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AUTISMO

AUTISMO
“ Um muro muito alto, por vezes alto demais, difícil de trepar. Um muro de
palavras e silêncios, de gestos e impressões, de sons e de cheiros, de
imagens e de toques, de intenções e de códigos. Um muro que dá para um
mundo incompreensível para eles mas onde têm de viver e do qual fogem
sempre que podem, para o deles, o interior. Eles são as pessoas com
autismo. Cada um é um mundo. E nós tentamos lá entrar, ver o que há do
outro lado, saber deles e da perturbação que os faz diferentes, dos
porquês de nascer assim e dos efeitos que podem ter na família, da
melhor forma de lidar com eles e do que muda na adolescência, enfim,
perceber como deixá-los crescer e viver felizes.”
Pires, C in Do outro lado do muro. Revista Noticias Magazine. Nº556 de 19-01-03

“O meu desenvolvimento não é absurdo ainda que não seja fácil de


compreender. Tem a sua própria lógica e muitas das condutas a que
chamam alteradas são formas de enfrentar o mundo segundo a minha
maneira especial de ser e perceber. Faz um esforço para me
compreender.”
Adaptado – Angel Rivière, 1996
AUTISMO
Embora a expressão “cada caso é um caso” já esteja
velha e cansada de tanto uso, não há dúvida que continua
muito actual. Se, a partir de um caso pudéssemos fazer
generalizações, então tudo seria mais fácil pois teríamos
finalmente encontrado a receita pela qual tantas vezes
ansiamos.
Tudo isto para dizer que, embora não existam receitas
relativamente à melhor forma de lidar com crianças e jovens
com perturbações do espectro do autismo, existem algumas
estratégias que ajudarão a dar resposta às suas necessidades
educativas especiais.
Aquilo a que nos propomos como trabalho é, não só
fazer um levantamento das características desta anomalia do
desenvolvimento, mas também apresentar algumas sugestões
gerais que, em situações concretas, terão de ser ajustadas às
necessidades únicas de cada aluno.
AUTISMO - DEFINIÇÃO

Autismo é um transtorno de desenvolvimento que se


manifesta normalmente antes dos três anos de idade. Não pode
ser definido simplesmente como uma forma de atraso mental,
embora muitos quadros de autismo apresentem QI abaixo da
média.
Este transtorno compromete todo o desenvolvimento
psiconeurológico, afectando a comunicação (fala e entendimento)
e o convívio social.
O autismo manifesta-se de diferentes formas, variando do
mais alto ao mais leve comprometimento, e dentro desse espectro
o transtorno, que pode ser diagnosticado como autismo, pode
também receber diversos outros nomes.
Esta síndrome atinge principalmente pessoas do sexo
masculino, numa proporção de 4 homens autistas para uma
mulher com o mesmo diagnóstico.
AUTISMO - HISTORIAL
O termo autismo vem do grego “autos” que significa “de si mesmo”. Em
1906, Plouller introduziu o termo autista na literatura psiquiátrica. Mas foi Bleuler,
em 1911, o primeiro a difundir o termo autismo para se referir ao quadro de
esquizofrenia, que consiste na limitação das relações humanas com o mundo
externo
Em 1943, o psiquiatra americano Leo Kanner, descreveu um grupo de
crianças que apresentavam inabilidade para se relacionarem com outras pessoas e
situações desde o início da vida (extremo isolamento, falha no uso da linguagem
para comunicação e desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice).
Segundo Kanner, o autismo era causado por pais altamente intelectualizados,
pessoas emocionalmente frias e com pouco interesse nas relações humanas da
criança.
Em 1944, o pediatra austríaco Hans Asperger descreveu crianças que se
assemelhavam às descritas por Kanner, porém tinham linguagem bem preservada
e pareciam mais inteligentes.
Com a evolução das pesquisas científicas, concluiu-se que o autismo não
é um distúrbio do contacto afectivo, mas sim um distúrbio do desenvolvimento.
Em 1976, Lorna Wing relatou que os indivíduos com autismo apresentam déficites
específicos em três áreas: imaginação, socialização e comunicação, o que ficou
conhecido como “Tríade de Wing”.
ALGUNS ESPECTROS MAIS CONHECIDOS DO AUTISMO (1)

SÍNDROME DE ANGELMAN.
Caracteriza-se por um défice cognitivo muito grave, uma marcha de
boneca, desarticulada, uma face característica, descoordenação dos
movimentos voluntários do corpo e acessos muito intensos de riso não
intencional ou despropositado.
SÍNDROME DE ASPERGER.
As pessoas com este distúrbio possuem dificuldades qualitativas na
comunicação, interacção social imaginação. Não apresentam qualquer
atraso significativo de desenvolvimento da fala ou cognitivo, podendo
mesmo ser consideradas apenas pessoas “estranhas” para os padrões
típicos de comportamento.
SÍNDROME DO X FRÁGIL
A expressão deve-se a uma anomalia causada por um gene defeituoso
localizado no cromossoma X. Esta fragilidade provoca um conjunto de
sinais e sintomas clínicos. A principal manifestação dos problemas da
SXF (Síndrome do X Frágil) revela-se no comprometimento da área
cognitiva (atraso mental). Por serem semelhantes a outros casos de
atraso, os sinais ou sintomas da SXF necessitam de confirmação através
de exame genético com técnicas especiais.
ALGUNS ESPECTROS MAIS CONHECIDOS DO AUTISMO (2)

HIPERLEXIA
É constituída por três características básicas:
- capacidade precoce para a leitura;
- dificuldade no processamento da linguagem oral;
- comportamento social atípico.
Para esta criança qualquer mudança se torna difícil. Vive num
mundo à parte, desligado da realidade e manifesta pouca capacidade de
atenção.
SÍNDROME DE LANDAU KLEFFNER
De etiologia desconhecida, afecta crianças previamente normais
e é concebida como uma síndrome epiléptica, caracterizando-se pela
afasia adquirida (a criança deixa de falar).
DISTÚRBIO OBSESSIVO-COMPULSIVO
Os sintomas mais comuns são: obsessão de contaminar-se,
medo de ferir-se ou ferir os outros, medos sexuais e religiosos. As
pessoas que sofrem deste distúrbio acabam por adquirir comportamentos
ritualísticos ou repetitivos que aliviam os seus pensamentos obsessivos.
ALGUNS ESPECTROS MAIS CONHECIDOS DO AUTISMO (3)

SÍNDROME DE RETT
A Síndrome de Rett é uma doença de ordem neurológica e de
carácter progressivo, que acontece em maior proporção em crianças do
sexo feminino, acontecendo também em crianças do sexo masculino. Por
volta dos 6-18 meses de idade, os primeiros sinais clínicos aparecem,
estando associados à perda de aquisições motoras e aquisições
cognitivas, ou seja, perda das capacidades anteriormente adquiridas,
iniciando-se, portanto o curso da doença. O quadro clínico que mais está
presente nos casos de Síndrome de Rett está relacionado com a
desaceleração do crescimento craniano, perda da fala e das habilidades
motoras adquiridas, em particular o movimento activo da mão.
SÍNDROME DE PRADER-WILLI
As áreas mais afectadas são a aprendizagem e o comportamento
mas também são frequentes alterações oftalmológicas, dentárias,
cutâneas e genitais. No entanto são as alterações do comportamento que
mais perturbam a evolução destas crianças. As alterações do sono são
frequentes. O atraso do desenvolvimento é essencialmente motor. O
atraso cognitivo é menos significativo.
ALGUNS ESPECTROS MAIS CONHECIDOS DO AUTISMO (4)

TDA: TRANSTORNO DO DÉFICIT DE ATENÇÃO/HIPERACTIVIDADE

A característica essencial do Transtorno de Déficit de Atenção e


Hiperactividade é um padrão persistente de desatenção, hiperactividade e
alguns sintomas hiperactivo-impulsivos que causam prejuízo ao
relacionamento interpessoal.
A desatenção pode tanto manifestar-se em situações escolares,
quanto profissionais ou sociais. O trabalho dos portadores de Transtorno
de Deficit de Atenção e Hiperactividade frequentemente é confuso e
realizado sem método nem precisão adequada.
A hiperactividade pode manifestar-se por inquietação ou
remexer-se na cadeira, por não permanecer sentado quando deveria, por
correr ou subir excessivamente em coisas quando isto é inapropriado,
por dificuldade em brincar ou ficar em silêncio em actividades de lazer.
COMPORTAMENTOS DO INDIVÍDUO COM AUTISMO

USA AS RESISTE A NÃO SE MISTURA APEGO NÃO


NÃO MANTÉM
PESSOAS COMO MUDANÇAS COM OUTRAS APROPRIADO A
CONTACTO VISUAL
FERRAMENTAS DE ROTINA CRIANÇAS OBJECTOS

RISOS E RESISTE AO
AGE COMO SE RESISTE À NÃO DEMONSTRA
MOVIMENTOS CONTACTO
FOSSE SURDO APRENDIZAGEM MEDO DE PERIGOS
NÃO APROPRIADOS FÍSICO

MODO E
ACENTUADA GIRA OBJECTOS DE ÀS VEZES É
COMPORTAMENTO
HIPERACTIVIDADE MANEIRA BIZARRA E AGRESSIVO
INDIFERENTE
FÍSICA PECULIAR E DESTRUTIVO
E ARREDIO
ENSINAR O ALUNO COM AUTISMO (1)

PRESSUPOSTOS:

• As crianças autistas são educáveis;


• as suas características singulares de aprendizagem devem-se a
deficiências cognitivas básicas no processamento de informação;
• essas deficiências podem ser compensadas, em parte, por programas
educacionais cuidadosamente estruturados, com sequências
especificas de aprendizagem e intensificação de estímulos reforçada;
• os programas educacionais estruturados devem começar desde cedo,
tendo os pais como primeiros professores;
• os programas de educação especial para estas crianças são
plausíveis;
• a oferta de programas educacionais adequados a estas crianças não é
uma manifestação de generosidade pública mas uma tomada de
consciência do seu direito a uma educação adequada.
ENSINAR O ALUNO COM AUTISMO (2)

PRÁTICAS PEDAGÓGICAS:

• A criança com autismo pode aprender os padrões “normais” de


comportamento, adquirir conhecimentos e integrar-se de maneira
muito satisfatória na sociedade.
• Precisa de estabilidade e de bem-estar emocional.
• As mudanças, ainda que mínimas, e a incerteza são fonte de grande
ansiedade para estas crianças, sendo, por isso, fundamental criar-
lhes um ambiente marcado pela previsibilidade e segurança,
• Todas as actividades a desenvolver devem enquadrar-se no
programa curricular, utilizando as suas áreas fortes e emergentes.
• Pode ser muito útil mobilizar um colega mais sensível no sentido de
lhe dar um apoio especial quer no interior, quer no exterior da sala
de aula.
• Ajudá-las a compreender o sentido daquilo que lhes pedimos é
indispensável uma vez que para elas nem sempre é fácil
compreender as nossas instruções.
ENSINAR O ALUNO COM AUTISMO (3)

FACTORES QUE DIFICULTAM A APRENDIZAGEM:

• Considerável défice de motivação. Quando se empenham, numa tarefa


gostam de a fazer bem, embora nem sempre consigam. Por essa razão,
é fundamental que lhes demonstremos a nossa satisfação sempre que
concluam uma actividade com sucesso e que as ajudemos sempre que
não consigam realizá-las.
• Falta de Concentração. Colocar os alunos nas carteiras da frente. Usar
sinais não verbais.
• Limitado campo de interesses. Usar as fixações do aluno para alargar o
seu campo de interesses.
• Incapacidade em termos de memória pessoal. Possuem uma memória
semântica, armazenando episódios ou factos concretos que lhes
permitem enumerar factos, datas ou números de telefone.
• Competências de imitação pobres, tanto no que se refere à duplicação
do comportamento, como no assumir do papel do outro.
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ALGUMAS SUGESTÕES DE ACTUAÇÃO:

• Encontrar estratégias que permitam uma aprendizagem menos


monótona para todos;
• Seleccionar objectivos, com a colaboração dos pais, para se atenderem
prioridades consideradas essenciais para a vida e harmonia familiar;
• Definir objectivos com base nas capacidades emergentes conhecidas
através das avaliações realizadas;
• Definir objectivos, tendo em conta o desenvolvimento da criança;
• trabalhar um comportamento de cada vez para que a criança sinta que
pode ter sucesso;
• Definir objectivos a três níveis: a longo prazo, a médio prazo (de três
meses a um ano) e imediatos;
• Não esquecer que estas crianças apresentam um ritmo de
desenvolvimento muito próprio que é fundamental respeitar sem
demasiadas angustias, nem ansiedades uma vez que elas são
sensíveis a este tipo de sentimentos;
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ALGUMAS SUGESTÕES DE ACTUAÇÃO (CONT):

É importante que o professor verifique com alguma frequência


que o aluno está a acompanhar o assunto da aula. Além disto, é
aconselhável, também, que este aluno:

• Se sente o mais próximo possível do professor.


• Seja requisitado como ajudante do professor algumas vezes.
• Use agendas e calendários, listas de tarefas e listas de verificação.
• Seja ajudado para poder trabalhar e concentrar-se por períodos cada
vez mais longos.
• Seja estimulado a trabalhar em grupo e a aprender a esperar a vez.
• Aprenda a pedir ajuda.
• Tenha apoio durante o recreio onde, por exemplo poderá dedicar-se a
seus assuntos de interesse, pois caso contrário poderá vagar, dedicar-
se a algum assunto inusitado ou ser alvo de brincadeiras dos colegas.
• Seja elogiado sempre que for bem sucedido.
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Critérios para escolher o modelo mais adequado para uma


criança com perturbações do espectro autista:

• Escolher escolas pequenas e evitar escolas excessivamente


barulhentas e despersonalizadas.
• Escolher escolas bem estruturadas e organizadas por forma a
conhecer antecipadamente como vai decorrer o dia escolar.
• É imprescindível uma colaboração entre o professor regular, o
professor de apoio e os técnicos que trabalham com a criança.
• É imprescindível a existência de apoio por parte de um psicólogo
com funções de orientação e de um terapeuta da fala.
• É importante e conveniente proporcionar aos colegas da criança
autista meios que lhe permitam compreender e apoiar as suas
aprendizagens e relações.
ENSINAR O ALUNO COM AUTISMO (7)

Critérios para escolher o modelo mais adequado para uma


criança com perturbações do espectro autista (cont):

• As crianças com Sindroma de Kanner ou Asperger necessitam de uma


integração em que cumpram objectivos académicos.
• No caso das crianças pequenas, o papel do professor é mais importante
do que a escola que frequentam. Muitas vezes um professor “envolvido”
cria laços fortes com a criança, influência muito o seu desenvolvimento
e poderá “abrir a porta” do mundo fechado da criança autista.
• Todos os professores que ensinam crianças com autismo necessitam de
apoio e orientação de especialistas pois é frequente a existência de
sentimentos de frustração, ansiedade e impotência nos professores que
não têm esse apoio.
• É imprescindível uma estreita colaboração entre a escola e a família.
Alguns estudos têm demonstrado que o envolvimento da família é um
dos factores fundamentais para o êxito dos programas educativos e
terapêuticos com estas crianças.
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Tipos mais usuais de Intervenção:

• Natação (utilização da água com fins terapêuticos)


• Musicoterapia (utilização da música com fins terapêuticos)
• Equinoterapia (utilização de animais com fins terapêuticos)
• Golfinoterapia (utilização de golfinhos com fins terapêuticos)
• Método Tomatis (método de reeducação do ouvido)
• Método Teach (organização do ambiente físico através de rotinas)
• SI – Integração Sensorial
• AIT – Integração Auditiva
• FC – Comunicação Facilitada
• Relation Play (desenvolvimento do auto-conhecimento da criança)
• PECS – Sistema de Comunicação Através da Troca de Figuras
• ABA – Análise Aplicada do Comportamento
• O Computador
CONCLUSÃO

Apesar de não haver cura para a perturbação do espectro do


autismo, muita coisa se pode fazer por estas crianças e jovens. De
preferência, logo que sejam detectados os primeiros sinais deve ser iniciado
um plano de intervenção adequado às necessidades, características e
capacidades da criança. Neste plano, devem ser envolvidos os pais, a família
e os técnicos.

Os métodos a usar devem ter como base os modelos educativos


estruturados onde devem constar terapias comportamentais, da fala, físicas e
ocupacionais. Em idade escolar, alguns especialistas afirmam que o ideal é a
integração na escola regular, embora reconheçam que esta poderá não ser a
solução mais adequada para os casos mais graves.

A elaboração deste trabalho tornou-nos mais sensíveis a todas estas


problemáticas que nos podem surgir a qualquer instante e para as quais
devemos estar preparados.
Rosário Cabral
António José Ferreira
Francisco Nunes

Seia, Maio de 2006

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