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A Criação

No princípio dos tempos existiam dois mundos: o Orum, o espaço sagrado dos orixás, e
o Aiyê, o espaço dos seres vivos. Os orixás são os santos do candomblé,
representantes das forças da natureza, que têm ligação direta com os elementos água,
fogo, terra e ar, e tudo o que está contido neles.

No Aiyê, então, só existia água. Foi quando Olodumaré, Deus supremo dos iorubás,
resolveu recriar o espaço para a humanidade. Para essa tarefa incumbiu seu filho
primogênito, Orixanilá (o nome mais sagrado de Oxalá). Entregou-lhe um saco (apo iuá)
contendo ingredientes especiais -- a terra inicial, a galinha de cinco dedos, uma
pomba e um camaleão. A terra deveria ser lançada sobre a imensidão das águas. A
galinha de cinco dedos deveria ir ciscando a terra para alargá-la o mais que pudesse.
A pomba, ao voar, orientaria a extensão da terra expandida. E o camaleão, atento à
tudo, observaria a execução da tarefa atribuída a Orixanilá, para reportar os fatos à
Olodumaré.

Assim, com seu cajado (opaxorô) e o saco da criação (apo iuá) Orixanilá iniciou sua
caminhada do Orum para o Aiyê, o planeta Terra habitado pelos seres vivos.
Entretanto, no meio do caminho, sentiu-se cansado e com sede. Parou para descansar e
bebeu um pouco de emu (vinho da palmeira do dendezeiro). A interrupção de sua
jornada, por outro lado, era a oportunidade que seu irmão caçula, Odudua, precisava
para competir perante os olhos de seu pai, Olodumaré, nessa tarefa de grande
importância. Então enquanto Orixanilá dormia, Odudua pediu a seu pai que ele
cumprisse tal tarefa, o que foi permitido. Olodumaré, por sua vez, lhe disse com
autoridade: "Assuma a missão de criar a terra dos seres vivos", o que foi feito
prontamente.

Depois da galinha ciscar a terra, a pomba orientar a sua expansão e o camaleão


verificar se a tarefa foi cumprida, no terceiro dia Odudua criou a terra firme, que
passou a chamar-se Ilê Ifé (que no idioma iorubá significa "terra que foi sendo
ciscada"). Criou ainda, do barro e da água, bonecos inanimados de todas as formas e
de todas as cores esculpidas por suas mãos. Orixanilá mostrou-se, perante o pai,
arrependido do seu ato de irresponsabilidade. E para que não se sentisse tão
humilhado, Olodumaré resolveu, em um supremo ato de inspiração, dar a Orixanilá outra
tarefa de tanta importância quanto a primeira, e ainda mais nobre: a de conceber a
vida nos bonecos inanimados. E assim ele soprou nas narinas do boneco de barro,
criando os seres humanos.

Esse sopro da vida é chamado pelos iorubás de emi. Assim, Odudua é o criador de Ilê
Ifé, primeira cidade do mundo para os iorubás. E Orixanilá é o concessor da vida,
aquele que dela dispõe, por ter criado os seres humanos.

O PODER DA TERRA

A Terra corresponde à figura da "Grande Mãe", sentida ao mesmo tempo como fonte de
vida e de ameaças, pois dela provém os seres vivos e é para ela que estes retornam.
Seus símbolos são , e . É também chamada de princípio passivo ou feminino e, segundo
os mitos sobre o surgimento do mundo, foi o Céu que fecundou a Terra.

Não poderíamos existir da forma que somos sem a Terra, nosso planeta é simplesmente
uma manifestação deste elemento. A verdadeira energia da Terra existe também dentro
de nós e em todo o universo. Segundo os magos ela emite uma energia receptiva e,
através de rituais próprios, podemos atrair dinheiro, prosperidade, fertilidade,
estabilidade, assentamento e emprego, que devem ser praticados, preferencialmente, no
inverno.
No candomblé a Terra e seus elementos são associados aos Orixás: Ogum, Obaluaiê,
Nanã, Oxóssi e Ossâim, que enfatizam questões sobre ecologia, saúde e a casa.

Ogum: é o lado masculino da Terra e tem uma personalidade impaciente, obstinada e


agressiva. É considerado o deus da guerra e da tecnologia, sabendo trabalhar o metal
para a fabricação de máquinas e armas.

Obaluaiê: representa os aspectos negativos da vida e tem uma personalidade tímida e


vingativa. É considerado o deus das epidemias e das doenças da pele, conhecendo os
mistérios da morte, do renascimento e da cura. É considerado o médico dos pobres.

Nanã: representa o poder autoritário e rigoroso de um orixá considerado o mais velho


de todos. Tem uma personalidade vingativa e mascarada e é considerada a deusa da lama
e dos pântanos. Está constantemente associada à fertilidade, às doenças e à morte.

Oxóssi: como "o rei das florestas" só admite a caça se for como alimento. Tem uma
personalidade intuitiva e emotiva e é considerado o deus da caça e o protetor dos
animais. É o patrono do candomblé brasileiro.

Ossâim: é o que tem o conhecimento dos segredos das florestas e plantas para fins
curativos. Tem uma personalidade instável e emotiva e é considerado o deus das folhas
e ervas medicinais, conhecendo seus poderes para a vida ou a morte.

Os Elementais ligados à Terra fazem trocas energéticas, mais facilmente, com os


Homens, através do chakra básico, situado no cóccix; são governados pelo "Príncipe
GOB", que é representado por um grande gnomo com aparência de idoso e roupas na
tonalidade de ouro.

O PODER DA ÁGUA

No candomblé a Água é associada aos Orixás: Oxum, Oxumaré e Iemanjá que estão
diretamente ligados à saúde, física ou mental, à fertilidade e à abundância.

Oxum: representa o feminino passivo, o amor, a fecundação e a gravidez. Tem uma


personalidade maternal, vaidosa e tranqüila e é considerada a deusa das águas doces,
do ouro e do jogo de búzios.

Oxumaré: representa o pacto entre os deuses e os homens sendo ao mesmo tempo de


natureza masculina e feminina. Tem uma personalidade sensível e tranqüila e é
considerado o deus da chuva e do arco-íris, transportando a água entre o céu e a
terra.

Iemanjá: é a "Grande Mãe" que devido ao seu amor e compreensão não vê os defeitos de
seus filhos. Tem uma personalidade maternal, complacente e superprotetora e é
considerada a deusa dos mares e oceanos, por ser a mãe de todos os orixás, simboliza
a maternidade, inclusive acolhendo a todas a crianças rejeitadas.

Os Elementais ligados à Água fazem trocas energéticas, mais facilmente, com os


Homens, através do chakra sexual, situado na região dos órgãos genitais; são
governados pelo "Príncipe NECASH", que é representado por uma grande cobra com rosto
humano e cabelos azuis esverdeados.

O PODER DO FOGO

No candomblé o Fogo é associado aos Orixás: Exu, Iansã e Xangô que estão relacionados
a qualquer processo de transformação.

Exu: é o emissário responsável pela comunicação deste mundo com o mundo dos deuses.
Tem uma personalidade atrevida, agressiva e temperamental e é considerado o guardião
da porta da rua e das encruzilhadas, sendo que só através dele é possível invocar os
outros orixás.

Iansã: ele é uma mulher ativa, muitas vezes se parecendo com as amazonas, e conhece
as coisas difíceis da vida. Tem uma personalidade impulsiva, imprevisível e perspicaz
e é considerada a deusa dos ventos e das tempestades, sendo a senhora dos raios. É
também a dona da alma dos mortos.

Xangô: ele resolve as questões de justiça e não dá descanso aos que mentem, cometem
crimes ou injustiças. Tem uma personalidade atrevida e prepotente e é considerado o
deus do fogo e do trovão. É viril, violento e justiceiro, castigando os mentirosos e
protegendo os advogados e juizes.

Os Elementais ligados ao Fogo fazem trocas energéticas, mais facilmente, com os


Homens, através do chakra umbilical, situado dois dedos abaixo do umbigo; são
governados pelo "Príncipe DJIN", que é representado por uma pessoa cujo corpo tem a
forma de chama.

O PODER DO AR

No candomblé o Ar é associado ao Orixá Oxalá que é geralmente envolvido com questões


de ética e de bom caráter. Oxalá é o Orixá que trás em si o princípio simbólico de
todas as coisas, sendo inabalável em sua autoridade e extremamente generoso em sua
sabedoria. Tem uma personalidade equilibrada, tolerante, obstinado e independente e é
considerado o deus da criação, pois criou os homens e gerou muitos orixás. Pode ser
representado de duas maneira: Oxaguiã, quando ainda jovem ou Oxalufã, depois de
velho.

Os Elementais ligados ao Ar fazem trocas energéticas, mais facilmente, com os Homens,


através do chakra cardíaco, localizado no meio do peito; são governados pelo
"Príncipe PERAUDA", que é representado como uma grande nuvem azulada com formas
humanas.

Mito da Criação

Olodumare o Todo em Tudo, a Natureza, o Algo do Nada, criou o Universo em 4 dias. Em


cada dia criou 4 Odus, num total de 16 Odus principais, ou seja, 16 kàdárà
(predestinações) possíveis, que desdobrando-se entre si, perfazem o total de 256
odus. Cada Odù aponta uma direção, um ponto de partida e seu término, alterando e
influenciando dia após dia a conduta de tudo que possui vida.

Os 16 odus principais correspondem aos pontos de adoração do Universo, que são os


pontos cardeais, colaterais e sub-colaterais.

Itan Dídá Àiyé (história da criação do mundo)

Ofun Meji criou o Universo.

Após os primeiros momentos da formação do cosmos Ofun Meji deu início à geração de
seus filhos (os demais odus). O primogênito foi Oyeku Meji, pois no princípio só
havia trevas. Em seguida criou Ejiogbe (segundo alguns relatos ambos nasceram no
mesmo dia).

Após conceber Oyeku Meji, Ofun Meji entrega-lhe seu cetro real para que com o mesmo
abrisse o PORTAL DA LUZ. Tão logo o mesmo fosse aberto surgiria a luz e a mesma se
dispersaria pelo Universo, iluminando-o em todas as direções. Ofun Meji recomendou a
Oyeku Meji abstinência ao emu.
Certo dia Oyeku Meji ao retornar de suas ocupações dispersou-se de seu irmão e
embriagou-se com emu, desobedecendo as determinações do pai. Ejiogbe sentiu falta do
irmão e retornou pelo caminho percorrido, encontrando-o embriagado e adormecido. Por
mais que tentasse não conseguiu acordá-lo.

Em face disso Ejiogbe recolheu o cetro real e retornou sozinho ao Orun, onde Ofun
Meji os aguardava. Tão logo chegou o pai perguntou:

"Onde está teu irmão, o guardião do cetro que conduzes?"

"Ele bebeu emu em excesso e adormeceu. Tentei acordá-lo em vão. Como era hora de
retornar, resolvi eu mesmo trazer o cetro real."

"Tu não bebeste?"

"Não! Sabes que não desobedeço às tuas ordens, meu pai."

"Sendo assim confiarei a ti a guarda do cetro real. Tu substituirás teu irmão a


partir deste instante."

Ao se recuperar da embriaguez e sentir a falta do cetro real, Oyeku Meji retornou ao


Orun totalmente desnorteado. Ao cruzar os umbrais do orun foi interpelado por seu
pai:

"Por que me desobedeceste, meu filho?"

"Não resisti ao desejo veemente do emu, e o pior é que não sei onde deixei o vosso
cetro, e nem onde está meu irmão."

"Felizmente ambos não estão perdidos. Teu irmão recolheu o cetro real e o trouxe de
volta para mim. Devido ao teu procedimento, de hoje em diante estarás subordinado a
teu irmão mais novo."

A partir daí é que Ejiogbe passou a ocupar o primeiro lugar por ordem de chegada ao
Aiye.

Oyeku Meji resignou-se a seguir fielmente Ejiogbe, o qual, piedoso suplicou ao pai:

"Oyeku Meji é meu irmão mais velho, e face a sua fraqueza e desobediência tornou-se
meu servo, o que me entristece. Seria possível dar a ele a guarda das noites e das
trevas, uma vez que confiaste a mim os dias e a luz?"

Com pena, Ofun Meji confiou a Oyeku Meji a vigília da noite, das trevas, do sono e da
insônia, enfim a guarda de tudo que ocorre à noite, seja na terra, no ar ou nas
águas.

Mais uma vez Ofun Meji chamou Ejiogbe a sua presença e o encarregou de disseminar a
luz aos mais longínquos recantos do Universo, criando assim as estrelas. Deu-lhe como
auxiliar Èsù (por isso Exu percorre os quatro cantos do mundo com seu ogó).

As determinações foram cumpridas, ficando do alto do céu o sol a reinar sobre os dias
e a lua sobre as noites, e as estrela a brilhar nas madrugadas.

IIê-Ifé : O Berço Religioso dos Yorubas, de Odùduwà a Sàngó

Ilê-Ifé a origem do Mundo

A cidade de Ilê-Ifé é considerada pelos yorubas o lugar de origem de suas


primeiras tribos. lfé é o berço de toda religião tradicional yoruba (a religião
dos Òrìsà, o Candomblé do Brasil),é um lugar sagrado, onde os deuses al
chegaram, criaram e povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como os
cultuarem, nos primórdios da civilização. Ilê-Ifé é o "Berço da Terra".

"Em um tempo onde os Deuses e Heróis andavam na terra com os Homens."

Olódùmarè

Olódùmarè o ser superior dos yorubas, que vive num universo paralelo ao nosso,
conhecido como Òrún, por isso Ele é também conhecido como Àjàlórún e Olórun
"Senhor ou Rei do Òrún", que através dos Òrìsà por Ele criado, resolve incumbir
um dos Òrìsà funfun (do branco), Òrínsànlá, (o grandeÒrìsà) o primeiro a ser
criado, também chamado de Òrìsà-nlá e de Obàtálá, de criar e governar o futuro
Àiyé : a Terra, do nosso universo conhecido.

Ele lhe entrega o Àpò-Iwá (a sacola da existência) o qual contém todas as coisas
necessárias para a criação, e é aclamado como Aláàbáláàse, "Senhor que tem o
poder de sugerir e realizar". Como a tradição mandava, para todos, antes de
iniciar a viagem ele foi consultar o oráculo de Ifá, comÒrúnmìlà, outro Òrìsà
funfun, e este lhe orientou a fazer alguns sacrifícios a divindade Èsù, mas se
ele já era orgulhoso e prepotente, mais ainda ficou, se recusou e nada fez, mas
foi avisado que infortúnios
poderiam ocorrer.

Òrìsànlá, de posse do Àpò-Iwá, põe-se a caminhar pelo Òrún, para chegar à "porta
do espaço", até então um vazio, que viria a ser o Àiyé. Ele é oÒrìsà que usa um
cajado ritual conhecida como òpásóró, durante o caminho, com muita sede, ele se
defronta com o igi-òpé (árvore do dendêzeiro) e com o seu òpásóró, perfura o
caule da árvore da qual começa a "jorrar o emu" (vinho de palma), e põe-se a
beber, a tal ponto, que cai totalmente embriagado no pé da palmeira e dorme
profundamente. O infortúnio começa acontecer.

Odùduwà

Outro Òrìsà funfun, o segundo criado por Olódùmarè, por conceito"irmão mais
novo" de Òrìsànlá, ficou enciumado, porque Olódùmarè tinha entregado a Òrìsànlá
o Àpò-Iwá, e o estava seguindo pelos caminhos doÒrún, esperando que ele
cometesse algum deslize, o que de fato aconteceu. Odùduwà, encontrando-o naquele
estado, apodera-se do Àpò-Iwá e leva-o até Olódùmarè, narrando o acontecido, e,
por este fato, Olódùmarè delega a Odùduwà o poder de criar o Àiyé e por punição
incumbe a Òrìsànlá de somente criar e modelar os corpos dos seres humanos no
Òrún, sob sua supervisão e o proíbe terminantemente de nunca mais beber o emu.
Odùduwà, então, cumpre a tradição e faz as obrigações, para se tornar o
progenitor dos Yorubas, do Mundo : Olófin Odùduwà, o futuro Àjàlàiyé.

Desde então a relação tempestuosa entre Odùduwà e Obàtálá se perpetuou, ora em


disputas, discórdias, controvérsias e de outras formas, mas sempre munindo a
eterna rivalidade.

Odùduwà chegando ao Àiyé, cria tudo o que era necessário e delega poderesàs
divindades que o seguiram, conhecidos como os Àgbà, para governarem a criação, e
volta ao Òrún, e só retornaria quando tudo estivesse realmente concluído.
Òrìsànlá, que tinha ficado no Òrún com seus seguidores, já tinha moldado corpos
suficientes para povoar o inicio do mundo, vai então para o Àiyé, com seus
seguidores, os Funfun; fato que ocorre antes da volta de Odùduwà para o Àiyé.

Quando Olófin Odùduwà retorna ao Àiyé, funda a cidade de Ilê-Ifé, e vem a ser o
primeiro Oba (rei) do povo yorubano com o titulo de "Oba Óòni", ou seja, o
primeiro Óòni de Ifé, e a cidade se torna a morada dos deuses e dos novos seres.

Durante todo este tempo, Odùduwà que já estava casado com Ìyá Olóòkun, divindade
feminina, responsável e dona dos mares, tem dois filhos, o primogênito, a
divindade Ògún e uma filha de nome Ìsèdélè. O tempo passa, e Odùduwà, que era
uma divindade negra, porém albina, incumbe seu filhoÒgún de ir para a aldeia de
Ògòtún, vizinha de Ifé, conter uma rebelião.

Ògún, divindade negra, senhor do ferro, parte para sua missão e realiza o
intento, trazendo consigo Lakanje, filha do rebelde vencido. Ora, Lakanje era
espólio de Odùduwà, o Óòni de lfé, portanto intocável, mas Lakanje era muito
bela e extremamente sensual e Ògún não resistiu aos seus encantos e com ela teve
várias noites de amor, durante sua viagem de volta. Chegando a lfé, ele entrega
os espólios da conquista, inclusive Lakanje, a seu pai Odùduwà, que também não
resistiu aos lindos encantos da mortal Lakanje e por ela se apaixona e acabaram
por casar-se. Ògún nada tinha contado a seu pai dos fatos ocorridos e logo após
o casamento Lakanje está grávida, desta gravidez nasce um filho de nome Odéde.

Só que o destino foi fatídico, Odéde nasceu metade negro, como a pele deÒgún e
metade branco, como a pele do albino Odùduwà, revelando assim, a traição de Ògún
para com a confiança do seu pai, esta situação gerou muita discussão entre
Odùduwà e Ògún, mas a principal foi "quem tinha razão", ou, quem teria mais
"genes" no filho em comum, Odéde, e cada um se posicionava com a seguinte
frase : "a minha palavra triunfou" ou "a minha palavra é a correta", que
aglutinada é Òrànmíyàn e foi assim que ele passou a ser chamado e conhecido.

Com Lakanje, uma das muitas esposas de Odùduwà, ou com outras, teve ou já tinha
mais seis filhos, outros dizem dezesseis, uns, um número maior ainda, enfim,
alguns dos filhos destas esposas, geraram as linhagens dos Obas Yorubanos, uns
foram os precursores de sete das principais tribos, ou mais, que deram origem à
civilização dos yorubas, e religiosamente falando, todos os povos do mundo. Os
filhos, netos ou bisnetos de Odùduwà, os deuses, semideuses e/ou heróis,
formaram a base da nação yoruba, portanto Olófin Odùduwà Àjàlàiyé é aclamado
como "O Patriarca dos
Yorubas".

Obàtálá (Òrìsànlá) ,que também já estava no Àiyé com sua comitiva, mas devido a
grande rivalidade com Odùduwà, foi expulso de Ilê-Ifé e funda a cidade de Ìgbò e
se torna o primeiro Obà Ìgbò chamado também de Bàbá Ìgbò, pai dos ìgbòs. Numa
sociedade polígama, Òrìsànlá é um caso raro de monogamia, pois a divindade
Yemowo foi sua única esposa e não tiveram filhos.

Òrànmíyàn

Após grandes vitórias, Òrànmíyàn torna-se o braço direito de seu pai em Ilê-Ifê,
pois seus outros irmãos foram povoar regiões distantes, menos Obàlùfan
Ògbógbódirin. Odùduwà ordena então que Òrànmíyàn conquiste terras ao norte de
Ifé, mas Òrànmíyàn não consegue cumprir a tarefa e sai derrotado e, com vergonha
de encarar seu pai, não volta mais a Ifé, com isso funda uma nova cidade e lhe
dá o nome de Oyó, tornando-se o primeiro Oba Aláàfin de Oyó.

Casado com Morèmi, uma bela mortal, nativa de Òfà, que se tornou mais tarde uma
heroína em Ilê-Ifé, da qual tem um filho, que recebe o nome de Ajaká. Após algum
tempo, Òrànmíyàn investe em novas conquistas e volta a guerrear contra a Nação
dos Tapas, onde havia sido derrotado, mas desta vez consegue uma grande vitória
sobre Elémpe, na época rei dos Tapas. Por sua derrota, Elémpe entrega-lhe sua
filha Torosí, para que se case com ele. Retornando a Oyó, Òrànmíyàn casa-se com
Torosí e com ela tem um filho, chamado de Sàngó, um mortal, nascido de uma mãe
mortal e um pai semideus, portanto com ascendentes divinos por parte de pai.

Após este período com inúmeras vitórias, a cidade de Oyó torna-se um poderoso
império, Òrànmíyàn, prestigiado e redimido de sua vergonha, volta para Ilê-Ifé,
deixando em seu lugar, em Oyó, o príncipe coroado, seu filho Ajaká, que torna-se
o segundo Aláàfin de Oyó.

Em uma de suas conquistas, a da cidade de Benin, anterior a fundação de Oyó,


Òrànmíyàn termina com a dinastia de Ogìso, o então rei, expulsando-o e assumindo
o trono, tornando-se o primeiro Obabínín, e inicia sua dinastia tendo um filho,
chamado Èwékà, com uma mulher do local. Antes de deixar a cidade, ele torna
Èwékà como seu sucessor no trono do Benin. (Atual cidade na Nigéria, antigo
Reino do Benin, não confundir com a República do Benin, antigo país chamado
Daomé.)

Durante sua longa ausência em Ilê-Ifé, Obàlùfan Ògbógbódirin, seu irmão mais
velho, se tornou o segundo Óòni de Ifé, após o reinado de Odùduwà.

Quando Obàlùfan morreu, e ninguém sabia do paradeiro de Òrànmíyàn, o povo de Ifé


aclamou Obàlùfan Aláyémore como sucessor direto de seu pai. Quando Òrànmíyàn
chega em Ifé, Obàlùfan Aláyémore já reinava como o terceiro Óòni de Ifé, mas com
um fraco reinado. Enfurecido com o povo de Ifé que haviam aclamado Aláyémore, e
que o tinham chamado para combater possíveis inimigos, o poderoso guerreiro
colérico ,comete varias atrocidades e só para quando uma anciã grita desesperada
que ele está destruindo seus "próprios filhos", o seu povo. Atônito, ele finca
no chão seu asà (escudo) que imediatamente se transforma em uma enorme laje de
pedra ,num lugar hoje chamado de "Ìta Alásà" ,e decide ir embora e nunca mais
voltar à Ifé.

Quando rumava para fora dos arredores de Ifé, em Mòpá, foi interceptado pelo
povo que o saudavam como Óòni de Ifé e suplicavam por sua volta. Ele então
satisfeito e envaidecido, atende ao povo e finca no chão seu òpá (seu bastão de
guerreiro) transformando-o em um monólito de granito (ver foto : Òpá Òrànmíyàn)
selando assim o acordo com o povo e volta em uma procissão triunfante ao palácio
de Ifé.

Sabendo disso, Obàlùfan Aláyémore abandona o palácio e se exila na cidade de


Ìlárá. Òrànmíyàn ascende ao trono e se torna o 4ª Óòni de Ifé até sua morte.
Obàlùfan Aláyémore, retorna do exílio e reassume como o 5ª Óòni de Ifé e reina
deste vez, com sucesso até a sua morte.

Ajaká

O Aláàfin de Oyó, o Oba Ajaká, meio irmão de Sàngó, era muito pacifico, apático
e não realizava um bom governo. Sàngó, que cresceu nas terras dos Tapas ( Nupe),
local de origem de Torosí, sua mãe, e mais tarde se instalou na cidade de Kòso,
mesmo rejeitado pelo povo por ser violento e incontrolável, mas sendo tirânico,
se aclamou como Oba Kòso. Mais tarde, com seus seguidores, se estabeleceu em
Oyó, num bairro que recebeu o mesmo nome da cidade que viveu, Kòso e com isso
manteve seu titulo de Oba Kòso. Sàngó percebendo a fraqueza de seu irmão e sendo
astuto e ávido por poder, destrona Ajaká e torna-se o terceiro Aláàfin de Oyó.

Ajaká, também chamado de Dadá, exilado, sai de Oyó para reinar numa cidade
menor, Igboho ,vizinha de Oyó, e não poderia mais usar a coroa real de Oyó. E,
com vergonha por ter sido deposto, jura que neste seu reinado vai usar uma outra
coroa (ade), que lhe cubra seus olhos envergonhados e que somente irá tira-la
quando ele puder usar novamente o ade que lhe foi roubado. Esta coroa que Dadá
Ajaká passa a usar, é rodeada por vários fios ornados de búzios no lugar das
contas preciosas do Ade Real de Oyó, e esta chama-se Ade Bayánni Dadá Ajaká
então casa-se e tem um filho que chama-se Aganju, que vem a ser sobrinho de
Sàngó.

Sàngó reina durante sete anos sobre Oyó e com intenso remorso das inúmeras
atrocidades cometidas e com o povo revoltado, ele abandona o trono de Oyó e se
refugia na terra natal de sua mãe em Tapa. Após um tempo, suicida-se,
enforcando-se numa árvore chamada de àyòn (àyàn) na cidade de Kòso. Com o fato
consumado, Dadá Ajaká volta à Oyó e reassume o trono, retira então o Ade Bayánni
e passa a usar o Ade Aláàfin, tornando-se então o quarto Aláàfin de Oyó. Após
sua morte, assume o trono seu filho Aganju, neto deÒrànmíyàn e sobrinho de
Sàngó, tornando-se o quinto Aláàfin de Oyó.

Com Aganju, termina o primeiro período da formação dos povos yoruba e após seu
reinado se dá inicio ao segundo período, o dos reis históricos. Vimos : "De Ifé
até Oyó, de Odùduwà a Aganju, passando por Sàngó."

Sàngó

O que notamos nesse primeiro período yorubano, é que na realidade, o que se fala
de Sàngó, e a sua história nos Candomblés do Brasil, e de outros acima
descritos, é incorreto, levando os fiéis a crer em fatos irreais.

Inicialmente, averiguamos que Odùduwà é um Òrìsà funfun masculino e único,é o


pai do povo yorubano e não uma simples "qualidade" de Òrìsànlá ou seja, são
divindades totalmente distintas, inclusive, não se suportavam, pelos fatos
vistos; e que também Ìyá Olóòkun, é um Òrìsà feminino e a Dona do Mar, portanto
da água salgada, é quem governa os oceanos e não o Òrìsà Yemojá, "Senhora do rio
Yemojá e do rio Ògùn", divindade de água doce, e muito menos mãe de Ògún e de
outros filhos Òrìsà à ela atribuídos. Notar a acentuação diferente no nome do
Òrìsà Ògún e do rio, pois são palavras distintas.

Quanto a Sàngó, demonstramos que foi um mortal em sua vida no Àiyé, portanto
quando morreu, tornou-se um egún, pois seus pais eram mortais. O que ocorreu em
sua vida, foi que uma de suas esposas, e a única que o acompanhou em sua fuga de
Oyó, era a divindade Oya, loucamente apaixonada por ele, e no instante de sua
morte ela o pega com o seu poder de Òrìsà e o conduz diretamente a Olódùmarè, e
por insistência de Oya, Ele o"ressuscita" como uma divindade, já que em vida,
Oya, perdida de amores, ensina-lhe vários segredos dos Òrìsà, principalmente o
segredo do fogo que pertencia somente a Oya, que ela lhe ensina e lhe dá este
poder e outros, por paixão.

Esta afirmação é facilmente notada, pois Sàngó é a única divindade do panteão


que é assentada de forma material completamente diferente, isto é, em madeira,
numa gamela sobre um pilão, sua roupa ritual é composta de várias tiras de
panos, coloridas e soltas, caindo sobre as pernas, que lembra perfeitamente o
tipo de roupa usada pelos Bàbá Egúngún (ancestrais) e seu animal preferido para
sacrifício é também o mesmo dos egún, dos mortos comum, o carneiro; existe
também outras minúcias, que aqui não cabe mencionar.

Nos Candomblés, citam Ajaká e Aganju como sendo "qualidades" de Sàngó, que agora
sabemos isto não é possível, pois, Ajaká é seu meio irmão e Aganju é filho de
Dadá Ajaká, portanto seu sobrinho, notoriamente pessoas mortais e completamente
distintas, que fazem parte da família de Sàngó, mas não tiveram a honra de
tornarem-se Òrìsà, mas são ancestrais ilustres. Também no Brasil, faz-se uma
cerimônia chamada de "Coroa de Dadá" ou "Adê Baiani". que a coroa é levada
ritualmente em uma charola durante as festas do ciclo de Sàngó chamada de Banni
ou lyamasse, que representa a mãe de Sàngó. Ora, sabemos que quem usou este ade
foi, Ajaká, apelidado de Dadá, de quem Sàngó lhe roubou o trono, e que a mãe de
Sàngó foi Torosí, filha de Elémpe, rei dos Tapa, e que ela não tem nenhuma
importância teológica, somente histórica, por ter sido mãe de um Aláàfin.

Não estamos desmerecendo e nem tampouco desprestigiando o Òrìsà Sàngó, somente


tentamos elucidar fatos notoriamente conhecidos na terra dos Yorubas, sob os
aspectos histórico, através da tradição oral, e divino que se convergem e se
conservam na grandiosidade de Sàngó.

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