Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
SINOPSE:
O conto é um relato pessoal em forma de anotações de uma mulher que ao ficar viúva
começa a ser paquerada por um antigo namorado que lhe propõe um passeio. Nesse passeio
ela começa a sentir-se novamente viva e alegre e deixa-se conduzir pelos encantos do novo
companheiro.
JÚLIA escreve em seu diário pessoal o encontro que tivera no dia anterior.
Era uma bela manhã de Setembro ouvi uma buzina e ao olhar pela janela, vi que era
PAULO que havia parado o carro em frente a minha casa. Com delicadeza gesticulo
pedindo para que ele me espere. Ao virar-me vejo no móvel uma fotografia e beijo-a, era
MARCOS meu esposo falecido há dez meses, pego as minhas coisas, fecho a casa e entro
no automóvel. Ao encostar-me no banco sento-o confortável como um leito, nesse
momento nos olhamos e sento brotar um bom humor extraordinário, revelado por um
delicado sorriso nos lábios.
Durante o trajeto Júlia observa a paisagem e enche-se toda com ar de criança. Aos poucos
descobre que Paulo a deixa feliz.
Chegando ao local, Paulo ajuda-a descer do veículo, os dois andam de braços dados por
debaixo das árvores e enfim chegam a um parque que ao lado possuía uma cascata.
Deixando-a Paulo vai buscar as coisas no carro.
Ao notar que ninguém a observa, bate palmas e dança feito doida recebendo no rosto o pó
úmido das águas. Abaixa-se e fazendo uma concha com as mãos bebe um pouco de água
fresca, por fim, senta-se no chão e inicia uma canção dos tempos do colégio.
Instantes depois retorna Paulo com o cesto para o almoço, estende a toalha sobre uma
mesinha de pedra e arruma o seu pequeno banquete. Júlia por sua vez encanta-se com tudo,
já que era a primeira vez depois de dez meses que almoçava ao ar livre com um rapaz.
O rapaz abre as garrafas, a serve enquanto declara o seu amor, mas quando tenta falar em
filhos faz uma pausa, a olha em silêncio como se esperasse um sinal de aprovação, e ela
como quem sentisse compaixão pede para que ele descanse. Paulo dando um suspiro
aproxima-se com ar respeitoso e sugere que Júlia fique mais à vontade.
Para quebrar a tensão queixa-se da falta de gelo, abre uma garrafa de vinho, enche as taças
e recita alguns versos que a faz lembrar dos tempos de solteira.
Surgem as recordações de seu namoro com Paulo. Os dois riem, ela começa a tossir
descontroladamente. Paulo levanta-se rapidamente e com delicadeza bate em suas costas,
aproveitando-se da situação afaga-lhe o cabelo e o rosto. Afirmando não ser nada lhe
oferece mais um gole de vinho, mas Júlia pede água e ele corre até a cascata e volta com
um copo d’água.
Passado o susto tornam a conversar e sem que note Paulo encosta-se inteiramente nela.
Passam para a sobremesa e as brincadeiras repetem-se, Paulo começa a fumar e Júlia para
ser gentil diz que o cheiro a agrada.
Agora uma garrafa de champagne é aberta e Júlia sente-se enlanguescer; seus olhos ardem e
o corpo começa a pedir repouso. Acabam-se as cerimônias.
Ele a olha seriamente e ela sem conseguir pronunciar as palavras o afaga com um sorriso
fatigado. Júlia aconselhada pelo companheiro fuma o primeiro cigarro e esse quando
percebe que ela está por adormecer serve-lhe café e licor, mas antes lhe faz tomar
champagne misturado com tequila.
A todo instante Júlia tem recordações de seu casamento e Paulo ao perceber seus
pensamentos afaga-lhe o queixo chamando-a de criaturinha má e sem coração.