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Me chamo RODRIGO CASTANHEIRA DE ALMEIDA, tenho 26 anos, e vivi em Rio

Grande ate meus 17 anos. Hoje sou 3º Sgt do Exército, sirvo no 18º Batalhão de Infantaria
Motorizado e sou da arma de INFANTARIA.
Em 2000, quando estava me formando no 3º ano no colégio Lemos Jr, assim como todos,
estava fazendo cursinho pré-vestibular, porém ainda não fazia idéia para qual curso tentaria, a unica
coisa que tinha certeza e que queria muito ser militar. Como previsto, rodei no vestibular, mas o
pior estava por vir. Acho que todos que lerem este e-mail saberam pelo que passei. Após o
vestibular, meu pai começou a me comparar com todos os conhecidos que tinham passado no
vestibular, não importava se tinha sido para MEDICINA ou para o curso de “atirar pedra em louco”,
como costumo brinca; Certo dia ele chegou a me dizer que estava decepcionado comigo, que eu não
seria ninguém na vida e que havia gasto dinheiro atoa comigo, aquilo foi uma porrada para mim e o
mais fácil para mim naquela hora seria me revoltar e não querer mais nada com nada, porém fiz ao
contrário e decidi jogar na cara do meu pai que ele estava errado. Sei que me arrisquei, pois tive que
pedir a ele que me bancasse em um curso, totalmente desconhecido, que havia lido no Jornal Agora
e que preparava os candidatos para o concurso de Aprendizes de Marinheiros. Este curso era o
LIDERANÇA. Meu pai, resolveu confiar em mim e a partir daí, em 2001, comecei a engolir os
cadernos, sei que muitos poderão dizer: “Ah, mas ele já tinha se formado e era sustentado pelo pai”,
pois é, mas quero que eles saibam que na minha turma tinha um cara chamado Cézar Luis de
Mattos, que estudava, entregava jornal no Parque Marinha de bicicleta, mesmo morando ali perto
do Colégio Bucholz, desculpe a grafia, e também passou no mesmo concurso.
Bem, minha rotina era a seguinte: Acordava “as 08Hs da manhã e começava a fazer os
exercícios que viriam a ser dados no curso, de tarde ia para o cursinho e depois disso, não estudava
mais, ou seja, para aqueles que estudam ou trabalham ainda resta muito tempo no dia. Quando veio
a prova de matemática me impressionei ao ver que havia gabaritado e isso me tranquilizou para as
outras provas, porém precisava manter o foco, pois tinha um amigo meu do cursinho, o “DIDI” que
era filho de marinheiro e vivia me dizendo que com aquela nota em matemática eu já estava
passado e isso poderia muito bem me fazer relaxar no estudo, mas felizmente mantive a cabeça no
lugar e mantive o mesmo ritmo de estudo e olha que sempre fui vagabundo neste sentido, no
colégio só estudava para as provas na véspera e nunca gostei de (perder tempo com isso). Bom, daí
pra frente todos sabem, passei em segundo lugar no concurso de Aprendiz de Marinheiro e meu pai,
é óbvio, se encheu de orgulho, fui para Floripa cheio de medos e no inicio sofri um bocado com a
saudades, mas sabia que se desistisse, ninguém mais acreditaria em mim, nem eu mesmo. La na
Marinha aprendi muita coisa e era bem fácil levar os dias pois tudo é cronometrado e é só se deixar
levar, qualquer um se acostuma com isso. Acordava-mos ás 05:30Hs e á partir daí éra fachina e
estudo até as 18hs depois vinha o estudo obrigatório onde podia-mos ler e escrever nossas cartas
para a familia, sim nos escrevíamos cartas, até porque só tinham 4 computadores para todos os 400
alunos. Já nos finais de semana, depois dos primeiros 30 dias de internato é claro, podia-mos sair
pela Ilha pra passear e isso dava um baita estimulo para continuar. Quando me formei ainda
consegui ficar por lá para receber os alunos que chegariam em 2003, isso ocorre com os 10
melhores alunos que serão transferidos para Rio Grande, eles ficam na EAMSC para receber e
ensinar os alunos novos durante as férias dos monitores. Com isso, nós ganhamos a nossa
transferência como marinheiros formados e não como alunos assim como os que foram embora em
dezembro, e com esse dinheiro a mais consegui comprar minha TWISTER 0Km. Ao voltar para Rio
Grande eu servi no HU-5 ali na ilha dos helicópteros e então fiquei sabendo do concurso para a
EsSA, mas não dei muita bola, pois já estava fazendo cursinho pré-vestibular.
Devido a insistência de alguns amigos, entre eles o MN-QS De Mattos, o entregador de
jornais que não tinha tempo, decidi me inscrever para a prova, mas continuava apenas estudando
pro vestibular, porém as matérias eram quase as mesmas. Na primeira fase, provas de marcar, me
assustei com a quantidade de candidatos que tinha no Colégio Pelotense, mas como já estava lá não
iria desistir. Na primeira fase fiz 50% mais duas questões e, no limite, passei adiante. Já na segunda
parte, matemática discertativa e redação, me impressionei de novo com a quantidade de candidatos,
mas agora porque eram apenas 32. Fiz as provas e me saí muito mas muito mal, tanto que quando
olhei o gabarito tinha apenas acertado uma da 4 questões de matemática. Porém no dia 03 de
novembro de 2003 fui olhar a lista de provados e havia passado. Só depois entendi que apesar de
não haver acertado a resposta das outras 3 questões, por serem discertativas, alguma coisa havia
sido considerada e tambem porque minha redação, graças a professora de português do
LIDERANÇA, tinha sido quase 100%.
Bem, agora vinha a pior parte, pois passei tambem no vestibular e com uma carreira segura
de Marinheiro, ganhando, na época mais ou menos R$720,00 e com um curso de faculdade para
fazer seria loucura um cara “gordinho” largar tudo e arriscar novamente. Pois bem, no dia 15 de
janeiro de 2004 decidi que iria e no dia 17 embarquei para Minas Gerais,na época eram apenas 10
meses, apenas com uma coisa na cabeça: “se desistir volto a estaca zero”.
No inicio e bem dificil confesso, pois ao contrário da Marinha o negócio não é só faxina e
estudo, mas sim ralação, mais ralação e estudo. Tanto que em 2 meses fui dos meus 89 Kg para
67Kg nem minha mãe me reconheceu quando vim na dispensa de carnaval, que por sinal levava
quase 30 hs de lá até Rio Grande.
Mas não se preocupem com a parte da ralação, pois apesar de ser durante todo o ano é algo
que você vai pegando aos poucos, pois todos os instrutores e monitores sabem que a maioria que
chegou lá não é acostumado a um ritmo diário desses e depois de 2 meses já está tão “na massa”
que você já nem percebe mais a carga que esta recebendo.
Ao chegar na EsSA, a primeira coisa que os Oficiais e Sargentos estão querendo saber é se
você realmente quer estar lá, por isso, a quase toda hora vem um e pergunta ao Pelotão se tem
alguém que quer desistir, mas ninguém vai te obrigar a desistir, basta ter certeza do que quer e ficar
na sua. Durante o ano os alunos aprendem desde o armamento utilizado pelo exército até as
manobras de combate que são utilizadas, e o que é melhor, atira com este armamento, incluindo
granadas de mão, metralhadoras, fuzis, pistolas, lança rojões, morteiros e outros e tambem realiza
diversas manobras no terreno como treinamentos de combate. Sabem tudo aquilo que vocês vêem
nas propagandas do exército, como andar em um banhado até o pescoço, rastejar e outros? Pois é, lá
vocês farão tudo isso e mais um pouco. E o pior, vocês vão adorar.
A EsSA é dividida por cursos: INFANTARIA – É a arma do combate homem a homem,
como a gente costuma dizer, “bem burro e bem forte” são aqueles que colocam a mochila nas costas
e realizam as mais diversas missões de combate.
CAVALARIA – É a arma dos blindados, nela vocês aprenderam tudo sobre carros de
combate(tanques de guerra) e farão muitas manobras com eles. ARTILHARIA – É a daí de Rio
Grande, arma do apoio de fogo, nela você aprende a calcular, coordenar e comandar o tiro com os
obuseiros, aqueles canhões que estão expostos lá no GAC, e outros modelos é claro.
ENGENHARIA – Arma do apoio, nela você aprende a construir postes, passadeiras (barcos que
enfileirados lado a lado formam uma passarela sobre rios) e muita coisa sobre explosivos. E por
ultimo COMUNICAÇÕES – Arma tambem de apoio, como o próprio nome já diz, nela você
aprende tudo sobre walk talks, e todas as outras rádios utilizadas pelo EB.
Cada arma é como se fosse uma comunidade, após entrar nelas, começam as richas com as
outra, mas de maneira saudavel, e todos daquela arma se ajudam e protegem. É a sua nova familia.
Bem, muitos devem se perguntar porque troquei a carreira na Marinha pela do Exército.
Primeiro por que na Marinha era apenas mais um Soldado com expectativas de em 3 ou 4 anos me
tornar Cabo e depois então Sargento. Já no EB sou Sargento, além do que, aqueles que já são ou já
foram militares saberão o que estou dizendo, Um Sargento é muito mais respeitado doque um
soldado, você passa a ser ouvido e não apenas mandado, alem de que a escala de serviço de
sargento e as missões são muito melhores do que as de soldado. Espero que entendam que em
nenhum momento estou desmerecendo a função de soldado, estou apenas mostrando vantagens em
ser sargento.
Ainda na EsSA, dentro de sua classificação final, você escolhe a OM, quartel, em que quer
servir nos primeiros anos. A cada ano as vagas variam muito e cada arma esta localizada em maior
quantidade em diferentes regiões do pais, por exemplo: Cavalaria: a maioria dos quartéis estão
localizados do Paraná para baixo. Artilharia, tambem na região sul. Engenharia: nordeste,
Infantaria: em todo o Brasil. Comunicações: Em qualquer quartel independente se for de infantaria,
cavalaria, artilharia, engenharia ou ate mesmo de comunicações. OBS: os quarteis são de alguma
arma tambem: Infantaria motorizado, GAC (grupamento de artilharia de campanha), Cavalaria
mecanizada, Engenharia de combate e comunicações. Espero que tenham entendido.
Eu, escolhi o 18º BIMtz (Batalhão de Infantaria Motorizado) em Sapucaia do Sul, mas na
verdade queria ter ido para a selva, mas não fiquei tão bem classificado assim.
A rotina no quartel é bem simples. No ano de “lobinho”, sargento recém formado na EsSA,
você vai para a companhia com mais missões, eu fui para o PELOPES no meus 2 primeiros anos e
foram dois anos de muito trabalho mais de muito aprendizado tambem, principalmente com os
cabos e soldados que já eram deste pelotão fazia anos.
O sargento dá instruções aos soldados recrutas, sobre comportamento, ordem unida e outras
e mais para o meio do ano, armamento e técnicas de combate. Por incrível que pareça, o primeiro
ano é baseado nisso e é claro nos campos (Básico dos soldados recrutas, tiro da metralhadora e
morteiro, e outros ao longo do ano) em alguns destes a gente ganha 2% do soldo por dia em campo.
Com relação à remuneração, depois destes aumentos, o 3º Sgt do EB esta ganhando, líquido,
cerca de R$2200,00, ou seja, o suficiente para se viver muito bem, bancar uma faculdade particular
e ainda curtir um bocado. Tudo depende da cabeça de cada um. Eu por exemplo estou casado desde
meu primeiro ano de formado e consegui mobiliar meu apto, pagar aluguel e aproveitar a região
com meu salário, hoje, minha esposa trabalha tambem e nos temos uma vida bem confortável, com
internet banda larga, SKY, jantares fora com amigos, hafting em três coroas e passeios a gramado e
canela, ou seja, se você tiver uma boa cabeça, com certeza vai viver muito bem com o salário de
sargento.
Alguns dos meus amigos fazem faculdade particular com a intenção de futuramente tentar
um concurso público que pague melhor, como receita federal. Tambem é um bom caminho, o
importante é a gente não ficar estagnado. Eu realmente não tenho essa intenção pois já tenho quase
10 anos de carreira e estou perto de ser promovido a 2º Sgt, logo, para mim trocar uma profissão
que eu sempre quis e amo e que me dará aposentadoria integral, ou seja, quando me aposentar
receberei exatamente o que recebia na ativa, com 30 anos de carreira, 47 de idade, enquanto em
outros iria até meus 65 anos para me aposentar com 2 mil e olhe lá, não me interessa.
Esta semana mesmo cheguei de um campo em SAICÃ, é um campo de instrução do EB
perto de Cacequi, fiquei la por 8 dias e só por isso, fui dispensado de quarta ao meio dia até
segunda-feira e vou ganhar 18% do soldo pelos dias que passei lá. Acho que é bem recompensador.
Por falar em dispensa, para aqueles que não sabem, o expediente da forças armadas vai das
08hs até as 17hs de segunda a quinta e nas sextas só até o meio-dia, a não ser que esteja de serviço,
mas para sargento a média de escala é de 17 por 1 ou seja, 17 dias normais de expediente e um em
que estará de serviço e terá que dormir no quartel, alé do que quando a gente precisa resolver algum
problema na rua é muito fácil conseguir sair mais sedo sem descontar nada do salário ou ter que
compensar horas depois, além de que se você participou de alguma missão final de semana ou se
destacou em algo, quase sempre rola uns dias de dispensa, como rolou pra mim agora.
Espero ter tirado algumas duvidas de vocês e ajudado a motivá-los, mas se algo não ficou
bem claro ou gerou outras duvidas, deixo meu e-mail para todos que quiserem perguntar algo a
mais ou simplesmente conhecer um pouco mais sobre a carreira. Desculpem o tamanho do e-mail,
mas juro que tentei ser o mais conciso possível.

Rodrigo Castanheira de Almeida – 3º Sgt INFANTARIA


São Leopoldo,06 de agosto de 2009.

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