Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
PROFESSOR
física
ensino médio
3a SÉRIE
volume 3 - 2009
EXECUÇÃO
Coordenação Geral
Maria Inês Fini
Concepção A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais
Guiomar Namo de Mello secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegi-
Lino de Macedo dos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.
Luis Carlos de Menezes
Maria Inês Fini * Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não
Ruy Berger estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
Grade de Avaliação 39
Grade de Avaliação 53
Prezado(a) professor(a),
É com muita satisfação que lhe entregamos mais um volume dos Cadernos do Pro-
fessor, parte integrante da Proposta Curricular de 5ª- a 8ª- séries do Ensino Funda-
mental – Ciclo II e do Ensino Médio do Estado de São Paulo. É sempre oportuno
relembrar que esta é a nova versão, que traz também a sua autoria, uma vez que inclui
as sugestões e críticas recebidas após a implantação da Proposta.
Já temos as primeiras notícias sobre o sucesso do uso dos dois Cadernos em sala de
aula. Este mérito é, sem dúvida, de todos os profissionais da nossa rede, especialmente
seu, professor!
Ao entregar a você estes novos volumes, reiteramos nossa confiança no seu tra-
balho e contamos mais uma vez com seu entusiasmo e dedicação para que todas as
crianças e jovens da nossa rede possam ter acesso a uma educação básica de qualidade
cada vez maior.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
OBJETOS QUE COMPÕEM O NOSSO MUNDO:
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
O objetivo da atividade é fazer com que cando identificar qual é o elemento básico de
os alunos apresentem suas ideias e reflitam a sua composição.
respeito das características da matéria, bus-
10
Roteiro 1 − Corpos que compõem o universo asso 2 – Organize estes objetos segun-
P
ao nosso redor do algumas de suas principais caracte-
rísticas, identificando semelhanças e di-
Você já deve ter notado que o mundo é ferenças.
formado por uma quantidade muito gran-
de de seres e objetos bastante diferentes asso 3 – Entre estas características,
P
entre si. Você já pensou o que faz certas identifique os materiais de que estes ob-
coisas serem tão diferentes umas das ou- jetos são feitos.
tras? Então, é hora de tentar entender isto.
Reúna-se em grupo com seus colegas e dis- asso 4 – Agora, procure responder à
P
cuta as seguintes questões: questão: Estes objetos têm alguma coisa
em comum? Se sim, o quê?
Mãos à obra
asso 5 – O que explicaria, então, a di-
P
asso 1 – Faça uma lista de pelo menos
P versidade de suas características e pro-
vinte objetos diferentes em termos de priedades físicas?
seus materiais e propriedades.
11
12
13
1
Adaptada de SIQUEIRA, Maxwell et al. Física das partículas. NuPic-FEUSP. Disponível em: <http://nupic.
incubadora.fapesp.br/portal/projetos/fisica-moderna/fisica-das-particulas-1>. Acesso em: 20 jun 2009.
14
15
Pode-se, eventualmente, pedir aos alunos dados, mas, após a discussão, entenderão o
que façam a atividade no chão, caso não haja sentido desta opção. Ao final da atividade, eles
uma mesa adequada para colocar as placas. As podem apresentar suas conclusões e discutir
placas no chão dificultam ainda mais a visão com a turma as respostas às questões propos-
da figura oculta. Mesmo depois da realização tas. Eventualmente é possível optar por utili-
da atividade, é importante que os alunos não zar uma aula a mais para o debate dos alunos,
vejam o formato da figura. Isto é fundamental pois, em geral, é interessante refletir sobre o
para o debate que ocorrerá em seguida. Ini- seu próprio processo de construção de ideias
cialmente, os alunos podem se sentir incomo- por meio de hipóteses e verificações.
16
Para encaminhar esta atividade, na própria sar em como aperfeiçoá-las. Nesta atividade, o
aula da discussão e na seguinte, fique atento a tamanho das bolinhas é o fator principal, pois
algumas questões que ela permite suscitar. Ini- quanto menor a bolinha, maior a chance de se
cialmente, é importante que fique claro para o perceber pequenos detalhes do objeto.
aluno que as evidências que temos do mundo
atômico são sempre indiretas. Após esta discussão geral sobre a natureza
das experiências científicas, inicie a explicação
É um procedimento semelhante ao que um do experimento realizado por Rutherford e
detetive deve realizar. Ao buscar pistas, mui- seus colaboradores. Neste experimento, eles
tas vezes sutis e escassas, ele tenta compor utilizaram uma fonte radioativa que emite
uma explicação para algum acontecimento partículas α para formar um feixe (na ativida-
ou fenômeno. Os alunos percebem esta dinâ- de, as bolinhas representam este feixe). Estas
mica de construção do conhecimento quando partículas são formadas por dois prótons e
respondem à segunda pergunta proposta no dois nêutrons, tendo assim carga elétrica po-
roteiro. Ao refletirem sobre como procederam sitiva, algo já conhecido na época.
na realização da atividade, é comum que eles
mesmos apontem que não há como ter certeza Além disto, elas têm uma massa grande em
sobre o que está escondido sob a placa, mas relação à do elétron (cerca de oito mil vezes
que com a análise da trajetória das bolinhas é maior) e são emitidas com uma grande energia,
possível fazer suposições a respeito das carac- fazendo que se possa desconsiderar seu choque
terísticas do objeto. com um elétron. Utilizando esta fonte de α e
uma placa de chumbo, os cientistas obtiveram
O segundo ponto a ser discutido, decor- um feixe colimado, no caso partículas emitidas
rência do primeiro, é a constatação de que com a mesma energia e trajetória.
há uma impossibilidade de “acesso direto” à
realidade microscópica. No entanto, é possí- Para estudar a estrutura atômica de um ma-
vel sugerir modelos para representá-la a partir terial, eles incidiram este feixe em um alvo, no
de diferentes procedimentos de investigação, caso uma folha muito fina de ouro, com cerca
ou seja, os cientistas formulam modelos que de 10-6 m de espessura, e colocaram uma espé-
a representam. Este ponto também pode ser cie de papel fotográfico, tratado com sulfeto de
percebido pelos alunos, e é comum que eles zinco (ZnS), em torno do mesmo. O papel, que
apontem que, depois de criada a representa- tinha luminescência ao ser atingido pelas partí-
ção do objeto, é possível testá-la. Se houver culas α, tinha a função de identificar a direção
alguma imperfeição ou uma parte vazada na da trajetória das partículas após interagirem
figura ocultada pela placa, os alunos come- com os átomos de ouro do material. Como o
çam a atirar a bolinha o mais próximo pos- modelo atômico vigente na época era o pro-
sível daquele ponto para verificar se ela é re- posto por J.J. Thomson – no qual se imagina-
batida (ou passa sem rebater no caso de uma va o átomo como um corpo maciço contínuo
parte vazada) da maneira que supunham. Em de carga positiva, com dimensões da ordem de
outras palavras, percebem que é possível fa- 10-10 m –, neste corpo haveria pequenas regiões
zer previsões com o modelo construído e uti- com carga negativa, que vibrariam em torno de
lizam esta constatação para validar o modelo posições de equilíbrio. Para tal modelo, o que
de figura proposto por eles. se esperava como resultado do experimento era
que as partículas atravessassem a folha de ouro
Neste contexto de discussão, é possível sem desvio algum ou com no máximo 1° de
questionar a precisão de suas medidas e pen- desvio em relação à trajetória original.
17
18
sive questionava as já bem estabelecidas ba- elétricos. E, se o modelo de Bohr não se apli-
ses do conhecimento que se tinha até então. cava a átomos mais complexos, as afirmações
Aceitar o modelo de Rutherford-Bohr signifi- gerais sobre a quantização de energia no áto-
cava aceitar a ideia de que o eletromagnetismo mo e sobre a transição entre os níveis se mos-
não previa corretamente todos os fenômenos traram de validade universal.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
DADOS QUÂNTICOS
O objetivo da Situação de Aprendizagem é transição de um nível de menor energia para
analisar as transições, entre níveis de energia, um nível de maior energia.
possíveis a um elétron no átomo de hidrogê-
nio. Como este não é um conceito simples Assim, eles poderão sistematizar as ideias
propõe-se uma atividade lúdica para ajudar do modelo de Bohr, do ponto de vista tanto
os alunos a compreender as possibilidades de conceitual quanto de sua relação matemática.
19
Você já deve ter jogado algum jogo de asso 1 – Recorte uma cartolina de for-
P
tabuleiro, em que um dado indica quantas ma que você consiga fazer dois cubos
“casas” se pode pular. Agora, imagine que com ela. Eles serão os seus dados.
você comprou um jogo com defeito e que
um dos dados veio com uma face com o asso 2 – Nas faces de um dos cubos escre-
P
número 0,5. Nesse caso, os jogadores po- va os números 0; 0,31; 10,20; 12,09; 12,75;
deriam estipular que quem tirasse esse nú- e 13,06. Escreva os números 0; 0,66; 0,97;
mero perderia sua vez, pois não há como 1,89; 2,55; e 2,86 no segundo dado.
pular “meia casa”! Só se pode pular de
casa se tirar um número inteiro, como 1, asso 3 – Agora você precisa montar um
P
2, 3 etc. tabuleiro que seja compatível com seus da-
dos. Para isso, cada casa corresponderá a
Vamos, então, supor que exista um jogo um nível energético do átomo de hidrogê-
no qual, para avançar as casas do tabulei- nio. Para saber estes valores, utilize a fór-
ro, fossem necessários valores diferentes. mula E = -13,6. Z2/n2, onde E é a energia
Talvez um dado com um número “quebra- correspondente ao nível n, na unidade eV
do”, como 1,25, fosse útil e permitisse que (elétron-volt). Os níveis atômicos vão de
você mudasse de casa. Esse será o tipo de 1 a 5. (Lembre-se de que o número atômi-
jogo que faremos hoje. Nosso tabuleiro re- co Z do hidrogênio é 1.)
presenta os níveis energéticos de um átomo
e o “pino” que iremos levar de uma casa a Vocês deverão partir do nível 1 e che-
outra representa um elétron. gar ao 5. Para isso, o valor tirado no dado
20
deve ser a exata diferença dos valores de 2. Qual é o nível mais energético dos cin-
dois níveis. Junte-se a seus colegas e veja co? O elétron precisa ganhar ou perder
quem consegue ser o primeiro a chegar ao energia para chegar a esse nível?
nível 5. Cada um deverá ser um elétron e é
obrigatório sempre jogar os dois dados. 3. O valor 10,10 eV permite que o elétron
saia do primeiro nível? E o valor 10,30 eV?
Após realizar a atividade, responda às
seguintes questões: 4. O que significa “ser quantizado”? Dê
alguns exemplos de objetos quantiza-
1. Quantas jogadas são necessárias para ir dos que você conhece.
do nível 1 ao 5?
Segundo nível (n=2), E = -3,40 eV É preciso lembrar que esta energia repre-
senta a ligação do elétron ao núcleo. As ener-
Terceiro nível (n=3), E = -1,51 - eV gias entre dois corpos que se mantêm ligados,
isto é, juntos um do outro, sempre têm valores
Quarto nível (n=4), E = -0,85 eV negativos. Por isto, os números presentes nas
faces dos dados são todos positivos, pois eles
Quinto nível (n=5), E = -0,54 eV estão “fornecendo” a energia para o elétron
sair do nível 1, mais próximo do núcleo, para
Jairo Souza Design Gráfico
os outros níveis.
21
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
IDENTIFICANDO OS ELEMENTOS QUÍMICOS DOS MATERIAIS
O objetivo desta Situação de Aprendiza- lecidos e que, quando um elétron muda de um
gem é discutir a emissão de luz por diferentes nível mais energético para um menos energé-
materiais e relacioná-la às propriedades atô- tico, este átomo emite luz de uma frequência
micas estudadas. Após o estudo do átomo de bem determinada. Discutiremos, agora, algu-
hidrogênio, os alunos devem ter percebido que mas implicações deste fenômeno na análise
este átomo tem níveis de energia bem estabe- química de sais.
2
I sso não é completamente verdade, pois outro cientista, chamado Wener Heisenberg, estabeleceu o princípio de
incerteza, de acordo com o qual, por exemplo, o intervalo de tempo ∆t, em que o elétron permanece numa órbita
excitada multiplicado pela incerteza no valor da energia, é proporcional à constante de Planck. E, sendo ∆t finito,
a energia é sempre não nula (∆t. ∆E> h ∆E> h ).
2π 2π. ∆t
22
Roteiro 4 – O que está escondido neste ma- como potássio −, a cor seria outra. A cor
terial? da chama depende do elemento químico,
pois cada elemento possui níveis de ener-
É difícil imaginar que um fenômeno gia com valores característicos. Vimos que
corriqueiro, que acontece quando alguém o átomo de hidrogênio tem determinados
está cozinhando, possa ter relação com a níveis energéticos (-13,6 eV, -10,20 eV etc.),
Física Quântica, mas tem. Uma chama de mas, de um elemento químico para outro,
fogão normalmente é azulada pois é a cor estes valores podem mudar e, por isto, a luz
da luz emitida pelos gases de combustão a emitida nas transições de elétrons pode ter
alta temperatura. diferentes cores. É como dizer que cada ele-
mento químico tem uma assinatura e esta
Mas talvez você já tenha reparado que, pode ser desvendada pela luz emitida pelo
quando alguém derruba parte de um ali- elemento.
mento que está cozinhando em panela
sobre o fogão, atingindo a chama, o fogo Mãos à obra
torna-se mais amarelado durante algum
tempo. A descoberta de que a luz emitida por
um corpo revela seus elementos químicos é
Como já foi estudado, os átomos emitem mais antiga que o modelo atômico de Bohr.
luz de uma cor característica (frequência) Ela foi desenvolvida por muitos cientistas,
quando um elétron muda de nível energéti- entre eles Robert W. Bunsen e Gustav R.
co. No caso do fogão, em geral, o que tor- Kirchhoff. Leia a carta que Bunsen escre-
na a chama amarelada é o sal presente no veu a um amigo em 1859 e discuta as ques-
alimento. O sal de cozinha é um composto tões apresentadas em seguida:
de sódio (NaCl), e quando esse material re-
cebe energia, nesse caso pelo fogo, o elétron “No momento estou envolvido em uma
do átomo de sódio vai para um nível mais pesquisa com Kirchhoff, que nos deixou
energético e emite uma luz amarelada ao noites em claro. Kirchhoff fez uma das mais
voltar ao nível fundamental. belas e inesperadas descobertas: ele desco-
briu a causa das linhas escuras no espectro
Se o sal de cozinha não fosse composto solar e conseguiu igualmente intensificá-las
de sódio − mas de outro elemento químico, de forma artificial e provocar o seu apareci-
23
24
transição emite uma onda diferente. Com isso, A carta de Bunsen deve ser lida e analisada
o átomo emite luz com mais de um valor de pelos alunos. Eles devem perceber a impor-
comprimento de onda (ou frequência), tendo tância da descoberta das linhas espectrais no
um espectro característico. Esta questão será estudo dos materiais. Na carta, Bunsen afirma
mais bem discutida na atividade seguinte. em vários momentos que, por meio da análise
da luz emitida por um corpo, procedimento
É importante conhecer a existência de sub- denominado espectroscopia, é possível iden-
níveis de energia, embora esta noção não seja tificar com precisão os elementos químicos
explorada com os alunos. Com a evolução da presentes em um material. Bunsen mostra seu
Física Quântica, percebe-se que os elétrons se- entusiasmo com esta descoberta, que possibi-
guem muitas outras “regras”, além da imposi- lita o estudo e a compreensão da composição
ção de estar em determinadas camadas eletrô- atômica de diferentes corpos, mesmo do Sol
nicas. Por exemplo, dois elétrons não podem ou de estrelas distantes.
estar no mesmo “estado quântico” no mesmo
sistema. Assim, em cada nível energético, eles Os alunos devem identificar estas possibili-
não podem ter os mesmos valores de momento dades que este tipo de análise permite, como
angular ou spin. Para poder ter um número de a de estudar a constituição química do Sol
elétrons maior, cada nível energético foi dividi- e outras estrelas sem a necessidade de uma
do em subcamadas, como numa estrada que, amostra do material, algo impossível de se
para organizar os carros que vão para uma obter. Isto é interessante por mostrar como é
mesma região, subdivide-se em faixas. possível que os cientistas estudem uma estrela
extremamente distante com base na análise da
Assim, é possível haver transições eletrôni- luz que ela emite.
cas com emissão de luz dentro destes subníveis.
No caso do sódio, elemento químico presente O Caderno do Aluno inclui ainda textos
no sal, que sugerimos na demonstração, é de- sobre as séries de Balmer, a primeira das séries
vido a duas transições nestes subníveis em que espectrais que foram observadas experimen-
há emissão da luz amarela, de comprimento talmente e, ainda, sobre as “leis” empíricas de
de onda 589 nm. Kirchhoff.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
UM EQUIPAMENTO ASTRONÔMICO3
Nesta Situação de Aprendizagem, ini- Pretende-se, desta forma, que eles verifi-
cialmente iremos mostrar aos alunos como quem uma interessante relação entre o mundo
construir um espectroscópio simples que nos quântico, a espectroscopia e a astrofísica.
permita analisar a luz e, em seguida, mostra-
remos dados de espectroscopia de algumas
estrelas para os alunos analisarem.
Adaptado de Brockington et al. Curso de dualidade onda-partícula. NuPic-FEUSP. Disponível em: <http://
3
nupic.incubadora.fapesp.br/portal/projetos/fisica-moderna/dualidade-onda-particula-1>.
25
Conteúdos e temas: espectroscópio e espectros de fontes luminosas; linhas espectrais; difração da luz.
Competências e habilidades: utilizar linguagem escrita para relatar experimentos e questões relativos
à identificação das características dos espectros; identificar fenômenos naturais, estabelecer relações
e identificar regularidades em fenômenos que envolvem espectros luminosos; utilizar procedimentos
e instrumentos de observação, representar resultados experimentais, elaborar hipóteses e interpretar
resultados em experimentos que envolvem espectros eletromagnéticos.
26
© Fernando Favoretto
asso 1 – Com o papel color set, cons-
P
trua um cilindro de aproximadamen-
te 4 cm de diâmetro e de 7 a 10 cm de
comprimento. Use um tubo de papelão
(tubo de papel higiênico ou papel toa-
lha) como base, se desejar (Figura 7).
© Fernando Favoretto
27
28
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
ASTRÔNOMO AMADOR4
Na Situação de Aprendizagem anterior foi posição. A análise destas linhas permite iden-
montado um espectroscópio que nos permi- tificar os elementos químicos de uma estrela.
te analisar a luz. Agora os alunos aprenderão Essa Situação de Aprendizagem finaliza uma
como efetivamente obter informações da luz sequência de três atividades que relacionam os
observada. O objetivo é relacionar as linhas átomos às suas luzes características de emis-
espectrais emitidas por uma estrela à sua com- são e absorção.
4
Adaptado de Brockington et al. Curso de dualidade onda-partícula. NuPic-FEUSP. Disponível em: <http://
nupic.incubadora.fapesp.br/portal/projetos/fisica-moderna/dualidade-onda-particula-1>.
29
Conteúdos e temas: espectros de radiação e sua utilização pelas tecnologias na caracterização de subs-
tâncias; fundamentos de Astrofísica; espectros de emissão e de absorção.
Estratégias: realização de atividades experimentais simuladas em grupo; leitura do roteiro dos experi-
mentos; elaboração de hipóteses de trabalho; análise dos resultados e discussão com a classe.
Avaliação: avaliar a capacidade do aluno de análise por meio de imagens; avaliar a compreensão do
aluno quanto à função da análise espectral.
Roteiro 6 – Viajando até as estrelas dos elementos químicos, que nos indicam
os comprimentos de onda emitidos por ele,
Por um breve momento de sua vida, você buscaremos descobrir os átomos que estão
irá trabalhar como um astrônomo, estudan- presentes em uma estrela.
do estrelas. Nesta atividade iremos descobrir
os elementos químicos que formam uma es- Materiais
trela. Como já estudamos, sabemos que os
átomos emitem e absorvem luz de cores e Espectros dos elementos químicos im-
comprimentos de onda bem determinados. pressos em papel sulfite; espectros das es-
Assim, por meio dos espectros de emissão trelas impressos em papel transparente.
30
Encaminhando a ação
A dinâmica desta atividade é relativa- de luz com comprimentos de onda caracte-
mente simples. Os alunos podem se reunir rísticos (devido à existência de órbitas espe-
em pequenos grupos e analisar a imagem cíficas em cada átomo e à possibilidade da
da estrela sobrepondo seu espectro sobre o análise da luz por espectroscopia). A seguir,
dos elementos. Para iniciar o trabalho, você apresentamos espectros de cinco elementos
pode retomar as atividades anteriores e os químicos que os alunos utilizarão para ana-
conceitos principais, relacionados à emissão lisar a estrela.
Espectro de estrela
31
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
O PODEROSO LASER
Entre as inovações tecnológicas mais tenham ouvido falar em laser, raramente se
importantes da segunda metade do sécu- tem clareza sobre como é produzido ou por
lo XX estão os dispositivos de emissão de que sua luz é diferente da emitida por uma
luz laser. Desde sua invenção, na década de lâmpada comum. Para isto, nesta Situação
1960, até hoje, sua aplicação já se estendeu de Aprendizagem iremos explorá-lo a fim de
para as mais diversas áreas tecnológicas e descobrir o que há de especial neste podero-
de pesquisa básica. Embora as pessoas já so dispositivo.
32
Conteúdos e temas: uso de luz laser em diversificadas situações; processos de emissão estimulada de
radiação (laser).
Estratégias: realização de atividades experimentais em grupo; leitura do guia de execução dos experi-
mentos; leitura de texto; análise dos resultados e discussão com a classe.
Recursos: roteiro de atividade para discussão em grupo; trecho de texto para leitura; ponteira laser e
lanterna.
Avaliação: avaliar a compreensão do aluno sobre os processos de emissão estimulada; avaliar a com-
preensão do aluno em relação às aplicações do laser por meio da leitura do artigo proposto e respostas
às questões solicitadas.
33
a) Incida os raios da lanterna e da pon- 1. Qual destes dispositivos emite luz mo-
teira laser sobre uma folha de papel nocromática (com apenas um compri-
branco situada a 5 cm de distância. mento de onda de determinada cor) e
Estime o tamanho da mancha lumi- qual emite luz policromática (formada
nosa formada sobre a folha. Repita por um conjunto de ondas de diferentes
o procedimento, mas agora coloque cores)?
a folha a 10 cm de distância. Estime
novamente o tamanho da mancha 2. Qual deles tem uma luz colimada, isto
luminosa. é, que se propaga em apenas uma dire-
ção, e qual não tem?
b) Pegue uma caneta esferográfica tipo
“cristal”, retire a carga do interior e
projete a luz da ponteira laser e da 3. Qual feixe você considera que é, ou pode
lanterna comum de modo a atraves- ser, mais intenso ou potente? Explique.
34
35
36
Na oncologia (área médica que lida com tado singleto) altamente reativa para os
o câncer), o laser tem sido rotineiramente constituintes celulares e, portanto, bastan-
usado como instrumento de tratamento e te tóxica para a célula. Como consequên-
diagnóstico para os vários tipos dessa doen- cia, o tecido tumoral é levado à morte, eli-
ça. A eliminação de cálculos renais através minando a lesão.
de ondas de choque causadas por pulsos in-
tensos de luz ou a desobstrução de artérias Essa técnica, que pode ser realizada
são procedimentos a laser empregados em ambulatorialmente, foi aprovada pela
muitos hospitais. Além disso, a precisão do rigorosa FDA (agência norte-americana
laser tem permitido invadir o interior da cé- de controle de alimentos e medicamen-
lula e realizar microalterações que a fazem tos). Seu grande limitante está mais rela-
tomar um novo curso em seu ciclo vital. cionado com as dificuldades de se levar a
luz laser até o local do que com o tipo de
Nesta última década, pesquisadores lesão. No Brasil, ela passou a ser usada a
norte-americanos e europeus começaram a partir de 1998.
investigar a possibilidade de usar a seletivi-
dade da luz laser – ou seja, a interação des- Biópsia óptica
sa luz com uma determinada molécula em
um universo de várias delas – para a tera- Quando um tecido é iluminado com um
pia de células cancerosas. Dessas pesquisas, determinado comprimento de onda (cor),
nasceu a terapia fotodinâmica, técnica que parte da energia luminosa é absorvida, ex-
usa a propriedade de seletividade da luz de citando biomoléculas.
laser para o combate ao câncer e emprega
uma substância fotossensível (aquela que é Esse excesso de energia pode ser perdi-
alterada quando iluminada) administrada do na forma de luz, sendo um desses pro-
de forma endovenosa no paciente. cessos a chamada fluorescência.
A droga percorre todo o corpo, sendo A fluorescência pode ser usada para a
absorvida por todas as células. As células diferenciação de tecidos biológicos, pois,
sadias eliminam essa droga em um período dependendo da composição e forma do
de tempo que varia entre 24 a 36 horas, en- tecido, a interação luz/tecido será distinta,
quanto as células tumorais, por apresenta- o que propiciará a reemissão da luz prove-
rem um metabolismo diferenciado, retêm a niente do tecido-alvo. Dessa forma, haverá
droga por mais tempo. padrões de fluorescência para diferentes
tipos de lesões.
Assim, esperando mais de 24 horas
após a administração da droga, a substân- Tendo como base o fenômeno da
cia fotossensível estará mais concentrada uorescência, a biópsia óptica, um proce-
fl
nas células cancerosas. dimento não invasivo, pode se tornar um
importante método auxiliar no diagnós-
Essa substância fotossensível, quando tico de lesões extensas e múltiplas. Uma
iluminada, por uma luz laser de cor espe- das principais indicações é a avaliação
cífica, é excitada e, uma vez nesse estado de pacientes com alto risco de incidência
energético, provoca uma reação química de carcinoma oral, bem como o acom-
com o oxigênio molecular, produzindo panhamento de possível reincidência da
uma espécie eletrônica do oxigênio (o es- doença.
37
38
A base do funcionamento de todo laser emitido por ele irá fazer uma espécie de efeito
é um material denominado meio ativo. Para avalanche: estimula a emissão de outros fó-
iniciar o processo de emissão de luz, este ma- tons dos átomos excitados, que irão estimular
terial terá seus elétrons excitados para níveis a emissão de mais fótons, que estimulam ou-
mais energéticos por uma fonte de energia. tros e assim por diante.
Nestes materiais, que formam bons meios
ativos, existe uma camada mais energética Este processo ocorre dentro de uma cavi-
na qual os elétrons permanecem durante um dade óptica, uma espécie de tubo espelhado
tempo relativamente grande, da ordem de no qual os fótons ficam presos e apenas alguns
10-4 s, que é um tempo alto quando falamos conseguem “fugir”. Os fótons que ficam pre-
de transições atômicas. Com isso, os elétrons sos entre pares de espelhos paralelos dentro
são excitados para este nível, no qual podem do tubo são importantes, pois eles ajudarão
ficar por um tempo, antes de voltar para o es- a estimular e criar outros fótons. Aos poucos,
tado fundamental. Mesmo os elétrons que ga- parte da luz sai da cavidade e forma o raio
nharem muita energia e forem para um nível laser que vemos ser emitido.
maior do que o relativamente estável decairão
rapidamente e se unirão aos elétrons que es- É importante lembrar que, no processo de
tão neste nível excitado, que lhes permite ali emissões estimuladas, sempre há a produção
permanecer por certo período. É como se este de fótons idênticos, justificando a coerência e
nível fosse uma espécie de pedágio durante o a monocromaticidade da luz emitida. Como
decaimento para o nível fundamental, no qual isso é feito dentro de uma cavidade óptica,
os elétrons têm de parar por um tempo, antes os fótons saem todos na mesma direção, pois
de chegar ao “destino”. aqueles que eventualmente forem emitidos
com direções aleatórias não ficam “presos”
Os materiais que têm a característica de dentro do tubo. Explore estas ideias de ma-
servir de meio ativo são, entre outros, os ga- neira expositiva. Caso seja viável, é possível
ses hélio-neônio, carbônico e nitrogênio e os utilizar uma animação interessante que de-
sólidos rubi e neodímio. Quando os átomos monstra o funcionamento interno do laser,
do meio ativo estão todos excitados, dizemos disponível no site: <http://www.pet.dfi.uem.
que houve uma inversão de população. O pas- br/anim_show.php?id=77>. O Caderno do
so seguinte ocorre quando um primeiro áto- Aluno propõe uma atividade de leitura e aná-
mo decai para o estado fundamental. O fóton lise do texto O funcionamento do laser.
GRADE DE AVALIAÇÃO
39
40
a) 13,60 eV. c= λ ou c= λ. f
T
b) 10,20 eV.
c = λ ou c = f
c) 8,53 eV. f λ
d) 7,56 eV. E= h. f ➾ E= h. c
λ
e) 1,89 eV.
6. O que significa o decaimento de um elétron
Quando utilizamos a relação E = -13,6. Z2/n 2 ser estimulado?
para o valor de Z=2, referente ao hélio, e n
inicial e final igual a 3 e 2, respectivamen- Significa que um elétron não decai esponta-
te, obtemos o valor aproximado de 7,56 eV; neamente, mas devido à presença de um fó-
portanto, resposta d. ton que causa seu decaimento.
41
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
FORMAÇÃO NUCLEAR
O objetivo desta Situação de Aprendiza- de prótons e nêutrons) ligados. Por meio de
gem será discutir a formação do núcleo e a uma atividade prática, pretende-se proble-
existência da força forte que mantém os nú- matizar a possibilidade de estabilidade dos
cleons (este é o nome dado para o conjunto núcleos atômicos.
42
Conteúdos e temas: modelo de núcleo atômico; radioatividade, forças nucleares; interação forte.
Recursos: roteiro de atividade para trabalho em grupo; bolinhas de isopor para representar prótons e
nêutrons e espirais para encadernação.
Avaliação: avaliar a compreensão do aluno sobre a estrutura dos núcleos atômicos, verificando se ele
foi capaz de responder às questões com esta atividade.
43
que prótons.
Passo 2 – Sempre que for ligar dois pró- 3 . Com base no que observou, você sa-
tons, terá uma mola entre eles, que deverá beria dizer qual é a importância do nêu-
ser deformada para você poder grudá-los. tron na constituição nuclear?
44
Ao fim do experimento, alguns pontos de- É fundamental que esta discussão seja en-
vem ser ressaltados por você para que os alu- caminhada por você após a realização da ati-
nos entendam o significado da analogia entre vidade e a apresentação do modelo de força
as bolinhas de isopor e os prótons e nêutrons forte, esclarecendo como acontece a estabili-
do núcleo. O que explica a existência do nú- dade do núcleo.
cleo é uma força de atração chamada de força
nuclear forte5, que une as partículas, agindo A discussão pode ser aprofundada com a
tanto entre prótons quanto entre nêutrons, construção de um gráfico do número de nêu-
ou entre prótons e nêutrons. Esta força é re- trons em função do número atômico, dados que
presentada no experimento pelas fitas adesi- podem ser obtidos em uma tabela periódica.
vas enroladas. É um tipo de força diferente Nos núcleos mais leves, o número de nêutrons
em relação às que estamos acostumados. Ela é igual ou próximo ao de prótons; conforme os
é muito intensa, como seu próprio nome diz, átomos vão ficando mais pesados, o número de
mas tem curto alcance, agindo somente entre nêutrons em relação ao número de prótons é
partículas constituintes do núcleo. Quando o muito maior.
átomo é formado por poucos núcleons, a for-
ça forte vence com relativa facilidade a força O gráfico forma uma curva, chamada de
elétrica repulsiva. curva de estabilidade. Este gráfico é interessan-
te, pois deixa claro o problema levantado na ati-
No entanto, em núcleos pesados o fenôme- vidade anterior. Quanto maior a quantidade de
no é diferente. Imagine, por exemplo, um nú- prótons, mais difícil é deixar o núcleo estável e,
cleo de urânio, que é formado por 92 prótons. consequentemente, mais nêutrons são necessá-
Cada próton é atraído pela força forte de pró- rios para equilibrar o sistema.
5
nome força nuclear forte, ou simplesmente força forte, é para distinguir da força nuclear fraca, responsável
O
pela emissão β, em que um nêutron, “se transforma” em um próton emitindo um elétron (e- β)
45
100 A=
14
0
tons, semelhantes aos de luz, mas de alta
90 A=
12
0
frequência e energia.
80 A= Z=N
10
0
70 Quando ocorre o primeiro tipo de emissão,
60 A=
há uma diminuição nos números de prótons
50
80
e nêutrons. O núcleo se transmuta, ficando
A=
60
estável com um número atômico (que caracteriza o
40 A=
40 radioativo (natural) elemento) menor em duas unidades e o nú-
30 radioativo (artificial)
mero de massa menor em quatro unidades.
20 A = 2
0 Fe Podemos escrever isso como uma reação, da
10 seguinte maneira:
0
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Número de prótons, Z U238 90Th234 + α (transformando urânio
92
em tório por emissão alfa);
Adaptado de NASCIMENTO FILHO, Virgílio Franco do et al. Física
para Ciências agrárias. Disponível em: <http://web.cena.usp.br/apostilas/
91
Pa231 89Ac227 + α (transformando pro-
Virgilio/graduação/CAP2.DOC>. tactínio em actínio por emissão alfa).
46
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 9
DECAIMENTOS NUCLEARES: UMA FAMÍLIA MUITO ESTRANHA
Esta Situação de Aprendizagem tem como Para isto, elaboramos um jogo do tipo que-
objetivo dar continuidade à discussão acerca bra-cabeças, no qual as peças devem se encai-
da radioatividade, fazendo com que os alu- xar. Os alunos deverão organizar os elementos
nos analisem as três famílias naturais de de- químicos como uma série de decaimentos ra-
caimento. dioativos.
Avaliação: avaliar a compreensão do aluno sobre as famílias de decaimento nuclear, por meio da habili-
dade de análise e reconhecimento da linguagem científica e da montagem correta do quebra-cabeças.
47
Vimos que um átomo radioativo emite Materiais: tabela com a série do actínio
três tipos de radiação quando está instável: montada como exemplo; séries do urânio
α (alfa), β (beta) e γ (gama). Como dificil- e do tório para ser organizadas.
mente em apenas uma transformação o
núcleo se estabiliza, ocorre uma série de
transformações, que resultam em sequên- Mãos à obra
cias de elementos químicos, que são cha-
madas de famílias radioativas. Nesta Situa
ção de Aprendizagem você irá analisar as Uma família radioativa pode ser apre-
três famílias radioativas naturais, conheci- sentada como uma tabela que organiza os
das como série do urânio, série do actínio e elementos químicos com uma série de de-
série do tório. Nelas aparecem apenas dois caimentos. Abaixo apresentamos uma des-
tipos de decaimento, α e β-. sas tabelas:
Série do actínio
92
U235 α 90
Th231
β
91
Pa231
α 89
Ac227
α 87
Fr223
α 85
At219
α 83
Bi215
β ↓β ↓β ↓β
90
Th227 α 88
Ra223 α Rn219
86 α 84
Po215 α 82
Pb211
↓β ↓β
85
At215 α 83
Bi211 α 81
Tl207
↓β ↓β
84
Po211
α 82
Pb207
Agora você deve organizar os elemen- xado” em outro se for o resultado do de-
tos das tabelas a seguir como se estivesse caimento indicado. No fim, você deve ter
montando um quebra-cabeça. Cada ele- uma série de decaimentos, como o que foi
mento químico somente pode ser “encai- apresentado.
48
↓β
90
Th230 α Rn222
86 α 82
Pb206
84
Po 216
α 81
Tl208
Pb 214
Bi 214 U 238 ↓β ↓β Rn220
α
82 83 α 92 α 86
↓β ↓β
Tl210 Bi212
81 83 α
Po 214 Pa 234
↓β Th 228 ↓β
84 α 91 90 α
↓β
Tl208 Bi210
α
81 83
Pb208 Po212
α
↓β Po 210 ↓β 82 84
84 α
Série do urânio
U238 Th234
92 α 90
↓β
91
Pa234
↓β
U234
α Th230
α Ra226
α Rn222
α Po218
α Pb214
92 90 88 86 84 82
↓β ↓β
At 218 Bi214
α Tl210
85 α 83 81
↓β ↓β
Po 214
α Pb210
84 82
↓β
Bi210
α Tl206
83 81
↓β ↓β
Po 210
α Pb206
84 82
49
↓β
89
Ac228
↓β
Th228 Ra224 Rn220
α Po216 Pb212
90 α 88 α 86 84 α 82
↓β ↓β
At216 Bi212 Tl208
85 α 83 α 81
↓β ↓β
Po212 Pb208
84 α 82
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 10
DESVENDANDO O QUE HÁ POR DENTRO DA “CAIXA-PRETA”
Nesta Situação de Aprendizagem, discuti- alizado em um exame médico e, em seguida,
remos como substâncias com núcleos radioa será feita uma apresentação breve dos exames
tivos podem ser utilizadas para um exame de de tomografia: do inglês Positron Emission
diagnóstico na medicina. Iniciaremos com uma Tomography (PET) e do inglês Single Photon
atividade que faz analogia com o processo re- Emission Computed Tomography (SPECT).
Conteúdos e temas: natureza das interações e a dimensão da energia envolvida nas transformações
nucleares para explicar seu uso na medicina.
Competências e habilidades: utilizar linguagem escrita para relatar observações e questões que eviden-
ciam o uso de radioatividade na medicina; conhecer a natureza das interações e a dimensão da energia
envolvida nas transformações nucleares para explicar seu uso na medicina.
Recursos: roteiro de atividade para trabalho em grupo; materiais do dia a dia para a realização de
atividade metafórica.
Avaliação: avaliar a compreensão do aluno sobre o uso de isótopos radioativos na medicina nuclear,
por meio da qualidade de suas manifestações em relação ao procedimento adotado e identificação
correta da imagem.
50
Você deve conhecer alguém que teve um Pasta plástica fumê com 3 cm de lar-
problema de saúde em que o médico preci- gura lateral; imagens frontal e traseira de
sou “ver” o que estava acontecendo dentro uma parte do corpo humano; 2 lanternas
do corpo por meio de exames para diag- portáteis.
nosticar o problema. Agora vamos estudar
como isso é possível. Mãos à obra
51
Com a montagem feita, os alunos devem ficou conhecido como medicina nuclear. Um
descobrir qual figura está dentro da pasta. dos primeiros elementos utilizados foi o iodo
Para tornar a atividade mais desafiadora, 131, que se acumula na tireoide e emite raios
você pode desenhar alguns detalhes na figura gama. Estes raios vêm de dentro do corpo e
que está dentro, como pequenas indicações de trazem informações que permitem identificar
imperfeições no corpo, que os alunos deverão problemas nesta glândula. Nestes tipos de exa-
descobrir ao longo da realização da atividade. mes são medidas, essencialmente, as concen-
Para a visualização da figura interna à pasta, trações dos radioisótopos em cada ponto do
os alunos devem “chacoalhar” a pasta leve- corpo e, por meio delas, verifica-se a existência
mente. Conforme a lanterna for se movendo de anomalias. Na atividade, a luz da lanterna
dentro da pasta, diferentes partes da figura se- representa a radiação vinda de dentro do cor-
rão reveladas e os alunos irão visualizar, aos po que nos permite obter informações sobre
poucos, cada detalhe do desenho e poderão ele. Atualmente, o elemento mais utilizado é o
compor a representação do corpo todo. tecnécio, que é aprisionado por certas células
cancerosas.
A atividade é uma analogia em relação a
dois exames utilizados para diagnóstico na A imagem obtida por este procedimento
medicina. Nos anos 1940, começou-se a utili- é uma imagem bidimensional, como a de um
zar isótopos radioativos dos elementos quími- raio X6. Para resolver este problema e conse-
cos em exames que buscavam mapear e iden- guir imagens tridimensionais mais detalhadas
tificar entidades presentes no corpo humano do corpo, em 1972 G. Hounsfield criou a to-
em regiões específicas, dando início ao que mografia computadorizada, um sistema no
6
importante notar que o raio X é uma radiação eletromagnética de alta frequência, como a radiação gama (γ).
É
No entanto, ele não é resultado de um processo nuclear, porque é obtido por meio da desaceleração de um elétron
em um processo de colisão com um alvo.
52
GRADE DE AVALIAÇÃO
Situação de Aprendizagem Expectativas ou Indicadores de Aprendizagem
– Reconhecer a importância do núcleo para a explicação de
fenômenos que não se resumem às propriedades eletrônicas do
átomo.
8 – Identificar as partículas que compõem o núcleo atômico.
– Explicar a importância do nêutron para a estabilidade nuclear.
– Compreender o problema da instabilidade do núcleo.
53
54
55
56