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2005
A comunicação humana é uma relação social que se estabelece entre duas ou mais pessoas que desejam trocar
informações idéias compartilhar sentimentos ou conhecimentos. O ser humano utiliza inúmeros signos universais
de comunicação: o choro para expressar aborrecimento; o sorriso para manifestar alegria; o beijo e o abraço para
transmitir afeto. As pessoas não se comunicam apenas por meio de gestos ou símbolos: a comunicação humana é
feita, principalmente, pela palavra.Toda comunicação tem por objetivo a transmissão de uma mensagem, e se
constitui por um certo número de elementos, indicados no esquema abaixo:
Referente
CANAL DE COMUNICAÇÃO
Código
Fig. 1. Esquema da comunicação
Tipos de comunicação:
• A comunicação unilateral é estabelecida de um emissor para um emissor, sem reciprocidade. Exemplo: um
professor durante uma aula expositiva, um aparelho de televisão, um cartaz na parede difundem mensagens
sem receber respostas.
• A comunicação bilateral se estabelece quando o emissor e o receptor alternam seus papéis. É o que
acontece durante um bate-papo, em que há intercâmbio de mensagens.
Ruído e redundância:
Pelo termo ruído designa-se tudo o que afeta, em graus diversos, a transmissão da mensagem: voz muito
baixa ou encoberta pela música, falta de atenção do receptor, erros de codificação, etc. O termo ruído não se refere
apenas a uma perturbação de ordem sonora, aplicando-se tanto à comunicação visual ( uma mancha numa folha de
papel ou numa tela, um erro datilográfico são ruídos), quanto aos outros tipos de comunicação.
Para combater os riscos de perturbação na transmissão das mensagens faladas ou escritas, a língua tem
mecanismos paliativos – as redundâncias. Considera-se como redundante todo elemento da mensagem que não traz
nenhuma informação nova. A redundância se manifesta das seguintes formas:
• Sintáticas (Nós chegamos. Redundância da marca da pessoa).
• Gestuais (é redundante unir gesto à palavra).
• Tonais ( uma entonação característica acompanhando uma frase exagerada, como: ele está morto de
fome! É redundante.
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Níveis de linguagem
“E assim, senhores telespectadores, o Jornal mais Jornal lhes proporcionou informação, atualidade e
entretenimento...”
Observe que a locutora usa um nível culto de linguagem. As frases são bem construídas, o vocabulário é
rico, há preocupação em “falar bem”, dentro das normas da linguagem - padrão, como costumamos dizer.
A gíria em si é uma linguagem popular, nascida e criada nas ruas, meio do povo, alimentada pelos
diferentes círculos sociais ou pelos diversos grupos profissionais. Muitas palavras de gíria passam a ser empregadas
por pessoas que não pertencem a tais grupos. Essa linguagem, então espontânea, natural e expressiva generaliza-se,
por determinado tempo. Hoje pode ser um tremendo “barato”; amanhã , já estará “purfa”. Aquele “cobra” sempre
foi um cara “jóia”, mas amanhã...
“Os alvéolos pulmonares perderam parte da elasticidade pelo acúmulo de substâncias residuais. O fumo
é a causa mais provável...”
Uma linguagem muito mais especializada e culta: a linguagem técnica . Ele utiliza termos próprios à especialidade
de quem fala: médico, economista, advogado etc. A profissão de cada um exerce grande influência nos padrões de
comunicação.
A linguagem cotidiana não é, necessariamente, uma linguagem inculta. As quebras que nela
ocasionalmente ocorrem, de certas normas gramaticais, se devem `a sua liberdade de expressão e à sensibilidade
estilística do falante. Bons escritores e cronistas famosos utilizam a gíria popular sem preconceitos e com muito
sucesso.
“ Menino, eu nada disto sei dizer. A outro eu não falava, mas a ti eu digo. Eu não sei que gosto tem esse bicho
de mulher. Eu vi Aparício se pegando nas danças, andar por aí atrás das outras, contar histórias de namoro. E eu
nada. Pensei que fosse doença, e quem sabe não é?Cantador assim como eu, Bentinho, é mesmo que novilho
capado. Tenho desgosto.
A voz de Domício era de quem falava para se confessar:
Desgosto eu tenho, pra que negar?
(Pedra Bonita, de José Lins do Rêgo)
2) Por que motivo o aluno ao se comunicar repete tantas vezes as palavras né e daí? Qual a função destas
palavras no seu discurso?
3) Em alguns momentos a narrativa do garoto é bastante imprecisa. Sublinhe no texto alguns trechos em que
isso acontece e tente descobrir sobre o que ele está falando.
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5) Transcreva o texto “História de um acidente”, procurando aproximá-lo de padrões recomendados pela
gramática normativa para a norma escrita. Procure organizá-lo em parágrafos e ordene a concordância.
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Quando se estabelece uma comunicação, todos os fatores entram em jogo. Ocorre a predominância de um
deles, conforme o tipo de mensagem, prevalecendo uma determinada função da linguagem.
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Exercício
1) Que funções da linguagem predominam nas frases abaixo?
a) “Pelo amor Santa Maria Virgem suspenda remessa restante.”
d) A palavra “seduzir” quer dizer conquistar pela paixão, entorpecer os sentidos, anular a razão.
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(Guilherme de Almeida)
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O Estilo
Qualidades fundamentais: Clareza, concisão e originalidade.
Melhor seria:
“ Meu irmão, que chegou hoje, o qual é estudante de um Colégio de Guará, trouxe-me boas notícias, que a
ninguém contarei. Divulgando-as, isso me prejudicaria, por muito tempo, na repartição. Disso estou certo.
2- A concisão é a arte de encerrar um pensamento com o menor uso possível de palavra. Evitar um
nºexcessivo de adjetivos, principalmente sinônimos, para cada substantivo (manhã, linda,radiosa e
magnífica); evitar palavras inúteis ou redundantes (atualmente, nos dias de hoje, o homem atual...) evitar,
sempre que possível, o emprego de dois ou mais verbos juntos (senti que estava chovendo).
FAFIT/FACIC-7--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 7
3-A originalidade, para ser conseguida, é preciso evitar chavões, repetição de frases vulgares (Chorou um
mar de lágrimas; vem surgindo o astro-rei;seus cabelos cor de prata).
Exercícios
1) Reescreva os parágrafos que seguem, eliminando os acúmulos e redundâncias desnecessários, levando em
conta o preceito de que o texto deve ser apresentado de maneira clara, concisa e original.
1) Entrou pela terceira vez num hospital, lugar de muita dor, lágrimas, tristeza e sofrimento, para onde
vão os corpos e espíritos doentes, enfermos, saudosos da vida que se movimenta sã, sadia lá fora. Sentiu com
pessimismo a solidão e o silêncio que ali predominam e os hospitais parecem túmulos vivos, onde nada pulsa
com alegria porque a sombra da morte, a eterna ceifeira, é uma ameaça perene, constante, duradoura e
infindável.
2) Passei alguns dias junto à minha mãe e revi, neste período com a minha família, velhos e antigos amigos
de infância.
Prolixidade
Um dos problemas sérios que normalmente comprometem a elaboração de um texto é a presença de determinados
elementos lingüísticos próprios da língua falada. Embora fala e escrita utilizem um mesmo código — a palavra —,
apresentam diferenças bastante sensíveis. Vejamos algumas:
1. Na fala, além da palavra o emissor serve-se de outros códigos para estabelecer a comunicação: gestos,
contexto físico, entonação, ritmo, reações faciais.
2. Na escrita, ao contrário, privilegia-se a palavra como único código para se transmitir uma informação.
3. A fala desenvolve-se no tempo; é, portanto, irreversível. Nesse sentido, o emissor, para assegurar-se de que
sua informação está sendo recebida, repete-a inconscientemente, tornando-se assim redundante.
4. A escrita, por outro lado, desenvolve-se no espaço; é, portanto, reversível. O leitor pode percorrer o texto em
várias direções, objetivando apoderar-se da informação transmitida. Exige-se, portanto, como qualidade
fundamental de um texto escrito, concisão.
Com base em pesquisas de textos escolares, observou-se que a repetição de idéias, a que denominamos
tecnicamente prolixidade, constitui a falha principal das redações. Evidentemente, eliminando-se esse problema, o
texto escrito terá a sua virtude principal: concisão.
O mundo do futuro deve ser um mundo melhor, um mundo com mais amor e compreensão.
Evidentemente, você deve constatar que a caracterização genérica, nessa frase, é totalmente dispensável. Vejamos
como poderia ser reestruturada, eliminando-se a prolixidade.
Nessa frase, y é totalmente desnecessário, pois a informação transmitida por ele já está contida em X. Houve,
portanto, prolixidade.
Essa frase apresenta vários problemas estilísticos. Destaquemos o reforço do pronome relativo.
Observe que a expressão destacada é dispensável no contexto da frase, pois ela está exercendo uma função
relacional desempenhada pelo pronome relativo que vem logo a seguir. Essa forma lingüística, aliás, é característica
da língua falada. Apresentamos, a seguir, várias reestruturações que gradativamente resolvem os problemas
estilísticos.
• É no lar que recebemos os principais conselhos, que são os conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a
nossa base.
• É no lar que recebemos os principais conselhos dos pais, que no~ ajudam a formar a nossa base.
• No lar recebemos os principais conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a nossa base.
• No lar recebemos dos pais os principais conselhos, que nos ajudam a formar a nossa base.
• No lar recebemos dos pais os principais conselhos, que constituem a base de nossa formação.
• Os conselhos dos pais constituem a base de nossa formação.
Nessa frase, y é totalmente desnecessário, pois a informação transmitida por ele já está contida em X. Houve,
portanto, prolixidade.
Essa frase apresenta vários problemas estilísticos. Destaquemos o reforço do pronome relativo.
Observe que a expressão destacada é dispensável no contexto da frase, pois ela está exercendo uma função
relacional desempenhada pelo pronome relativo que vem logo a seguir. Essa forma lingüística, aliás, é característica
da língua falada. Apresentamos, a seguir, várias reestruturações que gradativamente resolvem os problemas
estilísticos.
• É no lar que recebemos os principais conselhos, que são os conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a
nossa base.
• É no lar que recebemos os principais conselhos dos pais, que no~ ajudam a formar a nossa base.
• No lar recebemos os principais conselhos dos pais, que nos ajudam a formar a nossa base.
• No lar recebemos dos pais os principais conselhos, que nos ajudam a formar a nossa base.
• No lar recebemos dos pais os principais conselhos, que constituem a base de nossa formação.
• Os conselhos dos pais constituem a base de nossa formação.
Podemos evidentemente eliminar, sem prejuízo para a idéia do autor, a última parte da frase.
Observe as reestruturações:
Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos, é essencial uma formação física e cultural em
níveis altos.
Para possuirmos uma boa adaptação ao mundo em que vivemos, é essencial uma elevada formação física e
cultural.
Exercícios
1º) tipo: Referente + caracterizador genérico + caracterizador específico. Reescreva as frases, eliminando a
prolixidade.
a) A educação é algo muito sério, e poderíamos dizer que é a base para a formação de uma nação.
b) Em sonhos, sempre imaginamos um mundo diferente do que vivemos, onde o homem possa realizar-se e
ser feliz.
b) O verde foi sendo retirado desordenadamente, sem um plano elaborado, surgindo concreto e concreto nas
cidades.
c) A TV está sendo usada quase que totalmente com fins comerciais, em que só interessa transmitir rótulos e
marcas da sociedade de consumo.
a) No mundo atual, o principal problema dos pais é a educação de seus filhos, problema este que é também
do governo nacional.
b) Desde épocas remotas, o homem já sabia raciocinar. Nos primeiros tempos da civilização, o
homem primitivo raciocinava como animal. Com a evolução, o homem consegue raciocinar melhor,
descobrir utilidade para o seu bem-estar, como se vestir ou alimentar.
5) Assinale o período que tem melhor redação, considerando correção, clareza, concisão e elegância.
• A) Sem dúvida, a alfabetização contribui para alcançar os objetivos da educação fundamental e um nível
de maior alcance e amplitude aos do próprio desenvolvimento da comunidade.
• B) Sem dúvida, a alfabetização contribui para se alcançarem os objetivos da educação fundamental e para
se dar nível de maior amplitude aos do próprio desenvolvimento comunitário.
• C) A alfabetização contribui, por certo, para alcançar-se os objetivos da educação de base e, quanto ao
próprio desenvolvimento da comunidade, atingir-se nível de maior alcance e amplitude.
• D)Sem dúvida, a alfabetização contribui para que se alcancem os objetivos da educação fundamental e se
ampliem as possibilidades de desenvolvimento da comunidade.
• C)Certo é que a alfabetização contribui para que sejam alcançados os objetivos da educação de base e,
quanto aos do próprio desenvolvimento comunitário, um nível mais alto e mais amplo.
CONCEITO DE TEXTO
Texto é um tecido verbal estruturado de tal forma que as idéias formam um todo coeso, uno, coerente. A
imagem de tecido contribui para esclarecer que não se trata de feixe de fios (frases soltas), mas de fios entrelaçados
(frases que se inter-relacionam).
O texto é uma unidade complexa de significação e pode ter qualquer extensão: pode ser desde uma simples
palavra até um conjunto de frases. O que o define não é sua extensão, mas o fato de que ele é uma unidade de
significação em relação à situação. É o lugar, o centro comum que se faz no processo de interação entre falante e
ouvinte, autor e leitor.
Todas as partes de um texto devem estar interligadas e manifestar um direcionamento único. Assim, um fragmento
que trata de diversos assuntos não pode ser considerado texto. Da mesma forma, se lhe falta coerência, se as idéias
são contraditórias, também não constituirá um texto. Se os elementos da frase que possibilitam a transição de uma
idéia pata outra não estabelecerem coesão entre as partes expostas, o fragmento não se configura um texto. Essas
três qualidades — unidade, coerência e coesão — são essenciais para a existência de um texto.
O conjunto de idéias entrelaçadas para formar um enunciado, capaz de transmitir urna informação, ou
mensagem, que é o texto, nem sempre aparece revestido de palavras: ele pode também ser constituído por um
desenho, uma charge, uma figura. Neste ponto, pode-se lembrar da publicidade que se vale da utilização de
imagens para veicular idéias.
Um texto é mais ou menos eficaz dependendo da competência de quem o produz, ou da interação de autor/leitor, ou
emissor/receptor. O texto exige determinadas habilidades do produtor, como conhecimento do código, das normas
gramaticais que regem a combinação dos signos. A competência na utilização dos signos possibilita melhor
desempenho.
A leitura de uma produção lingüística ou texto leva em consideração a situação em que foi produzida. Essa situação
é conhecida como contexto.
CONTEXTO
Define-se como informações que acompanham o texto. Por isso, sua compreensão depende da compreensão
do contexto. Assim sendo, não basta a leitura do texto, é preciso retomar os elementos do contexto, aqueles que
estiveram presentes na situação de sua construção.
A produção e recepção de um texto está condicionada à situação; daí a importância de o leitor conhecer as
circunstâncias ambiente que motivaram a seleção e a organização dos signos.
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INTERTEXTO (Texto preexistente a outro texto)
Além do contexto, a leitura deve considerar que um texto pode ser produto de relações com outros textos.
Essa referência e retomada constante de textos anteriores recebe o nome de paráfrase, paródia, estilização.
- Paráfrase : Tradução livre ou desenvolvida de um texto conservando as idéias originais. Transposição de frase ou
passagem em termos mais simples, para melhor compreensão; interpretação de um texto.
- Paródia: Desvio total. Pode ser séria ou jocosa e, em geral, ataca instituições e pessoas.
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Parafrasear consiste em transcrever, com novas palavras, as idéias centrais de um texto. O leitor deverá fazer uma
leitura cuidadosa e atenta e, a partir daí, reafirmar e/ou esclarecer o tema central do texto apresentado,
acrescentando aspectos relevantes de uma opinião pessoal ou acercando-se de críticas bem fundamentadas.
Portanto, a paráfrase repousa sobre o texto-base, condensando-o de maneira direta e imperativa. Consiste em um
excelente exercício de redação, uma vez que desenvolve o poder de síntese, clareza e precisão vocabular.
Acrescenta-se o fato de possibilitar um diálogo intertextual, recurso muito utilizado para efeito estético na literatura
moderna.
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TEMA
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que
preocupam a todos.
POR QUÊ?
TÍTULO
1º parágrafo
TEMA + argumento1 + argumento 2
+ argumento 3 INTRODUÇÃO
2º parágrafo Desenvolvimento do argumento 1
1-
1- Indique quais os parágrafos da Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.
2- No primeiro parágrafo, aponte o tema; transcreva os argumentos 1, 2 e 3.
3- Assinale em que parágrafo está o desenvolvimento do argumento 1;
4- Aponte o parágrafo em que está desenvolvido o argumento 2;
5- Localize o parágrafo no qual se encontra o desenvolvimento 3;
6- No último parágrafo, aponte: a expressão inicial; o trecho onde se encontra a reafirmação do tema: e por
fim a observação final.
DISSERTAÇÃO
TEMA
POR QUÊ?
TEMA:
Os habitantes da cidade de São Paulo passam diariamente por algumas dificuldades
ARGUMENTOS:
1. O trânsito está cada vez mais congestionado.
2. Assaltos ocorrem a todo instante.
3. Os índices de poluição estão chegando a níveis altíssimos.
A pena de morte
Cogita-se com muita freqüência, da implantação da pena de morte no Brasil. Muitos aspectos devem ser
analisados na abordagem dessa questão.
Os defensores da pena de morte argumentam que ela intimidaria os assassinos perigosos, impedindo-os de
cometer crimes monstruosos, dos quais costumeiramente temos notícia. Além do mais aliviaria, em certa medida, a
superlotação dos presídios. Isso sem contar que certos criminosos, considerados irrecuperáveis, deveriam pagar
com a morte por seus crimes bárbaros.
Outros, porém, não conseguem admitir a idéia de um ser humano tirar a vida de um semelhante, por mais
terrível que tenha sido o delito cometido.Há registros históricos de pessoas executadas injustamente, pois as provas
de sua inocência evidenciaram - se após o cumprimento da sentença. Por outro lado, a vigência da pena de morte
não é capaz de, por si, desencorajar a práticas de crimes: estes não deixaram de ocorrer nos países em que ela é ou
foi implantada.
Por todos esses aspectos o quanto é difícil nos posicionarmos categoricamente contra ou a favor da
implantação da pena de morte no Brasil. Enquanto esse problema é motivo de debates, só nos resta esperar que a lei
consiga atingir os infratores com justiça e eficiência, independentemente de sua situação socioeconômica. Isso se
faz necessário para defender os direitos de cada cidadão brasileiro das mais diversas formas de agressão das quais é
hoje vítima constante.
Título
TEMAS POLÊMICOS
FAFIT/FACIC-18--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 18
TEMA 1 Muito se tem discutido recentemente acerca da legalização do aborto.
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TEMA 2 O controle da natalidade é de fundamental importância nos países
subdesenvolvidos.
Textos de apoio
FAFIT/FACIC-19--------------------------------------------------------------ProfªMarici Harlene de Lara Fereira 19
VAMOS ESTAR FALANDO COMO BOCÓS
“Gerundismo” é uma coisa horrorosa, Há na Internet um manifesto contra essa praga verbal. Não se sabe quem é o
autor, mas pede-se que seja propagado como parte do esforço para conter o “estilo 0800” de relação entre as
pessoas. Nem todo gerundista é um 0800, mas todo 0800 é um gerundista. Ao manifesto:
“Este artigo foi feito especialmente para que vocë possa estar recortando, estar imprimindo e estar fazendo diversas
cópias para estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar
espalhando essa praga terrível que parece estar se disseminando na comunicação moderna: o gerundismo.
O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar recebendo esta mensagem, de modo que ela possa
estar lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta da maneira como tudo o que ela costuma estar
falando deve estar soando nos ouvidos de quem precisa estar ouvindo.
Mais do que estar repreendendo ou estar caçoando, o objetivo deste movimento é estar fazendo com que esteja
caindo á ficha nas pessoas que costumam estar falando desse jeito sem estar percebendo.
Nós temos que estar nos unindo para estar mostrando a nossos interlocutores que, sim, pode estar existindo urna
maneira de estar aprendendo a estar parando de estar falando desse jeito.
Tudo começou a estar acontecendo quando alguém precisou estar traduzindo manuais de atendimento por
telemarketing; daí a estar pensando que “we’ll be sending it tomorrow” possa estar tendo o mesmo significado que
“nós vamos estar mandando-o amanhã” ‘, acabou por estar sendo só um passo.
Pouco a pouco a coisa deixou de estar acontecendo apenas no âmbito dos atendentes de telemarketing para estar
ganhando os escritórios. Todo mundo passou a estar marcando reuniões, a estar considerando pedidos e a estar
retornando ligações.
A gravidade da situação. só começou a estar se evidenciando quando o diálogo mas coloquial demonstrou estar
sendo invadido inapelavelmente pelo gerundisrno.
A primeira pessoa que inventou de estar falando “eu vou estar pensando no seu caso”, sem querer acabou por estar
escancarando uma porta para essa infelicidade lingüística estar se instalando nas ruas e estar entrando em nossas
vidas.
A única solução vai estar sendo submeter o gerundismo á mesma campanha de desmoralização a qual precisaram
estar sendo expostos os seus coleguinhas contagiosos. como “a nível de”, o “enquanto” e outros menos votados.
A nível de linguagem, enquanto pessoa, o que você acha de estar insistindo em estar falando.desse jeito?
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Mim e Eu
Notamos no quadrinho um erro muito comum. Nosso personagem utiliza "para mim fazer" quando deveria ter sido
usado "para eu fazer".
Toda vez que ocorrer uma ação, deverá ser utilizado pronome pessoal do caso reto. O pronome oblíquo "mim" não
conjuga verbo, apenas sofre a ação do mesmo.
• sempre :
• jamais:
Por toda parte vemos o ressurgimento de velhos debates revestidos com a roupa do novo. Lamentavelmente
notamos que a grande maioria deles passam distantes da verdadeira realidade e prestam-se na maioria das vezes
apenas reformulação do modelo vigente com tendências a flexibilização das responsabilidades. Há como sempre
houve o desconhecimento do obvio: Apenas leis não bastam ! Culturalmente vivemos no país onde leis prestam-se
apenas a poucas situações e que as relações - na sua forma sólida e respeitosa - precisam ser construídas passo a
passo. Em todo o processo e ao longo dos anos a presença do SESMT foi de grande valia para este enfoque,
trazendo para o debate entre as partes a luz do conhecimento técnico - que nestes casos - é essencial a consecução
dos objetivos - e de certa forma faz frente aos descalabros com que se trata assunto de tamanha importância.
O primeiro passo para que esta discussão e busca tenham alguma validade passa pela coragem de questionar quais
são as reais causas do problema. Obviamente para que encontremos algumas respostas válidas e que possa assim
ser base para planos de correção realistas é preciso que ocorra rápida e grande evolução nos conceitos que muitos
ainda adotam e difundem. Enquanto nos mantivermos presos aos paradigmas com certeza nada irá ocorrer de novo
e capaz de alterar a realidade que conhecemos. Enquanto permitirmos que os temas sejam tratados mais com o
enfoque político do que técnico, com certeza estaremos perpetuando o estado de coisas tão bem conhecido. Na
minha forma de ver, o primeiro passo a ser dado para modificar estado de coisas e a mudança de postura dos
profissionais do SESMT, que necessitam urgentemente deixar de ser o especialista apenas dentro dos locais de
trabalho e assumir de vez por todas seu papel como interlocutor do assunto, como especialista e conhecedor,
trazendo a tona subsídios para uma tratativa mais realística dos temas. Ao longo dos anos, temos sido omissos nesta
forma de atuação, em certos momentos parece que não há no pais um segmento tão grande com capacidade e
conhecimento para fazer chegar a comunidade em geral seus preceitos e conhecimentos que com certeza são por
demais úteis a vida de cada um. Reside ai um grande erro. Talvez pela nossa omissão, outros se sintam no direito
de dizerem - e na forma equivocada - qual o molde adequado para a questão prevencionista. Não se trata aqui - e
todos sabem como sou contrario ao corporativismo doentio - de gerar e defender nichos de trabalho, antes, trata-se
de assumir dentro do contexto social um espaço de suma importância e muito mais do que isso, uma espaço
necessário a ordem das relações gerais. Nós somos os especialistas no assunto e como tal devemos nos fazer
representar. Ao contrário disso, ocorre talvez por nem mesmo entendermos a dimensão daquilo que fazemos e
podemos fazer, o verdadeiro horror e descaso que passa por detrás da questão dos acidentes, ocorram eles em
qualquer lugar que seja.
A partir da ocupação do espaço dentro da sociedade, cabe-nos também a busca - como especialistas e cidadãos - no
debate político da regulamentação das coisas de nossa área. Ao longo dos anos, insistimos - talvez ate pelo volume
de necessidades e urgência das ações - em pautarmos nossos trabalhos limitados aos nossos segmentos. Conheço
inúmeros bons profissionais que trazem em si a qualidade de experiências e conhecimentos que seriam por demais
úteis se fossem formalizados como referencias comuns. No entanto, pecam quando se ausentam da macro
discussão, deixando este fórum aberto para outros que nem sempre trazem em si conhecimentos e vivência
necessárias ao desenvolvimento de referencias ao menos aplicáveis a realidade brasileira. Portanto, ou começamos
a adotar posturas de cidadania com relação ao que fazemos, ou de vez por todas, abandonamos a prática das
reclamações.
Como se pode ver, apenas neste primeiro momento encontramos dois problemas relativos a cultura que o próprio
SESMT tem em relação ao assunto. Por mais distantes que pareçam, são problemas como estes que inibem o
crescimento da causa prevencionista. Já passou longe a hora é a vez de assumirmos nosso lugar dentro da sociedade
como um todo.
Para muitos de nossos colegas de área, atuar na Área de Prevenção de Acidentes é pura e simplesmente aplicar as
técnicas e normas ao local de trabalho. Tais pessoas não conseguem ainda visualizar a riqueza de uma área técnica
e suas possibilidades. Muitas delas orgulham-se de viver em eterno conflito com as demais áreas e talvez por isso
sintam-se verdadeiros xerifes para a causa, como se tivessem a capacidade ou mesmo a atribuição de serem os
donos do tema. Trabalham no varejo e passam a vida toda resmungando e atribuindo a terceiros o insucesso de
nossas atividades.
É preciso que entendam qual é na verdade o real papel de uma especialista. Talvez a partir deste momento de
compreensão, passem nos primeiros dias por uma verdadeira crise de identidade, sentindo-se talvez ainda menos
importantes. No entanto, se estiverem atentos, com o passar do tempo poderão vislumbrar que também para nós há
um lugar ao sol. Deve ficar claro, que mesmo a NR 4 - na sua definição de quadro para o SESMT, demonstra que o
número definido de profissionais - em muitos casos na proporção de 1 Técnico para 500 empregados, inviabiliza
este tipo de atuação. Portanto, devemos buscar formas de atuação mais sistematizadas ou em português mais claro,
mais inteligente.
O rol de equívocos é muito grande. Há também aqueles que sentem-se os arautos da lei, parecendo mesmo esquecer
que as demais pessoas são alfabetizadas e que sua utilidade está assegurada não por saber ler ou informar, mas por
saber transformar itens de lei em práticas de gerenciamento, ao invés de mero arauto, cabe melhor ser interprete,
profissional capaz de transferir as letras da lei em situações e fatos aplicáveis, traduzir necessidades em propostas,
ser para o Executivo um verdadeiro Assessor e não um lastimável fiscal. Ter condições de sentar numa mesa de
decisões e contribuir ali como o homem da prevenção, de igual para igual com os demais especialistas.
Ao longo dos anos, a imagem do Técnico de Segurança tornou-se tão distante do que ele deve e pode ser, que de
fato sua utilidade - nestes moldes - passa a ser questionável. Pagar alguém para tomar conta se os outros usam ou
não EPI - já paga-se aos Supervisores. Pagar alguém para ficar distribuindo copias de leis e normas - muitas
empresas já assinam bons informativos. O diferencial certamente está em alguém capaz de resolver problemas ou
propor meios e estratégias para tanto. Se você está for a deste foco, tenha certeza que contribui muito para que a
prevenção de acidentes não saia do lugar onde se encontra. Se quiser entender melhor o assunto, por algum instante
que seja, coloque-se no lugar de quem paga seu salário.
A CULTURA DO NÃO
Eis aqui um ponto que muito me preocupa. Depois de todos estes anos atuando na área, passei a chamar de Cultura
do Não a postura que a grande maioria de empresas e seus chefes tem com relação a questão de segurança e saúde.
Parece algo impalpável, mas na verdade tenho certeza que a grande maioria de nós já presenciou ou ao menos
ouviu falar sobre fatos desta natureza. A cultura do não manifesta-se e é comprovável até mesmo nas ações
oficiais. Basta prestar atenção.
Recentemente, lendo um belíssimo livro que um Sindicato aqui da Grande São Paulo organizou e vem publicando
nos últimos anos, chamou-me a atenção quando em dado capitulo apresentam uma serie de relatos sobre acidentes
ocorridos. Como Técnico, encontrei nestes acidentes uma série de informações interessantes, no entanto o que mais
chamou a atenção e que em quase todos os casos descritos - todos tendo incapacidade permanentes ou mesmo
morte como conseqüência - a correção da causa se deu logo em seguida ao ocorrido, seja através da instalação de
um pequeno pedaço de chapa, de uma grade, enfim de coisas absurdamente simples e com custo irrisório. Isso quer
dizer, que se houvesse de fato algum tipo de preocupação com as normas ou mesmo com a vida, tais acidentes e
suas conseqüências seriam plenamente evitáveis, sem que para que isso houvesse necessidade de qualquer recurso
maior. Porque isso não ocorre : Pela cultura do não, pela forma absurda de não querer fazer pura e simplesmente.
Observem com mais detalhes e verão isso em muitos locais de trabalho. Notarão que ao longo dos anos, sabe-se lá
porque, muitas pessoas desenvolveram um alto grau de rejeição com a questão da prevenção. Superficialmente
talvez isso diga respeito a sensação de poder - ou seja - eu mando ! e Se não fui eu quem mandou fazer, ninguém
vai fazer porque não quero. Ou numa forma variável - Na minha área mando eu ! Pode parecer estranho, mas isso
existe e a quantidade não é pequena.
Para dar vida a este tipo de cultura, simultaneamente vemos dia após dia a impunidade. Vivemos ainda encobertos
pela mística do termo acidente - do qual muitos se servem para encobrir verdadeiros homicídios. Precisamos educar
nossas autoridades - e também sobre isso que falamos lá no inicio deste texto - fazer ver que acidente é algo
imprevisível, que surge de uma conjuntura de fatos e ações que não foi possível precisar e ao mesmo tempo, que
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deixar uma engrenagem sem proteção nada tem haver com acidente, tudo tem haver com omissão seja em relação
as leis - claras para este tema - seja em relação ao respeito a vida - assunto ainda meio obscuro em nossos dias.
Em certo ponto do processo das relações sociais, a questão da segurança e saúde se confunde com todas as demais
questões que dizem respeito a preservação da vida humana. Enquanto existir possibilidade de justificar o
injustificável - mesmo que diante da mais evidente prática da cultura do não - caminharemos assim, vendo que o
trabalho matar, não naquilo que tem de sofisticado e por isso merece mais estudos e interpretações - mas nos
rudimentos do conhecido, nos rudimentos do normalizado que jamais se cumpre pela certeza de que ocorra o que
ocorrer - a impunidade falará mais alto.
E diante desta cultura que devemos fazer frente. São estes os fatos que nos levam a crer que apenas a atuação
rotineira da prevenção jamais será capaz de mudar a situação atual. Precisamos interpretar todo o contexto histórico
do assunto e se desejamos mudanças verdadeiras, atuar em todas as frentes - seja como profissional seja como
cidadão - ou na condição ideal de profissional-cidadão.
Acima de tudo, precisamos romper com nossa participação dentro da cultura do não, deixando de dizer não a
prevenção como todo e enfiando a cara no buraco como avestruz que acha fazer o bastante mas limita-se apenas a
fazer o mínimo, olhando e tendo consciência de que quando um trabalhador morre, morre também ali um cidadão.
Enfim, ou despertamos para o todo do assunto, ou continuamos apenas sendo os arautos das leis que outros fazem e
os fiscais daqueles que poucos cumprem.
RESUMO
No interior paulista, coabitam alta tecnologia e acidentes do trabalho estritamente manuais, ou seja, o alto
índice de tecnologia utilizada na agropecuária não descartou a possibilidade de existirem acidentes com
trabalhadores rurais, que exercem atividades com baixo padrão tecnológico, sobretudo as vinculadas ao plantio
e corte de cana-de-açúcar. Onde eles, em sua maioria, sofrem acidentes no exercício diário de sua profissão.
ABSTRACT
In the interior of São Paulo State, highly developed farming technologies coexist with accidents that occur
during the execution of strictly manual tasks. From this, one can conclude that advanced farming technologies
have not eliminated accidents among rural laborers who carry out low-technology tasks, especially those tasks
related to the planting and harvesting of sugar cane. It is in this area that most laborers suffer accidents in their
day-to-day work.
Mais que oportuno, o debate sobre a temática do acidente do trabalho no meio rural é imprescindível nos
tempos modernos, pois este é um espaço onde se sucederam grandes transformações tecnológicas que
modificaram a vida dos trabalhadores desse setor, em especial para o Estado de São Paulo, importante palco
dessas transformações.
Contudo, são precários os estudos e a disponibilidade de dados sobre o tema. Os existentes, tais como, os
trabalhos de Lopes (1982:12-17) e de Alessi e Navarro (1997:111-121) entre outros, importantes e
fundamentais, são específicos a determinadas áreas ou a estudos de casos. Para uma área tão extensa como o
Estado de São Paulo e com informações minuciosas referentes aos trabalhadores que se apresentam mais
suscetíveis aos acidentes, estes estudos eram praticamente inexistentes até a realização da pesquisa
Seade/Fundacentro, que ocorreu em todas as agências da Previdência Social, mediante a coleta das
Comunicações de Acidentes do Trabalho – CAT, instrumento no qual os trabalhadores registrados no INSS têm
seu acidente cadastrado com informações valiosissímas.
Uma das características positivas dessa pesquisa realizada no meio rural foi o grande volume de eventos
coletados, o que demonstra que muitos dos acidentes que envolveram trabalhadores rurais foram notificados, ao
contrário do que se supunha (Fundação Seade/Fundacentro, 2001). Do total dos acidentes ocorridos no Estado
de São Paulo entre 1997 e 1999, registrados na Previdência Social, 10,4% eram de acidentes rurais coletados
pela pesquisa.
O Estado de São Paulo sobressai-se não só por ser o Estado mais populoso e industrializado do Brasil, mas
também por possuir um saliente centro agropecuário, destacando-se em relação ao conjunto nacional.
Concentra excelentes condições em virtude da boa qualidade do solo e do clima, além de possuir excelentes
fatores estruturais, técnicas aplicadas que favorecem o plantio de culturas diversificadas, como algodão
herbáceo, amendoim, cana-de-açúcar, laranja, tomate, arroz, banana, feijão, mandioca, milho, soja, trigo,
batata-inglesa, uva e café. Embora tenha perdido o título de centro de cafeicultura para o Paraná, ainda se
destaca como um dos grandes produtores dessa cultura agrícola, entre outros. Outro atrativo que facilitou o
desenvolvimento agrícola do Estado é a disponibilidade de um bom aparelhamento do porto de exportação, o
porto de Santos.
Um dos produtos agrícolas de maior relevância é a cana-de-açúcar com incremento apreciável. Sua área colhida
corresponde a cerca de 51% da produção brasileira (Censo Agropecuário de 1995/96), o que garante o
suprimento da indústria açucareira, que se firmou como uma das mais importantes do país. De acordo com
dados da Pesquisa de Atividade Econômica Paulista – Paep 96 realizada pela Fundação Seade, a produção de
cana-de-açúcar sobressai-se na atividade agroindustrial1 em São Paulo, como a primeira nesse ramo de
atividade, no que se refere aos indicadores emprego, receita, remuneração e valor adicionado (Belik et al.,
1999).
A pecuária é outra atividade do setor primário que concorre sensivelmente para o processo produtivo da
economia regional, principalmente nas áreas vinculadas à bovinocultura de corte e de leite; à avicultura, que se
firmou como importante complexo integrado de granjas e abatedores; e à suinocultura, esta última como
produtora de matrizes e reprodutores. Essas atividades apresentam no Estado de São Paulo, concomitantemente,
modernas e grandes instalações de abate, como também pequenos abatedores tradicionais. Quanto ao pessoal
empregado, a participação da pecuária é pequena comparada à atividade agrícola (Silva; Balsadi; Grossi, 1997).
Em relação ao volume dos efetivos de rebanho, a maior concentração de cabeças de boi situa-se mais a oeste,
nas mesorregiões de São José do Rio Preto, Presidente Prudente e Araçatuba, enquanto os efetivos de aves
localizam-se mais a noroeste e nordeste, nas mesorregiões de Campinas, Piracicaba e Araraquara, e a criação de
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suínos mescla-se, destacando-se as mesorregiões de Campinas, São José do Rio Preto e Bauru (Censo
Agropecuário de 1995/1996).
Quanto à piscicultura, o litoral de 622 km, tem numerosas colônias de pescadores, mas é especialmente nas
proximidades de Santos e Cananéia que se concentram atividades pesqueiras organizadas. Segundo Silva,
Balsadi e Grossi (1997), o aumento dessa atividade, no Estado de São Paulo, deve-se ao vertiginoso
crescimento dos pesque-pagues, e a demanda para o processamento industrial.
O Mapa 1 apresenta as principais áreas de colheita de lavoura permanente e temporária do Estado, onde a
cultura de cana-de-açúcar, em razão do grande valor na produção agrícola, encontra-se separada.2
Observa-se por área colhida, grande diversidade de produtos agrícolas no espaço territorial paulista, onde o
destaque cabe para as lavouras temporárias, principalmente para a cultura de cana-de-açúcar, que, com
pouquíssimas exceções, espalha-se por todo o interior do Estado. As mesorregiões que mais se sobressaem
nesse cultivo são as de Ribeirão Preto, Piracicaba, Araraquara e Bauru, com exceção dessa última, são regiões
do Estado onde se concentram a agricultura de maior valor comercial, em particular as atividades dos
complexos agroindustriais de cana-de-açúcar e da laranja (Balsadi et al., 2001).
As diversidades no setor agrícola paulista não só se restringem aos tipos de culturas existentes, mas também às
distintas técnicas e divisões trabalhistas, tanto nas atividades de plantio e corte, como nas atividades da
agroindústria.
O progresso do setor agrícola paulista intensificou-se a partir dos anos 50. Foi com o crescimento urbano e
econômico do Estado que se desencadeou o processo de modernização tecnológica na agricultura, acarretando
modificações nas práticas agrícolas, como o aumento do trabalho mecânico e a ampliação do uso de insumos
químicos, mudanças que garantiram o aumento da produtividade com menor utilização da mão-de-obra.
Contudo, algumas práticas agrícolas continuam a ser trabalhadas de forma manual, como há 100 anos. Diante
desse panorama, conclui-se que o perfil do trabalhador rural paulista é diversificado, pois convive no mesmo
espaço com a alta tecnologia e o trabalho manual.
Todo o trabalhador no exercício de sua profissão está sujeito a um acidente do trabalho, e algumas profissões
apresentam probabilidades maiores que outras. A teoria do risco de acidente do trabalho aponta os principais
agentes de risco ocupacionais presentes no ambiente de trabalho, são eles: físicos, mecânicos, biológicos,
ergonômicos (considerados a partir da Segunda Guerra Mundial, seriam as condições de adequação dos
instrumentos de trabalho ao homem) e mais recentemente, os riscos psicossociais, em razão da crescente
exposição do trabalhador a situações de tensão e estresse no trabalho.
A definição de acidente do trabalho no Brasil existe desde 1919 como conceito jurídico. No entanto, somente
nos últimos anos é que se ampliou seu espaço, preocupando a classe médica e dando origem à medicina do
trabalho. Essa inquietação cresceu de um jeito que expandiu o âmbito industrial, surgindo vários trabalhos
referentes ao acidente do trabalho propriamente dito, à higiene industrial e à segurança do trabalho, entre outros
(Ribeiro, 2000).
A Lei nº 8.213, que rege desde 1991 o acidente do trabalho no Brasil, considera em seu artigo 19: "acidente do
trabalho é todo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal
ou perturbação funcional que cause a morte ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho". Ademais, nos artigos 20 e 21 "Consideram-se ainda como acidentes do trabalho, outras entidades
mórbidas, tais como as doenças profissionais; os acidentes ligados ao trabalho, embora o trabalho não seja a
única causa que haja contribuído para a morte ou lesão do segurado: os acidentes ocorridos no local de trabalho
decorrentes de atos intencionais ou não de terceiros ou companheiros de trabalho; os desabamentos; as
inundações; os incêndios e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; as doenças provenientes de
contaminação acidental no exercício da atividade; os acidentes, ainda que ocorridos fora do horário ou local de
trabalho, na execução de ordem da empresa, mesmo para estudos ou realização de serviços externos; no
percurso da residência para o local de trabalho, ou deste para aquele". Assim, para efeito da Previdência Social,
os acidentes do trabalho são classificados em três categorias:
- Acidentes de Trajeto: são os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho e nos
horários de refeição;
- Doenças do Trabalho: são os acidentes ocasionados por qualquer tipo de doença peculiar a determinado ramo
de atividade (Waldvogel, 1999).
Alterações expressivas com relação ao trabalho agrícola também foram observadas na Lei Acidentária. Até
1991, a classe trabalhista rural sofria uma distinção na forma de pagamento dos benefícios relacionados ao
acidente do trabalho, que a deixavam, mais uma vez, em desvantagem em relação ao trabalhador urbano. Com a
Lei Acidentária de 1991 ocorreram duas importantes alterações. A primeira considera que, para efeito de
pagamento de benefícios decorrentes de acidentes do trabalho, o trabalhador rural tem os mesmos direitos do
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trabalhador urbano, equiparando-o, com relação ao pagamento dos benefícios, ao trabalhador urbano
(Waldvogel, 1999).
A segunda refere-se à notificação dos acidentes do trabalho ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS,
que deixa de ser prerrogativa das empresas, e pode ser efetuada pelos sindicatos dos trabalhadores, pelo
Sistema Único de Saúde – SUS e pelos próprios trabalhadores ou seus familiares (Waldvogel, 1999).
A Organização Internacional do Trabalho – OIT afirma que o trabalho rural é significativamente mais perigoso
que outras atividades e estima que milhões de agricultores sofram sérios problemas de saúde.3
São distintos e reais os percalços do trabalhador rural paulista. Convivem tanto com a mais alta tecnologia
agrária como com condições mais simples de plantio, corte, etc. Mesmo com o alto desenvolvimento
tecnológico no setor primário, no qual o Estado de São Paulo destaca-se em relação ao resto do país, apresenta
trabalhadores rurais em atividades puramente braçais e de risco de vida, como os cortadores de cana.
Considerando-se que em São Paulo cerca de 75% da área plantada da cana-de-açúcar4 ainda é cortada
manualmente após o processo de queimada, como há 100 anos (Revista Ecologia e Desenvolvimento, 2000:42-
43), dessa forma, conjectura-se que o número de acidentes do trabalho que envolve esses trabalhadores é
enorme, em razão das queimadas,5 da postura física exigida para o corte da cana e da simples utilização de suas
ferramentas básicas de trabalho, como o afiado facão, que sem o material de proteção torna-se um perigo em
potencial nas mãos habilidosas e apressadas do trabalhador.
O desenvolvimento tecnológico do campo resultou não só na utilização de novas técnicas agrícolas, mas
também em novos tipos de acidentes do trabalho. Com a intenção de aumentar a produtividade com menor
utilização de mão-de-obra, ampliou-se a força mecânica (máquinas) e a utilização de defensivos agrícolas,
situação a qual diversos trabalhadores rurais não estavam preparados para utilizá-las de forma adequada, o que
desencadeou sérios acidentes.
No entanto, os trabalhadores rurais não estão sujeitos somente a acidentes-tipo, os acidentes ocorridos no
trajeto, entre a residência e o local de trabalho e vice-versa, tornaram-se mais próximos dessa classe trabalhista.
A valorização das terras, ocorrida cada vez mais com a utilização tecnológica, teve como uma das
conseqüências a expulsão do trabalhador rural da terra, obrigando-o a migrar para as cidades, levou-o a realizar
todos os dias o deslocamento entre grandes áreas, muitas vezes, em péssimas condições, determinadas pela
qualidade das estradas e do tipo de transporte utilizado (Waldvogel, 1999).
Como a identificação e a dimensão a priore de uma situação pode contribuir para a prevenção de um problema
ou diminuir sua extensão, tomar conhecimento da questão acidentária relativa aos trabalhadores rurais,
identificando-os e dimensionando seus principais problemas de saúde e de segurança, poderá enriquecer o
debate dessa temática, como também colaborar para orientar políticas de prevenção de acidentes e doenças do
trabalho em área rural. Assim, foi com esse intuito, que se realizou numa "parceria" entre a Fundação Seade e a
Fundacentro, uma pesquisa nas agências e postos do INSS do Estado de São Paulo, com a finalidade de
levantar os casos de acidentes do trabalho ocorridos no meio rural.
A pesquisa realizada pela Fundação Seade/Fundacentro, em todas as 115 agências do INSS do interior paulista,
levantou 58.204 acidentes do trabalho, ocorridos em área rural no período entre 1997 e 1999.
Essa pesquisa foi pioneira, uma vez que sua abrangência geográfica cobriu todo o Estado de São Paulo e
contemplou todas as atividades desenvolvidas nas áreas rurais. O levantamento realizado representa 10,4% de
todos os acidentes registrados na Previdência Social no período estudado.
Constituiu-se de coleta manual nos arquivos do INSS, por meio do rastreamento de todos os processos
existentes, identificando e selecionando os acidentes do trabalho registrados na Comunicação de Acidente do
- o acidente descrito no processo de acidente do trabalho correspondeu a uma atividade tipicamente rural
(Relatório Seade/Fundacentro, 2001).
Foi elaborado um formulário específico para a coleta, com levantamento de diversas características referentes
ao acidentado, ao empregador e ao acidente. Logo após, os dados passaram por processo de crítica e revisão, e,
em seguida, realizadas a codificação e a digitação. Os dados, após digitados e consistidos, foram organizados
em farto material de banco de dados, com diversas informações referentes aos acidentes-tipo, de trajeto e
doenças do trabalho ocorridos em áreas rurais do Estado de São Paulo.
Principais Resultados
Abrangendo somente os trabalhadores registrados na Previdência Social, a pesquisa levantou 58.204 acidentes
do trabalho em áreas rurais. Desses acidentes, 929 eram de trajeto, 5.354 doenças do trabalho e 51.644 aciden
tes-tipo. Apenas 277 acidentes não puderam ser classificados.
Ocorreram em média 53,2 acidentes do trabalho por dia envolvendo trabalhadores da área rural paulista, o que
se classifica como uma alta proporção diária de acidentes entre 1997 e 1999. Vale ressaltar que os acidentes de
trajeto apresentaram a menor média, menos de 1 acidente por dia no decorrer do período. O grande causador
dessa média elevada são os acidentes-tipo, com 47,2 acidentes por dia, ou seja, foi no desempenho de sua
atividade profissional que o trabalhador rural apresentou a maior possibilidade diária de acidentes do trabalho.
Como conseqüência desses acidentes, observa-se que a maioria resultou em incapacidade temporária, enquanto
a incapacidade permanente e o óbito atingiram uma parcela bastante reduzida de trabalhadores.
Com praticamente 89% os acidentes-tipo, em sua maioria teve como conseqüência a incapacidade temporária.
Foram os acidentes de trajeto que apresentaram a menor participação no total dos acidentes, entretanto,
proporcionalmente, são eles que resultam mais em óbitos, por serem, mais violentos.
As doenças do trabalho, que perfizeram 10% dos acidentes nesse período, resultaram, praticamente em sua
totalidade, em incapacidade temporária, não apresentando nenhum óbito. Entre os tipos mais presentes das
doenças do trabalho encontram-se os traumatismos, o mal súbito, o estresse e as lesões por esforços repetitivos.
É pertinente observar que é muito mais difícil estabelecer nexo causal entre a lesão adquirida e a atividade
profissional desempenhada pelo trabalhador para doença profissional que para o acidente do trabalho tipo ou de
trajeto.
Segundo a Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, para os acidentes-tipo, 70,5% dos
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acidentes estão associados a empresas relacionadas à agricultura, pecuária, silvicultura e exploração florestal, e
são destaque deste grande grupo, as atividades que envolvem o cultivo de cana-de-açúcar (40,3%) e a produção
mista, ou seja, lavoura e pecuária (39,2%). Das atividades relacionadas, só na pecuária e na criação de animais
observaram-se, proporcionalmente, poucos acidentes.
Outros grandes grupos de destaque são: o de fabricação de produtos alimentícios e bebidas, onde as usinas de
açúcar perfazem 61,4% dos acidentes-tipo e 13,1% são de acidentes relacionados à fabricação de aguardentes e
bebidas destiladas; e o de produção de álcool. Todos os grandes grupos da CNAE, que apresentaram
participação considerável de acidentes do trabalho estão de alguma forma vinculados à cana-de-açúcar.
Ainda segundo a CNAE, para a doença do trabalho observa-se novamente que o grupo de trabalhadores
inseridos em empresas com atividades econômicas relacionadas a agricultura, pecuária, silvicultura e
exploração florestal destaca-se dos demais, com quase 75% do total das doenças do trabalho. Repetindo, dentro
desse grupo, nas atividades mencionadas, sobressaem-se mais os trabalhadores relacionados ao cultivo da cana-
de-açúcar com 52,1% e os da produção mista, lavoura e pecuária com 37,4%.
Verifica-se, para as doenças do trabalho, semelhante participação relativa para os outros dois grandes grupos
Ao lançar um olhar no agente causador, nota-se que cerca de 49,9% dos acidentes-tipo foram causados por
ferramentas de trabalho, entre elas pode-se citar o facão e o podão, ferramentas utilizadas sobretudo pelos
cortadores de cana-de-açúcar, com força e de forma precisa. Essa informação vem de encontro ao observado
nos dados do tipo de acidente, no qual destacam-se os acidentes com objetos cortantes/contundentes (44,3%) e
os traumatismos ou lesões causados por instrumentos de trabalho (11,7%).
Outro agente causador relevante nos acidentes-tipo foi o contato com animais e plantas venenosas com 14,7%
dos casos, situação decorrente do meio ambiente do trabalhador do campo, explicando o quarto principal tipo
de acidente, que são os acidentes causados por plantas (Tabelas 3 e 4).
Com relação a variável tipo de acidente, destacam-se para as doenças do trabalho, com um pouco mais da
metade das doenças registradas (51,3%) – os traumatismos ou as lesões decorrentes de movimentos.
Importantes e destacadas apareceram, com 47,1%, lesões por esforços repetitivos/mal súbito/estresse. Esses
tipos de doenças do trabalho aparecem cada vez mais com freqüência no cotidiano de todo o trabalhador, ou
seja, estão cada vez mais evidentes e passíveis de reconhecimento.
Do total dos acidentes do trabalho sofridos pelos trabalhadores da área rural, 6,5% não afastaram o trabalhador
de suas atividades profissionais, 61,2% o afastaram até 15 dias, 32,3% resultaram em período de afastamento
superior a 15 dias.
De acordo com a classificação do acidente, nota-se que as doenças do trabalho apresentaram proporção um
pouco maior de casos que não resultaram em afastamento em relação aos acidentes-tipo e ao total dos acidentes
coletados. Foi a doença do trabalho que também registrou a mais significativa proporção de trabalhadores com
afastamento entre 15 dias e 1 mês. Percebe-se que, após três meses de afastamento, a proporção de
trabalhadores afastados por algum tipo de acidente diminui bastante, alcançando menos de 1% do total dos
acidentes, independente de sua classificação tipo, trajeto ou doenças do trabalho.
O afastamento do trabalhador de suas atividades laborais acima de 15 dias pode trazer prejuízos dos pontos de
vista: econômico, social e pessoal. Nesse caso, as principais vítimas são o Estado, através da Previdência
Social, que arca com os direitos do trabalhador durante o afastamento e o próprio trabalhador, que além de ter
reduzido seu salário, fica "fora" do mercado de trabalho, e dependendo do tipo de acidente pode haver um
comprometimento de seu amor próprio, achar-se incompetente, etc., e incapaz do sustento de seu lar (Ribeiro,
2000).
Nota-se, que existe alta notificação dos acidentes com afastamento inferior a 15 dias, por parte das empresas,
que preferem assumir a responsabilidade do pagamento do afastamento nesse período a correr o risco de se
responsabilizar por um afastamento superior a esse tempo, isentando-se assim do custo de um tratamento mais
demorado que recai sobre a Previdência Social.
Para as doenças do trabalho as partes do corpo que mais sofreram lesões foram os membros superiores, em que
os braços com 52,3% e as mãos com 42,3% foram maioria, a seguir apresentou-se o tronco com 39,6%.
Para os acidentes-tipo, as partes do corpo mais atingidas foram os membros superiores 39,0% e os inferiores
38,8%, ambos encontram-se muito sujeitos aos traumatismos causados pelas ferramentas de trabalho, como o
facão. Nos membros superiores, as partes mais atingidas são os dedos 46,3% e as mãos, enquanto nos inferiores
tanto as pernas como os pés têm pesos muito parecidos, 50% e 49,7%, respectivamente.
Observa-se uma supremacia do sexo masculino, com quase 90% dos casos de acidente do trabalho, coerente
com a composição de gênero da população dos trabalhadores das áreas rurais, que em sua maioria (77,1%) são
homens e 22,9%, mulheres, segundo o Censo Agropecuário de 1995-1996. Por tipo de acidentes são as doenças
ocupacionais onde o sexo feminino tem maior percentual de participação com 18,9% dos casos.
Com relação a idade os trabalhadores que apresentaram maior proporção de acidente do trabalho foram aqueles
com idades entre 20 e 24 anos.
Distinto das classificações citadas, os acidentes de trajeto não são exclusivos e nem estão diretamente
relacionados a essas classes trabalhistas, como são a maioria dos acidentes-tipo. Embora registre uma
proporção menor de eventos, é um acidente no qual todos os trabalhadores apresentam-se vulneráveis, basta
Com relação a esses acidentes, a maioria ocorreu no percurso entre residência/trabalho. Considerando os meios
de locomoção utilizados pelo trabalhador rural em seu movimento físico diário, que apresentaram as maiores
proporções de acidente do trabalho, encontram-se: o ônibus, com praticamente 44% de todos os acidentes, a pé,
com 25% dos acidentes e numa menor proporção, a bicicleta com 7,3%, entre outros. Nota-se que entre os
meios de locomoção mais representativos, com exceção de um (a pé), os demais envolviam algum tipo de
veículo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mais inédito deste trabalho de parceria entre a Fundação Seade e a Fundacentro foi a extensão territorial
desse levantamento, que abrangeu todo o Estado de São Paulo, resultando em um rico banco de dados,
contendo detalhes valiosos sobre o trabalhador acidentado, proporcionando um estudo minucioso e uma análise
dos diferenciais regionais.
Resultado satisfatório também foi tomar conhecimento da grande notificação dos acidentes rurais, talvez isso
possa servir para olhar como mais atenção essa classe trabalhista tão sofrida e merecedora de respeito, e assim,
contribuir de alguma forma para a prevenção dos acidentes do trabalho e das doenças profissionais na área
rural.
Mesmo sendo uma potência do setor primário, com alta tecnologia, o Estado de São Paulo apresenta elevada
participação de trabalhadores rurais que exercem atividades manuais vinculadas, principalmente, ao plantio e ao
corte da cana-de-açúcar. Esses trabalhadores foram, de acordo com a pesquisa, um dos mais suscetíveis a
apresentar acidentes do trabalho.
Foi constatado uma média diária de 53,2 acidentes do trabalho, nos quais a maioria ocorreu no exercício da
profissão, ou seja, os acidentes classificados de tipo. Esses trabalhadores, em sua grande parte, se acidentaram
com suas próprias ferramentas diárias de trabalho, registrando cortes ou traumatismos; as partes do corpo mais
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atingidas são os membros superiores e inferiores, afastando aproximadamente 86% desses trabalhadores de
suas atividades laborais, no máximo até 1 mês.
A doença do trabalho, que também afetou e afastou trabalhadores teve como principais agentes causadores a
torção e o mal jeito, que ocasionaram traumatismos ou lesões decorrentes de movimentos, afetando
principalmente os membros superiores.
É interessante observar que apesar dos acidentes do trabalho espalharem-se por todo o interior paulista,
diversos municípios que registraram os maiores volumes de acidentes do trabalho encontram-se
geograficamente localizados nas áreas de maior valor comercial do Estado e as que empregam mais mão-de-
obra para a atividade agrícola, onde concentram-se as atividades dos complexos agroindustriais de cana-de-
açúcar e da laranja, que são as mesorregiões de Ribeirão Preto, Araraquara, Campinas e Piracicaba.
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(Doutorado) _ Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. [Publicada pela
Fundacentro: Coleção de Fontes e Análise, v.1, n.1, mar. 2002].
NOTAS
Perguntas Básicas
C = CD + CI
Custo Indireto:
Não envolvem perda imediata de dinheiro. Relacionam-se com o ambiente que envolvem o acidentado e
com as conseqüências do acidente. Entre os custos indiretos podemos citar:
10.Pagamento das horas de trabalho despendidas por supervisores e outras pessoas e ou empresas:
- Na investigação das causas do acidente
-Na assistência médica para os socorros de urgência
-No transporte do acidentado
-Em providências necessárias para regularizar o local do acidente
-Em assistência jurídica
-Em propaganda para recuperar a imagem da empresa
Em caso de acidente com morte ou invalidez permanente ainda devemos considerar o custo da indenização
que deve ser pago mensalmente até que o empregado atinja a idade de 65 anos.
Pesquisa feita pela Fundacentro revelou a necessidade de modificar os conceitos tradicionais de custos de
acidentes e propôs uma nova sistemática para a sua elaboração, com enfoque prático, denominada Custo
Efetivo dos Acidentes, como descrito a seguir:
Ce = C - i
C = C1 + C2 + C3
C3= Custo complementares relativos as lesões (assistência médica e primeiro socorros) e os danos a
propriedade (outros custos operacionais, como os resultantes de paralisações, manutenções e lucros
interrompidos).
6. Que é trabalho insalubre? Que direitos tem quem trabalha em condições insalubres?
Trabalho insalubre é aquele prestado em condições que expõem o trabalhador a agentes nocivos à saúde,
acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de
exposição aos seus efeitos (CLT, art. 189 e NR 15).
O exercício de trabalho em condições de insalubridade, assegura ao trabalhador a percepção de adicional,
incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a
o 40%, para insalubridade de grau máximo;
o 20%, para insalubridade de grau médio;
o 10%, para insalubridade de grau mínimo.
(NR-15.2)
13. Quais as normas que regulamentam a recarga dos extintores e a manutenção das mangueiras de
incêndio?
Colaboração:Cristian Manzur
1. NORMAS
o NBR 13485 - Manutenção de 3.o Nível (teste hidrostático) em extintores de incêndio.
o NBR 12962 - Inspeção, manutenção e recarga em extintores de incêndio.
o NBR 11715 - Extintores de incêndio com carga d'água.
o NBR 10721 - Extintores de incêndio com carga de pó químico.
o NBR 11716 - Extintores de incêndio com carga de gás carbônico.
o NBR 11751 - Extintores de incêndio com carga de espuma mecânica.
o NR 23 - Norma regulamentadora aprovada pela portaria 3214 da Lei 6514.
o NBR 12779 - Inspeção, manutenção e cuidados em mangueiras de incêndio.
2. RECARGA DE EXTINTORES
o NBR 12962 - a recarga deve ser executada num intervalo máximo de 5 anos.
o NBR 11715 - a recarga deve obedecer às instruções do fabricante.
o NBR 12962 este agente extintor deve ser substituído somente quando houver perda superior a 10%
da carga nominal declarada ou conforme previsto na NBR 11716.
o NBR 11716 a recarga deve obedecer às instruções do fabricante e à NBR 12962.
o NBR 12962 todos os extintores devem passar por manutenção de primeiro nível anualmente.
o NR 23 todos os extintores devem ser inspecionados externamente a cada mês e possuir uma ficha
individual de inspeção.
3. PESAGEM SEMESTRAL
4. TESTE HIDROSTÁTICO
o A NBR 13485 determina que todos os extintores de incêndio devem ser vistoriados (submetidos a
teste hidrostático) em um intervalo máximo de 5 anos.
5. MANGUEIRAS DE INCÊNDIO
20. Onde posso fazer um curso de Técnico de Segurança do Trabalho on line ou por correspondência?
Não existe tal curso. Cursos de Técnico de Segurança do Trabalho on line e/ou por correspondência não
estão regulamentados no Brasil.
21. Se eu trabalhar em uma empresa brasileira em outro país, a que lei estou sujeito em caso de acidente
de trabalho?
Você está sujeito a lei do país em que está registrado na previdência social. Se você estiver trabalhando no
estrangeiro e tiver a carteira assinada no Brasil, está sujeito as leis brasileiras. Vale também o acordo ou
protocolo de trabalho entre os dois países, caso exista.
25. O adicional de insalubridade pode ser retirado da folha de pagamento do empregado se for
eliminada a insalubridade?
Sim, desde que seja eliminada a insalubridade o adicional de insalubridade deixara de ser pago.
O trabalhador que esta há tempo na função não tem direito a continuar recebendo o adicional de
insalubridade.
Neste caso não há direito adquirido.
26. Pode uma empresa contratar somente Engenheiro de Segurança do Trabalho sem contratar Técnico
de Segurança do Trabalho?
Neste caso a primeira coisa que nos vem em mente é que o grau de estudo de um Engenheiro de Segurança
do Trabalho é maior que o de um Técnico de Segurança do Trabalho e que por isso poderia o engenheiro
ocupar o lugar do técnico, por ter maior grau de estudo que este. Entretanto, as duas profissões são
regulamentadas por lei . A ética profissional e as leis trabalhistas reservam a cada categoria seu espaço. Se
em uma empresa o Engenheiro de Segurança do Trabalho ocupar o lugar do Técnico de Segurança do
Trabalho haverá uma violação do quadro do SESMT desta empresa. O Engenheiro de Segurança do
Trabalho não pode acumular funções ou ser contratado como Técnico de Segurança do Trabalho. Há ainda
uma disparidade de carga horária, para a maioria dos casos, que prevê 8 horas de trabalho para o o técnico e
27. Quem é habilitado para exercer a função de Engenheiro de Segurança do Trabalho e de Técnico de
Segurança do Trabalho ?
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 61, item III, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 4º da Lei nº 7.410, de 27 de novembro de 1985.
DECRETA
28. Como fica a situação em caso de acidentes de trabalho de um cidadão sentenciado que presta
serviços a comunidade?
Quando se usa mão de obra sentenciada, preso não trabalha de graça, este possui alguns direitos, entre estes
podemos destacar:
29. Presto serviço de segurança patrimonial em obras de construção civil com cães-de-guarda. Um de
meus cães-de-guarda veio a se acidentar, morrendo. Que direitos tenho?
Animais não são cobertos pela legislação trabalhista brasileira nem pelas NRs. Neste caso cabe ao dono do
animal uma indenização por perda de patrimônio. Visando prevenir-se de possiveis acidentes deste tipo,
deve-se elaborar clausulas que prevem esta situação no contrato de prestação de serviços. Esse tipo de
acidente não é acidente de trabalho.
30. Qual a lei que obriga a empresa fornecer aos empregados EPIs?
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de
tolerância;
Il - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam
a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Portanto o EPI pode eliminar a insalubridade, desde que atenda ao descrito no Art 191 da CLT, como
transcrito acima.
Algumas universidades tem em suas bibliotecas algumas normas da ABNT para consulta pública.
39. Posso usar o material contido neste site para dar cursos de Segurança do Trabalho?
Sim, você pode usar o material que eu, Carlos, fiz, desde que não seja para ganhar dinheiro com o material.
Deve ainda ter em mente que eu não dou garantia que o material aqui contido esteja 100% correto, portanto
fica sob sua responsabilidade o que for repassado para terceiros.
Caso utilize algum material deste site você deve dar créditos ao site divulgando o endereço
(http://www.areaseg.com). Há entretanto no site outros materiais que são de outros autores. Estes você deve
se reportar a eles para conseguir autorização.
• AA - Account Ability
• AAF - Análise de Árvore de falhas
• ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
• ABPA - Associação Brasileira de Prevenção de Acidentes
• ABP-EX - Associação brasileira para a Prevenção de Explosões
• ABPI - Associação brasileira de Prevenção de Incêndios
• ACGIH - American Conference of Governametal Industrial Hygienists (Conferência Americana
Governamental de Higiene Industrial)
• ADC - Árvore de Causas
• AET - Análise Ergonômica do Trabalho
• AET - Auditor Fiscal do Trabalho
• AFRA - Abertura de Frente de Radiografia Industrial
• AI - Agente de Inspeção
• AIDS - Acquirite Imuno-Deficience Syndrom (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida-SIDA)
• ALAEST - Associação Latino-americana de Engenharia de Segurança do Trabalho
• ALAIST - Asociación Latino Americana de Ingeniaría de Seguridad del Trabajo
• ALARA - As Low As Reasonably Achievable (Tão Baixo Quanto Razoavelmente...).
• AMFC - Análise de Modo de Falhas e Efeitos
• ANA - Agência Nacional de Águas
• ANAMT - Associação Nacional de Medicina do Trabalho
• ANDEF - Associação nacional dos fabricantes de defensivos agrícolas
• ANPT - Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho
• ANSI - American National Standards Institute
• ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
• APF - Alto Ponto de Fluidez
• APES - Associação Paranaense de Engenheiros de Segurança do Trabalho
• APP - Análise de Problemas Potenciais
• ART - Anotação de Responsabilidade Técnica
• AS - Social Accountability
• ASME - American Society of Mechanical Engineers (Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos)
• ASO - Atestado de Saúde Ocupacional
• AT - Acidente de Trabalho
• ATEX - (ATmosphere EXplosibles) - Atmosfera Potencialmente Explosiva
• ATPE - Atmosfera Potencialmente Explosiva
• ATR - Autorização para Trabalho de Risco
• AVCB - Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros
• EA - Emissão Acústica
• EAR - Equipamento Autônomo de Respiração
• ECPI - Equipamento Conjugado de Proteção Individual
• ECSST - Educação Continuada em Saúde e Segurança do Trabalho
• EIAS – Avaliação do Impacto no Ambiente e a Saúde
• EMATER - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural
• EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias
• END - Ensaio Não-Destrutivo (radiações)
• EPC - Equipamento de Proteção Coletiva
• EPI - Equipamento de Proteção Individual
• EPS – Embalagem de Produtos (Poliestireno Expandido)
• EST - Engenheiro de Segurança do Trabalho; Engenharia de Segurança do Trabalho.
• GA - Gases Ácidos
• GES - Grupo de Exposição Similar
• GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência
Social.
• GHE - Grupo Homogêneo de Exposição
• GHR - Grupo Homogêneo de Risco
• GLP - Gás Liquefeito de Petróleo
• GNV - Gás Natural Veicular
• GOI-PNES - Grupo Operativo Institucional (do PNES)
• GQT - Gerenciamento pela Qualidade Total
• GR - Grau de Risco
• GST - Gerenciamento pela Segurança Total
• GSTB - Grupo de Segurança do Trabalho a Bordo de Navios Mercantes
• GT - Grupo Técnico
• GT - 10 - Grupo Técnico para Revisão da NR-10
• GT/SST - Grupo Tripartite de Saúde e Segurança do Trabalho
• GTT - Grupo Técnico Tripartite
• HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Point (Análise de Perigo e Ponto de Controle Crítico)
• HAZOP - Hazard and Operability
• HIV - Human Immunodeficiency Virus (Vírus de Imunodeficiência Humana- VIH/SIDA)
• HPV – Papiloma Vírus Humano
• HMIS - Hazardous Material Information System (Sistema de Informação Material perigoso), Hazardous
Materials Identification System (Sistema perigoso da Identificação dos materiais).
• HSTA - Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente