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História das
teorias da
comunicação NOS ÚLTIMOS ANOS, Armand Mattelart vem rea-
lizando um audacioso projeto: escrever a his-
tória das mídias, das teorias que as envolvem
e dos processos de comunicação sob os mais
diferentes aspectos. Do ponto de vista do lei-
tor brasileiro, primeiro foi a vez de Comunica-
ção-Mundo (Petrópolis, Vozes. 1994). Agora, a
Loyola lança este História das teorias da comuni-
cação. Está ainda faltando La mondialization de
la communication, de 1996, que já recebeu tra-
dução espanhola mas encontra-se inédito en-
tre nós.
Se Comunicação-Mundo organizava-se
em três grandes blocos, a guerra, o progresso
tecnológico e a cultura, este novo trabalho é
mais fragmentário mas, ao mesmo tempo,
mais definido. Ele se desdobra em sete gran-
des capítulos que vai abrangendo as diferen-
tes fontes teóricas, espalhadas pelas diferen-
tes disciplinas que, ao longo dos dois últi-
mos séculos, e às vezes até bem antes, termi-
naram por influenciar a maneira de conceber,
discutir e pensar os processos de informação
(consequentemente, de comunicação) exis-
tentes hoje em dia no mundo. Por isso mes-
mo, a mesma característica do livro anterior,
ainda que em percentuais menores, a reitera-
ção de alguns enfoques, ainda que sob novas
perspectivas, ocorre também neste trabalho.
Partindo do reconhecimento de que “a
noção de comunicação recobre uma multipli-
cidade de sentidos” (p. 9), Mattelart eviden-
cia que a ciência da informação, por ser disci-
plina nova, dependeu de outras muitas disci-
plinas para formar seu corpus conceitual. As-
sim, a partir das sociologia, da antropologia e
dessas áreas afins, Mattelart recupera, dentre
outros, o contemporâneo conceito de rede de
comunicação (p. 15 e ss.), que reencontrará no
último capítulo (p. 157 e ss.), quando sinteti-
za: “a sociedade é definida em termos de co-
municação, que é definida em termos de re-
Antonio Hohlfeldt des”. Assim, retoma a perspectiva da ciber-
Prof. Coordenador do PPGC–FAMECOS/PUCRS nética, sublinhando que a mesma “ substitui