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Indeferida - Justificação
Deferida
Vistos etc.
P.R. I. Cumpra-se.
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Indeferida
Vistos etc.
02. Realizada audiência onde foram ouvidos a requerente, a Sra. ....., mãe
biológica da menor, as testemunhas ..... e ...., com a presença da Exmas. Dras.
Promotora e Defensora Públicas.
04. Considerando o que foi apurado nos autos, não careceu a elaboração de
estudo social para fundamentar a decisão.
05. O Ministério Público, em bem elaborado parecer formalizado por sua
digna representante nesta Comarca, discorrendo sobre o instituto da guarda, foi de
parecer contrário ao deferimento do pedido, por não vislumbrar na situação a
necessidade de regularizar posse de fato.
10. ISTO POSTO e tudo o mais que dos autos consta, acolhendo o parecer do
Ministério Público, INDEFIRO O PEDIDO formulado por MARIA ......, quanto à
guarda da menor EUNICE....., por falta de amparo legal.
P.R.I. Cumpra-se.
............(PA), 06.agosto.1998
Justificação
Vistos etc,
02. Juntou, com a inicial, certidão de nascimento do menor Rodrigo ...., registro
de óbito, declaração, carteira de trabalho e previdência social e comprovante de
benefício junto ao INSS, todos da falecida Solange ...., arrolando duas
testemunhas.
05. Isto posto, JULGO, por sentença, a presente justificação, com base no art.
866 do Código de Processo Civil, para que produza seus efeitos, abstendo-me de
apreciação do mérito da prova (art. 866, § único, do CPC).
..................(PA), 20,abril,1998
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Introdução
Da guarda
A guarda não é vedada aos avós como ocorre na adoção, pela singela razão de
não romper com os vínculos de parentesco e filiação, como acontece nesta. Pelo
contrário, os sentimentos afetivos devem ser preservados. Entretanto, se os pais
do infante morarem sob o mesmo teto de seus pais (os avós) e deles forem
dependentes, tal circunstância não enseja o uso do instituto da guarda, pois,
trata-se de espécie de carência de recarência de recursos materiais, que a teor
do art. 23 do ECA, não é motivo de perda ou suspensão do pátrio poder, como
era na lei revogada, penalizando àqueles que já foram pelo destino
desamparados. Trata a hipótese de relação de direito de família, onde podem os
parentes exigir uns dos outros os alimentos necessários para a subsistência (art.
396 do CC), sendo recíproco o direito à prestação dos mesmos entre pais e filhos
e extensivo a todos os ascendentes, a teor do art. 397 do referido digesto civil.
Da guarda para fins previdenciários
A guarda tem por finalidade precípua regularizar a posse de, fato, possibilitando
o legislador que se a utilize para atender situações peculiares, bem assim, para
suprir a falta eventual dos pais ou responsáveis.
Conclusões
A guarda pode e deve ser deferida aos avós, preservando os laços afetivos e
familiares desde que detenham efetivamente a posse de seus netos, em
detrimento dos pais destes.
onde contende com .... e, ..., ..., expondo as razões fáticas, embebidas nos sustentáculos e,
secundados pelos pedidos, que darão azo ao requerimento final, na forma que se explana:
PRELIMINARMENTE
A Requerente é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, como reza a Lei 1060/50. Pede,
conseqüentemente, a concessão das Benesses da Graça, juntando nos autos, para tanto, declaração
de hipossuficiência.
A Requerente é avó do menor ......, conforme comprova a certidão anexa aos autos.
Desde a data de 01/10/2.002, a Requerente vem exercendo de fato e de direito, a posse e a guarda
do referido menor.
Ab Initio, a mãe sempre se recusou a criar a criança abandonando-o sempre que viajava, tendo em
vista que a mesma trabalhava em bares, costumando a se prostituir, ficando na maioria das vezes,
até vinte dias fora da residência da Requerente, longe de seu filho, recém nascido, tendo
então a Requerente que assumir não só o papel de avó, como também de mãe.
Papel esse, que assumiu até os dias atuais, quando o menor, foi-lhe arrancado do convívio por sua
mãe, que ao arrumar um companheiro, afirmou que teria condições de criá-lo.
Tal situação, foi bastante dolorida para ambos (avó e neto), que após mais de quatro anos de vida
juntos, foram separados de maneira drástica, vindo, inclusive a Requerida, agredir fisicamente a
Requerente, para poder levar o menor ...
Esta alteração de lar está implicando na mudança de hábitos e de ambiente familiar, o que
certamente causará no mínimo, forte e marcante abalo psicológico à criança, pois, há na infante o
expresso desejo de continuar morando com a avó materna, ora Requerente, a quem chama de mãe.
Ora, Excia., a guarda do menor somente deve ser modificada segundo o precípuo interesse da
infante e, mediante comprovação de fatos relevantes que desmereçam a atuação da guardiã.
E, conforme o caso telado, o que temos é que a Requerente exercia de fato a guarda de seu neto e,
quanto a essa não pesam relatórios desabonadores em sua conduta, pois, é mulher honesta,
trabalhadora e muito zelosa e amável com seu neto.
O fato é, que a criança encontra-se adaptada à situação dela derivada, em situação de plena
estabilidade. Erro maior seria a retirada da mesma, deste convívio, para colocá-la em outro, mesmo,
que seja com a própria mãe que ele (o menor), sequer a chama assim.
Pois não se sabe quanto tempo durará o convívio com mais, um de seus amores.
Tendo em vista que, a Requerida apesar de ser pessoa imatura e irresponsável, também, não possui
condições morais (uma vez que foi prostituta, só parando depois que passou a morar com seu
companheiro e, isso a uns dois meses atrás) e muito menos, econômicas, (uma vez que se encontra
desempregada), motivo este que pleiteia a Requerente a guarda de seu neto.
Na data de 10 de março 2.007, a Requerida que diz mãe do menor, não cumpriu com o seu papel, ou
seja, a de dar todo o amparo necessário para seu filho, uma vez que ao perceber que o mesmo
encontrava-se doente, agiu com imprudência, dirigindo-se de motocicleta com seu atual companheiro
e a criança, para a casa de sua mãe, ora Requerente, onde tinha a certeza que ali, seriam tomados
todos os cuidados necessários para a saúde da criança.
Ao abicar na casa de sua mãe, a Requerida entregou a criança para a Requerente, dizendo para que
cuidasse de seu filho, pois, o mesmo estava doente e não parava de chorar, que a mesma voltaria no
fim da tarde para pegá-lo, pois era sábado e não queria encheção de saco.
Como a Requerente, sempre teve pelo neto, o amor de mãe não se exaltou em ficar com a criança,
levando-o ao médico, para que, o mesmo, fosse examinado. (documento em anexo)
Mais que demonstrado a imaturidade e irresponsabilidade da mãe do menor, onde ao perceber que
teria que cuidar da criança num pleno sábado de manhã, levou-o, para a casa de quem ela sempre
recorre, ou seja, de sua mãe, ora Requerente.
São visíveis à preocupação e o zelo para com a criança, pelo que agora a Requerente, vem pleitear a
guarda apenas para regularizar uma situação de dependência econômica de fato, uma vez que a
Requerida não tem condiçõesmorais e, sócio-econômicas, para criá-lo e educá-lo.
Flagrante que a Requerente, faz isso por amor ao neto, socorrendo-o em todos os momentos de
necessidades, desejando, contudo, ter a guarda do menor em apreço, de modo a dar carinho,
atenção e os cuidados necessários ao seu pleno desenvolvimento, social e intelectual.
DOS SUSTENTÁCULOS
Noticia os autos que o menor ..., desde seu nascimento até os quatro anos de idade, sempre se
encontrou sob a guarda e sustento de sua avó materna, haja vista, que sua genitora não possui
condições morais e financeiras para criá-lo, bem como, seu genitor que, além de não reconhecer o
filho, é totalmente alheio aos acontecimentos de sua vida, vivendo o menor sob os cuidados da
Requerente.
É certo que o deferimento judicial de guarda visa, precipuamente, regularizar situação de fato
existente, propiciando melhor atendimento da criança em todos os aspectos, nos termos do artigo 33,
da Lei nº 8.069/90.
A concessão de guarda, nesses termos, tem sido admitida, já encontrando amparo na jurisprudência,
senão vejamos:
“Se os avós maternos prestam assistência integral a infante, desde a tenra idade, exercendo a
guarda de fato, já que a mãe nunca responsabilizou-se pela criação da filha, defere-se a guarda
aqueles. Apelação provida. (Apelação Cível nº 597173053, 7ª Câmara Cível do TJRS, Santa Rosa,
Rel. Des. Eliseu Gomes Torres. j. 02.09.1998).(grifos postos)
O art. 33, § 2º, do ECA autoriza o deferimento da guarda, excepcionalmente, fora dos casos de tutela
e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável. Se
a avó materna, juntamente com o guardião, presta assistência integral ao infante, desde a tenra
idade, exercendo a guarda de fato, já que os pais nunca responsabilizaram-se pela criação do filho,
defere-se a extensão da guarda aquela. Apelação provida. (Apelação Cível nº 598214260, 7ª Câmara
Cível do TJRS, Porto Alegre, Rel. Des. Eliseu Gomes Torres. j. 09.09.1998). (grifos postos)
Ora, a finalidade precípua da guarda é regularizar situação de fato existente, permitindo à criança
melhor assistência, em todos os aspectos.
O instituto da guarda, como de resto, toda a intenção legislativa contida no Estatuto da Criança e do
Adolescente, visa o bem-estar do menor, e a garantia de um futuro sadio.
Uma vez que se encontra, sob a manutenção e égide da Requerente, a qual é responsável material e
afetivamente, não há como não deferir tal pretensão formulada pela avó, ora Requerente, que já
exerce de fato a guarda do neto que vive em sua companhia, desde o seu nascimento, aplicando
sempre ao seu neto, assistências materiais, morais e educacionais.
O pedido de guarda caracteriza-se como uma medida excepcional, por esta razão, só pode ser
deferida em caso de necessidade de regularizar posse de fato e direito.
O artigo 273, I do CPC, autoriza a concessão de Tutela Antecipada, quando presentes os requisitos
da prova inequívoca, verossimilhança das alegações e fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação.
A tutela antecipada reclama prova inequívoca a seu respeito, a qual, somente se configurará quando
a prova for isenta de ambigüidade, dotada de sentido unívoco, bastando para atender ao que dispõe
o artigo supracitado.
Tendo em vista que a Requerente é Funcionária Pública Estadual e, possui melhores condições de
cuidar do desenvolvimento do menor, o que vem fazendo de modo exclusivo e, sem a participação da
Requerida, desde o nascimento da infante, não há como não atribuir a guarda provisória do menor a
Requerente.
Devem também estar presente nos Autos, a verossimilhança das alegações e o fundado receio de
dano irreparável ou de difícil reparação.
Já o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, também presente neste caso,
significa o temor de que, enquanto se aguarda a tutela definitiva, venham a ocorrer fatos que
prejudiquem o desenvolvimento moral e social de uma criança de quatro anos.
A expressão "fundado receio" significa o temor baseado em fatos positivos, que possam inspirar, em
qualquer pessoa sensata, o medo de ser prejudicada.
O perigo de dano refere-se, ao interesse processual em obter uma justa composição do litígio, seja
em favor de uma ou de outra parte, o que não poderá ser alcançado, caso se concretize o dano
temido.
O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, encontra-se presente nesta demanda,
pois, se a tutela antecipada não for concedida para atribuir a guarda provisória do menor para a
Requerente, o mesmo (menor), poderá ter problemas com a saúde e, com o atraso na educação
escolar, dentre muitos outros, os quais, também serão demonstrados no transcorrer do processo,
pois, como já dito, a mãe sempre foi imatura, irresponsável, negligente e, ausente da vida de seu
filho.
APENAS A TÍTULO DE ILUSTRAÇÃO, O MENOR CHAMA A MÃE PELO SEU NOME, OU SEJA,
DE ..., E SUA AVÓ PELO NOME DE MÃE.
Este temor justifica-se, plenamente pelo relatório exposto, que demonstra de forma evidente a
negligência com que a Requerida tratava seu filho.
A Requerente, portanto, deseja que a guarda de fato do menor seja transformada em judicial, haja
vista, que é a medida que melhor atende aos interesses do menor que, se for o caso, deverá ser
ouvido, pois, seu desejo é ficar com a avó, que o mesmo a chama de mãe.
"Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive ao pais.
...
§ 2º: Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito
de representação para a prática de atos determinados.
Dentre estes deveres, está o de prestar assistência material, intelectual, emocional e moral.
Por tudo que foi patente, restou amplamente demonstrada a negligência da Requerida, que deixou
seu filho em abandono e não proporcionou ao mesmo, o sonho que todo infante tem, ou seja, de ter
uma mãe ao seu lado.
O seu interesse em ter a guarda do menor, tem como único e exclusivo escopo a segurança física,
emocional e moral do neto.
DOS REQUERIMENTOS
A concessão de tutela antecipada, Inaudita Altera Pars, para conceder provisoriamente a guarda da
menor;
Sejam, determinadas as citações dos Requeridos, no preâmbulo acima, para que possam contestar,
querendo, a presente ação;
Requer o deferimento do presente pleito, com o fim de outorgar a Requerente à guarda e cuidados do
menor, devendo a mesma exercer o poder maternal e paternal, sem embargo do direito de visitas dos
Requeridos;
Requer seja, determinada, para tanto, a audiência para que sejam ouvidos as testemunhas e os
interessados, e, posteriormente, expedido o devido alvará de guarda do menor;
Que seja intimado o digníssimo representante do Parquet, para pronunciamento sobre o feito.
Requerer seja o trâmite do respectivo feito, realizado sob Segredo de Justiça, amoldando-se nos
termos do art. 155 do Código de Processo Civil, em seu inciso II, evitando-se constrangimentos
desnecessários às partes pela publicidade dos atos.
Protesta provar, por todos os meios admitidos em direito, notadamente os documentos inclusos,
depoimentos pessoais, testemunhais e demais que julgar necessário no decorrer do processo.
Por fim, requer sejam ouvidas as testemunhas infra arroladas, requerendo as suas intimações.
Enumera-se o presente à importância de trezentos e cincoenta reais, como valor dado à causa, para
os devidos efeitos legais.
Resumo
Apelação Cível. Menor. Guarda Judicial. Deferimento Aos Avós Maternos. Regularização de Situação de
Fato Já Existente. Inclusão como Dependente dos Guardiões Segurados em Plano de Saúde
Previdenciário. Viabilidade. Equiparação a Filho. Princípio da Isonomia. Inteligência do Estatuto da Criança
e do Adolescente e da Constituição Federal. Recurso Improvido, por Maioria. Sentença Mantida. 1- se o
Pedido de Guarda Feito por Avós Maternos Visa, Além dos Fins Previdenciários, Regularizar uma Situação
de Fato Já Existente e Comprovada nos Autos, Deve o Mesmo Ser Deferido. os Benefícios Previdenciários
São Conseqüência Natural Advinda da Guarda Pleiteada, Ex VI do Art. 33, § 3°, do Estatuto da Criança e
do Adolescente (Eca). 2- o Menor Mantido sob a Guarda Judicial Não se Distingue dos Filhos Menores, dos
Tutelados e dos Enteados, Diante do Disposto no Eca, Bem como Não Ser Possível Dar Tratamento
Desigual a Situações que São, em Todos os Sentidos - Fática e Juridicamente - Equiparadas, sob Pena de
Ferir-se o Princípio da Isonomia. 3- Revela-se Imperativa, Assim, a Inclusão da Neta dos Apelados como
Sua Dependente, nos Moldes Postulados, Visto que as Disposições Legais se Sobrepõem àquelas
Estatutárias.
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Fragmento
PEDIDO DE GUARDA DE
CRIANÇA/ADOLESCENTE PARA
REGULARIZAÇÃO DE SITUAÇÃO DE
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DE FATO (Art. 33,
§ 3º da Lei nº 8.069/90)
Exmo Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ª Vara de Família da Comarca de (xxx)
2. Com seus vencimentos, o REQUERENTE felizmente têm conseguido arcar com o sustento
material da criança, possibilitando atualmente que seu neto estude em colégio particular e que se
dedique inclusive a atividades esportivas e recreativas, também custeadas pelo REQUERENTE.
3. Tendo em vista a situação de fato que se afigura, demonstrado o zelo e carinho com o qual
oREQUERENTE cuida da criança, tanto do ponto de vista material quanto afetivo (vale ressaltar que
a criança permanecerá, como até agora esteve, no convívio também de sua mãe), pretende
oREQUERENTE tão somente regularizar a situação de dependência econômica de fato já existente.
Oportuno esclarecer que preocupa-se também o REQUERENTE, com a medida judicial, viabilizar o
recebimento, por parte da criança, de eventuais benefícios previdenciários.
´´Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito
de representação para a prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os
fins e efeitos de direito, inclusive previdenciário.´´
a. Seja intimado o ilustre representante do Ministério Público, para que se manifeste quanto aos
termos do pedido;
Pretende provar, caso necessário, o que ora alega através de todos os meios de prova em direito
admitidos.
Termos que
Pede deferimento.