pela
Universidade Católica Dom Bosco – UCDB sob
a orientação do Prof. Ricardo Souza Pereira

CAMPO GRANDE - MS
2009
BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________
Professor Orientador Ricardo Souza Pereira

_________________________________________________
Professor(a) Examidor(a)

_________________________________________________
Professor(a) Examidor(a)
AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, por ter me dado força e determinação


nesses cinco anos de árdua caminhada.
A minha mãe, minha amiga, confidente, meu espelho de mulher, minha base, meu
alicerce que por todos esses anos esteve ali comigo firme, me apoiando nos momentos de
dificuldade pelos quais me deparei, minha companheira de todas as horas, dos momentos
bons e ruins pelos quais vivemos, porém sempre unidas juntando forças para enfrentá-los.
Ao meu pai, por ter me proporcionado realizar esse sonho, por enfrentar todas as
dificuldades para concretização dessa jornada, por ter me ensinado a ser uma pessoa que
independente dos obstáculos postos em minha frente, o que deve prevalecer é o bom caráter e
a honestidade. Por ser essa pessoa humilde, batalhadora, vencedora, um espelho de ser
humano em minha vida.
A minha avó Zélia, por ter colaborado com a concretização desse sonho, por me
apoiar sempre nas decisões difíceis, por estar ao meu lado sempre que preciso, por ser um ser
humano inigualável, que não mede esforços para nos ajudar, abrindo mão de várias coisas em
favor de nós, netos e filhos.
A minha Irmã, minha melhor amiga, minha fiel confidente, que também sempre
esteve ao meu lado, minha parceira pra vida toda, unidas muito além da amizade, unidas pelo
sangue. A minha Tia Adriana, pela amizade, companheirismo, carinho, por ser um exemplo
de mulher guerreira em minha vida, por ser pra mim além do que Tia, mas uma grande amiga.
A minha sogra, Tia Inez, que pra mim significa muito, agradeço pelo seu carinho,
sua amizade, por me tratar como uma filha e possibilitar que a tenha como mãe.
E ao João, meu amor, minha vida, meu companheiro e amigo, por me ensinar os
primeiros passos nessa profissão, por estar ao meu lado em todos nos momentos de angústia e
dificuldade que venho me deparando e por ser essa pessoa maravilhosa, de coração puro,
alegre e leal a mim, obrigada, te amo.
Ao Ricardo, meu orientador, por me ajudar a concretizar esse trabalho com presteza,
dedicação e apoio, muito obrigada.
“Ao longo da História, foi a inacção daqueles que
podiam ter actuado, a indiferença daqueles que
mais consciência tinham, o silêncio da voz da
justiça quando mais necessária era que tornaram
possível o triunfo do mal.”

Haile Selassie (1892-1975, imperador etíope)


RESUMO

O presente trabalho possui o objetivo de demonstrar como o idoso de atualmente leva a vida
com dignidade, ou em busca dela. Para garantir aos idosos sua integração na sociedade, que
nada mais é do que uma questão de justiça, pois envelhecer é um processo natural que todos
irão passar um dia, se chegarem até lá, em 1º de Outubro de 2003, através da Lei nº. 10.741,
foi sancionado pelo Presidente da República o Estatuto do Idoso, com fim de que seja
garantido a todos os idosos deste país, uma Terceira Idade (assim também conhecida) digna
de quem merece respeito e dignidade, num país com muitas desigualdades e preconceitos.O
Brasil, país que por décadas foi considerado um país de jovens, aos poucos vai enxergando
uma verdade mais madura à sua frente. A estimativa do IBGE é que em 2020 o país terá uma
população, com mais de 60 anos, de cerca de 30 milhões de pessoas. Isso, lógico, graças à
saúde que o brasileiro leva, com avanços significativos na medicina e com a melhoria das
qualidades de vida da população em geral. O que falta mesmo para os idosos, é somente a
questão do RESPEITO! E isso é que o Estatuto do Idoso está tentando resgatar. Necessário
enfatizar que foi preciso a instituição de uma Lei para que os idosos deixem de ser vítimas da
negligência, discriminação, exploração e violência. Isso significa que os valores de educação
e caráter de cada um, agora será fiscalizado por uma Lei, através do governo, sendo que
respeito aos mais velhos é uma obrigação de todos os cidadãos. Só se acredita que quando os
jovens de hoje chegarem até essa fase da maturidade, que tenham evoluído a tal ponto de não
precisarem de Lei para que lhes sejam garantido uma vida digna.

PALAVRAS-CHAVE: Estatuto do Idoso. Lei 10741 de 2003. Ações afirmativas. Políticas


públicas. Terceira idade.
SUMÁRIO

RESUMO
AGRADECIMENTOS
INTRODUÇÃO................................................................................................................

1- HISTÓRICO DOS DIREITOS DOS IDOSOS.........................................................


1.1 SOCIEDADE X IDOSO........................................................................................
1.2 IDOSO NA SOCIEDADE ROMANA ANTIGA
1.3 IDOSO NA SOCIEDADE MODERNA .............................................................

2 DA PROTEÇAO CONSTITUCIONAL AO IDOSO................................................


2.1 DOS DIREITOS E GARATIAS FUNDAMENTAIS...........................................
2.2 DA FAMÍLIA........................................................................................................
2.3 DA SAÚDE...........................................................................................................
2.4 DA PREVIDÊNCIA SOCIAL..............................................................................

3 DO ESTATUTO DO IDOSO.......................................................................................
3.1 PRINCIPAIS GARANTIAS E MELHORIAS AO ESTATUTO DO IDOSO.....
3.2 DA PROTEÇAO JUDICIAL AOS IDOSOS........................................................
3.2.1 Das Inovações trazidas pelo Estatuto do Idoso.................................
3.3 CIDADANIA: UTOPIA X REALIDADE

CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................

REFERÊNCIAS...............................................................................................................
INTRODUÇÃO

O trabalho a ser apresentado é em virtude da Conclusão do Curso de Direito da


Universidade Católica Dom Bosco, e com o objetivo de expor a todos a visão que se tem hoje do
envelhecimento, de como isso é visto diante dos olhos da sociedade do mundo em que vivem.

Envelhecer significa um processo natural pelo qual todos irão passar, o que se
preocupa atualmente é de como são as condições que essas pessoas passam por estarem nesse
estágio da vida. A busca pela cidadania, pelos direitos que todas as outras pessoas possuem se
não são idosos, e o mais importante, a busca pelo RESPEITO do próximo.

Com esse trabalho, pretende-se mostrar que com a chegada da maturidade às


pessoas, é também a chegada de novas experiências, novos aprendizados, e o essencial é que a
sociedade deve com isso gerar oportunidades iguais para essa classe de maduros.

O tema do trabalho, para melhor explanação, foi dividido em quatro capítulos. O


primeiro capítulo traz o histórico dos Direitos do Idoso, demonstrando como era antigamente,
como o idoso era protegido, suas normas e alguns comentários, também traz a Sociedade X
Idoso, onde se mostra o desprezo da sociedade para com os idosos, a falta de respeito com a
classe mais velha.

Um dos pontos mais significativos do trabalho está elencado no capítulo terceiro, que
trata do Estatuto do Idoso, com a Lei n. 10.741, de 1º de Outubro de 2003, que veio a melhorar
com essa norma, o que mudou na vida dos idosos no Brasil após essa legislação ser sancionada
pelo Presidente da República, suas garantias fundamentais, que também são amparadas na
Constituição Federal de 1988, e para fechar esse capítulo, o acesso a Justiça dessa classe
discriminada, seus amparos encontrados no Ministério Público.

Numa segunda etapa de desenvolvimento deste trabalho, analisar-se-á a Proteção


Constitucional aos Idosos, seus direitos e garantias fundamentais consagrados na Carta Magna,
bem como a importância da família nos cuidados referentes aos seus idosos, a obrigação que
também tem o Estado no amparo à classe da terceira idade juntamente com a família, e também
será abordado a saúde e a previdência privada.

N’outro momento volta-se ao tema inicial deste trabalho, Cidadania: Utopia X


Realidade, trazendo soluções a esse aspecto fundamental, a aceitação do idoso perante a
sociedade, a sua integralização no meio social através de recreações e etc.

Importante ressaltar que as dificuldades enfrentadas devido o processo natural do


envelhecimento da população têm-lhes gerado inúmeros obstáculos, mas nada é mais justo do
que garantir ao idoso a sua integração na comunidade. Com o processo de envelhecimento cada
vez mais precoce, algumas mudanças tem gerado influências para esta classe dos mais velhos.
Uma delas é o consumismo extremo, outra as pensões, e juntamente com elas os impostos, sem
contar o aumento de gastos com saúde e assistência social. Envelhecer nada mais é do que uma
fase natural da vida, e claro, inevitável, porém, visto perante os “ignorantes” como se fosse uma
doença. Sendo assim, não deve ser tratado única e exclusivamente com soluções médicas, mas
principalmente por intervenções sociais, econômicas e ambientais.

Infelizmente o preconceito contra o idoso está presente nessa sociedade e, com


freqüência, é manifestado pela falta de sensibilidade e de solidariedade do próximo, numa atitude
em que torna depreciativo o destino inevitável de todos: o de testemunhas do tempo.

No Oriente envelhecimento tem outro significado, nada mais é do que sabedoria,


experiência de vida. Já no ocidente a palavra envelhecer trás o significado de “velho”, antiquado,
obsoleto. Somente daí já pode-se perceber a diferença de tratamento com os idosos, de como eles
são vistos no Oriente e Ocidente, diferença que envolve nada mais do que respeito com os
titulares da terceira idade.
Os inúmeros artigos trazidos pelo Estatuto do Idoso foram uma espécie proteção
legal de garantias que a sociedade estava em débito aos seus idosos. Agora eles irão poder
usufruir de ampla proteção jurídica ao se depararem com os abusos e preconceitos por eles
enfrentados, não irão mais precisar de favores nem de passar por diversas humilhações.
Basicamente agora podem viver suas vidas civilizadamente perante a sociedade com dignidade.
Mas para que tudo isso se concretize, é necessário que esta ferramenta que se tem de cidadania
seja aderido por toda sociedade, pois só assim as inovações que trás o Estatuto irão transformar-
se de fato, em direitos na vida dos nossos idosos.

O objetivo maior dentro deste trabalho além de frisar o desrespeito sofrido pelos
idosos é também de alertar para seus direitos, suas proteções, que são garantias Constitucionais.
Os idosos são vitoriosos pelas suas histórias de vida, pelas suas “rugas” de sabedoria adquiridas
com o tempo, devendo ter no mínimo das demais classes o respeito, respeito esse que, já que não
advindo voluntariamente é imposto por normas e Leis que asseguram para que os queridos
“velhinhos” tenham sim direito a um fim de vida digna.
1 HISTÓRICO DOS DIREITOS DOS IDOSOS

Neste capítulo inicial da monografia, serão apresentados a forma como o idoso


foi tratado na sociedade romana antiga e o impacto da mudança que fere a realidade
atual.

1.1 SOCIEDADE X IDOSO

Em uma primeira abordagem, trata-se de qual seria o termo conceitual a ser


dado ao idoso. Pode-se basear no caráter biológico, sendo assim tem-se a facilidade da
demarcação de uma pessoa através da sua senilidade, ou seja, sua degeneração de
determinadas caracteristicas físicas, momento ao qual o indivíduo analisado pode ser
considerado ou nao “velho”. Mas será que só o fator biológico determina a capacidade
de senilidade de uma pessoa?

A questão é dificil de ser avaliada. Os valores que referendam esse juízo dependem
de características específicas das sociedades onde os indivíduos vivem, logo a definição de
idoso não diz respeito a um indivíduo isolado, mas à sociedade em que ele vive. Quando os
formuladores de políticas assumem que a idade cronológica é o critério universal de
classificação para a categoria de idoso, estão admitindo implicitamente que a idade é o
parâmetro único e intertemporal de distinção e, portanto, correm o risco de afirmar que
pessoas de locais e tempos diferentes são homogêneas. Quando se é estabelecida uma idade
concreta como fronteira, dar-se-á a homogeneidade de critérios às pessoas de idade em
diferentes grupos sociais1.

Nos ensinamentos do jurista Geertz, por exemplo, ele mostra que não faz sentido
distinguir entre aspectos estritamente biológicos e aspectos estritamente culturais em estudos
antropológicos, uma vez que na espécie humana ambos são profundamente inter-relacionados.
Deste modo, a analogia\comparação com outros animais, especificamente as referências ao
processo natural de envelhecimento dentro de estudos de seleção natural que remetem a uma
natureza que existe fora da cultura, não possui relevância no caso de humanos. Se não existe
“natureza” independente de “cultura”, e vice-versa, é de se esperar que não só os resultados
do processo biológico de senilidade sejam potencialmente diferentes entre culturas, mas que o
próprio envelhecimento seja também fruto de condições sociais que determinam alimentação,
trabalho, papel na sociedade e etc2.

Existe a classificação do termo “idoso”, no objetivo de estipular as demandas quanto à


saúde, e também na vida social, na demanda por procura de trabalho, na família e em demais
esferas sociais. Quanto ao termo de maior preocupação entre a classe da terceira idade (termo
utilizado também para definição de idosos) depara-se com a saúde. É de se entender pois,
nesse estágio da vida, o indivíduo carece de maiores preocupações devido sua baixa
resistência e diversos tipos de doenças que estão expostos constantemente. Por isso, essa
preocupação com a saúde dos idosos.

No entanto, a questão levantada depende muito do tipo de vida que levam essa
população de idosos, a sociedade em que vive, o lugar, o ambiente em que são expostos, e é
claro a qualidade de vida. Importante ressaltar também que o termo idoso às vezes é dado não
só em relação à idade das pessoas. Em alguns países industrializados são julgados idosos
aquelas pessoas que já não encontram mais respaldo em condições orgânicas objetivas, o que
os classificam como um idoso arcaico.

Uma forma de classificação da senilidade está basicamente nas características de


rendimentos, formas de inserção na sociedade, na família e o nível educacional dessas
pessoas. É muito importante o que existe hoje de idade limite, que atualmente é a idade de 60
1
Camarano, A. A., BELTRÃO, K. I. O idoso no mercado de trabalho, In:
Como vai? População brasileira. Brasília: IPEA, Ano III, n. 3, 1998.
2
Geertz, O impacto do conceito de cultura sobre o conceito de homem, Ed. Guanabara, 1989, p. 78.
anos, para classificar os idosos dos ainda não idosos, pois assim fica mais fácil distinguir as
principais fases da vida, as mais e menos perigosas dentro do ciclo da vida social

Cabe aqui a compreensão de que o conceito de velhice na sociedade ocidental, não é o


conceito de todas as sociedades.3

O tempo não é o mesmo para todos os povos, raças, culturas e


homens. Ao observar tais nuanças na visão do fenômeno do
tempo, percebi a grande interferência que eles exercem na
aceitação ou rejeição da velhice e , conseqüentemente, da
morte. Da idéia que se tinha de morte e do morrer é que
resulta a postura sobre a velhice e sobre a vida em geral.

Diante do citado acima, e válido ressaltar que em outros países, como o Japão, o idoso
é a figura viva do respeito e da experiência. Eles são vistos como verdadeiros sábios,
respeitados e elevados por toda uma sociedade.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, foi


constatado que a expectativa de vida no Brasil aumentou desde o ano de 1939, de 39 anos de
idade pára os 60 anos de idade. Também foi pesquisado que, no ano de 2025, o Brasil estará
em 6º lugar no ranking mundial de países com maior numero de idosos em sua população.

O envelhecimento acelerado da população é explicado a diversos fatores, tais como


taxa de natalidade, mortalidade e fecundidade da população. Não pormenorizando, a questão
da evolução da medicina, no que concerne aos avanços tecnológicos criando assim uma
expectativa de vida mais longínqua.

Essa mudança pode ser melhor analisado, como por exemplo na cidade de Manaus. Os
chamados “office boys” estão sendo substituídos por “office vôs” devido a preferência nos
atendimentos que os idosos tem, tais como filas de banco, gratuidades de transportes e outros
fatores4.

Ademais, outra área que está em crescente ascensão é a do mercado consumidor pelo
idoso, sendo a mais notória a área do turismo, pois os idosos além de terem um poder

3
Loureiro, O Estudo da Evolução dos Idosos, 1998, p.12 e 13.
4
VHS Bioética, Ciência e cidadania, Envelhecimento da população
aquisitivo maior tem a segurança e a estabilidade financeira de aposentadorias e poupanças,
sendo que os gastos na maioria das vezes é única e exclusivamente consigo, pois os filhos já
estariam criados e não precisam mais da ajuda financeira paternal.

Fatos como estes, criam a necessidade de uma população criar um novo conceito a
respeito da velhice, dando uma melhor adequação a essa geração que está fadada a ser o maior
número de ocupantes do nosso planeta em breve.

A velhice bem sucedida é aquela que mantém o indivíduo com bem estar físico e
mental, além do emocional e espiritual. Seria a perfeita balança que equilibraria as
potencialidades e limitações da vida senil. Por isso tratar uma pessoa que se encontra na
terceira idade de forma negligente, tornando-a improdutiva e incapaz, dificulta a sua interação
social, apenas deteriorando um passado que corresponde a nossa história.

1.2 IDOSO NA SOCIEDADE ROMANA ANTIGA

O Senado romano, em latim Senatus, é a mais remota assembleia política da Roma


antiga, com origem nos Conselhos de Anciãos, da Antiguidade oriental (surgidos após o ano
4000 a.C.). Daí a origem de seu nome, de senex, velho, idoso. Era uma assembleia de notáveis
- o conselho dos patres, ou chefes das famílias patrícias - que provinha já dos tempos da
realeza romana. Rigorosamente hierarquizado, constituía, sob a república (509 a.C.-27 a.C.), a
magistratura suprema, que foi mantida sob o império (27 a.C.-476 d.C.), mas com poderes
bem diminuídos, passando a ser quase como a "oposição republicana", sendo os seus titulares
muitas vezes alvos a abater ou a enviar para o exílio por parte de imperadores mais hostis à
instituição5.

A questão era que, na Roma Antiga assim como na Grécia e em outras territorialidades
de países considerados a base das civilizações modernas, os idosos, eram considerados
pessoas da mais distinta importância, pois a população creditava que os deuses os honraram
com sabedoria para que estes permanecessem no meio deles repassando a sabedoria de uma
vida, pois nada substituiria a experiência tanto no campo de batalha, como eram as táticas de
guerra ordenados pelos generais romanos, ou em relação a sabedoria em materia científica,

5
Idosos na Roma Antiga. Disponível em : www.wikpedia.com.br. Acessado em 24/02/2009.
exemplificada por Platão, Sócrates e demais filósofos. Enquanto dos mais idosos se extraia a
pura experiência e sabedoria, dos jovens o interesse era simplesmente em sua força bruta.

1.3 IDOSO NA SOCIEDADE MODERNA

Desde o início da década de 60 o mundo inteiro começou a tomar consciência de um


“novo” fenômeno de expansão do envelhecimento populacional que crescia progressivamente
frente ao aumento populacional geral. Este movimento demográfico fez gerar mudanças de
atitudes da sociedade, a fim de proporcionar meios, de diversas formas, para atender as
necessidades e solucionar os problemas cotidianos de vida das pessoas idosas6.

A partir da década de 90 percebeu-se um grande crescimento da população idosa no


Brasil. Só então começaram a surgir problemas envolvendo esse tipo de população e a
sociedade dominante da época. Com isso uma das polêmicas enfrentadas pelos idosos desde a
década de 90 até os dias atuais se baseia no preconceito e no desrespeito por parte da
sociedade.

O Brasil apresenta hoje um acelerado crescimento nas proporções de idosos. Isso


ocorre também no mundo inteiro, com pequenas exceções. Tal fenômeno coloca vários
dilemas para todas as sociedades e para seus governos. Entre eles ressalte-se a necessidade de
se rever:

- as divisões entre os ciclos de vida tradicionalmente usados;

- o período adotado até hoje para definir a inserção das pessoas nas atividades
produtivas;

- os limites de idade para aposentadoria;

- a organização dos serviços de saúde para que passe a contemplar em seu


planejamento e práticas, as necessidades específicas deste grupo;

- a formação de pessoas para lidar com as necessidades próprias desta população;

6
As gerontomotricidades e as condutas psicomotoras. Disponível em, WWW.geocities.com, acessado em
21/03/2009
- a organização dos espaços, dos equipamentos e dos materiais dentro das moradias
familiares, nas instituições sociais e nas ruas, para que os idosos possam viver protegidos,
minimizando-se os riscos evitáveis de queda e de outros agravos;

- mudanças culturais relativas à visão do envelhecimento e a inclusão dos idosos como


autores sociais.7

No Brasil, o preconceito existe até mesmo contra os homens acima dos 40 anos de
idade para ingressarem no mercado de trabalho, o que significa que para esse tipo de faixa
etária as condições de vida já começam a ficar ameaçadas. Além do que, sabe-se que a
tendência do problema é agravar, tendo em vista o crescimento da população gerontológica
que chaga a cera de 18 milhões em média no país.

É chamado de “etarismo” o preconceito contra a velhice. Os etaristas, assim dizendo,


tinham como forma de se oporem a gerontologia, a não aceitação da matéria como ciência a
ser aprofundada do Brasil. Acreditavam essa classe de etaristas que o Brasil era um país
jovem, e que os problemas relacionados aos idosos não ultrapassava 5,3% da população acima
de 60 anos de idade. Já para a Organização Mundial de Saúde - O.M.S. – aquele país que
apresenta em sua população o percentual de mais de 7% de indivíduos acima de 60 anos, é
considerado um país Idoso.

De acordo com especialistas, estudos demonstram que no Estado do Rio de Janeiro


12,5% (aproximadamente 800 mil pessoas) da população é composta por idosos, sendo que
essa população tende a tomar conta do país dentro de 11 anos.

Classifica a OMS como Etapas da Vida de ambos os sexos: (i) Meia Idade – período
que abrange o início dos 45 aos 64 anos de vida; (II) Pessoas Idosas dos 65 aos 79 anos; (III)
Velhice faixa etária dos 80 aos 90 anos e; (IV) GRANDE VELHICE - pessoas que
ultrapassem 90 anos8.

A população considerada pela Organização Mundial de Saúde como sendo a Velhice,


vem crescendo de maneira assustadora. Com isso ela trás algumas conseqüências para o país,
tais como a provocação de sérios efeitos sócio-econômicos. A atitude das famílias em relação

7
Minayo, Maria Cecícia. Violência Contra os Idosos, o Avesso do Respeito contra à Experiência e a Sabedoria,
pg. 9.
8
As gerontomotricidades e as condutas psicomotoras. Disponível em WWW. Geocities.com. Acessado em
21/03/2009.
aos seus anciãos é um misto que vai do respeito até a intolerância, e com isso acaba gerando o
rompimento do grupo familiar.

Envelhecer trata-se de uma fase natural da vida de todo ser humano, impossível evitar
esse processo, no entanto a população ciente disso deveria preocupar-se em estabelecer as
bases de um futuro melhor para seus idosos.

Em outros países e outras civilizações, diferentemente do Brasil, a velhice era uma


etapa respeitada por todos, pois nestes países acreditava-se que esses tipos de pessoas só
transmitiriam boas culturas e experiências por todo o decorrer de suas vidas.

Com a chegada da Revolução Industrial nada mudou para os idosos, o crescimento das
indústrias aumentava, e com elas a substituição da mão-de-obra por maquinários. Quando
precisavam de pessoas qualificadas, a idade era um fator desfavorável para os idosos na nova
civilização, ou seja, a preferência era pela mão-de-obra jovem em detrimento dos mais idosos,
e essa tendência persiste até os dias atuais.

Em pesquisa realizada junto à Secretaria de Estado de Trabalho, Assistência Social e


Economia Solidária – SETASS, e junto à Superintendência da Política de Assistência Social –
SUPAS, foi comprovado que estes órgãos tentam mudar essa realidade deparada pelos idosos
em Mato Grosso do Sul e isso vem influenciando a luta pelos direitos sociais, atualmente
empreendida por eles, o que acaba por estimular a responsabilidade pública no sentido de
substituir a política paternalista e assistencialista.

A desvalorização da experiência acumulada, a velhice precoce, o isolamento, a apatia


e a solidão fazem parte de um processo de envelhecimento excludente. Diante dessa realidade,
o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, atento para tais aspectos e comprometido com
todos os segmentos da sociedade, aceitou o desafio de inclusão social do idoso nas diversas
Políticas Sociais Públicas.

Essas são algumas maneiras encontradas por parte do Governo de mudar essa
realidade de preconceitos contra os idosos que já está obsoleta de mais. Com essas medidas
demonstradas pelo Governo de Mato Grosso do Sul, juntamente com a conscientização da
população do país todo, pode ser que essa realidade mude para uma bem melhor num futuro
próximo.
Outra questão de muita relevância a ser adentrada neste ponto trata-se da violência
contra os idosos. Este é um problema que não ocorre só com os idosos e só no Brasil, pois se
trata da violência em geral em que vivem todas as sociedades. A violência contra os idosos é
expressa nas formas da própria organização social, ou seja, começa na diferenciação entre
ricos e pobres, entre as raças e entre os grupos de idade.

Quando se olha mais profundamente o problema social da violência contra os idosos,


observam-se duas dimensões muito fortes que convivem. Uma coletiva e que conforma o
imaginário popular, constituindo uma visão negativa do envelhecimento. A sociedade mantém
e reproduz a idéia de que a pessoa vale o quanto produz e o quanto ganha por isso, os mais
velhos, fora do mercado de trabalho e quase sempre, ganhando uma pequena aposentadoria,
podem ser descartados: são considerados inúteis ou peso morto. A segunda dimensão, aquela
que vem com a convivência com as pessoas idosas e do conhecimento de sua história
considera que há idosos e idosos, distintos em suas características e em suas necessidades.9

É mais do que necessário que se reconheça a realidade solitária do idoso, e que a


sociedade aceite tal situação. Com a preocupação geral, e com as ferramentas tanto políticas,
como sociais corretas, poderemos olhar para o um futuro próximo e sentir que uma qualidade
de vida nova e melhorada esta para surgir, dando talvez uma tranqüilidade até aos mais
jovens, que não vêem com bons olhos o progresso da vida em sua plenitude, pois todos estão
fadados a serem pessoas de idade avançada, mas caso não haja medidas drásticas em ajudar a
pessoa idosa a entender que apesar da doença e da morte estar sempre ameaçando o seu
futuro, a qualidade de vida pode intensificar o seu presente, para que o idoso orgulhe-se da
sua existência, e tenha o merecido respeito pelo seu passado, para que toda uma comunidade
possa ser a platéia que o futuro idoso de hoje possa transmitir sua caminhada existencial e
sabedoria proclamada.

9
Minayo, Maria Cecícia. Violência Contra os Idosos, o Avesso do Respeito contra à Experiência e a Sabedoria,
pg. 06 e 07.
2 DA PROTEÇAO CONSTITUCIONAL AO IDOSO

Neste capítulo serão abordadas as proteções dos idosos garantidos pela


Constituição Federal de 1988, embasados em Princípios, tais como Cidadania e
Dignidade da Pessoa Humana.

Ao traçar esses Princípios, ficam-se subentendidos de que na medida em


que envelhecem a população, estes não perdem seus direitos por conseqüência do passar
dos tempos.

2.1 DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Os Direitos e Garantias Fundamentais a serem abordados neste capítulo,


estão elencados na Constituição Federal em seu artigo 6º, Título II, Capítulo II10.
Segundo dados do IBGE, mais de 35% das pessoas, ou seja, mais de 5 milhões de
Brasileiros, são considerados analfabetos, isso que, reforçando que a educação é um
direito de todos e dever do Estado.

10
§ 6º: São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância , a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.
Ocorre que, brasileiros que por infortúnios da vida, especialmente em um
país subdesenvolvido, não tiveram acesso aos bancos escolares na idade apropriada,
encontrando-se ainda hoje marginalizados, postos tangencialmente à interação complexa
que essa era da informação e a própria sociedade moderna impõe. Como se houvesse
idade para aprender.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem (XXV 1) proclama o
direito à segurança na velhice. A Constituição-que se quer cidadã, democrática e
igualitária- de modo expresso, veda discriminação em razão da idade, bem como
assegura especial proteção ao idoso. Atribui à família, à sociedade e ao Estado o dever
de assegurar ao idoso participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-
estar, bem como garantindo o direito à vida (CF 230). Não se refere tal preceito apenas à
assistência material ou econômica, mas também às necessidades afetivas e psíquicas dos
mais velhos. Igualmente, é determinada a adoção de políticas de amparo aos idosos,
devendo ser executados os programas, preferentemente, em seus lares. Também é
deferido em sede Constitucional, aos maiores de 65 anos, transporte gratuito nos
coletivos urbanos. A doutrina da proteção integral ao idoso é mais uma tentativa do
Estado de desonerar-se de seu dever de proteger seus cidadãos, como adverte Alice
Birchal: aliás, outra não pode ser a postura estatal, pois o acanhado e lastimável sistema
de previdência social, completamente desestruturado e injusto, não permite solução
diferente, senão repassar à família e à sociedade o encargo de cuidar dos idosos.11

Outro direito Fundamental assegurado pela Constituição é o Direito ao


lazer. Por este entende-se bem estar físico, psíquico e social. O lazer é fundamental para
que as pessoas controlem suas tensões e possam viver pacificamente com as outras. A
Saúde, assim como as demais garantias, também é dever do Estado, esta sendo ainda
mais imprescindível no processo de envelhecimento onde as pessoas encontram-se em
um estágio de vida fragilizado, por isso merecendo atenção especial por parte do Direito
Público ao traçar seus Programas de Saúde12.

O Trabalho passa a ser ainda mais visado quando se aumenta a expectativa


de vida, pois com ela aumenta-se a preocupação com a ocupação profissional daqueles
que atingiram ou ultrapassaram a barreira dos 60 anos. Por isso o Estatuto do Idoso,

11
Berenice, Maria Dias. Manual de Direito das Famílias, Editora Revista dos Tribunais 2009,pag. 421
12
Ramos, Diretos Fundamentais, 2003, p.221
objeto a ser aprofundado nos próximos capítulos, recebe uma crítica no sentido de que
ele considera idoso aquele que atingir os 60 anos, sendo que em pleno século XXI, onde
a expectativa de vida alcança os 71 anos de idade, aos 60 anos, o cidadão já é
considerado idoso por Lei.

Todavia, em um mercado de trabalho, somente a atenção conjunta de


políticas públicas de inclusão social e da sociedade civil, através do incentivo à
iniciativa privada podem promover a ocupação de parte desta parcela da população, que
ainda apresenta capacidade produtiva13.

Um direito que é extensível a todos os seres humanos é o Direito a


Segurança, porém a violência contra os idosos merece uma maior atenção. Tanto nos
lares como fora deles, a hipossuficiência da pessoa idosa inspira maiores cuidados.
Devido a essas e outras questões, a Lei 10.741/2003 – Estatuto do Idoso, específico para
tratar de casos relacionados aos idosos, tratou de disciplinar sanções tanto
administrativamente quanto penalmente, com o objetivo de dar maiores proteções aos
idosos.

2.2. DA FAMÍLIA

A família enquanto instituição base da sociedade, consistindo para muitos o


alicerce estruturante, possui proteção especial do Estado alcançando a Guarda
Constitucional.

No capítulo destinado à família, o artigo 229 14 da Constituição Federal


reconheceu o Princípio da Solidariedade nas relações familiares, incumbindo os pais a
cuidarem dos filhos enquanto menores, e estes a cuidarem de seus pais na velhice,
carência ou enfermidade.

13
IBGE, Perfil dos idosos responsáveis pelo domicílio no Brasil 2000, Rio de Janeiro, 2002
14
Art. 229: Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.
Como desdobramento natural do Princípio da Solidariedade, a Carta Magna
ainda garante em seu artigo 230 a participação dos idosos na comunidade, defendendo
sua dignidade e bem-estar, além de garantir-lhes o direito a vida 15. Disse mais a Carta
Magna ao garantir vistas ao bem-estar daqueles que, como todos precisam (ou um dia
precisarão), que os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente
em seus lares16, junto aqueles que lhes são mais caros.

O cuidado aos idosos no Brasil constitui uma atividade


predominantemente restrita ao ambiente familiar. Assim, os cuidados domiciliares não
podem ter como única finalidade baratear custos ou transferir responsabilidades, há de
se ter consciência que o ambiente familiar deve representar segurança e proteção ao
idoso, de forma que sua velhice se dê de maneira menos dolorosa e o processo de
envelhecimento seja de forma mais tranqüila 17.

É dentro das famílias também que ocorrem os maiores casos de violência


contra os idosos. Juntamente com a violência familiar, que as vezes levam os idosos até
a morte devido aos maus tratos, também encontra-se outros tipos de violência como
acidentes de trânsito, quedas em domicílios, e também os homicídios têm alta
significância na vitimação dos idosos.

Necessário frisar que a importância da família na vida do idoso começa


desde a sua infância e adolescência, onde existe a proteção, o carinho e a educação. É
através deste habitat que o ser humano cresce e desenvolve, atingindo a vida adulta. A
atenção à velhice compreende características psicológicas, biológicas, emocionais e
socioculturais. Tudo isso ajuda na prevenção contra fatores mórbidos.

2.3. DA SAÚDE

A classe dos idosos é aquela que mais consome serviços de saúde, as


internações hospitalares são mais freqüentes e o tempo de ocupação do leito é maior do
que o de outras faixas etárias, sem que isso se reverta em seu benefício. Em geral, as

15
Art. 230: A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas , assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhe o direito à vida.
16
Art. 230, §1º: Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.
17
Grupo de Pesquisa Intervenções em Saúde.
doenças dos idosos são crônicas e múltiplas, perduram por vários anos e exigem
acompanhamento médico e de equipes multidisciplinares permanentes e internações
freqüentes 18.

É devido a estes e outros fatos que aos idosos são garantidos algumas
garantias a mais, tais como: disponibilização pelo governo de medicamentos à classe
idosa, preferência em alguns lugares específicos, tais como em filas de qualquer espécie,
a vacinação direcionada aos idosos gratuita em todos os centros e postos de saúde.

Segundo o artigo 15 do Estatuto do Idoso, é “assegurado a atenção integral


à saúde do idoso, através do Sistema único de Saúde – SUS, garantindo-lhes o acesso
universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a
prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde incluindo a atenção especial às
doenças que afetam preferencialmente os idosos”19.

A Proteção à saúde dos idosos não para por aí. O Estatuto do Idoso em seu
Capítulo IV, artigo 15 §2° dispõe que: “Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos,
gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses,
órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação. Diante
disso, pode-se entender que é dever do Estado garantir à saúde dos idosos,
principalmente em se tratando de medicamentos de alto custo e de uso contínuo, nesta
linha segue, inclusive o entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. AÇÃO CIVIL


PÚBLICA. LEGITIMATIO AD CAUSAM DO PARQUET. ART. 127 DA CF/88.
ESTATUTO DO IDOSO. DIREITO À SAÚDE.
1. Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado do
Rio Grande do Sul, com pedido de tutela antecipada, objetivando que
o Estado do Rio Grande do Sul fornecesse medicamento a pessoa idosa,
sob pena de multa diária.
2. Recurso especial interposto contra acórdão que decidiu pela
ilegitimidade ativa do Ministério Público para pleitear, via ação
civil pública, em favor de menor, o fornecimento de medicamento.
3. Deveras, o Ministério Público está legitimado a defender os
interesses transindividuais, quais sejam os difusos, os coletivos e
os individuais homogêneos.
4. É que a Carta de 1988, ao evidenciar a importância da cidadania
no controle dos atos da administração, com a eleição dos valores
imateriais do art. 37, da CF como tuteláveis judicialmente,
18
Saúde do Idos. Disponível em WWW.saúde.mg.gov.br. Acessado em 27/04/2009
19
Saúde dos Idosos. Disponível em WWW.MEDICINAGERIÁTRICA.COM.BR. Acessado em 27/04/2009 .
coadjuvados por uma série de instrumentos processuais de defesa dos
interesses transindividuais, criou um microsistema de tutela de
interesses difusos referentes à probidade da administração pública,
nele encartando-se a Ação Popular, a Ação Civil Pública e o Mandado
de Segurança Coletivo, como instrumentos concorrentes na defesa
desses direitos eclipsados por cláusulas pétreas.
5. Deveras, é mister concluir que a nova ordem constitucional erigiu
um autêntico 'concurso de ações' entre os instrumentos de tutela dos
interesses transindividuais e, a fortiori, legitimou o Ministério
Público para o manejo dos mesmos.
6. Legitimatio ad causam do Ministério Público à luz da dicção final
do disposto no art. 127 da CF, que o habilita a demandar em prol de
interesses indisponíveis.
7. Sob esse enfoque, se destaca a Constituição Federal no art.
230:"A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as
pessoas idosas, assegurando sua participação na comunidade,
defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhes o direito à
vida." Conseqüentemente a Carta Federal outorgou ao Ministério
Público a incumbência de promover a defesa dos interesses
individuais indisponíveis, podendo, para tanto, exercer outras
atribuições previstas em lei, desde que compatível com sua
finalidade institucional (CF, arts. 127 e 129).
8. O direito à saúde, insculpido na Constituição Federal e no
Estatuto do Idoso, é direito indisponível, em função do bem comum,
maior a proteger, derivado da própria força impositiva dos preceitos
de ordem pública que regulam a matéria.
9. Outrossim, o art. 74, inc. III, da Lei 10.741/2003 revela a
autorização legal a que se refere o art. 6.º do CPC, configurando a
legalidade da legitimação extraordinária cognominada por Chiovenda
como "substituição processual".
10. Impõe-se, ressaltar que a jurisprudência hodierna do E. STJ
admite ação individual capitaneada pelo MP (Precedentes: REsp 688052
/ RS, Ministro HUMBERTO MARTINS, DJ 17.08.2006; REsp 822712 / RS,
Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ 17.04.2006; REsp 819010 / SP,
Ministro JOSÉ DELGADO, DJ 02.05.2006).
11. O direito à saúde assegurado ao idoso é consagrado em norma
constitucional reproduzida no arts. 2º, 3º e 15, § 2º, do Estatuto
do Idoso (Lei 10.741/2003), senão vejamos:
Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à
pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta
Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e
mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e
social, em condições de liberdade e dignidade.
Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do
Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a
efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à
cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e
comunitária.
(...)
Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por
intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso
universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações
e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da
saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam
preferencialmente os idosos.
§ 1o (...)
§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente,
medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como
próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento,
habilitação ou reabilitação.
12. Recurso especial provido para reconhecer a legitimidade ativa do
Ministério Público Estadual.

Acórdão:
Vistos, relatados e discutidos estes autos, os Ministros da Egrégia
Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça acordam, na
conformidade dos votos e das notas taquigráficas, por unanimidade,
dar provimento ao recurso especial, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator. Os Srs. Ministros Teori Albino Zavascki, Denise
Arruda e José Delgado votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão20.

É devido a estes fatores que a classe da terceira idade merece uma atenção
especial das autoridades públicas no que diz respeito à saúde, pois é de se notar que é a
classe mais precária, mais frágil à qualquer espécie de doenças. Sendo assim, o Governo
Federal instituiu o Benefício de Prestação Continuado da Assistência Social – BPC
integrante do Sistema Único de Assistência Social – SUAS, na Proteção Social Básica,
assegurado por lei. Este programa permite o acesso de idosos e pessoas com deficiência
às condições mínimas de uma vida digna.

O valor garantido pelo BPC é de um salário mínimo, pago por mês às


pessoas idosas e/ou com deficiência que não podem garantir a sua sobrevivência por
conta própria ou com o apoio da família. Podem receber o Benefício de Prestação
Continuado as pessoas idosas com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência, quem não
tem direito á Previdência Social, pessoas com deficiência que não podem trabalhar e
levar uma vida independente ou aquelas que tenham renda inferior a ¼ do salário
mínimo 21.
Se a pessoa tem direito ao benefício, não é necessário nenhum outro
intermediário. Basta dirigir-se à uma agência do INSS mais próxima, levando a
documentação necessária. E assim aos poucos, a classe idosa vai tendo seus direitos e
garantias assistidos por meio de lei, asseguradas pelo Governo Federal, assim como o
BPC.
20
REsp 851174/RS, Recurso Especial 2006/0104574-3, Ministro LUIZ FUX (1122), T1 – Primeira Turma,
24110/2006 p. 290.
21
BPC – Benefício da Prestação continuada, disponível em : WWW.pessoacomdeficiencia.sp.gov.br, acessado
em 23/03/09
2.4 DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

A Previdência Social foi um assunto muito bem tratado dentro da Carta


Magna de 1988. Nela são assegurados direitos à saúde, à previdência e à assistência
social. A Previdência, inserida no contexto da Seguridade Social, nada mais é do que
aquele direito de amparo, porém decorrente de uma contraprestação, ou seja, a pessoa
para usufruir desse amparo deverá ter contribuído para a Previdência Social, e neste caso
poderá ser assistida em momentos de dificuldades encontrados no final da vida por
exemplo.

A Lei 10.741/03 – Estatuto do Idoso também traz em seu capítulo VII


algumas observações quando à Previdência Social. Segundo disposição Constitucional, a
Previdência Social está organizada sob forma de regime geral, de caráter contributivo e
filiação obrigatória, observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, atendendo, nos termos da Lei, a idade avançada (CF, art. 201, caput e inciso I).

O que afeta, em geral, a situação econômica das pessoas idosas é a perda de


contato com a força de trabalho, a obsolescência de suas atividades, a desvalorização de
seus vencimentos e pensões, e a pobreza generalizada da sociedade no mundo. Porém
são mais afetadas ainda as mulheres, porque vivem mais tempo, em geral, com menos
recursos e menos títulos. Por conta da elevação da expectativa de vida mundialmente,
muitos países convivem hoje com idosos de diversas gerações, que possuem
necessidades variadas, passando a exigir, com isso, políticas assistenciais diferentes.
Preocupadas, portanto, com a pressão que o enorme grupo de idosos vai fazer sobre os
fundos de pensões e serviços de saúde, muitas nações industrializadas passam a
reformular os sistemas de seguridade social, aumentando a idade mínima de
aposentadoria, elevando as contribuições dos trabalhadores à Previdência e introduzindo
o financiamento do setor privado. 22

Trazida no artigo 203 da CF, a Assistência Social será fornecida a qualquer


pessoa que precisar independentemente de qualquer tipo de contribuição, tendo por

22
RAZUK, Natália, Revista Total Saúde Ano 2 – Edição 15, Setembro/2008, pg. 20.
objetivos, dentre outros elencados, a proteção à velhice. Deste modo, a pessoa idosa,
independente de ter ou não contribuído para a previdência social, necessitando de
amparo, faz jus a um salário mínimo de benefício mensal, nos termos do artigo 203,
inciso V da CF.
3. DO ESTATUTO DO IDOSO

Para se cumprir desígnios do comando constitucional, o Estatuto do Idoso,


em 118 artigos, consagra uma série infindável de prerrogativas e direitos às pessoas de
mais de 60 anos, ou seja aos idosos. Porém os maiores de 65 anos são merecedores de
cuidados ainda mais significativos. Deve ser considerado como um verdadeiro divisor de
águas na proteção do idoso. Não se trata de um conjunto de regras de caráter
programático, pois normas definidoras de direitos e garantias fundamentais têm
aplicação imediata (CF 5°, § 1°). O Estatuto se constitui em um microssistema e tem o
mérito de reconhecer as necessidades especiais dos mais velhos, estipulando obrigações
do Estado23.

Após sete anos de tramitação no Congresso, a Lei 10.741/03 - Estatuto do


Idoso foi aprovado em setembro de 2003 e sancionado no dia 1º de outubro do mesmo
ano pelo Presidente da República, ampliando o rol dos direitos dos cidadãos com idade
acima de 60 anos. Muito mais abrangente que a Política Nacional do Idoso de 1994, que
dava garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar
ou abandonar cidadãos da terceira idade.

3.1. PRINCIPAIS GARANTIAS E MELHORIAS AO ESTATUTO DO


IDOSO

23
Berenice, Maria Dias, Manual de Direitos da Família, Editora Revista dos Tribunais 2009, pg. 422.
Indubitavelmente, a aprovação do Estatuto do Idoso foi um avanço para o
sistema legal brasileiro. A Constituição Federal em seu Capítulo VII, Título VIII, nos
artigos 229 e 230, versa sobre alguns princípios e direitos assegurados aos idosos. Os
artigos expõem que o filho tem o dever de ajudar e amparar o pai na velhice,
enfermidade ou carência e que é um direito do Idoso a participação na comunidade, a
dignidade humana e o bem-estar24.

Regras mais específicas foram, então, criadas para regulamentar as leis


infraconstitucionais, sempre seguindo os princípios expostos no texto constitucional. Em
suas linhas, reitera a obrigação da família, da sociedade e do Poder Público, em
assegurar ao idoso, solidariamente, com absoluta prioridade a efetivação do direito à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, ao respeito e à dignidade, usufruídas preferencialmente em
âmago familiar. 25

O Estatuto do Idoso assegura um extenso rol de garantias em benefícios dos


idosos, um estímulo para que a sociedade se mobilize e coloque em prática a Lei em
benefícios dos idosos. Abaixo se encontra uma das principais garantias asseguradas pela
Lei 10.741/03. Entende-se por garantia à prioridade:

- a preferência na formulação de políticas sociais;


- o privilégio para os idosos na destinação de recursos públicos;
- a viabilização de formas eficazes de convívio, ocupação e participação dos
mais jovens com os idosos;
- a prioridade no atendimento público e privado;
- a manutenção do idoso com sua própria família;
- o estabelecimento de mecanismos que esclareçam à população o que é o
envelhecimento e a garantia de acesso à rede de saúde e à assistência social.

Além disso, ainda prevê o Estatuto que os filhos, os ascendentes e o cônjuge


são obrigados, solidariamente, a garantir a alimentação dos idosos que não possuem
condições de viverem de seu próprio. Porém, se nem os familiares conseguirem prover o

24
ROCHA, E.G, Estatuto do Idoso: Um avanço legal. Revista da UFG, Vol. 5, No. 2, dez 2003, on line.
25
Ramayana, Marco, O Estatuto do Idoso Comentado, Ed. Roma Victor, 2007, p. 33.
sustento dos seus idosos, essa responsabilidade recairá então para o Estado. Em relação
à Saúde dos Idosos, garante o Estatuto em seu Capítulo IV, artigo 15 que é assegurado
pelo Sistema Único de Saúde – SUS a atenção especial e integral à saúde do idoso,
garantindo acesso universal e igualitário.

Aquele considerado Idoso e que estiver com dificuldade de locomoção


possui o direito de atendimento domiciliar, tanto na cidade quanto no campo, previsão
esta expressa também no Capítulo IV, art. 15, §1°, inciso IV do Estatuto. Como também
é obrigação do Poder Público oferecer gratuitamente aos idosos, independe da classe
social a que pertençam medicamentos, próteses e órteses e demais recursos relativos ao
tratamento, habilitação ou reabilitação, bastante para isso que o idoso solicite
atendimento pelo Sistema Único de Saúde – SUS (§2° do mesmo artigo).

Ao garantir atendimento preferencial, imediato e individualizado junto aos


órgãos públicos e privados prestadores de serviços da população, viabilização de formas
alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso com as demais gerações,
capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia e
na prestação de serviços aos idosos, estabelecimento de mecanismo a que favoreçam a
divulgação de informações de caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de
envelhecimento e garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social
locais, entre outras formas de prioridade à terceira idade, a nova legislação brasileira
reconheceu, como se faz nos países europeus, o envelhecimento como um direito social,
a ser devida e especificamente protegido 26.

De acordo com a professora Maria Berenice Dias, os idosos e as crianças


estão em pés de igualdade, pois ambos são merecedores de tutela diferenciada, assim
como ambos são mais expostos a riscos devido suas fragilidades. Da mesma forma que
as crianças têm proteção Constitucional, também têm os idosos.

Tornando-se mais abrangente do que a Política Nacional do Idoso de 1994,


o Estatuto do Idoso ampliou esse rol de garantias asseguradas atualmente àqueles que
possuem idade igual ou superior a 60 anos no Brasil, com instituição de penas mais

26
MORAES, Novas garantias asseguradas pelo Estatuto do Idoso, 2004, p. 709.
severas a quem vier a praticar algum tipo de abuso contra os pertencentes da classe a
terceira idade.

3.2. DA PROTEÇÃO JUDICIAL AOS IDOSOS

Este título a ser explanado agora, engloba vários tipos de proteção judicial
aos idosos, ou melhor dizendo, em várias áreas judiciais. Começando pelos Juizados
Especiais Federais, estes foram criados para facilitar o acesso do cidadão à Justiça
Federal que recebe, entre outras, ações previdenciárias. Em algumas cidades, há o
Juizado Especial Previdenciário, que atende apenas ações contra o Instituto Nacional do
Seguro Social – INSS. Entre as vantagens estão o fato de a pessoa não precisar de
advogado, as soluções dos casos serem mais rápidas e de as ações aceitas serem de até
60 (sessenta) salários mínimos.

O aposentado pode recorrer aos Juizados Especiais para cobrar, na Justiça,


uma solução para os pedidos de revisão e concessão de aposentadoria. Caso o segurado
ganhe a ação, o pagamento é feito no máximo em 60 (sessenta) dias após a sentença. Se
houver recurso e este for analisado em favor do segurado, o prazo para o pagamento é o
mesmo. Podem recorrer ao Juizado os segurados do INSS que pediram a aposentadoria
ou a revisão de seu benefício há pelo menos 60 (sessenta) dias e não obtiveram
respostado órgão ou o pedido foi negado 27.

Um grande avanço na luta pelos direitos dos idosos trata-se do papel


exercido pelo Ministério Público, descrito de maneira clara no Estatuto, porém de nada
adianta esse avanço se o Poder Judiciário não fizer sua parte em colaborar com a criação
de Varas Especializadas para atendimento à esses tipos de demandas.

As questões de acesso à justiça e da atuação do Ministério Público ganham


dimensão especial com a Lei 10.741/03 – Estatuto do Idoso, a partir das seguintes
instituições 28:

27
DE LUCA, Elcio Aníbal, Série Serasa Cidadania, 2003, p. 82.
28
MARTINS, Vinícios. Apontamentos sobre o Estatuto do Idoso. Acessado em WWW.jusnavigandi.com.br
Disponível em 18/04/09.
- Possibilidade de criação de varas especializadas na proteção do Direito
dos Idosos (Art. 70);
- Prioridade na tramitação de processos e diligências judiciais em que o
idoso figure como parte ou interveniente (art. 71).

Com essa previsão no Estatuto do Idoso, o Código de Processo Civil ganhou


três novos artigos: 1211-A, 1211-B, 1211-C, que resumidamente trata-se da extensão da
celeridade a todos os tipos de processo, redução do limite etário com finalidade de
tratamento especial, e a inexistência da necessidade do pedido formal ao juiz para obter
benefícios.
Outra garantia em se tratando de ritos processuais, baseia-se no sentido de
que o Ministério Público também atuará em benefícios dos idosos em âmbito
administrativo, como substituto processual em algumas situações de risco, previsão esta
expressa no artigo 43 da Lei. Também se faz necessária a participação do membro do
Parquet em transações que envolvam direitos e garantias dos idosos. Caso não haja
intervenção do Ministério Público nesses processos, ocorrerá a nulidade do feito.

Em se tratando ainda da proteção judicial aos idosos, é possível a criação de


Varas Especializadas, para atendimento da demanda de idosos. Assim, a Vara
responsável por essa proteção aos Idosos em Campo Grande, MS, é a 44ª Promotoria de
Justiça de Proteção aos Idosos e Deficientes, tendo como Promotora atuante a Dra.
Cristiane Barreto Nogueira Rizkallah.

Em pesquisa de campo realizada junto à Promotoria citada, bem como com


seus membros de apoio contando com assessores, oficiais de promotorias e estagiários,
foi constatado que a 44ª Promotoria de Justiça faz em média 79 atendimentos por mês
relacionado aos idosos, sendo que esses atendimentos compreendem as áreas de maus
tratos, exploração financeira e abandono.

Constatado a causa do atendimento, a 44ª Promotoria de Justiça determina


audiência para averiguação dos fatos que também compreende por visitas de assistentes
sociais designadas pelo Ministério Público Estadual às residências dos idosos quando o
caso tratado for de maus tratos.
Aos idosos também lhes são garantidos, visando facilitar seu acesso à
justiça, o foro privilegiado, e como se trata de competência territorial, não se torna
possível a definição de competência como sendo absoluta, sendo permitido ao idoso
abrir mão do seu foro de domicílio, nada podendo impedi-lo de propor a ação no
domicílio do réu.

3.2.1 Das Inovações Trazidas Pelo Estatuto do Idoso

Diversas foram às melhorias trazidas com o advento dessa legislação que


veio como uma maneira de melhorar a qualidade de vida dos pertencentes à classe dos
maiores de 60 anos. Uma grande inovação do Estatuto pode-se encontrar em seu art. 6°,
a chamada Delação Impositiva.

Essa Delação trata-se de que todo e qualquer ser humano que presenciar
algum tipo de violação à Lei 10741/03, tem o dever de comunicar à autoridade
competente o que testemunhou. Este Princípio da Delação Impositiva ainda é objeto de
discussão e debates, devido seu caráter funcional. Trata-se esse Princípio de
fortalecimento ao Estado e à sociedade, de um engajamento social por parte daquele que
vier a presenciar algo acontecido.

O significado da palavra delatar, nada mais é do que denunciar aquele


responsável por aquele tipo de infração. Em se tratando da acepção da palavra no regime
penal, trata-se da delação de um crime pela própria vítima, ou por qualquer pessoa que o
tenha presenciado.

É necessário enfatizar que antigamente a legislação não impunha esse tipo


de modalidade de delação impositiva, obrigatória, ou seja, aquela pessoa que não tinha
nenhuma ligação com o Estado, que não possuía nenhuma função especial, não tinha a
obrigação de delatar qualquer crime. Porém atualmente, até mesmo para uma questão de
colaborar com a Administração Pública, já é cobrado da população de uma maneira
obrigatória, como se vê no próprio Estatuto do Idoso, em seu artigo 6°.
O mesmo não acontecia com aquela pessoa que já possuía um vínculo com
o Estado de alguma maneira, como por exemplo, já possuía um cargo público. Para essas
pessoas, o Princípio da Delação Impositiva já era aplicado, como um dever de delatar e
de agir em algumas situações, a exemplo de um agente policial ao presenciar algum tipo
de crime. Como também no caso de um Servidor Público que presenciou uma
irregularidade, para ele o dever de delatar já lhe era inerente.

D’outra parte, é bom considerar, que não se exigem maiores formalidades


para se exercitar esse dever - direito de delatar, razão pela qual se conclui que, apesar de
tal ônus ter sido dirigido àquele que ostenta a condição de cidadão, a autoridade policial
não deve, sobremaneira, menosprezar a delação, facultativamente exercida, por quem,
admitamos, não seja cidadão, afinal, a essência e teleologia da norma é a busca pela
afirmação da dignidade das pessoas idosas.

Desta maneira, o cidadão terá o dever, portanto, a obrigação de deletar à


autoridade competente a ocorrência, como já se disse, de qualquer violação aos Termos
do Estatuto do Idoso, ou seja, o citado dever não se circunscreve ao malferimento a
determinado direito ou garantia do idoso, pois, a lei deu lata abrangência ao regime de
proteção pretendido quando veiculou em seu texto a expressão qualquer violação a esta
lei.

Ademais, deixa claro o artigo em tela que não é necessário que o cidadão
tenha presenciado ou testemunhado a referida violação aos preceitos legais do idoso,
bastando, portanto, para utilizar seu ônus delatório, que tenha tomado conhecimento da
respectiva violação até mesmo pelos meios de comunicação, que presume-se, neste caso,
que outras pessoas já tenham também incidido no dever de delação29.

Algumas inovações também estão elencadas no artigo 37, §1º da Lei


10.741/03, tais como30:

29
RODRIGUES FILHO, José Moaceny Félix, Princípio da Delação Impositiva, disponível em WWW.
Jusnavigandi.com.br. Acessado em 18.08.09
30
Estatuto do Idoso. Direito de Cidadania. Disponível em WWW.faeces.com.br. Acessado em 10/05/09
- Pessoas com mais de 65 anos de idade não podem ser discriminadas por
qualquer entidade na prática de esportes e lazer e poderão participar da vida política do
país, tanto candidatando-se a cargos eletivos, quanto votando;
- O direito ao voto, no entanto, é opcional a partir dos 70 anos de idade;
- Qualquer tipo de discriminação ao idoso constitui crime, com pena de
reclusão que variam de 6 (seis) meses a 1 (um) ano;
- Pessoas da terceira idade que não tenham condições de se auto-sustentar
tem direito a escolher um familiar para prestar-lhe sustento;
- O artigo 183, inciso III do Código Penal também trás uma grande
inovação no sentido de que não serão isentos de pena e não se procederão mediante
representação o crime praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos.

A edição da Lei n. 10741/03 também trouxe alteração do conceito já


amplamente debatido a cerca da ampliação conceitual dos chamados crimes de menos
potencial ofensivo. A questão abordada ganha força pelo disposto no corpo do artigo 94
da Lei 31.

Desta forma, duas correntes doutrinárias surgiram em razão do disposto


acima. A primeira corrente é aquela que defende que com a chegada da Lei 10.741/03,
os crimes de menor potencial ofensivo passaram a ser um rol mais extenso para aquelas
condutas com pena máxima não superior a 4 (quatro) anos, utilizando alguns critérios de
extensão constitucionalmente previstos.

Já a segunda doutrina, aquela considerada pelos doutrinadores como sendo a


majoritária, sustenta outra forma de interpretação quanto a esses tipos de crime previstos
no Estatuto, pois acredita esta doutrina que esse rol de infrações pertence a uma Lei
Especial, que tutela parte da sociedade, desta forma não se aplicando o Princípio da
Isonomia consagrado pela Constituição.

Ressalte-se ainda, que a própria redação conferida ao artigo 94 da Lei


10.741/03, não se refere ao conceito de crimes de menor potencial ofensivo, sendo desta
31
Art. 94 da Lei 10.741/03: Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não
ultrapasse 04 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, e
subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.
forma, clara a intenção do legislador de não alterar seu conceito já devidamente
pacificado no universo penal, como sendo condutas típicas com pena máxima igual ou
inferior a 2 (dois) anos. Assim, o legislador visou tão somente com a edição dessa lei
atribuir o mesmo rito procedimental às condutas típicas praticadas contra o idoso, em
virtude da celeridade do procedimento descrito na Lei n. 9.099/9532.

Essa discussão gerada em virtude das Normas de Menor Potencial ofensivo


surgiu devido ao fato de a Lei 9.099/95 – Lei dos Juizados Especiais, também ser
aplicada para esses tipos de crimes. Discussão essa que se pode justificar pelas
semelhanças que apresentam as duas Leis em seus ritos procedimentais, como por
exemplo a transação penal anterior à denúncia.

Portanto, em virtude de toda a argumentação acima mencionada dúvida não


deve haver quanto a não extensão do conceito de crimes de menor potencial ofensivo às
condutas típicas apenadas em até 04 (quatro) anos33.

O §3º do artigo 71 da Lei 10741/03 também trás algumas inovações ao


Direito Processual tais como 34:
- A todo cidadão com idade igual ou superior a 60 anos é assegurada
prioridade na tramitação dos processos judiciais em que seja parte, ou seja, os processos
deveram ter prioridade superior àqueles que já estão em trâmite, garantindo a
possibilidade de solução em menor espaço de tempo;
- Pessoas com mais de 65 anos e que vivem de sua aposentadoria passam a
receber medicamentos gratuitamente. Sempre que o Idoso não tiver condições de arcar
com estes custos, o órgão público tem obrigação de fornecer os remédios gratuitamente,
principalmente os de uso contínuo;
- Em casos de internação, o idoso tem direito a ser acompanhado por um
familiar, seja qual for à entidade médico-hospitalar, pública ou privada.

Desta maneira fica então esclarecida a confusão gerada entre Normas de


Menor Potencial Ofensivo e a Lei 10.741/03, ou seja, com o Estatuto do Idoso o

32
Repercussões Penais do Estatuto do Idoso. Disponível em WWW.viannajr.edu.br. Acessado em 12/05/09.
33
JESUS, Damásio E. Revista Jurídica Justilex. Brasília: Justilex, 2004, Ano III, n. 26, edição fevereiro/2004, p.
20.
34
Estatuto do Idoso. Direito de Cidadania. Disponível em WWW.faeces.com.br. Acessado em 18/05/09.
legislador quis somente dar maior celeridade aos processos instaurados para proteção
dos idosos, e não confundir o conceito de Crimes de Menor Potencial Ofensivo já
atribuído pela Lei 9.099/95.

3.3 CIDADANIA: UTOPIA X REALIDADE

O fenômeno do envelhecimento no Brasil é impressionante. A esperança de


vida ao nascer mais que dobrou do início (33 anos) ao final do século XX (quase 70
anos). De 1991 a 2000, a população brasileira com mais de 60 anos aumentou duas vezes
e meia a mais (35%) do que a população mais jovem que cresceu 14%. A Síntese dos
Indicadores Sociais do IBGE (2003) assinala que havia 16.022.231 pessoas com 60 anos
ou mais no país em 2002, representando 9,3% do total dos habitantes. Na região Sudeste
e Sul, a proporção de idosos em relação à população geral já passa de 10%. No ano de
2020 espera-se que o número de pessoas acima de 60 anos atinja 25 milhões e represente
11,4% do total dos brasileiros. Ou seja, o país está num caminho sem volta, embora seja
ainda jovem 35.

No Brasil é evidente a aceleração do processo de envelhecimento


comparado aos demais países europeus, que, por exemplo, levam aproximadamente 140
anos para envelhecer. A realidade brasileira, no entanto, possui inúmeras diferenças ao
se comparar com a realidade européia. Lá a população crescente tem mais de 80 anos, já
aqui a faixa etária de crescimento populacional se estaciona dos 60 aos 65 anos de idade.

Uma das explicações para essa diferença inclui às confortáveis condições de


vida que levam os europeus, de bem estar social e saúde. Já no Brasil esse crescimento
leva em consideração a queda das taxas de fecundidade e natalidade, porém infelizmente
o Brasil não tem conseguido proporcionar aos idosos um fim de vida mais tranqüilo, e
isso se deve a fatores tais como problemas sociais.

35
Violência contra Idosos, o Avesso à Experiência e à Sabedoria, Maria Cecília de Souza Minayo – Brasília:
Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004.
É devido a essa realidade encontrada hoje no Brasil que é necessário que o
país se mobilize, ou seja, é necessária a implantação de programas pelo governo
brasileiro no sentido de proporcionar aos idosos seu bem estar social, de maneira que
melhore a qualidade de vida deles. Só assim os idosos brasileiros poderão ser
equiparados aos europeus, pelo menos no que diz respeito a bem estar social.

Outro ponto relevante para maior parte da população idosa é que atualmente
essa classe não tem conseguido acompanhar a globalização, a sociedade globalizada em
que eles vivem o que lhes causam um grande aumento na exclusão social, que acaba
sendo representada de diversas maneiras pela sociedade.

Diante disso, a cidadania deve ser exercitada por todos os componentes da


sociedade, a fim de evitar que essa realidade se alastre cada vez mais. Pra os
componentes da terceira idade, esse exercício se torna cada vez mais difícil, pois eles se
deparam com os preconceitos em relação à idade, à política e ao trabalho,
principalmente.

Primeiramente, necessário se faz lembrar que os idosos são também


cidadãos, e por isso merecedores de respeito, até mais devido já se enquadrarem na fase
da terceira idade. Para tornar a cidadania dos idosos uma realidade e não uma utopia, o
Brasil precisa se mobilizar em alguns aspectos, tais como: na reinserção dos idosos na
sociedade, mesmo que para isso seja necessário algumas atividades de ressocialização
como: políticas governamentais implantadas em programas de TV e Rádio alertando a
população da importância do bom tratamento aos idosos, promoções sociais como
atividades físicas ao ar livre para os idosos e bailes promovidos para integrantes da
terceira idade.

Práticas de ressocialização como essas citadas são muito importantes para


os idosos que já se sentes discriminados pela sociedade em que vivem. Para eles é muito
importante que se sintam úteis e ativos. E essas atividades devem começar dentro de
casa. Como já demonstrado através de dados da Organização Mundial de Saúde,
praticamente em toda família existe um idoso, e estas práticas devem ser iniciadas desde
já, para só então o Brasil criar um hábito de cidadania com os idosos, tornando-a
fundamental para a realidade.
Não basta o país ser um avanço em leis que garantam os direitos
fundamentais dos idosos. É necessário aplicá-los, pois elas existem para serem
aplicadas, para fazer valer os direitos e garantias dos idosos quando necessário, e na
situação em que se encontra o Brasil, já passou da hora de haverem lutas para fazer
verdade o que trás a legislação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em todo contexto desse trabalho monográfico, o principal objetivo foi


demonstrar às pessoas a atual situação dos idosos no Brasil, suas condições de vida
atualmente, saúde e bem estar social, bem como a maneira de como são tratados hoje
pela sociedade, e o principal avanço legal com a Lei 10.741/03 – Estatuto do Idoso.

No entanto, o que se pode perceber foi o avesso dos direitos aos idosos. A real
intenção não foi a de demonstrar as atitudes e os sentimentos negativos das pessoas para
com esta classe. Buscou-se enfatizar que para melhorar essa realidade deparada, é
necessário investir e muito na efetivação da consciência social das pessoas a cima de 60
anos de idade que vivem no Brasil, porém não se pode duvidar de que o Estatuto do
Idoso foi um marco decisivo de reconhecimento dos direitos dos idosos, entretanto
necessita sair do papel as garantias por ele asseguradas e começar a enfrentar a
realidade.

Buscou-se também enfatizar que falta para o Brasil a implantação pelos


Governos de políticas sociais de amparo aos idosos, pois como demonstrado, parte dessa
população pertence à classe dos miseráveis. Por isso é necessário a imposição da
melhoria na qualidade de vida dessas pessoas que inclui principalmente a questão da
saúde. Como já citado, grande parte dessa população depende das ações sociais, das
políticas públicas realizadas pelo Governo, pois sendo assim, a saúde do idoso depende
indiretamente da boa qualidade da Saúde Pública no Brasil.

Lei 10.741/03 também trás em seus artigos a questão da proteção ao idoso


contra os diversos tipos de violência tais como: violência psicológica, sexual, abandono,
negligência, abuso financeiro e econômico e auto-negligência. A vitimação desse grupo
social por um desses diversos tipos de violência é um problema cultural e que no Brasil
começou a ganhar maiores dimensões a partir da década de 90 e que hoje pode ser
combatida com o Estatuto do Idoso através da imposição de penas aos autores desse tipo
de agressão.
Outro relevante ponto destacado nesse trabalho foi às principais inovações
trazidas pelo Estatuto, bem como suas principais garantias, algumas já respaldadas na
Constituição Federal de 1998.

Torna-se necessário buscar soluções aos problemas deparados pela classe dos
idosos. Uma das maneiras encontradas são alguns Cursos de Capacitação objetivando
fortalecer as instituições que atuam na política do idoso, com ações de formação de
agentes sociais para atuarem como multiplicadores de informações voltadas para o
atendimento de demandas concernentes ao serviço de prevenção e apoio em casos de
abuso e maus-tratos contra a pessoa idosa.

Os objetivos maiores desses cursos de Capacitação devem se resumir em


estimular os profissionais das áreas de direito, saúde, assistência social e demais
profissionais à formação para exercer papel de mobilizar a sociedade quanto ao
enfrentamento das questões de violência e maus tratos contra a pessoa idosa, na busca
de uma cultura de denúncia e correto encaminhamento para as situações vivenciadas.

As pessoas devem entender que a violência contra os idosos, seja ela física,
psicológica ou moral, deve ser encarada como uma violação dos Direitos Humanos.
Devem ser desenvolvidos pelos núcleos de Assistência Social metodologias e
mecanismos de atendimento psicossocial às vítimas e agressores, bem como instituir
estratégias operacionais de acompanhamento técnico à vítima nos processos judiciais.

Atualmente existe uma maneira de minimizar esses reflexos causados pelo


tempo nas pessoas idosas. Em grandes centros urbanos são criados Centros de Apoio aos
Idosos com diversas atividades que os reintegram na sociedade, tais como, aulas de
computação e atividades voltadas à saúde. Esses centros também oferecem aos idosos
diversas recreações como bailes de terceira idade aos finais de semana.

Tentativas como essas de reintegração dos idosos na sociedade é uma maneira


educacional e muito produtiva que os Governos encontraram de trazer um pouco de
alegria de volta á vida dessas pessoas que, no mundo de discriminações como o de hoje
são tão maltratadas pela própria sociedade que eles ajudaram a se formar, com suas
experiências e sábias lições de vida.

Por fim o principal objetivo desse trabalho foi de conscientizar a todos do papel
dos idosos na sociedade, de como eles podem contribuir para a cultura deste país através
de suas sabedorias milenares. Além disso, conscientizar população de que independente
da idade, todos os seres humanos são merecedores de respeito, principalmente os idosos.
O Brasil só tende a ganhar com o respeito aos mais velhos e garantir-lhes uma vida
digna é um dever de todos os cidadãos.

Saber envelhecer é uma arte. E como toda arte, requer aprendizagem. O idoso
precisa cultivar esta nobreza arte que é “saber envelhecer seguindo uma série de
ensinamentos que nada mais são do que uma autêntica psicologia do otimismo”. A arte
de envelhecer é viver sem se sentir velho, é sentir-se seguro e ativo diante da vida; deve-
se conservar a esperança sempre viva; deve-se enfrentar todos os obstáculos e reveses;
buscar sempre uma atividade, o ócio pelas suas conseqüências promove a depressão e o
envelhecimento precoce. Os anos se contam pelo calendário da alegria de viver e nunca
atingem as pessoas serenas e alegres.36

37
“Nascer é uma probabilidade, viver é um risco, envelhecer é um privilégio”

36
PENAFORTE, Wellington, Revista Total Saúde, Ano 2 – Edição 15, Setembro/2008, pg. 24 e 25.
37
Marcelo Salgado, Programa de Assessoria à Gestão da Política do Idoso. Somente constam esses dados do
autor da frase.
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