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50
PARTE TERCEIRA
Título I
Capítulo I
DOS MINISTROS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Art. 39. São crimes de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal:
1. alterar, por qualquer forma, exceto por via de recurso a decisão ou voto já proferido em sessão
do Tribunal;
2. proferir julgamento quando, por lei, seja suspeito na causa;
3. exercer atividade político-partidária;
4. ser patentemente desidioso no cumprimento dos deveres do cargo;
5. proceder de modo incompatível com a honra, dignidade e decoro de suas funções.
Art. 39-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Presidente do Supremo Tribunal
Federal ou de seu substituto quando no exercício da Presidência, as condutas previstas no art. 10
desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos Presidentes, e respectivos substitutos
quando no exercício da Presidência, dos Tribunais Superiores, dos Tribunais de Contas, dos Tribunais
Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais, dos Tribunais de Justiça e de Alçada dos Estados e do
Distrito Federal, e aos Juízes Diretores de Foro ou função equivalente no primeiro grau de jurisdição.
■ Artigo acrescentado pela Lei n° 10.028, de 19.10.00.
Capítulo II
DO PROCURADOR-GERAL DA REPUBLICA
Art. 40. São crimes de responsabilidade do Procurador-Geral da República:
1. emitir parecer, quando, por lei, seja suspeito na causa;
2. recusar-se à prática de ato que lhe incumba;
3. ser patentemente desidioso no cumprimento de suas atribuições;
4. proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
■ Vide art. 52, 11, da CR/88.
Art. 40-A. Constituem, também, crimes de responsabilidade do Procurador-Geral da República, ou de
seu substituto quando no exercício da chefia do Ministério Público da União, as condutas previstas no
art. 10 desta Lei, quando por eles ordenadas ou praticadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se:
I — ao Advogado-Geral da União;
II — aos Procuradores-Gerais do Trabalho, Eleitoral e Militar, aos Procuradores-Gerais de Justiça
dos Estados e do Distrito Federal, aos Procuradores-Gerais dos Estados e do Distrito Federal, e aos
membros do Ministério Público da União e dos Estados, da Advocacia Geral da União, das Procura-
dorias dos Estados e do Distrito Federal, quando no exercício de função de chefia das unidades
regionais ou locais das respectivas instituições.
■ Artigo acrescentado pela Lei n° 10.028, de 19. 10.00.
Lei n° 1.079, de 10.4.50 802
Título II
DO PROCESSO E JULGAMENTO
Capítulo I
DA DENUNCIA
Art. 41. É permitido a todo cidadão denunciar, perante o Senado Federal, os Ministros do Supremo
Tribunal Federal e o Procurador-Geral da República, pelos crimes de responsabilidade que cometerem
(arts. 39 e 40).
Art. 41-A. Respeitada a prerrogativa de foro que assiste às autoridades a que se referem o parágrafo
único do art. 39-A e o inciso II do parágrafo único do art. 40-A, as ações penais contra elas ajuizadas
pela prática dos crimes de responsabilidade previstos no art. 10 desta lei, serão processadas e
julgadas de acordo com o rito instituído pela Lei n° 8.038, de 28 de maio de 1990, permitido, a todo
cidadão, o oferecimento da denúncia.
■ Artigo acrescentado pela Lei n 2 10.028, de 19.10.00.
Art. 42. A denúncia só poderá ser recebida se o denunciado não tiver, por qualquer motivo, deixado
definitivamente o cargo.
Art. 43. A denúncia, assinada pelo denunciante com a firma reconhecida, deve ser acompanhada dos
documentos que a comprovem ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los, com a
indicação do local onde possam ser encontrados. Nos crimes de que haja prova testemunhal, a
denúncia deverá conter o rol das testemunhas, em número de cinco, no mínimo.
Art. 44. Recebida a denúncia pela Mesa do Senado, será lida no expediente da sessão seguinte e
despachada a uma comissão especial, eleita para opinar sobre a mesma.
Art. 45. A comissão a que alude o artigo anterior reunir-se-á dentro de 48 (quarenta e oito) horas e,
depois de eleger o seu presidente e relator, emitirá parecer no prazo de 10 (dez) dias sobre se a
denúncia deve ser, ou não, julgada objeto de deliberação. Dentro desse período poderá a comissão
proceder às diligências que julgar necessárias.
Art. 46. 0 parecer da comissão, com a denúncia e os documentos que a instruírem, será lido no
expediente de sessão do Senado, publicado no Diário do Congresso Nacional e em avulsos, que
deverão ser distribuídos entre os senadores, e dado para ordem do dia da sessão seguinte.
Art. 47.0 parecer será submetido a uma só discussão, e a votação nominal, considerando-se aprovado
se reunir a maioria simples de votos.
Art. 48. Se o Senado resolver que a denúncia não deve constituir objeto de deliberação, serão os papéis
arquivados.
Art. 49. Se a denúncia for considerada objeto de deliberação, a Mesa remeterá cópia de tudo ao
denunciado, para responder à acusação no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 50. Se o denunciado estiver fora do Distrito Federal, a cópia lhe será entregue pelo Presidente do
Tribunal de Justiça do Estado em que se achar. Caso se ache fora do País ou em lugar incerto e não
sabido, o que será verificado pelo 1 2 Secretário do Senado, a intimação far-se-á por edital, publicado
no Diário do Congresso Nacional, com a antecedência de 60 (sessenta) dias, aos quais se acrescerá,
em comparecendo o denunciado, o prazo do art. 49.
Art. 51. Findo o prazo para a resposta do denunciado, seja esta recebida, ou não, a comissão dará
parecer, dentro de 10 (dez) dias, sobre a procedência ou improcedência da acusação.
Art. 52. Perante a comissão, o denunciante e o denunciado poderão comparecer pessoalmente ou
por procurador, assistir a todos os atos e diligências por ela praticados, inquirir, reinquirir, contestar
testemunhas e requerer a sua acareação. Para esse efeito, a comissão dará aos interessados
conhecimento das suas reuniões e das diligências a que deva proceder, com a indicação de lugar, dia
e hora.
Art. 53. Findas as diligências, a comissão emitirá sobre ela o seu parecer, que será publicado e
distribuído, com todas as peças que o instruírem, e dado para ordem do dia 48 (quarenta e oito) horas,
no mínimo, depois da distribuição.
Art. 54. Esse parecer terá uma só discussão e considerar-se-á aprovado se, em votação nominal, reunir
a maioria simples dos votos.
803 Lei n° 1.079, de 10.4.50
Art. 55. Se o Senado entender que não procede a acusação, serão os papéis arquivados. Caso decida
o contrário, a Mesa dará imediato conhecimento dessa decisão ao Supremo Tribunal Federal, ao
Presidente da República, ao denunciante e ao denunciado.
Art. 56. Se o denunciado não estiver no Distrito Federal, a decisão ser-lhe-á comunicada à requisição
da Mesa, pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Estado 2
onde se achar. Se estiver fora do País ou
em lugar incerto e não sabido, o que será verificado pelo 1 Secretário do Senado, far-se-á a intimação
mediante edital pelo Diário do Congresso Nacional, com a antecedência de 60 (sessenta) dias.
Art. 57. A decisão produzirá desde a data da sua intimação os seguintes efeitos contra o denunciado:
a. ficar suspenso do exercício das suas funções até sentença final;
b. ficar sujeito à acusação criminal;
c. perder, até sentença final, um terço dos vencimentos, que lhe será pago no caso de absolvição.
Capítulo II
DA ACUSAÇÃO E DA DEFESA
Art. 58. Intimado o denunciante ou o seu procurador da decisão a que aludem os três últimos artigos,
ser-lhe-á dada vista do processo, na Secretaria do Senado, para, dentro de 48 (quarenta e oito) horas,
oferecer o libelo acusatório e o rol das testemunhas. Em seguida abrir-se-á vista ao denunciado ou ao
seu defensor, pelo mesmo prazo para oferecer a contrariedade e o rol das testemunhas.
Art. 59. Decorridos esses prazos, com o libelo e a contrariedade ou sem eles, serão os autos remetidos,
em original, ao Presidente do Supremo Tribunal Federal, ou ao seu substituto legal, quando seja ele o
denunciado, comunicando-se-lhe o dia designado para o julgamento e convidando-o para presidir a
sessão.
Art. 60. 0 denunciante e o acusado serão notificados, pela forma estabelecida no art. 56, para
assistirem ao julgamento, devendo as testemunhas ser, por um magistrado, intimadas a comparecer
à requisição da Mesa.
Parágrafo único. Entre a notificação e o julgamento deverá mediar o prazo mínimo de 10 (dez) dias.
Art. 61. No dia e hora marcados para o julgamento, o Senado reunir-se-á, sob a presidência do Presidente
do Supremo Tribunal Federal ou do seu substituto legal. Verificada a presença de número legal de
senadores, será aberta a sessão e feita a chamada das partes, acusador e acusado, que poderão
comparecer pessoalmente ou pelos seus procuradores.
Art. 62. A revelia do acusador não importará transferência do julgamento, nem perempção da acusa-
ção.
§ 1 9. A revelia do acusado determinará o adiamento do julgamento, para o qual o Presidente
designará novo dia, nomeando um advogado para defender o revel.
§ 29. Ao defensor nomeado será facultado o exame de todas as peças do processo.
Art. 63. No dia definitivamente aprazado para o julgamento, verificado o número legal de senadores,
será aberta a sessão e facultado o ingresso às partes ou aos seus procuradores. Serão juízes todos
os senadores presentes, com exceção dos impedidos nos termos do art. 36.
Parágrafo único. 0 impedimento poderá ser oposto pelo acusador ou pelo acusado e invocado por
qualquer senador.
Art. 64. Constituído o Senado em tribunal de julgamento, o Presidente mandará ler o processo e, em
seguida, inquirirá publicamente as testemunhas, fora da presença umas das outras.
Art. 65. 0 acusador e o acusado, ou os seus procuradores, poderão reinquirir as testemunhas,
contestá-Ias sem interrompê-Ias e requerer a sua acareação. Qualquer senador poderá requerer sejam
feitas as perguntas que julgar necessárias.
Art. 66. Finda a inquirição, haverá debate oral, facultadas a réplica e a tréplica entre o acusador e o
acusado, pelo prazo que o Presidente determinar.
Parágrafo único. Ultimado o debate, retirar-se-ão as partes do recinto da sessão e abrir-se-á uma
discussão única entre os senadores sobre o objeto da acusação.
Art. 67. Encerrada a discussão, fará o Presidente um relatório resumido dos fundamentos da acusação
e da defesa, bem como das respectivas provas, submetendo em seguida o caso a julgamento.
Lei n° 1.079, de 10.4.50 804
Capítulo III
DA SENTENÇA
Art. 68.0 julgamento será feito, em votação nominal, pelos senadores desimpedidos que responderão
"sim" ou "não" à seguinte pergunta enunciada pelo Presidente: "Cometeu o acusado o crime que lhe
é imputado e deve ser condenado à perda do seu cargo?".
Parágrafo único. Se a resposta afirmativa obtiver, pelo menos, dois terços dos votos dos senadores
presentes, o Presidente fará nova consulta ao plenário sobre o tempo não excedente de 5 (cinco) anos,
durante o qual o condenado deverá ficar inabilitado para o exercício de qualquer função pública.
Art. 69. De acordo com a decisão do Senado, o Presidente lavrará, nos autos, a sentença que será
assinada por ele e pelos senadores, que tiverem tomado parte no julgamento, e transcrita na ata.
Art. 70. No caso de condenação, fica o acusado desde logo destituído do seu cargo. Se a sentença
for absolutória, produzirá a imediata reabilitação do acusado, que voltará ao exercício do cargo, com
direito à parte dos vencimentos de que tenha sido privado.
Art. 71. Da sentença, dar-se-á imediato conhecimento ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal e ao acusado.
Art. 72. Se no dia do encerramento do Congresso Nacional não estiver concluído o processo ou
julgamento de Ministro do Supremo Tribunal Federal ou do Procurador-Geral da República, deverá ele
ser convocado extraordinariamente pelo terço do Senado Federal.
Art. 73. No processo e julgamento de Ministro do Supremo Tribunal, ou do Procurador-Geral da
República, serão subsidiários desta Lei, naquilo em que lhes forem aplicáveis, o Regimento Interno do
Senado Federal e o Código de Processo Penal.
PARTE QUARTA
Título Único
Capítulo I
DOS GOVERNADORES E SECRETÁRIOS DOS ESTADOS
Art. 74. Constituem crimes de responsabilidade dos governadores dos Estados ou dos seus secretá-
rios, quando por eles praticados, os atos definidos como crimes nesta Lei.
■ Quanto aos crimes de responsabilidade do governador do Distrito Federal e de seus secretários,
vide Lei n2 7.106, de 28.6.83.
Capítulo II
DA DENÚNCIA, ACUSAÇÃO E JULGAMENTO
Art. 75. É permitido a todo cidadão denunciar o governador perante a Assembléia Legislativa, por
crime de responsabilidade.
Art. 76. A denúncia, assinada pelo denunciante e com a firma reconhecida, deve ser acompanhada
dos documentos que a comprovem, ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los, com a
indicação do local em que possam ser encontrados. Nos crimes de que houver prova testemunhal,
conterá o rol das testemunhas, em número de cinco pelo menos.
805 Lei n 2 1.079, de 10.4.50
Parágrafo único. Não será recebida a denúncia depois que o governador, por qualquer motivo,
houver deixado definitivamente o cargo.
Art. 77. Apresentada a denúncia e julgada objeto de deliberação, se a Assembléia Legislativa, por
maioria absoluta, decretar a procedência da acusação, será o Governador imediatamente suspenso
de suas funções.
Art. 78. O Governador será julgado, nos crimes de responsabilidade, pela forma que determinar a
Constituição do Estado e não poderá ser condenado, senão à perda do cargo, com inabilitação,
até 5 (cinco) anos, para o exercício de qualquer função pública, sem prejuízo da ação da justiça
comum.
§ 1°. Quando o tribunal de julgamento for de jurisdição mista, serão iguais, pelo número, os
representantes dos órgãos que o integrarem, excluído o Presidente, que será o Presidente do Tribunal
de Justiça.
§ 2 2 . Em qualquer hipótese, só poderá ser decretada a condenação pelo voto de dois terços dos
membros de que se compuser o tribunal de julgamento.
§ 3 2 . Nos Estados, onde as Constituições não determinarem o processo nos crimes de responsa-
bilidade dos governadores, aplicar-se-á o disposto nesta Lei, devendo, porém, o julgamento ser
proferido por um tribunal composto de cinco membros do Legislativo e de cinco desembargadores,
sob a presidência do Presidente do Tribunal de Justiça local, que terá direito de voto no caso de empate.
A escolha desse tribunal será feita — a dos membros do Legislativo — mediante eleição pela
Assembléia; a dos desembargadores, mediante sorteio.
§ 42 . Esses atos deverão ser executados dentro em 5 (cinco) dias contados da data em que a
Assembléia enviar ao Presidente do Tribunal de Justiça os autos do processo, depois de decretada a
procedência da acusação.
Art. 79. No processo e julgamento do governador serão subsidiários desta Lei naquilo em que lhe
forem aplicáveis, assim o regimento interno da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Justiça, como
o Código de Processo Penal.
Parágrafo único. Os secretários de Estado, nos crimes conexos com os dos governadores, serão
sujeitos ao mesmo processo e julgamento.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 80. Nos crimes de responsabilidade do Presidente da República e dos Ministros de Estado, a
Cãmara dos Deputados é tribunal de pronúncia e o Senado Federal, tribunal de julgamento; nos crimes
de responsabilidade dos Ministros do Supremo Tribunal Federal e do Procurador-Geral da República,
o Senado Federal é, simultaneamente, tribunal de pronúncia e julgamento.
Parágrafo único. O Senado Federal, na apuração e julgamento dos crimes de responsabilidade,
funciona sob a presidência do Presidente do Supremo Tribunal, e só proferirá sentença condenatória
pelo voto de dois terços dos seus membros.
Art. 81. A declaração de procedência da acusação nos crimes de responsabilidade só poderá ser
decretada pela maioria absoluta da Câmara que a proferir.
Art. 82. Não poderá exceder de 120 (cento e vinte) dias, contados da data da declaração da
procedência da acusação, o prazo para o processo e julgamento dos crimes definidos nesta Lei.
Art. 83. Esta Lei entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 10 de abril de 1950; 129 2 da Independência e 62 2 da República.
EuRico G. DUTRA
Honório Monteiro
§ 3 2 . A estipulação de juros ou lucros usurários será nula, devendo o juiz ajustá-los à medida legal,
ou, caso já tenha sido cumprida, ordenar a restituição da quantia paga em excesso, com os juros legais
a contar da data do pagamento indevido.
■ Vide art. 192, § 3 2,, da CR/88.
Art. 52. Nos crimes definidos nesta Lei haverá suspensão da pena e livramento condicional em todos
os casos permitidos pela legislação comum. Será a fiança concedida nos termos da legislação em
vigor, devendo ser arbitrada dentro dos limites de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) a Cr$ 50.000,00
(cinqüenta mil cruzeiros), nas hipóteses do art 2 2 , e dentro dos limites de Cr$ 10.000,00 (dez mil
cruzeiros), a Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) nos demais casos, reduzida a metade dentro desses
li mites, quando o infrator for empregado do estabelecimento comercial ou industrial, ou não ocupe
cargo ou posto de direção dos negócios.
■ Redação determinada pela Lei n 2 3.290, de 23.10.57.
Art. 62. Verificado qualquer crime contra a economia popular ou contra a saúde pública (Capítulo Ill
do Título VIII do Código Penal) e atendendo à gravidade do fato, sua repercussão e efeitos, o juiz, na
sentença, declarará a interdição de direito, determinada no art. 69, IV, do Código Penal, de 6 (seis)
meses a 1 (um) ano assim como, mediante representação da autoridade policial, poderá decretar,
dentro de 48 (quarenta e oito) horas, a suspensão provisória, pelo prazo de 15 (quinze) dias, do
exercício da profissão ou atividade do infrator.
■ Vide atual art. 47 do CP.
Art. 72. Os juízes recorrerão de ofício sempre que absolverem os acusados em processo por crime
contra a economia popular ou contra a saúde pública, ou quando determinarem o arquivamento dos
autos do respectivo inquérito policial.
Art. 8 2 . Nos crimes contra a saúde pública, os exames periciais serão realizados, no Distrito Federal,
pelas repartições da Secretaria Geral da Saúde e Assistência e da Secretaria da Agricultura, Indústria
e Comércio da Prefeitura ou pelo Gabinete de Exames Periciais do Departamento de Segurança
Pública e, nos Estados e Territórios, pelos serviços congêneres, valendo qualquer dos laudos como
corpo de delito.
Art. 92 . ( Revogado pela Lei n 2 6.649, de 16.5.79.)
■ Acerca da locação de imóveis urbanos, vide Lei n 2 8.245/91.
Art. 10. Terá forma sumária, nos termos do Capítulo V, Título II, Livro II, do Código de Processo Penal,
o processo das contravenções e dos crimes contra a economia popular, não submetidos ao julgamento
pelo Júri.
§ 1 2. Os autos policiais (inquérito ou processo iniciado por portaria) deverão terminar no prazo de
10 (dez) dias.
§ 2 2 . 0 prazo para oferecimento da denúncia será de 2 (dois) dias, esteja ou não o réu preso.
§ 3 2. A sentença do juiz será proferida dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados do recebimento
dos autos da autoridade policial (art. 536 do Código de Processo Penal).
§ 4 2 . A retardação injustificada, pura e simples, dos prazos indicados nos parágrafos anteriores
importa em crime de prevaricação (art. 319 do Código Penal).
Art. 11. No Distrito Federal, o processo das infrações penais relativas à economia popular caberá,
indistintamente, a todas as varas criminais com exceção das 1 2 e 202 , observadas as disposições
quanto aos crimes da competência do Júri de que trata o art. 12.
Arts. 12 a 30. (Revogados pelo Decreto-Lei n°2, de 14.1.66.)
■ Esses dispositivos tratavam do Tribunal do Júri para os crimes contra a economia popular. Cf., a
respeito, art. 5 2, XXXVIII, d, da CR/88.
................................................................................................................................................................... .
Art. 33. Esta Lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias depois de sua publicação, aplicando-se aos
processos iniciados na sua vigência.
Art. 34. Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 26 de dezembro de 1951; 130 2 da Independência e 63 2 da República.
GETÚLI0 VARGAS
Francisco Negrão de Lima
(Publicada no DOU de 27.12.51.)
809 Lei n° 1.579, de 18.3.52
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
As Comissões Parlamentares de Inquérito, criadas na forma do art. 53 da Constituição Federal,
Art. 1°.
terão ampla ação nas pesquisas destinadas a apurar os fatos determinados que deram origem à sua
formação.
■ Refere-se à CR de 1946.
Parágrafo único. A criação de Comissão Parlamentar de Inquérito dependerá de deliberação
plenária, se não for determinada pelo terço da totalidade dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado.
No exercício de suas atribuições, poderão as Comissões Parlamentares de Inquérito determinar
A rt. 22.
as diligências que reputarem necessárias e requerer a convocação de ministros de Estado, tomar o
depoimento de quaisquer autoridades federais, estaduais ou municipais, ouvir os indiciados, inquirir
testemunhas sob compromisso, requisitar de repartições públicas e autárquicas informações e docu-
mentos, e transportar-se aos lugares onde se fizer mister a sua presença.
Art. 32. Indiciados e testemunhas serão intimados de acordo com as prescrições estabelecidas na
legislação penal.
Parágrafo único. Em caso de não-comparecimento da testemunha sem motivo justificado, a sua
inti mação será solicitada ao juiz criminal da localidade em que resida ou se encontre, na forma do art.
218 do Código de Processo Penal.
2
Art. 4 . Constitui crime:
I. impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento
de Comissão Parlamentar de Inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos seus
membros:
Pena — a do art. 329 do Código Penal;
II. fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, tradutor ou
intérprete, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito:
Pena — a do art. 342 do Código Penal.
Art. 5 9. As Comissões Parlamentares de Inquérito apresentarão relatório de seus trabalhos à respectiva
Câmara, concluindo por projeto de resolução.
§ 1 Q . Se forem diversos os fatos objeto de inquérito, a comissão dirá, em separado, sobre cada um,
podendo fazê-lo antes mesmo de finda a investigação dos demais.
§ 2°. A incumbência da Comissão Parlamentar de Inquérito termina com a sessão legislativa em
que tiver sido outorgada, salvo deliberação da respectiva Camara, prorrogando-a dentro da legislatura
em curso.
Art. 6 2. 0 processo e a instrução dos inquéritos obedecerão ao que prescreve esta Lei, no que lhes
for aplicável, às normas do processo penal.
Art. 72 . Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Rio de Janeiro, 18 de março de 1952; 131 2 da Independência e 64 2 da República.
GETÚLIO VARGAS
Capítulo I
Art. 29. Aos infratores desta Lei serão aplicadas as sanções dos arts. 163 a 167 do Código Penal,
conforme o caso, sem prejuízo de outras penalidades cabíveis.
Brasília, 26 de julho de 1961; 140 2 da independência e 73 2 da República.
JANTO QUADROS
Art. 53. Constitui abuso, no exercício da liberdade da radiodifusão, o emprego desse meio de
comunicação para a prática de crime ou contravenção previstos na legislação em vigor no País,
inclusive:
a. incitar a desobediência às leis ou decisões judiciárias;
b. divulgar segredos de Estado ou assuntos que prejudiquem a defesa nacional;
c. ultrajar a honra nacional;
d. fazer propaganda de guerra ou de processos de subversão da ordem política e social;
e. promover campanha discriminatória de classe, cor, raça ou religião;
t insuflar a rebeldia ou a indisciplina nas forças armadas ou nas organizações de segurança
pública;
g. comprometer as relações internacionais do País;
h. ofender a moral familiar, pública, ou os bons costumes;
L caluniar, injuriar ou difamar os Poderes Legislativo, Executivo ou Judiciário ou os respectivos
membros;
/: veicular notícias falsas, com perigo para a ordem pública, econômica e social;
I. colaborar na prática de rebeldia, desordens ou manifestações proibidas.
Parágrafo único. Se a divulgação das notícias falsas houver resultado de erro de informação e for
objeto de desmentido imediato, a nenhuma penalidade ficará sujeita a concessionária ou permissio-
nária.
■ Artigo com redação determinada pelo Decreto-Lei n° 236, de 28.2.67.
Art. 54. São livres as críticas e os conceitos desfavoráveis, ainda que veementes, bem como a narrativa
de fatos verdadeiros, guardadas as restrições estabelecidas em lei, inclusive de atos de qualquer dos
poderes do Estado.
Art. 55. É inviolável a telecomunicação nos termos desta Lei.
Art. 56. Pratica crime de violação de telecomunicação quem, transgredindo lei ou regulamento, exiba
autógrafo ou qualquer documento do arquivo, divulgue ou comunique, informe ou capte, transmita a
outrem ou utilize o conteúdo resumo, significado, interpretação, indicação ou efeito de qualquer
comunicação dirigida a terceiro.
§ 1 2 . Pratica, também, crime de violação de telecomunicações quem ilegalmente receber, divulgar
ou utilizar, telecomunicação interceptada.
§ 22 . Somente os serviços fiscais das estações e postos oficiais poderão interceptar telecomunica-
ção.
Art. 57. Não constitui violação de telecomunicação:
I. a recepção de telecomunicação dirigida por quem diretamente ou como cooperação esteja
legalmente autorizado;
II. o conhecimento dado:
813 Lei n° 4.117, de 27.8.62
Art. 67. A perempção da concessão ou autorização será declarada pelo Presidente da República,
precedendo parecer do Conselho Nacional de Telecomunicações se a concessionária ou permissio-
nária decair no direto à renovação.
Parágrafo único. 0 direito à renovação decorre do cumprimento, pela empresa, de seu contrato de
concessão ou permissão, das exigências legais e regulamentares, bem como das finalidades educa-
cionais, culturais e morais a que se obrigou, e de persistirem a possibilidade técnica e o interesse
público em sua existência.
■ Artigo e parágrafo único com redação determinada pelo Decreto-Lei n° 236, de 28.2.67.
Art. 68. A caducidade da concessão ou da autorização será declarada pelo Presidente da República,
precedendo parecer do Conselho Nacional de Telecomunicações, nos seguintes casos:
a. quando a concessão ou a autorização decorra de convênio com outro país, cuja denúncia a torne
inexeqüível;
b. quando expirarem os prazos de concessão ou autorização decorrentes de convênio com outro
país, sendo inviável a prorrogação.
Parágrafo único. A declaração da caducidade só se dará se for impossível evitá-la por convênio
com qualquer país ou por inexistência comprovada de freqüência no Brasil, que possa ser atribuída à
concessionária ou permissionária, a fim de que não cesse seu funcionamento.
■ Artigo e parágrafo único com redação determinada pelo Decreto-Lei n°236, de 28.2.67.
Art. 69. A declaração da perempção ou da caducidade, quando viciada por ilegalidade, abuso de
poder ou pela desconformidade com os fins ou motivos alegados, titulará o prejudicado a postular
reparação do seu direito perante o Judiciário.
■ Artigo com redação determinada pelo Decreto-Lei n° 236, de 28.2.67.
Art. 70. Constitui crime punível com a pena de detenção de 1 (um) a 2 (dois) anos, aumentada da
metade se houver dano a terceiro, a instalação ou utilização de telecomunicações, sem observância
do disposto nesta Lei e nos regulamentos.
Parágrafo único. Precedendo ao processo penal, para os efeitos referidos neste artigo, será
li minarmente procedida a busca e apreensão da estação ou aparelho ilegal.
■ Artigo e parágrafo único com redação determinada pelo Decreto-Lei n° 236, de 28.2.67.
Art. 71. Toda irradiação será gravada e mantida em arquivo durante as 24 (vinte e quatro) horas
subseqüentes ao encerramento dos trabalhos diários da emissora.
§ 1 2 . As emissoras de televisão poderão gravar apenas o som dos programas transmitidos.
§ 22 . As emissoras deverão conservar em seus arquivos os textos dos programas, inclusive
noticiosos, devidamente autenticados pelos responsáveis, durante 60 (sessenta) dias.
§ 32 . As gravações dos programas políticos, de debates, entrevistas, pronunciamentos da mesma
natureza e qualquer irradiação não registrada em texto, deverão ser conservadas em arquivo pelo
prazo de 20 (vinte) dias depois de transmitidas, para as concessionárias ou permissionárias até 1 kw
e 30 (trinta) dias para as demais.
§ 42 . As transmissões compulsoriamente estatuídas por lei serão gravadas em material fornecido
pelos interessados.
■ Artigo e parágrafos com redação determinada pelo Decreto-Lei n° 236, de 28.2.67.
Art. 72. A autoridade que impedir ou embaraçar a liberdade da radiodifusão ou da televisão, fora dos
casos autorizados em lei, incidirá, no que couber, na sanção do art. 322 do Código Penal.
■ Artigo com redação determinada pelo Decreto-Lei n° 236, de 28.2.67.
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Art. 13. É proibido o uso, para qualquer fim, de cheques, vales, bilhetes, bônus, brindes ou qualquer
outra forma de impresso, seja qual for a sua procedência ou origem, de natureza particular ou pública
que, de algum modo, se assemelhem às cédulas de papel-moeda ou às moedas metálicas.
§ 1 2 . A infração deste dispositivo, quando por particular, será punida com multa de Cr$ 50.000,00
(cinqüenta mil cruzeiros) a Cr$ 500.000,00 (quinhentos mil cruzeiros), fixada pelo Ministro da Fazenda,
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei; quando por autoridade pública, o Ministro da Fazenda
instaurará inquérito competente, sendo o fato considerado "crime de responsabilidade".
■ Vide Lei n 2 1.079/50 sobre os crimes de responsabilidade e seu processo.
§ 2 2 . O Ministério da Fazenda, dentro de 60 (sessenta) dias, a partir da vigência desta Lei, baixará
instruções para a execução deste artigo, determinando, inclusive, a forma de apreensão dos referidos
materiais e respectivas matrizes.
■ Nota: Vide art. 44 da LOP.
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Título II
DAS INCORPORAÇÕES
Capítulo IV
DAS INFRAÇÕES
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Art. 65. É crime contra a economia popular promover incorporação, fazendo, em proposta, contratos,
prospectos ou comunicação ao público ou aos interessados, afirmação falsa sobre a constituição do
condomínio, alienação das frações ideais do terreno ou sobre a construção das edificações:
Pena — reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa de cinco a cinqüenta vezes o maior salário
mínimo legal vigente no País.
■ Vide art. 22 da Lei 6° 7.209, de 11.7.84, sobre pena de multa.
§ 1 2 . Incorrem na mesma pena:
I. o incorporador, o corretor e o construtor, individuais, bem como os diretores ou gerentes de
empresa coletiva incorporadora, corretora ou construtora que, em proposta, contrato, publicidade,
prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou aos condôminos, candidatos ou
subscritores de unidades, fizerem afirmação falsa sobre a constituição do condomínio, alienação das
frações ideais ou sobre a construção das edificações;
II. o incorporador, o corretor e o construtor, individuais, bem como os diretores ou gerentes de
empresa coletiva, incorporadora, corretora ou construtora que usar, ainda que a título de empréstimo,
em proveito próprio ou de terceiros, bens ou haveres destinados à incorporação contratada por
administração, sem prévia autorização dos interessados.
§ 22 . O julgamento destes crimes será de competência de juízo singular, aplicando-se os arts. 52 ,
6 e 72 da Lei n 2 1.521, de 26 de dezembro de 1951.
2
■ Remissão: Art. 35.• 0 prazo para promover é de sessenta dias (Lei n° 4.864, de 29.11.65, art. 13),
computados a partir da data de qualquer acerto preliminar, ou, havendo prazo de carência, do
esgotamento do termo desta, sem renúncia ao empreendimento.
■ Remissão.: Art. 37: "Se o imóvel estiver gravado de ônus real ou fiscal ou se contra os alienantes
houver qualquer ação que possa comprometê-lo, o fato será obrigatoriamente mencionado em todos
os documentos de ajuste, com a indicação de sua natureza e das condições da liberação".
■ Remissão: Art. 38: "Também constará, obrigatoriamente, dos documentos de ajuste, se for o caso,
o fato de encontrar-se ocupado o imóvel, esclarecendo-se a que título se deve esta ocupação e quais
as condições de desocupação".
■ Remissão: Art. 55, § 5 A omissão referida é a do orçamento atualizado da construção, sempre que
essa previsão for superior ao preço combinado. Aplica-se só à construção pelo plano de empreitada
por preço reajustável através de índices de correção.
................................................................................................................................................................... .
g
Brasília, 16 de dezembro de 1964; 143 da Independência e 76° da República.
H. CASTELLO BRANCO
Milton Soares Campos
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
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Capítulo IV
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS
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Seção IV
DAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS PRIVADAS
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§ 7°. A quebra do sigilo de que trata este artigo constitui crime e sujeita os responsáveis à pena de
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, aplicando-se, no que couber, o Código Penal e o Código de
Processo Penal, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
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Capítulo V
DAS PENALIDADES
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Art. 43. 0 responsável pela instituição financeira que autorizar a concessão de empréstimo ou
adiantamento vedado nesta Lei, se o fato não constituir crime, ficará sujeito, sem prejuízo das sanções
administrativas ou civis cabíveis, à multa igual ao dobro do valor do empréstimo ou adiantamento
concedido, cujo processamento obedecerá, no que couber, ao disposto no art. 44 desta Lei.
Art. 44. As infrações aos dispositivos desta Lei sujeitam as instituições financeiras, seus diretores,
membros de conselhos administrativos, fiscais e semelhantes, e gerentes, às seguintes penalidades,
sem prejuízo de outras estabelecidas na legislação vigente:
I. advertência;
II. multa pecuniária variável;
III. suspensão do exercício de cargos;
IV. inabilitação temporária ou permanente para o exercício de cargos de direção na administração
ou gerência em instituições financeiras;
V. cassação da autorização de funcionamento das instituições financeiras públicas, exceto as
federais, ou privadas;
VI. detenção, nos termos do § 7° deste artigo;
VII. reclusão, nos termos dos arts. 34 e 38 desta Lei.
■ Sobre cobrança de juros de mora nos títulos vencidos em sábados, domingos e feriados, vide arts. 1°
e 3° da Lei n° 7.089, de 23.3.83, que pune os infratores com as mesmas penalidades deste artigo.
§ 1°. A pena de advertência será aplicada pela inobservância das disposições constantes da
legislação em vigor, ressalvadas as sanções nela previstas, sendo cabível também nos casos de
fornecimento de informações inexatas, de escrituração mantida em atraso ou processada em desa-
cordo com as normas expedidas de conformidade com o art. 4°, XII, desta Lei.
§ 2°. As multas serão aplicadas até duzentas vezes o maior salário mínimo vigente no País, sempre
que as instituições financeiras, por negligência ou dolo:
a. advertidas por irregularidades que tenham sido praticadas, deixarem de saná-Ias no prazo que
lhes for assinalado pelo Banco Central da República do Brasil;
b. infringirem as disposições desta Lei relativas ao capital, fundos de reserva, encaixe, recolhimen-
tos compulsórios, taxa de fiscalização, serviços e operações, não-atendimento ao disposto nos
arts. 27 e 33, inclusive as vedadas nos arts. 34 (incisos II a V), 35 a 40 desta Lei, e abusos de
concorrência (art. 18, § 2°);
c. opuserem embaraço à fiscalização do Banco Central da República do Brasil.
■ O Banco Central da República do Brasil, através do Decreto-Lei n2 278, de 28.2.67, passou a
denominar-se Banco Central do Brasil.
§ 3°. As multas cominadas neste artigo serão pagas mediante recolhimento ao Banco Central da
República do Brasil, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, contados do recebimento da respectiva
notificação, ressalvado o disposto no § 5° deste artigo e serão cobradas judicialmente, com acréscimo
da mora de 1% (um por cento) ao mês contada da data da aplicação da multa, quando não forem
li quidadas naquele prazo.
§ 4°. As penas referidas nos incisos Ill e IV deste artigo serão aplicadas quando forem verificadas
infrações graves na condução dos interesses da instituição financeira ou quando da reincidência
específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa.
§ 5°. As penas referidas nos incisos II, Ill e IV deste artigo serão aplicadas pelo Banco Central da
República do Brasil admitido recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho Monetário Nacional,
interposto dentro de 15 (quinze) dias, contados do recebimento da notificação.
Lei n° 4.728, de 14.7.65 820
....................................................................................................................................................................
Art. 65. Esta Lei entrará em vigor 90 (noventa) dias após a data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Brasília, em 31 de dezembro de 1964 1432 da Independência e 76 2 da República.
H. CASTELLO BRANCO
Octávio Gouveia de Bulhões
(Publicada no DOU de 31.12.64. Íntegra na RT 353/541 e Lex 1964/1499.)
Seção XIV
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA
Art. 66. A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta
da coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou
devedor em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe
incumbem de acordo com a lei civil e penal.
§ 1 2 . A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu instrumento, público ou particular,
qualquer que seja o seu valor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme, no Registro
de Títulos e Documentos do domicílio do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e conterá,
além de outros dados, os seguintes:
821 Lei n° 4.728, de 14.7.65
Seção XV
DISPOSIÇÕES DIVERSAS
....................................................................................................................................................................
Art. 73. Ninguém poderá fazer, imprimir ou fabricar ações de sociedades anônimas, ou cautelas que
as representem, sem autorização escrita e assinada pela respectiva representação legal da sociedade,
com firmas reconhecidas.
§ 1°. Ninguém poderá fazer, imprimir ou fabricar prospectos ou qualquer material de propaganda
para venda de ações de sociedade anônima, sem autorização dada pela respectiva representação
legal da sociedade.
§ 29 . A violação de qualquer dos dispositivos constituirá crime de ação pública, punido com pena
de 1 (um) a 3 (três) anos de detenção, recaindo a responsabilidade, quando se tratar de pessoa
jurídica, em todos os seus diretores.
Art. 74. Quem colocar no mercado ações de sociedade anônima ou cautelas que a representem, falsas
ou falsificadas, responderá por delito de ação pública, e será punido com pena de 1 (um) a 4 (quatro)
anos de reclusão.
Parágrafo único. Incorrerá nas penas previstas neste artigo quem falsificar ou concorrer para a
falsificação ou uso indevido de assinatura autenticada mediante chancela mecânica.
■ Caput com redação determinada pela Lei n° 5.589, de 3.7.70, que acrescentou o parágrafo único.
....................................................................................................................................................................
Lei n 2 4.729, de 14.7.65 822
Art. 62. Quando se tratar de pessoa jurídica, a responsabilidade penal pelas infrações previstas nesta
Lei será de todos os que, direta ou indiretamente ligados à mesma, de modo permanente ou eventual,
tenham praticado ou concorrido para a prática da sonegação fiscal.
Art. 72. As autoridades administrativas que tiverem conhecimento de crime previsto nesta Lei, inclusive
em autos e papéis que conhecerem, sob pena de responsabilidade, remeterão ao Ministério Público
os elementos comprobatórios da infração, para instrução do procedimento criminal cabível.
§ 1 9. Se os elementos comprobatórios forem suficientes, o Ministério Público oferecerá, desde logo,
denúncia.
§ 22. Sendo necessários esclarecimentos, documentos ou diligências complementares, o Ministério
Público os requisitará, na forma estabelecida no Código de Processo Penal.
■ Sobre o envio da "representação fiscal" ao Ministério Público, somente após o término do procedi-
mento fiscal-administrativo, vide Lei n2 9.430, de 27.12.96, art. 83.
Art. 82. Em tudo o mais em que couber e não contrariar os arts. 1 2 a 72 desta Lei, aplicar-se-ão o Código
Penal e o Código de Processo Penal.
Art. 9 2. ( Revogado pela Lei n°8.021, de 12.4.90.)
Art. 10. 0 Poder Executivo procederá às alterações do Regulamento do Imposto de Renda decorrentes
das modificações constantes desta Lei.
Art. 11. Esta Lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 14 de julho de 1965; 144 2 da Independência e 77 2 da República.
H. CASTELLO BRANCO
Milton Soares Campos
(Publicada no DOU de 19.7.65.)
Título IV
DISPOSIÇÕES PENAIS
Capítulo I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 283. Para os efeitos penais são considerados membros e funcionários da Justiça Eleitoral:
I. os magistrados que, mesmo não exercendo funções eleitorais, estejam presidindo Juntas
Apuradoras ou se encontrem no exercício de outra função por designação de Tribunal Eleitoral;
II. o cidadãos que temporariamente integram órgãos da Justiça Eleitoral;
III. o cidadãos que hajam sido nomeados para as mesas receptoras ou Juntas Apuradoras;
IV. os funcionários requisitados pela Justiça Eleitoral.
§ 1 2 . Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, além dos indicados no presente
artigo, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.
Lei n° 4.737, de 15.7.65 824
Capítulo II
DOS CRIMES ELEITORAIS
■ Vide Leis n°6.091, de 15.8.74, e n° 7.021, de 21.9.82.
Art. 289. Inscrever-se fraudulentamente eleitor:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos, e pagamento de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Art. 290. Induzir alguém a se inscrever eleitor com infração de qualquer dispositivo deste Código:
Pena — reclusão, até 2 (dois) anos, e pagamento, de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias-multa.
Art. 291. Efetuar o juiz, fraudulentamente, a inscrição de alistando:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Art. 292. Negar ou retardar a autoridade judiciária, sem fundamento legal, a inscrição requerida:
Pena — pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias-multa.
Art. 293. Perturbar ou impedir de qualquer forma o alistamento:
Pena — detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou pagamento de 30 (trinta) a 60 (sessenta)
dias-multa.
Art. 294. ( Revogado pela Lei n 2 8.868, de 14.4.94.)
Art. 295. Reter título eleitoral contra a vontade do eleitor:
Pena — detenção, até 2 (dois) meses, ou pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias-multa.
Art. 296. Promover desordem que prejudique os trabalhos eleitorais:
Pena — detenção, até 2 (dois) meses, e pagamento, de 60 (sessenta) a 90 (noventa) dias-multa.
Art. 297. Impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, e pagamento, de 60 (sessenta) a 100 (cem) dias-multa.
Art. 298. Prender ou deter eleitor, membro de mesa receptora, fiscal, delegado de partido ou candidato,
com violação do disposto no art. 236:
Pena — reclusão, até 4 (quatro anos).
Art. 299. Dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva ou
qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que
a oferta não seja aceita:
Pena — reclusão, até 4 (quatro) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
825 Lei n 2 4.737, de 15.7.65
Art. 300. Valer-se o servidor público da sua autoridade para coagir alguém a votar ou não votar em
determinado candidato ou partido:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, e pagamento, de 60 (sessenta) a 100 (cem) dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
prevalecendo-se do cargo a pena é agravada.
Art. 301. Usar de violência ou grave ameaça para coagir alguém a votar, ou não votar, em determinado
candidato ou partido, ainda que os fins visados não sejam conseguidos:
Pena — reclusão, até 4 (quatro) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Art. 302. Promover, no dia da eleição, com o fim de impedir, embaraçar ou fraudar o exercício do voto
a concentração de eleitores, sob qualquer forma, inclusive o fornecimento gratuito de alimento e
transporte coletivo:
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 6 (seis) anos, e pagamento, de 200 (duzentos) a 300 (trezentos)
dias-multa.
■ Artigo com redação determinada pelo Decreto-Lei n° 1.064, de 24.10.69.
■ Vide Lei n° 6.091, de 15.8.74.
Art. 303. Majorar os preços de utilidades e serviços necessários ã realização de eleições, tais como
transporte e alimentação de eleitores, impressão, publicidade e divulgação de matéria eleitoral:
Pena — pagamento, de 250 (duzentos e cinqüenta) a 300 (trezentos) dias-multa.
■ Vide Lei n°6.091, de 15.8.74.
Art. 304. Ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a
todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a
determinado partido ou candidato:
Pena — pagamento, de 250 (duzentos e cinqüenta) a 300 (trezentos) dias-multa.
Art. 305. Intervir autoridade estranha à mesa receptora, salvo o juiz eleitoral, no seu funcionamento
sob qualquer pretexto:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, e pagamento, de 60 (sessenta) a 90 (noventa) dias-multa.
Art. 306. Não observar a ordem em que os eleitores devem ser chamados a votar:
Pena — pagamento, de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias-multa.
Art. 307. Fornecer ao eleitor cédula oficial já assinalada ou por qualquer forma marcada:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Art. 308. Rubricar e fornecer a cédula oficial em outra oportunidade que não a de entrega da mesma
ao eleitor:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos, e pagamento, de 60 (sessenta) a 90 (noventa) dias-multa.
Art. 309. Votar ou tentar votar mais de uma vez, ou em lugar de outrem:
Pena — reclusão, até 3 (três) anos.
Art. 310. Praticar, ou permitir o membro da mesa receptora que seja praticada qualquer irregularidade
que determine a anulação de votação, salvo no caso do art. 311:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, ou pagamento, de 90 (noventa) a 120 (cento e vinte)
dias-multa.
Art. 311. Votar em seção eleitoral em que não está inscrito, salvo nos casos expressamente previstos,
e permitir, o presidente da mesa receptora, que o voto seja admitido:
Pena — detenção, até 1 (um) mês, ou pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa para o
eleitor, e de 20 (vinte) a 30 (trinta) dias-multa para o presidente da mesa.
Art. 312. Violar ou tentar violar o sigilo do voto:
Pena — detenção, até 2 (dois) anos.
Art. 313. Deixar o juiz e os membros da Junta de expedir o boletim de apuração imediatamente após
a apuração de cada urna e antes de passar à subseqüente, sob qualquer pretexto e ainda que
dispensada a expedição pelos fiscais, delegados ou candidatos presentes:
Pena — pagamento, de 90 (noventa) a 120 (cento e vinte) dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem for procedida pela mesa receptora
incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários que não expedirem imediatamente o respectivo
boletim.
Lei n2 4.737, de 15.7.65 826
Art. 314. Deixar o juiz e os membros da Junta de recolher as cédulas apuradas na respectiva urna,
fechá-la, e lacrá-la, assim que terminar a apuração de cada seção e antes de passar à subseqüente,
sob qualquer pretexto e ainda que dispensada a providência pelos fiscais, delegados ou candidatos
presentes:
Pena — detenção, até 2 (dois) meses, ou pagamento, de 90 (noventa) a 120 (cento e vinte)
dias-multa.
Parágrafo único. Nas seções eleitorais em que a contagem dos votos for procedida pela mesa
receptora incorrerão na mesma pena o presidente e os mesários que não fecharem e lacrarem a urna
após a contagem.
Art. 315. Alterar nos mapas ou nos boletins de apuração a votação obtida por qualquer candidato ou
lançar nesses documentos votação que não corresponda às cédulas apuradas:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Art. 316. Não receber ou mencionar nas atas da eleição ou da apuração os protestos devidamente
formulados ou deixar de remetê-los à instância superior:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Art. 317. Violar ou tentar violar o sigilo da urna ou dos invólucros:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 5 (cinco) anos.
Art. 318. Efetuar a mesa receptora a contagem dos votos da urna quando qualquer eleitor houver
votado sob impugnação (art. 190):
Pena — detenção, até 1 (um) mês, ou pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias-multa.
Art. 319. Subscrever o eleitor mais de uma ficha de registro de um ou mais partidos:
Pena— detenção, até 1 (um) mês, ou pagamento, de 10 (dez) a 30 (trinta) dias-multa.
Art. 320. Inscrever-se o eleitor, simultaneamente, em dois ou mais partidos:
Pena— pagamento, de 10 (dez) a 20 (vinte) dias-multa.
Art. 321. Colher a assinatura do eleitor em mais de uma ficha de registro de partido:
Pena — detenção, até 2 (dois) meses, ou pagamento, de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias-multa.
Art. 322. ( Revogado pela Lei n° 9.504, de 30.9.97.)
Art. 323. Divulgar, na propaganda, fatos que sabe inverídicos, em relação a partidos ou candidatos,
e capazes de exercerem influência perante o eleitorado:
Pena — detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano, ou pagamento, de 120 (cento e vinte) a 150
(cento e cinqüenta) dias-multa.
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é cometido pela imprensa, rádio ou televisão.
Art. 324. Caluniar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe
falsamente fato definido como crime:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento, de 10 (dez) a 40 (quarenta)
dias-multa.
§ 1 2. Nas mesmas penas incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 22. A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I. se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;
II. se o fato é imputado ao Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
III. se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença
irrecorrível.
Art. 325. Difamar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, imputando-lhe
fato ofensivo à sua reputação:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e pagamento, de 5 (cinco) a 30 (trinta) dias-multa.
Parágrafo único. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e
a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
827 Lei n° 4.737, de 15.7.65
Art. 326. Injuriar alguém, na propaganda eleitoral, ou visando a fins de propaganda, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, ou pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias-multa.
§ 1 2 . O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I. se o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II. no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2 2 . Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou meio empregado,
se considerem aviltantes:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e pagamento, de 5 (cinco) a 20 (vinte) dias-multa,
além das penas correspondentes à violência previstas no Código Penal.
Art. 327. As penas cominadas nos arts. 324, 325 e 326 aumentam-se de um terço, se qualquer dos
crimes é cometido:
I. contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II. contra funcionário público, em razão de suas funções;
III. na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da ofensa.
Art. 328. ( Revogado pela Lei n°9.504, de 30.9.97.)
Art. 329. ( Revogado pela Lei n° 9.504, de 30.9.97.)
Art. 330. Nos casos dos arts. 328 e 329, se o agente repara o dano antes da sentença final, o juiz pode
reduzir a pena.
■ A referência feita por este artigo restou prejudicada diante da revogação dos dispositivos nele
mencionados.
Art. 331. Inutilizar, alterar ou perturbar meio de propaganda devidamente empregado:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, ou pagamento, de 90 (noventa) a 120 (cento e vinte)
dias-multa.
Art. 332. Impedir o exercício de propaganda:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, e pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias-multa.
Art. 333. ( Revogado pela Lei n° 9.504, de 30.9.97.)
Art. 334. Utilizar organização comercial de vendas, distribuição de mercadorias, prêmios e sorteios
para propaganda ou aliciamento de eleitores:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e cassação do registro se o responsável for
candidato.
Art. 335. Fazer propaganda, qualquer que seja a sua forma, em língua estrangeira:
Pena — detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, e pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta)
dias-multa.
Parágrafo único. Além da pena cominada, a infração ao presente artigo importa na apreensão e
perda do material utilizado na propaganda.
Art. 336. Na sentença que julgar ação penal pela infração de qualquer dos arts. 322, 323, 324, 325,
326, 328, 329, 331, 332, 333, 334 e 335, deve o juiz verificar, de acordo como seu livre convencimento,
se o diretório local do partido, por qualquer dos seus membros, concorreu para a prática de delito, ou
dela se beneficiou conscientemente.
■ Os arts. 322, 328, 329 e 333 encontram-se revogados.
Parágrafo único. Nesse caso, imporá o juiz ao diretório responsável pena de suspensão de sua
atividade eleitoral, por prazo de 6 (seis) a 12 (doze) meses, agravada até o dobro nas reincidências.
Art. 337. Participar, o estrangeiro ou brasileiro que não estiver no gozo dos seus direitos políticos, de
atividades partidárias, inclusive comícios e atos de propaganda em recintos fechados ou abertos:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, e pagamento, de 90 (noventa) a 120 (cento e vinte) dias-multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorrerá o responsável pelas emissoras de rádio ou televisão
que autorizar transmissões de que participem os mencionados neste artigo, bem como o diretor de
jornal que lhes divulgar os pronunciamentos
Art. 338. Não assegurar o funcionário postal a prioridade prevista no art. 239:
Pena — pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias-multa.
Lei n2 4.737, de 15.7.65 828
■ Remissão: Art. 239: "Aos partidos políticos é assegurada a prioridade postal durante os 60 (sessenta)
dias anteriores à realização das eleições, para remessa de material de propaganda de seus candidatos
registrados".
Art. 339. Destruir, suprimir ou ocultar urna contendo votos, ou documentos relativos à eleição:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 340. Fabricar, mandar fabricar, adquirir, fornecer, ainda que gratuitamente, subtrair ou guardar
urnas, objetos, mapas, cédulas ou papéis de uso exclusivo da Justiça Eleitoral:
Pena — reclusão, até 3 (três) anos, e pagamento, de 3 (três) a 15 (quinze) dias-multa.
Parágrafo único. Se o agente é membro ou funcionário da Justiça Eleitoral e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, a pena é agravada.
Art. 341. Retardar a publicação ou não publicar, o diretor ou qualquer outro funcionário de órgão oficial
federal, estadual, ou municipal, as decisões, citações ou intimações da Justiça Eleitoral:
Pena — detenção, até 1 (um) mês, ou pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias-multa.
Art. 342. Não apresentar o órgão do Ministério Público, no prazo legal, denúncia ou deixar de promover
a execução de sentença condenatória:
Pena — detenção, até 2 (dois) meses, ou pagamento, de 60 (sessenta) a 90 (noventa) dias-multa.
Art. 343. Não cumprir o juiz o disposto no § 3° do art. 357:
Pena — detenção, até 2 (dois) meses, ou pagamento, de 60 (sessenta) a 90 (noventa) dias-multa.
Art. 344. Recusar ou abandonar o serviço eleitoral sem justa causa:
Pena — detenção, até 2 (dois) meses, ou pagamento, de 90 (noventa) a 120 (cento e vinte)
dias-multa.
Art. 345. Não cumprir a autoridade judiciária, ou qualquer funcionário dos órgãos da Justiça Eleitoral,
nos prazos legais, os deveres impostos por este Código, se a infração não estiver sujeita a outra
penalidade:
Pena — pagamento, de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias-multa.
■ Artigo com redação determinada pela Lei n° 4.961, de 4.5.66.
Art. 346. Violar o disposto no art. 377:
Pena — detenção, até 6 (seis) meses, e pagamento, de 30 (trinta) a 60 (sessenta) dias-multa.
Parágrafo único. Incorrerão na pena, além da autoridade responsável, os servidores que prestarem
serviços e os candidatos, membros ou diretores de partido que derem causa à infração.
■ Remissão: O art. 377 do Código Eleitoral dispõe que "o serviço de qualquer repartição federal,
estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida
ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo prédio
e suas dependências, não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter
político. Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão
competente da Justiça Eleitoral, conforme o ãmbito nacional, regional ou municipal do órgão infrator,
mediante representação fundamentada de autoridade pública, representante partidário, ou de qual-
quer eleitor".
Art. 347. Recusar alguém cumprimento ou obediência a diligências, ordens ou instruções da Justiça
Eleitoral ou por embaraços à sua execução:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e pagamento, de 10 (dez) a 20 (vinte) dias-multa.
Art. 348. Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro
para fins eleitorais:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento, de 15 (quinze) a 30 (trinta) dias-multa.
§ 1 2. Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo, a pena é
agravada.
829 Lei n° 4.737, de 15.7.65
§ 2°. Para os efeitos penais, equipara-se a documento público o emanado de entidade paraestatal
inclusive Fundação de Estado.
Art. 349. Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro,
para fins eleitorais:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos, e pagamento, de 3 (três) a 10 (dez) dias-multa.
Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir
ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa se o
documento é público, e reclusão, até 3 (três) anos, e pagamento, de 3 (três) a 10 (dez) dias-multa se
o documento é particular.
Parágrafo único. Se o agente da falsidade documental é funcionário público e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, a pena
é agravada.
Art. 351. Equipara-se a documento (arts. 348, 349 e 350) para os efeitos penais, a fotografia, o filme
cinematográfico, o disco fonográfico ou fita de ditafone a que se incorpore declaração ou imagem
destinada a prova de fato juridicamente relevante.
Art. 352. Reconhecer, como verdadeira, no exercício da função pública, firma ou letra que o não seja,
para fins eleitorais:
Pena — reclusão, até 5 (cinco) anos e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa se o
documento é público, e reclusão, até 3 (três) anos, e pagamento, de 3 (três) a 10 (dez) dias-multa se
o documento é particular.
Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a que se referem os arts.
348 a 352:
Pena — a cominada à falsificação ou à alteração.
Art. 354. Obter, para uso próprio ou de outrem, documento público ou particular, material ou ideologi-
camente falso para fins eleitorais:
Pena — a cominada à falsificação ou à alteração.
Capítulo III
DO PROCESSO DAS INFRAÇOES
Art. 355. As infrações penais definidas neste Código são de ação pública.
Art. 356. Todo cidadão que tiver conhecimento de infração penal deste Código deverá comunicá-la
ao juiz eleitoral da zona onde a mesma se verificou.
§ 1°. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade judicial reduzi-la a termo, assinado
pelo apresentante e por duas testemunhas, e a remeterá ao órgão do Ministério Público local, que
procederá na forma deste Código.
§ 29 . Se o Ministério Público julgar necessários maiores esclarecimentos e documentos comple-
mentares ou outros elementos de convicção, deverá requisitá-los diretamente de quaisquer autorida-
des ou funcionários que possam fornecê-los.
Art. 357. Verificada a infração penal, o Ministério Público oferecerá a denúncia dentro do prazo de 10
(dez) dias.
§ 1°. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento
da comunicação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da
comunicação ao Procurador Regional, e este oferecerá a denúncia, designará outro promotor para
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual então estará o juiz obrigado a atender.
§ 2°. A denúncia conterá a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias, a
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do
crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
§ 3°. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal representará contra
ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da responsabilidade penal.
Lei n° 4.771, de 15.9.65 830
Art. 382. Este Código entrará em vigor 30 (trinta) dias após a sua publicação.
Art. 383. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 15 de julho de 1965; 144 2 da Independência e 77 2 da República.
H. CASTELLO BRANCO
Milton Soares Campos
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
................................................................................................................................................................... .
Art. 26. Constituem contravenções penais, puníveis com 3 (três) meses a 1 (um) ano de prisão simples
ou multa de uma a cem vezes o salário mínimo mensal, do lugar e da data da infração ou ambas as
penas cumulativamente:
831 Lei n°4.771, de 15.9.65
....................................................................................................................................................................
Art. 45. Ficam obrigados ao registro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis — IBAMA os estabelecimentos comerciais responsáveis pela comercialização de motos-
serras, bem como aqueles que adquirirem este equipamento.
§ 1°. A licença para o porte e uso de motosserras será renovada a cada 2 (dois) anos perante o
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis — IBAMA.
§ 2 2 . Os fabricantes de motosserras ficam obrigados, a partir de 180 (cento e oitenta) dias da
publicação desta Lei, a imprimir, em local visível deste equipamento, numeração cuja seqüência será
encaminhada ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis —IBAMA
e constará das correspondentes notas fiscais.
§ 3°. A comercialização ou utilização de motosserras sem a licença a que se refere este artigo
constitui crime contra o meio ambiente, sujeito à pena de detenção de 1 (um) a 3 (três) meses e multa
de um a dez salários mínimos de referência e à apreensão da motosserra, sem prejuízo da responsa-
bilidade pela reparação dos danos causados.
■ Artigo e parágrafos com redação determinada pela Lei n° 7.803, de 18.7.89.
■ O teor do § 2° deste art. 45 não conta com a melhor técnica legislativa. Apesar de integrar o texto
desta Lei n° 4.771/65, acaba fazendo referência à Lei n° 7.803/89: "a partir de 180 (cento e oitenta)
dias da publicação 'desta Lei'''. Fica, portanto, a estranha situação de uma lei de 1965 fazer menção
a uma outra, vinte e quatro anos mais nova.
....................................................................................................................................................................
Art. 50. Esta Lei entrará em vigor 120 (cento e vinte) dias após a data de sua publicação, revogados
o Decreto n2 23.793, de 23 de janeiro de 1934 (Código Florestal), e demais disposições em contrário.
■ Artigo renumerado pela Lei n° 7.803, de 18.7.89.
Brasília, 15 de setembro de 1965; 144 2 da Independência e 77 2 da República.
H. CASTELLO BRANCO
Hugo Leme
0 Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 2. Fica proibido pôr à venda ou vender, sob o nome de couro, produtos que não sejam obtidos
exclusivamente de pele animal.
Art. 22 . Os produtos artificiais de imitação terão de ter sua natureza caracterizada para efeito de
exposição e venda.
Art. 32. Fica também proibido o emprego da palavra couro, mesmo modificada com prefixos ou sufixos,
para denominar produtos não enquadrados no art. 1 9 .
Art. 42 . A infração da presente Lei constitui crime previsto no art. 196 e seus parágrafos do Código
Penal.
■ Vide Lei n°9.279, de 14.5.96.
Art. 52. (Vetado.)
Art. 62. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144 9' da Independência e 779 da República.
H. CASTELLO BRANCO
Octávio Gouveia de Bulhões
(Publicada no DOU de 13. 12.65.)
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art.1 2 . O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra
as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente
Lei.
Art. 22 . O direito de representação será exercido por meio de petição:
a. dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade, civil ou
militar culpada, a respectiva sanção;
b. dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-crime contra
a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo
do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de
testemunhas, no máximo de três, se as houver.
Art. 3 2 . Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a. à liberdade de locomoção;
b. à inviolabilidade do domicílio:
c. ao sigilo da correspondência;
d. à liberdade de consciência e de crença;
Lei n°4.898, de 9.12.65 834
................................................................................................................................................................... .
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação, por
denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do abuso.
■ A Lei n°5.249, de 9.2.67, que dispõe sobre a ação pública de crimes de responsabilidade, estabelece
no art. 1 2 que "a falta de representação do ofendido, nos casos de abuso previstos na Lei n- 4.898, de
9 de dezembro de 1965, não obsta a iniciativa ou o curso de ação pública".
Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de 48 (quarenta
e oito) horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá
ao juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.
§ 1 2 . A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.
■ Nota: O art. 13 não tem § 22.
Art. 14. Se o ato ou fato constituído do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o
acusado poderá:
a. promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas qualifi-
cadas;
b. requerer ao juiz, até 72 (setenta e duas) horas antes da audiência de instrução e julgamento, a
designação de um perito para fazer as verificações necessárias.
§ 1 2 . O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente,
ou o apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.
§ 2 2 . No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá conter a indicação de mais
duas testemunhas.
Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento
da representação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da
representação ao procurador-geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do Ministério
Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o juiz atender.
Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta Lei, será
admitida ação privada. 0 órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e
Lei n° 4.898, de 9.12.65 836
oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo
tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o juiz, dentro do prazo de 48 (quarenta e oito) horas, proferirá despacho,
recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1°. No despacho em que receber a denúncia, o juiz designará, desde logo, dia e hora para a
audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, ìmprorrogavelmente, dentro de 5 (cinco)
dias.
§ 2°. A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência
de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que será acompanhado da segunda via da
representação e da denúncia.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentadas em juízo, independente-
mente de intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de
testemunhas ou, salvo o caso previsto no art. 14, b, requerimentos para a realização de diligências,
perícias ou exames, a não ser que o juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais
providências.
Art. 19. À hora marcada, o juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare
aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante do
Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o juiz.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o juiz não houver comparecido, os presentes poderão
retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser o juiz, e
realizar-se-á em dia útil, entre 10 (dez) e 18 (dezoito) horas, na sede do juízo ou, excepcionalmente,
no local que o juiz designar.
Art. 22. Aberta a audiência o juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o juiz nomeará imediatamente
defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o juiz dará a palavra, sucessivamente, ao
Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu,
pelo prazo de 15 (quinze) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o juiz proferirá imediatamente a sentença.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo juiz, termo que conterá,
em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso,
os despachos e a sentença.
Art. 26. Subscreverão o termo o juiz, o representante do Ministério Público ou o advogado que houver
subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância dos
prazos fixados nesta Lei, o juiz poderá aumentá-los, sempre motivadamente, até o dobro.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo Penal, sempre que
compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta Lei.
Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações previstas
no Código de Processo Penal.
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144° da Independência e 77° da República.
H. CASTELLO BRANCO
Juracy Magalhães
(Publicada no DOU de 13.12.65.)
Art. 19. Utilizar, como prova de propriedade ou de direitos a ela relativos, documento expedido pelo
IBRA para fins cadastrais ou tributários, em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Parágrafo único. Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo,
aumenta-se a pena de sexta parte.
■ As atribuições do IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrária) foram transferidas para o INCRA
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) pelo Decreto-Lei n° 1.110, de 9.7.70.
Art. 20. Invadir, com intenção de ocupá-las, terras da União, dos Estados e dos Municípios:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, com idêntico propósito, invadir terras de órgãos
ou entidades federais, estaduais ou municipais, destinadas à Reforma Agrária.
....................................................................................................................................................................
H. CASTELLO BRANCO
....................................................................................................................................................................
Parágrafo único. Em igual pena incorrerá todo aquele que, de qualquer modo, concorrer para o
crime previsto neste artigo.
■ Artigo e parágrafo único com redação determinada pelo Decreto-Lei n° 56, de 18.11.66.
■ & Lei n 2 4.870, de 1.12.65, dispõe sobre a produção açucareira, a receita do Instituto do Açúcar e
do Alcool e sua aplicação, e dá outras providências; modificou-a o Decreto-Lei n° 308, de 28.2.67.
Sobre a defesa da produção do açúcar, vide Decreto-Lei n2 1.831, de 4.12.39. Vide, também,
Decreto-Lei n 2 5.998, de 18.11.43, que regula a distribuição do álcool de todos os tipos. Vide, também,
quanto ao álcool etílico hidratado carburante, Lei n-2 8.176, de 8.2.91.
Art. 22. Quando se tratar de pessoa jurídica, a responsabilidade penal incidirá sobre o dirigente da
empresa que, de qualquer modo, tenha contribuído para o crime capitulado no artigo anterior.
Art. 32 . O fiscal ou qualquer outro servidor que facilitar, com infração do dever funcional, a prática de
qualquer dos crimes previstos nesta Lei, ficará sujeito à pena cominada no art. 1 2 , acrescida de uma
terça parte, com abertura obrigatória do competente inquérito administrativo.
Art. 4 2 . Compete à Fiscalização do Instituto do Açúcar e do Álcool apurar as infrações aos preceitos
da legislação açucareira e alcooleira, mediante processo administrativo fiscal, que terá por base o auto
de infração.
Art. 5 2 . Verificada a existência de flagrante de delito, o fiscal deverá prender em flagrante o infrator e
conduzi-lo à autoridade policial mais próxima para o devido processamento criminal, nos termos do
art. 301 do Código de Processo Penal.
Parágrafo único. No caso de desacato ou resistência à prisão, o fiscal solicitará o auxílio da
autoridade policial.
Art. 62. Quando, no curso do processo fiscal, as autoridades administrativas tiverem conhecimento de
crime, sob pena de responsabilidade, remeterão ao Ministério Público os elementos comprobatórios
da infração penal, para instauração do processo criminal cabível.
................................................................................................................................................................... .
Art. 15. Revogam-se as disposições em contrário, entrando este Decreto-Lei em vigor na data de sua
publicação.
Brasília, 10 de agosto de 1966; 145 2- da Independência e 78 2 da República.
H. CASTELLO BRANCO
Carlos Medeiros Silva
(Publicado no DOU de 11.8.66.)
Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária
independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos
do ato.
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
839 Decreto-Lei n° 70, de 21.11.66
I. quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo quando praticadas
no exercício regular de administração, mandato, função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem
expressa emitida por quem de direito;
II. quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar;
III. quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a. das pessoas referidas no art. 134, contra aquelas por quem respondem;
b. dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes, preponentes ou emprega-
dores;
c. dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas.
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for
o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada
pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
................................................................................................................................................................... .
Art. 27. A emissão ou o endosso de cédula hipotecária, com infringência deste Decreto-Lei, constitui,
para o emitente ou o endossante, crime de estelionato, sujeitando-o às sanções do art. 171 do Código
Penal.
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
Art. 110. Constitui crime contra a economia popular, punível de acordo com a legislação respectiva, a
ação ou omissão, pessoal ou coletiva, de que decorra a insuficiência das reservas e de sua cobertura,
vinculadas à garantia das obrigações das Sociedades Seguradoras.
■ Sobre crime contra a economia popular, vide Lei n° 1.521, de 26.12.51 (art. 3°, IX).
................................................................................................................................................................... .
Lei n° 5.197, de 3.1.67 840
Art. 121. Provada qualquer infração penal a SUSEP remeterá cópia do processo ao Ministério Público
para fins de direito.
Brasília, 21 de novembro de 1966; 1452 da Independência e 78 2 da República.
H. CASTELLO BRANCO
0 Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 2. Os animais de quaisquer espécies em qualquer fase do seu desenvolvimento e que vivem
naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros
naturais são propriedades do Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça
ou apanha.
§ 1 2 . Se peculiaridades regionais comportarem o exercício da caça, a permissão será estabelecida
em ato regulamentador do Poder Público Federal.
§ 22 . A utilização, perseguição, caça ou apanha de espécies da fauna silvestre em terras de domínio
privado, mesmo quando permitidas na forma do parágrafo anterior, poderão ser igualmente proibidas
pelos respectivos proprietários, assumindo estes a responsabilidade da fiscalização de seus domínios.
Nestas áreas, para a prática do ato de caça é necessário o consentimento expresso ou tácito dos
proprietários, nos termos dos arts. 594, 595, 596, 597 e 598 do Código Civil.
Art. 22 . É proibido o exercício da caça profissional.
Art. 32. É proibido o comércio de espécimes da fauna silvestre e de produtos e objetos que impliquem
a sua caça, perseguição, destruição ou apanha.
§ 1 2 . Excetuam-se os espécimes provenientes de criadouros devidamente legalizados.
§ 22 . Será permitida, mediante licença da autoridade competente, a apanha de ovos, larvas e
filhotes que se destinem aos estabelecimentos acima referidos, bem como a destruição de animais
silvestres considerados nocivos à agricultura ou à saúde pública.
§ 3 2 . O simples desacompanhamento de comprovação de procedência de peles ou outros produtos
de animais silvestres, nos carregamentos de via terrestre, fluvial, marítima ou aérea, que se iniciem ou
transitem pelo País, caracterizará, de imediato, o descumprimento do disposto no caput deste artigo.
■ § 32 acrescentado pela Lei n° 9.111, de 10.10.95.
Art. 42. Nenhuma espécie poderá ser introduzida no País, sem parecer técnico oficial favorável e
li cença expedida na forma da Lei.
Art. 52. ( Revogado pela Lei n° 9.985, de 18.7.00.)
Art. 62. O Poder Público estimulará:
a. a formação e o funcionamento de clubes e sociedades amadoristas de caça e de tiro ao vôo,
objetivando alcançar o espírito associativista para a prática desse esporte;
b. a construção de criadouros destinados à criação de animais silvestres para fins econômicos e
industriais.
Art.72. A utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de espécimes da fauna silvestre, quando
consentidas na forma desta Lei, serão consideradas atos de caça.
841 Lei n2 5.197, de 3.1.67
Art. 82. 0 órgão público federal competente, no prazo de 120 (cento e vinte) dias, publicará e atualizará
anualmente:
a. a relação das espécies cuja utilização, perseguição, caça ou apanha será permitida, indicando
e delimitando as respectivas áreas;
b. a época e o número de dias em que o ato acima será permitido;
c. a quota diária de exemplares cuja utilização, perseguição, caça ou apanha será permitida.
Parágrafo único. Poderão ser, igualmente, objeto de utilização, caça, perseguição ou apanha os
animais domésticos que, por abandono, se tornem selvagens ou feras.
2
Art. 92 . Observado o disposto no art. 8 e satisfeitas as exigências legais, poderão ser capturados e
mantidos em cativeiro espécimes da fauna silvestre.
Art. 10. A utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de espécimes da fauna silvestre são
proibidas:
a. com visgos, atiradeiras, fundas, bodoques, veneno, incêndio ou armadilhas que maltratem a
caça;
b. com armas a bala, a menos de 3 km (três quilômetros) de qualquer via férrea ou rodovia pública;
c. com armas de calibre 22 para animais de porte superior ao tapiti (Sylvilagus brasiliensis);
d. com armadilhas constituídas de armas de fogo;
e. nas zonas urbanas, suburbanas, povoadas e nas estâncias hidrominerais e climáticas;
f. nos estabelecimentos oficiais e açudes do domínio público, bem como nos terrenos adjacentes,
até a distância de 5 km (cinco quilômetros);
g. na faixa de 500 m (quinhentos metros) de cada lado do eixo das vias férreas e rodovias públicas;
h. nas áreas destinadas á proteção da fauna, da flora e das belezas naturais;
i. nos jardins zoológicos, nos parques e jardins públicos;
j. fora do período de permissão de caça, mesmo em propriedades privadas;
/. á noite, exceto em casos especiais no caso de animais nocivos;
in do interior de veículos de qualquer espécie.
Art. 11. Os clubes ou sociedades amadoristas de caça e de tiro ao vôo poderão ser organizados
distintamente ou em conjunto com os de pesca, e s6 funcionarão validamente após a obtenção da
personalidade jurídica, na forma da lei civil e o registro no órgão público federal competente.
Art. 12. As entidades a que se refere o artigo anterior deverão requerer licença especial para seus
associados transitarem com arma de caça e de esporte, para uso em suas sedes, durante o período
defeso e dentro do perímetro determinado.
Art. 13. Para exercício da caça, é obrigatória a licença anual, de caráter específico e de âmbito
regional, expedida pela autoridade competente.
Parágrafo único. A licença para caçar com armas de fogo deverá ser acompanhada do porte de
arma emitido pela Polícia Civil.
Art. 14. Poderá ser concedida a cientistas, pertencentes a instituições científicas, oficiais ou oficializa-
das, ou por estas indicadas, licença especial para a coleta de material destinado a fins científicos, em
qualquer época.
2
§ 1 . Quando se tratar de cientistas estrangeiros, devidamente credenciados pelo país de origem,
deverá o pedido de licença ser aprovado e encaminhado ao órgão público federal competente, por
intermédio de instituição científica oficial do País.
§ 22 . As instituições a que se refere este artigo, para efeito da renovação anual da licença, darão
ciência ao órgão público federal competente das atividades dos cientistas licenciados no ano anterior.
§ 32 . As licenças referidas neste artigo não poderão ser utilizadas para fins comerciais ou esportivos.
§ 42 . Aos cientistas das instituições nacionais que tenham por lei a atribuição de coletar material
zoológico, para fins científicos, serão concedidas licenças permanentes.
Art. 15. 0 Conselho de Fiscalização das Expedições Artísticas e Científicas do Brasil ouvirá o órgão
público federal competente toda vez que, nos processos em julgamento, houver matéria referente à
fauna.
Lei n° 5.197, de 3.1.67 842
Art. 16. Fica instituído o registro das pessoas físicas ou jurídicas que negociem com animais silvestres
e seus produtos.
Art. 17. As pessoas físicas ou jurídicas, de que trata o artigo anterior, são obrigadas à apresentação
de declaração de estoques e valores, sempre que exigida pela autoridade competente.
Parágrafo único. O não-cumprimento do disposto neste artigo, além das penalidades previstas
nesta Lei, obriga o cancelamento do registro.
Art. 18. É proibida a exportação, para o Exterior, de peles e couros de anfíbios e répteis, em bruto.
Art. 19. 0 transporte interestadual e para o Exterior, de animais silvestres, lepidópteros, e outros insetos
e seus produtos, depende de guia de trânsito, fornecida pela autoridade competente.
Parágrafo único. Fica isento dessa exigência o material consignado a Instituições Científicas
Oficiais.
Art. 20. As licenças de caçadores serão concedidas mediante pagamento de uma taxa anual
equivalente a um décimo do salário mínimo mensal.
Parágrafo único. Os turistas pagarão uma taxa equivalente a um salário mínimo mensal e a licença
será válida por 30 (trinta) dias.
Art. 21. 0 registro de pessoas físicas ou jurídicas, a que se refere o art. 16, será feito mediante o
pagamento de uma taxa equivalente a meio salário mínimo mensal.
Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas de que trata este artigo pagarão, a título de licença,
uma taxa anual para as diferentes formas de comércio, até o limite de um salário mínimo mensal.
Art. 22. 0 registro de clubes ou sociedades amadoristas, de que trata o art. 11, será concedido
mediante pagamento de uma taxa equivalente a meio salário mínimo mensal.
Parágrafo único. As licenças de trânsito com arma de caça e de esporte, referidas no art. 12, estarão
sujeitas ao pagamento de uma taxa anual equivalente a um vigésimo do salário mínimo mensal.
Art. 23. Far-se-á, com a cobrança da taxa equivalente a dois décimos do salário mínimo mensal, o
registro dos criadouros.
Art. 24. 0 pagamento das licenças, registros e taxas previstos nesta Lei será recolhido ao Banco do
Brasil S/A em conta especial, a crédito do Fundo Federal Agropecuário, sob o título "Recursos da
Fauna".
Art. 25. A União fiscalizará diretamente pelo órgão executivo específico, do Ministério da Agricultura,
ou em convênio com os Estados e Municípios, a aplicação das normas desta Lei, podendo, para tanto,
criar os serviços indispensáveis.
Parágrafo único. A fiscalização da caça pelos órgãos especializados não exclui a ação da
autoridade policial ou das Forças Armadas por iniciativa própria.
Art. 26. Todos os funcionários, no exercício da fiscalização da caça, são equiparados aos agentes de
segurança pública, sendo-lhes assegurado o porte de armas.
Art. 27. Constitui crime punível com pena de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos a violação do disposto
nos arts. 22 , 32, 17 e 18 desta Lei.
§ 1 2. É considerado crime punível com a pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos a violação do
disposto nos arts. 1 2 e seus parágrafos, 4 2, 8 2 e suas alíneas a, b e c, 10 e suas alíneas a, b, c, d, e, f,
g, h, 1,j, Iem,e14eseu§ desta Lei.
§ 22. Incorre na pena prevista no caput deste artigo quem provocar, pelo uso direto ou indireto de
agrotóxicos ou de qualquer outra substância química, o perecimento de espécimes da fauna ictiológica
existente em rios, lagos, açudes, lagoas, baías ou mar territorial brasileiro.
§ 32 . Incide na pena prevista no § 1 2 deste artigo quem praticar pesca predatória, usando
instrumento proibido, explosivo, erva ou substância química de qualquer natureza.
■ Quanto à pesca com explosivos e substâncias tóxicas, vide Lei n° 7.679, de 23.11.88
§ 42 . (Revogado pela Lei n° 7.679, de 23. 11.88.)
843 Lei n° 5.197, de 3.1.67
§ 52. Quem, de qualquer maneira, concorrer para os crimes previstos no caput e no § 1 2 deste artigo
incidirá nas penas a eles cominadas.
§ 62 . Se o autor da infração considerada crime nesta Lei for estrangeiro, será expulso do País, após
o cumprimento da pena que lhe foi imposta (vetado), devendo a autoridade judiciária ou administrativa
remeter, ao Ministério da Justiça, cópia da decisão cominativa da pena aplicada, no prazo de 30 (trinta)
dias do trânsito em julgado de sua decisão.
■ Artigo e parágrafos com redação determinada pela Lei n° 7.653, de 12.2.88.
Art. 28. Além das contravenções estabelecidas no artigo precedente, subsistem os dispositivos sobre
contravenções e crimes previstos no Código Penal e nas demais leis, com as penalidades neles
contidas.
Art. 29. São circunstâncias que agravam a pena, afora aquelas constantes do Código Penal e da Lei
das Contravenções Penais, as seguintes:
a. cometer a infração em período defeso à caça ou durante a noite;
b. empregar fraude ou abuso de confiança;
c. aproveitar indevidamente licença de autoridade;
d. incidir a infração sobre animais silvestres e seus produtos oriundos de áreas onde a caça é
proibida.
Art. 30. As penalidades incidirão sobre os autores, sejam eles:
a. diretos;
b. arrendatários, parceiros, posseiros, gerentes, administradores, diretores, promitentes compra-
dores ou proprietários das áreas, desde que praticada por prepostos ou subordinados e no
interesse dos proponentes ou dos superiores hierárquicos;
c. autoridades que por ação ou omissão consentirem na prática do ato ilegal, ou que cometerem
abusos do poder.
Parágrafo único. Em caso de ações penais simultâneas pelo mesmo fato, iniciadas por várias
autoridades, o juiz reunirá os processos na jurisdição em que se firmar a competência.
Art. 31. A ação penal independente de queixa, mesmo em se tratando de lesão em propriedade
privada, quando os bens atingidos são animais silvestres e seus produtos, instrumentos de trabalho,
documentos e atos relacionados com a proteção da fauna disciplinada nesta Lei.
Art. 32. São autoridades competentes para instaurar, presidir e proceder a inquéritos policiais, lavrar
autos de prisão em flagrante e intentar a ação penal, nos casos de crimes ou de contravenções
previstas nesta Lei ou em outras leis que tenham por objeto os animais silvestres, seus produtos,
instrumentos e documentos relacionados com os mesmos, as indicadas no Código de Processo Penal.
Art. 33. A autoridade apreenderá os produtos da caça e/ou da pesca bem como os instrumentos
utilizados na infração, e se estes, por sua natureza ou volume, não puderem acompanhar o inquérito,
serão entregues ao depositário público local, se houver, e, na sua falta, ao que for nomeado pelo juiz.
Parágrafo único. Em se tratando de produtos perecíveis, poderão ser os mesmos doados a
instituições científicas, penais, hospitais e/ou casas de caridade mais próximas.
■ Artigo e parágrafo único com redação determinada pela Lei n° 7.653, de 12.2.88.
Art. 34. Os crimes previstos nesta Lei são inafiançáveis e serão apurados mediante processo sumário,
aplicando-se, no que couber, as normas do Título II, Capítulo V, do Código de Processo Penal.
■ Artigo com redação determinada pela Lei n° 7.653, de 12.2.88.
Art. 35. Dentro de 2 (dois) anos a partir da promulgação desta Lei, nenhuma autoridade poderá permitir
a adoção de livros escolares de leitura que não contenham textos sobre a proteção da fauna, aprovados
pelo Conselho Federal de Educação.
§ 1 2 . Os programas de ensino de nível primário e médio deverão contar pelo menos com duas aulas
anuais sobre a matéria a que se refere o presente artigo.
§ 22 . Igualmente os programas de rádio e televisão deverão incluir textos e dispositivos aprovados
Lei n2 5.249, de 9.2.67 844
pelo órgão público federal competente, no limite mínimo de 5 (cinco) minutos semanais, distribuídos
ou não, em diferentes dias.
Art. 36. Fica instituído o Conselho Nacional de Proteção à Fauna, com sede em Brasília, como órgão
consultivo e normativo da política de proteção à fauna do País.
Parágrafo único. O Conselho, diretamente subordinado ao Ministério da Agricultura, terá sua
composição e atribuições estabelecidas por decreto do Poder Executivo.
Art. 37. 0 Poder Executivo regulamentará a presente Lei, no que for julgado necessário à sua exe-
cução.
Art. 38. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogados o Decreto-Lei n 2 5.894, de 20
de outubro de 1943, e demais disposições em contrário.
Brasília, 3 de janeiro de 1967; 146 2 da Independência e 79 2 da República.
H. CASTELLO BRANCO
Severo Fagundes Gomes
(Publicada no DOU de 5.1.67.)
Capítulo I
DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇAO
DO PENSAMENTO E DE INFORMAÇAO
Art. 1 2 . É livre a manifestação do pensamento e a procura, o recebimento e a difusão de informações
ou idéias, por qualquer meio, e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos termos da
lei, pelos abusos que cometer.
§ 1 2 . Não será tolerada a propaganda de guerra, de processos de subversão da ordem política e
social ou de preconceitos de raça ou classe.
§ 2 2 . O disposto neste artigo não se aplica a espetáculos e diversões públicas, que ficarão sujeitos
à censura, na forma da lei, nem na vigência do estado de sítio, quando o Governo poderá exercer a
845 Lei n° 5.250, de 9.2.67
censura sobre os jornais ou periódicos e empresas de radiodifusão e agências noticiosas nas matérias
atinentes aos motivos que o determinaram, como também em relação aos executores daquela medida.
Art. 22 . É livre a publicação e circulação, no território nacional, de livros e de jornais e outros periódicos,
salvo se clandestinos (art. 11) ou quando atentem contra a moral e os bons costumes.
§ 1 2 . A exploração dos serviços de radiodifusão depende de permissão ou concessão federal, na
forma da lei.
§ 2 2 . E li vre a exploração de empresas que tenham por objeto o agenciamento de notícias, desde
que registradas nos termos do art. 8°.
■ Vide Lei n°4.117, de 27.8.62, que instituiu o Código Brasileiro de Telecomunicações, complementada
e modificada pelo Decreto-Lei n° 236, de 28.2.67.
Art. 3 2 . É vedada a propriedade de empresas jornalísticas, sejam políticas ou simplesmente noticiosas,
a estrangeiros e a sociedades por ações ao portador.
§ 1 2 . Nem estrangeiros nem pessoas jurídicas, excetuados os partidos políticos nacionais, poderão
ser sócios ou participar de sociedades proprietárias de empresas jornalísticas, nem exercer sobre elas
qualquer tipo de controle direto ou indireto.
§ 2 2 . A responsabilidade e a orientação intelectual e administrativa das empresas jornalísticas
caberão, exclusivamente, a brasileiros natos, sendo rigorosamente vedada qualquer modalidade de
contrato de assistência técnica com empresas ou organizações estrangeiras, que lhes faculte, sob
qualquer pretexto ou maneira, ter participação direta, indireta ou sub-reptícia, por intermédio de
prepostos ou empregados, na administração e na orientação da empresa jornalística.
§ 3 2 . A sociedade que explorar empresas jornalísticas poderá ter forma civil ou comercial, respei-
tadas as restrições constitucionais e legais relativas à sua propriedade e direção.
§ 4 2 . São empresas jornalísticas, para os fins da presente Lei, aquelas que editarem jornais, revistas
ou outros periódicos. Equiparam-se às empresas jornalísticas, para fins de responsabilidade civil e
penal, aquelas que explorarem serviços de radiodifusão e televisão, agenciamento de notícias e as
empresas cinematográficas.
■ § 42 com redação dada pela Lei n° 7.300, de 27.3.85.
§ 5 2 . Qualquer pessoa que emprestar seu nome ou servir de instrumento para violação do disposto
nos parágrafos anteriores ou que emprestar seu nome para se ocultar o verdadeiro proprietário, sócio,
responsável ou orientador intelectual ou administrativo das empresas jornalísticas, será punida com a
pena de 1 (um) a 3 (três) anos de detenção e multa de dez a cem salários mínimos vigorantes na capital
do País.
■ Vide art. 2 2 da Lei n° 7.209, de 11.7.84, sobre pena de multa.
§ 6 2 . As mesmas penas serão aplicadas àquele em proveito de quem reverter a simulação ou que
a houver determinado ou promovido.
§ 7 Estão excluídas do disposto nos §§ e deste artigo as publicações científicas, técnicas,
culturais e artísticas.
■ Vide arts. 5 2 e 62.
■ Por força do art. 1 2 do Decreto-Lei n 2 207, de 27.2.67, o § 32 do art. 60 passou a constituir, com a
mesma redação, este § 72.
Art. 42 . Caberá exclusivamente a brasileiros natos a responsabilidade e a orientação intelectual e
administrativa dos serviços de notícias, reportagens, comentários, debates e entrevistas, transmitidos
pelas empresas de radiodifusão.
§ 1 2 . É vedado às empresas de radiodifusão manter contratos de assistência técnica com empresas
ou organizações estrangeiras, quer a respeito de administração, quer de orientação, sendo rigorosa-
mente proibido que estas, por qualquer forma ou modalidade, pretexto ou expediente, mantenham ou
nomeiem servidores ou técnicos que, de forma direta ou indireta, tenham intervenção ou conhecimento
da vida administrativa ou da orientação da empresa de radiodifusão.
§ 2 2 . A vedação do parágrafo anterior não alcança a parte estritamente técnica ou artística da
programação e do aparelhamento da empresa.
■ Vide arts. 52 e 6°.
2 2
Obs.: O art. 3 foi parcialmente revogado pela nova redação do art. 222 da CR/88, dada pela EC n 36, de
28.5.2002, que passou a admitir a participação do capital estrangeiro nas empresas de mídia, em até 30%, o que
foi regulamentado pela Lei n° 10.610, de 20.12.2002 (Anexo IV).
Lei n° 5.250, de 9.2.67 846
Art. 59 . As proibições a que se referem o § 2° do art. 3° e o § 1° do art. 4° não se aplicam aos casos
de contrato de assistência técnica, com empresa ou organização estrangeira, não superior a 6 (seis)
meses e exclusivamente referente à fase de instalação e início de funcionamento de equipamento,
máquinas e aparelhamento técnicos.
Art. 64. Depende da prévia aprovação do CONTEL qualquer contrato que uma empresa de radiodifu-
são pretenda fazer com empresa ou organização estrangeira, que possa, de qualquer forma, ferir o
espírito das disposições dos arts. 3° e 4°, sendo também proibidas quaisquer modalidades contratuais
que de maneira direta ou indireta assegurem a empresas ou organizações estrangeiras participação
nos lucros brutos ou líquidos das empresas jornalísticas ou de radiodifusão.
Art. 72. No exercício da liberdade de manifestação do pensamento e de informação não é permitido
o anonimato. Será, no entanto, assegurado e respeitado o sigilo quanto às fontes de origem de
informações recebidas ou recolhidas por jornalistas, radiorrepórteres ou comentaristas.
§ 1°. Todo jornal ou periódico é obrigado a estampar, no seu cabeçalho, o nome do diretor ou
redator-chefe, que deve estar no gozo dos seus direitos civis e políticos, bem como indicar a sede da
administração e do estabelecimento gráfico onde é impresso, sob pena de multa diária de, no máximo,
um salário mínimo da região, nos termos do art. 10.
§ 2°. Ficará sujeito à apreensão pela autoridade policial todo impresso que, por qualquer meio,
circular ou for exibido em público sem estampar o nome do autor e editor, bem como a indicação da
oficina onde foi impresso, sede da mesma e data da impressão.
§ 3°. Os programas de noticiário, reportagens, comentários, debates e entrevistas, nas emissoras
de radiodifusão, deverão enunciar, no princípio e ao final de cada um, o nome do respectivo diretor ou
produtor.
§ 4°. O diretor ou principal responsável do jornal, revista, rádio e televisão manterá em livro próprio
que abrirá e rubricará em todas as folhas, para exibir em juízo, quando para isso for intimado, o registro
dos pseudônimos, seguidos da assinatura dos seus utilizantes, cujos trabalhos sejam ali divulgados.
Capítulo II
DO REGISTRO
Art. 8°. Estão sujeitos a registro no cartório competente do Registro Civil das Pessoas Jurídicas:
I. os jornais e demais publicações periódicas;
II. as oficinas impressoras de quaisquer naturezas, pertencentes a pessoas naturais ou jurídicas;
III. as empresas de radiodifusão que mantenham serviços de notícias, reportagens, comentários,
debates e entrevistas;
IV. as empresas que tenham por objeto o agenciamento de notícias.
■ Vide art. 2° § 2°
Art. 92 . 0 pedido de registro conterá as informações e será instruído com os documentos seguintes:
I. no caso de jornais ou outras publicações periódicas:
a. título do jornal ou periódico, sede da redação, administração e oficinas impressoras, esclare-
cendo, quanto a estas, se são próprias ou de terceiros, e indicando, neste caso, os respectivos
proprietários;
b. nome, idade, residência e prova de nacionalidade do diretor ou redator-chefe;
c. nome, idade, residência e prova de nacionalidade do proprietário;
d. se propriedade de pessoa jurídica, exemplar do respectivo estatuto ou contrato social e nome,
idade, residência e prova da nacionalidade dos diretores, gerentes e sócios da pessoa jurídica
proprietária;
II. no caso de oficinas impressoras:
a. nome, nacionalidade, idade e residência do gerente e do proprietário, se pessoa natural;
b. sede da administração, lugar, rua e número onde funcionam as oficinas e denominação destas;
c. exemplar do contrato ou estatuto social, se pertencentes a pessoa jurídica;
III. no caso de empresas de radiodifusão:
a. designação da emissora, sede da sua admnistração e local das instalações do estúdio;
b. nome, idade, residência e prova de nacionalidade do diretor ou redator-chefe responsável
pelos serviços de notícias, reportagens, comentários, debates e entrevistas;
847 Lei n 2 5.250, de 9.2.67
Capítulo III
DOS ABUSOS NO EXERCICIO
DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO
DO PENSAMENTO E INFORMAÇÃO
Art. 12. Aqueles que, através dos meios de informação e divulgação, praticarem abusos no exercício
da liberdade de manifestação do pensamento e informação ficarão sujeitos às penas desta Lei e
responderão pelos prejuízos que causarem.
Parágrafo único. São meios de informação e divulgação, para os efeitos deste artigo, os jornais e
outras publicações periódicas, os serviços de radiodifusão e os serviços noticiosos.
Art. 13. Constituem crimes na exploração ou utilização dos meios de informação e divulgação os
previstos nos artigos seguintes.
Art. 14. Fazer propaganda de guerra, de processos para subversão da ordem política e social ou de
preconceitos de raça ou classe:
Pena — de 1 (um) a 4 (quatro) anos de detenção.
Art. 15. Publicar ou divulgar:
a. segredo de Estado, notícia ou informação relativa à preparação da defesa interna ou externa
do País, desde que o sigilo seja justificado como necessário, mediante norma ou recomenda-
ção prévia determinando segredo, confidência ou reserva;
b. notícia ou informação sigilosa, de interesse da segurança nacional, desde que exista, igual-
mente, norma ou recomendação prévia determinando segredo, confidência ou reserva:
Pena — de 1 (um) a 4 (quatro) anos de detenção.
Art. 16. Publicar ou divulgar notícias falsas ou fatos verdadeiros truncados ou deturpados, que
provoquem:
I. perturbação da ordem pública ou alarma social;
II. desconfiança no sistema bancário ou abalo de crédito de instituição financeira ou de qualquer
empresa, pessoa física ou jurídica;
III. prejuízo ao crédito da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município;
IV. sensível perturbação na cotação das mercadorias e dos títulos imobiliários no mercado
financeiro:
Pena — de 1 (um) a 6 (seis) meses de detenção quando se tratar do autor do escrito ou transmissão
incriminada, e multa de cinco a dez salários mínimos da região.
■ Sobre pena de multa, vide art. 22 da Lei n 2 7.209, de 11.7.84.
Lei n° 5.250, de 9.2.67 848
Art. 23. As penas cominadas dos arts. 20 a 22 aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é
cometido:
I. contra o Presidente da República, Presidente do Senado, Presidente da Câmara dos Deputa-
dos, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Chefe de Estado ou Governo estrangeiro, ou seus
representantes diplomáticos;
II. contra funcionário púbiico, em razão de suas funções;
III. contra órgão ou autoridade que exerça função de autoridade pública.
■ Nota: O art. 23, III, refere-se a "ou autoridade" quando deveria ser "ou entidade" (cf. art. 21, § 1 2, a).
Art. 24. São puníveis, nos termos dos arts. 20 a 22, a calúnia, difamação e injúria contra a memória
dos mortos.
Art. 25. Se de referências, alusões ou frases se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julgar
ofendido poderá notificar judicialmente o responsável, para que, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
as explique.
§ 1 2 . Se neste prazo o notificado não dá explicação, ou, a critério do juiz, essas não são satisfatórias,
responde pela ofensa.
§ 2 2 . A pedido do notificante, o juiz pode determinar que as explicações dadas sejam publicadas
ou transmitidas, nos termos dos arts. 29 e seguintes.
Art. 26. A retratação ou retificação espontânea, expressa e cabal, feita antes de iniciado o procedi-
mento judicial, excluirá a ação penal contra o responsável pelos crimes previstos nos arts. 20 a 22.
§ 1 2 . A retratação do ofensor, em juízo, reconhecendo, por termo lavrado nos autos, a falsidade da
imputação, o eximirá da pena, desde que pague as custas do processo e promova, se assim o desejar
o ofendido, dentro de 5 (cinco) dias e por sua conta, a divulgação da notícia da retratação.
§ 2 2 . Nos casos deste artigo e do § 1 2 a retratação deve ser feita ou divulgada:
a. no mesmo jornal ou periódico, no mesmo local, com os mesmos caracteres e sob a mesma
epígrafe; ou
b. na mesma estação emissora e no mesmo programa ou horário.
Art. 27. Não constituem abusos no exercício da liberdade de manifestação do pensamento e de
informação:
I. a opinião desfavorável da crítica literária, artística, científica ou desportiva, salvo quando inequí-
voca a intenção de injuriar ou difamar;
II. a reprodução, integral ou resumida, desde que não constitua matéria reservada ou sigilosa,
de relatórios, pareceres, decisões ou atos proferidos pelos órgãos competentes das casas legislativas;
III. noticiar ou comentar, resumida ou amplamente, projetos e atos do Poder Legislativo, bem como
debates e críticas a seu respeito;
IV. a reprodução integral, parcial ou abreviada, a notícia, crônica ou resenha dos debates escritos
ou orais, perante juízes e tribunais, bem como a divulgação de despachos e sentenças e de tudo
quanto for ordenado ou comunicado por autoridades judiciais;
V. a divulgação de articulados, cotas ou alegações produzidas em juízo pelas partes ou seus
procuradores;
VI. a divulgação, a discussão e a crítica de atos e decisões do Poder Executivo e seus agentes,
desde que não se trate de matéria de natureza reservada ou sigilosa;
VII. a crítica às leis e a demonstração de sua inconveniência ou inoportunidade;
VIII. a crítica inspirada pelo interesse público;
IX. a exposição de doutrina ou idéia.
Parágrafo único. Nos casos dos incisos I I a VI deste artigo, a reprodução ou noticiário que contenha
injúria, calúnia, ou difamação deixará de constituir abuso no exercício da liberdade de informação, se
forem fiéis e faltas de modo que não demonstrem má-fé.
Art. 28. 0 escrito publicado em jornais ou periódicos sem indicação de seu autor considera-se
redigido:
I. pelo redator da seção em que é publicado, se o jornal ou periódico mantém seções distintas
sob a responsabilidade de certos e determinados redatores, cujos nomes nelas figuram permanente-
mente;
Lei n° 5.250, de 9.2.67 850
Capítulo IV
DO DIREITO DE RESPOSTA
Art. 29. Toda pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade pública, que for acusado ou ofendido em
publicação feita em jornal ou periódico, ou em transmissão de radiodifusão, ou a cujo respeito os meios
de informação e divulgação veicularem fato inverídico ou errôneo, tem direito a resposta ou retificação.
§ 1 2 . A resposta ou retificação pode ser formulada:
a. pela própria pessoa ou seu representante legal;
b. pelo cônjuge, ascendente, descendente e irmão, se o atingido está ausente do País, se a
divulgação é contra pessoa morta, ou se a pessoa visada faleceu depois da ofensa recebida,
mas antes de decorrido o prazo de decadência do direito de resposta.
§ 22 . A resposta, ou retificação, deve ser formulada por escrito, dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias da data da publicação ou transmissão, sob pena de decadência do direito.
§ 32. Extingue-se ainda o direito de resposta com o exercício de ação penal ou civil contra o jornal,
periódico, emissora ou agência de notícias, com fundamento na publicação ou transmissão incriminada.
Art. 30. 0 direito de resposta consiste:
I. na publicação da resposta ou retificação do ofendido, no mesmo jornal ou periódico, no mesmo
lugar, em caracteres tipográficos idênticos ao escrito que lhe deu causa, e em edição e dia normais;
II. na transmissão da resposta ou retificação escrita do ofendido, na mesma emissora e no mesmo
programa e horário em que foi divulgada a transmissão que lhe deu causa; ou
III. a transmissão da resposta ou da retificação do ofendido, pela agência de notícias, a todos os
meios de informação e divulgação a que foi transmitida a notícia que lhe deu causa.
§ 1 2 . A resposta ou pedido de retificação deve:
a. no caso de jornal ou periódico, ter dimensão igual à do escrito incriminado, garantido o mínimo
de cem linhas;
b. no caso de transmissão por radiodifusão, ocupar tempo igual ao da transmissão incriminada,
podendo durar no mínimo 1 (um) minuto, ainda que aquela tenha sido menor;
c. no caso de agência de notícias, ter dimensão igual à da notícia incriminada.
§ 22. Os limites referidos no parágrafo anterior prevalecerão para cada resposta ou retificação em
separado, não podendo ser acumulados.
§ 32. No caso de jornal, periódico ou agência de notícias, a resposta ou retificação será publicada
ou transmitida gratuitamente, cabendo o custo da resposta ao ofensor ou ao ofendido, conforme
decisão do Poder Judiciário, se o responsável não é o diretor ou redator-chefe do jornal, nem com ele
tenha contrato de trabalho ou se não é gerente ou proprietário da agência de notícias nem com ela,
igualmente, mantenha relação de emprego.
§ 42 . Nas transmissões por radiodifusão, se o responsável pela transmissão incriminada não é o
diretor ou proprietário da empresa permissionária, nem com esta tem contrato de trabalho, de
publicidade ou de produção de programa, o custo da resposta cabe ao ofensor ou ao ofendido,
conforme decisão do Poder Judiciário.
851 Lei n° 5.250, de 9.2.67
§ 59 . Nos casos previstos nos §§ 3 9' e 42 , as empresas têm ação executiva para haver o custo de
publicação ou transmissão da resposta daquele que é julgado responsável.
§ 62 . Ainda que a responsabilidade de ofensa seja de terceiros, a empresa perde o direito de
reembolso, referido no § 5 2 , se não transmite a resposta nos prazos fixados no art. 31.
§ 72 . Os limites máximos da resposta ou retificação, referidos no § 1 2 , podem ser ultrapassados, até
o dobro, desde que o ofendido pague o preço da parte excedente às tarifas normais cobradas pela
empresa que explora o meio de informação ou divulgação.
§ 82 . A publicação ou transmissão da resposta ou retificação, juntamente com comentários em
caráter de réplica, assegura ao ofendido direito a nova resposta.
Art. 31. 0 pedido de resposta ou retificação deve ser atendido:
I. dentro de 24 (vinte e quatro) horas, pelo jornal, emissora de radiodifusão ou agência de
notícias;
H. no primeiro número impresso, no caso de periódico que não seja diário.
§ 1 2 . No caso da emissora de radiodifusão se o programa em que foi feita a transmissão incriminada
não é diário, a emissora respeitará a exigência de publicação no mesmo programa, se constar do
pedido resposta de retificação, e fará transmissão no primeiro programa após o recebimento do pedido.
§ 22 . Se, de acordo com o art. 30, §§ 3 2 e 49 , a empresa é a responsável pelo custo da resposta,
pode condicionar a publicação ou transmissão à prova de que o ofendido a requereu em juízo,
contando-se desta prova os prazos referidos no inciso I e no § 1 2 .
Art. 32. Se o pedido de resposta ou retificação não for atendido nos prazos referidos no art. 31, o
ofendido poderá reclamar judicialmente a sua publicação ou transmissão.
§ 1 9 . Para esse fim, apresentará um exemplar do escrito incriminado, se for o caso, ou descreverá
a transmissão incriminada, bem como o texto da resposta ou retificação, em duas vias datilografadas,
requerendo ao juiz criminal que ordene ao responsável pelo meio de informação e divulgação a
publicação ou transmissão, nos prazos do art. 31.
§ 22 . Tratando-se de emissora de radiodifusão, o ofendido poderá, outrossim, reclamar judicialmen-
te o direito de fazer a retificação ou dar a resposta pessoalmente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas,
contadas da intimação judicial
§ 32 . Recebido o pedido de resposta ou retificação, o juiz, dentro de 24 (vinte e quatro) horas,
mandará citar o responsável pela empresa que explora meio de informação e divulgação para que,
em igual prazo, diga das razões por que não o publicou ou transmitiu.
§ 49'. Nas 24 (vinte e quatro) horas seguintes, o juiz proferirá a sua decisão, tenha o responsável
atendido ou não à intimação.
§ 5 2 . A ordem judicial de publicação ou transmissão será feita sob pena de multa, que poderá ser
aumentada pelo juiz até o dobro:
a. de Cr$ 10.000 (dez mil cruzeiros) por dia de atraso na publicação, nos casos de jornal e
agências de notícias, e no de emissora de radiodifusão, se o programa for diário;
b. equivalente a Cr$ 10.000 (dez mil cruzeiros) por dia de intervalo entre as edições ou programas,
no caso de impresso ou programa não diário.
§ 69 . Tratando-se de emissora de radiodifusão, a sentença do juiz decidirá do responsável pelo
custo da transmissão e fixará o preço desta.
§ 7 9 . Da decisão proferida pelo juiz caberá apelação sem efeito suspensivo.
§ 8°. A recusa ou demora de publicação ou divulgação de resposta, quando couber, constitui crime
autônomo e sujeita o responsável ao dobro da pena cominada à infração.
§ 99 . A resposta cuja divulgação não houver obedecido ao disposto nesta Lei é considerada
inexistente.
Art. 33. Reformada a decisão do juiz em instância superior, a empresa que tiver cumprido a ordem
judicial de publicação ou transmissão da resposta ou retificação terá ação executiva para haver do
autor da resposta o custo de sua publicação, de acordo com a tabela de preços para os seus serviços
de divulgação.
Art. 34. Será negada a publicação ou transmissão da resposta ou retificação:
I. quando não tiver relação com os fatos referidos na publicação ou transmissão a que pretende
responder;
Lei n 2 5.250, de 9.2.67 852
II. quando contiver expressões caluniosas, difamatórias ou injuriosas sobre o jornal, periódico,
emissora ou agência de notícias em que houve a publicação ou transmissão que lhe deu motivos,
assim como sobre os seus responsáveis, ou terceiros;
III. quando versar sobre atos ou publicações oficiais, exceto se a retificação partir de autoridade
pública;
IV. quando se referir a terceiros, em condições que criem para estes igual direito de resposta;
V. quando tiver por objeto critica literária, teatral, artística, científica ou desportiva, salvo se esta
contiver calúnia, difamação ou injúria.
Art. 35. A publicação ou transmissão da resposta ou pedido de retificação não prejudicará as ações
do ofendido para promover a responsabilidade penal e civil.
Art. 36. A resposta do acusado ou ofendido será também transcrita ou divulgada em pelo menos um
dos jornais, periódicos ou veículos de radiodifusão que houverem divulgado a publicação motivadora,
preferentemente o de maior circulação ou expressão. Nesta hipótese, a despesa correrá por conta do
órgão responsável pela publicação original, cobrável por via executiva.
Capítulo V
DA RESPONSABILIDADE PENAL
Seção I
DOS RESPONSAVEIS
Art. 37. São responsáveis pelos crimes cometidos através da imprensa e das emissoras de radiodifu-
são, sucessivamente:
I. o autor do escrito ou transmissão incriminada (art. 28 e § 1 2), sendo pessoa idônea e residente
no País, salvo tratando-se de reprodução feita sem o seu consentimento, caso em que responderá
como seu autor quem a tiver reproduzido;
II. quando o autor estiver ausente do País, ou não tiver idoneidade para responder pelo crime:
a. o diretor ou redator-chefe do jornal ou periódico; ou
b. o diretor ou redator registrado de acordo com o art. 9 2 , inciso Ill, letra b, no caso de programa
de notícias, reportagens, comentários, debates ou entrevistas, transmitidos por emissoras de
radiodifusão;
III. se o responsável, nos termos do inciso anterior, estiver ausente do País ou não tiver idoneidade
para responder pelo crime:
a. o gerente ou proprietário das oficinas impressoras no caso de jornais ou periódicos; ou
b. o diretor ou o proprietário da estação emissora de serviços de radiodifusão;
IV. os distribuidores ou vendedores da publicação ilícita ou clandestina, ou da qual não constar
a indicação do autor, editor, ou oficina onde tiver sido feita a impressão.
§ 1 2 . Se o escrito, a transmissão ou a notícia forem divulgados sem a indicação do seu autor, aquele
que, nos termos do art. 28, §§ 1 2 e 22, for considerado como tal, poderá nomeá-lo, juntando o respectivo
original e a declaração do autor assumindo a responsabilidade.
§ 22 . O disposto neste artigo se aplica:
a. nas empresas de radiodifusão;
b. nas agências noticiosas.
§ 32 . A indicação do autor, nos termos do § 1 2 , não prejudica a responsabilidade do redator de
seção, diretor ou redator-chefe, ou do editor, produtor ou diretor.
§ 42 . Sempre que o responsável gozar de imunidade, a parte ofendida poderá promover a ação
contra o responsável sucessivo, na ordem dos incisos deste artigo.
§ 5 2 . Nos casos de responsabilidade por culpa previstos no art. 37, se a pena máxima privativa da
li berdade for de 1 (um) ano, o juiz poderá aplicar somente a pena pecuniária.
Art. 38. São responsáveis pelos crimes, cometidos no exercício da liberdade de manifestação de
pensamento e de informação através da agência noticiosa, sucessivamente:
I. o autor da notícia transmitida (art. 28, § 2 2 ), sendo pessoa idônea e residente no País;
853 Lei n 2 5.250, de 9.2.67
II. o gerente ou proprietário de agência noticiosa, quando o autor estiver ausente do País ou não
tiver idoneidade para responder pelo crime.
§ 1 2 . O gerente ou proprietário da agência noticiosa poderá nomear o autor da transmissão
incriminada, juntando a declaração deste, assumindo a responsabilidade pela mesma. Neste caso, a
ação prosseguirá contra o autor nomeado, salvo se estiver ausente do País ou for declarado inidôneo
para responder pelo crime.
§ 22 . Aplica-se a este artigo o disposto no § 4 2 do art. 37.
Art. 39. Caberá ao ofendido, caso o deseje, mediante apresentação de documentos ou testemunhas
merecedoras de fé, fazer prova da falta de idoneidade, quer moral, quer financeira, dos responsáveis
pelos crimes previstos nesta Lei, na ordem e nos casos a que se referem os incisos e parágrafos dos
artigos anteriores.
§ 1 2 . Esta prova, que pode ser conduzida perante qualquer juiz criminal, será feita em processo
sumaríssimo, com a intimação dos responsáveis, cuja idoneidade se pretende negar, para em uma
audiência, ou, no máximo, em três, serem os fatos argüidos, provados e contestados.
§ 22 . O juiz decidirá na audiência em que a prova houver sido concluída e de sua decisão cabe
somente recurso sem efeito suspensivo.
§ 3 2 . Declarado inidôneo o primeiro responsável, pode o ofendido exercer a ação penal contra o
que lhe suceder nessa responsabilidade, na ordem dos incisos dos artigos anteriores, caso a respeito
deste novo responsável não se haja alegado ou provado falta de idoneidade.
§ 42 . Aquele que, nos termos do parágrafo anterior, suceder ao responsável, ficará sujeito a um
terço das penas cominadas para o crime. Ficará, entretanto, isento de pena se provar que não
concorreu para o crime com negligência, imperícia ou imprudência.
Seção II
DA AÇÃO PENAL
Art. 40. A ação penal será promovida:
I. nos crimes de que tratam os arts. 20 a 22:
a. pelo Ministério Público, mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do n 2 I do art. 20,
bem como nos casos em que o ofendido for Ministro de Estado;
b. pelo Ministério Público, mediante representação do ofendido, nos casos dos ns. II e III do art.
23;
c. por queixa do ofendido, ou de quem tenha qualidade para representá-lo;
d. pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, indistintamente, quando se tratar de crime
contra a memória de alguém ou contra pessoa que tenha falecido antes da queixa.
II. nos demais crimes por denúncia do Ministério Público.
§ 1 2 . Nos casos do inciso I, alínea c, se o Ministério Público não apresentar denúncia dentro de 10
(dez) dias, o ofendido poderá apresentar queixa.
§ 2 2 . Sob pena de nulidade, é obrigatória a intervenção do Ministério Público, em todos os processos
por abuso de liberdade de imprensa ainda que privados.
§ 3 2 . A queixa pode ser aditada pelo Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias.
■ Redação dada à alínea d pela Lei n 2 6.640, de 8.5.79.
■ O art. 40, I, a, faz remissão ao n 2 I do art. 20, quando deveria aludir ao art. 23, I. O art. 40, § 1 2, faz
remissão à alínea c, quando deveria referir-se à b.
Art. 41. A prescrição da ação penal, nos crimes definidos nesta Lei, ocorrerá 2 (dois) anos após a data
da publicação ou transmissão incriminada, e a condenação, no dobro do prazo em que for fixada.
§ 1 2 . 0 direito de queixa ou de representação prescreverá, se não for exercido dentro de 3 (três)
meses da data da publicação ou transmissão.
§ 2 2 . O prazo referido no parágrafo anterior será interrompido:
a. pelo requerimento judicial de publicação de resposta ou pedido de retificação, e até que este
seja indeferido ou efetivamente atendido;
b. pelo pedido judicial de declaração de inidoneidade do responsável, até o seu julgamento.
§ 3 2 . No caso de periódicos que não indiquem data, o prazo referido neste artigo começará a correr
do último dia do mês ou outro período a que corresponder a publicação.
2
Lei n 5.250, de 9.2.67 854
Seção III
DO PROCESSO PENAL
Art. 42. Lugar do delito, para a determinação da competência territorial, será aquele em que for
impresso o jornal ou periódico, e o do local do estúdio do permissionário ou concessionário do serviço
de radiodifusão, bem como o da administração principal da agência noticiosa.
Parágrafo único. Aplica-se aos crimes de imprensa o disposto no art. 85 do Código de Processo
Penal.
Art. 43. A denúncia ou queixa será instruída com exemplar do jornal ou periódico e obedecerá ao
disposto no art. 41 do Código de Processo Penal, contendo a indicação das provas que o autor
pretendia produzir. Se a infração penal tiver sido praticada através de radiodifusão, a denúncia ou
queixa será instruída com a notificação de que trata o art. 57.
§ 1 2. Ao despachar a denúncia ou queixa, o juiz determinará a citação do réu para que apresente
defesa prévia no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 22. Não sendo o réu encontrado, será citado por edital com o prazo de 15 (quinze) dias. Decorrido
esse prazo e o qüinqüídio para a defesa prévia, sem que o réu haja contestado a denúncia ou queixa,
o juiz o declarará revel e lhe nomeará defensor dativo, a quem se dará vista dos autos para oferecer
defesa prévia.
§ 32. Na defesa prévia, devem ser argüidas as preliminares cabíveis, bem como a exceção da
verdade, apresentando-se, igualmente, a indicação das provas a serem produzidas.
§ 42. Nos processos por ação penal privada, será ouvido a seguir o Ministério Público.
Art. 44. 0 juiz pode receber ou rejeitar a denúncia ou queixa, após a defesa prévia e, nos crimes de
ação penal privada, em seguida à promoção do Ministério Público.
§ 1 2. A denúncia ou queixa será rejeitada quando não houver justa causa para a ação penal, bem
como nos casos previstos no art. 43 do Código de Processo Penal.
§ 22. Contra a decisão que rejeitar a denúncia ou queixa cabe recurso de apelação e, contra a que
recebê-la, recurso em sentido estrito sem suspensão do curso do processo.
Art. 45. Recebida a denúncia, o juiz designará data para a apresentação do réu em juízo e marcará,
desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, observados os seguintes preceitos:
I. se o réu não comparecer para a qualificação, o juiz considerá-lo-á revel e lhe nomeará defensor
dativo. Se o réu comparecer e não tiver advogado constituído nos autos, o juiz poderá nomear-lhe
defensor. Em um e outro caso, bastará a presença do advogado ou defensor do réu, nos autos da
instrução;
II. na audiência serão ouvidas as testemunhas de acusação e, em seguida, as de defesa,
marcando-se novas audiências, se necessário, em prazo nunca inferior a 8 (oito) dias;
III. poderá o réu requerer ao juiz que seja interrogado, devendo, nesse caso, ser ele ouvido antes
de inquiridas as testemunhas;
IV. encerrada a instrução, autor e réu terão, sucessivamente, o prazo de 3 (três) dias para
oferecerem alegações escritas.
Parágrafo único. Se o réu não tiver apresentado defesa prévia, apesar de citado, o juizo considerará
revel e lhe dará defensor dativo, a quem se abrirá o prazo de 5 (cinco) dias para contestar a denúncia
ou queixa.
Art. 46. Demonstrada a necessidade de certidões de repartições públicas ou autárquicas, e a de
quaisquer exames, o juiz requisitará aquelas e determinará estes, mediante fixação de prazos para o
cumprimento das respectivas diligências.
§ 1 2. Se dentro do prazo não for atendida, sem motivo justo, a requisição do juiz, imporá este a multa
de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) a Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) ao funcionário responsável e suspenderá
a marcha do processo até que em novo prazo seja fornecida a certidão ou se efetue a diligência. Aos
responsáveis pela não-realização desta última, será aplicada a multa de Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) a
Cr$ 100,00 (cem cruzeiros). A aplicação das multas acima referidas não exclui a responsabilidade por
crime funcional.
§ 2 2 . (Vetado.)
§ 3 2 . A requisição de certidões e determinação de exames ou diligências serão feitas no despacho
de recebimento da denúncia ou queixa.
855 Lei n° 5.250, de 9.2.67
Art. 47. Caberá apelação, com efeito suspensivo, contra a sentença que condenar ou absolver o réu.
Art. 48. Em tudo o que não é regulado por norma especial desta Lei, o Código Penal e o Código de
Processo Penal se aplicam à responsabilidade penal, à ação penal e ao processo e julgamento dos
crimes de que trata esta Lei.
................................................................................................................................................................... .
Capítulo VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 58. As empresas permissionárias ou concessionárias de serviços de radiodifusão deverão
conservar em seus arquivos, pelo prazo de 60 (sessenta) dias, e devidamente autenticados, os textos
dos seus programas, inclusive noticiosos.
§ 1 2 . Os programas de debates, entrevistas ou outros, que não correspondam a textos previamente
escritos, deverão ser gravados e conservados pelo prazo, a contar da data da transmissão, de 20
(vinte) dias, no caso de permissionária ou concessionária de emissora de até 1 kw (um quilowatt), e
de 30 (trinta) dias, nos demais casos.
§ 22 . O disposto no parágrafo anterior aplica-se às transmissões compulsoriamente estatuídas em lei.
§ 3 2 . Dentro dos prazos referidos neste artigo, o Ministério Público ou qualquer interessado poderá
notificar a permissionária ou concessionária, judicial ou extrajudicialmente, para não destruir os textos
ou gravações do programa que especificar. Neste caso, sua destruição dependerá de prévia autori-
zação do juiz da ação que vier a ser proposta, ou, caso esta não seja proposta nos prazos de
decadência estabelecidos na lei, pelo juiz criminal a que a permissionária ou concessionária pedir
autorização.
Art. 59. As permissionárias e concessionárias de serviços de radiodifusão continuam sujeitas às
penalidades previstas na legislação especial sobre a matéria.
Art. 60. Têm livre entrada no Brasil os jornais, periódicos, livros e outros quaisquer impressos que se
publicarem no estrangeiro.
§ 1 2 . O disposto neste artigo não se aplica aos impressos que contiverem algumas das infrações
previstas nos arts. 15 e 16, os quais poderão ter a sua entrada proibida no País, por período de até 2
(dois) anos, mediante portaria do juiz de direito ou do Ministro da Justiça e Negócios Interiores,
aplicando-se neste caso os parágrafos do art. 63.
§ 22 . Aquele que vender, expuser á venda ou distribuir jornais, periódicos, livros ou impressos cuja
entrada no País tenha sido proibida na forma do parágrafo anterior, além da perda dos mesmos,
incorrerá em multa de até Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) por exemplar apreendido, a qual será imposta pelo
juiz competente, à vista do auto de apreensão. Antes da decisão, ouvirá o juiz o acusado, no prazo de
48 (quarenta e oito) horas.
■ O § 32 foi revogado pelo art. 2° do Decreto-Lei n°207/67.
Art. 61. Estão sujeitos à apreensão os impressos que:
I. contiverem propaganda de guerra ou de preconceitos de raça ou de classe, bem como os que
promoverem incitamento à subversão da ordem política e social;
II. ofenderem a moral pública e os bons costumes.
§ 1 2 . A apreensão prevista neste artigo será feita por ordem judicial, a pedido do Ministério Público,
que o fundamentará e o instruirá com a representação da autoridade, se houver, e o exemplar do
impresso incriminado.
§ 2 O juiz ouvirá, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas, o responsável pela publicação ou
distribuição do impresso, remetendo-lhe cópia do pedido ou representação.
§ 32 . Findo esse prazo, com a resposta ou sem ela, serão os autos conclusos e, dentro de 24 (vinte
e quatro) horas, o juiz proferirá sentença.
§ 42 . No caso de deferimento de pedido, será expedido um mandado e remetido à autoridade
policial competente, para sua execução.
§ 52. Da sentença caberá apelação que será recebida somente no efeito devolutivo.
§ 62 . Nos casos de impressos que ofendam a moral e os bons costumes, poderão os juízes de
menores, de ofício ou mediante provocação do Ministério Público, determinar a sua apreensão imediata
para impedir sua circulação.
■ §§ 3° e 5° com redação determinada pela Lei n°6.071, de 3.7.74.
Lei n° 5.250, de 9.2.67 856
Art. 62. No caso de reincidência da infração prevista no art. 61, inciso II, praticada pelo mesmo jornal
ou periódico, pela mesma empresa, ou por periódicos ou empresas diferentes, mas que tenham o
mesmo diretor responsável, o juiz, além da apreensão regulada no art. 61, poderá determinar a
suspensão da impressão, circulação ou distribuição do jornal ou periódico.
§ 1°. A ordem de suspensão será submetida ao juiz competente, dentro de 48 (quarenta e oito)
horas, com justificação da medida.
§ 2°. Não sendo cumprida pelo responsável a suspensão determinada pelo juiz, este adotará as
medidas necessárias à observância da ordem, inclusive mediante a apreensão sucessiva das suas
edições posteriores, consideradas, para efeitos legais, como clandestinas.
§ 3°. Se houver recurso e este for provido, será levantada a ordem de suspensão e sustada a
aplicação das medidas adotadas para assegurá-la.
§ 4°. Transitada em julgado a sentença, serão observadas as seguintes normas:
a. reconhecendo a sentença final a ocorrência dos fatos que justificam a suspensão, serão
extintos os registros da marca comercial e de denominação da empresa editora e do jornal ou
periódico em questão, bem como os registros a que se refere o art. 9° desta Lei, mediante
mandado de cancelamento expedido pelo juiz da execução;
b. não reconhecendo a sentença final os fatos que justificam a suspensão, a medida será levantada,
ficando a União ou o Estado obrigado à reparação das perdas e danos, apurados em ação
própria.
Art. 63. Nos casos dos incisos I e II do art. 61, quando a situação reclamar urgência, a apreensão
poderá ser determinada, independentemente de mandado judicial, pelo Ministro da Justiça e Negócios
Interiores.
■ Os §§ 1 g a 4° deste artigo foram revogados pelo art. 2° do Decreto-Lei n° 510/69.
Art. 64. Poderá a autoridade judicial competente, dependendo da natureza do exemplar apreendido,
determinar a sua destruição.
Art. 65. As empresas estrangeiras autorizadas a funcionar no País não poderão distribuir notícias
nacionais em qualquer parte do território brasileiro, sob pena de cancelamento da autorização por ato
do Ministro da Justiça e Negócios Interiores.
Art. 66. 0 jornalista profissional não poderá ser detido nem recolhido preso antes da sentença
transitada em julgado; em qualquer caso, somente em sala decente, arejada e onde encontre todas
as comodidades.
Parágrafo único. A pena de prisão de jornalistas será cumprida em estabelecimento distinto dos
que são destinados a réus de crime comum e sem sujeição a qualquer regime penitenciário ou
carcerário.
Art. 67. A responsabilidade penal e civil não exclui a estabelecida em outras leis, assim como a de
natureza administrativa, a que estão sujeitas as empresas de radiodifusão, segundo a legislação
própria.
Art. 68. A sentença condenatória nos processos de injúria, calúnia ou difamação será gratuitamente
publicada, se a parte o requerer, na mesma seção do jornal ou periódico em que apareceu o escrito
de que se originou a ação penal, ou em se tratando de crime praticado por meio do rádio ou televisão,
transmitida, também gratuitamente, no mesmo programa e horário em que se deu a transmissão
impugnada.
§ 1°. Se o jornal ou periódico ou a estação transmissora não cumprir a determinação judicial,
incorrerá na pena de multa de um a dois salários mínimos da região, por edição ou programa em que
se verificar a omissão.
§ 2°. No caso de absolvição, o querelado terá o direito de fazer, a custa do querelante, a divulgação
da sentença, em jornal ou estação difusora que escolher.
Art. 69. Na interpretação e aplicação desta Lei, o juiz, na fixação do dolo e da culpa, levará em conta
as circunstâncias especiais em que foram obtidas as informações dadas como infringentes da norma
penal.
Art. 70. Os jornais e outros periódicos são obrigados a enviar, no prazo de 5 (cinco) dias, exemplares
de suas edições à Biblioteca Nacional e à oficial dos Estados, Territórios e Distrito Federal. As
bibliotecas ficam obrigadas a conservar os exemplares que receberem.
857 Decreto-Lei n° 157, de 10.2.67
Art. 71. Nenhum jornalista ou radialista, ou, em geral, as pessoas referidas no art. 25, poderão ser
compelidos ou coagidos a indicar o nome de seu informante ou a fonte de suas informações, não
podendo seu silêncio, a respeito, sofrer qualquer sanção, direta ou indireta, nem qualquer espécie de
penalidade.
Art. 72. A execução de pena não superior a 3 (três) anos de detenção pode ser suspensa por 2 (dois)
a 4 (quatro) anos, desde que:
I. o sentenciado não haja sofrido, no Brasil, condenação por outro crime de imprensa;
II. os antecedentes e a personalidade do sentenciado, os motivos e circunstâncias do crime
autorizem a presunção de que não tornará a delinqüir.
Art. 73. Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime de abuso no exercício da
li berdade de manifestação do pensamento e informação, depois de transitar em julgado a sentença
que, no País, o tenha condenado por crime da mesma natureza.
Art. 74. (Vetado.)
Art. 75. A publicação da sentença cível ou criminal, transitada em julgado, na íntegra, será decretada
pela autoridade competente, a pedido da parte prejudicada, em jornal, periódico ou através de órgão
de radiodifusão de real circulação ou expressão, às expensas da parte vencida ou condenada.
Parágrafo único. Aplica-se a disposição contida neste artigo em relação aos termos do ato judicial
que tenha homologado a retratação do ofensor, sem prejuízo do disposto no § 2 2 , letras a e b, do art.
26.
Art. 76. Em qualquer hipótese de procedimento judicial instaurado por violação dos preceitos desta
Lei, a responsabilidade do pagamento das custas processuais e honorários de advogado será da
empresa.
Art. 77. Esta Lei entrará em vigor a 14 de março de 1967, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 9 de fevereiro de 1967; 146 2 da Independência e 79° da República.
H. CASTELLO BRANCO
Carlos Medeiros Silva
(Publicada no DOU de 10.2.67.)
................................................................................................................................................................... .
Art. 18. Nos casos de que trata a Lei n° 4.729, de 14 de julho de 1965, também se extinguirá a
punibilidade dos crimes nela previstos se, mesmo iniciada a ação fiscal, o agente promover o
recolhimento dos tributos e multas devidos, de acordo com as disposições do Decreto-Lei n 2 62, de
21 de novembro de 1966, ou deste Decreto-Lei, ou, não estando julgado o respectivo processo,
depositar, nos prazos fixados, na repartição competente, em dinheiro ou em Obrigações Reajustáveis
do Tesouro, as importâncias nele consideradas devidas, para liquidação do débito após o julgamento
da autoridade da primeira instância.
§ 1 2 . O contribuinte que requerer, até 15 de março de 1967, à repartição competente retificação de
sua situação tributária, antes do início da ação fiscal, indicando as faltas cometidas, ficará isento de
responsabilidade pelo crime de sonegação fiscal, em relação às faltas indicadas, sem prejuízo do
pagamento dos tributos e multas que venham a ser considerados devidos.
§ 22 . Extingue-se a punibilidade quando a imputação penal de natureza diversa da Lei n 2 4.729, de
14 de julho de 1965, decorra de ter o agente elidido o pagamento de tributo, desde que ainda não
tenha sido iniciada a ação penal, se o montante do tributo e multas for pago ou depositado na forma
deste artigo.
Decreto-Lei n 2 167, de 14.2.67 858
................................................................................................................................................................... .
Art. 21. São abrangidos pela hipoteca constituída as construções, respectivos terrenos, maquinismos,
instalações e benfeitorias.
Parágrafo único. Pratica crime de estelionato e fica sujeito às penas do art. 171 do Código Penal
aquele que fizer declarações falsas ou inexatas acerca da área dos imóveis hipotecados, de suas
características, instalações e acessórios, da pacificidade de sua posse, ou omitir, na cédula, a
declaração de já estarem eles sujeitos a outros õnus ou responsabilidade de qualquer espécie,
inclusive fiscais.
................................................................................................................................................................... .
Art. 46. Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril, quando
efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser utilizada também,
como título de crédito, a duplicata rural, nos termos deste Decreto-Lei.
................................................................................................................................................................... .
Art. 54. Incorrerá na pena de reclusão por 1 (um) a 4 (quatro) anos, além da multa de 10% (dez por
cento) sobre o respectivo montante, o que expedir duplicata rural que não corresponda a uma venda
efetiva de quaisquer dos bens a que se refere o art. 46, entregues real ou simbolicamente.
................................................................................................................................................................... .
O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o § 2 2 do art. 92 do Ato Institucional
n2 4, de 7 de dezembro de 1966, decreta:
Art. 1 2. São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipais, sujeitos ao julgamento do Poder
Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
I. Apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio.
O. Utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio ou alheio, de bens, rendas ou serviços públicos.
III. Desviar, ou aplicar indevidamente, rendas ou verbas públicas.
859 Decreto-Lei n° 201, de 27.2.67
I. Antes de receber a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para apresentar defesa
prévia, no prazo de 5 (cinco) dias. Se o acusado não for encontrado para a notificação, ser-lhe-á
nomeado defensor, a quem caberá apresentar a defesa, dentro do mesmo prazo.
II. Ao receber a denúncia, o juiz manifestar-se-á, obrigatória e motivadamente, sobre a prisão
preventiva do acusado, nos casos dos itens I e II do artigo anterior, e sobre o seu afastamento do
exercício do cargo durante a instrução criminal, em todos os casos.
III. Do despacho, concessivo ou denegatório, de prisão preventiva, ou de afastamento do cargo
do acusado, caberá recurso, em sentido estrito, para o Tribunal competente, no prazo de 5 (cinco)
dias, em autos apartados. O recurso do despacho que decretar a prisão preventiva ou o afastamento
do cargo terá efeito suspensivo.
§ 1 2. Os órgãos federais, estaduais ou municipais, interessados na apuração da responsabilidade
do Prefeito, podem requerer a abertura de inquérito policial ou a instauração da ação penal pelo
Ministério Público, bem como intervir, em qualquer fase do processo, como assistente da acusação.
§ 22. Se as providências para a abertura do inquérito policial ou instauração da ação penal não
forem atendidas pela autoridade policial ou pelo Ministério Público estadual, poderão ser requeridas
ao Procurador-Geral da República.
Art. 32. O Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir o Prefeito, fica sujeito ao mesmo processo do
substituído, ainda que tenha cessado a substituição.
Art. 4 2. São infrações político-administrativas dos Prefeitos Municipais sujeitas ao julgamento pela
Câmara dos Vereadores e sancionadas com a cassação do mandato:
I. Impedir o funcionamento regular da Câmara.
II. Impedir o exame de livros, folhas de pagamento e demais documentos que devam constar dos
arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de obras e serviços municipais, por comissão de
investigação da Câmara ou auditoria, regularmente instituída.
III. Desatender, sem motivo justo, as convocações ou os pedidos de informações da Câmara,
quando feitos a tempo e em forma regular.
IV. Retardar a publicação ou deixar de publicar as leis e atos sujeitos a essa formalidade.
V. Deixar de apresentar à Câmara, no devido tempo, e em forma regular, a proposta orçamentária.
VI. Descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro.
VII. Praticar, contra expressa disposição de lei, ato de sua competência ou omitir-se na sua prática.
VIII. Omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município,
sujeitos à administração da Prefeitura.
IX. Ausentar-se do Município, por tempo superior ao permitido em lei, ou afastar-se da Prefeitura,
sem autorização da Câmara dos Vereadores.
X. Proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do cargo.
Art. 5 2 . 0 processo de cassação do mandato do Prefeito pela Câmara, por infrações definidas no artigo
anterior, obedecerá ao seguinte rito, se outro não for estabelecido pela legislação do Estado respectivo:
I. A denúncia escrita da infração poderá ser feita por qualquer eleitor, com a exposição dos fatos
e a indicação das provas. Se o denunciante for Vereador, ficará impedido de votar sobre a denúncia
e de integrar a Comissão processante, podendo, todavia, praticar todos os atos de acusação. Se o
denunciante for o Presidente da Câmara, passará a Presidência ao substituto legal, para os atos do
processo, e só votará se necessário para completar o quorum de julgamento. Será convocado o
suplente do Vereador impedido de votar, o qual não poderá integrar a Comissão processante.
II. De posse da denúncia, o Presidente da Câmara, na primeira sessão, determinará sua leitura
e consultará a Câmara sobre o seu recebimento. Decidido o recebimento, pelo voto da maioria dos
presentes, na mesma sessão será constituída a Comissão processante, com três Vereadores sorteados
entre os desimpedidos, os quais elegerão, desde logo, o Presidente e o Relator.
III. Recebendo o processo, o Presidente da Comissão iniciará os trabalhos, dentro em 5 (cinco)
dias, notificando o denunciado, com a remessa de cópia da denúncia e documentos que a instruírem,
para que, no prazo de 10 (dez) dias, apresente defesa prévia, por escrito, indique as provas que
pretender produzir e arrole testemunhas, até o máximo de dez. Se estiver ausente do Município, a
notificação far-se-á por edital, publicado duas vezes, no órgão oficial, com intervalo de 3 (três) dias,
pelo menos, contado o prazo da primeira publicação. Decorrido o prazo de defesa, a Comissão
processante emitirá parecer dentro em 5 (cinco) dias, opinando pelo prosseguimento ou arquivamento
861 Decreto-Lei n° 201, de 27.2.67
da denúncia, o qual, neste caso, será submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo prossegui-
mento, o Presidente designará, desde logo, o início da instrução, e determinará os atos, diligências e
audiências que se fizerem necessários, para o depoimento do denunciado e inquirição das testemu-
nhas.
IV.O denunciado deverá ser intimado de todos os atos do processo, pessoalmente, ou na pessoa
de seu procurador, com a antecedência, pelo menos, de 24 (vinte e quatro) horas, sendo-lhe permitido
assistir às diligências e audiências, bem como formular perguntas e reperguntas às testemunhas e
requerer o que for de interesse da defesa.
V. Concluída a instrução, será aberta vista do processo ao denunciado, para razões escritas, no
prazo de 5 (cinco) dias, e, após, a Comissão processante emitirá parecer final, pela procedência ou
improcedência da acusação, e solicitará ao Presidente da Câmara a convocação de sessão para
julgamento. Na sessão de julgamento, o processo será lido, integralmente, e, a seguir, os Vereadores
que o desejarem poderão manifestar-se verbalmente, pelo tempo máximo de 15 (quinze) minutos cada
um, e, ao final, o denunciado, ou seu procurador, terá o prazo máximo de 2 (duas) horas, para produzir
sua defesa oral.
VI. Concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações nominais quantas forem as infrações
articuladas na denúncia. Considerar-se-á afastado, definitivamente, do cargo, o denunciado que for
declarado, pelo voto de dois terços, pelo menos, dos membros da Câmara, incurso em qualquer das
infrações especificadas na denúncia. Concluído o julgamento, o Presidente da Câmara proclamará
imediatamente o resultado e fará lavrar ata que consigne a votação nominal sobre cada infração, e, se
houver condenação, expedirá o competente decreto legislativo de cassação do mandato de Prefeito.
Se o resultado da votação for absolutório, o Presidente determinará o arquivamento do processo. Em
qualquer dos casos, o Presidente da Câmara comunicará à Justiça Eleitoral o resultado.
VII.O processo, a que se refere este artigo, deverá estar concluído dentro em 90 (noventa) dias,
contados da data em que efetivar a notificação do acusado. Transcorrido o prazo sem o julgamento,
o processo será arquivado, sem prejuízo de nova denúncia ainda que sobre os mesmos fatos.
Art. 62 . Extingue-se o mandato de Prefeito, e, assim, deve ser declarado pelo Presidente da Câmara
de Vereadores, quando:
I. Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos ou condenação por
crime funcional ou eleitoral.
II. Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Camara, dentro do prazo estabelecido
em lei.
III.Incidir nos impedimentos para o exercício do cargo, estabelecidos em lei, e não se desincom-
patibilizar até a posse, e, nos casos supervenientes, no prazo que a lei ou a Câmara fixar.
Parágrafo único. A extinção do mandato independe de deliberação do plenário e se tornará efetiva
desde a declaração do fato ou ato extintivo pelo Presidente e sua inserção em ata.
Art. 72. A Câmara poderá cassar o mandato de Vereador, quando:
I. Utilizar-se do mandato para a prática de atos de corrupção ou de improbidade administrativa.
II. Fixar residência fora do Município.
III.Proceder de modo incompatível com a dignidade da Câmara ou faltar com o decoro na sua
conduta pública.
§ 1 2 . O processo de cassação de mandato de Vereador é, no que couber, o estabelecido no art. 5 2
deste Decreto-Lei.
§ 2 2 . ( Revogado pela Lei n° 9.504, de 30.9.97.)
Art. 82 . Extingue-se o mandato do Vereador e assim será declarado pelo Presidente da Câmara,
quando:
I. Ocorrer falecimento, renúncia por escrito, cassação dos direitos políticos ou condenação por
crime funcional ou eleitoral.
II. Deixar de tomar posse, sem motivo justo aceito pela Câmara, dentro do prazo estabelecido
em lei.
III.Deixar de comparecer, em cada sessão legislativa anual, à terça parte das sessões ordinárias
da Câmara Municipal, salvo por motivo de doença comprovada, licença ou missão autorizada pela
edilidade, ou, ainda, deixar de comparecer a cinco sessões extraordinárias convocadas pelo Prefeito,
por escrito e mediante recibo de recebimento, para apreciação de matéria urgente, assegurada ampla
defesa, em ambos os casos.
Decreto-Lei n° 211, de 27.2.67 862
IV. Incidir nos impedimentos para o exercício do mandato, estabelecidos em lei e não se
desincompatibilizar até a posse, e, nos casos supervenientes, no prazo fixado em lei ou pela Câmara.
§ 1 2 . Ocorrido e comprovado o ato ou fato extintivo, o Presidente da Câmara, na primeira sessão,
comunicará ao plenário e fará constar da ata a declaração da extinção do mandato e convocará
imediatamente o respectivo suplente.
§ 2°. Se o Presidente da Câmara omitir-se nas providências do parágrafo anterior, o suplente do
Vereador ou o Prefeito Municipal poderá requerer a declaração de extinção do mandato, por via judicial,
e, se procedente, o juiz condenará o Presidente omisso nas custas do processo e honorários de
advogado que fixará de plano, importando a decisão judicial na destituição automática do cargo da
Mesa e no impedimento para nova investidura durante toda a legislatura.
§ 32 . O disposto no item III não se aplicará às sessões extraordinárias que forem convocadas pelo
Prefeito, durante os períodos de recesso das Câmaras Municipais.
■ Inciso 111 com redação dada pela Lei n- 6.793, de 11.6.80; § 3° acrescentado pela Lei n 2 5.659, de
8.6.71.
n°s
Art. 92. O presente Decreto-Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as Leis 211,
de 7 de janeiro de 1948, e 3.528, de 3 de janeiro de 1959, e demais disposições em contrário.
Brasília, 27 de fevereiro de 1967; 146° da Independência e 79° da República.
H. CASTELLO BRANCO
Carlos Medeiros Silva
Capítulo I
DA PESCA
■ Vide Lei n2 9.605, de 12.2.98, Capítulo V, Seção I — Dos Crimes Contra a Fauna. Vide, também, Lei
n° 5.197, de 3.1.67— Código de Caça —, alterada pela Lei n- 7.653/88, que igualmente dispõe sobre
pesca. Vide, ainda, Lei n° 7.643, de 18.12.87, que proíbe a pesca de cetáceo e institui crime, e Lei n2
7.679, de 23.11.88, que estabelece crime para a pesca com explosivo e substâncias tóxicas.
Art. 1 2 . Para os efeitos deste Decreto-Lei define-se por pesca todo ato tendente a capturar ou extrair
elementos animais ou vegetais que tenham na água seu normal ou mais freqüente meio de vida.
Art. 22. A pesca pode efetuar-se com fins comerciais, desportivos ou científicos.
§ 1 2 . Pesca comercial é a que tem por finalidade realizar atos de comércio na forma da legislação
em vigor.
§ 2 2 . Pesca desportiva é a que se pratica com linha de mão, por meio de aparelhos de mergulho
ou quaisquer outros permitidos pela autoridade competente, e que em nenhuma hipótese venha a
importar em atividade comercial.
§ 3 2 . Pesca científica é a exercida unicamente com fins de pesquisas por instituições ou pessoas
devidamente habilitadas para esse fim.
Art. 32. São de domínio público todos os animais e vegetais que se encontrem nas águas dominiais.
Art. 42. Os efeitos deste Decreto-Lei, de seus regulamentos, decretos e portarias dele decorrentes, se
estendem especialmente:
a. às águas interiores do Brasil;
b. ao mar territorial brasileiro;
c. As zonas de alto-mar, em conformidade com as disposições dos tratados e convenções
internacionais ratificadas pelo Brasil;
2
d. à zona contígua, conforme o estabelecido no Decreto-Lei n 44, de 18 de novembro de 1966;
e. à plataforma submarina, conforme o estabelecido no Decreto n° 28.840, de 8 de novembro de
1950, e até a profundidade que esteja de acordo com os tratados e convenções internacionais
ratificados pelo Brasil.
Decreto-Lei n 2 221, de 28.2.67 864
Capítulo VI
DAS INFRAÇÕES E DAS PENAS
....................................................................................................................................................................
Art. 57. As infrações ao art. 35, alíneas c e d, serão punidas com a multa de 1 (um) a 2 (dois) salários
mínimos mensais vigentes na Capital da República.
................................................................................................................................................................... .
Art. 61. As infrações ao art. 35, letras c e d, constituem crime e serão punidas nos termos da legislação
penal vigente.
■ Artigo com redação determinada pela Lei n° 6.276, de 1.12.75.
Art. 62. Os autores de infrações penais, cometidas no exercício da pesca ou que com esta se
relacionem, serão processados e julgados de acordo com os preceitos da legislação penal vigente.
Art. 63. Os infratores presos em flagrante, que resistirem violentamente, serão punidos em conformi-
dade com o art. 329 do Código Penal.
Art. 64.Os infratores das disposições deste Capítulo, quando cometerem nova reincidência, terão suas
matrículas ou licenças cassadas, mediante regular processo administrativo, facultada a defesa prevista
nos arts. 68 e seguintes deste Decreto-Lei.
Parágrafo único. Cassada a licença ou matrícula, nos termos deste artigo, a nova reincidência
implicará a autuação e punição do infrator de acordo com o art. 9 2 e seu parágrafo da Lei das
Contravenções Penais. Estas disposições aplicam-se igualmente àqueles que não possuam licença
ou matrícula.
Capítulo VII
DAS MULTAS
Art. 65. As infrações previstas neste Decreto-Lei, sem prejuízo da ação penal correspondente, sujeitam
os infratores ao pagamento de multa na mesma base estabelecida no Capítulo anterior.
865 Decreto-Lei n° 229, de 28.2.67
2 2
§ 1 2 . As sanções a que se refere o inciso Il, letra b, do § 1 do art. 9 , serão aplicadas pelo
Comandante Naval da área onde se localizar o porto para o qual foi conduzida a embarcação, na forma
abaixo:
a. multa no valor de 5.000 ORIN (cinco mil Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional) para
embarcações de até 300 (trezentas) toneladas de arqueação, acrescida de igual valor, para
cada parcela de 100 (cem) toneladas de arqueação ou fração excedentes, para embarcações
de arqueação superior a 300 (trezentas) toneladas;
C
■ Alínea a com redação dada pelo Decreto-Lei n 2.057, de 23.8.83.
b. apreensão dos equipamentos de pesca proibidos pela Sudepe existentes a bordo, assim como
dos produtos da pesca. Estes equipamentos e produtos serão entregues, imediatamente, à
Sudepe.
2
■ § 1 ° acrescentado pela Lei n 6.276, de 1.12.75.
§ 2°. (Revogado pelo Decreto-Lei n°2.057, de 23.8.83.)
§ 3°. O armador e o proprietário da embarcação respondem solidariamente pelas multas estabele-
cidas no §1° deste artigo.
■ § 3° acrescentado pela Lei n° 6.276, de 1.12.75.
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
Art. 49. Para os efeitos da emissão, substituição ou anotação de Carteiras de Trabalho e Previdência
Social, considerar-se-á crime de falsidade, com as penalidades previstas no art. 299 do Código Penal:
I. fazer, no todo ou em parte, qualquer documento falso ou alterar o verdadeiro;
II. afirmar falsamente a sua própria identidade, filiação, lugar de nascimento, residência, profissão
ou estado civil e beneficiários, ou atestar os de outra pessoa;
III. servir-se de documentos, por qualquer forma falsificados;
IV. falsificar, fabricando ou alterando, ou vender, usar ou possuir Carteiras de Trabalho e Previdên-
cia Social assim alteradas;
V. anotar dolosamente em Carteira de Trabalho e Previdência Social ou registro de empregado,
ou confessar ou declarar, em juízo ou fora dele, data de admissão em emprego diversa da verdadeira.
■ O art. 39 considera crime de contrabando (CP, art. 334) a saída de mercadorias da Zona Franca,
sem autorização legal.
....................................................................................................................................................................
Art. 39. Será considerado contrabando a saída de mercadorias da Zona Franca sem a autorização
legal expedida pelas autoridades competentes.
....................................................................................................................................................................
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
2
Art. 1 . São nulas as disposições e providências que, direta ou indiretamente, criem discriminações
entre brasileiros de ambos os sexos, para o provimento de cargos sujeitos a seleção, assim nas
empresas privadas, como nos quadros do funcionalismo público federal, estadual ou municipal, do
serviço autárquico, de sociedades de economia mista e de empresas concessionárias de serviço
público.
Parágrafo único. Incorrerá na pena de prisão simples de 3 (três) meses a 1 (um) ano e multa de
Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) a Cr$ 500,00 (quinhentos cruzeiros) quem, de qualquer forma, obstar ou
tentar obstar o cumprimento da presente Lei.
■ Vide art. 22 da Lei n° 7.209, de 11.7.84, sobre pena de multa.
2
Art. 2 . Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
2
Art. 3 . Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 9 de julho de 1968; 147 2 da Independência e 80 2 da República.
A. COSTA E SILVA
................................................................................................................................................................... .
Art. 22. Constitui crime contra a administração da Justiça deixar o empregador ou funcionário público
de prestar ao juízo competente as informações necessárias à instrução de processo ou execução de
sentença ou acordo que fixe pensão alimentícia:
Pena — Detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, sem prejuízo da pena acessória de suspensão
do emprego de 30 (trinta) a 90 (noventa) dias.
■ A Reforma Penal de 1984 (Lei n° 7.209/84) aboliu as penas acessórias (vide nota ao art. 92 do CP).
Parágrafo único. Nas mesmas penas incide quem, de qualquer modo, ajuda o devedor a eximir-se
ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada, ou se recusa, ou
procrastina a executar ordem de descontos em folhas de pagamento, expedida pelo juiz competente.
................................................................................................................................................................... .
Art. 43. Pratica crime de estelionato e fica sujeito às penas do art. 171 do Código Penal aquele que
fizer declarações falsas ou inexatas acerca de bens oferecidos em garantia de cédula de crédito
industrial, inclusive omitir declaração de já estarem eles sujeitos a outros ônus ou responsabilidade de
qualquer espécie, até mesmo de natureza fiscal.
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
Art. 545.Os empregadores ficam obrigados a descontar na folha de pagamento dos seus empregados,
desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este
notificados, salvo quanto à contribuição sindical, cujo desconto independe dessas formalidades.
Parágrafo único. O recolhimento à entidade sindical beneficiária do importe descontado deverá ser
feito até o 10° (décimo) dia subseqüente ao do desconto, sob pena de juros de mora no valor de 10%
(dez por cento) sobre o montante retido, sem prejuízo da multa prevista no art. 553, e das cominações
penais relativas à apropriação indébita.
................................................................................................................................................................... .
Art. 552. Os atos que importem em malversação ou dilapidação do patrimônio das associações ou
entidades sindicais ficam equiparados ao crime de peculato julgado e punido na conformidade da
legislação penal.
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
Capítulo V
DO RESPEITO DEVIDO A BANDEIRA
NACIONAL E AO HINO NACIONAL
Art. 30. Nas cerimônias de hasteamento ou arriamento, nas ocasiões em que a Bandeira se apresentar
em marcha ou cortejo, assim como durante a execução do Hino Nacional, todos devem tomar atitude
de respeito, de pé e em silêncio, os civis do sexo masculino com a cabeça descoberta e os militares
em continência, segundo os regulamentos das respectivas corporações.
Parágrafo único. É vedada qualquer outra forma de saudação.
Art. 31. São consideradas manifestações de desrespeito à Bandeira Nacional, e portanto proibidas:
I. apresentá-la em mau estado de conservação;
II. mudar-lhe a forma, as cores, as proporções, o dístico ou acrescentar-lhe outras inscrições;
III. usá-la como roupagem, reposteiro, pano de boca, guarnição de mesa, revestimento de tribuna,
ou como cobertura de placas, retratos, painéis ou monumentos a inaugurar;
IV. reproduzi-la em rótulos ou invólucros de produtos expostos à venda.
Art. 32. As Bandeiras em mau estado de conservação devem ser entregues a qualquer Unidade Militar,
para que sejam incineradas no Dia da Bandeira, segundo o cerimonial peculiar.
Art. 33. Nenhuma bandeira de outra nação pode ser usada no País sem que esteja ao seu lado direito,
de igual tamanho e em posição de realce, a Bandeira Nacional, salvo nas sedes das representações
diplomáticas ou consulares.
Lei n2 5.709, de 7.10.71 870
Art. 34. É vedada a execução de quaisquer arranjos vocais do Hino Nacional, a não ser o de Alberto
Nepomuceno; igualmente não será permitida a execução de arranjos artísticos instrumentais do Hino
Nacional que não sejam autorizados pelo Presidente da República, ouvido o Ministério da Educação
e Cultura.
Capítulo VI
DAS PENALIDADES
Art. 35. A violação de qualquer disposição desta Lei, excluídos os casos previstos no art. 44 do
Decreto-Lei n 2 898, de 29 de setembro de 1969, é considerada contravenção, sujeito o infrator à pena
de multa, elevada ao dobro nos casos de reincidência.
■ Artigo com redação dada pela Lei n° 6.913, de 27.5.81.
■ O Decreto-Lei n9 898/69 foi revogado pela Lei n° 6.620/78 (Segurança Nacional); vide art. 41 da Lei
n° 6.620/78. A atual Lei de Segurança Nacional (Lei n° 7.170/83), que revogou a Lei n° 6.620/78, não
incrimina os casos referidos no art. 44 do Decreto-Lei n° 898/69.
■ Sobre pena de multa, vide Lei n9 7.209, de 11.7.84, art. 2 9.
Art. 36. 0 processo das infrações a que alude o artigo anterior obedecerá ao rito previsto para as
contravenções penais em geral.
■ Artigo com redação dada pela Lei n°6.913, de 27.5.81.
................................................................................................................................................................... .
Capítulo VII
DISPOSIÇÕES GERAIS
................................................................................................................................................................... .
Art. 44. 0 uso da Bandeira Nacional nas Forças Armadas obedece às normas dos respectivos
regulamentos, no que não colidir com a presente Lei.
Art. 45. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas a de n 2 5.389, de 22 de
fevereiro de 1968, a de n 2 5.443, de 28 de maio de 1968, e demais disposições em contrário.
Brasília, 1 9 de setembro de 1971; 150° da Independência e 83 2 da República.
EMíuo G. MÉDICI
Alfredo Buzaid
(Publicada no DOU de 2.9.71. Íntegra na RT 431/441 e Lex 1971/1178.)
0 Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
................................................................................................................................................................... .
Art. 15. A aquisição de imóvel rural, que viole as prescrições desta Lei, é nula de pleno direito. O
tabelião que lavrar a escritura e o oficial de registro que a transcrever responderão civilmente pelos
871 Lei n° 5.741, de 1.12.71
danos que causarem aos contratantes, sem prejuízo da responsabilidade criminal, por prevaricação
ou falsidade ideológica. O alienante está obrigado a restituir ao adquirente o preço do imóvel.
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
Art. 94 . Constitui crime de ação pública, punido com a pena de detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos e multa de cinco a vinte salários mínimos, invadir alguém, ou ocupar, com o fim de esbulho
possessório, terreno ou unidade residencial, construída ou em construção, objeto de financiamento do
Sistema Financeiro da Habitação.
■ Vide art. 22 da Lei n° 7.209, de 11.7.84, sobre pena de multa.
§ 1 2. Se o agente usa de violência, incorre também nas penas a esta cominada.
§ 22. É isento da pena de esbulho o agente que, espontaneamente, desocupa o imóvel antes de
qualquer medida coativa.
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
Lei n° 6.091, de 15.8.74 872
Título VI
DAS NORMAS PENAIS
Capítulo I
DOS PRINCÍPIOS
Art. 56. No caso de condenação de índio por infração penal, a pena deverá ser atenuada e na sua
aplicação o juiz atenderá também ao grau de integração do silvícola.
Parágrafo único. As penas de reclusão e de detenção serão cumpridas, se possível, em regime
especial de semiliberdade, no local de funcionamento do órgão federal de assistência aos índios mais
próximos da habitação do condenado.
Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos grupos tribais, de acordo com as instituições próprias, de
sanções penais ou disciplinares contra os seus membros, desde que não revistam caráter cruel ou
infamante, proibida em qualquer caso a pena de morte.
Capítulo II
DOS CRIMES CONTRA OS INDIOS
Art. 58. Constituem crimes contra os índios e a cultura indígena:
I. escarnecer de cerimônia, rito, uso, costume ou tradição culturais indígenas, vilipendiá-los ou
perturbar, de qualquer modo, a sua prática:
Pena — detenção, de 1 (um) a 3 (três) meses;
II. utilizar o índio ou comunidade indígena como objeto de propaganda turística ou de exibição
para fins lucrativos:
Pena — detenção de 2 (dois) a 6 (seis) meses;
III. propiciar, por qualquer meio, a aquisição, uso e a disseminação de bebidas alcoólicas, nos
grupos tribais ou entre índios não integrados:
Pena — detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Parágrafo único. As penas estatuídas neste artigo são agravadas de um terço, quando o crime for
praticado por funcionário ou empregado do órgão de assistência ao índio.
Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o patrimônio ou os costumes, em que o ofendido seja índio
não integrado ou comunidade indígena, a pena será agravada de um terço.
................................................................................................................................................................... .
§ 2 2 . Até 15 (quinze) dias antes das eleições, a Justiça Eleitoral requisitará dos órgãos da
administração direta ou indireta da União, dos Estados, Territórios, Distrito Federal e Municípios os
funcionários e as instalações de que necessitar para possibilitar a execução dos serviços de transporte
e alimentação de eleitores previstos nesta Lei.
Art. 22 . Se a utilização de veículos pertencentes às entidades previstas no art. 1 2 não for suficiente para
atender ao disposto nesta Lei, a Justiça Eleitoral requisitará veículos e embarcações a particulares, de
preferência os de aluguel.
Parágrafo único. Os serviços requisitados serão pagos, até 30 (trinta) dias depois do pleito, a preços
que correspondam aos critérios da localidade. A defesa correrá por conta do Fundo Partidário.
Art. 32. Até 50 (cinqüenta) dias antes da data do pleito, os responsáveis por todas as repartições,
órgãos e unidades do serviço público federal, estadual e municipal oficiarão à Justiça Eleitoral,
informando o número, a espécie e lotação dos veículos e embarcações de sua propriedade, e
justificando, se for o caso, a ocorrência da exceção prevista no § 1 2 do art. 1 2 desta Lei.
§ 1 2 . Os veículos e embarcações à disposição da Justiça Eleitoral deverão, mediante comunicação
expressa de seus proprietários, estar em condições de ser utilizados, pelo menos, 24 (vinte e quatro)
horas antes das eleições e circularão exibindo de modo bem visível, dístico em letras garrafais, com
a frase: "A serviço da Justiça Eleitoral".
§ 2 2 . A Justiça Eleitoral, à vista das informações recebidas, planejará a execução do serviço de
transporte de eleitores e requisitará aos responsáveis pelas repartições, órgãos ou unidades, até 30
(trinta) dias antes do pleito, os veículos e embarcações necessários.
Art. 42. Quinze dias antes do pleito, a Justiça Eleitoral divulgará, pelo órgão competente, o quadro
geral de percursos e horários programados para o transporte de eleitores, dele fornecendo cópias aos
partidos políticos.
§ 1 2 . O transporte de eleitores somente será feito dentro dos limites territoriais do respectivo
município e quando das zonas rurais para as mesas receptoras distar pelo menos 2 km (dois quilô-
metros).
§ 2 2 . Os partidos políticos, os candidatos, ou eleitores em número de vinte, pelo menos, poderão
oferecer reclamações em 3 (três) dias contados da divulgação do quadro.
§ 3 2 . As reclamações serão apreciadas nos 3 (três) dias subseqüentes, delas cabendo recurso sem
efeito suspensivo.
§ 42. Decididas as reclamações, a Justiça Eleitoral divulgará, pelos meios disponíveis, o quadro
definitivo.
Art. 52 . Nenhum veículo ou embarcação poderá fazer transporte de eleitores desde o dia anterior até
o posterior à eleição, salvo:
I. a serviço da Justiça Eleitoral;
II. coletivos de linhas regulares e não fretados;
III. de uso individual do proprietário, para o exercício do próprio voto e dos membros da sua família;
IV. o serviço normal, sem finalidade eleitoral, de veículos de aluguel não atingidos pela requisição
de que trata o art. 2 2 .
Art. W. A indisponibilidade ou as deficiências do transporte de que trata esta Lei não eximem o eleitor
do dever de votar.
Parágrafo único. Verificada a inexistência ou deficiência de embarcações e veículos, poderão os
órgãos partidários ou os candidatos indicar à Justiça Eleitoral onde há disponibilidade para que seja
feita a competente requisição.
Art. 7 2. O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 60 (sessenta) dias
após a realização da eleição incorrerá na multa de 3% (três por cento) a 10% (dez por cento) sobre o
salário mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367 da Lei n°
4.737, de 15 de julho de 1965.
Art. 82. Somente a Justiça Eleitoral poderá, quando imprescindível, em fase da absoluta carência de
recursos de eleitores da zona rural, fornecer-lhes refeições, correndo, nesta hipótese, as despesas por
conta do Fundo Partidário.
Art. 92. É facultado aos partidos exercer fiscalização nos locais onde houver transporte e fornecimento
de refeições a eleitores.
2
Lei n 6.192, de 19.12.74 874
Art. 10. E vedado aos candidatos ou órgãos partidários, ou a qualquer pessoa, o fornecimento de
transporte ou refeições aos eleitores da zona urbana.
Art. 11. Constitui crime eleitoral:
I. descumprir, o responsável por órgão, repartição ou unidade do serviço público, o dever
imposto no art. 32 , ou prestar informação inexata que vise a elidir, total ou parcialmente, a contribuição
de que ele trata:
Pena— detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e pagamento, de 60 (sessenta) a 100 (cem)
dias-multa;
II. desatender à requisição de que trata o art. 2 2 :
Pena — pagamento de 200 (duzentos) a 300 (trezentos) dias-multa, além da apreensão do veículo
para o fim previsto;
III. descumprir a proibição dos arts. 5 2, 82 e 10:
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 6 (seis) anos, e pagamento, de 200 (duzentos) a 300 (trezentos)
dias-multa (art. 302 do Código Eleitoral);
IV. obstar, por qualquer forma, a prestação dos serviços previstos nos arts. 42 e 82 desta Lei,
atribuídos à Justiça Eleitoral:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos;
V. utilizar em campanha eleitoral, no decurso de 90 (noventa) dias que antecedem o pleito,
veículos e embarcações pertencentes à União, Estados, Territórios, Municípios e respectivas autar-
quias e sociedades de economia mista:
Pena — cancelamento do registro do candidato ou de seu diploma, se já houver sido proclamado
eleito.
Parágrafo único. O responsável, pela guarda do veículo ou da embarcação, será punido com a
pena de detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e pagamento de 60 (sessenta) a 100 (cem)
dias-multa.
■ Vide art. 22 da Lei n° 7.209, de 11.7.84, sobre pena de multa.
................................................................................................................................................................... .
Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 15 de agosto de 1974; 153 2 da Independência e 86 2 da República.
ERNESTO GEISEL
Armando Falcão
(Publicada no DOU de 15.8.74. Íntegra na Lex 1974/886.)
Art. 5 2. A violação do disposto no art. 1 2 desta Lei constitui contravenção penal, punida com as penas
de prisão simples de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses e multa igual a três vezes o valor do maior salário
mínimo vigente no País.
■ Vide art. 22 da Lei n2 7.209, de 11.7.84, sobre pena de multa.
Art. 62. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, 19 de dezembro de 1974; 153 2 da Independência e 86 2 da República.
ERNESTO GEISEL
Armando Falcão
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Capítulo I
DA PREVENÇÃO
Art. 1 2. É dever de toda pessoa física ou jurídica colaborar na prevenção e repressão ao tráfico ilícito
e uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.
Parágrafo único. As pessoas jurídicas que, quando solicitadas, não prestarem colaboração nos
planos governamentais de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica perderão, a juízo do órgão ou do poder
competente, auxílios ou subvenções que venham recebendo da União, dos Estados, do Distrito
Federal, Territórios e Municípios, bem como de suas autarquias, empresas públicas, sociedades de
economia mista e fundações.
Art. 22. Ficam proibidos em todo o território brasileiro o plantio, a cultura, a colheita e a exploração,
por particulares, de todas as plantas das quais possa ser extraída substância entorpecente ou que
determine dependência física ou psíquica.
§ V. As plantas dessa natureza, nativas ou cultivadas, existentes no território nacional, serão
destruídas pelas autoridades policiais, ressalvados os casos previstos no parágrafo seguinte.
§ 22 . A cultura dessas plantas com fins terapêuticos ou científicos só será permitida mediante prévia
autorização das autoridades competentes.
§ 32 . Para extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, possuir, importar, exportar, reexportar,
remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir para qualquer fim
substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou matéria-prima destina-
da à sua preparação, é indispensável licença da autoridade sanitária competente, observadas as
demais exigências legais.
Lei n° 6.368, de 21.10.76 876
Capítulo II
DO TRATAMENTO E DA RECUPERAÇAO
Art. 84. Os dependentes de substâncias entorpecentes, ou que determinem dependência física ou
psíquica, ficarão sujeitos às medidas previstas neste Capítulo.
Art. 9 2 . As redes dos serviços de saúde dos Estados, Territórios e Distrito Federal contarão, sempre
que necessário e possível, com estabelecimentos próprios para tratamento dos dependentes de
substâncias a que se refere a presente Lei.
§ 1 2. Enquanto não se criarem os estabelecimentos referidos neste artigo, serão adaptadas, na rede
já existente, unidades para aquela finalidade.
§ 2°. O Ministério da Previdência e Assistência Social providenciará no sentido de que as normas
previstas neste artigo e seu § sejam também observadas pela sua rede de serviços de saúde.
Art. 10. 0 tratamento sob regime de internação hospitalar será obrigatório quando o quadro clínico do
dependente ou a natureza de suas manifestações psicopatológicas assim o exigirem.
§ 1°. Quando verificada a desnecessidade de internação, o dependente será submetido a trata-
mento em regime extra-hospitalar, com assistência do serviço social competente.
§ 2°. Os estabelecimentos hospitalares e clínicas, oficiais ou particulares, que receberem depen-
dentes para tratamento, encaminharão à repartição competente, até o dia 10 de cada mês, mapa
estatístico dos casos atendidos durante o mês anterior, com a indicação do código da doença, segundo
a classificação aprovada pela Organização Mundial de Saúde, dispensada a menção do nome do
paciente.
877 Lei n° 6.368, de 21.10.76
Art. 11. Ao dependente que, em razão da prática de qualquer infração penal, for imposta pena privativa
de liberdade ou medida de segurança detentiva será dispensado tratamento em ambulatório interno
do sistema penitenciário onde estiver cumprindo a sanção respectiva.
Capítulo Ill
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 18. As penas dos crimes definidos nesta Lei serão aumentadas de um terço a dois terços:
I. no caso de tráfico com o exterior ou de extraterritorialidade da lei penal;
II. quando o agente tiver praticado o crime prevalecendo-se de função pública relacionada com
a repressão à criminalidade ou quando, muito embora não titular de função pública, tenha missão de
guarda e vigilância;
III. se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou a
quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de
autodeterminação;
■ Inc. Ill com nova redação determinada pela Lei n° 10.741/03 - Estatuto do Idoso (vide Anexo X).
IV. se qualquer dos atos de preparação, execução ou consumação ocorrer nas imediações ou no
interior de estabelecimentos de ensino ou hospitalar, de sedes de entidades estudantis, sociais,
culturais, recreativas, esportivas ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo de estabelecimentos
penais, ou de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, sem prejuízo
da interdição do estabelecimento ou do local.
Art. 19. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica proveniente de caso fortuito ou força
maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada,
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um terço a dois terços se, por qualquer das
circunstâncias previstas neste artigo, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Capítulo IV
DO PROCEDIMENTO CRIMINAL
Art. 20. 0 procedimento dos crimes definidos nesta Lei reger-se-á pelo disposto neste Capítulo,
aplicando-se subsidiariamente o Código de Processo Penal.
Art. 21. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade policial dela fará comunicação imediata ao juiz
competente, remetendo-lhe juntamente uma cópia do auto lavrado e o respectivo auto nos 5 (cinco)
dias seguintes.
§ 1°. Nos casos em que não ocorrer prisão em flagrante, o prazo para remessa dos autos do
inquérito a juízo será de 30 (trinta) dias.
§ 22 . Nas comarcas onde houver mais de uma vara competente, a remessa far-se-á na forma
prevista na Lei de Organização Judiciária local.
Art. 22. Recebidos os autos em juízo, será aberta vista ao Ministério Público para, no prazo de 3 (três)
dias, oferecer denúncia, arrolar testemunhas até o máximo de cinco e requerer as diligências que
entender necessárias.
§ 1 2 . Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e do oferecimento da denúncia, no que
tange à materialidade do delito, bastará laudo de constatação da natureza da substância firmado por
perito oficial, ou, na falta deste, por pessoa idõnea escolhida de preferência entre as que tiverem
habilitação técnica.
§ 22 . Quando o laudo a que se refere o parágrafo anterior for subscrito por perito oficial, não ficará
este impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
§ 32 . Recebida a denúncia, o juiz, em 24 (vinte e quatro) horas, ordenará a citação ou requisição
do réu e designará dia e hora para o interrogatório, que se realizará dentro dos 5 (cinco) dias seguintes.
§ 42 . Se o réu não for encontrado nos endereços constantes dos autos, o juiz ordenará sua citação
por edital, com prazo de 5 (cinco) dias, após o qual decretará sua revelia. Neste caso, os prazos
correrão independentemente de intimação.
■ Sobre revelia, vide arts. 366 a 370 do CPP.
§ 52 . No interrogatório, o juiz indagará do réu sobre eventual dependência, advertindo-o das
conseqüências de suas declarações.
879 Lei n° 6.368, de 21.10.76
§ 6°. Interrogado o réu, será aberta vista à defesa para, no prazo de 3 (três) dias, oferecer alegações
preliminares, arrolar testemunhas até o máximo de cinco e requerer as diligências que entender
necessárias. Havendo mais de um réu, o prazo será comum e correrá em cartório.
Art. 23. Findo o prazo do § 6° do artigo anterior, o juiz proferirá despacho saneador, em 48 (quarenta
e oito) horas, no qual ordenará as diligências indispensáveis ao julgamento do feito e designará, para
um dos 8 (oito) dias seguintes, audiência de instrução e julgamento, notificando-se o réu e as
testemunhas que nela devam prestar depoimento, intimando-se o defensor e o Ministério Público, bem
como cientificando-se a autoridade policial e os órgãos dos quais dependa a remessa de peças ainda
não constantes dos autos.
§ 1°. Na hipótese de ter sido determinado exame de dependência, o prazo para a realização da
audiência será de 30 (trinta) dias.
§ 2°. Na audiência, após a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao
órgão do Ministério Público e ao defensor do réu, pelo tempo de 20 (vinte) minutos para cada um,
prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz que, em seguida, proferirá sentença.
§ 3°. Se o juiz não se sentir habilitado a julgar de imediato a causa, ordenará que os autos lhe sejam
conclusos para, no prazo de 5 (cinco) dias, proferir sentença.
Art. 24. Nos casos em que couber fiança, sendo o agente menor de 21 (vinte e um) anos, a autoridade
policial, verificando não ter o mesmo condições de prestá-la, poderá determinar o seu recolhimento
domiciliar na residência dos pais, parentes ou de pessoa idônea, que assinarão termo de responsabi-
li dade.
§ 1°. O recolhimento domiciliar será determinado sempre ad referendum do juiz competente que
poderá mantê-lo ou revogá-lo, ou ainda conceder liberdade provisória.
§ 2°. Na hipótese de revogação de qualquer dos benefícios previstos neste artigo o juiz mandará
expedir mandado de prisão contra o indiciado ou réu aplicando-se, no que couber, o disposto no § 4 9
do art. 22.
Art. 25. A remessa dos autos de flagrante ou de inquérito a juízo far-se-á sem prejuízo das diligências
destinadas ao esclarecimento do fato, inclusive a elaboração do laudo de exame toxicológico e, se
necessário, de dependência, que serão juntados ao processo até a audiência de instrução e julga-
mento.
Art. 26. Os registros, documentos ou peças de informação, bem como os autos de prisão em flagrante
e os de inquérito policial para a apuração dos crimes definidos nesta Lei serão mantidos sob sigilo,
ressalvadas, para efeito exclusivo de atuação profissional, as prerrogativas do juiz, do Ministério
Público, da autoridade policial e do advogado na forma da legislação específica.
Parágrafo único. Instaurada a ação penal, ficará a critério do juiz a manutenção do sigilo a que se
refere este artigo.
Art. 27. O processo e o julgamento do crime de tráfico com o exterior caberão à justiça estadual com
interveniência do Ministério Público respectivo, se o lugar em que tiver sido praticado for município
que não seja sede de vara da Justiça Federal, com recurso para o Tribunal Federal de Recursos.
■ Com a extinção do Tribunal Federal de Recursos e a criação dos Tribunais Regionais Federais, o
recurso deverá ser dirigido a estes.
Art. 28. Nos casos de conexão e continência entre os crimes definidos nesta Lei e outras infrações
penais, o processo será o previsto para a infração mais grave, ressalvados os da competência do júri
e das jurisdições especiais.
Art. 29. Quando o juiz absolver o agente, reconhecendo por força de perícia oficial que ele, em razão
de dependência, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, ordenará seja o mesmo
submetido a tratamento médico.
§ 1°. Verificada a recuperação, será esta comunicada ao juiz que, após comprovação por perícia
oficial, e ouvido o Ministério Público, determinará o encerramento do processo.
§ 2°. Não havendo peritos oficiais, os exames serão feitos por médicos, nomeados pelo juiz, que
prestarão compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.
§ 3°. No caso de o agente frustrar, de algum modo, tratamento ambulatorial ou vir a ser novamente
processado nas mesmas condições do caput deste artigo, o juiz poderá determinar que o tratamento
seja feito em regime de internação hospitalar.
Lei n° 6.368, de 21.10.76 880
Art. 30. Nos casos em que couber fiança, deverá a autoridade, que a conceder ou negar, fundamentar
a decisão.
§ 1°. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder, entre o mínimo de Cr$ 500,00
(quinhentos cruzeiros) e o máximo de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros).
§ 2°. Aos valores estabelecidos no parágrafo anterior, aplicar-se-á o coeficiente de atualização
monetária referido no parágrafo único do art. 2 2 da Lei n° 6.205, de 29 de abril de 1975.
Art. 31. No caso de processo instaurado contra mais de um réu, se houver necessidade de realizar-se
exame de dependência, far-se-á sua separação no tocante ao réu a quem interesse o exame,
processando-se este em apartado, e fixando o juiz prazo até 30 (trinta) dias para sua conclusão.
A rt .32. Para os réus condenados à pena de detenção, pela prática de crime previsto nesta Lei, o prazo
para requerimento da reabilitação será de 2 (dois) anos.
Art. 33. Sob pena de responsabilidade penal e administrativa, os dirigentes, funcionários e emprega-
dos dos órgãos da administração pública direta e autárquica, das empresas públicas, sociedades de
economia mista, ou fundações instituídas pelo poder público, observarão absoluta precedência nos
exames, perícias e na confecção e expedição de peças, publicação de editais, bem como no
atendimento de informações e esclarecimentos solicitados por autoridades judiciárias, policiais ou
administrativas com o objetivo de instruir processos destinados à apuração de quaisquer crimes
definidos nesta Lei.
Art. 34. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, assim como os
maquinismos, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos
crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia
judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica.
§ 1 P . (Revogado pela Lei n2 9.804, de 30.6.99.)
§ 2°. (Revogado pela Lei n° 7.560, de 19.12.86.)
§ Y. Feita a apreensão a que se refere o caput, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos
como ordem de pagamento, a autoridade policial que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer
ao juízo competente a intimação do Ministério Público.
§ 4°. Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo a conversão do numerário apreendido
em moeda nacional se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito
com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspondentes quantias em conta
judicial, juntando-se aos autos o recibo.
§ 5°. Recaindo a apreensão sobre bens não previstos nos parágrafos anteriores, o Ministério
Público, mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda
à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da Secretaria
Nacional Antidrogas — SENAD, indicar para serem colocados sob custódia de autoridade policial, de
órgãos de inteligência ou militar federal, envolvidos nas operações de prevenção e repressão ao tráfico
ilícito e uso indevido de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica.
§ 6°. Excluídos os bens que a União, por intermédio da SENAD, houver indicado para os fins
previstos no parágrafo anterior, o requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os
demais bens apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre
quem os tem sob custódia e o local onde se encontram custodiados.
§ T. Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada em apartado, cujos autos
terão tramitação autônoma em relação aos da ação principal.
§ 8°. Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao juiz que, verificada a
presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco
de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionado,
intimando a União, o Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, inclusive por edital com
prazo de 5 (cinco) dias.
§ 9°. Feita a avaliação, e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o juiz, por
sentença, homologará o valor atribuído aos bens, determinando sejam alienados mediante leilão.
§ 10. Realizado o leilão, e depositada em conta judicial a quantia apurada, a União será intimada
para oferecer, na forma prevista em regulamento, caução equivalente àquele montante e aos valores
depositados nos termos do § 4°, em certificados de emissão do Tesouro Nacional, com características
a serem definidas em ato do Ministro de Estado da Fazenda.
§ 11. Compete à SENAD solicitar à Secretaria do Tesouro Nacional a emissão dos certificados a
que se refere o parágrafo anterior.
881 Lei n2 6.368, de 21.10.76
§ 12. Feita a caução, os valores da conta judicial serão transferidos para a União, mediante depósito
na conta do Fundo Nacional Antidrogas — FUNAD, apensando-se os autos da alienação aos do
processo principal.
§ 13. Na sentença de mérito, o juiz, nos autos do processo de conhecimento, decidirá sobre o
perdimento dos bens e dos valores mencionados nos §§ 42 e 59 , e sobre o levantamento da caução.
§ 14. No caso de levantamento da caução, os certificados a que se refere o § 10 deverão ser
resgatados pelo seu valor de face, sendo os recursos para o pagamento providos pelo FUNAD.
§ 15. A Secretaria do Tesouro Nacional fará constar dotação orçamentária para o pagamento dos
certificados referidos no § 10.
§ 16. No caso de perdimento, ern favor da União, dos bens e valores mencionados nos §§ e 52 ,
a Secretaria do Tesouro Nacional providenciará o cancelamento dos certificados emitidos para
caucioná-los.
§ 17. Não terão efeito suspensivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso
do procedimento previsto neste artigo.
§ 18. A União, por intermédio da SENAD, poderá firmar convênio com os Estados, com o Distrito
Federal e com os organismos envolvidos na prevenção, repressão e no tratamento de tóxico-depen-
dentes, com vistas á liberação de recursos por ela arrecadados nos termos deste artigo, para a
implantação e execução de programas de combate ao tráfico ilícito e uso indevido de substâncias
entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica.
§ 19. Nos processos penais em curso, o juiz, a requerimento do Ministério Público, poderá determinar
a alienação dos bens apreendidos, observado o disposto neste artigo.
§ 20. A SENAD poderá firmar convênios de cooperação, a fim de promover a imediata alienação
de bens não leiloados, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União.
■ Art. 34, caput, alterado e §§ 3 9 a 20 acrescentados pela Lei n° 9.804, de 30.6.99.
Art. 35. 0 réu condenado por infração dos arts. 12 ou 13 desta Lei não poderá apelar sem recolher-se
à prisão.
■ Quanto à possibilidade de apelação em liberdade, vide art. 29 § 29 da Lei n° 8.072, de 25.7.90.
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste Capítulo serão contados em dobro quando se
tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14.
■ Parágrafo único acrescentado pela Lei n°8.072, de 25.7.90.
Capítulo V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 36. Para os fins desta Lei serão consideradas substâncias entorpecentes ou capazes de
determinar dependência física ou psíquica aquelas que assim forem especificadas em lei ou relacio-
nadas pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde.
Parágrafo único. O Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia deverá rever, sempre
que as circunstâncias assim o exigirem, as relações a que se refere este artigo, para o fim de exclusão
ou inclusão de novas substâncias.
Art. 37. Para efeito de caracterização dos crimes definidos nesta Lei, a autoridade atenderá à natureza
e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação
criminosa, às circunstâncias da prisão, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
Parágrafo único. A autoridade deverá justificar, em despacho fundamentado, as razões que a
levaram à classificação legal do fato, mencionando concretamente as circunstâncias referidas neste
artigo, sem prejuízo de posterior alteração da classificação pelo Ministério Público ou pelo juiz.
Art. 38. A pena de multa consiste no pagamento, ao Tesouro Nacional, de uma soma em dinheiro que
é fixada em dias-multa.
§ 1 9 . O montante do dia-multa será fixado segundo o prudente arbítrio do juiz, entre o mínimo de
Cr$ 25,00 (vinte e cinco cruzeiros) e o máximo de Cr$ 250,00 (duzentos e cinqüenta cruzeiros).
§ 29 . Aos valores estabelecidos no parágrafo anterior aplicar-se-á o coeficiente de atualização
monetária referido no parágrafo único do art. 2 2 da Lei n 9 6.205, de 29 de abril de 1975.
§ Y. A pena pecuniária terá como referência os valores do dia-multa que vigorarem à época do fato.
Lei n° 6.368, de 21.10.76 882
O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 81, item III, da Constituição
e nos termos do art. 45 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976, decreta:
Art. 1 2. É dever de toda pessoa física ou jurídica colaborar na prevenção e repressão ao tráfico ilícito
e uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.
§ 1 2 . As pessoas jurídicas que, quando solicitadas, não prestarem colaboração nos planos gover-
namentais de prevenção e repressão ao tráfico ilícito e uso indevido de substância entorpecente ou
que determine dependência física ou psíquica perderão, a juízo do órgão ou do poder competente,
auxílios ou subvenções que venham recebendo da União, dos Estados, do Distrito Federal, Territórios
e Municípios, bem como de suas autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações.
§ 29 . O órgão ou autoridade a quem incumbir a execução dos planos e programas de prevenção
ou repressão previstos no art. 1°, parágrafo único, da Lei n 2 6.368, de 21 de outubro de 1976, verificando
a recusa ou omissão de colaboração, comunicará o fato imediatamente à entidade fornecedora da
subvenção que, em 60 (sessenta) dias, adotará as providências necessárias para o fim previsto no
mesmo dispositivo.
Art. 22 . Ficam proibidos em todo o território brasileiro o plantio, a cultura, a colheita e a exploração,
por particulares, de todas as plantas das quais possa ser extraída substância entorpecente ou que
determine dependência física ou psíquica.
§ 1 2 . As plantas dessa natureza, nativas ou cultivadas, existentes no território nacional, serão
destruídas pelas autoridades policiais, ressalvados os casos previstos no art. 2 2 , §§ 22 e 3 2 , da Lei n°
6.368, de 21 de outubro de 1976.
§ 22 . Serão também destruídas as plantas nativas ou cultivadas existentes no território nacional, no
caso de violação da autorização concedida na forma dos dispositivos referidos neste artigo.
Art. 32. Para a destruição das plantas nativas ou cultivadas, a que se referem os §§ 1° e 2° do artigo
anterior, o Ministério da Justiça poderá, além de celebrar convênios com os Estados, solicitar a
cooperação de autoridades civis e militares da União.
Art. 42. O Ministério da Educação e Cultura, em articulação com o Ministério da Saúde, coordenará a
execução dos programas previstos no art. 5° e seu parágrafo único da Lei n 2 6.368, de 21 de outubro
de 1976, até que seja efetivamente implantado o Sistema referido no art. 3 2 da mesma lei.
Art. 52 . Os Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência Social e o Departamento de Polícia
Federal providenciarão, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, normas expressas que visem a dar
cumprimento ao disposto nos arts. 8 2 , 92 , 10 e seu § 1° da Lei n 2 6.368, de 21 de outubro de 1976.
§ 1 2 . Para os fins do disposto neste artigo, os Ministérios da Saúde e da Previdência e Assistência
Social e o Departamento de Polícia Federal procederão, em conjunto, ao levantamento do quadro
existente no País, visando a orientar a ação do Governo Federal em relação ao problema.
§ 22 . As normas a que se refere este artigo deverão contemplar aspectos relacionados com o
diagnóstico e tratamento, hospitalar ou extra-hospitalar, bem como estabelecer os parâmetros para a
avaliação das respectivas necessidades em cada unidade da Federação.
Art. 62 . A assistência social aos dependentes que forem submetidos a tratamento em regime extra-
hospitalar, na forma do art. 10, § 1 2 , da Lei n 2 6.368, de 21 de outubro de 1976, terá por objetivo a
avaliação da influência dos fatores sociais na situação do paciente, permitindo visão ampla do quadro
clínico apresentado e tornando possível melhor planejamento terapêutico. Sua atuação se fará junto
ao paciente, à sua família, ao seu trabalho e à sua comunidade, para aproveitamento ao tratamento
instituído, objetivando sua recuperação.
Art. 72 . 0 Ministério da Saúde fará publicar, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a consolidação de
todas as normas, instruções e relações vigentes sobre proibição, limitação, fiscalização e controle da
produção, do comércio e do uso de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física
ou psíquica e de especialidades farmacêuticas que as contenham, referidos nos arts. 6 2 e 36 da Lei
n° 6.368, de 21 de outubro de 1976.
Decreto n2 78.992, de 21.12.76 884
Art. 82 . Nenhum texto, cartaz, representação, curso, seminário, conferência ou propaganda sobre o
uso de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ainda que a título
de campanha de prevenção, será divulgado sem prévia autorização do órgão competente.
Art. 92 . As autoridades de censura fiscalizarão rigorosamente os espetáculos públicos, a fim de evitar
representações, cenas ou situações que possam, ainda que veladamente, suscitar interesse pelo uso
de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.
Art. 10. Somente o Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia (SNFMF) poderá
conceder licença para o plantio, cultivo e colheita das plantas mencionadas no art. 2 2 , § 22 , da Lei n2
6.368, de 21 de outubro de 1976.
§ 1 2 . A licença para as atividades previstas neste artigo só poderá ser concedida às pessoas
jurídicas de direito público que tenham por objetivo, devidamente comprovado, a extração ou
exploração dos princípios ativos das plantas referidas neste artigo, para fins terapêuticos ou científicos.
§ 22. A concessão da licença será requerida pelo Diretor ou responsável pelo estabelecimento
interessado, devendo o requerimento ser instruído com os seguintes documentos:
I. programa ou plano completo da atividade a ser desenvolvida;
II. relação dos técnicos que participarão da atividade, comprovada sua habilitação para as
funções indicadas;
III. indicação taxativa das plantas pelo nome vulgar e nomenclatura botânica atualizada, mencio-
nando-se família, gênero, espécie e variedades, se houver;
IV. declaração da localização, extensão do cultivo e da estimativa da produção.
§ 32. Para a concessão da licença, poderá o Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e
Farmácia determinar a realização de diligências, bem como a apresentação de novos documentos.
§ 42. O Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia dará, obrigatoriamente, conhe-
cimento das licenças concedidas à Divisão de Repressão a Entorpecentes do Departamento de Polícia
Federal.
§ 5 2 . Compete ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia fiscalizar o estrito
cumprimento da autorização constante da licença.
Art. 11. Sempre que for destruída qualquer plantação, na forma prevista nos arts. 2 2 , § 1 2 , e 40, § 2 2 ,
da Lei n 2 6.368, de 21 de outubro de 1976, a autoridade que proceder à diligência remeterá cópia do
respectivo auto ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia e à Divisão de Repressão
a Entorpecentes do Departamento de Polícia Federal.
Art. 12. Compete privativamente ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia
conceder a autorização prevista no art. 2 2 , § 32, da Lei n 2 6.368, de 21 de outubro de 1976, às pessoas
jurídicas que obtenham inscrição prévia naquele órgão.
Art. 13. É proibido, sob qualquer forma ou pretexto, distribuir amostras para propaganda de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica e das especialidades farmacêuticas
que as contenham, inclusive a médicos, dentistas, veterinários ou farmacêuticos, só se permitindo a
propaganda dos mesmos em revistas ou publicações técnico-científicas, de circulação restrita a esses
profissionais.
Parágrafo único. Sem prejuízo das demais sanções legais, a inobservância da proibição prevista
neste artigo constitui infração sanitária, regulando-se o processo e a aplicação da sanção cabível pelo
disposto no Decreto-Lei n 2 785, de 25 de agosto de 1969.
Art. 14. 0 trânsito, pelo território nacional, de substâncias entorpecentes ou que determinem depen-
dência física ou psíquica, fica sujeito a licença especial do Serviço Nacional de Fiscalização da
Medicina e Farmácia, mediante solicitação dos representantes diplomáticos, ou, à sua falta, dos
agentes consulares do País a que se destinam, por intermédio do Ministério das Relações Exteriores.
A licença, quando concedida, será expedida em duas vias, destinando-se a primeira ao requerente e
a segunda ao órgão competente do Ministério da Fazenda.
Parágrafo único. Na solicitação da licença deverão ser indicados a natureza, o tipo, a quantidade,
o nome da firma exportadora, a proveniência, o nome do importador e o país a que se destinam essas
substâncias, bem como os locais de entrada e saída no território nacional.
Art. 15. Somente os órgãos e entidades públicos previamente autorizados pelo Serviço Nacional de
Fiscalização da Medicina e Farmácia poderão receber ou doar, para fins terapêuticos ou científicos,
substâncias entorpecentes ou que determinem dependência física ou psíquica, bem como as espe-
cialidades farmacêuticas que as contenham, desde que o façam em embalagens apropriadas,
observadas as cautelas exigidas para aquele órgão.
885 Lei n° 6.453, de 17.10.77
Art. 16. Os médicos, dentistas e farmacêuticos deverão observar, rigorosamente, os preceitos legais
e regulamentares sobre a prescrição de substâncias entorpecentes ou que determinem dependência
física ou psíquica.
Art. 17. Ao Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia compete baixar Instruções de
caráter geral ou especial sobre modelos de receituários oficiais para a prescrição de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, bem como aprovar modelos para a
elaboração de estatísticas e balanços.
Art. 18. De toda receita, bula, rótulo e embalagem de especialidade farmacêutica que contenha
substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica deverá constar, obrigato-
riamente, em destaque e em letras de corpo maior do que o texto, a expressão:
"Atenção — Pode causar dependência física ou psíquica".
Parágrafo único. 0 disposto neste artigo quanto a bulas, rótulos e embalagens será cumprido
conforme plano de implantação gradativa elaborado pelo Serviço Nacional de Fiscalização da
Medicina e Farmácia, que deverá estar concluído dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias.
Art. 19. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino ou hospitalares, ou de entidades sociais,
culturais, recreativas, esportivas ou beneficentes, adotarão, de comum acordo e sob a orientação
técnica de autoridades especializadas, todas as medidas necessárias à prevenção do tráfico ilícito e
do uso indevido de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, nos
recintos ou imediações de suas atividades.
Parágrafo único. A não-observância do disposto neste artigo implicará a responsabilidade penal e
administrativa dos referidos dirigentes.
Art. 20. 0 Ministério da Saúde estabelecerá intercâmbio permanente de informes e consultas com os
organismos internacionais especializados e com as autoridades sanitárias dos países com os quais o
Brasil mantém relações. Deverá, ainda, colaborar com os órgãos internos para a execução das
Convenções ratificadas pelo Brasil.
Art. 21. Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
2 2
Brasília, 21 de dezembro de 1976; 155 da Independência e 88 da República.
ERNESTO GEISEL
Armando Falcão
(Publicado no DOU de 22.12.76.)
................................................................................................................................................................... .
Capítulo III
DA RESPONSABILIDADE CRIMINAL
Art. 19. Constituem crimes na exploração e utilização de energia nuclear os descritos neste Capítulo,
além dos tipificados na legislação sobre segurança nacional e nas demais leis.
Art. 20. Produzir, processar, fornecer ou usar material nuclear sem a necessária autorização ou para
fi m diverso do permitido em lei:
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos.
Art. 21. Permitir o responsável pela instalação nuclear sua operação sem a necessária autorização:
Pena reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Art. 22. Possuir, adquirir, transferir, transportar, guardar ou trazer consigo material nuclear sem a
necessária autorização:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Lei n° 6.538, de 22.6.78 886
....................................................................................................................................................................
Título V
DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO POSTAL
E O SERVIÇO DE TELEGRAMA
■ Quanto ao número e valor do dia-multa, vide art. 49 do CP.
Falsificação de selo, fórmula de franqueamento ou vale-postal
Art. 36. Falsificar, fabricando ou adulterando, selo, outra fórmula de franqueamento ou vale-postal:
Pena — reclusão, até 8 (oito) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Uso de selo fórmula de franqueamento ou vale-postal falsificados
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede,
empresta, guarda, fornece, utiliza ou restitui à circulação, selo, outra fórmula de franqueamento ou
vale-postal falsificados.
Supressão de sinais de utilização
Art. 37. Suprimir, em selo, outra fórmula de franqueamento ou vale-postal, quando legítimos, com o fim
de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua utilização:
Pena — reclusão, até 4 (quatro) anos, e pagamento, de 5 (cinco) a 15 (quinze) dias-multa.
Forma assimilada
§ 1°. Incorre nas mesmas penas quem usa, vende, fornece ou guarda, depois de alterado, selo,
outra fórmula de franqueamento ou vale-postal.
§ 2 9 . Quem usa ou restitui à circulação, embora recebido de boa-fé, selo, outra fórmula de
franqueamento ou vale-postal, depois de conhecer a falsidade ou a alteração, incorre na pena de
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou pagamento, de 3 (três) a 10 (dez) dias-multa.
887 Lei n°6.538, de 22.6.78
Representação
Art. 45. A autoridade administrativa, a partir da data em que tiver ciência da prática de crime
relacionado com o serviço postal ou com o serviço de telegrama, é obrigada a representar, no prazo
de 10 (dez) dias, ao Ministério Público Federal contra o autor ou autores de ilícito penal, sob pena de
responsabilidade.
Provas documentais e periciais
Art. 46. 0 Ministério das Comunicações colaborará com a entidade policial, fornecendo provas que
forem colhidas em inquéritos ou processos administrativos e, quando possível, indicando servidor para
efetuar perícias e acompanhar os agentes policiais em suas diligências.
Título VI
DAS DEFINIÇÕES
Art. 47. Para os efeitos desta Lei, são adotadas as seguintes definições:
Carta —objeto de correspondência, com ou sem envoltório, sob a forma de comunicação escrita,
de natureza administrativa, social, comercial, ou qualquer outra, que contenha informação de interesse
específico do destinatário.
Cartão-postal — objeto de correspondência, de material consistente, sem envoltório, contendo
mensagem e endereço.
Cecograma —objeto de correspondência impresso em relevo, para uso dos cegos. Considera-se
também cecograma o material impresso para uso dos cegos.
Código de Endereçamento Postal — conjunto de números, ou letras e números, gerados segundo
determinada lógica, que identifiquem um local.
Correspondência — toda comunicação de pessoa a pessoa, por meio de carta, através da via
postal ou por telegrama.
Correspondência agrupada —reunião, em volume, de objetos da mesma ou de diversas naturezas,
quando, pelo menos um deles, for sujeito ao monopólio postal, remetidos a pessoas jurídicas de direito
público ou privado e/ou suas agências, filiais ou representantes.
Cupom-Resposta Internacional — título ou documento de valor postal permutável em todo país-
membro da União Postal Universal por um ou mais selos postais, destinados a permitir ao expedidor
pagar para seu correspondente no estrangeiro o franqueamento de uma carta para resposta.
Encomenda — objeto com ou sem valor mercantil, para encaminhamento por via postal.
Estação — um ou vários transmissores ou receptores, ou um conjunto de transmissores e recepto-
res, incluindo os equipamentos acessórios necessários para assegurar um serviço de telecomunicação
em um determinado local.
Fórmula de franqueamento — representação material de pagamento de prestação de um serviço
postal.
Franqueamento postal — pagamento da tarifa e, quando for o caso, do prêmio, relativos a objeto
postal. Diz-se também da representação da tarifa.
I mpresso — reprodução obtida sobre material de uso corrente na imprensa, editado em vários
exemplares idênticos.
Objeto postal — qualquer objeto de correspondência, valor ou encomenda encaminhado por via
postal.
Pequena encomenda —objeto de correspondência, com ou sem valor mercantil, com peso limitado,
remetido sem fins comerciais.
Preço — remuneração das atividades conectadas ao serviço postal ou ao serviço de telegrama.
Prêmio — importância fixada percentualmente sobre o valor declarado dos objetos postais, a ser
paga pelos usuários de determinados serviços para cobertura de riscos.
Registro — forma de postagem qualificada, na qual o objeto é confiado ao serviço postal contra
emissão de certificado.
Selo — estampilha postal, adesiva ou fixa, bem como a estampa produzida por meio de máquina
de franquear correspondência, destinadas a comprovar o pagamento da prestação de um serviço
postal.
Tarifa —valor, fixado em base unitária, pelo qual se determina a importância a ser paga pelo usuário
do serviço postal ou do serviço de telegrama.
Telegrama — mensagem transmitida por sinalização elétrica ou radioelétrica, ou qualquer outra
forma equivalente, a ser convertida em comunicação escrita, para entrega ao destinatário.
889 Lei n° 6.638, de 8.5.79
Vale-postal — título emitido por uma unidade postal à vista de um depósito de quantia para
pagamento na mesma ou em outra unidade postal.
Parágrafo único. São adotadas, no que couber, para os efeitos desta Lei, as definições estabeleci-
das em convenções e acordos internacionais.
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 48. 0 Poder Executivo baixará os decretos regulamentares decorrentes desta Lei em prazo não
superior a 1 (um) ano, a contar da data de sua publicação, permanecendo em vigor as disposições
constantes dos atuais e que não tenham sido, explícita ou implicitamente, revogados ou derrogados.
Art. 49. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Brasília, em 22 de junho de 1978; 157 9 da Independência e 90 9- da República.
ERNESTO GEISEL
Armando Falcão
(Publicada no DOU de 23.6.78. Íntegra na RF 262/445 e Lex 1978/541.)
■ O art. 5 2, 1, desta lei comina à vivissecção irregular de animais as penas do art. 64, caput, da LCP
(crueldade contra animais).
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 2. Fica permitida, em todo o território nacional, a vivissecção de animais, nos termos desta Lei.
Art. 22 . Os biotérios e os centros de experiências e demonstrações com animais vivos deverão ser
registrados em órgão competente e por ele autorizados a funcionar.
Art. 32. A vivissecção não será permitida:
I. sem o emprego de anestesia;
II. em centros de pesquisas e estudos não registrados em órgão competente;
III. sem a supervisão de técnico especializado;
IV. com animais que não tenham permanecido mais de 15 (quinze) dias em biotérios legalmente
autorizados;
V. em estabelecimentos de ensino de primeiro e segundo graus e em quaisquer locais freqüen-
tados por menores de idade.
Art. 42. O animal só poderá ser submetido às intervenções recomendadas nos protocolos das
experiências que constituem a pesquisa ou os programas de aprendizado cirúrgico, quando, durante
ou após a vivissecção, receber cuidados especiais.
§ 1 9 . Quando houver indicação, o animal poderá ser sacrificado sob estrita obediência às prescri-
ções científicas.
§ 22 . Caso não sejam sacrificados, os animais utilizados em experiências ou demonstrações
somente poderão sair do biotério 30 (trinta) dias após a intervenção, desde que destinados a pessoas
ou entidades idõneas que por eles queiram responsabilizar-se.
Art. 5 2. Os infratores desta Lei estarão sujeitos:
I. às penalidades cominadas no art. 64, caput, do Decreto-Lei n2 3.688, de 3 de outubro de 1941,
no caso de ser a primeira infração;
11. à interdição e cancelamento do registro do biotério ou do centro de pesquisa, no caso de
reincidência.
Art. 62 . 0 Poder Executivo, no prazo de 90 (noventa) dias, regulamentará a presente Lei, especificando:
Lei n° 6.766, de 19.12.79 890
Capítulo IX
DISPOSIÇÕES PENAIS
Art. 50. Constitui crime contra a Administração Pública:
I. dar início, de qualquer modo ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins
urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as disposições desta
Lei ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municípios;
II. dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins
urbanos sem observância das determinações constantes do ato administrativo de licença;
III. fazer, ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou comunicação ao público ou a interes-
sados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou desmembramento do solo para fins
urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa de cinco a cinqüenta vezes o maior salário
mínimo vigente no Pais.
■ Sobre a pena de multa, vide art. 22' da Lei n° 7.209, de 11.7.84.
Parágrafo único. O crime definido neste artigo é qualificado, se cometido:
I. por meio de venda, promessa de venda, reserva de lote ou quaisquer outros instrumentos que
manifestem a intenção de vender lote em loteamento ou desmembramento não registrado no Registro
de Imóveis competente;
II. com inexistência de título legítimo de propriedade do imóvel loteado ou desmembrado,
ressalvado o disposto no art. 18, §§ 4 2 e 52 , desta Lei, ou com omissão fraudulenta de fato a ele relativo,
se o fato não constituir crime mais grave:
■ Inciso 11 com redação dada pela Lei n° 9.785, de 29.1.99.
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de dez a cem vezes o maior salário mínimo
vigente no País.
■ Vide art. da Lei n° 7.209/84 sobre pena de multa.
Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo anterior desta
Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos praticados na qualidade
de mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade.
Parágrafo único. (Vetado.)
Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competentes, registrar
o compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos, ou efetuar registro
de contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado:
891 Lei n° 6.815, de 19.8.80
Pena — detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa de cinco a cinqüenta vezes o maior salário
mínimo vigente no País, sem prejuízo das sanções administrativas cabíveis.
■ Vide art. 2 2 da Lei n° 7.209, de 11.7.84, sobre pena de multa.
................................................................................................................................................................... .
2
Brasília, em 19 de dezembro de 1979; 158° da Independência e 91 da República.
JOÃO FIGUEIREDO
Petrônio Portella
(Publicada no DOU de 20.12.79. Íntegra na Lex 1979/1008.)
................................................................................................................................................................... .
Título VII
DA DEPORTAÇÃO
Art. 57. Nos casos de entrada ou estada irregular de estrangeiro, se este não se retirar voluntariamente
do território nacional no prazo fixado em Regulamento, será promovida sua deportação.
§ 1 2 . Será igualmente deportado o estrangeiro que infringir o disposto nos arts. 21, § 2°, 24, 37,
§ 2°, 98 a 101, §§ 1° ou 2° do art. 104 ou art. 105.
§ 2°. Desde que conveniente aos interesses nacionais, a deportação far-se-á independentemente
da fixação do prazo de que trata o caput deste artigo.
Art. 58. A deportação consistirá na saída compulsória do estrangeiro.
Parágrafo único. A deportação far-se-a para o país da nacionalidade ou de procedência do
estrangeiro, ou para outro que consinta em recebê-lo.
Art. 59. Não sendo apurada a responsabilidade do transportador pelas despesas com a retirada do
estrangeiro, nem podendo este ou terceiro por ela responder, serão as mesmas custeadas pelo Tesouro
Nacional.
Art. 60. 0 estrangeiro poderá ser dispensado de qualquer penalidade relativa à entrada ou estada
irregular no Brasil ou formalidade cujo cumprimento possa dificultar a deportação.
Art. 61. 0 estrangeiro, enquanto não se efetivar a deportação, poderá ser recolhido à prisão por ordem
do Ministro da Justiça, pelo prazo de 60 (sessenta) dias.
Parágrafo único. Sempre que não for possível, dentro do prazo previsto neste artigo, determinar-se
a identidade do deportando ou obter-se documento de viagem para promover a sua retirada, a prisão
poderá ser prorrogada por igual período, findo o qual será ele posto em liberdade, aplicando-se o
disposto no art. 73.
Art. 62. Não sendo exeqüível a deportação ou quando existirem indícios sérios de periculosidade ou
indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á à sua expulsão.
Art. 63. Não se procederá à deportação se implicar em extradição inadmitida pela lei brasileira.
Art. 64. 0 deportado só poderá reingressar no território nacional se ressarcir o Tesouro Nacional, com
correção monetária, das despesas com a sua deportação e efetuar, se for o caso, o pagamento da
multa devida à época, também corrigida.
Lei n°6.815, de 19.8.80 892
Título VIII
DA EXPULSÃO
■ Sobre a expulsão de estrangeiro condenado por tráfico ilícito de entorpecentes, vide Decreto n°
98.961, de 15.2.90.
Art. 65. É passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança
nacional, a ordem política ou social, a tranqüilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou
cujo procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
Parágrafo único. É passível, também, de expulsão o estrangeiro que:
a. praticar fraude a fim de obter a sua entrada ou permanência no Brasil;
b. havendo entrado no território nacional com infração à lei, dele não se retirar no prazo que lhe
for determinado para fazê-lo, não sendo aconselhável a deportação;
c. entregar-se à vadiagem ou à mendicância; ou
d. desrespeitar proibição especialmente prevista em lei para estrangeiro.
Art. 66. Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a conveniência e a
oportunidade da expulsão ou de sua revogação.
Parágrafo único. A medida expulsória ou a sua revogação far-se-á por decreto.
Art. 67. Desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se,
ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação.
Art. 68. Os órgãos do Ministério Público remeterão ao Ministério da Justiça, de ofício, até 30 (trinta)
dias após o trânsito em julgado, cópia da sentença condenatória de estrangeiro autor de crime doloso
ou de qualquer crime contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a economia popular, a
moralidade ou a saúde pública, assim como da folha de antecedentes penais constantes dos autos.
Parágrafo único. O Ministro da Justiça, recebidos os documentos mencionados neste artigo,
determinará a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.
Art. 69. 0 Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão, por 90 (noventa) dias,
do estrangeiro submetido a processo de expulsão e, para concluir o inquérito ou assegurar a execução
da medida, prorrogá-la por igual prazo.
Parágrafo único. Em caso de medida interposta junto ao Poder Judiciário que suspenda, proviso-
riamente, a efetivação do ato expulsório, o prazo de prisão de que trata a parte final do caput deste
artigo ficará interrompido, até a decisão definitiva do Tribunal a que estiver submetido o feito.
Art. 70. Compete ao Ministro da Justiça, de ofício ou acolhendo solicitação fundamentada, determinar
a instauração de inquérito para a expulsão do estrangeiro.
Art. 71. Nos casos de infração contra a segurança nacional, a ordem política ou social e a economia
popular, assim como nos casos de comércio, posse ou facilitação de uso indevido de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, ou de desrespeito a proibição
especialmente prevista em lei para estrangeiro, o inquérito será sumário e não excederá o prazo de
15 (quinze) dias, dentro do qual fica assegurado ao expulsando o direito de defesa.
Art. 72. Salvo as hipóteses previstas no artigo anterior, caberá pedido de reconsideração no prazo de
10 (dez) dias, a contar da publicação do decreto de expulsão, no Diário Oficial da União.
Art. 73. 0 estrangeiro, cuja prisão não se torne necessária, ou que tenha o prazo desta vencido,
permanecerá em liberdade vigiada, em lugar designado pelo Ministro da Justiça, e guardará as normas
de comportamento que lhe forem estabelecidas.
Parágrafo único. Descumprida qualquer das normas fixadas de conformidade com o disposto neste
artigo ou no seguinte, o Ministro da Justiça, a qualquer tempo, poderá determinar a prisão administra-
tiva do estrangeiro, cujo prazo não excederá a 90 (noventa) dias.
Art. 74. 0 Ministro da Justiça poderá modificar, de ofício ou a pedido, as normas de conduta impostas
ao estrangeiro e designar outro lugar para a sua residência.
Art. 75. Não se procederá à expulsão:
I. se implicar extradição inadmitida pela lei brasileira; ou
II. quando o estrangeiro tiver:
893 Lei n° 6.815, de 19.8.80
a. cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou separado, de fato ou de direito, e desde
que o casamento tenha sido celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou
b. filho brasileiro que, comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa economicamente.
§ 1°. Não constituem impedimento à expulsão a adoção ou o reconhecimento de filho brasileiro
supervenientes ao fato que a motivar.
§ 2°. Verificados o abandono do filho, o divórcio ou a separação, de fato ou de direito, a expusão
poderá efetivar-se a qualquer tempo.
Título IX
DA EXTRADIÇÃO
■ Vide CR/88, arts. 5°, LI e LII, 22, XV, e 102, 1, g.
Art. 76. A extradição poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado,
ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade.
Art. 77. Não se concederá a extradição quando:
I. se tratar de brasileiro, salvo se a aquisição dessa nacionalidade verificar-se após o fato que
motivar o pedido;
11. o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente;
III. o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando;
IV. a lei brasileira impuser ao crime a pena de prisão igual ou inferior a 1 (um) ano;
V. o extraditando estiver a responder a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no
Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
VI. estiver extinta a punibilidade pela prescrição segundo a lei brasileira ou a do Estado requeren-
te;
VII. o fato constituir crime politico; e
VIII. o extraditando houver de responder, no Estado requerente, perante Tribunal ou Juízo de
exceção.
§ 1°. A exceção do item VII não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente,
infração da lei penal comum, ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato
principal.
§ 29 . Caberá, exclusivamente, ao Supremo Tribunal Federal, a apreciação do caráter da infração.
§ 3 Q . O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crimes políticos os atentados contra
Chefes de Estado ou quaisquer autoridades, bem assim os atos de anarquismo, terrorismo, sabotagem,
seqüestro de pessoa, ou que importem propaganda de guerra ou de processos violentos para
subverter a ordem política ou social.
Art. 78. São condições para concessão da extradição:
I. ter sido crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando
as leis penais desse Estado; e
II. existir sentença final de privação de liberdade, ou estar a prisão do extraditando autorizada
por juiz, tribunal ou autoridade competente do Estado requerente, salvo o disposto no art. 82.
Art. 79. Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa, pelo mesmo fato, terá
preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida.
§ 1°. Tratando-se de crimes diversos, terão preferência, sucessivamente:
I. o Estado requerente em cujo território haja sido cometido o crime mais grave, segundo a lei
brasileira;
II. o que em primeiro lugar houver pedido a entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes
for idêntica; e
III. o Estado de origem, ou, na sua falta, o domiciliar do extraditando, se os pedidos forem
simultâneos.
§ 22 . Nos casos não previstos decidirá sobre a preferência o Governo brasileiro.
Lei n 2 6.815, de 19.8.80 894
§ 32 . Havendo tratado com algum dos Estados requerentes, prevalecerão suas normas no que
disserem respeito à preferência de que trata este artigo.
Art. 80. A extradição será requerida por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado
que a requerer, diretamente de Governo a Governo, devendo o pedido ser instruído com a cópia
autêntica ou a certidão da sentença condenatória, da de pronúncia ou da que decretar a prisão
preventiva, proferida por juiz ou autoridade competente. Esse documento ou qualquer outro que se
juntar ao pedido conterá indicações precisas sobre o local, data, natureza e circunstâncias do fato
criminoso, identidade do extraditando, e, ainda, cópia dos textos legais sobre o crime, a pena e sua
prescrição.
§ 1 2 . O encaminhamento do pedido por via diplomática confere autenticidade aos documentos.
§ 22 . Não havendo tratado que disponha em contrário, os documentos indicados neste artigo serão
acompanhados de versão oficialmente feita para o idioma português no Estado requerente.
Art. 81. 0 Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que ordenará
a prisão do extraditando, colocando-o à disposição do Supremo Tribunal Federal.
■ Vide nota no art. 82.
Art. 82. Em caso de urgência, poderá ser ordenada a prisão preventiva do extraditando desde que
pedida, em termos hábeis, qualquer que seja o meio de comunicação, por autoridade competente,
agente diplomático ou consular do Estado requerente.
§ 1 2 . O pedido, que noticiará o crime cometido, deverá fundamentar-se em sentença condenatória,
auto de prisão em flagrante, mandado de prisão, ou, ainda, em fuga do indiciado.
§ 22 . Efetivada a prisão, o Estado requerente deverá formalizar o pedido em 90 (noventa) dias, na
conformidade do art. 80.
§ 32 . A prisão com base neste artigo não será mantida além do prazo referido no parágrafo anterior,
nem se admitirá novo pedido pelo mesmo fato sem que a extradição haja sido formalmente requerida.
■ Vide Portaria n° 737/88 do Ministério da Justiça.
Art. 83. Nenhuma extradição será concedida sem prévio pronunciamento do Plenário do Supremo
Tribunal Federal sobre sua legalidade e procedência, não cabendo recurso da decisão.
Art. 84. Efetivada a prisão do extraditando (art. 81), o pedido será encaminhado ao Supremo Tribunal
Federal.
Parágrafo único. A prisão perdurará até o julgamento final do Supremo Tribunal Federal, não sendo
admitidas a liberdade vigiada, a prisão domiciliar, nem a prisão-albergue.
Art. 85. Ao receber o pedido, o relator designará dia e hora para o interrogatório do extraditando e,
conforme o caso, dar-lhe-á curador ou advogado, se não o tiver, correndo do interrogatório o prazo de
10 (dez) dias para a defesa.
§ 1 2 . A defesa versará sobre a identidade da pessoa reclamada, defeito de forma dos documentos
apresentados ou ilegalidade da extradição.
§ 22 . Não estando o processo devidamente instruído, o tribunal, a requerimento do procurador-ge-
ral da República, poderá converter o julgamento em diligência para suprir a falta no prazo improrro-
gável de 60 (sessenta) dias, decorridos os quais o pedido será julgado independentemente da
diligência.
§ 32 . O prazo referido no parágrafo anterior correrá da data da notificação que o Ministério das
Relações Exteriores fizer à missão diplomática do Estado requerente.
Art. 86. Concedida a extradição, será o fato comunicado através do Ministério das Relações Exteriores
à missão diplomática do Estado requerente que, no prazo de 60 (sessenta) dias da comunicação,
deverá retirar o extraditando do território nacional.
Art. 87. Se o Estado requerente não retirar o extraditando do território nacional no prazo do artigo
anterior, será ele posto em liberdade, sem prejuízo de responder a processo de expulsão, se o motivo
da extradição o recomendar.
Art. 88. Negada a extradição, não se admitirá novo pedido baseado no mesmo fato.
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime
punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois da conclusão
do processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no art. 67.
895 Lei n° 6.815, de 19.8.80
................................................................................................................................................................... .
Título XII
DAS INFRAÇÕES, PENALIDADES E SEU PROCEDIMENTO
Capítulo I
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 125. Constitui infração, sujeitando o infrator às penas aqui cominadas:
I. entrar no território nacional sem estar autorizado (clandestino);
Pena — deportação;
II. demorar-se no território nacional após esgotado o prazo legal de estada:
Pena — multa de um décimo do maior valor de referência, por dia de excesso, até o máximo de
dez vezes o maior valor de referência, e deportação, caso não saia no prazo fixado;
III. deixar de registrar-se no órgão competente, dentro do prazo estabelecido nesta Lei (art. 30):
Pena — multa de um décimo do maior valor de referência, por dia de excesso, até o máximo de
dez vezes o maior valor de referência;
IV. deixar de cumprir o disposto nos arts. 96, 102 e 103:
Pena — multa de duas a dez vezes o maior valor de referência;
V. deixar a empresa transportadora de atender à manutenção ou promover a saída do território
nacional do clandestino ou do impedido (art. 27):
Pena — multa de trinta vezes o maior valor de referência, por estrangeiro;
VI. transportar para o Brasil estrangeiro que esteja sem a documentação em ordem:
Pena — multa de dez vezes o maior valor de referência, por estrangeiro, além da responsabilidade
pelas despesas com a retirada deste do território nacional;
VII. empregar ou manter a seu serviço estrangeiro em situação irregular ou impedido de exercer
atividade remunerada:
Pena — multa de trinta vezes o maior valor de referência, por estrangeiro;
Lei n°6.815, de 19.8.80 896
VIII. infringir o disposto nos arts. 21, § 2 2 , 24, 98, 104, §§ ou 22, e 105:
Pena — deportação;
IX. infringir o disposto no art. 25:
Pena — multa de cinco vezes o maior valor de referência para o resgatador e deportação para o
estrangeiro;
X. infringir o disposto nos arts. 18, 37, § 2 2 , ou 99 a 101:
Pena — cancelamento do registro e deportação;
XI. infringir o disposto nos arts. 106 ou 107:
Pena — detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e expulsão;
XII. introduzir estrangeiro clandestinamente ou ocultar clandestino ou irregular:
Pena — detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão;
XIII. fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro, de alteração de
assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte para estrangeiro, laissez-passer,
ou, quando exigido, visto de saída:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos e, se o infrator for estrangeiro, expulsão;
XIV. infringir o disposto nos arts. 45 a 48:
Pena — multa de cinco a dez vezes o maior valor de referência;
XV. infringir o disposto nos arts. 26, § 1 2 , ou 64:
Pena — deportação e, na reincidência, expulsão;
XVI. infringir ou deixar de observar qualquer disposição desta Lei ou de seu Regulamento para a
qual não seja cominada sanção especial:
Pena — multa de duas a cinco vezes o maior valor de referência.
Parágrafo único. As penalidades previstas no item XI aplicam-se também aos diretores das
entidades referidas no item I do art. 107.
Art. 128, As multas previstas neste Capítulo, nos casos de reincidência, poderão ter os respectivos
valores aumentados do dobro ao quíntuplo.
Capítulo II
DO PROCEDIMENTO PARA APURAÇAO
DAS INFRAÇOES
Art. 127. A infração punida com multa será apurada em processo administrativo, que terá por base o
respectivo auto, conforme se dispuser em regulamento.
Art. 128. No caso do art. 125, itens XI a XIII, observar-se-á o Código de Processo Penal e, nos casos
de deportação e expulsão, o disposto nos Títulos VII e VIII desta Lei, respectivamente.
................................................................................................................................................................... .
Art. 15.0 poluidor que expuser a perigo a incolumidade humana, animal ou vegetal, ou estiver tornando
mais grave situação de perigo existente, fica sujeito à pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos e
multa de 100 a 1.000 MVR.
■ Sobre a pena de multa, vide art. 2° da Lei n° 7.209, de 11.7.84.
§ 1 2 . A pena é aumentada até o dobro se:
I. resultar:
a. dano irreversível à fauna, à flora e ao meio ambiente;
b. lesão corporal grave;
II. a poluição é decorrente de atividade industrial ou de transporte;
III. o crime é praticado durante a noite, em domingo ou em feriado.
§ 2°. Incorre no mesmo crime a autoridade competente que deixar de promover as medidas
tendentes a impedir a prática das condutas acima descritas.
■ Artigo e parágrafos com redação dada pela Lei n° 7.804, de 18.7.89.
....................................................................................................................................................................
0 Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1'. São crimes de responsabilidade do Governador do Distrito Federal ou de seus Secretários,
quando por eles praticados, os definidos na Lei n 2 1.079, de 10 de abril de 1950, ou ainda quando
simplesmente tentados.
Art. 22. É facultado a qualquer cidadão denunciar o Governador ou Secretário do Governo do Distrito
Federal perante o Senado Federal.
Art. 32. Recebida pelo Presidente do Senado Federal, a denúncia, devidamente acompanhada dos
elementos que a comprovem, ou da declaração de impossibilidade de apresentá-los, mas com a
indicação do local em que possam ser encontrados, será remetida à Comissão de Constituição e
Justiça e às que devam examinar-lhe o mérito, depois do que o Senado Federal, por maioria absoluta,
poderá decretar a procedência da acusação e a conseqüente suspensão do Governador de suas
funções.
Art. 42. Declarada a procedência da acusação e suspensão do Governador, a Comissão Especial,
constituída por cinco Senadores e cinco Desembargadores do Tribunal de Justiça, presidida pelo
Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, no prazo improrrogável de 90 (noventa) dias,
concluirá pela condenação, ou não, do Governador à perda do cargo, com inabilitação até 5 (cinco)
anos para o exercício de qualquer função política, sem prejuízo da ação da justiça comum.
2
Art. 5 . O Governador do Distrito Federal e os Secretários do Governo, nos crimes conexos com os
daquele, responderão, até 2 (dois) anos após haverem deixado o cargo, pelos atos que, consumados
ou tentados, a lei considere crime de responsabilidade praticados no exercício da função pública.
§ 1 2 . Aplica-se o disposto neste artigo aos dirigentes de autarquias, órgãos e entidades do complexo
administrativo do Distrito Federal.
§ 2 2 . Na hipótese do parágrafo anterior, a denúncia, a acusação e o julgamento se farão de acordo
com a norma do processo administrativo, pelo órgão competente.
Art. 62. As disposições da presente Lei aplicam-se aos Governadores e Secretários dos Territórios
Federais.
2
Art. 7 . Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
2
Art. 8 . Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 28 de junho de 1983; 162 2 da Independência e 95 2 da República.
JOÃO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel
Art. 1 2 . Todo crédito ou financiamento concedido por órgãos da administração pública, direta ou
indireta, ou recurso proveniente de incentivo fiscal terá que ser aplicado exclusivamente no projeto
para o qual foi liberado.
■ Sobre incentivo fiscal, vide art. 22, IV, da Lei n- 8.137/90.
Art. 22. Os infratores ficam sujeitos às seguintes penalidades:
I. não se beneficiarão de nenhum outro empréstimo de organismo oficial de crédito e nem
poderão utilizar recursos de incentivos fiscais, por um período de 10 (dez) anos;
II. terão que saldar todos os débitos, vencidos e vincendos, relativos ao crédito ou financiamento
cuja aplicação foi desviada, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da constatação da irregularidade.
Parágrafo único. As penalidades constantes deste artigo somente serão aplicadas mediante
processo regular, assegurada ao acusado ampla defesa.
Art. Y. Além das sanções previstas no artigo anterior, os responsáveis pela infração dos dispositivos
desta Lei ficam sujeitos às penas previstas no art. 171 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de
1940 — Código Penal Brasileiro.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da
sua publicação.
Art. 52 . Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 6 2 . Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 26 de outubro de 1983; 162 2 da Independência e 95 2 da República.
JOÃO FIGUEIREDO
Ernane Galvêas
0 Presidente da República
Título I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1 2 . Esta Lei prevë os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão:
I. a integridade territorial e a soberania nacional;
II. o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito;
III. a pessoa dos chefes dos Poderes da União.
Art. 22 . Quando o fato estiver também previsto como crime no Código Penal, no Código Penal Militar
ou em leis especiais, levar-se-ão em conta, para a aplicação desta Lei:
I. a motivação e os objetivos do agente;
II. a lesão real ou potencial aos bens jurídicos mencionados no artigo anterior.
Art. 32 . Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, reduzida de um a dois
terços, quando não houver expressa previsão e cominação específica para a figura tentada.
Parágrafo único. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução, ou impede
que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Lei n° 7.170, de 14.12.83 900
Art. 42 . São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não elementares do crime:
I. ser o agente reincidente;
II. ter o agente:
a. praticado o crime com o auxílio, de qualquer espécie, de governo, organização internacional
ou grupos estrangeiros;
b. promovido, organizado ou dirigido a atividade dos demais, no caso do concurso de agentes.
Art. 52 . Em tempo de paz, a execução da pena privativa da liberdade, não superior a 2 (dois) anos,
pode ser suspensa, por 2 (dois) a 6 (seis) anos, desde que:
I. o condenado não seja reincidente em crime doloso, salvo o disposto no § do art. 71 do
Código Penal Militar;
II. os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias do crime, bem como
sua conduta posterior, autorizem a presunção de que não tornará a delinqüir.
Parágrafo único. A sentença especificará as condições a que fica subordinada a suspensão.
Art. 6 2. Extingue-se a punibilidade dos crimes previstos nesta Lei:
I. pela morte do agente;
II. pela anistia ou indulto;
III. pela retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV. pela prescrição.
Art. 72. Na aplicação desta Lei, observar-se-á, no que couber, a Parte Geral do Código Penal Militar e,
subsidiariamente, a sua Parte Especial.
Parágrafo único. Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos
às normas estabelecidas na legislação especial.
Título II
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 82 . Entrar em entendimento ou negociação com governo ou grupo estrangeiro, ou seus agentes,
para provocar guerra ou atos de hostilidade contra o Brasil:
Pena reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos.
Parágrafo único. Ocorrendo a guerra ou sendo desencadeados os atos de hostilidade, a pena
aumenta-se até o dobro.
Art. 92 . Tentar submeter o território nacional, ou parte dele, ao domínio ou à soberania de outro país:
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 20 (vinte) anos.
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até um terço; se resulta
morte, aumenta-se até a metade.
Art. 10. Aliciar indivíduos de outro país para invasão do território nacional:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.
Parágrafo único. Ocorrendo a invasão, a pena aumenta-se até o dobro.
Art. 11. Tentar desmembrar parte do território nacional para constituir país independente:
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 12. Importar ou introduzir, no território nacional, por qualquer forma, sem autorização da autoridade
federal competente, armamento ou material militar privativo das Forças Armadas:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, sem autorização legal, fabrica, vende, transporta,
recebe, oculta, mantém em depósito ou distribui o armamento ou material militar de que trata este
artigo.
Art. 13. Comunicar, entregar ou permitir a comunicação ou a entrega, a governo ou grupo estrangeiro,
ou a organização ou grupo de existência ilegal, de dados, documentos ou cópias de documentos,
planos, códigos, cifras ou assuntos que, no interesse do Estado brasileiro, são classificados como
sigilosos:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:
901 Lei n° 7.170, de 14.12.83
I. com o objetivo de realizar os atos previstos neste artigo, mantém serviço de espionagem ou
dele participa;
II. com o mesmo objetivo, realiza atividade aerofotográfica ou de sensoreamento remoto, em
qualquer parte do território nacional;
III. oculta ou presta auxílio a espião, sabendo-o tal, para subtrai-lo à ação da autoridade pública;
IV. obtém ou revela, para fim de espionagem, desenhos, projetos, fotografias, notícias ou informa-
ções a respeito de técnicas, de tecnologias, de componentes, de equipamentos, de instalações ou de
sistemas de processamento automatizado de dados, em uso ou em desenvolvimento no País, que,
reputados essenciais para a sua defesa, segurança ou economia, devem permanecer em segredo.
Art. 14. Facilitar, culposamente, a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 12 e 13, e seus
parágrafos:
Pena detenção, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
Art. 15. Praticar sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias de
transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragens, depósitos e outras instalações
congêneres:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.
§ 1°. Se do fato resulta:
a. lesão corporal grave, a pena aumenta-se até a metade;
b. dano, destruição ou neutralização de meios de defesa ou de segurança; paralisação, total ou
parcial, de atividade ou serviços públicos reputados essenciais para a defesa, a segurança
ou a economia do País, a pena aumenta-se até o dobro;
c. morte, a pena aumenta-se até o triplo.
§ 2°. Punem-se os atos preparatórios de sabotagem com a pena deste artigo reduzida de dois
terços, se o fato não constitui crime mais grave.
Art. 16. Integrar ou manter associação, partido, comitê, entidade de classe ou grupamento que tenha
por objetivo a mudança do regime vigente ou do Estado de Direito, por meios violentos ou com o
emprego de grave ameaça:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
Art. 17. Tentar mudar, com emprego de violência ou grave ameaça, a ordem, o regime vigente ou o
Estado de Direito:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos.
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até a metade; se resulta
morte, aumenta-se até o dobro.
Art. 18. Tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos
Poderes da União ou dos Estados:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos.
Art. 19. Apoderar-se ou exercer o controle de aeronave, embarcação ou veículo de transporte coletivo,
com emprego de violência ou grave ameaça à tripulação ou a passageiros:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 10 (dez) anos.
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o dobro; se resulta
morte, aumenta-se até o triplo.
Art. 20. Devastar, saquear, extorquir, roubar, seqüestrar, manter em cárcere privado, incendiar,
depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo
político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas
ou subversivas:
Pena — reclusão de 3 (três) a 10 (dez) anos.
Parágrafo único Se do fato resulta lesão corporal grave, a pena aumenta-se até o dobro; se resulta
morte, aumenta-se até o triplo.
Art. 21. Revelar segredo obtido em razão de cargo, emprego ou função pública, relativamente a planos,
ações ou operações militares ou policiais contra rebeldes, insurretos ou revolucionários:
Pena -- reclusão, de 2 (dois) a 10 (dez) anos.
Art. 22. Fazer, em público, propaganda:
I. de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social;
Lei n° 7.170, de 14.12.83 902
II. de discriminação racial, de luta pela violência entre as classes sociais, de perseguição
religiosa;
III. de guerra;
IV. de qualquer dos crimes previstos nesta Lei:
Pena — detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1°. A pena é aumentada de um terço quando a propaganda for feita em local de trabalho ou por
meio de rádio ou televisão.
§ 22 . Sujeita-se à mesma pena quem distribui ou redistribui:
a. fundos destinados a realizar a propaganda de que trata este artigo;
b. ostensiva ou clandestinamente boletins ou panfletos contendo a mesma propaganda.
§ 32 . Não constitui propaganda criminosa a exposição, a crítica ou o debate de quaisquer doutrinas.
Art. 23. Incitar:
I. à subversão da ordem política ou social;
II. à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições
civis;
III. à luta com violência entre as classes sociais;
IV. à prática de qualquer dos crimes previstos nesta Lei:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 24. Constituir, integrar ou manter organização ilegal de tipo militar, de qualquer forma ou natureza,
armada ou não, com ou sem fardamento, com finalidade combativa:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.
Art. 25. Fazer funcionar, de fato, ainda que sob falso nome ou forma simulada, partido político ou
associação dissolvidos por força de disposição legal ou de decisão judicial:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.
Art. 26. Caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos
Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo
à reputação:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, conhecendo o caráter ilícito da imputação, a
propala ou divulga.
Art. 27. Ofender a integridade corporal ou a saúde de qualquer das autoridades mencionadas no artigo
anterior:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
§ 1 2 . Se a lesão é grave, aplica-se a pena de reclusão de 3 (três) a 15 (quinze) anos.
§ 2°. Se da lesão resulta a morte e as circunstâncias evidenciam que este resultado pode ser
atribuído a título de culpa ao agente, a pena é aumentada até um terço.
Art. 28. Atentar contra a liberdade pessoal de qualquer das autoridades referidas no art. 26:
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.
Art. 29. Matar qualquer das autoridades referidas no art. 26:
Pena — reclusão, de 15 (quinze) a 30 (trinta) anos.
Título Ill
DA COMPETÊNCIA, DO PROCESSO E DAS NORMAS
ESPECIAIS DE PROCEDIMENTOS
Art. 30. Compete à Justiça Militar processar e julgar os crimes previstos nesta Lei, com observância
das normas estabelecidas no Código de Processo Penal Militar, no que não colidirem com disposição
desta Lei, ressalvada a competência originária do Supremo Tribunal Federal nos casos previstos na
Constituição.
Parágrafo único. A ação penal é pública, promovendo-a o Ministério Público.
Art. 31. Para apuração de fato que configure crime previsto nesta Lei instaurar-se-á inquérito policial,
pela Polícia Federal:
I. de ofício;
II. mediante requisição do Ministério Público;
903 Lei n2 7.209, de 11.7.84
Parágrafo único. Nas comarcas onde ainda não for possível a execução das penas previstas nos
incisos I e Ill do art. 43 do Código Penal, poderá o juiz, até o vencimento do prazo de que trata este
artigo, optar pela concessão da suspensão condicional, observado, no que couber, o disposto nos
arts. 77 a 82 do mesmo Código.
Art. 4 2. O Poder Executivo fará republicar o Código Penal com seu texto atualizado.
Art. 5 2. Esta Lei entra em vigor 6 (seis) meses após a data de sua publicação.
Brasília, em 11 de julho de 1984; 163 2 da Independência e 96 2 da República.
JOÃO FIGUEIREDO
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
................................................................................................................................................................... .
Art. 10. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez)
a 1.000 (mil) OTN — Obrigações do Tesouro Nacional, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados
técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.
■ Vide art. 22 da Lei n° 7.784/89 sobre a conversão das penalidades previstas em OTN para BTN —
Bônus do Tesouro Nacional. Observe-se, contudo, que o BTN foi extinto pela Lei n° 8.177/91.
................................................................................................................................................................... .
Art. 2 9. Imprimir, reproduzir ou, de qualquer modo, fabricar ou põr em circulação, sem autorização
escrita da sociedade emissora, certificado, cautela ou outro documento representativo de título ou valor
mobiliário:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem imprime, fabrica, divulga, distribui ou faz distribuir
prospecto ou material de propaganda relativo aos papéis referidos neste artigo.
Art. 32. Divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 42. Gerir fraudulentamente instituição financeira:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 12 (doze) anos, e multa.
Parágrafo único. Se a gestão é temerária:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 5 9 . Apropriar-se, quaisquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta Lei, de dinheiro, título, valor
ou qualquer outro bem móvel de que tem a posse, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena qualquer das pessoas mencionadas no art. 25 desta Lei,
que negociar direito, título ou qualquer outro bem móvel ou imóvel de que tem a posse, sem autorização
de quem de direito.
Art. 62. Induzir ou manter em erro sócio, investidor ou repartição pública competente, relativamente a
operação ou situação financeira, sonegando-lhe informação ou prestando-a falsamente:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa
Art. 72. Emitir, oferecer ou negociar, de qualquer modo, títulos ou valores mobiliários:
I. falsos ou falsificados;
II. sem registro prévio de emissão junto à autoridade competente, em condições divergentes das
constantes do registro ou irregularmente registrados;
III. sem lastro ou garantia suficientes, nos termos da legislação;
VI. sem autorização prévia da autoridade competente, quando legalmente exigida:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
A rt .8Q . Exigir, em desacordo com a legislação (vetado) juro, comissão ou qualquer tipo de remuneração
sobre operação de crédito ou de seguro, administração de fundo mútuo ou fiscal ou de consórcio,
serviço de corretagem ou distribuição de títulos ou valores mobiliários:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 92. Fraudar a fiscalização ou o investidor, inserindo ou fazendo inserir, em documento comproba-
tório de investimento em títulos ou valores mobiliários, declaração falsa ou diversa da que dele deveria
constar:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 10. Fazer inserir elemento falso ou omitir elemento exigido pela legislação, em demonstrativos
contábeis de instituição financeira, seguradora ou instituição integrante do sistema de distribuição de
títulos de valores mobiliários:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 11. Manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida pela legislação:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 12. Deixar, o ex-administrador de instituição financeira, de apresentar, ao interventor, liquidante,
ou síndico, nos prazos e condições estabelecidas em lei as informações, declarações ou documentos
de sua responsabilidade:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 13. Desviar (vetado) bem alcançado pela indisponibilidade legal resultante de intervenção,
li quidação extrajudicial ou falência de instituição financeira:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre o interventor, o liquidante ou o síndico que se apropriar
de bem abrangido pelo caput deste artigo, ou desviá-lo em proveito próprio ou alheio.
Lei n° 7.492, de 16.6.86 906
Art. 33. Na fixação da pena de multa relativa aos crimes previstos nesta Lei, o limite a que se refere o
§ 1 2 do art. 49 do Código Penal, aprovado pelo Decreto-Lei n 2 2.848, de 7 de dezembro de 1940, pode
ser estendido até o décuplo, se verificada a situação nele cogitada.
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
....................................................................................................................................................................
Art. 11. As infrações aos dispositivos desta Lei, sem prejuízo das sanções penais cabíveis, sujeitarão
o contribuinte à cobrança do imposto sobre a renda não recolhido em cada exercício acrescido das
penalidades previstas na legislação do imposto de renda, além da perda do direito de acesso, após
a condenação, aos benefícios fiscais aqui instituídos, e sujeitando o beneficiário à multa de 30% (trinta
por cento) do valor da operação, assegurando o direito de regresso contra os responsáveis pela fraude.
Art. 14. Obter redução do imposto de renda, utilizando-se fraudulentamente de qualquer dos benefí-
cios desta Lei, constitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) meses e multa.
§ 1 2 . No caso de pessoa jurídica, respondem pelo crime o acionista controlador e os administrado-
res, que para ele tenham concorrido.
§ 22 . Na mesma pena incorre aquele que, recebendo recursos, bens ou valores, em função desta
Lei, deixa de promover, sem justa causa, atividade cultural objeto do incentivo.
Art. 82. Constitui crime, punível com pena de reclusão de 3 (três) meses a 1 (um) ano, a violação do
disposto nas alíneas a e b do item IV do art. 1 2 .
Art. 92 . Sem prejuízo das penalidades previstas nos dispositivos anteriores, aplica-se aos infratores o
disposto no § 1 2 do art. 14 da Lei n 2 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Art. 10. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o § 4 2 e suas alíneas do art. 27 da
Lei n2 5.197, de 3 de janeiro de 1967, alterada pela Lei n 2 7.653, de 12 de fevereiro de 1988.
Senado Federal, em 23 de novembro de 1988; 167 2 da Independência e 100 2 da República.
Humberto Lucena
0 Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 2 . Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
■ Artigo com redação dada pela Lei n2 9.459, de 13.5,97.
Art. 22 . (Vetado.)
Art. 3 2. Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da
Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 44 . Negar ou obstar emprego em empresa privada:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
Art. 52 . Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir, atender ou
receber cliente ou comprador:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Art. 62. Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino
público ou privado de qualquer grau:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 5 (cinco) anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de 18 (dezoito) anos a pena é agravada de
um terço.
Art. 72 . Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabe-
lecimento similar:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 5 (cinco) anos.
911 Lei n2 7.716, de 5.1.89
JOSÉ SARNEY
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 2 . É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade
de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Parágrafo único. O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei.
Art. 22. Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva,
temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.
Art. 32. Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recurso via arbitral, é facultada a
cessação coletiva do trabalho.
Parágrafo único. A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente interessa-
dos serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas, da paralisação.
Art. 42 . Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembléia
geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação
de serviços.
§ 1°. O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades da convocação e o quorum
para a deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação da greve.
§ 2°. Na falta de entidade sindical, a assembléia geral dos trabalhadores interessados deliberará
para os fins previstos no caput, constituindo comissão de negociação.
Art. 5°. A entidade sindical ou comissão especialmente eleita representará os interesses dos trabalha-
dores nas negociações ou na Justiça do Trabalho.
Art. 62 . São assegurados aos grevistas dentre outros direitos:
I. o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem ã
greve;
II. a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento.
§ 1°. Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar
ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.
§ 22 . É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao
trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento.
§ 3°. As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso
ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.
Art. 72 . Observadas as condições previstas nesta Lei, a participação em greve suspende o contrato
de trabalho, devendo as reações obrigacionais durante o período ser regidas pelo acordo, convenção,
laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho.
Parágrafo único. É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a2
contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9
e 14.
Art. 82 . A Justiça do Trabalho, por iniciativa de qualquer das partes ou do Ministério Público do Trabalho,
decidirá sobre a procedência, total ou parcial, ou improcedência das reivindicações cumprindo ao
Tribunal publicar, de imediato, o competente acórdão.
Art. 9 2. Durante a greve o sindicato ou a comissão de negociação mediante acordo com a entidade
patronal ou diretamente com o empregador, manterá em atividade equipes de empregados com o
propósito de assegurar os serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração
irreversível de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à
retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
913 Lei n°7.783, de 28.6.89
Parágrafo único. Não havendo acordo, é assegurado ao empregador, enquanto perdurar a greve, o
direito de contratar diretamente os serviços necessários a que se refere este artigo.
Art. 10. São considerados serviços ou atividades essenciais:
I. tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e
combustíveis;
II. assistência médica e hospitalar;
III. distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV. funerários;
V. transporte coletivo;
VI. captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII. telecomunicações;
VIII. guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
IX. processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X. controle de tráfego aéreo;
XI. compensação bancária.
Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam
obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao
atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que não atendidas colo-
quem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população.
Art. 12. No caso da inobservância do disposto no artigo anterior o Poder Público assegurará a prestação
dos serviços indispensáveis.
Art. 13. Na greve em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou os trabalha-
dores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores e aos usuários com
antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.
Art. 14. Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem
como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça
do Trabalho.
Parágrafo único. Na vigência de acordo, convenção ou sentença normativa não constitui abuso do
exercício do direito de greve a paralisação que:
I. tenha por objetivo exigir o cumprimento de cláusula ou condição;
II. seja motivada pela superveniência de fato novo ou acontecimento imprevisto que modifique
substancialmente a relação de trabalho.
Art. 15. A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes cometidos, no curso da greve,
será apurada, conforme o caso, segundo a legislação trabalhista, civil ou penal.
Parágrafo único. Deverá o Ministério Público, de ofício, requisitar a abertura do competente inquérito
e oferecer denúncia quando houver indício da prática de delito.
Art. 16. Para os fins previstos no art. 37, inciso VII, da Constituição, lei complementar definirá os termos
e os limites em que o direito de greve poderá ser exercido.
Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de
frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregadores
(lockout).
Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à percepção dos
salários durante o período de paralisação.
Art. 18. Ficam revogados a Lei n°4.330, de 1° de junho de 1964, o Decreto-Lei n° 1.632, de 4 de agosto
de 1978, e demais disposições em contrário.
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, em 28 de junho de 1989; 168° da Independência e 101° da República.
JOSÉ SARNEY
0 Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
....................................................................................................................................................................
Art. 15. Aquele que produzir, comercializar, transportar, aplicar, prestar serviço, der destinação a
resíduos e embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins, em descumprimento às
exigências estabelecidas na legislação pertinente estará sujeito à pena de reclusão, de 2 (dois) a 4
(quatro) anos, além de multa.
■ Artigo com nova redação dada pela Lei n° 9.974, de 6.6.00.
Art. 16.O empregador, profissional responsável ou o prestador de serviço, que deixar de promover as
medidas necessárias de proteção à saúde e ao meio ambiente, estará sujeito a pena de reclusão de
2 (dois) a 4 (quatro) anos, além de multa de 100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. Em caso de culpa, será
punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, além de multa de 50 (cinqüenta) a 500
(quinhentos) MVR.
................................................................................................................................................................... .
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
................................................................................................................................................................... .
Art. 21. A realização de trabalhos de extração de substâncias minerais, sem a competente permissão,
concessão ou licença, constitui crime, sujeito a penas de reclusão de 3 (três) meses a 3 (três) anos e
multa.
Parágrafo único. Sem prejuízo da ação penal cabível, nos termos deste artigo, a extração mineral
realizada sem a competente permissão, concessão ou licença acarretará a apreensão do produto
mineral, das máquinas, veículos e equipamentos utilizados, os quais, após transitada em julgado a
915 Lei n2 7.853, de 24.10.89
sentença que condenar o infrator, serão vendidos em hasta pública e o produto da venda recolhido à
conta do Fundo Nacional de Mineração, instituído pela Lei n 2 4.425, de 8 de outubro de 1964.
Brasília, 18 de julho de 1989; 168 2 da Independência e 101 2 da República.
JOSÉ SARNEY
................................................................................................................................................................... .
Art. 82. Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa:
I. recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de
aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos
derivados da deficiência que porta;
II. obstar, sem justa causa, o acesso de alguém a qualquer cargo público, por motivos derivados
de sua deficiência;
III. negar, sem justa causa, a alguém, por motivos derivados de sua deficiência, emprego ou
trabalho;
IV. recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar e
ambulatorial, quando possível, a pessoa portadora de deficiência;
V. deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem judicial expedida
na ação civil a que alude esta Lei;
VI. recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil objeto
desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.
................................................................................................................................................................... .
0 Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição,
decreta:
Lei n° 8.021, de 12.4.90 916
Art. 1 2 . 0 inquérito de expulsão de estrangeiro condenado por uso indevido ou tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins obedecerá ao rito procedimental estabelecido nos arts. 68 e 71 da Lei
n° 6.815, de 19 de agosto de 1980, e nos arts. 100 a 105 do Decreto n° 86.715, de 10 de dezembro de
1981, mas somente serão encaminhados com parecer final ao Ministro da Justiça mediante certidão
do cumprimento integral da pena privativa de liberdade.
§ 1°. Permitir-se-á certidão do cumprimento da pena nos 60 (sessenta) dias anteriores ao respectivo
término, mas o decreto de expulsão será executado no dia seguinte ao último da condenação.
§ 22 . Na hipótese de atraso do decreto de expulsão, caberá ao Ministério da Justiça requerer, ao
Juiz competente, a prisão, para efeito de expulsão, do estrangeiro de que trata este Decreto.
Art. 22. As condições de expulsabilidade serão aquelas existentes na data da infração penal, apuradas
no inquérito, não se considerando as alterações ocorridas após a prática do delito.
Art. 32. Se, antes do cumprimento da pena, for conveniente ao interesse nacional a expulsão do
estrangeiro, condenado por uso indevido ou tráfico de entorpecentes ou drogas afins, o Ministro da
Justiça fará exposição fundamentada ao Presidente da República, que decidirá na forma do art. 66 da
Lei n° 6.815, de 19 de agosto de 1980.
Art. 4 2 . Nos casos em que o Juízo de Execução conceder ao estrangeiro, de que trata este Decreto,
regime penal mais benigno do que aquele fixado na decisão condenatória, caberá ao Ministério da
Justiça requerer ao Ministério Público providências para que seja restabelecida a autoridade da
sentença transitada em julgado.
Art. 52 . Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 62 . Revogam-se as disposições em contrário.
Brasíla, 15 de fevereiro de 1990; 1692 da Independência e 102 2 da República.
JOSÉ SARNEY
(Publicado no DOU de 16.2.90.)
....................................................................................................................................................................
Art. 72. A autoridade fiscal do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento poderá proceder a
exame de documentos, livros e registros das bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas, bem como solicitar a prestação de esclarecimentos e informações a respeito de
operações por elas praticadas inclusive em relação a terceiros.
§ 1 2 . As informações deverão ser prestadas no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis contados da
data da solicitação. O não-cumprimento desse prazo sujeitará a instituição à multa de valor equivalente
a 1.000 (mil) BTN Fiscais por dia útil de atraso.
§ 22 . As informações obtidas com base neste artigo somente poderão ser utilizadas para efeito de
verificação do cumprimento de obrigações tributárias.
§ 3 2 . O servidor que revelar informações que tiver obtido na forma deste artigo estará sujeito às
penas previstas no art. 325 do Código Penal Brasileiro.
...................................................................................................................................................................
Art. 13. Revogam-se o art. 9 2 da Lei n2 4.729, de 14 de julho de 1965, os arts. 32 e 33 da Lei n2 6.404,
de 15 de dezembro de 1976, e demais disposições em contrário.
Brasília, em 12 de abril de 1990; 169 2 da Independência e 102 2 da República.
FERNANDO COLLOR
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
Art. 27. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 28. Revogam-se a Lei Complementar n 2 5, de 29 de abril de 1970, e as demais disposições em
contrário.
Brasília, 18 de maio de 1990; 169 2 da Independência e 102 2
da República.
FERNANDO COLLOR
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
................................................................................................................................................................... .
Os arts. 143, 239, 240, §§ 1 2 e 2 9 , 241, 242 e 243, da Lei n° 8.069/90 - ECA, receberam nova redação
determinada pela Lei n 2 10.764/03 (vide Anexo XII).
Lei n2 8.069, de 13.7.90 918
Livro II
PARTE ESPECIAL
Título VII
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS
Capítulo I
DOS CRIMES
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente, por ação ou
omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código Penal e,
quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada.
Seção II
DOS CRIMES EM ESPÉCIE
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de adolescente privado
de liberdade:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho Tutelar ou
representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei
ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para
o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 6 (seis) anos, e multa.
Art. 240. Produzir ou dirigir representação teatral, televisiva ou película cinematográfica, utilizando-se
de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, nas condições referidas neste artigo, contracena
com criança ou adolescente.
Art. 241. Fotografar ou publicar cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
■ Vide art. 10, § 1 Q, da Lei n° 9.437, de 20.2.97 (SINARM).
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança
ou adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes possam causar dependência física ou
psíquica, ainda que por utilização indevida:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constituir crime mais
grave.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu reduzido potencial, sejam
incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art. 22 desta Lei, à
prostituição ou à exploração sexual:
Pena — reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 1°. Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se
verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste artigo.
§ 29 . Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de
funcionamento do estabelecimento.
■ Art. 244-A e parágrafos acrescentados pela Lei n° 9.975, de 23.6.00, publicada no DOU de 26.6.00.
................................................................................................................................................................... .
Art. 263.0 Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal, passa a vigorar com as
seguintes alterações:
■ Alterações já constantes do texto do Código Penal.
................................................................................................................................................................... .
Art. 266. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e campanhas
de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
Lei n 2 8.072, de 25.7.90 920
Art. 267. Revogam-se as Leis n2S 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de
Menores), e as demais disposições em contrário.
Brasília, em 13 de julho de 1990; 169 2 da Independência e 102 2 da República.
FERNANDO COLLOR
2
Art. 8 . Será de 3 (três) a 6 (seis) anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando
se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou
terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha,
possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.
2
Art. 9 . As penas fixadas no art. 6 2 para os crimes capitulados nos arts. 157, § 32, 158, § 2 2, 159, caput
e seus §§ 1 2, 22 e 3 2 , 213, caput, e sua combinação com o art. 223, capute parágrafo único, 214 e sua
combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de
metade, respeitado o limite superior de 30 (trinta) anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das
hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
Art. 10. 0 art. 35 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo
único, com a seguinte redação:
■ Alteração já constante da referida lei.
................................................................................................................................................................... .
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
................................................................................................................................................................... .
Título II
DAS INFRAÇÕES PENAIS
Art. 61. Constituem crimes contra as relações de consumo previstas neste Código, sem prejuízo do
disposto no Código Penal e leis especiais, as condutas tipificadas nos artigos seguintes.
Art. 62. (Vetado.)
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas
embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§1 2 . Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas
ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado.
§ 2 2 . Se o crime é culposo:
Pena — detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculo-
sidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente
quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste
artigo.
Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade
competente:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão
corporal e à morte.
Lei n°8.078, de 11.9.90 922
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, caracte-
rística, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos
ou serviços:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 1 2 . Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta.
§ 22. Se o crime é culposo:
Pena — detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. (Vetado.)
Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor
a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. (Vetado.)
Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade:
Pena — detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Art. 70. Empregar, na reparação de produtos, peças ou componentes de reposição usados, sem
autorização do consumidor:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral,
afirmações falsas, incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o
consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer:
Pena — detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em
cadastros, banco de dados, fichas e registros:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, ou multa.
A rt .73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre o consumidor constante de cadastro, banco
de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata:
Pena — detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com
especificação clara de seu conteúdo:
Pena — detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste Código incide nas penas
a esses cominadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da
pessoa jurídica que promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição
à venda ou manutenção em depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições
por ele proibidas.
Art. 76. São circunstâncias agravantes dos crimes tipificados neste Código:
I. serem cometidos em época de grave crise econõmica ou por ocasião de calamidade;
II. ocasionarem grave dano individual ou coletivo;
III. dissimular-se a natureza ilícita do procedimento;
IV. quando cometidos:
a. por servidor público, ou por pessoa cuja condição econômico-social seja manifestamente
superior à da vítima;
b. em detrimento de operário ou rurícola; de menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)
anos ou de pessoas portadoras de deficiência mental, interditadas ou não;
V. serem praticados em operações que envolvam alimentos, medicamentos ou quaisquer outros
produtos ou serviços essenciais.
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo
e ao máximo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualiza-
ção desta multa, o juiz observará o disposto no art. 60, § 1 2 , do Código Penal.
Art. 78. Além das penas privativas de liberdade e de multa, podem ser impostas, cumulativa ou
alternadamente, observado o disposto nos arts. 44 a 47 do Código Penal:
923 Lei n 2 8.080, de 19.9.90
Título III
DA DEFESA DO CONSUMIDOR EM JUÍZO
Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS
................................................................................................................................................................... .
Art. 82. Para fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
................................................................................................................................................................... .
III. as entidades e órgãos da administração pública, direta ou indireta, ainda que sem personali-
dade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este
Código;
IV. as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam entre seus
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código, dispensada a
autorização assemblear.
................................................................................................................................................................... .
Brasília, em 11 de setembro de 1990; 1692 da Independência e 102 2 da República.
FERNANDO COLLOR
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
....................................................................................................................................................................
Lei n° 8.137, de 27.12.90 924
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de emprego irregular de verbas ou
rendas públicas (Código Penal, art. 315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de
Saúde — SUS em finalidades diversas das previstas nesta Lei.
....................................................................................................................................................................
Art. 55. São revogadas a Lei n° 2.312, de 3 de setembro de 1954, a Lei n° 6.229, de 17 de julho de
1975, e demais disposições em contrário.
Brasília, em 19 de setembro de 1990; 169° da Independência e 102° da República.
FERNANDO COLLOR
Capítulo I
DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTARIA
Seção I
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULARES
Art. 1 4. Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição social e
qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:
I. omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II. fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer
natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III. falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro documento
relativo à operação tributável;
IV. elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou
inexato;
V. negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa
a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo
com a legislação:
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, que
poderá ser convertido em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da
dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
Art. 2°. Constitui crime da mesma natureza:
I. fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II. deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
III. exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer porcentagem
sobre a parcela dedutível ou deduzida do imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;
IV. deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de
impostos liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
" Sobre parcelamento do débito tributário, suspensão do processo e extinção da punibilidade dos crimes
previstos nos arts. 1° e 2° da Lei n° 8.137/90, vide Lei n° 10.684, de 30.5.2003 (Anexo VII).
925 Lei n° 8.137, de 27.12.90
Seção II
DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
Art. 3 9 . Constitui crime funcional contra a ordem tributária, além dos previstos nc Decreto-Lei n 2 2.848,
de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal (Título XI, Capítulo I):
I. extraviar livro oficial, processo fiscal ou qualquer documento, de que tenha a guarda em razão
da função; sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente, acarretando pagamento indevido ou inexato
de tributo ou contribuição social;
II. exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de iniciar seu exercício, mas em razão dela, vantagem indevida; ou aceitar promessa
de tal vantagem, para deixar de lançar ou cobrar tributo ou contribuição social, ou cobrá-los parcial-
mente:
Pena — reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa;
III. patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração fazendária,
valendo-se da qualidade de funcionário público:
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Capítulo II
DOS CRIMES CONTRA A ORDEM ECONOMICA
E AS RELAÇÕES DE CONSUMO
Art. 4 4 . Constitui crime contra a ordem econômica:
■ Vide, sobre o acordo de Ieniência, a Lei n° 10.149, de 21. 12.00 (Anexo IV).
I. abusar do poder econômico, dominando o mercado ou eliminando, total ou parcialmente, a
concorrência mediante:
a. ajuste ou acordo de empresas;
b. aquisição de acervos de empresas ou cotas, ações, títulos ou direitos;
c. coalizão, incorporação, fusão ou integração de empresas;
d. concentração de ações, títulos, cotas, ou direitos em poder de empresa, empresas coligadas
ou controladas, ou pessoas físicas;
e. cessação parcial ou total das atividades da empresa;
I. impedimento a constituição, funcionamento ou desenvolvimento de empresa concorrente;
II. formar acordo, convénio, ajuste ou aliança entre ofertantes, visando:
a. à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou produzidas;
b. ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo de empresas;
a ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de distribuição ou de fornecedores;
III. discriminar preços de bens ou de prestação de serviços por ajustes ou acordo de grupo
econômico, com o fim de estabelecer monopólio, ou de eliminar, total ou parcialmente, a concorrência;
IV. açambarcar, sonegar, destruir ou inutilizar bens de produção ou de consumo, com o fim de
estabelecer monopólio ou de eliminar, total ou parcialmente, a concorrência;
V. provocar oscilação de preços em detrimento de empresa concorrente ou vendedor de maté-
ri a-prima, mediante ajuste ou acordo, ou por outro meio fraudulento;
VI. vender mercadorias abaixo do preço de custo, com o fim de impedir a concorrência;
VII. elevar sem justa causa o preço de bem ou serviço, valendo-se de posição dominante no
mercado:
■ Inciso VII com redação dada pela Lei n° 8.884, de 11.6.94.
Pena — reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.
Lei n° 8.137, de 27.12.90 926
Capítulo III
DAS MULTAS
Art. 82 . Nos crimes definidos nos arts.1 2 a 3° desta Lei, a pena de multa será fixada entre 10 (dez) e
360 (trezentos e sessenta) dias-multa, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e
prevenção do crime.
Parágrafo único. 0 dia-multa será fixado pelo juiz em valor não inferior a 14 (quatorze) nem superior
a 200 (duzentos) BTN — Bônus do Tesouro Nacional.
Art. 92. A pena de detenção ou reclusão poderá ser convertida em multa de valor equivalente a:
I. 200.000 (duzentos mil) até 5.000.000 (cinco milhões) de BTN, nos crimes definidos no art. 4 2 ;
II. 5.000 (cinco mil) até 200.000 (duzentos mil) BTN, nos crimes definidos nos arts. 5 2 e 62 ;
III. 50.000 (cinqüenta mil) até 1.000.000 (um milhão) de BTN, nos crimes definidos no art. 7 2 .
Art. 10. Caso o juiz, considerado o ganho ilícito e a situação econômica do réu, verifique a insuficiência
ou excessiva onerosidade das penas pecuniárias previstas nesta Lei, poderá diminuí-Ias até a décima
parte ou elevá-las ao décuplo.
Capítulo IV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 11. Quem, de qualquer modo, inclusive por meio de pessoa jurídica, concorre para os crimes
definidos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida de sua culpabilidade.
Parágrafo único. Quando a venda ao consumidor for efetuada por sistema de entrega ao consumo
ou por intermédio de distribuidor ou revendedor, seja em regime de concessão comercial ou outro em
que o preço ao consumidor é estabelecido ou sugerido pelo fabricante ou concedente, o ato por este
praticado não alcança o distribuidor ou revendedor.
Art. 12. São circunstâncias que podem agravar de um terço até a metade as penas previstas nos arts.
1 2 , 22 e 4 2 a 7 2 :
I. ocasionar grave dano à coletividade;
II. ser o crime cometido por servidor público no exercício de suas funções;
III. ser o crime praticado em relação à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais
à vida ou à saúde.
Art. 13. (Vetado.)
Art. 14. (Revogado pelo art. 98 da Lei n° 8.383, de 30.12.91.)
■ A extinção da punibilidade pela promoção do pagamento antes do recebimento da denúncia,
prevista no revogado art. 98, voltou a ser estatuída pelo art. 34 da Lei n- 9.249/95.
Art. 15. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública, aplicando-se-lhes o disposto no art.
100 do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal.
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos nesta
Lei, fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o
lugar e os elementos de convicção.
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor
ou partícipe que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama
delituosa terá a sua pena reduzida de um a dois terços.
■ Parágrafo único acrescentado pela Lei n° 9.080, de 19.7.95.
Art. 17. Compete ao Departamento Nacional de Abastecimento e Preços, quando e se necessário,
providenciar a desapropriação de estoques, a fim de evitar crise no mercado ou colapso no abasteci-
mento.
Art. 18. (Revogado pela Lei n°8.176, de 8.2.91.)
Art. 19. 0 caput do art.172 do Decreto-Lei n 2 2.848, de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal, passa
a ter a seguinte redação:
Lei n2 8.176, de 8.2.91 928
9
Art. 6 . Revogam-se as disposições em contrário, em especial o art.18 da Lei n 2 8.137, de 27 de
dezembro de 1990, restaurando-se a numeração dos artigos do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 — Código Penal brasileiro, alterado por aquele dispositivo.
Brasília, em 8 de fevereiro de 1991; 170 2 da Independência e 103 2 da República.
FERNANDO COLLOR
....................................................................................................................................................................
Art. 19. Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo
exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.
§ 1 2 . A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de proteção
e segurança da saúde do trabalhador.
§ 22 . Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a empresa de cumprir as normas de
segurança e higiene do trabalho.
§ 3 2 . É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os riscos da operação a
executar e do produto a manipular.
§ 42 . O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os sindicatos e entidades
representativas de classe acompanharão o fiel cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores,
conforme dispuser o Regulamento.
....................................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................................
Lei n2 8.245, de 18.10.91 930
Título
DA LOCAÇÃO
Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS
................................................................................................................................................................... .
Seção VIII
DAS PENALIDADES CRIMINAIS E CIVIS
Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de 5 (cinco) dias a 6 (seis) meses
ou multa de 3 (três) a 12 (doze) meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do
locatário:
I. exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além do aluguel e encargos
permitidos;
II. exigir, por motivo de locação ou sublocação, mais de uma modalidade de garantia num mesmo
contrato de locação;
III. cobrar antecipadamente o aluguel, salvo a hipótese do art. 42 e da locação para temporada.
Art. 44. Constitui crime de ação pública, punível com detenção de 3 (três) meses a 1 (um) ano, que
poderá ser substituída pela prestação de serviços à comunidade:
I. recusar-se o locador ou sublocador, nas habitações coletivas multifamiliares, a fornecer recibo
discriminado do aluguel e encargos;
II. deixar o retomante, dentro de 180 (cento e oitenta) dias após a entrega do imóvel, no caso do
inciso Ill do art. 47, de usá-lo para o fim declarado ou, usando-o, não o fizer pelo prazo mínimo de 1
(um) ano;
III. não iniciar o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, nos casos do
inciso IV do art. 9 2 , inciso IV do art. 47, inciso I do art. 52 e inciso II do art. 53, a demolição ou a reparação
do imóvel, dentro de 60 (sessenta) dias contados de sua entrega;
IV. executar o despejo com inobservância do disposto no § 2 2 do art. 65.
Parágrafo único. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas neste artigo, poderá o prejudicado
reclamar, em processo próprio, multa equivalente a um mínimo de 12 (doze) e um máximo de 24 (vinte
e quatro) meses do valor do último aluguel atualizado ou do que esteja sendo cobrado do novo
locatário, se realugado o imóvel.
................................................................................................................................................................... .
Art. 89. Esta Lei entrará em vigor 60 (sessenta) dias após a sua publicação.
Art. 90. Revogam-se as disposições em contrário, especialmente:
I. o Decreto n2 24.150, de 20 de abril de 1934;
II. a Lei n2 6.239, de 19 de setembro de 1975;
III. a Lei n2 6.649, de 16 de maio de 1979;
IV. a Lei n2 6.698, de 15 de outubro de 1979;
V. a Lei n2 7.355, de 31 de agosto de 1985;
VI. a Lei n2 7.538, de 24 de setembro de 1986;
VII. a Lei n2 7.612, de 9 de julho de 1987; e
VIII. a Lei n2 8.157, de 3 de janeiro de 1991.
Brasília, em 18 de outubro de 1991; 1702 da Independência e 103 2 da República.
FERNANDO COLLOR
Jarbas Passarinho
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
................................................................................................................................................................... .
Art. 38. Na hipótese de dolo, fraude ou simulação, inclusive no caso de desvio de objeto, será aplicada,
ao doador e ao beneficiário, a multa correspondente a duas vezes o valor da vantagem recebida
indevidamente.
Art. 39. Constitui crime, punível com a reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) meses e multa de 20% (vinte por
cento) do valor do projeto, qualquer discriminação de natureza política que atente contra a liberdade
de expressão, de atividade intelectual e artística, de consciência ou crença, no andamento dos projetos
a que se refere esta Lei.
Art. 40. Constitui crime, punível com reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) meses e multa de 20% (vinte por
cento) do valor do projeto, obter redução do imposto de renda utilizando-se fraudulentamente de
qualquer benefício desta Lei.
§ 1 2 . No caso de pessoa jurídica respondem pelo crime o acionista controlador e os administradores
que para ele tenham concorrido.
§ 22 . Na mesma pena incorre aquele que, recebendo recursos, bens ou valores em função desta
Lei, deixe de promover, sem justa causa, atividade cultural objeto do incentivo.
................................................................................................................................................................... .
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
....................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................................... .
Art. 97. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação e produzirá efeitos a partir de 1 2 de janeiro
de 1992.
Art. 98. Revogam-se o art. 44 da Lei n° 4.131, de 3 de setembro de 1962, os §§ 1 2 e 22 do art. 11 da
Lei n2 4.357, de 16 de julho de 1964, o art. 2 2 da Lei n 2 4.729, de 14 de julho de 1965, o art. 5 2 do
Decreto-Lei n 2 1.060, de 21 de outubro de 1969, os arts. 13 e 14 da Lei n 2 7.713, de 1988, os incisos
Ill e IV e os §§ 1 2 e 22 do art. 7 2 e o art. 10 da Lei n 2 8.023, de 1990, o inciso Ill e parágrafo único do
art. 11 da Lei n2 8.134, de 27 de dezembro de 1990, e o art. 14 da Lei n° 8.137, de 27 de dezembro de
1990.
FERNANDO COLLOR
Capítulo VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro
beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente:
■ Se o ato de improbidade constituir crime, vide nota Confronto ao art. 339 do CP.
Pena - detenção, de 6 (seis) a 10 (dez) meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos
danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afasta-
mento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta Lei independe:
I. da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público;
II. da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou
Conselho de Contas.
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta Lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento
de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art.
14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.
933 Lei n°8.666, de 21.6.93
Capítulo VII
DA PRESCRIÇÃO
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeito as sanções previstas nesta Lei podem ser propostas:
I. até 5 (cinco) anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função
de confiança;
II. dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com
demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
Capítulo VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Capítulo IV
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E DA TUTELA JUDICIAL
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
................................................................................................................................................................... .
Art. 82. Os agentes administrativos que praticarem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou
visando a frustrar os objetivos da licitação sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regula-
mentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.
Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus autores,
quando servidores públicos, além das sanções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato
eletivo.
Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que
transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público.
§ 1 2 . Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função
em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empresas públicas e sociedades
de economia mista, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.
§ 22 . A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes previstos nesta
Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Administração
Lei n° 8.666, de 21.6.93 934
direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade
controlada direta ou indiretamente pelo Poder Público.
Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebrados pela
União, Estados, Distrito Federal, Municípios, e respectivas autarquias, empresas públicas, sociedades
de economia mista, fundações públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou
indireto.
................................................................................................................................................................... .
Seção III
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as
formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:
Pena - detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente concorrido para a
consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato
com o Poder Público.
Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter
competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem
decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a Administração, dando causa
à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decretada pelo Poder
Judiciário:
Pena- detenção de 6 (deis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qualquer modificação ou vantagem, inclusive prorrogação
contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder
Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos
contratuais, ou, ainda, pagar fatura com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observa-
do o disposto no art. 121 desta Lei:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
■ Caput com redação determinada pela Lei n° 8.883, de 8.6.94.
Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido
para a consumação da ilegalidade, obtém vantagem indevida ou se beneficia, injustamente. das
modificações ou prorrogações contratuais.
Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de qualquer ato de procedimento licitatório:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou proporcionar a
terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofereci-
mento de vantagem de qualquer tipo:
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em razão da
vantagem oferecida.
Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Pública, licitação instaurada para aquisição ou venda de
bens ou mercadorias, ou contrato dela decorrente:
I. elevando arbitrariamente os preços;
II. vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
III. entregando uma mercadoria por outra;
IV. alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;
V. tornando, por qualquer modo, injustamente, mais onerosa a proposta ou a execução do
contrato:
Pena - detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
2
935 Lei n 8.685, de 20.7.93
Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidôneo:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a licitar ou a contratar
com a Administração.
Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injustamente, a inscrição de qualquer interessado nos registros
cadastrais ou promover indevidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quantia fixada
na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem
efetivamente obtida ou potencialmente auferível pelo agente.
§ 1 2. Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem
superiores a 5% (cinco por cento) do valor do contrato licitado ou celebrado com dispensa ou
inexigibilidade de licitação.
§ 22 . 0 produto da arrecadação da multa reverterá, conforme o caso, à Fazenda Federal, Distrital,
Estadual ou Municipal.
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
Art. 10. Sem prejuízo das sanções de natureza administrativa ou fiscal, constitui crime obter reduções
de impostos, utilizando-se fraudulentamente de qualquer benefício desta Lei, punível com a pena de
reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) meses e multa de 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da redução.
§ 1 2. No caso de pessoa jurídica, respondem pelo crime o acionista ou o quotista controlador e os
administradores que para ele tenham concorrido, ou que dele se tenham beneficiado.
§ 22. Na mesma pena incorre aquele que, recebendo recursos em função desta Lei, deixe de
promover, sem justa causa, a atividade objeto do incentivo.
................................................................................................................................................................... .
§ 10. Não importará em confissão quanto à matéria de fato, nem reconhecimento de ilicitude da
conduta analisada, a proposta de acordo de leniência rejeitada pelo secretário da SDE, da qual não
se fará qualquer divulgação.
§ 11. A aplicação do disposto neste artigo observará a regulamentação a ser editada pelo Ministro
de Estado da Justiça.
Art. 35-C. Nos crimes contra a ordem econômica, tipificados na Lei n° 8.137, de 27 de novembro
de 1990, a celebração de acordo de leniência, nos termos desta Lei, determina a suspensão do curso
do prazo prescricional e impede o oferecimento da denúncia.
Parágrafo único. Cumprido o acordo de leniência pelo agente, extingue-se automaticamente a
punibilidade dos crimes a que se refere o caput deste artigo.
■ Arts. 35-B e 35-C acrescentados pela Lei n° 10.149, de 21.12.00.
................................................................................................................................................................... .
Art. 78. Todo aquele que se opuser ou obstaculizar a intervenção ou, cessada esta, praticar quaisquer
atos que direta ou indiretamente anulem seus efeitos, no todo ou em parte, ou desobedecer a ordens
legais do interventor será, conforme o caso, responsabilizado criminalmente por resistência, desobe-
diência ou coação no curso do processo, na forma dos arts. 329, 330 e 344 do Código Penal.
................................................................................................................................................................... .
n°S
Art. 92. Revogam-se as disposições em contrário, assim como as Leis 4.137, de 10 de setembro
de 1962, 8.158, de 8 de janeiro de 1991, e 8.002, de 14 de março de 1990, mantido o disposto no art.
Q
36 da Lei n 8.880, de 27 de maio de 1994.
Art. 93. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 11 de junho de 1994; 173 9- da Independência e 106 9 da República.
ITAMAR FRANCO
Alexandre de Paula Dupeyrat Martins
................................................................................................................................................................... .
....................................................................................................................................................................
§ 29-. O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato
puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem
prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer.
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
Art. 16. A busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, promovida pelo credor, não elide
posterior execução, inclusive da hipoteca e do penhor constituído na mesma cédula, para satisfação
do crédito remanescente.
Parágrafo único. No caso a que se refere o presente artigo, o credor tem direito ao desentranha-
mento do título, após efetuada a busca e apreensão, para instruir a cobrança do saldo devedor em
ação própria.
Art. 17. Pratica crime de estelionato aquele que fizer declarações falsas ou inexatas acerca de bens
oferecidos em garantia da CPR, inclusive omitir declaração de já estarem eles sujeitos a outros ônus
ou responsabilidade de qualquer espécie, até mesmo de natureza fiscal.
Art. 18. Os bens vinculados à CPR não serão penhorados ou seqüestrados por outras dívidas do
emitente ou do terceiro prestador da garantia real, cumprindo a qualquer deles denunciar a existência
da cédula às autoridades incumbidas da diligência, ou a quem a determinou, sob pena de responde-
rem pelos prejuízos resultantes de sua omissão.
................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
939 Lei n° 8.974, de 5.1.95
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................................................................................................................................................................... .
................................................................................................................................................................... .
■ Para crimes relacionados a tóxicos, a Lei n2 10.409, de 11. 1.02, trouxe novas modalidades de
procedimentos investigatórios (arts. 33 e 34).
O Presidente da República
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Lei n 2 9.034, de 3.5.95 942
Capítulo I
DA DEFINIÇÃO DE AÇÃO PRATICADA POR
ORGANIZAÇOES CRIMINOSAS E DOS MEIOS
OPERACIONAIS DE INVESTIGAÇÃO E PROVA
Art. 1 2 . Esta Lei define e regula meios de prova e procedimentos investigatórios que versem sobre
ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações
criminosas de qualquer tipo.
Art. 22. Em qualquer fase da persecução criminal são permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei,
os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:
I. (vetado);
II. a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que se supõe ação
praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observação e
acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista
da formação de provas e fornecimento de informações;
III. o acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e eleitorais.
IV. a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o
seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização judicial;
V. infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefa de investigação, constituída
pelos órgãos especializados pertinentes, mediante circusntanciada autorização judicial.
Parágrafo único. A autorização judicial será estritamente sigilosa e permanecerá nesta condição
enquanto perdurar a infiltração.
■ A Lei n° 10.217, de 11.4.01, deu nova redação aos arts. 1 2 e 22, acrescentou os incisos IV e V a este
último e o parágrafo único.
Capítulo II
DA PRESERVAÇÃO DO SIGILO CONSTITUCIONAL
Art. 32. Nas hipóteses do inciso Ill do art. 2 2 desta Lei, ocorrendo possibilidade de violação de sigilo
preservado pela Constituição ou por lei, a diligência será realizada pessoalmente pelo juiz, adotado o
mais rigoroso segredo de justiça.
§ 1 2 . Para realizar a diligência, o juiz poderá requisitar o auxílio de pessoas que, pela natureza da
função ou profissão, tenham ou possam ter acesso aos objetos do sigilo.
§ 22 . O juiz, pessoalmente, fará lavrar auto circunstanciado da diligência, relatando as informações
colhidas oralmente e anexando cópias autênticas dos documentos que tiverem relevãncia probatória,
podendo, para esse efeito, designar uma das pessoas referidas no parágrafo anterior como escrivão
ad hoc.
§ 32 . 0 auto de diligência será conservado fora dos autos do processo, em lugar seguro, sem
intervenção de cartório ou servidor, somente podendo a ele ter acesso, na presença do juiz, as partes
legítimas na causa, que não poderão dele servir-se para fins estranhos à mesma, e estão sujeitas às
sanções previstas pelo Código Penal em caso de divulgação.
§ 42 . Os argumentos de acusação e defesa que versarem sobre a diligência serão apresentados
em separado para serem anexados ao auto de diligência, que poderá servir como elemento na
formação da convicção final do juiz.
§ 52 . Em caso de recurso, o auto de diligência será fechado, lacrado e endereçado em separado
ao juízo competente para revisão, que dele tomará conhecimento sem intervenção das secretarias e
gabinetes, devendo o relator dar vistas ao Ministério Público e ao defensor em recinto isolado, para o
efeito de que a discussão e o julgamento sejam mantidos em absoluto segredo de justiça.
Capítulo Ill
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 42. Os órgãos da polícia judiciária estruturarão setores e equipes de policiais especializados no
combate à ação praticada por organizações criminosas.
943 Lei n° 9.099, de 26.9.95
Art. 5 2. A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações
criminosas será realizada independentemente da identificação civil.
Art. 62. Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de um a dois terços,
quando a colaboração espontânea do agente levar ao esclarecimento de infrações penais e sua autoria.
Art. 72. Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes que tenham tido
intensa e efetiva participação na organização criminosa.
Art. 82. O prazo para encerramento da instrução criminal, nos processos por crime de que trata esta
Lei, será de 81 (oitenta e um) dias, quando o réu estiver preso, e de 120 (cento e vinte) dias, quando
solto.
■ Artigo com redação dada pela Lei n° 9.303, de 5.9.96.
Art. 9'. O réu não poderá apelar em liberdade, nos crimes previstos nesta Lei.
Art. 10. Os condenados por crimes decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento da
pena em regime fechado.
Art. 11. Aplicam-se, no que não forem incompatíveis, subsidiariamente, as disposições do Código de
Processo Penal.
Art. 12. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 3 de maio de 1995; 174° da Independência e 107° da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Milton Seligman
(Publicada no DOU de 4.5.95.)
Capítulo I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art.1°. Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos da Justiça ordinária, serão criados pela União,
no Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação, processo, julgamento e
execução, nas causas de sua competência.
Art. 22. 0 processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia
processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.
................................................................................................................................................................... .
Capítulo III
DOS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 60. 0 Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência
para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 1 (um) ano,
excetuados os casos em que a lei preveja procedimento especial.
Lei n° 9.099, de 26.9.95 944
Art. 62. 0 processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos critérios da oralidade, informalida-
de, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a reparação dos danos
sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de liberdade.
Seção I
DA COMPETÊNCIA E DOS ATOS PROCESSUAIS
Art. 63. A competência do Juizado será determinada pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer
dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram
realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
§ 1 9 . Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha havido prejuízo.
§ 2 19 . A prática de atos processuais em outras comarcas poderá ser solicitada por qualquer meio
hábil de comunicação.
§ 3 9 . Serão objeto de registro escrito exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos
realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou
equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
Parágrafo único. Não encontrado o acusado para ser citado, o juiz encaminhará as peças existentes
ao juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de recebimento pessoal, ou, tratando-se
de pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça, independentemente de
mandado ou carta precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Parágrafo único. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão desde logo cientes as partes,
os interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de citação do acusado constará a
necessidade de seu comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência de que, na sua
falta, ser-lhe-á designado defensor público.
Seção II
DA FASE PRELIMINAR
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e
o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as
requisições dos exames periciais necessários.
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado
ao Juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem
se exigirá fiança.
■ A Lei n° 10.455, de 13.5.02, conferiu nova redação ao parágrafo único do art. 69 (vide Anexo II).
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não sendo possível a realização imediata da
audiência preliminar, será designada data próxima, da qual ambos sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a Secretaria providenciará sua
intimação e, se for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a
vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o juiz esclarecerá sobre
a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena
não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo juiz ou por conciliador sob sua orientação.
Parágrafo único. Os conciliadores são auxiliares da Justiça, recrutados, na forma da lei local,
preferentemente entre bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na administração da
Justiça Criminal.
945 Lei n° 9.099, de 26.9.95
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo juiz mediante
sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no Juízo Cível competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação.
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportuni-
dade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Parágrafo único. O não-oferecimento da representação na audiência preliminar não implica deca-
dência do direito, que poderá ser exercido no prazo previsto em lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não
sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva
de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
§ 1°. Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o juiz poderá reduzi-la até a metade.
§ 22 . Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I. ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade,
por sentença definitiva;
II. ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de 5 (cinco) anos, pela aplicação de
pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;
III. não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.
§ 32 . Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do juiz.
§ 42 . Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o juiz aplicará a pena
restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para
impedir novamente o mesmo benefício no prazo de 5 (cinco) anos.
§ 52 . Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei.
2
§ 62 . A imposição da sanção de que trata o § 4 deste artigo não constará de certidão de
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis,
cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível.
Seção III
DO PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver aplicação de pena, pela ausência do
autor do fato, ou pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério Público
oferecerá ao juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver necessidade de diligências imprescindí-
veis.
§ 1 2 . Para o oferecimento da denúncia, que será elaborada com base no termo de ocorrência
referido no art. 69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-se-á do exame de corpo de
delito quando a materialidade do crime estiver aferida por boletim médico ou prova equivalente.
§ 22 . Se a complexidade ou circunstâncias do caso não permitirem a formulação da denúncia, o
Ministério Público poderá requerer ao juiz o encaminhamento das peças existentes, na forma do
parágrafo único do art. 66 desta Lei.
§ 32 . Na ação penal de iniciativa do ofendido, poderá ser oferecida queixa oral, cabendo ao juiz
verificar se a complexidade e as circunstâncias do caso determinam a adoção das providências
previstas no parágrafo único do art. 66 desta Lei.
Art. 78.Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que
com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de
instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável
civil e seus advogados.
§ 1 2 . Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e
cientificado da data da audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas
ou apresentar requerimento para intimação, no mínimo 5 (cinco) dias antes de sua realização.
§ 22 . Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão intimados nos termos do art.
67 desta Lei para comparecerem à audiência de instrução e julgamento.
Lei n° 9.099, de 26.9.95 946
Seção IV
DA EXECUÇAO
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu cumprimento far-se-á mediante pagamento na
Secretaria do Juizado.
Parágrafo único. Efetuado o pagamento, o juiz declarará extinta a punibilidade, determinando que
a condenação não fique constando dos registros criminais, exceto para fins de requisição judicial.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita a conversão em pena privativa da liberdade,
ou restritiva de direitos, nos termos previstos em lei.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, ou de multa cumulada
com estas, será processada perante o órgão competente, nos termos da lei.
Seção V
DAS DESPESAS PROCESSUAIS
Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e aplicação de pena restritiva de direitos ou multa
(arts. 74 e 76, § 4 2 ), as despesas processuais serão reduzidas, conforme dispuser lei estadual.
947 Lei n° 9.099, de 26.9.95
Seção VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação
a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a 1 (um) ano, abrangidas ou
não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo,
por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido
condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional
da pena (art. 77 do Código Penal).
§ 1°. Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do juiz, este, recebendo a
denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes
condições:
I. reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II. proibição de freqüentar determinados lugares;
III. proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz;
IV. comparecimento pessoal e obrigatório a Juízo, mensalmente, para informar e justificar suas
atividades.
§ 2 2 . O juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que
adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
§ 32 . A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário vier a ser processado por
outro crime ou não efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 42 . A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado, no curso do prazo,
por contravenção, ou descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5 2 . Expirado o prazo sem revogação, o juiz declarará extinta a punibilidade.
§ 62 . Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
§ 7 2 . Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus
ulteriores termos.
A rt .90. As disposições desta Lei não se aplicam aos processos penais cuja instrução já estiver iniciada.
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no âmbito da Justiça Militar.
■ Art. 90-A acrescentado pela Lei n° 9.839, de 27.9.99.
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir representação para a propositura da ação penal
pública, o ofendido ou seu representante legal será intimado para oferecê-la no prazo de 30 (trinta)
dias, sob pena de decadência.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos Códigos Penal e de Processo Penal, no que
não forem incompatíveis com esta Lei.
Capítulo IV
DISPOSIÇÕES FINAIS COMUNS
Art. 93. Lei estadual disporá sobre o Sistema de Juizados Especiais Cíveis e Criminais, sua organiza-
ção, composição e competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e as audiências realizadas fora da sede da
comarca, em bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações de prédios públicos, de
acordo com audiências previamente anunciadas.
Art. 95. Os Estados, Distrito Federal e Territórios criarão e instalarão os Juizados Especiais no prazo
de 6 (seis) meses, a contar da vigência desta Lei.
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de 60 (sessenta) dias após a sua publicação.
Art. 97. Ficam revogadas a Lei n° 4.611, de 2 de abril de 1965, e a Lei n 2 7.244, de 7 de novembro de
1984.
Brasília, 26 de setembro de 1995; 174 2 da Independência e 107 2 da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
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DA ARRECADAÇÃO E DA APLICAÇÃO DE
RECURSOS NAS CAMPANHAS ELEITORAIS
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Art. 36. A partir da constituição dos comitês financeiros, as pessoas físicas e jurídicas poderão fazer
doações em dinheiro, ou estimáveis em dinheiro, a partido ou a candidato, para as campanhas
eleitorais.
§ 1 2 . As doações e contribuições de que trata este artigo ficam limitadas:
I. no caso de pessoa física, a 10% (dez por cento) dos rendimentos brutos auferidos no ano
anterior à eleição;
II. no caso em que o candidato utilize recursos próprios, ao valor máximo de gastos estabelecido
pelo seu partido ou coligação;
III. no caso de pessoa jurídica, a 1 % (um por cento) da receita operacional bruta do ano anterior
à eleição.
§ 22 . Os percentuais de que tratam os incisos I e III do parágrafo anterior poderão ser excedidos,
desde que as contribuições e doações não sejam superiores a 70.000 UFIR e 300.000 UFIR, respecti-
vamente.
§ 32 . As doações e contribuições serão convertidas em UFIR, pelo valor desta no mês em que
ocorrerem.
§ 42 . Em qualquer das hipóteses deste artigo, a contribuição de pessoa jurídica a todos os
candidatos de determinada circunscrição eleitoral não poderá exceder de 2% (dois por cento) da
receita de impostos, arrecadados pelo Município no ano anterior ao da eleição, acrescida das
transferências constitucionais.
§ 52. Toda doação a candidato específico ou a partido deverá ser feita mediante recibo, em
formulário impresso em série própria para cada partido, segundo modelo aprovado pela Justiça
Eleitoral.
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Pena - multa;
X. exercer, no dia da eleição, qualquer forma de aliciamento ou coação tendente a influir na
vontade do eleitor:
Pena - detenção de 1 (um) a 3 (três) meses;
XI. causar ou tentar causar dano físico ao equipamento utilizado na votação eletrônica ou às suas
partes:
Pena - reclusão de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1 2 . Consideram-se recursos para os fins dos incisos I a III:
I. quantia em dinheiro, seja em moeda nacional ou estrangeira;
II. título representativo de valor mobiliário;
III. qualquer mercadoria que tenha valor econômico;
IV. a prestação, gratuita ou por preço significativamente inferior ao do mercado, de qualquer
serviço, ressalvada a oferta de mão-de-obra por pessoa física;
V. a utilização de qualquer equipamento ou material;
VI. a difusão de propaganda, por qualquer meio de comunicação, ou o pagamento das despesas
necessárias à sua produção ou veiculação;
VII. a cessão de imóvel, temporária ou definitiva;
VIII. o pagamento de salário ou qualquer outra forma de remuneração a empregado ou prestador
de serviço a partido ou a candidato;
IX. o pagamento, a terceiros, de quaisquer despesas relativas às hipóteses previstas neste artigo.
§ 22 . As penas indicadas nos incisos II e Ill do caput serão aplicadas aos dirigentes partidários ou
membros de comitês de partidos ou coligações, se responsáveis pelo ato delituoso.
§ 32 . O candidato, se responsável pelo crime, está sujeito às penas indicadas neste artigo e à
cassação do registro de sua candidatura.
§ 42 . Aplicam-se as penas previstas no inciso I ao presidente, gerente, diretor, administrador ou
equivalente responsável por pessoa jurídica da qual se originem recursos não autorizados por esta
Lei, destinados a partidos, coligações ou candidato.
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Art. 71. Salvo disposição em contrário, no caso de reincidência, as penas pecuniárias previstas nesta
Lei serão aplicadas em dobro.
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