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Grandes Culturas 3 1 Milho

INTRODUÇÃO AO CURSO DE MILHO

Situação da Cadeia Produtiva do Milho

- Produção Mundial:
1º Lugar = EUA  300 milhões de toneladas (aproximadamente 10.000kg/ha)
2º Lugar = China  120 milhões de toneladas
3º Lugar = Brasil  50 milhões de toneladas (aproximadamente 3.620kg/ha)

Obs.: Importância da rotação de culturas  controle de doenças (fungos necrotróficos)

- Brasil:
* Produção = 50 milhões de toneladas
* Área = 13,5 milhões de ha, dos quais 4,5 milhões são ocupados na 2ª Safra (“Safrinha”)
* Produtividade = 3.620kg/ha (muito baixa)
Obs.: As maiores produtividades são obtidas na região Centro-Oeste, já que, por
encontrar-se em solos de baixa fertilidade (Cerrado), não há margem para erros de condução da
cultura. Além disso, grande parte é produzida na 2ª safra, mais um motivo para uma “seleção” de
produtores que sabem trabalhar com a cultura.

Evolução da Produtividade de Milho nos EUA

Obs.: No início do cultivo com híbridos duplos, a produtividade continuou a cair pois ainda não
havia adubação química. Portanto, durante o período em que se cultivou as variedades, todos os
nutrientes eram exportados do solo pela cultura mas não eram repostos ao mesmo. Isso ocorreu até
a 2ª Guerra Mundial, quando então surgiram os fertilizantes químicos.

Potencial Genético de Produção

- Potencial genético ≈ 500 sacos/ha ≈ 30.000kg/ha

- O principal fator de produção para a cultura do milho é a LUZ, a qual pode ser comprometida por
danos causados por pragas e doenças foliares.
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- Lei do Mínimo de Liebig:
* Sementes * Água
* Tratos Culturais * Adubação
* Controle de plantas daninhas, pragas e doenças
Obs.: Adubação: Para a produção de 1 ton de milho, a cultura exige, dentre outros nutrientes, 20kg
de N e 1g de Mo. Contudo, não existe um nutriente mais importante que o outro devido à interação
existente entre eles. Ex.: sem o Mo, não há redução do NO3 absorvido pelas raízes em NO2.

Morfofisiologia
 Sistema Radicular
 Perfilhamento
 Polinização (os grãos di pólen podem chegar a até 500m de distância pelo ar, o que ser torna
um problema para o milho Bt; outro problema é a má polinização em dias chuvosos, repercutindo
em baixas produtividades devido à baixa taxa de polinização por causa da “lavagem” do pólen)
 Fisiologia
- Temperatura
- Luz
- Água
- Vento

Estádios Vegetativos e Reprodutivos do Milho (são complementares)


 Germinação --- Emergência
- Germinação  ocorre entre 5 dias em temperaturas amenas (25 a 27ºC) e 12 dias em
condições de baixas temperaturas (Região Sul), o que acarreta me maior tempo para o ataque de
pragas e fungos de solo.
 Para determinação do estádio vegetativo, conta-se as folhas completamente desenvolvidas
(bainha visível).
 As primeiras folhas são de ponta arredondada, as demais são de ponta afilada.
 Estádio V8  define-se o nº de fileiras por espiga; até nesse estádio, a planta pode ter perdido
apenas a primeira folha arredondada.
 Estádio V9  inicia-se um processo de crescimento rápido e vigoroso devido ao grande
número de folhas fotossinteticamente ativas, acumulando-se fotossintatos no colmo.
 Estádio V12  continuação do acúmulo de fotossintatos no colmo
 define-se o número de grãos por fileira da espiga
 aparecimento dos esporões (3º sistema radicular), o qual apresenta funções
básicas de fixação e sustentação da planta. Em caso de aplicação de doses pesadas de 2,4-D, essas
raízes não conseguem penetrar no solo, ocasionando tombamento de plantas.
 Estádio V15  aparecimento de várias espiguetas (pequenas espigas), mas apenas a de cima
se diferencia e continua crescendo. Em alguns híbridos, a espiga logo abaixo dessa também se
desenvolve (prolificidade) apesar de apresentar menor tamanho e peso em relação à superior.
 Estádio V18  final da fase vegetativa da planta (pré-pendoamento); é a época mais indicada
para a aplicação de fungicidas objtetivando “segurar” doenças que venha a aparecer na fase
reprodutiva.
 Fase Reprodutiva  a planta pára interrompe o crescimento de suas partes vegetativas (folhas,
colmo e raízes) e passa a se “preocupar” apenas em polinizar e produzir grãos.

Obs.: Milho Prolífico  é aquele capaz de produzir 2 espigas: a espiga de cima é maior, pois está
mais próxima às folhas acima da espiga, onde são produzidos cerca de 70% dos fotossintatos que
soa drenados pelas espigas.

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ORIGEM, EVOLUÇÃO, BOTÂNICA E MORFOLOGIA DO MILHO

1. Origem do Milho
 Zea mays (2n = 20)
 Origem americana (América do Sul ou América Central):
- Evidências Lingüísticas
- Evidências Arqueológicas (grãos de pólen)
- Evidências Botânicas (ancestrais = Teosinto e Tripsacum)
As evidências lingüísticas indicam que o milho provavelmente tenha se originado na
América do Sul. Contudo, todas as demais evidências indicam que este cereal tenha sua origem na
América Central.

Milho Ancestrais
 Dominância apical  Sem dominância apical (vários perfilhos
 Pouco sensível ao fotoperíodo  Muito sensível ao fotoperíodo
 Órgãos masc. e fem. localizados em  Órgãos masc. e fem. localizados na
flores separadas na mesma planta mesma flor (hermafroditas)
(monóica)
Obs.: A planta de milho é protândrica (grãos de pólen se desenvolvem antes da espiga se tornar
receptiva) e de polinização cruzada (apresenta somente 10% de autopolinização).

2. Evolução Botânica

  Hipótese da involução divergente = milho e teosinto são descendentes de um mesmo ancestral


comum
  Milho como antepassado do teosinto
  Hipótese da descendência do teosinto = milho apresenta o teosinto como seu ancestral direto
3. Descrição Botânica
 Família: Poaceae
 Subfamília: Panicoideae
 Tribo: Andropogoneae
 Subtribo: Tripsacinae
 Gênero: - Tripsacum (capim)
- Zea (teosintos e milho)

3.1. Gênero Tripsacum


 11 espécies perenes
 2n = 36, 54, 64, 72 (como apresentam número de cromossomos diferente do milho,
nenhum apresenta cruzamento com este cereal)

3.2. Gênero Zea


 Zea mays (2n = 20, anual)
 Zea mexicana (2n = 20, anual)
 Zea luxurians (2n = 20, anual  capim cultivado como pastagem)
 Zea diploperennis (2n = 20, anual)
 Zea perennis (2n = 40, perene  não cruza com o milho por apresentar número diferente
de cromossomos)
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Subespécies de Zea mays
- Zea mays indurata (milho “flint”, milho duro)
- Zea mays indentada (milho dentado)
- Zea mays saccharata (milho doce)
- Zea mays amilacea (milho amiláceo  produção de amido de milho)
- Zea mays everta (milho pipoca)

Obs.: A grande diferença entre as subespécies de milho está na qualidade do endosperma (grãos de
amido mais ou menos justapostos, concentração de sacarose convertida ou não em amido, etc.).

 Composição do grão de milho


 Amido (70%)  importância energética para a ração
 Proteínas (10%)  além de ser baixa sua concentração, são proteínas de péssima qualidade
(metade dessa concentração é composta por zeína, uma proteína de baixa digestibilidade e muito
pobre nos aminoácidos lisina e triptofano), por isso a soja ainda deve ser adicionada à ração animal
 Lipídios (4,8%)
 Açúcares (2,0%)
 Cinzas (1,2%)

- No Brasil, dá-se preferência aos milhos “flints” (duros) pois os dentados (moles) são fáceis de
serem atacados por pragas de armazenamento.

 Amido
 Amilose  cadeias pequenas e lineares de glicose (milho duro)
 Amilopectina  cadeias longas e ramificadas de glicose (milho dentado)

- Milho dentado  73% de amilopectina + 27% de amilose


- Milho duro “flint”  50 a 60% de amilose
- Milho ceroso ou “waxy” (Z. mays amilacea)  100% de amilopectina (amido de milho)

Obs.: Zea mays saccharata (milho doce)


- Os genes sugary e shrunken bloqueiam a conversão de açúcares em amido no
endosperma, chegando a converter somente 20% dos açúcares em amido.
- Deve ter pericarpo fino e estilo-estigmas de cor creme
- Apresenta sérios problemas com pragas, principalmente lagartas
- Colheita do milho doce  essa operação é feita quando os grãos apresentam 70% de
umidade. Por isso, a janela de colheita (apenas de 7 a 10 dias) é um problema já que os grãos ficam
murchos pela excessiva perda de água devido à baixa concentração de amido.
- Outro problema do Z. mays saccharata é o estande final devido ao ataque de fungos de
solo, favorecido pela alta quantidade de sacarose.
- Além disso, a profundidade de semeadura deve ser mantida de 4 a 5cm para que a
oscilação térmica e hídrica não seja forte o suficiente para alterar o tamanho e composição da
semente e, consequentemente, sua morte.

Milhos especiais
 Milho com alto valor biológico (QPM)  apresentam alto teor de lisina e triptofano,
devido à presença do gene opaco-2
 Milho com alto teor de óleo  enquanto o milho normal pode apresentar no máximo
4,0-4,8% de óleo, esse milho apresenta valores de até 8% de óleo, concentrado principalmente na
região do embrião.
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4. Morfologia
Obs.: Enquanto o milho produz até 1000 grãos a partir de 1 semente, a soja produz apenas 200
grãos, já que o milho é uma planta C4 e a soja uma planta C3. Assim, a fotorrespiração das plantas
de soja representam um custo energético muito alto, culminando em perda de energia que poderia
ser desviada para a produção de fotossintatos.

4.1. Sementes
 Possui todas as informações genéticas para originar uma nova planta

 Na germinação, depois da quiescência (entrada de água e temperatura ideal), é liberado ácido


giberélico a partir do eixo embrionário em direção à camada de aleurona, onde este ácido ativa a
enzima α-amilase, a qual degrada o amido do endosperma, fornecendo energia para o
desenvolvimento do embrião.

4.2. Germinação e Emergência


 A temperatura basal do milho é de 10ºC, ou seja, nessa temperatura não há desenvolvimento
do embrião, porém o mesmo também não morre.

4.3. Sistemas Radiculares


4.3.1. Seminal = é o sistema radicular da semente, apresentando vida curta e
absorvendo água e nutrientes até o estádio V3
4.3.2. Definitivo = é o sistema radicular que permanecerá ativo pelo resto do ciclo da
cultura, sendo do tipo fasciculado ou cabeleira, típico das gramíneas
4.3.3. Suporte (Esporões) = este sistema radicular aparece no estádio V12
(aproximadamente 50 dias após a emergência) e tem como função sustentar e fixar a planta

 Semeaduras mais profundas implicam em raízes seminais mais profundas. Contudo,


independente dessa profundidade, o sistema radicular definitivo se desenvolve sempre a uma
mesma profundidade, já que se origina do 4º ao 6º nó abaixo do solo.
 Problemas de efeito salino  não se pode exceder a 100kg/ha a soma da adubação com N +
K2O, nem colocar o adubo a menos de 5cm abaixo e ao lado da semente.
 A parte aérea (folha e colmo) é de grande importância para o sistema radicular, pois, na
ausência de folhas, as espigas drenam todos os nutrientes que precisam a partir do colmo, fazendo
com que as raízes não recebem energia suficiente para se desenvolver, o que diminui a absorção de
água e nutrientes pela planta.
 Cuidados a serem tomados para evitar danos ao sistema radicular:
- Impedimentos físicos (“pé-de-grade”; compactação)
- Impedimentos químicos (Mn e Al em grandes concentrações)
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- Efeito salino de adubos (principalmente KCl)
- Problemas que venha a atrapalhar a fotossíntese
- Erros durante o manejo da cultura

Correlações: - Estádio de desenvolvimento = V12  Raízes esporões


- Relação Sistema radicular (R) x Parte aérea (A)  Relação A/R

4.4. Folhas
 As duas primeiras folhas (1ª e 2ª), as quais ainda são folhas embrionárias, possuem pontas
arredondadas, e também são contadas para definição do estádio de desenvolvimento da planta.
 A partir de V2, a planta passa a se sustentar por conta de sua própria fotossíntese, já que a
reserva de energia da semente se exaure (o amido já foi metabolizado pela respiração).
 Lígula  assim como na cana-de-açúcar, essa membrana tem a função de evitar a entrada de
água e torrões na bainha. Porém, ela dificulta que as folhas fiquem eretas. Assim, nos programas de
melhoramento, alguns híbridos são produzidos sem lígula, característica essa garantida pelo gene
leguleless-2.
 As folhas do milho estão dispostas disticamente (uma de um lado e outra de outro).
 Quanto à estrutura celular da folha, quando esta apresenta alta concentração de cloroplastos, as
folhas apresentam uma coloração mais escura, enquanto que híbridos que apresentam baixa
concentração de cloroplasto nas células foliares apresentam uma coloração mais clara. Contudo,
isso não é considerado um fator de produtividade.

Obs.: - Milho “ferroando” = milho emergindo  apresenta coloração amarela, já que há uma
alta concentração de etioblastos nas células e baixa concentração de cloroplastos, por isso ainda não
é capaz de realiza fotossíntese. À medida que se desenvolve, os etioblastos são convertidos em
cloroplastos, começando então a realizar fotossíntese.
- O colmo é formado pelos fotoassimilados produzidos pela planta.

 V3 (± 15 dias)  durante esse início de desenvolvimento da planta, ela emite 1 folha a cada 4
a 5 dias.
 Entre V3-V6, inicia-se a diferenciação dos primórdios da espiga, o que faz com que a planta
mereça um tratamento diferenciado, já que está diferenciando seu potencial produtivo. Por isso, é
de grande importância o controle de plantas infestantes (Período Crítico de Competição).
 Ainda em V3, o colmo e o ponto de crescimento (gema apical) estão localizados abaixo do
nível do solo (crescimento hipogeal, ao contrário da soja que apresenta crescimento epigeal).
 V3-V4  é uma fase extremamente delicada, já que a planta apresenta um colmo delicado,
facilitando a ocorrência de pragas iniciais. Esse problema é agravado quando em altas temperaturas
( TºC), por dois motivos principais:
- A planta sofre com o déficit hídrico, diminuindo sua capacidade de recuperação.
- O tempo de duração do ciclo de vida dos insetos pragas diminui com o aumento da
temperatura, enquanto que o dos inimigos naturais não acompanha essa rapidez.
 A cultura do milho não tolera perda de estande já que, ao contrário de culturas como a soja, o
feijão e o algodão, apresenta baixa plasticidade.
 Após definido o potencial produtivo (V6), só ocorrem perdas de produtividade, ou seja, a
cultura está sujeita apenas a perdas e não mais a ganhos de produção, mesmo que se
disponibilizados os melhores tratos fitossanitários. Essas perdas ocorrem por pragas, doenças, erros
de adubação de cobertura, nebulosidade acentuada durante vários dias (falta de luz para a realização
da fotossíntese).
 Materiais de folhas eretas permitem ser trabalhados em maiores populações, pois interceptam
melhor a luz, permitindo que luz de boa qualidade ainda chegue às folhas mais baixas.
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 Em espaçamentos maiores, ocorre perda de luz nas entrelinhas, além de favorecer o
desenvolvimento de plantas infestantes, as quais recebem essa luz “perdida” pela cultura.
 Após V9, o crescimento da planta é extremamente rápido (1 folha a cada ± 3 dias), já que a
planta apresenta um maior número de folhas, conseguindo produzir fotoassimilados em maior
quantidade para atender às suas exigências.
 Em áreas semeadas com espaçamentos menores, a produtividade chega a ser 5 a 10% maior
que em espaçamentos convencionais, devido a um maior aproveitamento da luz.
 Estádio reprodutivo  cerca de 70% dos fotoassimilados que são carreados para a espiga são
provenientes das folhas acima da espiga, por se tratarem de folhas mais jovens (maior atividade
metabólica) e que recebem luz de melhor qualidade (comprimento de onda ideal).
 No estádio reprodutivo, a planta não aumenta sua área radicular nem foliar, se “preocupando”
apenas em encher grãos.
 Para o enchimento dos grãos da espiga, é necessária água, já que o transporte de fotossintatos
ocorre por meio aquoso (floema).
 As folhas abaixo da espiga estão mais relacionadas ao desenvolvimento de raízes, já que estão
mais próximas a este órgão da planta.
 “Stay Green”  processo fisiológico no qual as folhas permanecem verdes mesmo com a
espiga pronta para a colheita (espiga na maturação fisiológica). A grande vantagem desse processo
é que o colmo dura mais tempo, pois a produção de fotossintatos continua depois da maturação
fisiológica e esses fotossintatos são enviados para o colmo, permitindo permanecer no campo sem
problemas de tombamento. Isso permite que se colha o milho quando os grãos já estiverem com
umidade de aproximadamente 14% (ponto ideal de colheita).

4.5. Colmo
 O caule do milho é do tipo colmo, apresentando nós e entrenós.
 Abaixo do solo existem cerca de 5 a 6 nós compactados, de onde saem as raízes definitivas.
 Acima do solo, o primeiro entrenó é curto, e o primeiro e, talvez, o segundo e o terceiro nós
são os locais de origem das raízes esporões (3º sistema radicular).
 Em V6, o ponto de crescimento da planta (gema apical) ultrapassa o nível do solo.
 Por se tratar de uma gramínea, pode acontecer perfilhamento, mas sem ocasionar efeitos sobre
a produtividade. As causas para esse perfilhamento são:
- Morte do meristema apical  perda da dominância apical
- Ataque de pragas  ao atacarem a gema apical, podem desarranjá-la, mesmo sem causar
sua morte, causando perfilhamento.
- Causa genética  híbrido que perfilha muito
- Dias quentes e noites frias (alta amplitude térmica)
- Desbalanço nutricional  altas concentrações de N e baixas concentrações de K no solo
(Ex.: áreas onde a cultura anterior é batata  adubação nitrogenada muito pesada).

 Tassel seeds  desenvolvimento de sementes no pendão (muito comum em plantas


perfilhadas)
 O primeiro entrenó é extremamente curto, e os demais vão alongando em direção à espiga.
Entretanto, alguns fatores fazem com que os entrenós fiquem curtos (anormal):
- Falta de água (déficit hídrico)
- Deficiência de zinco (nutriente muito importante para as auxinas, que são os hormônios
promotores do alongamento das células)
 Da espiga para cima, os entrenós reduzem novamente de tamanho, contudo, na base do pendão
está localizado o maior entrenó da planta, denominado de “pescoço”.
 Plantinhas  são plantas que foram dominadas pelas outras (competição), sendo comuns em
áreas cultivas com altas populações. Estas plantas dominadas estiolam para tentar chegar à luz,
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ficando “magricelas”. Até 5% de plantinhas em uma lavoura é considerado normal. Acima disso
pode ter ocorrido:
- Mistura de linhagens às sementes dos híbridos (difícil de ocorrer pois a taxa de
autopolinização permitida em áreas de produção de sementes é 0%)
- Populações altas e com espaçamentos reduzidos
- Desequilíbrio nutricional

 No melhoramento genético, procura-se sempre reduzir o tamanho das plantas e a altura de


inserção da espiga. Isso é importante para que não ocorra tombamento de plantas ocasionado pelo
efeito alavanca da espiga sobre o colmo. Essas características são conferidas pelos genes:
- Braquítico (br1 e br2)
- Dwarf (d1, d2, d3, d4 e d5)
- Pigmy (py)
- Small Plant (sl)
 Esses genes diminuem a síntese de auxinas pela planta, reduzindo o comprimento dos etrenós.
 Aspectos da Qualidade do Colmo:
- Genético  milhos que, geneticamente, caem mais facilmente podem ter esse problema
relacionado com alta produção, já que ao produzir muito, exaurem o colmo de fotoassimilados. Por
isso, esses híbridos deve ser colhidos mais cedo.
- Ambiente  presença de boa disponibilidade de K+ é importante para a síntese de
lignina, a qual confere rigidez ao colmo.
- Patógenos
- Fisiologia (fotossíntese)

 Tombamento ≠ Quebramento de colmo:


- Quebramento por Diatraea saccharalis  próximo à espiga
- Quebramento por doenças  próximo ao solo

4.6. Flores
 As chances da planta se autopolinizar são muito baixas (< 10%)
 A polinização é feita pelo vento (anemofilia)
 Assim, para a produção de sementes, deve-se fazer o isolamento espacial (> 500m de distância
de uma área de produção de sementes e outra) ou temporal (plantios em épocas diferentes) das
linhagens.
 O milho é protândrico (pólen liberado 3 dias antes do amadurecimento do órgão feminino, ou
seja, antes da espiga se tornar receptiva).
 O pendão fica na parte apical da planta, ocorrendo liberação de pólen de cima para baixo. Em
híbridos, o pendão pode produzir até 5 a 20 milhões de grãos de pólen, os quais devem polinizar
1000 estigmas por espiga. Após os polens serem todos liberados, o pendão passa a ser um órgão que
pode vir a atrapalhar a produtividade, já que causa até 15% de sombreamento na planta.
 Nos estilo-estigmas, o grão de pólen pode cair em qualquer parte do “cabelo” que irá germinar
e formar o tubo polínico normalmente. Os primeiros estilo-estigmas a serem formados são os da
base da espiga.
 Devido à riqueza energética do estilo-estigma, vários insetos atacam essa parte da espiga,
ocasionando a não formação de grãos nos locais da espiga de onde saíram esses estilo-estigmas.
 Os estilo-estigmas podem apresentar coloração creme ou vinho.
 Após polinizado, o grão de pólen apresenta uma vida de cerca de 12 a 13 horas para encontrar
o estilo-estigma e fecundar o óvulo. É um momento crítico para a produção, pois qualquer estresse
pode matar os estilo-estigmas.
 Problemas de fetilização:
- Falhas na espiga
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- Fasciação  emissão de espigas laterais na base da espiga principal quando esta não é
polinizada. Esse fenômeno ocorre na tentativa da planta em receber pólen para perpetuação da
espécie.
 Quando o estilo-estigma não é polinizado (chuva, calor, etc), ele continua crescendo,
chegando a medir cerca de 30-40cm.

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FISIOLOGIA DO MILHO

 O milho é uma planta C4, por isso não apresenta fotorrespiração. Portanto, é mais eficiente
que a soja, o feijão, etc, mas somente em condições tropicais.
 Como o teor de CO2 na atmosfera é muito baixo (320ppm = 0,032%), a planta deve ser muito
eficiente em capturá-lo. É o que ocorre com as plantas C4.
 A planta de milho, assim como qualquer outra, passa por uma fase vegetativa (± 60 a 70 dias)
e depois pela fase reprodutiva (± 60 dias).

 As duas principais clorofilas absorvem a luz de 680nm (P680) e de 700nm (P700) de


comprimento. Caso o comprimento seja muito longo (baixa energia), os carotenos recebem essa luz,
acumulam sua energia e a repassam às clorofilas. Além disso, se o comprimento dessa luz for muito
curto (elevada energia), os carotenos atuam como receptores primários da luz para evitar que esse
excesso de energia danifique a estrutura das clorofilas.
 Em dias nublados, o comprimento de ondas luminosas é muito longo, não sendo aproveitado
pela planta.
 Vantagens do espaçamento reduzido:
- Maior aproveitamento da luz
- Controle de plantas infestantes
- Adubação mais bem distribuída na área
- Utilização do mesmo maquinário já utilizado pela cultura da soja
 Quanto maior a energia da luz, menor é o seu comprimento de onda. Assim, as folhas
baixeiras recebem menos energia luminosa, já que incidem sobre elas quase que somente ondas de
comprimento elevado. Daí a importância da utilização de híbridos sem lígula.

 A fotossíntese ocorrem em 2 etapas: a primeira (fotoquímica) ocorre nas membranas dos


tilacóides e a segunda (bioquímica) ocorre no interior do estroma.

1. Fase Fotoquímica da Fotossíntese


 Ocorre a transformação da energia luminosa em energia química pela formação de ATP e
NAD reduzido.
 Essa fase ocorre na membrana dos tilacóides.
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 Os elétrons para a reação de redução advêm da água (oxidação da água pela enzima Mangano
Proteína) e por isso, a falta de água (falta de chuvas, raízes mal formadas, etc.) é extremamente
prejudicial à fotossíntese.
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2 H2O 4 H+ + 4 e - + O2

- 4 e-  usados na Redução do NADP+


- O2  liberado para a atmosfera (respiração dos animais)
- 4H+  usado na produção de ATP  O pH dentro do lúmen do tilacóide despenca
rapidamente pelo aumento da concentração de H+ em seu interior, desequilibrando em relação ao
estroma. Assim, os H+são ejetados de seu interior através da proteína F0F1 ATP Sintetase, com
conseqüente formação de ATP.

2. Fase Bioquímica da Fotossíntese

 Ciclo de Calvin-Benson
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Obs.: N ≡ N  Ligação muito difícil de ser quebrada, sendo que o milho não consegue quebrá-la
para produzir aminas, como é o caso da soja.

3. Fotorrespiração

 Altas temperaturas A RUBISCO deixa de capturar CO2 e passa a capturar O2


 Alta irradiação em plantas C3, como a soja, o feijão, o arroz, etc.

 Nas plantas C3, a fotossíntese ocorre próximo aos estômatos, nas células do mesófilo. Neste
local, ocorre grande entrada de O2 já que o ar atmosférico que entra pelos estômatos possui 21% de
O2 contra apenas 0,032% de CO2. Isso faz com que a RUBISCO capture O2 e não CO2.
 O CO2 tem muita capacidade de difusão na água, chegando mais facilmente até o cloroplasto.
 A relação ideal CO2/O2 é acima de 0,04 para que a RUBISCO capture CO2 e não O2.

Esquema da Fotorrespiração

 Fotorrespiração  esse processo recebe esse nome por passar na mitocôndria e formar 2
aminoácidos essenciais.

 Nas plantas C4, a fotossíntese ocorre nas células próximas dos vasos condutores (xilema e
floema), chamadas Células de Krans ou células da bainha do feixe vascular. Nas células das
folhas das C4, existe uma enzima de 3 carbonos (PEP Carboxilase) que captura apenas CO2.
Assim, ela se liga ao CO2 (1 C), formando um composto de 4 C (Oxaloacetato). Esse composto é
levado até às células da bainha, onde deixa o C do CO2 para a RUBISCO. Assim, a RUBISCO não
entra em contato com o O2, não ocasionando fotorrespiração. Para cada 2 C capturados pela PEP
Carboxilase, há um consumo de 2 ATP.
Grandes Culturas 3 14 Milho

 Assim, o primeiro composto estável formando nas plantas C3 é o 3-PGA (3 C) e nas plantas C4
é o oxaloacetato (4 C).

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ECOFISIOLOGIA E ELEMENTOS DO CLIMA

 Milho:
- Planta C4
- Cultivada entre 58º N e 40º S de latitude  influência do fotoperíodo e temperatura
- Altitudes de cultivo: desde abaixo do nível do mar até 2500m de altitude  influencia da
temperatura (a cada 100m de altitude crescente, ocorre um abaixamento da temperatura em 1 ºC)
- O milho produzido em altas latitudes (EUA e Argentina) produz até 4 vezes mais que o
produzido em baixas latitudes (próximo à linha do Equador)  influência direta da luz.

 Fatores Climáticos
- Temperatura
- Luz
- Água
- Vento

1. Temperatura

1.1. Germinação e Emergência

 Tmín = 10ºC = Temperatura basal (Tb)  a esta temperatura, a semente sobrevive mas não se
desenvolve.
 Normalmente, a temperatura dos solos está próxima de 15ºC, levando cerca de 15 dias para
que ocorra a germinação e emergência das plântulas. Este tempo é muito longo, propiciando o
ataque de patógenos e pragas de solo.
Grandes Culturas 3 15 Milho
 Tmáx = 42ºC
 T ótima = 25 a 35ºC  Emergência em 3 a 4 dias

1.2. Fase Vegetativa

 A temperatura é que dita o tempo gasto para o desenvolvimento da planta, ou seja, quantos
dias serão necessários para sua maturação.
 Berger, 1962: T = 21,1ºC  Florescimento: 70 dias
T = 22,1ºC  Florescimento: 67 dias
- A cada 1ºC de aumento na temperatura depois dos 21ºC, o milho antecipa em 3 dias a
sua fase vegetativa, o que diminui o tempo para a planta realizar fotossíntese. Isso faz com que a
planta não tenha tempo para se formar adequadamente (colmo, raízes, folhas), podendo ocasionar
tombamento de plantas.

Obs.: Materiais precoces nunca produzem mais que materiais tardios, já que estes últimos têm mais
tempo para encher grãos e produzir.

 Como o desenvolvimento do milho é ditado pela temperatura, pode-se dizer que o milho é
uma planta Termossensível, sendo o seu ciclo calculado em função dos Graus Dias (GD).
Tmáx + Tmín
* GD = − Tb , sendo Tb (Temperatura basal) = 10ºC
2
 Os graus dias são calculados diariamente, sendo o total de GD requeridos pela planta, uma
característica genética, ou seja, cada híbrido necessita de uma determinada Soma Térmica (ST).
* ST = ΣGD = UC = Unidades Calóricas = Unidades Térmicas de Desenvolvimento
- Híb. Super precoces  ST< 830ºC
- Híb. Hiper precoces  ST< 790ºC (importantes no Sul do Brasil)
- Híb. Normal  ST > 891ºC
- Híb. Precoces  ST = 831 a 890ºC

Obs.: Na Safrinha no Sul do Brasil são usados Híb. Super ou Hiper precoces para “fugir” da geada.
No Brasil Central, estes híbridos são usados para “fugir” da estiagem. Portanto, em ambos os casos,
são usados para que no período de enchimento de grãos ainda haja água no solo.

Exemplo:

Híbrido de UC = 900ºC
São Gotardo Capinópolis
Tmáx = 30ºC Tmáx = 30ºC
Tmín = 15ºC Tmín = 20ºC

30 + 15 30 + 20
GD = − 10 = 12 ,5º C GD = − 10 = 15 º C
2 2
Supondo que todos os dias o GD=12,5ºC: Supondo que todos os dias o GD=15ºC:
900 900
Tempo = = 72 dias de ciclo Tempo = = 60 dias de ciclo
12 ,5 15

 Porém, a soma térmica não pode ser analisada em separado. Às vezes, GD menores, ou seja,
maiores ciclos, não implicam em altas produtividades, se a luz for de baixa qualidade, ou seja, a
radiação solar for muito baixa (cal.cm-2.dia-1). Por isso, esses dois fatores devem ser analisados
conjuntamente.
1.3. Fase Reprodutiva
Grandes Culturas 3 16 Milho

 Grãos de pólen Morte de grãos de pólen e estilo-estigmas em altas temperaturas


 Estilo-estigmas

 Polinização e Fertilização (> 32ºC)

1.4. Temperaturas Noturnas

 Altas Temperaturas noturnas  ST completa-se mais rapidamente ( Tmín), implicando em


menores ciclos.
 Produtividade = Fotossíntese Líquida (F.L.)
- F.L. = Fotossíntese Bruta – Respiração – Fotorrespiração Não existe no milho

Continua ocorrendo à noite para fornecer energia para absorção de


H2O e nutrientes, formação de raízes, folhas, etc.

 TºC   Respiração  Por isso é importante que se tenha


temperaturas noturnas amenas

 TºC noturna Produtividade (kg/ha)


16,6 10.200
18,3 10.500
29,4 6.300

2. Luz

 Importância da qualidade da luz:


- Estádios Vegetativos (fotoassimilados para a estruturação da planta)
- Estádios Reprodutivos (fotoassimilados para o enchimento dos grãos)

Obs.: Caso falte fotossintatos para armazenar nos grãos, a planta passa a utilizar as suas reservas
para encher grãos.

 População e Distribuição das Plantas:


- Diminuição do espaçamento mantendo a mesma população  melhor absorção de luz e
nutrientes, e menor competição com infestantes.
- Estande  importantíssimo, já que não é uma planta Plástica

 Arquitetura da Planta:
- Plantas eretas / decumbentes
- Tamanho do pendão (pode ocasionar até 15% de sombreamento)

Obs.: - Semeadura no cedo (setembro)  maiores produtividades devido a luz de melhor


qualidade (céu limpo) e menor incidência de doenças (baixa pressão de inóculo e umidade relativa).
- Semeadura de dezembro  péssima devido a muita chuva, ocasionando baixa
concentração de O2 no solo, acarretando em baixa taxa de respiração, com conseqüente diminuição
na quantidade de ATP e, por conseguinte, diminuição na absorção de nutrientes, já que esse
processo é realizado por transporte ativo.
Grandes Culturas 3 17 Milho

 O milho é considerada uma planta de dias curtos (P.D.C.) em latitudes superiores a 33º, apesar
de sofrer pouco efeito do fotoperíodo em sua fenologia.
 No Brasil, o milho é considerado Fotoneutro.

 Produtividade de Milho
- EUA (10.000kg/ha) x Brasil (3.600kg/ha)
Soluções para essa diferença

* Aumentar o ciclo do milho no Brasil (época de semeadura e genótipo)


Ex.: Ciclo = 120 dias lá e aqui
Horas de luz máximo no Brasil = 13h
Horas de luz máximo nos EUA = 16h
Diferença de horas de luz = 3h
120 dias x 3h = 360 horas a mais de luz nos EUA em relação ao Brasil
360 / 13 horas de luz = 27 dias a mais que o milho deve realizar fotossíntese
no Brasil para chegar à produtividade norte americana
Considerando aproximadamente 20 dias para compensar o maior tempo de
respiração nos dias além dos 120 dias normais, teremos então que o milho, no Brasil, deveria ficar
47 dias a mais no campo para produzir a mesma quantidade produzida nos EUA. Além disso, esse
material deve florescer mais precocemente para começar o enchimento de grãos mais rapidamente.

Obs.: As plantas fotossensíveis, como a soja, o arroz, possuem uma Linha Crítica de Fotoperíodo
(L.C.F.), abaixo da qual a planta floresce se ela for uma Planta de Dias Curtos e acima da qual ela
floresce ser for de Dias Longos. No caso da soja, é uma P.D.C.

3. Água

 Todas as reações químicas na planta ocorrem com água


 As plantas C4 (milho) são muito eficientes no uso da água
 Exigência total  650 a 700mm
 Existe uma correlação entre o teor de água e a população de plantas, mas não é direta devido à
alta cobertura do solo (baixa E.T.).
 Demanda:
- Até V8  < 3,00mm/dia
Grandes Culturas 3 18 Milho
- Enchimento de grãos  5 a 7mm/dia, podendo chegar a 10mm/dia
- Média durante o ciclo  4 a 5mm/dia

 Germinação/Emergência
 Fase vegetativa: raízes têm dificuldade em encontrar água já que ainda apresentam-se
pequenas; pragas de solo causam danos severos quando a há baixa disponibilidade de água para a
planta.
 Fase reprodutiva: relação Fonte x Dreno  a água leva fotossintatos da fonte até o dreno.

4. Ventos

 Afeta a demanda de água


 Causam acamamento (ruptura de raízes) e quebramento (ruptura do colmo)
 Pescoço de ganso  plantas que caem no estádio vegetativo conseguem se reerguer, mas
ficam com sintoma de pescoço de ganso.

--------------------- xx ---------------------

FENOLOGIA DO MILHO

 Estádios Vegetativos:
- VE = Emergência
- V1 = 1ª folha completamente desenvolvida*
- V2 = 2ª folha completamente desenvolvida
- V3 = 3ª folha completamente desenvolvida
- V6 = 6ª folha completamente desenvolvida
- V9 = 9ª folha completamente desenvolvida
- V12 = 12ª folha completamente desenvolvida
- V15 = 15ª folha completamente desenvolvida
- V18 = 18ª folha completamente desenvolvida
- VT = Pendoamento

 Estádios Reprodutivos:
- R1 = Florescimento
- R2 = Grãos bolha d’água
- R3 = Grãos leitosos
- R4 = Grãos pastosos
- R5 = Grãos farináceos (formação do dente)
- R6 = Maturidade fisiológica

* Folhas completamente desenvolvidas = folhas em que já se consegue observar a bainha.

1. Germinação e Emergência
 Semeadura  Embebição  Germinação  Emergência
 2 a 4 dias ( TºC), chegando até a 15 dias ( TºC)

2. Estádio V3
 Começa-se a definir o potencial produtivo da planta, já que começa a diferenciar as espigas e o
pendão.
 Gema apical abaixo do solo  não agüenta inundação
 O sistema radicular definitivo passa a ser o grande promotor da absorção de água e nutrientes
Grandes Culturas 3 19 Milho
 Grande preocupação com adubação de N (advinda da semeadura)
 Controle de plantas infestantes

3. Estádio V6
 O meristema apical rompe o nível do solo
 Tolera melhor encharcamento
 Potencial produtivo teórico definido
 Altas chances de ocorre perfilhamento, devido à facilidade de ocorrer dasarranjamento do
meristema apical por ataque de pragas
 Folhas diferenciadas, assim como o pendão e a(s) espiga(s)

4. Estádio V8
 Fase do “cartucho”  fácil alojamento de Spodoptera frugiperda
 É o estádio que melhor tolera o excesso de água
 Queda de folhas  no máximo 1 a 2 folhas é normal
 Adubação de cobertura (1 ou 2)  V4 a V8
 Até aqui já foram realizados quase todos os tratos culturais (adubação de cobertura, adubação
foliar, controle de pragas, controle de plantas infestantes, etc.)
 Definição do número de fileiras da espiga

5. Estádio V9
 Área foliar bastante densa  alta taxa fotossintética  rápido crescimento
 Adubação de cobertura já passa a se tornar um risco devido ao eixo do trator causar rachaduras
no colmo, ocasionando queda de plantas.

6. Estádio V12
 Aparecimento do 3º sistema radicular (esporões)
 Definição do tamanho da espiga (número de óvulos por fileira)

7. Estádio V15
 É a segunda fase crítica quanto à disponibilidade de água (2 semanas antes do florescimento)
 É possível observar uma pequena parte da espiga já apontando

8. Estádio V18
 O milho está quase pendoando  Pré-pendoamento (“milho na bucha”)
 Liberação da última folha
 Estádio mais recomendado para aplicação de fungicidas  para manter a área foliar intacta
por mais tempo (20 a 25 dias), já que as doenças começam a se tornar mais agressivas uma vez que
as plantas deslocam sua produção de fotossintatos para o enchimento de grãos, não tendo energia
suficiente para se defenderem dos patógenos adequadamente.

9. Estádio R1 (polinização e fertilização)


 O pendão começa a produzir grãos-de-pólen
 A espiga se torna receptiva (3 a 4 dias após a liberação dos grãos-de-pólen  protandria)
 Esse estádio se inicia com a emissão dos estilo-estigmas
 Pragas  são problema por atacarem a espiga, cortando os estilo-estigmas (falhas de
fertilização)
 Finalização da absorção de K
 Crescimento do sistema radicular é interrompido
10. Estádio R2 (Grãos bolha d’água)
Grandes Culturas 3 20 Milho
 Grãos recém-polinizados e fertilizados, com alto teor de água e baixo teor de amido, já que
este ainda está no início da sua translocação
 As sementes já apresentam um embrião em miniatura, uma mini-radícula, um mini-coleóptilo,
uma folha embrionária e 85% de umidade.
 Os grãos da base da espiga são os maiores pois foram os primeiros a serem fertilizados.

11. Estádio R3 (Grãos leitosos)


 Ocorre grande acúmulo de amido nos grãos
 As divisões celulares no endosperma estão completas. Deste ponto em diante, estas células
irão apenas receber amido
 Grãos apresentam cerca de 80% de umidade.
 Fotossíntese
 Grande absorção de N e P  em caso de deficiência desses nutrientes, eles serão translocados
das folhas de baixo
 Retranslocação de nutrientes para enchimento dos grãos

12. Estádio R4 (Grãos pastosos)


 É o momento em que se colhe o milho doce e o milho verde
 Acúmulo de amido continua a ocorrer
 Embrião já se encontra totalmente diferenciado
 Grãos com 70% de umidade

13. Estádio R5 (Grãos farináceos)


 Formação da 4ª e 5ª folhas embrionárias
 Acúmulo de amido ainda continua ocorrendo
 Grãos com 55% de umidade  ponto de colheita de milho para silagem
 Fotossíntese ainda permanece ativa para manter o colmo bem nutrido
 Formação da concavidade do dente em milhos dentados
 Linha do Leite (L.L.)
- LL2 = 25% da semente preenchida com endosperma solidificado
- LL3 = 50% da semente preenchida com endosperma solidificado
- LL4 = 75% da semente preenchida com endosperma solidificado
- LL5 = 100% da semente preenchida com endosperma solidificado (maturidade
fisiológica = R6)

14. Estádio R6 (Maturidade fisiológica)


 A planta de milho chegou à máxima capacidade de translocação do amido
 Formação da Camada Negra na inserção do grão com a espiga
 A semente apresenta máxima germinação e máximo vigor
 Grãos com 40% de umidade (milho semente)  começa a colheita das áreas de produção de
semente aos 30-35% de umidade, já que a colheita é feita em espigas
 Favorecimento do Stay-Green

Obs.: O primeiro nó acima do solo deu origem à 6ª folha  contagem de nós para identificação do
estádio fenológico das plantas nas quais já houve queda de folhas.

--------------------- xx ---------------------
Grandes Culturas 3 21 Milho
HÍBRIDOS DE MILHO

 Híbrido  planta advinda de uma fecundação cruzada, apresentando heterozigose. A altura de


espigamento de um híbrido simples é bem uniforme já que há pouca diferença genética entre as
plantas da população (plantas geneticamente iguais).

 Híbrido Simples:
- Apresenta o máximo de uniformidade
- Ponto forte  produtividade alta em todas as plantas
- Ponto fraco  suscetibilidade a doenças de toda a população caso uma planta já
demonstre suscetível

 Híbrido Triplo:
- Plantas ligeiramente desuniformes, porém mais uniformes que o híbrido duplo
- É formado por uma linhagem + 1 “híbrido simples”

 Híbrido Duplo:
- Plantas bem desuniformes (espigamento bem desuniforme)
- É formado por 4 linhagens
- Vantagem  Suscetibilidade a doenças em níveis diferentes para as plantas da
população, ou seja, 1 planta pode ser suscetível enquanto que outra não.

 Linhagem:
- Plantas pequenas e raquíticas  homozigose total
- Uma linhagem pura deve ser totalmente homozigota, seja dominante ou recessiva

Obs.: A heterozigose é o fator que garante  produtividade

* Híbrido Simples  Linhagem A (♀) (despendoada) x Linhagem B (♂)


- Como são linhagens, as espigas são muito pequenas, produzindo no máximo ±
4.000kg/ha. Assim, o preço da semente de híbrido simples é mais elevado.

 Vigor Híbrido ou Heterose  material em total ou quase total heterozigose

1. Histórico
 Mendel, 1860 (Lei da genética)

 Darwin, 1876 (endogamia e heterose)


- Endogamia  a planta do milho é endogâmica, ou seja, quando cruzada com ela mesma,
vai perdendo características produtivas.
- Heterose  quanto maior o número de genes em hegetozigose, mais produtiva é a planta
de milho

 Beal, 1880 (Redescoberta das Leis de Mendel)


Grandes Culturas 3 22 Milho
 Shull e East, 1908 (primeiro híbrido simples produzido)
- Naquela época, a sua produção em escala comercial era inviável pois as linhagens ♀
produziam muito pouco ( 500kg/ha)

 Jones, 1918 (Híbrido duplo)

 Pioneer (1925)

 Krug et al., 1932 (primeiro híbrido de milho produzido no Brasil  IAC

 Secundino et al., 1938 (primeiro híbrido produzido em escala comercial – UFV)


- Secundino também fundou a AGROCERES

 Transgênicos (1996)

Obs.: Uma linhagem ♀ considerada uma boa progenitora deve produzir entre 4.000 e 5.000 kg/ha
no mínimo.

2. Princípios

 Heterose: fenômeno no qual progênies de cruzamentos entre duas linhagens endogâmicas são
superiores aos pais, excedendo ambos no desempenho ou vigor.
- Ex.:

( P1 + P 2) (3.000 + 1.800 )
- Heterose = F1 − = 15 .000 −
2 2

Obs.: Atualmente, a escolha da linhagem ♀ é feita não apenas em função da sua produtividade, mas
sim em função da produção de sacos de semente comercializável, já que se leva em conta também
outros fatores, como a produção de grãos ardidos, grãos danificados, etc.

3. Base Genética da Heterose (3 teorias)

A) Teoria da Dominância:
- Vale pouco para o milho, já que essa teoria considera a hipótese:

B) Teoria da Sobredominância:
- O híbrido produz a soma dos parentais ou mais do que essa soma
- É a teoria mais aceita para o milho

C) Teoria da Ausência de Dominância


- Não é aceita para o milho
Grandes Culturas 3 23 Milho
- Considera que a produção da progênie não é influenciada pela dominância de um dos
parentais.

Obs.: Quanto maior o número de loci em heterozigose, melhor é o híbrido.

4. Obtenção das Linhagens

 O difícil não é conseguir as linhagens, já que para isto basta realizar sucessivas
autofecundações. O que realmente é difícil é produzir uma linhagem totalmente homozigota
dominante e outra recessiva.
 As linhagens devem ser contrastantes (não devem ser parentes) para obter o máximo de loci
com diferentes dominâncias.
 Passos para a obtenção da linhagem:
* Autofecundação:
- Em V12-V18, usa-se uma proteção plástica para cobrir as espiguetas (bonecas) antes destas
emitirem o 1º estilo-estigma (fase de proteção das bonecas)
- Quando protegida e já com bastante estilo-estigmas, começa-se a se preocupar com o pendão,
pois já deve estar em fase de polinização (planta protândrica)
- Inicia-se, assim, a segunda fase da autofecundação, que é a cobrição do pendão com um saco
de papel. Esse saco é dobrado no sentido da cola e, em seguida, grampeado. Antes de se agitar o
saco, deixa-se o mesmo por 24h para matar possíveis grãos de pólen advindos de outra planta.
- Após essas 24h, deve-se retirar o saco de papel cuidadosamente, com a boca o mais fechada
possível para não deixar o pólen sair.
- Esse saco é então colocado no lugar do saco plástico que cobria a espiga e deixado até o final
do ciclo (os sacos impedem que algum grão de pólen de outra planta polinize algum estilo-estigma
que ainda não fora polinizado, além de servir de marcação para a colheita das espigas que sofreram
o processo de autofecundação).

Obs.: A autofecundação leva à depressão endogâmica (perda das qualidades produtivas)

 Descoberta do DNA = Watson & Klink (1953)


 Divisões celulares
- Mitose = processo conservativo
- Meiose = processo criativo

 São necessárias de 7 a 8 autofecundações (F7 a F8) para se chegar a uma linhagem


considerada pura  São produzidas inúmeras linhagens devido ao grande número de loci presente
no DNA da planta. Ao final, depois de se selecionar os materiais após cada autofecundação, serão
obtidas 3 a 6 linhagens.
 Grande parte das linhagens morrem devido à presença de genes deletérios, causados pela
depressão endogâmica.
Grandes Culturas 3 24 Milho
 Após chegado às linhagens (várias linhagens advindas de vários híbridos), cada uma das
linhagens é cruzada com um testador, que é uma linhagem comprovadamente boa. Mas, antes
disso, deve-se saber a qual grupo heterótico pertencem essas linhagens.
- Ex.: 4.728 linhagens, sendo 2.000 linhagens pertencentes ao Grupo Heterótico X e as
outras 2.728 linhagens ao Grupo Heterótico Y.
Testador A
- G.H. X
- Cruza com as linhagens do G.H. Y
Testador B
- G.H. Y
- Cruza com as linhagens do G.H. X

 O híbrido é formado pelo cruzamento de linhagens diferentes, pertencentes a grupos


heteróticos distintos, já que o G.H. indica o grau de parentesco das linhagens.
- Ex.: DKB 390  Lin. A (G.H. X) x Lin. B (G.H. Y)

 Para se fazer o cruzamento das linhagens com os testadores, utiliza-se campos de lotes
isolados.
- Ex.: 2.000 linhagens do G.H X (x) Testador G.H. Y

 O híbrido triplo é feito com 3 linhagens = 1 “híbrido simples” (errado falar em híb. simples)
montado com 2 linhagens do mesmo grupo heterótico, ou seja, um parental, e uma linhagem de um
grupo heterótico diferente.
 O híbrido duplo é o cruzamento de dois parentais

 Após encontrado o cruzamento ideal, o híbrido produzido parte para a fase pré-básica.

5. Híbridos Comerciais

 Pesquisa  procura pelo cruzamento ideal e formação do híbrido


 Pré-básica  multiplica os materiais (linhagens)
Grandes Culturas 3 25 Milho
 Básica  multiplica os materiais (linhagens)
 Produção  responsável pela produção final das sementes híbridas para liberação no mercado
 Comercial  responsável pelo marketing e venda do híbrido produzido

Exemplo:

* Pesquisa:
- Verificou o cruzamento e os cuidados a serem tomados com as linhagens, e emitiu um
relatório dizendo como realizar o cultivo das linhagens:
 Lin. W  ♀
 Lin. B  ♂
 Proporção de linhas ♂/♀ = 1 ♂ : 4 ♀
 Tolerância a herbicidas
 Manejo ideal
 Split (semeadura das linhagens ♂ e ♀ em tempos diferentes – Ex.: Split = 2 dias)

* Pré-básica:
- Multiplicar as linhagens em campos de lotes isolados. Esses campos podem ser isolados
espacial ou temporalmente. No segundo caso, as linhagens podem ser cultivadas na mesma área ou
em áreas próximas, sendo separados por um intervalo de tempo que não permita que uma linhagem
polinize a outra (diferença de data de semeadura).
- Além de multiplicar os materiais, a linha Pré-Básica tem que verificar os dados que vieram da
Pesquisa, realizando as alterações que achar necessário no cultivo das linhagens, como: inverter o ♂
e a ♀, aumentar ou diminuir a proporção de linhs ♂/♀, rever a necessidade se realizar ou não o
split, etc. Todo esse estudo é chamado de Estudo de Hibridação.
- Ex.: Após checar os dados, a Pré-Básica resolveu alterar:
W♂eB♀
 Proporção= 1:5

* Básica:
- Multiplicar as linhagens em maior escala e em diversos campos de produção, agora em
tamanho maior. Além disso, novamente deve realizar o Estudo de Hibridação, para checar os
dados da Linha Pré-Básica.

* Produção:
- Utiliza os dados detalhados pela Linha Básica para semear as linhagens para a produção do
híbrido em larga escala, em pivôs, grandes áreas, etc. Esse produto já será enviado para a
comercialização, por isso deve atender a quantidade demandada pela Linha Comercial. Ex.: A
Comercial demanda uma quantidade de 500 mil sacos para venda na próxima safra, demanda essa
que deverá ser produzida pela Linha de Produção.

* Comercial:
- Responsável pela venda e pela Assistência Técnica ao produtor ($)
- Ex.: Venda de 200 mil sacos para lançamento do híbrido.

6. Híbrido Simples

 Cruzamento de duas linhagens de grupos heteróticos distintos


Grandes Culturas 3 26 Milho

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
 Semeadura de Linhagens

- ♂: 280m2 ------------------ 1 linha x 100m lineares de ♂


10.000m2 (1 ha) ------ x m lineares de ♂ em 1ha
x = 3.571m lineares de ♂/ha

- ♀: 280m2 ------------------ 3 linhas x 100m lineares de ♀


10.000m2 (1 ha) ------ x m lineares de ♀ em 1ha
x = 10.714m lineares de ♂/ha

* Cálculos para o ♂:
- Informação da Linha Básica  ♂ = 100.000 plantas/ha
10 .000 m 2
- Em 1ha = =14 .285 m lineares
0,7 m
100 .000 plantas / ha
- = 7,00 plantas/m Corrigir germinação (ex. 95%) e/ou vigor
14 .285 ml
(ex. 90%) para cálculo de sementes/m para a
semeadura (geralmente se utiliza a % de
vigor para essa correção).
7,0
- 0,9 = 7,78 →7,78 ×1,10 = 8,56 sementes/m (10% de perdas por pragas, doenças, etc.)
10 % perdas

- 8,56 sementes/m x 3.571m lieares de ♂/ha = 30.568 sementes de ♂/ha

* Cálculos para a ♀:
- Mesma linha de raciocínio do macho

* Cálculos para adubação: (independe de ♀ e ♂)


Grandes Culturas 3 27 Milho
- Recomendação = 500kg/ha
10 .000 m 2
- Em 1ha = =14 .285 m lineares
0,7 m
500 .000 g
- = 35 g / m
14 .285 m / ha
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

 O pendão da fêmea é arrancado quando estiver coberto por 2 folhas (“pendão na bucha”).
Deve-se dar o repasse na lavoura após o arranquio do pendão para conferir se não sobrou nenhum
pedaço do pendão, já que este pode ainda liberar pólen, o que resulta na fecundação de outras
fêmeas (autofecundação).

 Problemas de épocas de despendoamento e receptividade:


- Pólen pronto, porém espigas não receptivas  deve-se arrancar as folhas modificadas
das espigas (palhas)
- Espigas receptivas, porém grãos de pólen ainda não prontos para liberação  deve-se
arrancar as folhas que ainda cobrem o pendão para expô-los ao sol e secá-los, forçando sua
maturação mais rapidamente.

 Características Desejáveis da Linhagem ♀:


- Alto potencial produtivo (± 4.000kg/ha)
- Boa qualidade fisiológica da semente
- Estabilidade a épocas e locais de cultivo
- Resistência/Tolerância a doenças e pragas
- Resistência ao acamamento ( espaçamento; adubação com K)
- Fácil de despendoar e não ser sensível ao arranquio de folhas
- Stay-Green e bom empalhamento das espigas
- Uniformidade na liberação dos estigmas e maturação
- Fácil de beneficiar e classificar
- Apta para a colheita mecanizada, pouca debulha, boa altura das espigas, fácil
espigamento (retirada das espigas das plantas).

 Características Desejáveis da Linhagem ♂:


- Boa altura em relação à fêmea para uma polinização bem feita (para verificar a boa
polinização, amostra-se a linha central de fêmeas)
- Grande volume de grãos de pólen viáveis e o mesmo de fácil disseminação
- Bom período de liberação de pólen
- Não libere pólen no cartucho (ocorre em linhagens masculinas nas quais o pendão fica
abaixo do nível das folhas mais altas)
- Uniformidade no florescimento
- Estabilidade a épocas e locais de cultivo
- Split estável, ou seja, o mesmo split em diferentes locais
- Resistência/Tolerância às principais pragas/doenças (principalmente lagarta do cartucho
 preferência / não-preferência).

7. Híbrido Simples Modificado


 Quando a linhagem fêmea tem um potencial produtivo muito baixo (< 900kg/ha), a produção
de um híbrido simples utilizando esta linhagem seria inviável. Assim, a solução para esse problema
seria cruzar a Linhagem Fêmea com uma linhagem irmã, a fim de dar um pequeno “choque
heterótico” e aumentar um pouco a sua capacidade produtiva.
Grandes Culturas 3 28 Milho

8. Híbrido Triplo

 As linhagens A e B são do mesmo Grupo Heterótico, apesar de não serem irmãs. Se fossem
irmãs, o híbrido final seria um Híbrido Simples Modificado.
 O Parental (AxB) é mais produtivo que as linhagens A e B em separado, já que apresenta um
maior número de loci em heterozigose. Contudo, esse número de loci em heterozigose não pode ser
muito alto pois senão elas já seriam consideradas de grupos heteróticos distintos e, portanto,
gerariam um híbrido simples se o cruzamento com a linhagem C.
 Como o Parental (AxB) é mais produtivo, o preço da semente é menor.

9. Híbrido Triplo Modificado

 Apesar das vantagens econômicas durante a produção de sementes de Híbrido Triplo, esse
ainda apresenta um grande defeito: devido ao baixo, porém representativo, vigor híbrido (choque
heterótico) do Parental (AxB), que é a fêmea no cruzamento, estas plantas ficam, relativamente,
muito mais altas que os machos (Linhagem C) que são quase totalmente homozigotos. Isso
dificulta, e muito, a polinização do macho (Linhagem C) sobre a fêmea (Parental AxB).
 Para resolver esse problema, criou-se o híbrido Triplo Modificado, no qual a linhagem que
funciona como macho no cruzamento final (Linhagem C) é cruzada com uma irmã, à semelhança
do que ocorre na formação do Simples Modificado, também a fim de se dar um “choque heterótico”
nessa linhagem para aumentar o seu tamanho (porte mais elevado).
 Assim, podemos dizer que na formação do Híbrido Simples Modificado, o objetivo de se
cruzar a fêmea com uma irmã é produzir plantas mais produtivas que servirão como fêmeas,
enquanto que na formação do Híbrido Triplo Modificado, o cruzamento do macho com uma irmã é
gerar plantas mais altas para facilitar a polinização.

 Apesar do cruzamento entre as linhagens irmãs C e C’ representarem um trabalho extra na


formação do híbrido, este trabalho é compensado por uma diminuição do custo de produção final do
híbrido, já que pode-se aumentar o número de linhas de fêmea em relação aos machos (aumento na
Grandes Culturas 3 29 Milho
área que será colhida e comercializada), além do próprio aumento da produtividade das fêmeas (±
9.000kg/ha).

10. Híbrido Duplo

 As linhagens A e B são do mesmo grupo heterótico, assim como as linhagens C e D.


 O Parental (AxB) apresenta alta produtividade
 O Parental (CxD) apresenta elevada produção de grãos de pólen e altura da planta, o que
permite um número ainda maior de linhas de fêmeas, podendo chegar a 8 linhas de fêmea para cada
linha de macho.

11. Variedades

 População de milho em equilíbrio de Hardy-Weingerg  quando a freqüência fenotípica não


sofre alterações ao longo dos próximos cruzamentos (ciclos)
 As variedades são utilizadas pelos pequenos produtores, que pretendem salvar a semente ao
final do ciclo da planta para a próxima safra, já que não será alterada a estabilidade no próximo
ciclo.

Obs.: Ranking de Custo: Simples > Simples Mod. > Triplo > Triplo Mod. > Duplo > Varied.
Ranking de Produt.: Simples > Simples Mod. > Triplo > Triplo Mod. > Duplo > Varied.
Ranking de Estabilidade: ao contrário dos anteriores (as variedades são “Estavelmente
Ruins”).

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CALAGEM E CORREÇÃO DO SOLO

 Deve-se fazer a calagem em função do sistema de cultivo como um todo, não apenas em
função da cultura do milho.
 O primeiro passo a ser dado na tentativa de corrigir todos os níveis de nutrientes e o pH do
solo é a análise do solo. A Análise Química do Solo deve ser feita nas profundidades de 0-20cm e
20-40cm.
 Unidades:
- mg.dm-3 = ppm
- cmolc.dm-3 = ??? mg.dm-3
Grandes Culturas 3 30 Milho

 Principais bases  Ca++, Mg++ e K+ (Na quando se tratar de solos salinos)


 pH = Acidez Ativa
 Al3+ = Acidez Trocável
 H + Al3+ = Acidez Potencial
 SB = Soma de Bases = Ca++ + Mg++ + K+
 t = CTC Efetiva = tamanho da caixa do solo = número de cargas negativas que o solo tem no
pH atual do mesmo
 CTC = número de cargas negativas do solo a pH 5,0
 V = Saturação de Bases = quantos % da CTC está preenchida por bases
 m = Saturação por Alumínio = quantos % das cargas negativas no pH atual (t) estão ocupadas
por Al+3

1. Acidez do Solo:
 Causas do solo de cerrado serem ácidos:
- Material de origem (arenito) pobre em bases
- CTC baixa = não retém as poucas bases que possui
- Exportação de nutrientes (depende de cada nutriente)
- Decomposição da matéria orgânica libera H+ que acidifica o solo
- Adubação nitrogenada com uréia ou S.A. (fontes amoniacais) também libera H+

 Componentes da Acidez do solo:


- Acidez Ativa = potencial hidrogeniônico do solo (pH)
1
pH =
[
log H + ]
 medido pelo eletrodo do pHâmetro  mede a concentração de íons H+
na solução do solo, ou seja, em equilíbrio com o solo.
Por se tratar de um logarítimo na base 10, a mudança de cada unidade de pH representa
uma mudança de 10 vezes na concentração de H+.

- Acidez Trocável = quantidade de Al3+ presente no solo. É considerada acidez por estar
competindo com as bases por locais de ligação no colóide do solo. Al3+ inibe o crescimento e
desenvolvimento celular, já que compete com Ca++, o qual é responsável pela formação e
integridade da membrana plasmática. Por isso, o Al3+ inibe o crescimento radicular (toxidez de
Al3+).
Para medida dessa acidez, é usada grande concentração de K+ (KCl) para deslocar todas as
bases para a solução do solo, onde é contabilizado o Al3+.
Outro problema do Al3+ é a sua fácil complexação com o fósforo (H2PO4-).
Grandes Culturas 3 31 Milho

Concentrações de Al+3 abaixo de 0,3cmolc.dm-3 não são problema para a cultura do milho.

- Acidez Não-Trocável ou Potencial = leva em conta o total de H+ e Al3+ presente no solo e


na solução do mesmo. Para isso, utiliza-se um extrator tamponado (acetato de cálcio) para elevar o
pH a 7,0 e retirar todo o H e Al3+ presente no colóide do solo, bem como os H presente nos radicais
carboxílicos da matéria orgânica.

2. Soma de Bases (SB):

3. CTC Efetiva (t)


t = SB + Al3+ (cmolc.dm-3)

4. CTC Total (T):


- Soma de todas as cargas negativas possíveis no solo a um determinado pH (depende do
extrator).
- T = SB + Acidez Potencila (H + Al) (cmolc.dm-3)

5. Saturação de Bases (V)


- Indica quanto das cargas do solo estão ocupadas por bases
SB
- V (%) =
T

6. Saturação por Alumínio (m)


- Indica quantos % da CTC efetiva (antes da calagem) está ocupada por Al
Al +3
- m=
t

7. Calagem:
 Quais são os efeitos da calagem?
- Elevar o pH para uma faixa ideal para a cultura (milho = 5,6 – 5,8)

- Elevar o teor de Ca e Mg
Grandes Culturas 3 32 Milho
- Libera OH- para precipitar Al3+

- Aumenta o teor de outros nutrientes como o P


- Aumenta a CTC do solo ao retirar o H dos radicais carboxílicos e dos silicatos

Obs.: Deve-se tomar cuidado com a supercalagem, pois, além de precipitar o Al +3, irá também
precipitar todos os micronutrientes catiônicos como Fe+++, Zn++, Cu++, Mn++.

 Escolha do Calcário:
- Teor de Ca e Mg
- Poder Neutralizante (VN) = é a capacidade do calcário neutralizar a acidez
- Eficiência Relativa (ER) = se deve à granulometria do calcário (quanto mais fino, mais
reativo é o calcário)
- PRNT = VN x ER

Ex.: Calcário com:


- CaCO3  30% de CaO
- MgCO3  18% de MgO
- VN = % CaO x 1,79 + % MgO x 2,48 = 30 x 1,79 + 18 x 2,48

Obs.: - Ca = 40g/mol (massa molar)


- C = 12g/mol
- O = 16g/mol
- Mg = 24g/mol

 Cálculo da Necessidade de Calagem (NC)


- Método da Neutralização de Al3+ e Elevação dos Teores de Ca++ e Mg++
NC (t/ha) = Y x Al + X – (Ca + Mg)  Fórmula antiga
Milho, Soja = 2 a 3

Y % Argila
1 < 15% (arenoso)
2 15-35%
3 35-60%
Grandes Culturas 3 33 Milho
4 > 60% (argiloso)

NC (t/ha) = Y x [(Al – (mt x t/100)] + X – (Ca + Mg)  Fórmula nova: leva em conta
que a precipitação total do Al3+ proposta na fórmula antiga também poderia precipitar os
micronutrientes catiônicos.

Ex.: Al3+ = 3,0 cmolc.dm-3; t = 6,0 cmolc.dm-3; Y = 4


* Fórmula Antiga (1ª parte da fórmula)  4 x 3,0 = 12t/ha
* Fórmula Nova (1ª parte da fórmula)  4 x [3 – (15% x 6,0)] = 8,4t/ha

- Método da Saturação de Bases


T (V2 − V1 )
NC = (t/ha)
100

8. Gessagem:
 Quais os objetivos da gessagem?
- Corrigir condições subsuperficiais, onde o calcário não consegue chegar. Nas condições
subsuperficiais, existe muito Al e poucas bases e enxofre.

 Quando aplicar gesso?


- Ca < 0,4 cmolc.dm-3
- Al > 0,5 cmolc.dm-3
- m > 30%

 Doses:
Textura NG (kg/ha)
Arenoso (< 15% argila) 400kg/ha
Médio (15 – 35% argila) 400-800kg/ha
Argiloso (35 – 60% argila) 800-1200kg/ha
Muito argiloso (> 60% argila) Não passar muito de 1200kg/ha

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NUTRIÇÃO MINERAL

 Critérios de Essencialidade
- Na ausência do nutriente, a planta não completa seu ciclo
- Não é possível sua substituição
- O nutriente deve participar do metabolismo da planta
Grandes Culturas 3 34 Milho

 São 16 nutrientes essenciais, sendo divididos em macro e micronutrientes:


- Macro: C, H, O, N, P, K, Ca, Mg e S
- Micro: Fe, Zn, Mn, Cu, B, Mo, Cl

Obs.: * C, H e O  são disponibilizados naturalmente; 90% da matéria seca do milho é


composta por esses nutrientes (estrutura dos fotossintatos)
* Mg  deficiência = clorose internerval nas folhas de baixo (retranslocado)
* Fe  não é freqüente sua deficiência
* Zn  muita deficiência em solos de cerrado
* Mn  clorose internerval nas folhas de cima (pouco móvel) / deficiência mais evidente
em áreas que sofreram excesso de calagem
* Cl  como vem em conjunto com a adubação potássica (KCl), não é um nutriente muito
preocupante

 Todos esses nutrientes são condicionadores de produtividade, ou seja, a deficiência de


qualquer um deles afeta severamente a produtividade.

 Elementos Benéficos:
- Si em gramíneas
- Co na soja
- Al em pequenas quantidades

 Elementos Tóxicos:
- Al
- Mn e todos os outros nutrientes em grandes quantidades

NUTRIENTE EXIGÊNCIA EXPORTAÇÃO


Macronutrientes: (kg/ton de grão)
N 20,0kg 75%
K2O 23,0kg 20 – 30%
P2O5 10,0kg 80 – 90%
Ca 4,0kg 10 – 15%
Mg 4,4kg 50%
S 3,0kg 60%
Micronutrientes: (g/9 ton de grão)
Fe 2100g -
Zn 400g -
Mn 340g -
B 170g -
Cu 110g -
Mo 9g -
* Discussão da tabela:
 Quebra de 2 paradigmas:
- O K é o nutriente mais exigido, inclusive mais exigido que o N, ao contrário do que se
pensa normalmente.
Grandes Culturas 3 35 Milho
- A demanda por P aparenta se apenas 10kg/ton de grãos produzidos, porém deve ser
disponibilizada uma quantidade muito maior, devido à imobilização desse nutriente no solo (fixação
de P ao solo).
 Ca e Mg apresentam quantidades significantes quanto à exigência, mas são amplamente
disponibilizados via calagem
 Como 75% do N é exportado via grãos, a relação C/N da palhada que restou é muito alta,
fazendo com que sua taxa de decomposição pelos microrganismos do solo seja lenta.
 Tomar cuidado com S, já que sua exigência é considerável, e os solos do Brasil Central são
relativamente pobres nesse nutriente, além de ser um elemento exportado em grandes quantidades
(60% do total absorvido pela planta).
 N e P2O5 são quase que totalmente exportados
 P2O5  os solos brasileiros são pobres nesse nutriente, além de sofrer alta taxa de
imobilização e ser altamente exportado.
 Zn é o principal problema de micro na Região Central do Brasil.

* Dinâmica da Absorção:
 Como o elemento entra em contato com a raiz do milho?
1) Interceptação radicular (raiz apresenta apenas 2% de área em contato com o solo) 
importância de se ter um sistema radicular vigoroso.
2) Fluxo em massa  o elemento entra na planta pela raiz, junto à água absorvida
3) Difisão  o elemento em alta concentração no solo entra na raiz já que dentro da
mesma a concentração desse elemento é pequena. Ocorre a curtíssimas distâncias e
somente com K, P e Zn. Além disso, é necessária água para que ocorra esse processo.
Como a absorção de nutrientes pelo sistema radicular definitivo se inicia em V3,
quando a raiz está muito pequena, a possibilidade de ocorrer esse processo nessa fase é
muito pequena.

 Como o elemento é absorvido pelas células do sistema radicular do milho?


1) Transporte ativo  gasta energia; ocorre por meio de proteínas da membrana
plasmática; a grande barreira da célula é a membrana plasmática, já que a parede
celular é porosa, o que facilita a passagem de nutrientes; em dias chuvosos ou em solos
alagados, pode ocorrer deficiência de alguns nutrientes pela baixa concentração de O2,
importante para a produção de energia no sistema radicular para que ocorra o
transporte ativo.
2) Transporte passivo

 Transporte radial até os vasos (xilema)


1) Rota Simplástica  gasto de energia; ocorre dentro das células, ou seja, de célula em
célula.
2) Rota Apoplástica  ocorre por entre os espaços intercelulares, sem gasto aparente de
energia. Contudo, ao chegar às células da Estria de Caspary, onde o nutriente é
obrigado a adentrar às células para continuar o percurso até o xilema, ocorre gasto de
energia.

 Transporte Axial (Ascensão da Água e Nutrientes pelo Xilema)


1) Transpiração da planta  formação de uma coluna d’água no xilema, na qual as
moléculas de água caminham à medida que a água é evaporada.
2) Pressão radicular  processo que ocorre independente da transpiração da planta e
responsável pelo processo denominado Gutação.

 Retranslocação
Grandes Culturas 3 36 Milho
- A prioridade da planta são as folhas novas, por estarem mais próximas do meristema
apical e realizarem fotossíntese mais eficientemente.
1) Nutrientes móveis: N, P, K, Mg e Cl  deficiência ocorre nas folhas mais baixas
2) Nutrientes imóveis: Ca e B  deficiência nas folhas mais jovens (superiores)
3) Nutrientes intermediários: Fé, Mn, Zn, Cu, S e Mo  deficiência geralmente aparece
nas folhas superiores da planta.

Obs.: A deficiência de S é semelhante à de N, porém ocorre nas folhas superiores.

Macronutrientes:

1. Nitrogênio (N):
a) Teor no solo: é muito variável, por isso não serve de parâmetro para verificação
de sua deficiência no solo

b) Teor na folha: ideal é de 2,75 a 3,25%

Obs.: A análise foliar é feita próximo ao florescimento, pois após essa fase, a planta utiliza todos os
nutrientes possíveis para o enchimento de grãos. Além disso, a análise foliar é realizada sempre na
folha +3.

c) Absorção: NO3- / NH4+


Ambos são muito lixiviados. No caso do Nitrato, sua lixiviação é alta devido ao fato de
possuir carga negativa, ficando sempre na solução do solo. Já o Amônio, sua força de adsorção é
muito pequena em relação aos demais cátions do solo, ficando na solução do solo e sendo também
facilmente lixiviado.

d) Exigência: 20kg/ton de grãos produzidos


Explicação: Considerando produtividade = 10.000kg/ha
10.000kg de grãos x 1,4% de N (teor de N em grãos de milho) = 140kg de N
10.000kg de palha* x 1,1% de N = 110kg de N
Total = 140 + 110 = 250kg de N
* O milho produz palha aproximadamente na mesma proporção da produção de grãos
Considerando soja como cultura anterior  disponibiliza 40kg de N/ha
Matéria Orgânica no solo (ex. 3%)  60kg de N/ha*
Total = 60 + 40 = 100kg de N
* A M.O do solo disponibiliza 20kg de N para cada ponto de M.O.
Necessário – Disponível = 250kg – 100kg = 150kg de N
Grandes Culturas 3 37 Milho
Como o rendimento da adubação é de aproximadamente 75%, chega-se nos
200kg de N necessários para a produção de 10.000kg de N.

Obs.: Como a soja tem mais N nos grãos (proteínas e lipídeos), ela requer mais N que o milho
(80kg de N/ton de grãos produzidos).

e) Funções: AA, proteínas (dentre elas a clorofila), DNA, RNA, etc.

f) Fontes: - Sulfato de Amônio – S.A. [(NH4)2SO4]  18 a 20% de N; recomendado por


apresentar S em quantidade suficiente para suprir a necessidade da planta
- Uréia [ CO(NH2)2]  45% de N; baixo custo de transporte por ser muito
concentrado; alta taxa de perdas por volatilização.
- MAP  9% de N, 48% de P2O5
- DAP  16% de N, 46% de P2O5
- NH4NO3 e KNO3  muito caros
Obs.: MAP e DAP são fontes de N e P2O5 mas não de S, por isso, deve ser complementada uma
fonte de S. antigamente não se tinha esse problema pois os formulados de semeadura tinha como
fonte de N o S.A. e como fonte de P2O5 o Super Simples, ambos com S na fórmula.

g) Relação C/N: Alta relação C/N causa imobilização de N, causando deficiência desse
nutriente. Por isso, deve-se aplicar grandes quantidades de N na adubação de base. Deve-se tomar
cuidado com o Plantio Direto com relação à cobertura anterior (leguminosa ou gramínea).

h) Parcelamento: deve-ser parcelar a adubação nitrogenada o máximo de vezes possível, pois


perdas de por lixiviação (chuvas) de uma aplicação poderiam ser compensadas na próxima
aplicação. O mais usual é aplicar em torno de 50kg de N na semeadura e o restante em cobertura, já
que há um limitante muito importante na semeadura que é a concentração máxima de K 2O + N
(100kg/ha) que podem ser aplicados junto à semeadura para não ocorrer efeito salino sobre a
semente.
- Esse parcelamento deve ser feito até V8 (35 a 40 dias)
- Problemas na aplicação da uréia são menores quando é feita a incorporação (diminui
perdas por lixiviação)
- Como é muito difícil dividir a cobertura em várias aplicações devido aos outros tratos
culturais que devem ser feitos nesse mesmo pequeno intervalo de tempo, como aplicação de
herbicidas, inseticidas, adubos foliares, etc, geralmente são realizadas apenas 1 a 2 adubações de
cobertura.
- Antecipação da adubação de N e K: é realizada 1 semana antes da semeadura, sendo
muito usada no Sul do país devido à alta CTC dos solos daquela região, sendo capazes de reter o N
e o K contra lixiviação. Na Região Central do país, essa técnica não funciona bem devido ao risco
de lixiviação de N e K em caso de chuvas. Além disso, não pode ser usada uréia como fonte de N
nesse tipo de adubação.

i) Deficiência: clorose generalizada, iniciando-se em formato de “V” invertido nas pontas das
folhas do baixeiro.

2. Fósforo (P):
a) Teor no solo: é um dos elementos que mais limitam a produtividade. Nossos solos têm uma
“fome” (adsorção) muito forte por esse nutriente. Grande parte do P aplicado é fixado. Seus níveis
ideais no solo são baseados na textura do mesmo. Assim, em solos argilosos, 10ppm de fósforo
significa que este é mais rico em P do que os mesmos 10ppm em solo arenoso. Isto porque o
extrator de P para análise do solo é o mesmo (Mehlic-1, Resina, etc.), então ele retira todo o P do
Grandes Culturas 3 38 Milho
solo arenoso mas não consegue retirar todo o P do solo argiloso, ou seja, apesar de terem sido
detectados 10ppm de P na análise, ainda há P que a mesma ainda não detectou no solo argiloso.
% Argila Teor bom
(mg.dm-3)
> 60% 8,0 – 12,0
36 – 60% 12,0 – 20,0
16 – 35% 20,0 – 30,0
< 15% 30,0 – 45,0

b) Adsorção/Fixação (distribuição no solo)


- Abertura de Cerrado:
* 1 a 2 anos de arroz
* 3 a 4 anos de soja  como o espaçamento da soja varia de 0,45 a 0,50m, a adubação de
semeadura com P concentra esse nutriente nas linhas de semeadura (essa concentração de fontes de
P2O5 na linha de semeadura diminui a adsorção e conseqüente fixação) e as linhas de cultivo de soja
não coincidem de ano para ano (linhas de semeadura de um ano não coincidem com as linhas do
outro ano), o P acaba sendo disponibilizado em linhas diferentes a cada ano, e com o passar dos 3 a
4 anos de cultivo sucessivo de soja, a faixa de solo com teor bom de P aumenta. Ao final de 4 a 5
anos de soja, o solo está com um bom teor de P bem distribuído ao longo da área. Isso é muito
importante já que o milho não tolera P mal distribuído na área. Esse fato se deve ao fato das
raízes de milho estarem intimamente ligadas a determinadas partes da planta, ou seja, há raízes que
translocam nutrientes para as folhas “da esquerda” e outras raízes que translocam nutrientes para as
folhas “da direita”. Assim, as folhas ligadas às raízes que recebem boa quantidade de P se
desenvolvem normalmente, enquanto que as folhas ligadas às raízes que não absorveram P ficam
com deficiência desse nutriente (arroxeadas). Isso não é problema para a soja.
c) Difusão e suas Implicações
Ex.: Solos A e B argilosos de uma mesma fazenda, ambos com 30ppm de P2O5.

* A água é sempre importante no processo de difusão do P até a raiz, assim como na difusão de
todos os outros nutrientes.

d) Compactação e Déficit Hídrico


- Esses dois fenômenos facilita a adsorção, dificultando a difusão do P e,
consequentemente causando deficiência de P à planta.

e) Teor foliar: 0,25 a 0,30% (muito baixo em relação à quantidade aplicada, devido à adsorção
ao solo).

f) Absorção: H2PO4- (transporte do tipo Simporte = assim que entra o H2PO4-, entra também
um cátion, em geral H+, para equilibrar cargas no interior da célula).
Obs.: A mesma proteína que transporta H2PO4- também transporta moléculas dos herbicidas
inibidores de EPSPS.
Grandes Culturas 3 39 Milho
g) Exigências: 10kg/ton

h) Fontes:
- Fosfato natural: aplicar em solos ainda ácidos, ou seja, antes de realizar a calagem, pois a
acidez acelera a reação dos fosfatos naturais (íons H+)
- Superfosfato Simples: 20% de P2O5; apresenta ainda boa concentração de S.
- Superfosfato Triplo: 45% de P2O5; não apresenta S na fórmula
- MAP e DAP: são fontes de P2O5 e N

i) Formas de aplicação:
- Fosfato Natural  área total e incorporado para aumentar a área de contato com o solo e,
com isso, acelerar a reação do mesmo para liberação de P2O5
- Super Simples e Super Triplo  aplicados concentrados na linha de semeadura (sulco de
semeadura) para diminuir a área de contato com o solo e, consequentemente, a fixação de P ao solo
- Não é recomendada a aplicação de MAP e DAP em área total, apesar de que essa técnica
vem sendo adotada em áreas de cultivo na BA.

j) Interações:
- P x Zn  esses dois nutrientes competem pelo mesmo sítio de absorção na célula.
Portanto, quando a concentração de P está muito alta no solo, a absorção de Zn é dificultada,
provocando deficiência desse nutriente na planta, mesmo que ele esteja em concentrações ideais no
solo.

k) Deficiência: arroxeamento de folhas (elevação nos teores de antocianina), iniciando-se pelas


folhas de baixo.
l) Funções: Constituinte energético (ATP), etc.

3. Potássio (K):
- Muitas vezes, quando se acerta o teor de P2O5, o fator limitante passa a ser o K2O.

a) Teor no solo:
Classificação Teor
Muito Baixo < 15,0 mg.dm-3
Baixo 16,0 – 40,0 mg.dm-3
Médio 41,0 – 70,0 mg.dm-3
Bom 71,0 – 120,0 mg.dm-3
Muito Bom > 120,0 mg.dm-3

* O K também chega à raiz por difusão e, por isso, necessita de água para que consiga chegar até
esta. Contudo, é um elemento de fácil lixiviação e, portanto, deve-se tomar cuidado com a
quantidade de água que é fornecida (excesso de chuvas e taxas de irrigação muito altas).
* Ca, Mg e K devem estar em equilíbrio no solo pois são transportados para dentro da planta pelo
mesmo transportador.

b) % T  o K deve representar apenas 3 a 5% da CTC total do solo

c) Teor foliar: 1,75 a 2,25%

d) Absorção: K+ (Antiporte)
Grandes Culturas 3 40 Milho
e) Exigência: 23 a 25kg/ton de grãos (muito pouco K é exportado - 20 a 30% - pelos grãos,
ficando na palhada)

f) Funções: Nutriente atípico, o K não faz parte da estrutura de nenhum composto da planta;
regula a abertura e fechamento dos estômatos (estômato fechado  não absorve CO2  não realiza
fotossíntese); ativador de mais de 50 enzimas na planta, dentre elas a RUBISCO; a saída de
fotoassimilados das folhas para o enchimento de grãos ocorrem somente em presença de K (espigas
com grãos murchos nas pontas podem indicar deficiência de K para a etapa final de enchimento de
grãos, já que os grãos das pontas são os últimos a serem enchidos); correlacionado à síntese de
lignina, sendo muito importante para evitar tombamento de plantas; relacionado à resistência da
planta ao frio, à geada, ataque de pragas e doenças, etc.

g) Fontes: KCl; K2SO4; KNO3.


- Como o KCl é a fonte mais barata, é a mais usada no Brasil. Porém, deve-se tomar cuidado
pois apresenta efeito salino muito forte.

h) Interações: Como é absorvido pelas raízes pelo mesmo transportador do Ca e Mg, deve estar
em equilíbrio com esses dois nutrientes.

i) Parcelamento ou Antecipação?
- Semeadura: parte do N e do K junto à semeadura (limite = 100kg/ha de N + K2O)
- Parcelamento: a outra parte do N e do K aplicados em 1 ou 2 coberturas
- Antecipar a aplicação (????)
- Quase todo o K é absorvido até o florescimento, devendo-se então tomar o cuidado de
realizar todas as coberturas ainda na fase vegetativa.

j) Passado (deficiência de P) x Presente (deficiência de K)


- Antigamente, o P era o fator limitante de produtividade na maioria das áreas. Atualmente,
com seu teor corrigido na maioria dos solos cultivados, o K passou a ser o fator limitante.

k) Deficiência de K: manchas necróticas nas margens das folhas do baixeiro.

4. Cálcio (Ca):
a) Teor no solo: a calagem já é suficiente para suprir a necessidade de Ca, na maioria dos casos
Classificação Teor
Muito Baixo < 0,4 cmolc.dm-3
Baixo 0,4 – 1,2 cmolc.dm-3
Médio 1,2 – 2,4 cmolc.dm-3
Bom 2,4 – 4,0 cmolc.dm-3
Muito Bom > 4,0 cmolc.dm-3

b) %T  O teor de Ca no solo deve corresponder a 40-45% da CTC total deste solo. Assim,
além dos teores desse nutriente estarem em níveis bons ou muito bons, esse nível deve corresponder
a 40-45% da CTC do solo. Esse alto teor (40-45% da CTC) em relação ao K (3-5%) e ao Mg (9%)
se deve ao fato de ser um elemento fortemente adsorvido pela argila (perde apenas para o Al3+).

c) Teor foliar: 0,25 a 0,40%


* Dentro da planta, o Ca é imóvel, já que não pode cair no floema. Caso esse elemento caísse no
floema, ele precipitaria o P2O43- já existente nesse vaso, causando entupimento dos vasos do floema
Grandes Culturas 3 41 Milho

d) Absorção: Ca++ (Antiporte)

e) Exigência: 4,0kg/ton de grãos

f) Funções: constituinte de parece celular; dá estabilidade à membrana plasmática, etc.

g) Fontes: Calcário, gesso, etc.

h) Calcário sem incorporação?


- Não é recomendado pois poderia ocorrer um excesso de calcário (supercalagem) nos
primeiros 2cm do solo.

i) Deficiência: branqueamento das folhas; uma folha tende a grudar na outra.

5. Magnésio (Mg):
a) Teor no solo: Quase totalmente disponibilizado pela calagem
Classificação Teor
Muito Baixo < 0,15 cmolc.dm-3
Baixo 0,16 – 0,45 cmolc.dm-3
Médio 0,46 – 0,90 cmolc.dm-3
Bom 0,91 – 1,50 cmolc.dm-3
Muito Bom > 1,50 cmolc.dm-3
b) % T  O teor de Mg no solo deve estar entre 9 a 15% da CTC, ou seja, 9-15% da CTC do
solo deve estar ocupada por Mg. Isso faz com que a relação Ca:Mg = 3:1.

c) Teor foliar: 0,25 a 0,40%

d) Absorção: Mg++ (antiporte)

e) Exigência: 4,4kg/ton de grãos

f) Funções: é o átomo central da clorofila

g) Fontes: Calcário (depende se o calcário é calcítico ou dolomítico); MgSO4 (fonte utilizada


para elevar os teores de Mg quando a acidez do solo já está corrigida e os teores de Ca estão bons
ou muito bons).

h) Calcário sem incorporação?


Grandes Culturas 3 42 Milho
- Não é recomendado pois poderia ocorrer um excesso de calcário (supercalagem) nos
primeiros 2cm do solo.
i) Deficiência: clorose internerval nas folhas de baixo.

6. Enxofre (S):
a) Teor no solo: ideal > 15mg.dm-3
* CUIDADO !!!  Os adubos atuais não utilizam fontes que contenham S na fórmula. Por isso,
estão ocorrendo muitos casos de deficiência de S.

b) Teor foliar: 0,10 a 0,20%

c) Absorção: SO42- (simporte)  pelo fato de ser um ânion, é muito lixiviado devido ao fato
de ser fracamente adsorvido ao solo.

d) Exigências: 3,0kg/ton de grãos

e) Funções:
- Constituinte dos Sulfolipídeos
- Constituinte de aminoácidos
- Participa na estrutura terciária das proteínas

f) Fontes:
- Gesso (fonte mais barata de S)
- Sulfato de Amônio [(NH4)2SO4]  24% de S
- Super Simples  12% de S

g) Deficiência: amarelecimento uniforme das folhas mais altas.


Micronutrientes:

 Como são absorvidos em pequenas quantidades, o limite entre a deficiência e a toxicidade é


muito curto.
 Possuem, em geral, mobilidade intermediária na planta  deficiência geralmente aparece nas
folhas mais novas.
 Os micronutrientes mais problemáticos são Zn e B. Zn é pouco presente nos solos brasileiros,
enquanto que B é muito móvel no solo, sendo muito facilmente lixiviado.
 O Cu é muito pouco móvel no solo.

7. Ferro (Fe):
a) Teor no solo: 30 a 45mg.dm-3 (chega à raiz por difusão)
Grandes Culturas 3 43 Milho

b) Teor foliar: 20 a 250mg.dm-3 = ppm (quantidade muito pequena)  considerar de 20 a 250


mg.dm-3 é uma amplitude muito grande, o que torna difícil de se detectar o teor ideal exato.

c) Abosorção: Fe++ (antiporte)  absorvido na forma de ferro reduzido, já que no solo a maior
concentração desse nutriente está na forma de Fe+++.

d) Exigência: 2100g/9 ton de grãos = aproximadamente 210 a 230g/ton de grãos.

e) Funções:
- Elemento estrutural da Ferrodoxina (FS I)
- Ativador de várias enzimas na planta

f) Deficiência: apesar de rara, quando aparece tem como sintoma o branqueamento das folhas.

8. Zinco (Zn):
 É um dos micronutrientes mais preocupantes nas condições de cerrado
a) Teor no solo: 1,6 a 2,2mg.dm-3 (chega à raiz por difusão, sendo portanto extremamente
dependente de água no solo)
- Apresenta antagonismo com P, ou seja, altas concentrações de P no solo (o que é difícil
nos solos brasileiros) causam deficiência de Zn, já que são carreados para o interior da célula pela
mesma proteína carreadora.

b) Teor foliar: 20 a 70mg.dm-3

c) Absorção: Zn++ (antiporte)  em caso de supercalagem, a deficiência de Zn é completa já


que há precipitação de hidróxido de zinco [Zn(OH)2] no solo.
d) Exigências: 400g/9 ton de grãos = aproximadamente 40g/ton de grãos

e) Funções: a principal função do Zn está relacionada à síntese de auxinas, hormônios


responsáveis pelo alongamento celular.

f) Fontes: ZnSO4; óxidos de zinco

g) Formas de disponibilizar Zn para a planta:


- Solo: 2 a 4kg/ha de Zn*
- Foliar: 100 a 400g/ha de Zn*
- TS: o teor de Zn aplicado junto ao TS é muito baixo, sendo usado apenas para dar um
arranque inicial à cultura. Além disso, deve-se tomar cuidado pois o inseticida carbofuran Furadan
apresenta antagonismo quando misturado ao Zn no TS. Por isso, caso haja necessidade de aplicar
Zn em TS junto com carbofuran, deve-se utilizar o produto comercial Furazin, o qual já vem com
Zn na sua mistura.

* Deve-se converter esses valores em função da teor de Zn da fonte utilizada.

h) Deficiência:
- Folhas com listras brancas e amarelas
- Internódios curtos (baixa concentração de auxinas)
- Necrose de folhas
Obs.: Aplicação foliar de Zn em caso de deficiência  deve-se tomar cuidado com a mistura do
adubo foliar junto a inseticidas e/ou herbicidas, pois o adubo foliar é formado por sais, os quais
Grandes Culturas 3 44 Milho
podem ser quelatados pelos inseticidas e herbicidas. Por isso, em caso de misturas, deve-se deixar
uma faixa sem aplicá-la para servir de testemunha para o próximo ano.

9. Manganês (Mn):
 Nutriente muito presente em nossos solos, podendo ser tóxico em algumas regiões por estar
em excesso no solo.
a) Teor no solo: 9,0 a 12,0mg/dm-3 (Difusão)

b) Teor foliar: 20 a 150mg. dm-3

c) Absorção: Mn++ (antiporte)

d) Exigência: 340g/9 ton de grãos

e) Funções:
- Constituinte da Mangano Proteína no Fotossistema II
- Ativador de proteínas

f) Fontes: MnSO4 e Óxidos

g) Foliar: 300 a 400g.ha-1 (Fancelli, 2001)  planta de milho tem alguma dificuldade de
capturar o Mn no solo (aplicação entre V4 e V8)

h) Deficiência: se assemelha à deficiência de Mg (clorose internerval), porém inicia-se nas


folhas mais novas

10. Boro (B):


 Considerado o segundo micronutriente mais problemático já que é uma das formas de
nutrientes mais lixiviados (NO3- > SO42- > B)
a) Teor no solo: 0,6 a 0,9mg.dm-3 (chega ao sistema radicular por Fluxo em Massa, já que é
muito móvel)

Obs.: O B é muito móvel no solo já que não fica adsorvido aos colóides do solo. Contudo, é um
elemento imóvel dentro da planta (não se redistribui na planta). Por isso, a aplicação de fertilizantes
foliares para suprir sua necessidade não é recomendada, pois agirá somente nas células que
receberem as gotas do fertilizante.

b) Teor foliar: 4 a 20mg.dm-3

c) Absorção: H3BO30 (como sua carga é nula, seu transporte não é nem simporte nem antiporte)

d) Exigência: 170g/9 ton grãos

e) Funções:
- Divisão e alongamento celular
- Fertilidade dos grãos de pólen
- Diferenciação dos vasos do xilema
- Transporte de carboidratos

f) Fontes: Ulexita (ideal, pois é de liberação gradual, não ocorrendo tanta lixiviação), Ácido
Bórico e Bórax (ambos de liberação muito rápida, ocasionando fácil lixiviação)
Grandes Culturas 3 45 Milho

g) Adubação via solo:


- 3 a 10kg.ha-1 como adubação corretiva (antes da semeadura)
- 0,7 a 1,0kg.ha-1 na linha de semeadura

h) Deficiência:
- Faixas alongadas aquosas ou transparentes que ficam secas ou brancas (semelhante ao Ca)
nas folhas novas
- Morte dos pontos de crescimento
- Baixa polinização
- Má formação dos sabugos (não ficam compactos)

11. Cobre (Cu):


 Elemento praticamente imóvel no solo
 No Sistema de Semeadura Convencional (SSC), não era muito problemático. Com o aumento
do uso do Sistema de Semeadura Direta (SSD), passou a apresentar problemas de deficiência pois é
altamente complexado pela matéria orgânica.

a) Teor no solo: 1,3 a 1,8mg.dm-3 (imóvel)

b) Teor foliar: 6 a 20mg.dm-3

c) Absorção: Cu++ (Antiporte)

d) Exigências: 110g/9 ton de grãos

e) Funções:
- Fotossíntese (plastocianina)
- Superóxido desmutase (enzima responsável pela quebra da água oxigenada)
- Afeta a lignificação (semelhante ao K)

f) Deficiência:
- Amarelecimento das folhas novas logo que começam a se desenrolar
- Curvatura (enrolamento) das pontas das folhas e necrose na ponta
- Colmos ficam macios e se dobram
- Folhas amarelas e com margens necrosadas

12. Molibdênio:
a) Teor no solo: quase nulo (muito móvel – assim como o B, é muito lixiviado)

b) Teor foliar: 0,2mg.dm-3

c) Absorção: MoO4-- (Simporte)  muito lixiviado

d) Exigências: 9g/9 ton de grãos

e) Funções:
- Redutase do nitrato

--------------------- xx ---------------------
Grandes Culturas 3 46 Milho
MILHO x DOENÇAS

 Milho híbrido  Potencial de produção = 500 sc/ha (30.000kg/ha)  depende, em grande


parte, da luz recebida (fotossíntese)  doenças foliares diminuem essa produtividade por
danificarem a folha, que é o órgão responsável pela realização da fotossíntese.

 Algumas doenças chegam bem cedo no milho (estádio vegetativo), como é o caso das
ferrugens (V8)
 A grande maioria das doenças atacam a partir do florescimento pois a planta concentra
fotossintatos no enchimento de grãos, e deixa de carreá-los para sua defesa.
 A aplicação de fungicidas é ideal no pendoamento pois irá proteger a cultura por 20 a 25 dias.
 Conceito Clássico de Doenças de Plantas = Triângulo de Doenças (Patossistema selvagem)

 Manejo das Doenças Foliares


 Até o ano 2000, o pilar do manejo de doenças era resistência genética
 A resistência genética é dada pela síntese de alguma(s) substância(s) pela planta,
provavelmente algum fenol ou aldeído, que impede a germinação do esporo do fungo e,
consequentemente, a colonização da planta pelo fungo. Contudo, essa síntese implica em gasto
energético pela planta, fazendo com que uma planta que seria ideal do ponto de vista da resistência
a doenças, não conseguiria produzir muito.
 Assim, o manejo das doenças atualmente é baseado em controle genético e químico.
 Causas do aumento da ocorrência de doenças em milho:
- Aumento das áreas e épocas (“safrinha”) de plantio
- SSD, sem incorporação dos restos culturais
- etc.

 Na safra 1999/2000, surgiu uma doença que “jogou por terra” a idéia de uso exclusivo do
controle de doenças por resistência varietal: a Cercosporiose (Cercospora zea-maidis). Esse fungo
produz a toxina Cercosporina, a qual reage dentro da planta formando água oxigenada, queimando
as células. Grande parte dos híbridos no mercado em 1999/2000 eram suscetíveis à doença, o que
derrubou o uso exclusivo da resistência genética. Como era um patógeno “novo”, também não se
sabia como realizar o controle químico (qual fungicida?, qual dose?, qual época de aplicação?).
 Ensaio conduzido em Uberlândia, na safra 2002, mostrou que a aplicação de fungicidas
(Mancozeb, Estrobilurina, Difeconazole, Propiconazole) aos 45 e 60 dias após semeadura, tinha
efeitos sobre a produtividade, da seguinte maneira:
- Fungicida não aumenta o potencial produtivo, apenas evita perdas de produtividade que
seriam causadas pelas doenças.
- O material mais tolerante a Cercosporiose ainda respondeu à aplicação de fungicida pois
a Cercospora não era a única doença na área
- Mesmo materiais altamente resistentes à Cercosporiose responderam à aplicação de
fungicidas.

 A aplicação de fungicidas depende de:


Grandes Culturas 3 47 Milho
- Quanto se quer produzir
- Se o híbrido é resistente ou suscetível
- Qual época a doença apareceu (vegetativo ou reprodutivo)

1. Cercosporiose (Cercospora zeae-maydis)


 Valor relativo de controle:
- Resistência genética  Médio
- Rotação de culturas  Médio
- Destruição de restos culturais  Médio
- Adubação balanceada  Alto
- Densidade de semeadura  Médio
- Controle químico  Alto
 Condições Favoráveis
- Temperaturas entre 25-30ºC
- UR > 90%
- Longos períodos de cerração (neblina)
- Presença de orvalho e molhamento foliar
 Disseminação:
- Local: respingos de água
- Longas distâncias: vento (40km)
- Restos de cultura infectados são importantes fontes de inóculo
- Não são conhecidos hospedeiros alternativos, portanto, a rotação de culturas é uma boa
prática de manejo da doença
- Os sintomas de Cercosporiose diferem dos de Bipolaris maydis já que, apesar de em
ambos os casos as lesões serem alongadas, em Bipolaris maydis, estas ultrapassam os limites das
nervuras secundárias.

2. Helmintosporiose (Bipolaris maydis)


 Importância e distribuição
- Na década de 70 causou enormes prejuízos (milho macho estéril)
- 2 raças: T (Texas) e O (Old)
- Doença preocupante devido ao seu alto potencial destrutivo
- Apesar de amplamente distribuída no Brasil, atualmente sua severidade é baixa
(resistência varietal altamente estudada)
- Pode ser disseminada pelas sementes

3. Mancha Branca (Complexo)


 Geral:
- Agentes causadores: Pantoea ananas (bactéria que, ao infectar a planta, abre caminho
para a entrada dos demais patógenos causadores dessa doença), Phoma sp., Phaeosphaeria maydis,
e, talvez, um terceiro fungo.
- As manchas iniciais são encharcadas, típicas de uma bacteriose
- Importância aumentou significativamente a partir dos anos 80
- Hoje: encontra-se praticamente em todos os locais onde se cultiva o milho
- Híbridos suscetíveis em condições favoráveis podem reduzir a produção em até 60%
 Epidemiologia
- Altas precipitações
- Temperaturas noturnas em torno de 14ºC
- Umidade Relativa > 60%
- Semeaduras tardias favorecem a doença  Semear híbridos suscetíveis no início da
safra, pois a pressão de inóculo é menor, bem como a UR.
Grandes Culturas 3 48 Milho
 Disseminação
- Local: respingos de chuva
- Longas distâncias: vento
- Clamidósporos: permanecem nos restos culturais por longos períodos de tempo
- Sem hospedeiros alternativos conhecidos

Obs.: Ensaio com fungicidas para o controle de Mancha Branca


- Aplicação de triazóis não controla a doença
- As estrobilurinas não controlam totalmente a doença (50 a 60% de controle)
- Assim, a aplicação de fungicidas não é suficiente se usada isoladamente como método de
controle

4. Ferrugens
 Ferrugem Tropical  coloração creme
 Ferrugem Polissora  coloração avermelhada, de baixas altitudes (dias e noites quentes)
 Ferrugem Comum  coloração avermelhada, de altas altitudes (noites frias)

A) Ferrugem Polissora (Puccinia polysora)


- Lesões avermelhadas e arredondadas, principalmente se em baixas latitudes (dias e noites
quentes)
- Lesões vão coalescendo e destroem a área foliar
- No MT, causa um estrago muito grande pois iniciam muito cedo
- Ganhou expressão a partir da década de 80
- Grande importância na região central do Brasil (baixas altitudes)
- Várias raças já identificadas  problema para os melhoristas, que têm que desenvolver
híbridos resistentes a todas, se possível
 Epidemiologia
- Temperaturas próximas a 27ºC
- Umidade Relativa alta
- Favorecido por altitudes inferiores a 700m
- Disseminação pelo vento e sem hospedeiros alternativos
 Controle químico  existem bons fungicidas no mercado, principalmente as misturas triazóis
+ estrobilurinas.

B) Ferrugem Comum (Puccinia sorghi)


- Menos agressiva que a polissora
- É a ferrugem do milho mais antiga do Brasil
- Encontrada em todas as regiões com cultivo de milho
- Maior severidade no Sul do país
- Sintomatologia: lesões avermelhadas, alongadas, com uma fenda no centro da lesão após
a liberação dos uredosporos
- Os materiais atuais são bem resistentes a essa doença
- Região Central: maior incidência em altitudes elevadas
- Grande número de raças
 Condições favoráveis
- Temperaturas entre 16-33ºC
- Umidade Relativa alta
- Favorecida por altitudes superiores a 800m
 Disseminação
- Principalmente pelo vento
- Apresenta ciclo completo
- Tem hospedeiro alternativo: trevo (Oxalis sp.)
Grandes Culturas 3 49 Milho

C) Ferrugem Branca ou Tropical (Physopella zeae)


- Ferrugem mais nova na cultura do milho
- Lesões de coloração creme
- Também gosta de temperaturas mais elevadas
- Distribuídas no Centro-Oeste e Sudeste
- Doença que, assim como a polissora, entra muito cedo na cultura
- Bom controle por estrobilurinas e triazóis

5. Macha de Stenocarpella (Stenocarpella macrospora)


 Importância e distribuição:
- Alta incidência na região central do Brasil
- Pode ser transmitida pelas sementes, podendo causar queima de plântulas
- Também transmitida pelo vento e por restos de cultura

6. Mancha de Turcicum (Exserohilum turcicum)


 Importância e distribuição
- Uma das doenças mais antigas e importantes do Brasil
- Largamente disseminada pelas regiões produtoras
- Doença severa e muito importante na safrinha
- Cultivares de milho-pipoca utilizadas no Brasil são muito suscetíveis
- Incidência severa antes do embonecamento é totalmente danosa
 Disseminação
- Conídios abundantes e disseminados a longas distâncias pelo vento
- Local: chuva
- Sobrevivência em restos culturais: micélio, conídios ou clamidósporos
- Hospedeiros alternativos: sorgo, capim-maçambará e teosinto
 Condições favoráveis
- Temperaturas entre 18-27ºC
- Umidade Relativa alta

Obs.: Exserohilum (Helminthosporium) turcicum x Stenocarpella (Diplodia) macrospora


- Ambas doenças destroem grande parte da área foliar
- Lesões de S. macrospora apresentam ponto de infecção e halo amarelo no início, e
quando mais desenvolvida, apresenta picnídios
- S. macrospora, além de causar mancha foliar, causa também grãos ardidos já que seu
esporo também pode colonizar espiga, causando podridão de espiga

7. Antracnose do Milho (Colletotrichum graminicola)


- Normalmente acontece nas folhas baixeiras, passando desapercebidas pelos técnicos de
campo
- Folhas baixeiras ficam totalmente queimadas  pode ser confundida com déficit hídrico,
deficiência de N, etc.
- Amarelecimento da folha próxima à nervura  ocorre principalmente no baixeiro,
diminuindo a área fotossintética dessa região da planta, que seria responsável pela produção de
fotossintatos para o colmo e a raiz
- Quando se tem muitos híbridos no campo, se alguns apresentarem folhas baixeiras
amareladas pode se ter certeza de que é antracnose, pois há resistência varietal diferenciada entre
híbridos, não sendo deficiência de N pois a adubação é a mesma para todas as plantas, nem déficit
hídrico pois chove em toda a área
- Manchas escuras aparecem após o amarelecimento  lesões típicas
Grandes Culturas 3 50 Milho
- Como atacam folhas baixeiras, a fotossíntese é afetada, diminuindo a resistência do
colmo, ocasionando tombamento.
 Importância e distribuição
- O aumento dessa doença está associada ao cultivo sucessivo de milho, já que pode
sobreviver por até 18 meses no solo. Por isso, a rotação de culturas é um dos métodos mais
eficientes para seu controle.

 Manejo das Doenças de Espiga (Grãos Ardidos)

 Os grãos ardidos representam um “mal oculto” pois, quando se chega na maturação


fisiológica, uma área bem manejada do ponto de vista sanitário, apresenta folhas páleas e intactas
(sem danos), indicando um bom controle de doenças durante o reprodutivo e vegetativo. Contudo,
algumas espigas ainda podem apresentar grãos ardidos sem que o produtor consiga ver, pois está
sob a palha da espiga.
 Fungos colonizam os grãos na espiga, produzindo micotoxinas  importância muito grande
pois grande parte do milho produzido é destinado à produção de ração para animais
 Existe um complexo muito grande de fungos que causam os grãos ardidos

Obs.: 500g de amostra ------- 50g de grãos ardidos = 10% de grãos ardidos  ERRADO!!!
Motivos do erro:
- Os grãos ardidos são muito leves devido ao consumo da reserva do grão pelos fungos
(principalmente Stenocarpella). Assim, na verdade, os 50g de grãos deveriam pesar muito mais,
mascarando o resultado
- Como os grãos ardidos são muito leves, grande parte deles fica no campo pois é
eliminada pelos mecanismos de limpeza da colhedora (peneiras e ventiladores). (isso dissemina
ainda mais os fungos no campo).

8. Podridão Branca da Espiga (Stenocarpella

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COLHEITA MILHO/ARROZ

 Perdas de 3-5% na colheita são consideradas normais para a cultura do milho.


 Vantagem do arroz nos primeiros anos de exploração do solo (abertura de novas áreas) 
altura de colheita mais elevada, evitando que a plataforma da colhedora atinja tocos e outros
obstáculos, o que é comum no cerrado. Assim, cultiva-se arroz até “limpar” o solo para se cultivar
soja (altura de corte da plataforma da colhedora muito baixa). Além disso, a cultura do arroz é mais
tolerante à acidez trocável do solo (Al3+).
 Desvantagem do arroz em nossa região (Sudeste e Centro-Oeste)  alta exigência em água. A
cultura necessita de 1.200mm de água durante o ciclo, sendo que em nossa região chove apenas
1.400 a 1.500mm. Isso faz de seu cultivo um risco muito alto.
 Os grãos de arroz são desprotegidos, enquanto que no milho eles são protegidos por folhas
modificadas (palha).
 Ao contrário do milho, o arroz é uma planta perfilhadora (perfilhos primário, secundário,
terciário, etc.). Mas, o ideal é que esse perfilhamento seja reduzido, para aumentar a uniformidade
dos grãos na colheita. Quando a lavoura está muito desuniforme, a maturidade dos grãos é
desuniforme, acarretando na colheita de grãos maduros e verdes juntos, sendo que estes últimos
quebram com mais facilidade, depreciando o produto. Essa quebra também pode ser ocasionada por
colhedoras mal reguladas.
Grandes Culturas 3 51 Milho
 O grão de arroz é protegido apenas por uma casca fina (lema + palha).
 População de plantas de arroz = ± 1,2 milhões de plantas/ha
 Na organização de semeadura do milho, deve-se adotar semeadoras que possuam a mesma
quantidade de linhas da colhedora. Isto é, se a plataforma de colheita de milho for de 8 linhas, o
ideal é que a semeadora também tenha 8 linhas, já que cada linha da colhedora colhe 1 linha de
milho. Assim, se um espaçamento na semeadura estiver errado e o número de linhas da semeadora
for diferente da colhedora, muitas plantas serão tombadas sem serem colhidas.

1. Planejamento da Colheita

 Deve ser iniciado antes da semeadura:


- Área a ser cultivada
- Produtividade esperada
- Escolha dos híbridos (precoces, semiprecoces, normais  indicam a época de colheita)
- Época de semeadura (o milho é, geralmente, a primeira cultura a ser implantada, antes da
soja, o que faz com que a janela de semeadura seja muito curta, já que a cada dia que passa, são
menos dias de luz de boa qualidade). Essa preocupação é ainda maior no caso da soja, que é
fotossensível.
- Tempo efetivo de colheita (± 1.600 a 2.000 sacos/dia)
- Número de colhedoras que serão necessárias
- Umidade de colheita (cálculo abaixo)
- Quantidade de secadores necessários caso seja colhido em umidade superior à ideal
- Transporte
- Preço

Cálculo de correção do peso em relação à umidade:


100 − Ucolheita
Pfinal = Púmido ×
100 − Uideal

Exemplo: - Produtividade = 9.000kg/ha


- Ucolheita = 28% (acima disso é muito difícil de se colher)
- U ideal de venda = 13% (para o milho)
100 − 28
Pfinal = 9.000 × = 7.807 kg / ha
100 −13

 Após 35-40% de umidade do grão, ele atinge a maturidade fisiológica. A partir daí, a planta
começa a morrer (senescência), não tendo mais folhas verdes após atingir 20% de umidade do grão.

2. Época de Colheita

 Teórico (maturidade fisiológica)


- Milho  30-35%
- Arroz  25-28%

 Colheita de grãos
- Milho  desde 28% até a umidade de venda (13%)
- Arroz  20 a 25% de umidade (abaixo disso, ou seja, no ponto exato de venda, a
colheita não é adequada pois os grãos quebram e degranam facilmente)

 Colheita de sementes
- Milho  Maturidade fisiológica (30-35%)
Grandes Culturas 3 52 Milho
- Arroz  igual à colheita de grão (20-25%)

 Milhos especiais:
- Milho verde e doce  70% (R4)
- Milho para silagem  55% (R5)

3. Tipos de Colheita

 Manual
 Semi-mecanizada
 Mecanizada (é a mais importante para atualmente)

4. Colheita Mecânica

 Recolhimento (plataforma)
 Alimentação (corrente transportadora)
 Debulha (cilindro e côncavo) – feita de forma mecânica, sendo responsável por grande parte
das perdas que ocorrem na colheita
 Separação (saca-palha ou “jacaré”) – separação dos grãos + sabugo + palha
 Limpeza – extremamente importante

A) Recolhimento:
 Perdas:
- Plataforma tem bico coletor coincidindo com a linha de cultivo, derrubando a planta.
- Perda de espiga ao bater com muita força na plataforma caso a velocidade da colhedora
estiver alta. Se o material for mal-empalhado, pode haver perda de grãos isolados
- Embuxamento por plantas infestantes, principalmente as do gênero Ipomoea
 Essa fase é fonte de perdas de espigas e grãos

B) Alimentação:
 Feita pela corrente transportadora (“garganta”)
 É onde ocorre o embuxamento
 A espiga chega até a alimentação pelo caracol (roscas sem-fim)

C) Debulha:
 Feita entre o Cilindro Batedor e o Côncavo (esse espaço entre os dois é regulado em função do
tamanho da espiga)
 A velocidade de rotação do cilindro também é regulável (deve ser maior em material mais
úmido, já que é mais difícil de se retirar o grão da espiga).
 Não pode haver nem grãos quebrados nem grãos aderidos ao sabugo quando passar por essa
etapa.

D) Separação:
 Feita no Saca-Palhas (“jacaré”), o qual separa os grãos da palha
 Esse sistema é contínuo até o fim da colhedora
Grandes Culturas 3 53 Milho

E) Limpeza:
 Retira as impurezas dos grãos, já que, assim como os grãos ardidos, as impurezas também
diminuem o preço do grão
 É feito nas Peneiras e pelo Fluxo de Ar.

Obs.: Sabugos muito quebrados podem indicar quebra também de grãos.


Obs.: As perdas podem ser de espigas (perdas em pré-colheita ou pela máquina) ou de grãos (junto
com o sabugo quando o problema está no cilindro e côncavo, ou grãos isolados, quando o problema
está na plataforma ou no sistema de limpeza).

5. Perdas na Colheita Mecânica

A) Perdas em espiga
 Determinada em amostragem em áreas de ± 40m2 (quanto maior o número de repetições,
melhor é a amostragem, sendo o mínimo ideal de 10 repetições)
 Perdas em espigas em pré-colheita (tombamento e quebramento)
 Perdas em espigas na plataforma
 Perdas totais em espigas

Ex.: Perdas totais em espigas (40m2 x ? repetições)  30 espigas


30 espigas x 800grãos (número de fileiras x número de grãos por fileira) = 24.000 grãos
Considerando que em 1kg existem 3.000 sementes, os 24.000grãos pesam 8,0kg.
Então, 8,0kg forma perdidos em 40m2  em 1 ha, tem-se 8,0 x 10.000 / 40 = 2.000kg/ha

- Perdas em Pré-colheita:
Considerando que foram encontradas 5 espigas caídas em 40m2 de amostragem, tem-se:
5 espigas/40m2 = 333,33kg/ha

- Perdas na Plataforma:
Considerando que foram encontradas 25 espigas em 40m2 de amostragem, tem-se:
25 espigas/40m2 = 1.666,67kg/ha

B) Perdas em grãos
 Nesse caso, as amostragens são feitas em áreas menores, de aproximadamente 1,0m2, em
vários pontos (repetições).
 Grãos soltos na plataforma e na limpeza
 Grãos aderidos a pedaços de sabugo causados pelo cilindro/côncavo mal regulados

Perdas causadas pela Plataforma (grãos soltos)


- É muito pequena

Perdas causadas pelo Cilindro/Côncavo (grãos aderidos)

Perdas causadas pelo Mecanismo de Separação e Limpeza (grãos soltos)


- Orifício das peneiras sujos ou mal regulados
- Fluxo de ar muito forte

Ex.: Média de 10 repetições de 1,0m2.


- Grãos aderidos = 30 grãos  300.000 grãos/ha  100kg/ha
- Grãos soltos = 120grãos  12.000.000grãos/ha  400kg/ha (plataforma + separação)
Grandes Culturas 3 54 Milho
* Plataforma = 24 grãos = 80,0kg/ha
* Separação = 320kg/ha

Perdas totais na máquina:


- Perda Total de Grãos = 500kg
- Perda Total de Espigas = 1666,67kg
- Total = 2.166,67kg/ha

--------------------- xx ---------------------

PRÁTICAS PÓS-COLHEITA (ARROZ)

A) Limpeza

B) Secagem
 Umidade de colheita = 20-25%  Umidade ideal de beneficiamento = ± 13%
 A secagem não pode ser rápida, devendo ser lenta e gradativa. Caso contrário, haverá
formação de trincas.

Obs.: Teor de amido no arroz = 70%


- Alto teor de amilose (13-37%)  Arroz vitrificado, “flint”, que fica solto na panela. É o
arroz de preferência do consumidor brasileiro, o qual também exige mais arroz do tipo “agulhinha”,
que apresenta comprimento maior que 6mm e estreitos (longos).
- Alto teor de amilopectina e baixo teor de amilose  é o arroz que os orientais consomem
em maior quantidade. Apresenta em torno de 5% de amilose, ficando com uma coloração opaca.

C) Beneficiamento (grãos já com 13% de umidade)


 Limpeza
 Descascamento (retirada da palha e lema)  se for comercializado logo após o
descascamento, é considerado arroz do tipo integral (elevada qualidade nutricional, já que mantém
o pericarpo + embrião + camada de aleurona, porém apresenta curto período de prateleira,
aproximadamente 15 dias, já que o pouco lipídio presente no embrião causa rancificação do arroz).
 Brunição / Branqueamento  lixar o arroz para retirar o pericarpo + camada de aleurona +
embrião
 Polimento
 Classificação

* Descascamento:
- Realizado com esmeril, o que ocasiona problemas de quebra de grãos
- Objetivo: retirada da casca e pequenas partes da camada de aleurona, pericarpo e
embrião.
- Não se consegue descascar 100% dos grãos, pois senão haveria muita quebra de grãos.
Assim, sobram alguns “marinheiros” (grãos com casca)
- Produtos: casca, farelo, arroz integral e marinheiros (voltam para o descascador)

* Brunimento / Branqueamento:
- O brunidor é um cilindro revestido interiormente por lixas. À medida que o cilindro gira,
o grão vai sendo lixado.
- Produto: farelo e arroz brunido (tempo de prateleira de aproximadamente 6 meses)
- Retira-se o embrião (lipídios e vitaminas), camada de aleurona (proteínas) e pericarpo.

* Polimento:
Grandes Culturas 3 55 Milho
- Objetivo: retirar o farelo ocasionado pelo brunidor
- O polidor é semelhante ao brunidor, porém com panos no lugar das lixas
- Produto final: arroz brunido polido

D)

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