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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA
PET – PROGRAMA EDUCAÇÃO TUTORIAL

MINICURSO DE POLÍTICA ECONÔMICA:


DO ECONOMÊS PARA O PORTUGUÊS

Autoria: Grupo PET Economia/UFES – 2005.2

VITÓRIA – ES
Setembro de 2007
PET Economia – UFES www.peteconomiaufes.com Página 2

*Autoria: Grupo PET Economia/UFES – 2005.2

Ana Maria Gomes Amâncio Julierme Gomes Tosta


Camilla dos Santos Nogueira Lorena Zardo Trindade
Celso Bissoli Sessa Lyncoln Wchoa Silveira Silva
Diogo Franco Magalhães Mariana Fialho Ferreira
Felipe Cunha Salles Parlei Busatto Prando
Rodrigo Straeslli Pinto Franklin Patrick Rodrigues Andrade
Gabriela Vichi Abel de Almeida Rodrigo Delpupo Monfardini

Supervisão: tutor Reinaldo A. Carcanholo


* Texto atual inspirado na “primeira versão”.

Redação da primeira versão:

Adriana Barbosa Marcelo Morais


Andressa Buss Marcos Barcellos da Cunha e Silva
Andressa Amorin Marlon Gomes Ney
Araceli Reis Buffon Oberdan Pandolfi Ermita
Jalisson Laje Rômulo Patrick
Lauriete Caneva Rosianes de Souza

Revisão: Professores do Departamento de Economia/UFES

Alexis Saludjian – professor visitante


Ana Carolina Giuberti
Reinaldo A. Carcanholo
Rogerio Arthmar

2ª Revisão: Grupo PET Economia/UFES 2007.2


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APRESENTAÇÃO

O presente trabalho pretende proporcionar fundamentos básicos de Política Econômica a um


público não familiarizado com a Ciência Econômica. Apresenta alguns conceitos sobre o tema,
procurando desmistificá-los, transpondo-os para uma linguagem fácil e acessível. Esta apostila visa
oferecer aos leitores a capacidade de se posicionar criticamente em relação ao modo como os temas
econômicos são normalmente tratados e difundidos pelos meios de comunicação.

É uma iniciativa do Programa de Educação Tutorial em Economia da Universidade Federal do


Espírito Santo. O texto tem por fim fundamentar o mini-curso homônimo, elaborado e apresentado
pelos integrantes do PET e que faz parte das atividades de Ensino, Pesquisa e Extensão que o grupo
realiza continuadamente.
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ÍNDICE:

I – NÍVEL DE ATIVIDADE E EMPREGO

Introdução ................................................................................................................................ 4
PIB e Emprego ........................................................................................................................ 4
A taxa de desemprego ............................................................................................................. 8
Conclusão ................................................................................................................................ 10

II – INFLAÇÃO

Introdução ................................................................................................................................ 11
Tipos de inflação ..................................................................................................................... 11
Efeitos da inflação ................................................................................................................... 12
Índices...................................................................................................................................... 13
Deflação ................................................................................................................................... 14

III – POLITICA FISCAL

Introdução ................................................................................................................................ 16
Conceitos de política fiscal ...................................................................................................... 16
Opções de política fiscal .......................................................................................................... 18
Atuação do governo x Nível de atividade ............................................................................... 18
Financiamento ......................................................................................................................... 19
Tributação ................................................................................................................................ 20
Qualidade de vida x Distribuição de renda.............................................................................. 21
Conclusão ................................................................................................................................ 22

IV – SETOR EXTERNO

Introdução ................................................................................................................................ 23
Balanço de Pagamentos ........................................................................................................... 23
Estrutura completa do Balanço de Pagamentos....................................................................... 24
Taxas de câmbio ...................................................................................................................... 26
Coordenação de políticas externas: formas de ajuste do balanço de pagamentos ................... 28

V – POLÍTICA MONETÁRIA

Introdução ................................................................................................................................ 30
O papel do banco central ......................................................................................................... 30
Instrumentos de controle da liquidez ....................................................................................... 32
A política monetária ativa ....................................................................................................... 34
A política monetária no Brasil atual ........................................................................................ 35
O spread bancário .................................................................................................................... 35
Conclusão ................................................................................................................................ 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................................. 37
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NÍVEL DE ATIVIDADE E EMPREGO

INTRODUÇÃO:

O gráfico abaixo evidencia que períodos de elevado crescimento do PIB (Produto Interno Bruto)
são acompanhados de redução no nível de desemprego e vice-versa.

Variação do PIB x Desemprego - Brasil

10

22
8

20
6

Taxa de Desemprego (%)


18
Variação do PIB (%)

16
2

14
0

12
-2

-4 10

-6 8
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Anos
Varaiação do PIB Taxa de Desemprego

Fonte: IBGE/DIEESE

O objetivo deste módulo é apresentar didaticamente alguns conceitos necessários para o


entendimento desta relação: crescimento econômico (mensurado principalmente pela variação do
PIB) e nível de emprego.

1 – PIB E EMPREGO

O PIB é a soma de toda a riqueza, ou seja, a soma de todos os bens e serviços produzidos dentro do
território de um país pelo governo e empresas (nacionais ou estrangeiras) em um determinado
período de tempo, geralmente um ano. A magnitude do mesmo é um importante indicador para
avaliar a atividade econômica de um país.

O PIB é também um fator determinante do nível de emprego da economia: há aumento do nível de


emprego quando a taxa de crescimento do PIB supera os novos entrantes no mercado de trabalho e
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o aumento da produtividade do trabalho (que significa um mesmo indivíduo produzir mais num
mesmo espaço de tempo). Assim, deve ocorrer uma queda na taxa de desemprego, de forma que o
mercado de trabalho consiga absorver não somente os desempregados, mas também os novos
entrantes.

A seguinte equação representa as variáveis que compõem o cálculo do PIB pela ótica do dispêndio,
ou seja, a soma de todos os gastos advindos dos consumos mensuráveis monetariamente dos
agentes econômicos dentro do período de um ano. Por exemplo, a aquisição de novas máquinas por
uma indústria qualquer produzida interna ou externamente; os gastos das famílias com educação,
saúde, lazer, alimentação, transportes ou produtos importados; construção de praças, estradas pela
administração pública, etc.

PIB = CONSUMO DAS FAMÍLIAS + GASTOS DO GOVERNO + INVESTIMENTO DAS


EMPRESAS + EXPORTAÇÃO LIQUÍDA.

Analisemos, agora, cada uma das variáveis separadamente e seus efeitos na relação com o nível de
emprego:

Consumo das Famílias:

É o quanto que as famílias gastam com bens e serviços. As famílias destinam uma parte de sua
renda ao consumo de bens e serviços, e a outra parte é destinada à poupança. As famílias de baixa
renda tendem a consumir proporcionalmente mais de suas rendas. Destaca-se, então, a importância
de uma distribuição de renda eqüitativa no país, pois se aumentarmos a renda das famílias mais
pobres, elas poderão consumir mais, e com isso as empresas terão que produzir mais para suprir as
demandas por bens e serviços das pessoas. Isto gerará um maior nível de emprego, pois as empresas
necessitarão de mais empregados. Enfim, o aumento do consumo aumenta o PIB, que aumenta o
nível de emprego, e por conseqüência aumentará a renda das famílias. No entanto, o ideal é que as
famílias não consumam a totalidade de suas rendas, guardando uma parte para a poupança, pois é
em grande parte através dela que pode se efetuar o investimento1 (explicação no próximo tópico)
que gerará todo o movimento descrito acima.

Investimento das Empresas:

É o quanto que as empresas gastam com aquisição de capital (imóveis, máquinas, equipamentos),
seja para repor o que foi desgastado no processo de produção ou ampliar a capacidade de produção
já existente. Pode ocorrer também a utilização dos bens que aumentam a capacidade produtiva da

1
Este investimento pode ser realizado também pela poupança realizada pelas empresas, que provém de lucros não
distribuídos entre os seus acionistas.
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empresa já produzidos anteriormente, porém ainda não consumidos. Portanto, o investimento das
empresas ocorre quando há necessidade de ampliação da planta industrial devido ao aquecimento
do consumo ou para reposição pelo desgaste da planta já existente.

O Investimento das empresas é uma das mais importantes variáveis para o crescimento de um país.
Ao investirem, as firmas elevam o nível de emprego, produto e renda.

As indústrias, na maioria das vezes, não possuem recursos suficientes para realizarem seus planos
de investimento e, com isso, precisam recorrer a empréstimos junto às instituições financeiras,
pagando uma determinada taxa de juros pelo dinheiro que tomam emprestado. Ao fazerem seus
planos de investimento as empresas calculam, aproximadamente, a rentabilidade que tal
investimento vai lhes proporcionar. Caso a lucratividade esperada do investimento seja maior que
os juros que deverão ser pagos pelo financiamento, a empresa realizará seus planos; caso contrário
tal investimento torna-se inviável. Portanto, para que exista um nível de investimento elevado na
economia é necessária uma política de juros favorável à atividade produtiva. Outro fator
determinante para o nível de investimento da economia é a tributação, pois quanto maiores forem os
gastos com impostos menos as empresas estarão dispostas a investir.

Além disso, as empresas tão somente realizam investimentos quando há um ambiente onde haja
expectativas de ganhos futuros. Portanto, em um ambiente recessivo, onde tal condição não existe,
os empresários tendem a entesourar moeda como forma de se proteger da crise. Cabe, portanto, ao
Estado proporcionar um ambiente macroeconômico propício que incentive o investimento.

Gasto público:

É o que o governo gasta com aquisição de bens e serviços, e com a admistração pública. O gasto
público é definido de acordo com a política econômica que cada governo escolhe, pois o governo
pode ser mais presente ou ausente na economia. Ao fazer obras, construir, operar suas estatais, etc.
o governo emprega mais pessoas, expande o nível de emprego e, ao mesmo tempo, dá condições
para que as empresas produzam mais. Assim, ao comprar e produzir mais, o governo causa uma
elevação da produção e do emprego, aumentando o nível de renda da economia. A administração
pública, além de elevar seus gastos, pode diminuir a tributação. Isto aumentaria a renda disponível,
ou seja, o dinheiro que as famílias dispõem para os gastos em bens e serviços para o consumo
deduzindo-se os impostos. Além disso, pode também aumentar a transferência de renda para as
famílias2.

2
Esta se constitui de dinheiro transferido pelo governo para as famílias sem contrapartida financeira das mesmas, como
o Bolsa Família e outros auxílios.
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Exportação líquida ou saldo da balança comercial:

É a diferença entre as exportações e as importações do país. Quanto maior o saldo, maior a


produção relativa em território nacional e, por conseguinte, maior tende a ser o nível de emprego e
de crescimento econômico. Em contraposição, quanto menor o saldo, menor o nível de emprego,
pois com a crescente participação das importações há um desestímulo à produção nacional. É óbvio
que nenhum país se exclui totalmente do comércio internacional, mas o ideal é manter um superávit
na balança comercial. Vale ressaltar que nenhuma economia mantém-se sempre superavitária,
havendo a necessidade de um mercado interno bem estruturado para minimizar uma redução na taxa
de crescimento do PIB quando as exportações diminuírem.

QUADRO 1: DIFERENTES ÓTICAS PARA MENSURAR O PIB


Existem três óticas diferentes para se mensurar o PIB: a ótica do dispêndio ou da despesa, a ótica do
produto e a ótica da renda.
ÓTICA DO DISPÊNDIO: Avalia o produto de uma economia considerando a soma dos valores de todos
os bens e serviços produzidos no período que não foram destruídos (ou absorvidos como insumos) na
produção de outros bens e serviços. Possui esta denominação, pois avalia o que a economia despendeu
para consumo, investimento e exportação líquida.
ÓTICA DO PRODUTO: Calcula o valor que cada unidade produtiva agregou (adicionou) a determinada
mercadoria.
ÓTICA DA RENDA: É calculada por meio da soma de todas as remunerações monetárias pagas os
fatores de produção em um determinado período de tempo. Por exemplo, a remuneração do trabalho é o
salário, a remuneração da terra é o aluguel e etc.
Os cálculos podem ser realizados pelas três distintas óticas, mas o resultado será sempre o mesmo, ou
seja, existe uma identidade entre produto ≡ dispêndio ≡ renda.

O crescimento econômico, embora seja uma variável chave, não é capaz de determinar ou mensurar
o desenvolvimento do país.

Para tal fim, são utilizadas outras variáveis, como o PIB per capita, que consiste na divisão do PIB
pela população do país. Esse índice é QUADRO 2: CRESCIMENTO x DESENVOLVIMENTO
melhor elaborado que o anterior, pois O crescimento econômico diz respeito à elevação do
produto agregado do país, que é avaliado a partir da
considera o tamanho da população do país, mensuração de valores agregados de uma determinada
economia em um determinado período de tempo.
mas por se tratar de uma média simples, Desenvolvimento é um conceito bem mais amplo, que
acaba por desconsiderar uma questão leva em conta a elevação da qualidade de vida da
sociedade e a redução das diferenças econômicas e
crucial, que é a distribuição de renda. O sociais entre seus membros.

Brasil, por exemplo, possuiu um produto per capita por ano de R$ 12,440 em 2006. Porém, segundo
o IBGE, 20 % da população mais pobre do país possuía 2,5% da renda nacional e 20 % mais ricos
possuía 63,8% da renda nacional. Nota-se a discrepância entre as taxas e principalmente a
ineficiência do produto per capita para a análise da distribuição de renda.
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A verdade é que para analisar o desenvolvimento necessitamos de indicadores ainda mais


elaborados, que considerem a qualidade de vida da população, distribuição de renda, nível de
escolaridade, etc. Uma boa tentativa nesse sentido foi a criação do IDH (Índice de Desenvolvimento
Humano), que tenta reunir todos esses indicadores num índice só, para que seja avaliado o
desenvolvimento (vide quadro 2) dos diferentes países.

2 – A TAXA DE DESEMPREGO

Antes de apresentarmos como é realizado o cálculo da taxa de desemprego, é necessário


compreender o funcionamento do mercado de trabalho.

Podemos definir mercado como o “espaço” em que vendedores e compradores efetuam trocas de
mercadorias. Dessa forma, o mercado de trabalho nada mais é que um tipo específico de mercado,
em que existem, de um lado, pessoas que estão dispostas a vender sua força de trabalho
(trabalhadores) e, do outro, aquelas que estão dispostas a pagar pela força de trabalho alheia
(capitalistas).
QUADRO 3: IBGE x DIEESE

Existem vários índices, elaborados por diferentes institutos, que buscam medir o desemprego. Os dois
índices mais conhecidos são os do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do DIEESE
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos).
As taxas de desemprego apuradas pelo IBGE e pelo DIEESE não apresentam números iguais. Isso se
deve a uma metodologia de pesquisa diferente utilizada por cada instituto, que dá diferente significado
para a palavra desemprego.
O IBGE divide o desemprego em dois tipos: aberto e oculto. O primeiro agrupa todas as pessoas que
não exercem nenhum tipo de atividade remunerada. O segundo, como o próprio nome diz, é um
desemprego que fica “escondido”, como é o caso do trabalho precário (precário tanto nas condições do
trabalho como na sua remuneração), do trabalho irregular e o desemprego por desalento. Este último
agrupa os indivíduos que por desesperança não tomaram atitudes efetivas na procura por trabalho, mas
que gostariam de trabalhar.
O IBGE tem como índice oficial a taxa de desemprego aberto. Já o DIEESE num índice só inclui tanto o
desemprego aberto quanto o oculto. Assim, a sua metodologia acaba revelando taxas de desemprego
mais altas do que as do outro instituto, sendo mais próximas da realidade brasileira.

O conjunto de todos os trabalhadores dispostos a vender sua força de trabalho forma a População
Economicamente Ativa (PEA). Esse agregado é um dos componentes necessários para a realização
do cálculo do índice de desemprego.

Em termos gerais, o cálculo da PEA é feito da seguinte forma: diminui-se da população total da
região analisada (cidade, estado, país, etc) o montante de pessoas que estão inaptas a trabalhar
devido à insuficiência ou excesso de idade. Como resultado tem-se a População em Idade Ativa
(PIA). Mas nem todas as pessoas que compõem a PIA estão dispostas ou disponíveis a entrar no
mercado de trabalho (dentro da PIA encontramos estudantes, encarcerados, militares, etc.). Por fim,
ao retirarmos da PIA esse grupo de pessoas, tem-se a PEA.
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Dentro da PEA existem ainda aquelas pessoas que se encontram ocupadas (empregadas) e aquelas
que estão desempregadas, mas à procura de uma atividade para exercer. A taxa de desemprego é,
portanto, a relação (divisão) entre a o número de trabalhadores desempregados e a PEA.

Taxa de desemprego = Desempregados x 100


PEA

PT

PIA PII

PEA FMT Legenda:

PT - População total
PIA - População em idade ativa
PII - População em idade inativa
Empregados PEA - População economicamente ativa
Desempregados FMT - Fora do mercado de trabalho

No ano de 2006, por exemplo, a taxa de desemprego da região metropolitana de São Paulo
calculada pelo DIEESE foi de 14,2%. A leitura desse dado pode ser efetuada da seguinte forma: em
cada 100 trabalhadores, aproximadamente 14 estão desempregados.

Além da taxa, é necessário compreender alguns tipos de desemprego e suas respectivas


características, pois assim tem-se uma melhor visão dos diferentes efeitos que cada tipo de
desemprego representa na flutuação desta taxa.

Desemprego sazonal:

É uma forma de desemprego que se limita a algumas épocas do ano, como por exemplo, nas
entressafras.

Desemprego Friccional:

Esta forma de desemprego decorre da própria dinâmica do mercado de trabalho. Origina-se da saída
de trabalhadores de seus empregos a procura outros melhores, das crises enfrentadas pelas empresas
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que acabam por demitir funcionários, ou porque os trabalhadores levam algum tempo até encontrar
um emprego.

Desemprego estrutural e/ou tecnológico:

É ocasionado por mudança nos padrões tecnológicos e na demanda dos consumidores. É a


automação de vários setores, em substituição à mão de obra humana, por exemplo, caixas
automáticos tomam o lugar dos caixas de bancos, fábricas automatizadas dispensam operários,
escritórios informatizados dispensam datilógrafos e contadores.

CONCLUSÃO

Percebe-se que o nível de atividade é um importante mecanismo para compreensão do


funcionamento da política econômica. Por intermédio do mesmo podemos analisar os níveis de
crescimento de uma determinada economia. Nesta apostila o PIB foi a variável escolhida para a
mensuração deste crescimento. E, além do mais, também são abordadas as implicações da
composição da variável PIB no nível de emprego em determinada economia, demonstrando que
quando há uma elevação no PIB, ocorre um aumento no nível de emprego.
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INFLAÇÃO

INTRODUÇÃO

A inflação é definida como sendo uma alta persistente e generalizada dos preços na economia. A
alta dos preços deve ser generalizada, ou seja, todos os produtos da economia devem sofrer
acréscimos em seus preços. Se apenas alguns dos bens e serviços produzidos na economia
apresentarem elevações de preços, enquanto outros apresentarem redução, isso não é inflação. Esse
fenômeno pode decorrer simplesmente do mecanismo de ajuste dos respectivos mercados em
virtude de alterações da demanda ou da oferta.

1 – TIPOS DE INFLAÇÃO

Inflação de Demanda:

Essa inflação refere-se ao excesso de demanda em relação à produção disponível de bens e serviços
na economia. A inflação de demanda ocorre quando a economia está próxima de sua capacidade
máxima, ou seja, não pode aumentar substancialmente a oferta de bens e serviços em curto prazo
para acompanhar o crescimento da demanda.

Inflação de Custos:

Esse tipo de inflação é causado pelo aumento nos custos de produção. O aumento das despesas com
os fatores de produção, tais como o trabalho, os recursos naturais e o capital, ocasiona esse tipo de
inflação. Com relação ao trabalho, caso haja um aumento na sua remuneração (salário) haverá
inflação, pois esse aumento normalmente é repassado para o preço final das mercadorias. No que se
refere aos recursos naturais, caso das matérias-primas, um aumento em seus custos – decorrente,
por exemplo, de aumento nos preços internacionais ou por problemas nas condições climáticas -
ocasionará aumento nos custos de produção que, por sua vez, será repassado para o preço final. Por
último, com relação ao capital, caso haja uma elevação dos juros, haverá uma restrição no acesso a
financiamentos; o dinheiro torna-se mais caro com os juros elevados, repassando, portanto, esse alto
custo para o preço das mercadorias.

Inflação de Lucros:

Nesse tipo de inflação é importante considerar a inserção da empresa no mercado. Empresas que
têm força de mercado podem elevar o preço de suas mercadorias sem enfrentar maiores obstáculos,
dado que estas empresas possuem o poder de estabelecer preços. No caso de existir um grande
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número de empresas com estas características, há a possibilidade delas entrarem em acordo para
elevação conjunta dos preços com o intuito deliberado de aumentar a taxa de lucro.

Inflação Inercial:

Esse tipo refere-se ao caso em que a inflação presente é resultado da inflação observada no passado.
Um dos grandes responsáveis pela inflação inercial é a indexação da economia. A indexação
consiste em se corrigir as rendas recebidas pelos agentes econômicos e o valor dos ativos de sua
propriedade com base na variação de um índice de preços que reflita a taxa de inflação no período
de tempo entre os reajustes. Desse modo, os salários dos trabalhadores, os aluguéis de imóveis, a
taxa de câmbio da economia, o capital emprestado pelo poupador, os títulos da dívida pública
emitidos pelo Governo, entre outros, são reajustados periodicamente com base na inflação passada.
Dessa forma, a indexação acaba perpetuando a inflação, pois os agentes econômicos criam
expectativas acerca do nível dos preços e sempre tenderão a reajustar os rendimentos pela inflação
passada, impedindo que a taxa de inflação venha a cair no futuro.

É necessário lembrar que essa diferenciação de tipos de inflação se dá no plano teórico. Na


realidade, há um entrelaçamento variado entre todos esses tipos de inflação.

2 – EFEITOS DA INFLAÇÃO

Os governos contemporâneos colocam a redução da inflação entre as principais metas de sua


política econômica. Isso ocorre porque a inflação provoca alguns efeitos na economia. O principal
deles é a perda do poder aquisitivo dos salários e de outras rendas fixas.

Se os assalariados não sofrerem reajustes nominais em seus vencimentos ou se esse reajuste for
inferior ao nível do índice de preços, todos perderão com a inflação, pois a elevação continuada dos
preços reduzirá paulatinamente seus salários reais, ou seja, a quantidade de bens e serviços que eles
podem adquirir.

A mesma perda será sentida por todos os indivíduos que recebem rendas fixas durante a inflação, ou
seja, rendas que não sejam reajustadas nominalmente. É o caso, por exemplo, dos proprietários de
imóveis de aluguel. É bem verdade que, nesse caso, a perda do poder aquisitivos dos aluguéis tende
a ser compensada pela elevação dos preços dos imóveis, que também é uma conseqüência de surtos
inflacionários prolongados.

Já os empresários, que podem reajustar seus preços de venda de seus produtos e, consequentemente,
seus lucros, têm melhores condições de se proteger desse efeito danoso da inflação.
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3 – ÍNDICES

A inflação na realidade não pode ser medida. O que se pode fazer é uma aproximação das variações
de preços. Essa aproximação é feita através de médias e ponderações para se chegar a um índice.
Seguem abaixo alguns dos índices mais utilizados na análise conjuntural:

Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC):

Esse índice é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nas regiões
metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém,
Fortaleza, Salvador e Curitiba, além do Distrito Federal e do município de Goiânia. Ele mede a
variação nos preços de produtos, dando maior ênfase à alimentação (33%), e serviços consumidos
pelas famílias com rendas entre 1 e 8 salários mínimos. O INPC foi criado com o objetivo de
orientar os reajustes dos salários dos trabalhadores.

Índice de Preços ao Consumidor Ampliado (IPCA):

O IPCA é calculado pelo IBGE nas mesmas regiões metropolitanas abrangidas pelo cálculo do
INPC. Ele mede a variação nos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias com rendas
entre 1 e 40 salários mínimos. O IPCA foi instituído com a finalidade de corrigir as demonstrações
financeiras das companhias abertas e é o índice oficial do Governo Federal para estipulação das
metas inflacionárias contratadas com o FMI.

Índice de Custo de Vida (ICV):

É calculado pelo Dieese na cidade de São Paulo. Procura representar o comportamento dos preços
de 325 produtos coletados do primeiro ao último dia útil do mês civil. Basea-se em programação
mensal de visitas a estabelecimentos comerciais ou a prestadores de serviços.

E é medido para três faixas distintas de rendimento familiar: 1 a 3 salários mínimos; 1 a 5 salários
mínimos e 1 a 30 salários mínimos. O ICV utiliza como base para seu cálculo a Pesquisa de
Orçamento Familiar e tem grande representatividade junto a entidades sindicais.

Índice Geral de Preços (IGP):

É calculo pala FGV no Rio de Janeiro. Esse índice tem como agregação ou media aritmética
ponderada três diferentes índices, que são: IPA (Índice de Preços por Atacado) com peso 6 no
mercado; IPC (Índice de Preços por Atacado) com peso 3 no mercado; e o INCC (Índice Nacional
do Custo da Construção) com peso 1 no mercado.
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Tem como objetivo medir o movimento geral dos preços na economia, refletindo as variações do
poder da moeda. É considerado como um importante índice na medição da inflação.

Esse índice subdivide-se em: IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna): refere-se
ao mês cheio, ou seja, o período que vai do primeiro ao último dia do mês de referência e a
divulgação ocorre próxima ao dia 20 do mês posterior. Apura as variações de preços de matérias-
primas agrícolas e industriais no atacado e de bens e serviços finais no consumo.

IGP-M (Índice Geral de Preços por Mercado): tem sua metodologia igual a do IGP-DI, mas é
pesquisado entre os dias 21 de um mês e o dia 20 do mês seguinte. É elaborado para contratos do
mercado financeiro especialmente os de longo prazo.

IGP-10 (Índice Geral de Preços 10): é também elaborado com a mesma técnica do IGP e do IGP-M,
mudando apenas o período de coleta dos preços, que ocorrem entre o dia 11 de um mês e o dia 10
do mês seguinte.

O IGP é utilizado nos contratos de aluguel.

Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)

A POF é uma pesquisa domiciliar por amostragem que investiga informações sobre as características de
domicílios, famílias, moradores e principalmente seus orçamentos, isto é, suas despesas e recebimentos. A
pesquisa busca mensurar a estrutura de gastos (despesas), os recebimentos (receitas) e as poupanças da
população. Tais informações permitem estudar importantes aspectos da economia nacional como a
composição dos gastos familiares, disparidades regionais e a dimensão do mercado para grupos de
produtos e serviços. Entre os objetivos da pesquisa, destaca-se sua utilização na atualização das estruturas
de ponderações dos índices de preços ao consumidor produzidos pelo IBGE e outras instituições. Os dados
também são utilizados para traçar perfis de consumo das famílias, para diversos estudos relacionados ao
planejamento econômico e social e para identificação de aspectos nutricionais da população. A abrangência
geográfica da POF compreende os domicílios localizados nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza,
Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, além do Distrito
Federal e o município de Goiânia.

4 – DEFLAÇÃO

Entende-se por deflação uma queda generalizada dos preços na economia durante um determinado
período. Quando ela está no início, seu impacto torna-se positivo sob a ótica do consumidor final
que gastará menos na compra de produtos e mercadorias. Entretanto, na medida em que se
aprofunda, seus efeitos negativos começam a se tornar evidentes, abalando o sistema econômico
como um todo.

Vejamos bem: caso a queda nos preços perdure por longa data, o lucro das indústrias e demais
atividades da economia começa a decair (redução do nível de atividade). Com isso, a produção fica
comprometida na medida em que se torna pouco atrativa em função dos menores ganhos. A partir
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daí, passam a existir situações em que as empresas começam a paralisar periodicamente seu
processo produtivo, utilizando-se, por exemplo, do instrumento das férias coletivas.

Caso a conjuntura não se modifique, começa a onda de demissões, seja pelo procedimento normal
ou do modo voluntário em que, em algumas situações, o funcionário atingido pela medida monta
seu próprio negócio. Acontece que nesta etapa, o consumo na economia já está completamente
abaixo das expectativas. Geram-se grandes prejuízos principalmente para os ramos comerciais e de
serviços que não conseguem vender em função do contingente populacional desempregado e da
renda em queda dos que estão empregados.

A deflação, portanto, pode acabar provocando uma depressão. Normalmente, combate-se a deflação
por meio de um aumento nos gastos públicos e um maior grau de endividamento público, como
forma de aumentar a demanda agregada.
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POLÍTICA FISCAL

INTRODUÇÃO

O que é Política Fiscal?

O termo Política Fiscal refere-se ao comportamento e à administração das receitas e despesas do


setor público. Conforme indica a definição, a maneira como cada Estado gere seus recursos e
obrigações não deve ser obrigatoriamente a mesma. As decisões do Estado são resultados de um
processo político, em que interesses conflitantes são colocados frente a frente e influenciam na
forma como se constitui a estrutura fiscal do Estado nacional.

As despesas do Governo derivam da prestação de serviços e/ou da produção de bens pelo setor
público, tais como o pagamento de salários de funcionários públicos, obras, aposentadorias, etc.
Atualmente, o pagamento de juros da dívida pública é a parcela mais significativa dentre os gastos
do governo federal no Brasil.

As receitas resultam de diversos mecanismos, tais como a arrecadação de impostos e contribuições,


venda de títulos públicos e receitas das empresas estatais.

1 – CONCEITOS DE POLÍTICA FISCAL:

Para compreender a política fiscal, é necessário compreender alguns conceitos relativos às


informações mais comumente utilizadas sobre o tema. Vejamos:

DÉFICIT/SUPERÁVIT – CONCEITOS PRIMÁRIO E NOMINAL:

Conceito Primário: seja ele déficit ou superávit, o conceito primário considera as contas do
governo sem incluir pagamentos de juros da dívida (externa ou interna) e sem incluir ajustes
financeiros. Então:

Resultado Primário: receitas – despesas (sem incluir despesas financeiras)


• Se o resultado for positivo: superávit primário.
• Se o resultado for negativo: déficit primário.

Conceito Nominal: seja ele déficit ou superávit, inclui despesas financeiras como pagamento de
juros da dívida (interna ou externa), correção monetária e correção cambial. Então:

Resultado Nominal: receitas – despesas (inclui despesas financeiras)


• Se o resultado for positivo: superávit nominal.
• Se o resultado for negativo: déficit nominal.
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OUTROS CONCEITOS:

Carga Tributária: é o total de impostos, contribuições e taxas arrecadadas pelo Estado em relação
ao PIB do país durante um ano.

Relação Dívida/PIB: é o total da dívida pública em relação ao total de riqueza produzida pelo país
num certo período de tempo. É importante ter em mente que existem dois “tipos” básicos de dívida:
a dívida pública e a dívida de particulares (financiamentos e empréstimos tomados pela iniciativa
privada no país e no exterior).

Contudo, mais importante que definir esses conceitos, é entender como eles interferem no exercício
da política fiscal e na vida cotidiana da população.

Exemplo3:

2005
• Superávit primário do setor público = R$ 93,5 bilhões (4,35% do PIB)
• Despesas Financeiras Líquidas 4 = R$ 157,1 bilhões
• Déficit nominal = R$ 63,6 bilhões

2006
• Superávit primário do setor público = R$ 90,1 bilhões (3,88% do PIB)
• Despesas Financeiras Líquidas = R$ 160,0 bilhões
• Déficit nominal = R$ 69,9 bilhões

Segundo o exemplo é possível perceber que, apesar do resultado primário ter-se apresentado
positivo (ou superávit primário), o total de despesas financeiras foi tal que, nos dois anos
mostrados, o resultado nominal apresentou-se negativo (ou déficit nominal). Isso significa que o
governo destinou parte de sua receita para fazer uma espécie de reserva: o superávit primário.
Porém, as despesas financeiras mais que compensaram esse aperto fiscal e, ao final, houve déficit
nominal. O déficit nominal é, portanto, um valor que representa a parcela dos compromissos
assumidos pelo governo que ele não foi capaz de pagar e que passam a compor sua dívida.

Para alcançar o superávit, o governo precisa aumentar receitas e/ou reduzir despesas (ou seja, gastos
com pessoal, saúde, infra-estrutura, educação, etc.). Cabe ao governo definir qual a opção mais
vantajosa, ou a que melhor se enquadra aos seus objetivos.

3
Fonte: BCB – Notas econômico-financeiras para a imprensa.
4
Consideramos aqui além das despesas, entre as quais o pagamento de juros que é feito pelo governo, outras despesas e
ajustes financeiros (correção cambial, correção monetária). O governo também obtém receitas financeiras em certas
operações que não convém detalhar aqui.
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2 – OPÇÕES DE POLÍTICA FISCAL

O Governo pode assumir duas posturas (políticas):

Política expansionista:

↑ gastos públicos ↓ impostos ⇒ ↑ demanda ↑ produção e emprego

Ou seja, ao aumentar os gastos públicos (em obras de infra-estrutura, por exemplo) e/ou diminuir a
tributação, o governo proporciona uma maior renda disponível para empresas e famílias, com
conseqüências benéficas sobre o nível de produção e emprego.

Política contracionista:

↓ gastos públicos ↑ impostos ⇒ ↓ demanda ↓ produção e emprego

Inversamente, caso o governo decida diminuir seus gastos e/ou aumentar a quantidade de impostos
cobrados, a renda disponível para as famílias e empresas se reduzirá e haverá uma tendência à
diminuição do nível de emprego e renda.

Para aplicação das políticas econômicas, principalmente a política fiscal, deve-se verificar quais os
resultados previstos. Se o alcance dos objetivos envolve custos econômicos ou sociais elevados,
ainda que sua eficácia seja comprovada, a política pode não ser recomendável.

3 – ATUAÇÃO DO GOVERNO X NÍVEL DE ATIVIDADE:

O governo pode provocar déficit através da Política Fiscal expansionista, visando incentivar um
aumento do nível de produção e emprego, ou melhor, elevar o nível de atividade da economia. O
governo tem um papel importante para superação de crises econômicas (papel anti-cíclico), pois a
intervenção governamental pode evitar efeitos mais duradouros das mesmas.

O aumento dos gastos públicos estimula o aumento da produção das firmas por duas vias:
diretamente, quando o setor público compra bens e serviços das empresas e famílias; indiretamente,
quando as famílias, de posse de uma renda maior, elevam sua demanda por bens de consumo, e,
portanto, as vendas das empresas que atuam neste setor.

A redução de impostos também estimula a produção, visto que haverá mais renda disponível para
realização de investimentos por parte das empresas e de consumo por parte das famílias. Então uma
redução dos impostos altera o nível de emprego e salário.
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Já o aumento dos impostos representa um vazamento da renda do setor privado, que poderia ser
alocada à compra de bens e serviços no mercado. Dessa forma, age sobre a demanda agregada
(todas as demandas do país) no sentido oposto ao de suas despesas, ou seja, reduz a produção.

Como já vimos, o aumento dos gastos públicos estimula o nível de atividade econômica diretamente
e indiretamente (através do consumo). Devido a esse estímulo indireto ao consumo, diz-se que os
gastos do governo têm um “efeito multiplicador” sobre a atividade econômica, porque resultam em
um aumento mais que proporcional na demanda agregada e também no PIB (Produto Interno
Bruto). À medida que esse primeiro aumento da renda começa a estimular novos gastos de
consumo, a demanda agregada por bens e serviços é novamente acrescida. Assim, esses novos
gastos de consumo vão gerar um novo aumento da renda da economia.

Geralmente, essa tendência a consumir é mais acentuada em economias menos desenvolvidas


(países subdesenvolvidos), onde existe um alto grau de concentração de renda (ou número elevado
de famílias de baixa renda em comparação com as de renda elevada). Nesses países, quando há um
aumento na renda, a tendência a consumir é maior.

Assim, em países com baixo desenvolvimento, um pequeno aumento dos gastos do governo é capaz
de produzir um grande impulso na demanda agregada e também no nível de atividade da economia.

Então, podemos concluir que um aumento de gasto público (G) gera aumento no emprego (E), que
gera mais salários (W), o que faz aumentar o consumo (C) e, consequentemente, a renda (Y).
Aumentando consumo, aumenta a receita (R) do governo, pois mais impostos serão recolhidos. E
assim sucessivamente.

↑G ↑E ↑W ↑C ↑Y ↑R

4 – FINANCIAMENTO:

Como é financiado o déficit?

Ao longo do século XX, na maioria dos países, o setor público aumentou sua participação na
atividade econômica, o que o fez incorrer em custosos déficits. Isso implica em necessidades
crescentes de financiamento. Para atender a essas necessidades, pode-se contar com três
procedimentos:

4.1) Impostos;
4.2) Emissão de moeda;
4.3) Emissão da Dívida Pública.
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4.1) Ainda que os impostos apareçam como uma forma natural de se financiar os gastos públicos,
eles apresentam uma série de limitações, já que, quando existe déficit, eles são insuficientes para
atender os gastos. Além disso, seria uma medida impopular aumentar os impostos, e, em período de
recessão, o aumento de impostos iria agravar ainda mais a situação (pois inibiria a produção
privada, por exemplo).

4.2) Outro procedimento para tentar enfrentar o déficit público consiste na emissão de moeda
(criação de dinheiro). Isso porque o setor público, por meio do Banco Central, é o responsável pela
emissão do dinheiro. Poderíamos pensar que recorrendo à emissão monetária atenderíamos às
necessidades de financiamento do déficit. Este procedimento, entretanto, implicaria em um grande
aumento da pressão inflacionária. Além disso, o dinheiro em poder do público é considerado uma
obrigação (dívida) emitida pelo governo.

4.3) A terceira possibilidade para financiar os gastos


Quadro 1 - O que é um título público?
públicos consiste em emissão de títulos da dívida
Um título público é um contrato em que o
pública (ver quadro 1), ou seja, o Estado pôr a venda Tesouro Nacional promete pagar
determinado valor (valor de face) dentro de
títulos públicos. Essa decisão, no entanto, reduz a determinado prazo. A venda é feita por
quantidade de dinheiro no mercado que poderia ser leilão, durante o qual o maior lance leva o
papel. Existem diversos “tipos” de títulos
destinada aos investimentos privados, tendendo a com diferentes indexadores e prazos.

aumentar a taxa de juros: os fundos financeiros são limitados e a emissão de títulos da dívida
pública pode reduzir as possibilidades de financiamento da iniciativa privada. Em outros termos, se
a oferta de recursos monetários para investimentos é inferior à demanda, a taxa de juros
(remuneração do dinheiro) tende a subir.

5 – TRIBUTAÇÃO

É a principal e maior forma de receita do Governo. Os impostos são uma imposição do Estado a
indivíduos, unidades familiares e empresas, para que paguem uma certa quantidade de dinheiro em
relação a determinados atos econômicos (consumo, salários, lucros, etc).

Tipos de impostos:

Diretos: incidem sobre patrimônio e renda. Ex.: Imposto de Renda.


Indiretos: incidem sobre bens e serviços adquiridos pelas pessoas. Ex.: ICMS, IPI.
Podem ser ainda:

Progressivos: é o imposto no qual quanto maior a renda, maio é a parcela da renda destinada a
pagar impostos. No caso do Brasil, um imposto progressivo é o imposto de renda, que é direto.
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Regressivos: é o imposto no qual quanto menor a renda menor a proporção da renda destinada ao
pagamento de impostos. No Brasil, os impostos indiretos agem regressivamente. Dessa forma, uma
parcela maior da renda das pessoas mais pobres é destinada a pagar impostos.

Proporcionais: seu percentual permanece constante em relação à renda.

Exemplo:

Vamos supor que existam duas famílias com rendas diferentes, mas que consumam a mesma
quantidade e variedade de produtos e serviços no período de um mês. Uma das famílias possui
renda mensal de R$ 1000,00 e a outra R$ 2000,00. O total de impostos indiretos pagos por cada
uma das famílias a cada mês é de R$ 350,00. Vamos imaginar também que o governo estabelece
imposto de renda de 15% sobre rendas acima de R$ 1164,00. Qual seria o impacto dessa atuação do
Estado sobre a renda dessas famílias?

Renda da Família Imposto sobre Imposto de Renda Total de Impostos Impostos/Renda


consumo
1000 350 0 350 35%
5
2000 350 125,40 475,40 23,77%

Como podemos observar, mesmo pagando imposto de renda de 15%, a família com maior renda
paga proporcionalmente menos impostos do que a família com menor renda. Porém isso não fica
explícito, pois a maioria dos impostos são indiretos e estão embutidos nos preços da mercadoria.

No Brasil a carga tributária atualmente, tem um aspecto extremamente regressivo.

6 – QUALIDADE DE VIDA X DISTRIBUIÇÃO DE RENDA:

A qualidade de vida da população está altamente associada à distribuição de renda. Embora não seja
seu principal determinante, o conjunto de impostos de um país e também das transferências e
pagamentos que o governo faz para a sociedade afeta diretamente na distribuição de renda.

Por meio de uma carga tributária progressiva, com ênfase em impostos incidentes sobre rendas e
patrimônio, pode-se atenuar o impacto da concentração de propriedade e dos desníveis nos
rendimentos.

A Política Fiscal pode atuar de forma a aumentar o pagamento de transferências para a população
com menores rendimentos. Nesse sentido, políticas que favoreçam direitos universais como
educação pública, saúde e um sistema previdenciário de caráter solidário são fundamentais.

5
Considere que o valor cobrado de 15% incide sobre a diferença entre a renda da família (R$ 2000,00) e a renda limite
(R$1164,00)
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Além disso, o governo também pode adotar uma política salarial favorável ao trabalhador. Ao
ajustar ou estabelecer um salário mínimo corrigido periodicamente, permite que os rendimentos da
maior parte da população mantenham seu poder de compra.

CONCLUSÃO

O Estado não pode ser entendido como uma máquina impessoal, eficiente, dotado de razão objetiva
e, assim, capaz de delimitar e propor alternativas ótimas aos problemas identificados. Deve-se levar
em conta todo o desenvolvimento histórico que, em larga medida, define as prioridades que
norteiam as ações públicas.

Não existe uma norma, um conhecimento científico, que estabeleça a maneira “certa” por meio da
qual o Estado deve recolher e gastar seus recursos. As decisões estatais passam à margem de
critérios estritamente objetivos e impessoais, pois refletem processos em que interesses conflitantes
revelam-se. É a disputa política, e não critérios “científicos”, que privilegia algumas políticas (ou
opções) em detrimento de outras.
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SETOR EXTERNO

INTRODUÇÃO

Os países não são estruturas isoladas, e mesmo os mais fechados acabam por manter uma série de
relações com outros países, envolvendo trocas de mercadorias, fatores de produção e ativos
financeiros. A intensificação destas relações deu origem a um processo denominado globalização
econômica, em que as economias dos diferentes países estão mais inter-relacionadas do que nunca.
Dessa forma, a análise do comércio internacional de bens e serviços e dos fluxos monetários
internacionais se tornou uma atitude fundamental tanto da estratégia econômica como da política
econômica nacional.

O objetivo deste módulo é apresentar os principais conceitos e métodos de análise da interação


econômica entre os países através de três tópicos: o balanço de pagamentos, a determinação da taxa
de câmbio e a coordenação de políticas internacionais.

1 – BALANÇO DE PAGAMENTOS

O Balanço de Pagamentos consiste no registro contábil de todas as transações entre residentes6 e


não residentes de um país num determinado período de tempo. Sua estrutura contabiliza os fluxos
de entrada e saída de mercadorias, ativos financeiros e monetários no país e deste modo permite
avaliar a atuação econômica deste em relação à economia mundial.

Por se tratar de transações com o exterior, os registros do Balanço de Pagamentos são avaliados no
atual meio de pagamento internacional, o dólar norte-americano.

6
Define-se como residentes de um país todas as pessoas físicas ou jurídicas que têm nele sua residência
fixa.
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ESTRUTURA COMPLETA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS

BALANÇO DE PAGAMENTOS

1. Transações Correntes

1.1. Balança Comercial


I.1.1. Exportações
I.1.2. Importações
1.2. Balança de Serviços e Rendas
I.2.1. Transportes: fretes, seguros, etc
I.2.2. Turismo e viagens internacionais
I.2.3. Rendas de Capital: remessa de lucros, lucros reinvestidos e juros
I.2.4. Serviços governamentais
I.2.5. Diversos
1.3. Transferências unilaterais

4. Saldo em transações correntes: 1+2+3

5. Conta Capital e Financeira

5.1. Investimentos diretos


5.2. Reinvestimentos
5.3. Empréstimos e financiamentos
5.4. Outros capitais

6. Erros e omissões

7. Saldo total do balanço de pagamentos: 4+5+6

8. Transações compensatórias

8.1. Variação de reservas


8.2. Operações de regularização
8.3. Atrasados

A estrutura do Balanço de Pagamentos está divida em três contas: Transações Correntes, Conta de
Capital e Financeira e Transações Compensatórias. Vejamos agora o significado de cada uma delas
e de suas respectivas subcontas.
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Conta corrente / Transações Correntes:

O saldo da conta em transações correntes é dado pela soma das três sub-contas abaixo listadas:

a) Balança comercial – registra a movimentação de mercadorias, ou seja, de bens tangíveis. Seu


saldo é dado pela diferença entre as exportações e as importações de mercadorias efetuadas pelo
país.

b) Balança de serviços - registra a movimentação de bens intangíveis como, o pagamento ou


recebimento em função da utilização de fatores de produção (remessa de lucros ou pagamento de
juros) e os gastos com transporte e viagens internacionais.

c) Transferências unilaterais – registra pagamentos ou recebimentos de recursos que não


correspondem à compra de qualquer bem, serviço ou ativo, ou seja, sem nenhuma contrapartida em
mercadoria ou em moeda. Por exemplo, remessa de recursos que um brasileiro trabalhando no
exterior faz para sua família aqui residente, ou recursos enviados em socorro às vítimas de uma
catástrofe em algum país.

Conta Capital e Financeira:

A conta capital e financeira registra as transferências de capital entre países. A conta capital, por
exemplo, pode compreender investimentos direto (tanto recebidos quanto efetuados) bem como
investimentos em carteira (capital de curto prazo, também chamado capital especulativo).

A conta financeira, por sua vez, engloba principalmente empréstimos internacionais (pegos ou
concedidos pelo país).

Erros e Omissões:

Em função de imperfeições na forma de registro das informações, nem sempre se consegue a


necessária equivalência entre o total de débitos e créditos. Isso torna necessário o lançamento de
uma partida equilibradora para o balanceamento das contas.

A conta erros e omissões presta-se a compensar toda superestimação ou subestimação dos


componentes registrados.

Conta de Transações Compensatórias:

Constituída apenas pela sub-conta de Transações Compensatórias (8), registra a variação de


reservas em moeda estrangeira pelo país, os empréstimos de regularização e os atrasados. O saldo
do balanço de pagamentos deve ser idêntico ao saldo das transações compensatórias.
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As reservas internacionais são ativos monetários mantidos pelos bancos centrais de forma a efetuar
o ajuste no balanço de pagamentos. Assim, quando há déficits no balanço do pagamentos, ou seja,
quando há maior saída de divisas que entradas, o Bacen compensa esse resultado com uma redução
das reservas. No caso oposto, isto é, quando entram mais divisas que saem, há uma quantidade
maior de dólares no país elevando o nível das reservas. Quadro 1

Quando não há reservas suficientes, os empréstimos de O FMI (Fundo Monetário Internacional),


foi criado no fim da Segunda Guerra
regularização são basicamente advindos do FMI (Fundo pelo acordo de Bretton Woods e tem
como função básica fornecer recursos
Monetário Internacional) e estabelecem uma série de financeiros, tal como um banqueiro de
última instância, para aqueles países
exigências, às quais os país deve ser submisso, em que apresentam déficits nas contas
externas, decorrentes de conjunturas
termos de política econômica e obtenção de resultados.
internacionais adversas.

O recurso “atrasados” é contabilizado quando o país não dispõe de reservas nem de ajuda do
organismos internacionais. Dessa forma, um lançamento nessa conta significa a decretação de
moratória pelo país.

2 – TAXAS DE CÂMBIO

Dentro de um país as transações são realizadas com moeda nacional. No entanto, no comércio
internacional a moeda mais utilizada é o dólar norte-americano. Daí surge a necessidade de se
converter uma moeda em outra, como forma de facilitar o intercâmbio comercial. Logo, câmbio
(que significa troca) é o mecanismo através do qual essa troca é possível, e taxa de câmbio é a
proporção de troca entre as duas moedas: a quantidade de reais necessária para se comprar um dólar
norte-americano.

Exemplo 1:

Taxa de Câmbio=R$2,50 (R$2,50 = US$1,00)

Nesta situação hipotética, para comprar um dólar é preciso gastar dois reais e cinqüenta centavos.

Variações na taxa de câmbio alteram diversas variáveis econômicas, sobretudo aquelas relacionadas
ao setor externo. Uma elevação da taxa de câmbio representa uma depreciação da moeda nacional,
o oposto, uma apreciação da moeda nacional. Uma desvalorização cambial tende a desestimular as
importações e estimular as exportações, pois os bens importados se tornam mais caros no mercado
interno e os bens exportados se tornam mais baratos no mercado externo, aumentando a renda dos
exportadores.
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Exemplo 2:

Carro importado = US$20.000,00


Carro nacional = R$20.000,00
Taxa de Câmbio = R$2,50

Nesta situação hipotética, para comprar um carro importado, é preciso gastar R$50.000,00,
enquanto o carro nacional custará apenas R$20.000,00. A essa taxa de câmbio é mais vantajoso para
o consumidor adquirir um carro nacional, assim, a importação de carros será desestimulada.

Exemplo 3:

Açúcar (ton) no mercado internacional = US$200,00


Açúcar (ton) no mercado brasileiro = R$200,00
Taxa de Câmbio = R$2,50

Nesta situação hipotética, é mais vantajoso para o exportador brasileiro vender o açúcar no mercado
internacional, pois à taxa de câmbio vigente, a cada tonelada de açúcar exportado ele receberá
R$500,00, enquanto no mercado nacional ele receberia apenas R$200,00. Sendo assim, as
exportações de açúcar serão estimuladas.

O nível da taxa de câmbio pode ser determinado pelas forças de mercado (pelo confronto entre
oferta e demanda de divisas) ou a partir da interferência do governo no mercado cambial
(comprando e vendendo divisas para influenciar na taxa). De acordo com essas possiblidades é
possível definir três tipos de regime cambial:

Regime de câmbio flutuante:

A taxa de câmbio oscila de acordo com a oferta e a demanda de divisas. Há dois tipos de flutuação:

Limpa: a taxa oscila livremente, sem interferência externa ao mercado cambial.


Suja: o governo pode intervir comprando e vendendo divisas, influenciando a taxa de câmbio.

Regime de câmbio fixo:

A taxa de câmbio é determinada pelo Banco Central, que a mantém em determinado nível por meio
da compra e venda de divisas no mercado.

Regime misto:

A taxa de câmbio pode variar dentro de determinados limites estabelecidos pela política econômica.
Quando a cotação se aproxima dos limites fixados, o Banco Central intervém no mercado.
PET Economia – UFES www.peteconomiaufes.com Página 28

Atualmente, a maioria dos países adota o regime misto ou de flutuação suja, já que historicamente o
sistema flutuante resultou em grandes instabilidades nas diversas taxas de câmbio no mundo e o
sistema fixo não se mostrou eficiente quanto à determinação da taxa de câmbio ideal.

3 – COORDENAÇÃO DE POLÍTICAS EXTERNAS: FORMAS DE AJUSTE DO


BALANÇO DE PAGAMENTOS

Desajustes sistemáticos no balanço de pagamentos, sem perspectiva de reversão a longo prazo


tendem a deteriorar a posição do país no cenário econômico intenacional. Dessa forma, o governo
do país em questão, é obrigado a utilizar políticas de ajuste do balanço de pagamentos.

Existem inúmeros instrumentos de ajuste do balanço de pagamentos, dentre os quais, os mais


importantes são:

a) Desvalorização cambial: estimula as exportações e desestimula as importações, melhorando o


saldo da balança comercial. O impacto negativo dessa medida é o encarecimento dos importados,
que pode gerar pressões inflacionárias;

b) Elevação das tarifas de importação: sendo a tarifa de importação um imposto sobre determinada
mercadoria importada, a aplicação desta permite controlar o volume das importações de alguns
produtos através do valor dos impostos. Essa medida pode gerar o mesmo problema apontado no
ponto “a”, qual seja, de surto inflacionário;

c) Estabelecimento de cotas de importação: restringe diretamente a importação de determinada


mercadoria ao fixar uma quantidade limite de importação. Representa uma redução no grau de
abertura comercial do país e também pressiona o nível de preços;

d) Concessão de subsídios às exportações: benefícios concedidos aos produtores nacionais que


visam ampliar o volume das exportações. Assim como o instrumento anterior, representa uma
redução no grau de abertura comercial do país. Medidas assim não são bem vistas pelo mercado
internacional e podem levar a acusações de prática de dumping7;

e) Imposição de restrição à saída de capitais: objetiva elevar o saldo do movimento de capitais, já


que um superávit nessa conta muitas vezes é necessário para financiar eventuais déficits em
transações correntes. Essa medida não é bem vista pelo mercado financeiro internacional e pode
acarretar uma redução dos fluxos de capitais de curto prazo (capitais especulativos), o que pode
gerar problemas caso o país necessite desse tipo de capital para ajustar o balanço;

7
Dumping é a prática de manter um preço artificialmente abaixo dos custos com o intuito de conquistar o
mercado dos concorrentes e em seguida se beneficiar de uma situação mais favorável em termos de
determinação dos preços.
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f) Redução no nível de atividade da economia: tem a finalidade de reduzir as importações ao


diminuir a capacidade interna de consumo. Favorece as exportações já que, frente a um
desaquecimento do mercado interno, a produção doméstica tende a procurar, no mercado externo,
alternativas de venda;

g) Elevação da taxa de juros interna: objetiva atrair capitais de curto prazo (especulação) para elevar
o saldo da conta de capital e financeira, esses capitais acreditam que a diferença entre os juros
internos e externos possibilitará o ganho de grandes lucros no mercado financeiro doméstico. A
elevação da taxa interna de juros desestimula o consumo e reduz o nível de atividades econômicas,
pois diminuirá os investimentos produtivos, devido ao encarecimento do crédito.

Como demonstrado, cada uma dessas medidas possui aspectos positivos e negativos. Dessa forma, o
grande desafio das autoridades econômicas é programar uma ou mais medidas que, em seu
conjunto, que possam trazer o menor dano à sociedade e assim fazer com que o ajuste do balanço de
pagamentos seja um meio pelo qual o dinamismo da economia se fortaleça e cresça.
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POLÍTICA MONETÁRIA

INTRODUÇÃO

A política monetária é um instrumento de atuação do governo que diz respeito à quantidade de


moeda na economia e às operações de crédito, ou seja, controle da liquidez. No caso do Brasil a
entidade responsável pela execução dessa política, é o Banco Central (BACEN). Em outras
palavras, é ele que controla a quantidade de dinheiro em circulação em uma economia, de forma
direta e indireta.

Antes de aprofundar o estudo sobre a política monetária é necessário compreender os conceitos de


liquidez e meios de pagamente, que estão intimamente ligados. O primeiro é a capacidade que
qualquer ativo (moeda, títulos, bens de capital, imóveis, depósitos e etc) possui, em menor ou maior
grau, de conservar valor ao longo do tempo e ser capaz de liquidar dívidas. De maneira mais
simples liquidez é o que se pode dispor imediatamente para fazer uma transação. Já os meios de
pagamentos são ativos com plena liquidez que consiste na totalidade de ativos possuídos pelo
público que pode ser utilizada a qualquer momento para liquidação (pagamento) de qualquer
compromisso futuro ou à vista.

O controle dos meios de pagamento pode ter, pelo menos, duas diferentes funções: a primeira é
garantir a estabilidade do nível de preços; a segunda é intervir no nível de atividade da economia,
podendo optar por exercer um papel ativo dentro do sistema econômico.

Essas duas funções não são independentes uma da outra. O controle do nível de preços gera
distorções na atividade econômica, assim como ao intervir no nível da atividade econômica, o
BACEN acaba afetando os preços da economia.

1 – O PAPEL DO BANCO CENTRAL

Dentre as funções do BACEN, podemos destacar quatro principais:

Controlar a emissão de moeda:

A Casa da Moeda é o órgão responsável pela produção física do dinheiro. Entretanto cabe ao
BACEN decidir sobre a produção ou não de mais dinheiro, o que configura a primeira função
citada.

Essa função tem imensa importância, pois grande parte das transações econômicas são realizadas
por intermédio do dinheiro. É na forma do dinheiro que os trabalhadores recebem seus salários, que
PET Economia – UFES www.peteconomiaufes.com Página 31

é feito o pagamento de aluguéis e que são realizadas operações de compra, venda e crédito. É claro
que parte dessas operações não envolve recebimento ou pagamento de papel moeda, mas em última
instância, mesmo os lançamentos contábeis muito comuns hoje em dia (como débitos automáticos
em conta corrente) utilizam o dinheiro, pelo menos como unidade de conta, já que este serve de
denominador comum entre as diversas mercadorias.

Mas a oferta de moeda não pode ser direcionada de uma forma desordenada. A variação na
quantidade de meios de pagamento na economia ocasiona variação no nível de preços e também no
nível de produto.

Ser depositário das reservas internacionais:

É importante aprendermos que, quando o país realiza transações com o resto do mundo, sejam estas
comerciais ou financeiras, como quando um agente exporta alguma mercadoria ou serviço,
possivelmente receberá o papel moeda do país do comprador ou em divisas (moeda de credibilidade
internacional, como o dólar americano). Como em território nacional só é permitida a circulação da
moeda nacional, o Real, cada vez que uma mercadoria ou serviço é vendida para o exterior, a
moeda estrangeira recebida é convertida pelo BACEN em Reais para que possa circular
internamente.

Além disso, o BACEN pode intervir no mercado de câmbio afetando o saldo comercial como
exposto no próximo módulo, “Setor Externo”.

Ser o banco dos bancos:

O BACEN age também como banco dos bancos comerciais.

Os bancos comerciais realizam diversas operações com o público, recebem depósitos e realizam
empréstimos, por exemplo. Nessas relações com o público, recebe também obrigações de outros
bancos (desconta cheques de outros bancos, por exemplo).

Essas transações não ocorrem sempre na mesma proporção, de modo que pode haver dias que
ocorra uma entrada de dinheiro maior que a saída (mais depósitos que empréstimos, por exemplo) e
pode haver dias em que as saídas superem as entradas, de forma que o banco terá que tomar
empréstimos para cumprir suas obrigações.

O banco nessa última condição pode pegar dinheiro emprestado com outros bancos comerciais, ou
pode buscar empréstimos junto ao BACEN. Nesse último caso, o BACEN empresta dinheiro ao
banco com juros iguais a taxa básica (SELIC) mais uma taxa punitiva (chamada taxa de
redesconto).
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Ser o banqueiro do governo:

Além de emprestar dinheiro para os bancos comerciais, o BACEN empresta dinheiro também para
o governo. Além disso, todos os recursos que o governo arrecada, na forma de impostos,
contribuições e taxas, são depositados no Banco Central. Realiza, dessa forma, seu papel de banco
do governo.

2 – INSTRUMENTOS DE CONTROLE DA LIQUIDEZ

Voltemos à primeira função do BACEN, qual seja, a de emitir moeda. O BACEN é o responsável
pela emissão de moeda. Entretanto, quando os bancos comerciais realizam empréstimos eles
também criam moeda. Essa forma de moeda criada pelos bancos comerciais é denominada moeda
escritural.

É fácil compreender o mecanismo pelo qual os bancos criam essa forma de moeda. Imagine que um
agente qualquer, chamado A, deposite $1000 em um banco qualquer, e que um outro chamado B
deposite mais $2000 neste mesmo banco. Imagine também que este dinheiro, $3000, é o único no
caixa do banco. Dificilmente esses dois agentes retirarão todo seu dinheiro ao mesmo tempo, de
forma que o banco pode emprestar parte deste dinheiro para outros agentes. Imagine que os agentes
C e D peguem empréstimos de, respectivamente $1000 e $1500. Note que agora os agentes A e B
têm um direito de $1000 e $2000, respectivamente com o banco e que os agentes C e D possuem
$1000 e $1500. No total, esses quatro agentes possuem $5500. O banco, portanto, criou um
montante de $2500 na forma de moeda escritural.

Então, além de controlar diretamente a quantidade de moeda emitida, o BACEN tem que controlar
indiretamente o montante de moeda escritural.

Dos mecanismos de controle de liquidez, cinco estão abaixo explicados:

Taxa de juros:

A taxa de juros pode ser compreendida como preço do dinheiro. Uma elevação na taxa de juros,
portanto, pode ser interpretada como uma elevação no preço do dinheiro. Essa elevação faz com
que os agentes sintam-se desestimulados a pegar empréstimos junto aos bancos, pois o valor final
que será pago por este se eleva. Como a taxa de juros do BACEN, a SELIC, influencia as outras
taxas da economia (ver quadro 1), até mesmo os juros cobrados nas prestações das vendas a varejo
(que também é uma forma de empréstimo) a prazo se elevam, o que acaba por diminuir a demanda
por produtos da economia. Dessa forma há uma diminuição do nível de atividade na economia que
acarreta na redução de dinheiro disponível, ou seja, há a redução da liquidez.
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Além disso, a elevação da taxa de juros torna o mercado financeiro mais atrativo, de modo que
parte do dinheiro antes em circulação migra para estes mercados.

Depósito Compulsório:

De cada depósito que é feito nos bancos comerciais, parte dos recursos é obrigatoriamente retida
pelo Banco Central. Essa parte dos recursos que fica com o BACEN é denominada depósito
compulsório.

A elevação da taxa de compulsório reduz a criação de moeda escritural por parte dos bancos
comerciais. Esse mecanismo é de fácil compreensão.

Imaginemos que a taxa de compulsório em um dado momento é de 50%. Imagine que um


determinado agente faça um depósito de $1000. Caso não houvesse essa taxa, o banco poderia
emprestar para outro agente esses $1000. Mas como a taxa de compulsório é de 50%, $500 serão
recolhidos pelo Banco Central, de forma que apenas $500 restarão nos cofres do banco comercial
para a realização de novos empréstimos.

Redesconto:

O Banco Central, como já dito, atua como banco dos bancos comerciais. Caso ocorram problemas
de liquidez nestes bancos, eles podem se dirigir ao BACEN para pegar empréstimos. O redesconto é
uma taxa punitiva cobrada pelo BACEN aos bancos nestes casos. Quanto maior a taxa de
redesconto, maior será a prudência do banco ao realizar suas operações, pois caso estes realizem
empréstimos além de suas capacidades, poderão ter que recorrer ao Banco Central.

Mercado aberto:

Caso o Banco Central constate excesso ou falta de meios de pagamento na economia ele pode
também lançar mão de mecanismos de mercado aberto. O BACEN tem como ativo títulos da dívida
pública emitidos pelo Tesouro Nacional. Caso haja excesso de liquidez na economia, ele pode
vender esses títulos no mercado, recebendo dinheiro em troca reduzindo, portanto, a liquidez da
economia. Caso ocorra falta de liquidez, o BACEN pode resgatar (comprar) esses títulos, o que
coloca novamente o dinheiro em circulação na economia.

Controle seletivo de crédito:

Embora exista a taxa básica de juros fixada pelo Banco Central, outras taxas são praticadas no
mercado. O BACEN pode promover linhas de crédito seletivas, de forma a beneficiar grupos de
agentes com facilidades de crédito. Um exemplo são os créditos para agricultura familiar e alguns
programas de financiamento de imóveis, que possuem taxas de juros menores que as praticadas no
mercado.
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Quadro 1: A taxa básica de juros (SELIC)

A SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) é uma meta para a taxa de juros fixada pelo Comitê
de Política Monetária (COPOM). Essa taxa média é perseguida através das operações de mercado aberto
realizadas pelo Banco Central: com a meta fixada, o BACEN diariamente compra e vende títulos com o
objetivo de alcançar a meta.
A SELIC é a taxa cobrada pelo BACEN quando este realiza empréstimos para os bancos comerciais. Esta
taxa, é portanto, uma espécie de custo mínimo para os bancos, já que se estes apresentarem problemas de
liquidez e tenham que recorrer ao Banco Central, terão que arcar com um custo pelo menos igual ao valor
da SELIC.
A SELIC acaba por influenciar todas as taxas de juros da economia, de modo que se ocorre elevação na
SELIC, as demais taxas tenderão a acompanhá-la, assim como essas taxas tenderão a cair caso ocorra
redução.

3 – A POLÍTICA MONETÁRIA ATIVA

A política monetária é um elemento fundamental para a determinação do nível de produto e de


emprego em uma economia.

A emissão de moeda pode implicar na maior disponibilidade de dinheiro em circulação na


economia. Se tal fato se observa, os agentes terão em mãos uma quantidade de dinheiro maior para
comprar os bens e serviços que demandam. A elevação do nível de demanda das famílias pressiona
a oferta, de forma que esta tem que se elevar para acompanhar o crescimento da demanda. Os
empresários, portanto, tem que produzir mais e, para isso, utilizam a capacidade ociosa da firma, se
houver. Uma vez utilizada a capacidade ociosa, caso a demanda ainda não tenha sido alcançada,
serão realizados novos investimentos (compra de máquinas, aumento da planta etc.) e serão
contratados novos trabalhadores. Esse ciclo permanece, como já foi explicado nó módulo “Nível de
Atividade e Emprego”.

A maior oferta de dinheiro ocasionará a queda de seu preço, uma vez que o dinheiro funciona como
qualquer outra mercadoria (quanto maior a oferta menor o preço). A diminuição da taxa de juros
fará, por um lado, com que os investimentos no mercado financeiro se tornem menores, uma vez
que a lucratividade de parte destes ativos está vinculada à taxa de juros, e a diminuição desta taxa,
ocasiona diminuição em sua rentabilidade. Por outro lado, taxas de juros menores proporcionarão
um incentivo ao investimento produtivo, uma vez que o custo dos empréstimos diminuirá. Além
disso, com a diminuição da rentabilidade dos ativos financeiros, parte destes recursos pode migrar
para o setor produtivo e incrementar o investimento das firmas.
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4 – A POLÍTICA MONETÁRIA NO BRASIL ATUAL

No Brasil a política monetária tem uma única e exclusiva função, qual seja, a de rezar pela
estabilidade dos preços, ou, em outras palavras, controlar a inflação.

Para alcançar esta estabilidade basicamente um único instrumento é utilizado: a taxa básica de
juros. Com a política de metas de inflação, implantada no ano de 1999, as taxas de juros do país fica
entre as maiores do mundo.

O mecanismo utilizado pelo governo é basicamente o seguinte: é fixada uma meta de inflação (meta
esta que garanta o que se convencionou chamar de crescimento sustentável). Caso comece a haver
expectativas que a meta não será cumprida, o BACEN eleva a taxa de juros com o intuito de
desacelerar a demanda.

O problema é que as metas fixadas, em acordo com o Fundo Monetário Internacional, são irreais no
que tange a situação econômica brasileira e que o prazo para o cumprimentos das metas, que são
muito ambiciosas, é de apenas um ano, o que impõe restrições ao seu cumprimento.

Por seguir teoricamente uma corrente chamada monetarismo, a concepção do BACEN é que a
inflação também é resultado de excesso de moeda em circulação na economia. Ao se elevar a taxa
de juros, a compra de títulos do governo se torna ainda mais atrativa para os agentes econômicos,
que os preferirão à compra de outros ativos, como bens de capital. Dessa forma, os bancos
comerciais, ao dirigir sua escolha para a compra de títulos, diminuem a oferta de crédito na
economia, influenciando o nível de consumo e de investimento.

5 – O SPREAD BANCÁRIO

Os juros praticados pelos bancos, principalmente junto a pessoas físicas, são muito elevados Brasil.
Os juros cobrados pelo serviço de cheque especial, por exemplo, chegam em média a 150% ao ano.
Os empréstimos pessoais também possuem taxas muito elevadas, a menos quando se tratam de
certos financiamentos subsidiados pelo governo, como casa própria etc.

Entretanto, ao captar recursos, os bancos pagam taxas de juros em geral mais baixas que as que este
cobra ao emprestar. A diferença entre a taxa cobrada ao emprestar seus recursos e a taxa de
captação dos bancos é denominada spread bancário.

SPREAD = TAXA DE JUROS COBRADA PELO BANCO – TAXA DE JUROS PAGA


PELO BANCO

Um motivo para a existência de uma taxa de spread tão elevada no Brasil é a deficiência dos bancos
enquanto financiadores de investimentos (financiamento de longo prazo) e enquanto emprestadores
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junto às pessoas físicas. Esse fato decorre de que as altas taxas de juros praticadas pelo governo
impelirem que os recursos dos bancos que poderiam ser utilizados pelas pessoas físicas e jurídicas
migrem para financiar o governo. Além disso, emprestar dinheiro ao governo é considerado pelos
agentes um ato mais confiável, ou de menor risco.

Um relatório realizado pelo Banco Central demonstra a evolução da composição do spread bancário
no Brasil da forma como se segue abaixo:

Decomposição do Spread Bancário (%)

Discriminação 2001 2002 2003 2004 2005 2006


1. Spread Total 100% 100% 100% 100% 100% 100%
2. Custo administrativo 16,8 14,7 19,5 19,8 17,2 16,9
3. Inadimplência 30,7 31,2 31,7 34,0 35,9 43,4
4. Custo do Copulsório 9,7 12,2 6,5 7,0 5,0 4,7
5. Tributos e taxa 7,1 7,3 7,3 8,4 8,1 8,6
6. Resíduo Bruto (1 – 2 – 3 – 4 – 5) 35,7 34,7 35,1 30,8 33,8 26,4
7. Impostos diretos 12,1 11 10,6 9,9 9,5 7,3
8. Resíduo Líquido (6 – 7) 23,6 23,7 24,4 21 24,3 19
Fonte: Depep/SP

CONCLUSÃO:

A política monetária, como foi exposta, depende em grande vulto dos instrumentos que são
utilizados para que seus objetivos sejam alcançados.

Os mecanismos, entretanto, mais que meras ferramentas técnicas e de validade universal, são
objetos de escolhas, muito mais políticas que econômicas na realidade. Essas escolhas são tomadas
num ambiente em que classes com demandas e ideologias diferentes se confortam.

O controle monetário, enquanto política monetária, inserido nesse contexto, passa a ser uma escolha
dos dirigentes econômicos, que, mesmo que não vise o benefício de uma ou outra classe.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BAUMANN, Renato; CANUTO, Otaviano; GONÇALVES, Reinaldo. Economia Internacional.


Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

BLANCHARD, Olivier J. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education: Prentice Hall, 2004.

CARVALHO, F. J. Cardim de, et al. Economia Monetária e Financeira: teoria e política. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2000.

DORNBUSCH, Rudiger; FISCHER, Stanley. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Education do


Brasil, 1991.

LOPES, J. C.; ROSSETTI, J.P. Economia Monetária. São Paulo: Atlas, 1987.

PAULANI, Leda Maria; BRAGA, Márcio Bobik. A Nova Contabilidade Social. São Paulo:
Saraiva, 2001.

SINGER, Paul. Aprender Economia. São Paulo: Brasiliense, 1984.

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