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SENTENÇAS DE GUARDA DE MENOR

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Indeferida - Justificação

Deferida

Proc. nº 00 / 00 - GUARDA DE MENOR

Vistos etc.

01. REGINA........, brasileira, solteira, aposentada, residente e domiciliado


em ....., com endereço na localidade de ....., ajuizou pedido de Guarda da menor
MARIA......, alegando que é sua avó materna e que o mesmo vive sob a sua guarda
desde o nascimento; que prove o menor com todo o essencial; requereu o
deferimento do pedido e a concessão da Justiça gratuita; a inicial veio instruída
com cópia da certidão do registro civil de nascimento da menor; atestado médico e
de antecedentes; certidão de nascimento dos pais biológicos e comprovante de
inscrição junto ao INSS.

02. Realizada audiência onde foram ouvidos a requerente, os pais biológicos


da menor e duas testemunhas, com a presença da Exmas. Dras. Promotora e
Defensora Públicas.

03. Elaborado estudo social.

É O RELATÓRIO. PASSO A DECIDIR.

04. O processo teve o seu trâmite legal.

05. A documentação juntada e a prova documental foram suficientes ao que


pretendia.

06. Os pais biológicos da menor, deram a sua concordância com a guarda,


segundo as fls. 16 dos autos.

07. As testemunhas afirmaram que é a requerente quem cria o menor desde o


seu nascimento, vez que a sua mãe não possui condições de sustentá-la.

08. A Promotoria Pública, após análise da guarda sob o égide da legislação


vigente, opinou pelo deferimento do pedido, face o sumário social , cujo parecer
técnico recomenda a adoção dessa providência.

09. O estudo social ratificou as declarações prestadas em Juízo pela


requerente, mãe biológica e testemunhas, dando condições para uma análise a
respeito da situação do menor no lar em que se encontra e as perspectivas sobre o
seu bem estar futuro.
10. ISTO POSTO e tudo o mais que dos autos consta, acatando o parecer
favorável do Ministério Público e do estudo social, com base no art. 33 da Lei nº
8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente), DEFIRO o pedido
de GUARDA da menor MARIA....., filha de ........ e ......, nascida em 05.04.1990, na
localidade ...., no Município de ....., à requerente REGINA , já qualificada, com o
fim de prestar-lhe assistência material, moral e educacional, com o direito de opor-
se a terceiros, inclusive aos pais.

12. Lavre-se o competente termo de guarda, através do qual a guardiã


prestará o compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo.

13. Sem custas, face promoção pela Defensoria Pública.

P.R. I. Cumpra-se.

..............(PA), 31 de agosto de 1999

Carlos Alberto Miranda Gomes


Juiz de Direito

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Indeferida

Proc. nº 00 / 00 - GUARDA DE MENOR

Vistos etc.

01. MARIA ......, brasileira, aposentada, RG n.º 0000000-SSP/PA, residente


e domiciliado em ....., com endereço no Bairro do Umarizal, na Trav. ....., nº. 000,
ajuizou pedido de Guarda da menor EUNICE......., alegando que tem sob sua
guarda e quer regularizar a situação junto ao INSS; que a mesma cria a criança
desde o seu nascimento; que não há oposição da mãe; que não quer deixá-la
desamparada, em caso de morte; requereu a procedência do pedido e a concessão
da Justiça gratuita; a inicial veio instruída com cópia da certidão do registro civil de
nascimento da menor; declaração e cópia da identidade da mãe biológica
concordando com a guarda; cópia da carteira de identidade, comprovante do
benefício junto ao INSS, atestado médico e de antecedentes da requerente.

02. Realizada audiência onde foram ouvidos a requerente, a Sra. ....., mãe
biológica da menor, as testemunhas ..... e ...., com a presença da Exmas. Dras.
Promotora e Defensora Públicas.

É O RELATÓRIO. PASSO A DECIDIR.

03. O processo teve o seu trâmite legal.

04. Considerando o que foi apurado nos autos, não careceu a elaboração de
estudo social para fundamentar a decisão.
05. O Ministério Público, em bem elaborado parecer formalizado por sua
digna representante nesta Comarca, discorrendo sobre o instituto da guarda, foi de
parecer contrário ao deferimento do pedido, por não vislumbrar na situação a
necessidade de regularizar posse de fato.

06. A requerente demonstrou que a finalidade do pedido é, quando de sua


morte, não deixar a menor desamparada; está com idade bastante avançada pois
conta já com 86 anos; a mãe biológica ainda é viva, tem emprego e reside no
mesmo endereço da requerente desde o nascimento da menor; quem dedica maior
atenção à menor é a sua avó materna.

07. As testemunhas afirmaram que a avó da menor, Sra. Raimunda, é quem


efetivamente lhe dá toda a assistência e cuida dos seus interesses, vez que a
requerente, pela sua idade avançada (86 anos), não pode fazê-lo (fls. 17).

08. A guarda deverá ser deferida nos procedimentos de tutela e adoção e,


excepcionalmente, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos
pais ou responsável, o que não é o caso dos presentes autos.

09. O E. Tribunal de Justiça do Estado do Pará, em Acórdão de nº. 33.394,


publicado no Diário da Justiça de 06.04.98, em processo análogo ao aqui tratado,
decidiu nos seguintes termos:

“GUARDA E VIGILÂNCIA DE MENOR – Pretensão da tia


com a finalidade de garantir benefício educacional ao infante.
Inadmissibilidade frente à norma insculpida no art. 33,
parágrafo segundo do ECA.

1 – Não é de se reconhecer viabilidade jurídica a pretensão


“in casu”. O interesse de garantir benefício educacional ao
infante não caracteriza a situação excepcional que justifica,
nos termos d art. 33, parágrafo segundo, do Estatuto da
Criança e do Adolescente, o deferimento de guarda e
vigilância do menor à pretendente.

2 – Recurso conhecido mas improvido. Decisão unânime.”

10. ISTO POSTO e tudo o mais que dos autos consta, acolhendo o parecer do
Ministério Público, INDEFIRO O PEDIDO formulado por MARIA ......, quanto à
guarda da menor EUNICE....., por falta de amparo legal.

13. Sem custas, face promoção pela Defensoria Pública.

P.R.I. Cumpra-se.

............(PA), 06.agosto.1998

Carlos Alberto Miranda Gomes


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Justificação

PROC. Nº 00/00 – JUSTIFICAÇÃO DE GUARDA

Vistos etc,

01. MARIA ...., brasileira, solteira, CI nº 0.000.000-SSP/PA, residente no


Distrito de Desterro, neste Município, requereu justificação alegando que é filha de
Solange ...., já falecida, e que esta, ainda em vida, criou desde o nascimento o seu
neto Rodrigo ....., filho da requerente; entrou com a ação para provar que a falecida
tinha a guarda de fato do menor, sustentando-o com sua aposentadoria.

02. Juntou, com a inicial, certidão de nascimento do menor Rodrigo ...., registro
de óbito, declaração, carteira de trabalho e previdência social e comprovante de
benefício junto ao INSS, todos da falecida Solange ...., arrolando duas
testemunhas.

03. Realizada a audiência de justificação em que foram ouvidas as testemunhas


e a requerente.

04. O Ministério Público e a Defensoria Pública nada requereram.

05. Isto posto, JULGO, por sentença, a presente justificação, com base no art.
866 do Código de Processo Civil, para que produza seus efeitos, abstendo-me de
apreciação do mérito da prova (art. 866, § único, do CPC).

06. Intimem-se e, decorridas 48 horas, entreguem-se os autos à requerente,


independentemente de traslado.

07. Sem custas, face o patrocínio pela Defensoria Pública.

..................(PA), 20,abril,1998

CARLOS ALBERTO MIRANDA GOMES


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A guarda à luz do Estatuto da Criança e do Adolescente: reflexões

Revista do Ministério Público do Rio Grande do Sul, nº 29 p.160-162


Paulo Roberto Gomes de Freitas
Promotor de Justiça no Rio Grande do Sul

Introdução

O Estatuto da Criança e do Adolescente veio trazer profundas modificações na


política de atendimento à criança e ao adolescente, revogando o Código de
Menores e legislação pertinente que demonstravam exaustão frente a tão
preocupante problema social. Visando a maior eficiência, o novo diploma legal
começa por trocar a denominação Código, adotando a terminologia Estatuto,
querendo, com isso, significar mais do que um conjunto de regras e preceitos
impositivos de medidas aos que cometem atos infracionais para ser um diploma
de instituição de uma política ampla de proteção aos direitos individuais e
indisponíveis dos seres em formação física, moral e educacional, cometendo à
sociedade e ao Poder Público a responsabilidade de implementá-la. Deixou,
assim, a problemática do menor de ser encarada do ponto de vista apenasmente
jurídico para ser tratada como um problema social. Com este novo enfoque,
criou o Estatuto organismos como os Conselhos Municipais da Criança e do
Adolescente, os Conselhos Tutelares e outros institutos jurídicos, v. g., a
remição, além de alterar a concepção de alguns já tradicionais, dando-lhes nova,
dimensão tal como ocorreu com a guarda.

Da guarda

A guarda é uma das formas de colocação em família substituta, conforme dispõe


o art. 28, caput, do ECA. O instituto apresenta-se como forma liminar ou
incidental da tutela ou adoção, de sorte não fique a criança ou o adolescente
desamparado no curso do processo, pois se destina a regularizar a posse de fato.
Serve, ainda, para abrigar situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais
ou responsáveis.

Como se observa, a guarda é sempre deferida em favor da criança ou do


adolescente e pressupõe a colocação do infante em família substituta, não sendo
de sua essência a perda do pátrio poder, podendo com ele conviver ou dele se
destacar, quando não for o caso de perda, operando-se apenas a suspensão de
seu exercício. Objetiva a proteção da criança ou do adolescente em estado de
irregularidade, na expressão da lei revogada, entendendo-se como tal a
ocorrência de uma das situações previstas no art. 98 do ECA, que genericamente
tratou dos casos de irregularidade relacionados de forma específica no código
revogado.

Da guarda aos avós

A guarda não é vedada aos avós como ocorre na adoção, pela singela razão de
não romper com os vínculos de parentesco e filiação, como acontece nesta. Pelo
contrário, os sentimentos afetivos devem ser preservados. Entretanto, se os pais
do infante morarem sob o mesmo teto de seus pais (os avós) e deles forem
dependentes, tal circunstância não enseja o uso do instituto da guarda, pois,
trata-se de espécie de carência de recarência de recursos materiais, que a teor
do art. 23 do ECA, não é motivo de perda ou suspensão do pátrio poder, como
era na lei revogada, penalizando àqueles que já foram pelo destino
desamparados. Trata a hipótese de relação de direito de família, onde podem os
parentes exigir uns dos outros os alimentos necessários para a subsistência (art.
396 do CC), sendo recíproco o direito à prestação dos mesmos entre pais e filhos
e extensivo a todos os ascendentes, a teor do art. 397 do referido digesto civil.
Da guarda para fins previdenciários

A guarda quando constituída nos termos do Estatuto confere ao beneficiário a


condição de dependente para todos os fins e efeitos de direito, inclusive, o
previdenciário, sendo este um efeito do instituto e não causa de sua constituição,
como tantas vezes se entendeu sob a égide do Código de Menores revogado,
confundindo-se o universo com o continente. A assistência previdenciária para
quem dela necessita, por carente de recursos, é dever do Poder Público prestá-
la, por ser um direito constitucional do cidadão e, especialmente da criança e do
adolescente, por imperativo do vigente Estatuto.

Da guarda unilateral do filho do cônjuge

A guarda tem por finalidade precípua regularizar a posse de, fato, possibilitando
o legislador que se a utilize para atender situações peculiares, bem assim, para
suprir a falta eventual dos pais ou responsáveis.

Por peculiar, entende-se a situação estranha, diferente, esquisita, com


características e particularidades próprias, como a de postular a guarda da
filha(o) da esposa(o) com outro(a), estando a Criança ou o adolescente na posse
de fato do(a) suplicante, em decorrência de convívio derivado do casamento
dele(a) com a mãe ou o pai do infante.

Como bem acentuou Guilherme Gonçalves Strenger, na obra Guarda de Filhos, a


evolução social alterou a tipologia familiar de tal modo que famílias são
constituídas por pessoas divorciadas que contraem casamento com pessoas
solteiras ou também divorciadas que já geraram filhos os quais trazem para a
nova sociedade conjugal, estabelecendo um vínculo de parentesco de forma
fática que reflete a verdade biológica da filiação fazendo com que a guarda e a
filiação natural tenham de compatibilizar-se como uma resultante das relações
pessoais dos cônjuges e dos filhos.

O legislador contemplou no Estatuto, quando tratou da adoção, esta situação


peculiar, no art. 41, § 1.1, em favor dos interesses maiores da criança ou do
adolescente. Entretanto, no respeitante à guarda, foi silente.

Todavia, o silêncio do legislador a respeito desta hipótese no tratar da guarda,


não significa o desejo de não contemplá-la, pela simples razão de que tal
circunstância se abriga na tipologia "situação peculiar", usada como norma em
branco, um tipo aberto, no art. 33, § 2.0, do Estatuto.

Com efeito, se é possível a adoção, com graves efeitos no direito sucessório,


protegida pela irrevogabilidade, deve ser possível, igualmente, a guarda
unilateral, de conseqüências menos gravosas. eis, revogável a qualquer tempo.

Conclusões

Com estas reflexões, conclui-se que:

A guarda pressupõe a colocação da criança ou do adolescente em família


substituta.

A guarda não implica necessariamente na perda do pátrio poder, podendo com


ele conviver e dele se destacando, quando for o caso, pela suspensão.
A guarda não é possível aos avós cujos pais da criança ou do adolescente vivam
sob a dependência econômica deles, sob o mesmo teto, sendo esta uma relação
de direito de família.

A guarda pode e deve ser deferida aos avós, preservando os laços afetivos e
familiares desde que detenham efetivamente a posse de seus netos, em
detrimento dos pais destes.

A falta de recursos materiais não dá azo à guarda.

A guarda não pode ser instituída visando somente a fins previdenciários.

A guarda unilateral é uma espécie de situação peculiar, podendo ser deferida ao


cônjuge que pleiteá-la em favor do filho de seu consorte, por terem constituído
sociedade conjugal, depois de anterior divórcio ou ainda de filhos de pais
solteiros que trazem-nos para o casamento com outrem.

ECA. GUARDA DE MENOR DEFERIDA AOS AVOS. NO INTUITO DE


PRESERVAR OS INTERESSES DA CRIANÇA E QUE FOI DEFERIDA
A GUARDA AOS AVOS MATERNOS DA MENINA, UMA VEZ QUE
ELES APRESENTARAM MELHORES CONDIÇÕES PARA CUIDA-LA,
ALEM DE GARANTIREM O CONVÍVIO DA MENOR COM A MÃE,
QUE RESIDE NA CASA DOS PAIS, ESTANDO GARANTIDO AO
GENITOR O DIREITO DE VISITAS. APELO IMPROVIDO. (APELAÇÃO
CÍVEL Nº 70005011754, SÉTIMA CÂMARA CÍVEL, TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO RS, RELATOR: JOSÉ CARLOS TEIXEIRA GIORGIS,
JULGADO EM 18/06/2003)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ANASTÁCIO – MS.

....., vem com lhaneza e acatamento à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE GUARDA, E RESPONSABILIDADE COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA,


INAUDITA ALTERA PARS,DO MENOR IMPÚBERE .....

onde contende com .... e, ..., ..., expondo as razões fáticas, embebidas nos sustentáculos e,
secundados pelos pedidos, que darão azo ao requerimento final, na forma que se explana:

PRELIMINARMENTE

A Requerente é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, como reza a Lei 1060/50. Pede,
conseqüentemente, a concessão das Benesses da Graça, juntando nos autos, para tanto, declaração
de hipossuficiência.

ALÍGERAS SINÓPSE FÁTICAS

A Requerente é avó do menor ......, conforme comprova a certidão anexa aos autos.
Desde a data de 01/10/2.002, a Requerente vem exercendo de fato e de direito, a posse e a guarda
do referido menor.

Ab Initio, a mãe sempre se recusou a criar a criança abandonando-o sempre que viajava, tendo em
vista que a mesma trabalhava em bares, costumando a se prostituir, ficando na maioria das vezes,
até vinte dias fora da residência da Requerente, longe de seu filho, recém nascido, tendo
então a Requerente que assumir não só o papel de avó, como também de mãe.

Papel esse, que assumiu até os dias atuais, quando o menor, foi-lhe arrancado do convívio por sua
mãe, que ao arrumar um companheiro, afirmou que teria condições de criá-lo.

Tal situação, foi bastante dolorida para ambos (avó e neto), que após mais de quatro anos de vida
juntos, foram separados de maneira drástica, vindo, inclusive a Requerida, agredir fisicamente a
Requerente, para poder levar o menor ...

Esta alteração de lar está implicando na mudança de hábitos e de ambiente familiar, o que
certamente causará no mínimo, forte e marcante abalo psicológico à criança, pois, há na infante o
expresso desejo de continuar morando com a avó materna, ora Requerente, a quem chama de mãe.

Ora, Excia., a guarda do menor somente deve ser modificada segundo o precípuo interesse da
infante e, mediante comprovação de fatos relevantes que desmereçam a atuação da guardiã.

E, conforme o caso telado, o que temos é que a Requerente exercia de fato a guarda de seu neto e,
quanto a essa não pesam relatórios desabonadores em sua conduta, pois, é mulher honesta,
trabalhadora e muito zelosa e amável com seu neto.

O fato é, que a criança encontra-se adaptada à situação dela derivada, em situação de plena
estabilidade. Erro maior seria a retirada da mesma, deste convívio, para colocá-la em outro, mesmo,
que seja com a própria mãe que ele (o menor), sequer a chama assim.

Pois não se sabe quanto tempo durará o convívio com mais, um de seus amores.

Tendo em vista que, a Requerida apesar de ser pessoa imatura e irresponsável, também, não possui
condições morais (uma vez que foi prostituta, só parando depois que passou a morar com seu
companheiro e, isso a uns dois meses atrás) e muito menos, econômicas, (uma vez que se encontra
desempregada), motivo este que pleiteia a Requerente a guarda de seu neto.

Na data de 10 de março 2.007, a Requerida que diz mãe do menor, não cumpriu com o seu papel, ou
seja, a de dar todo o amparo necessário para seu filho, uma vez que ao perceber que o mesmo
encontrava-se doente, agiu com imprudência, dirigindo-se de motocicleta com seu atual companheiro
e a criança, para a casa de sua mãe, ora Requerente, onde tinha a certeza que ali, seriam tomados
todos os cuidados necessários para a saúde da criança.
Ao abicar na casa de sua mãe, a Requerida entregou a criança para a Requerente, dizendo para que
cuidasse de seu filho, pois, o mesmo estava doente e não parava de chorar, que a mesma voltaria no
fim da tarde para pegá-lo, pois era sábado e não queria encheção de saco.

Como a Requerente, sempre teve pelo neto, o amor de mãe não se exaltou em ficar com a criança,
levando-o ao médico, para que, o mesmo, fosse examinado. (documento em anexo)

Mais que demonstrado a imaturidade e irresponsabilidade da mãe do menor, onde ao perceber que
teria que cuidar da criança num pleno sábado de manhã, levou-o, para a casa de quem ela sempre
recorre, ou seja, de sua mãe, ora Requerente.

São visíveis à preocupação e o zelo para com a criança, pelo que agora a Requerente, vem pleitear a
guarda apenas para regularizar uma situação de dependência econômica de fato, uma vez que a
Requerida não tem condiçõesmorais e, sócio-econômicas, para criá-lo e educá-lo.

Flagrante que a Requerente, faz isso por amor ao neto, socorrendo-o em todos os momentos de
necessidades, desejando, contudo, ter a guarda do menor em apreço, de modo a dar carinho,
atenção e os cuidados necessários ao seu pleno desenvolvimento, social e intelectual.

DOS SUSTENTÁCULOS
Noticia os autos que o menor ..., desde seu nascimento até os quatro anos de idade, sempre se
encontrou sob a guarda e sustento de sua avó materna, haja vista, que sua genitora não possui
condições morais e financeiras para criá-lo, bem como, seu genitor que, além de não reconhecer o
filho, é totalmente alheio aos acontecimentos de sua vida, vivendo o menor sob os cuidados da
Requerente.

É certo que o deferimento judicial de guarda visa, precipuamente, regularizar situação de fato
existente, propiciando melhor atendimento da criança em todos os aspectos, nos termos do artigo 33,
da Lei nº 8.069/90.

No caso presente, o que deve ser levado em consideração, primordialmente, é o interesse do


menor ..., que já é mantido pela Requerente, sua avó materna, desde o seu nascimento.

A concessão de guarda, nesses termos, tem sido admitida, já encontrando amparo na jurisprudência,
senão vejamos:

“Se os avós maternos prestam assistência integral a infante, desde a tenra idade, exercendo a
guarda de fato, já que a mãe nunca responsabilizou-se pela criação da filha, defere-se a guarda
aqueles. Apelação provida. (Apelação Cível nº 597173053, 7ª Câmara Cível do TJRS, Santa Rosa,
Rel. Des. Eliseu Gomes Torres. j. 02.09.1998).(grifos postos)

Seguindo, essa mesma linha de raciocínio, temos:

O art. 33, § 2º, do ECA autoriza o deferimento da guarda, excepcionalmente, fora dos casos de tutela
e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável. Se
a avó materna, juntamente com o guardião, presta assistência integral ao infante, desde a tenra
idade, exercendo a guarda de fato, já que os pais nunca responsabilizaram-se pela criação do filho,
defere-se a extensão da guarda aquela. Apelação provida. (Apelação Cível nº 598214260, 7ª Câmara
Cível do TJRS, Porto Alegre, Rel. Des. Eliseu Gomes Torres. j. 09.09.1998). (grifos postos)

Ora, a finalidade precípua da guarda é regularizar situação de fato existente, permitindo à criança
melhor assistência, em todos os aspectos.

O instituto da guarda, como de resto, toda a intenção legislativa contida no Estatuto da Criança e do
Adolescente, visa o bem-estar do menor, e a garantia de um futuro sadio.
Uma vez que se encontra, sob a manutenção e égide da Requerente, a qual é responsável material e
afetivamente, não há como não deferir tal pretensão formulada pela avó, ora Requerente, que já
exerce de fato a guarda do neto que vive em sua companhia, desde o seu nascimento, aplicando
sempre ao seu neto, assistências materiais, morais e educacionais.

O pedido de guarda caracteriza-se como uma medida excepcional, por esta razão, só pode ser
deferida em caso de necessidade de regularizar posse de fato e direito.

DA PROVA INEQUÍVOCA, DA VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES e do FUNDADO RECEIO


DA DANO IRREPARÁVEL

O artigo 273, I do CPC, autoriza a concessão de Tutela Antecipada, quando presentes os requisitos
da prova inequívoca, verossimilhança das alegações e fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação.

Presentes os requisitos da prova inequívoca e verossimilhança da alegação, bem como, o fundado


receio de dano irreparável ou de difícil reparação, é imperativa a concessão da tutela antecipada.

A tutela antecipada reclama prova inequívoca a seu respeito, a qual, somente se configurará quando
a prova for isenta de ambigüidade, dotada de sentido unívoco, bastando para atender ao que dispõe
o artigo supracitado.

Tendo em vista que a Requerente é Funcionária Pública Estadual e, possui melhores condições de
cuidar do desenvolvimento do menor, o que vem fazendo de modo exclusivo e, sem a participação da
Requerida, desde o nascimento da infante, não há como não atribuir a guarda provisória do menor a
Requerente.
Devem também estar presente nos Autos, a verossimilhança das alegações e o fundado receio de
dano irreparável ou de difícil reparação.

A verossimilhança das alegações do Requerente traduz-se na possibilidade da Requerente possuir


melhores condições de exercer o cargo de guardiã do menor, o que de fato já fazia a mais de quatro
anos.

Já o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, também presente neste caso,
significa o temor de que, enquanto se aguarda a tutela definitiva, venham a ocorrer fatos que
prejudiquem o desenvolvimento moral e social de uma criança de quatro anos.

A expressão "fundado receio" significa o temor baseado em fatos positivos, que possam inspirar, em
qualquer pessoa sensata, o medo de ser prejudicada.

O perigo de dano refere-se, ao interesse processual em obter uma justa composição do litígio, seja
em favor de uma ou de outra parte, o que não poderá ser alcançado, caso se concretize o dano
temido.

O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, encontra-se presente nesta demanda,
pois, se a tutela antecipada não for concedida para atribuir a guarda provisória do menor para a
Requerente, o mesmo (menor), poderá ter problemas com a saúde e, com o atraso na educação
escolar, dentre muitos outros, os quais, também serão demonstrados no transcorrer do processo,
pois, como já dito, a mãe sempre foi imatura, irresponsável, negligente e, ausente da vida de seu
filho.

APENAS A TÍTULO DE ILUSTRAÇÃO, O MENOR CHAMA A MÃE PELO SEU NOME, OU SEJA,
DE ..., E SUA AVÓ PELO NOME DE MÃE.

Este temor justifica-se, plenamente pelo relatório exposto, que demonstra de forma evidente a
negligência com que a Requerida tratava seu filho.

A Requerente, portanto, deseja que a guarda de fato do menor seja transformada em judicial, haja
vista, que é a medida que melhor atende aos interesses do menor que, se for o caso, deverá ser
ouvido, pois, seu desejo é ficar com a avó, que o mesmo a chama de mãe.

O Estatuto da Criança e do Adolescente, viabiliza a guarda provisória, em seu artigo 33 e seguinte:

"Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive ao pais.

...

§ 2º: Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito
de representação para a prática de atos determinados.

Dentre estes deveres, está o de prestar assistência material, intelectual, emocional e moral.

Por tudo que foi patente, restou amplamente demonstrada a negligência da Requerida, que deixou
seu filho em abandono e não proporcionou ao mesmo, o sonho que todo infante tem, ou seja, de ter
uma mãe ao seu lado.

O seu interesse em ter a guarda do menor, tem como único e exclusivo escopo a segurança física,
emocional e moral do neto.

DOS REQUERIMENTOS

Pelo Joeirado, em benefício do próprio menor, requer seja de chofre:

A concessão de tutela antecipada, Inaudita Altera Pars, para conceder provisoriamente a guarda da
menor;
Sejam, determinadas as citações dos Requeridos, no preâmbulo acima, para que possam contestar,
querendo, a presente ação;

Requer o deferimento do presente pleito, com o fim de outorgar a Requerente à guarda e cuidados do
menor, devendo a mesma exercer o poder maternal e paternal, sem embargo do direito de visitas dos
Requeridos;

Requer seja, determinada, para tanto, a audiência para que sejam ouvidos as testemunhas e os
interessados, e, posteriormente, expedido o devido alvará de guarda do menor;

Que seja intimado o digníssimo representante do Parquet, para pronunciamento sobre o feito.

Requer o deferimento das Benesses da Graça.

Requerer seja o trâmite do respectivo feito, realizado sob Segredo de Justiça, amoldando-se nos
termos do art. 155 do Código de Processo Civil, em seu inciso II, evitando-se constrangimentos
desnecessários às partes pela publicidade dos atos.

Protesta provar, por todos os meios admitidos em direito, notadamente os documentos inclusos,
depoimentos pessoais, testemunhais e demais que julgar necessário no decorrer do processo.

Por fim, requer sejam ouvidas as testemunhas infra arroladas, requerendo as suas intimações.

Enumera-se o presente à importância de trezentos e cincoenta reais, como valor dado à causa, para
os devidos efeitos legais.

Aguarda merecer deferimento.

Aquidauana – MS, 10 de março de 2.007.

VINÍCIUS MENDONÇA DE BRITTO


OAB/MS 11.249

Acuerdo Nº 35782-8/2008 de 2º Grau - Terceira Câmara Cível, de 13 Janeiro 2009

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Resumo

Apelação Cível. Menor. Guarda Judicial. Deferimento Aos Avós Maternos. Regularização de Situação de
Fato Já Existente. Inclusão como Dependente dos Guardiões Segurados em Plano de Saúde
Previdenciário. Viabilidade. Equiparação a Filho. Princípio da Isonomia. Inteligência do Estatuto da Criança
e do Adolescente e da Constituição Federal. Recurso Improvido, por Maioria. Sentença Mantida. 1- se o
Pedido de Guarda Feito por Avós Maternos Visa, Além dos Fins Previdenciários, Regularizar uma Situação
de Fato Já Existente e Comprovada nos Autos, Deve o Mesmo Ser Deferido. os Benefícios Previdenciários
São Conseqüência Natural Advinda da Guarda Pleiteada, Ex VI do Art. 33, § 3°, do Estatuto da Criança e
do Adolescente (Eca). 2- o Menor Mantido sob a Guarda Judicial Não se Distingue dos Filhos Menores, dos
Tutelados e dos Enteados, Diante do Disposto no Eca, Bem como Não Ser Possível Dar Tratamento
Desigual a Situações que São, em Todos os Sentidos - Fática e Juridicamente - Equiparadas, sob Pena de
Ferir-se o Princípio da Isonomia. 3- Revela-se Imperativa, Assim, a Inclusão da Neta dos Apelados como
Sua Dependente, nos Moldes Postulados, Visto que as Disposições Legais se Sobrepõem àquelas
Estatutárias.
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Fragmento

Acuerdo Nº 35782-8/2008 de 2º Grau - Terceira Câmara Cível, de 13 Janeiro 2009


Poder Judiciario
Tribunal de Justica do Estado da Bahia
Terceira Camara Cfvel
1
APELA^AO CIVEL N°: 35782-8/2008
OR1GEM: RIACHAO DO JACU1PE
I'ROCESSO DE ORIGEM: 1482904-5/2007 - TUTELA
APELANTE(S): ESTADO DA BAHIA
Procurador (a) do Estado: ELIANE ANDRADE LEITE RODRIGUES
APELADO(s): LINDOVAL RIBEIRO MATOS e OUTROS.
ADVOGADO: MAURO GEOSVALDO FERREIRA SILVA
RELATORA: DESa. ROSITA FALCAO DE ALMEIDA MAI A
SEGUNDO JULGADOR: DES. SINESIO CABRAL Filho.
APELACAO ciVEL. MENOR. GUARDA JUDICIAL.
DEFER1MENTO AOS AVOS MATERNOS. REGULARIZACAO
DE SITUACAO DE FATO JA EXISTENTE. INCLUSAO COMO
DEPENDENCE DOS GUARDIOES SEGURADOS EM PLANO
DE SAUDE PREVIDENCIARIO. VIABILIDADE.
EQUIPARACAO A FILHO. PRINCIPIO DA ISONOMIA.
INTELIGENCIA DO ESTATUTO DA CRIAN^A E DO
ADOLESCENTE E DA CONSTITUICAO FEDERAL.
RECURSO IMPROVIDO, POR MAIORIA. SENTENCA
MANTIDA.
1- Se o pedido de guarda feito por avos maternos visa, alem dos fins previdenciarios, regularizar uma
situa^ao de fato ja existente e comprovada nos autos, deve o mesmo ser deferido.
Os beneficios previdenciarios sao conseqiiencia natural advinda da guarda pleiteada, 'ex vi' do art. 33, §
3°, do
Estatuto da Crianca e do Adolescente (ECA).
2- O menor mantido sob a guarda judicial nao se distingue dos filhos menores, dos tutelados e dos
enteados, diante do disposto no ECA, bem como nao ser possivel dar tratamento desigual a situacoes
que sao, em todos os sentidos - fatica e juridicamente - equiparadas, sob pena de ferir-se o principio da
isonomia.
3- Revela-se imperativa, assirn, a inclusao da neta dos Apelados como sua dependente, nos moldes
postulados, visto que as disposicoes legais se sobrepoem aquelas estatutarias.
Ac n° 35782-8/2008 v. vist. NMF
Poder Judiciario
Tribunal de Justica do Estado da Bahia
Terceira Camara Civel
2
ACORDAO
Vistos, relatados e...

Protegido pela Lei nº 9.610, de 19/02/1998 - Lei de Direitos Autorais

PEDIDO DE GUARDA DE
CRIANÇA/ADOLESCENTE PARA
REGULARIZAÇÃO DE SITUAÇÃO DE
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA DE FATO (Art. 33,
§ 3º da Lei nº 8.069/90)
Exmo Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ª Vara de Família da Comarca de (xxx)

NOME DO REQUERENTE, (ou Autor, Demandante, Suplicante), (Nacionalidade), (Profissão),


solteiro, portador da Carteira de Identidade nº (xxx), inscrito no CPF sob o nº (xxx), residente e
domiciliada à Rua (xxx), nº (xxx), Bairro (xxx), Cidade (xxx), Cep. (xxx), no Estado de (xxx), por seu
procurador infra-assinado, vem à presença de V. Exa, requerer

ALVARÁ DE CONCESSÃO DE GUARDA

pelos motivos que abaixo que passa a expor:


1. O REQUERENTE é avô materno do menor (xxx), condição esta devidamente provada pelas
certidões anexas a este pedido (doc. 01). Em virtude da situação financeira precária em que tem se
encontrado nos últimos anos a mãe do menor, filha do REQUERENTE, há muito este vem provendo o
sustento da criança, arcando com todas as suas necessidades materiais. O pai do menor há muito
também encontra-se em semelhante situação financeira, estando desemepregado há quase dois
anos, motivo pelo qual não pôde este, da mesma forma, corresponder às necessidades materiais da
criança, hoje com 06 (seis) anos de idade;

2. Com seus vencimentos, o REQUERENTE felizmente têm conseguido arcar com o sustento
material da criança, possibilitando atualmente que seu neto estude em colégio particular e que se
dedique inclusive a atividades esportivas e recreativas, também custeadas pelo REQUERENTE.

3. Tendo em vista a situação de fato que se afigura, demonstrado o zelo e carinho com o qual
oREQUERENTE cuida da criança, tanto do ponto de vista material quanto afetivo (vale ressaltar que
a criança permanecerá, como até agora esteve, no convívio também de sua mãe), pretende
oREQUERENTE tão somente regularizar a situação de dependência econômica de fato já existente.
Oportuno esclarecer que preocupa-se também o REQUERENTE, com a medida judicial, viabilizar o
recebimento, por parte da criança, de eventuais benefícios previdenciários.

A Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, sobre a questão


da guarda dispõe:

´´Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou
adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou
incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito
de representação para a prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os
fins e efeitos de direito, inclusive previdenciário.´´

Tendo em vista o exposto, REQUER:

a. Seja intimado o ilustre representante do Ministério Público, para que se manifeste quanto aos
termos do pedido;

b. Proceda-se à oitiva das testemunhas e interessados, sendo enfim julgada PROCEDENTE a


demanda, com a conseqüente expedição do alvará de guarda da criança;

Pretende provar, caso necessário, o que ora alega através de todos os meios de prova em direito
admitidos.

Dá à causa o valor de (xxx) (valor expresso).

Termos que

Pede deferimento.

(Local, data e ano).

(Nome e assinatura do advogado).

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE ANASTÁCIO – MS.


....., vem com lhaneza e acatamento à presença de Vossa Excelência
propor
AÇÃO DE GUARDA, E RESPONSABILIDADE COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA,
INAUDITA ALTERA PARS,DO MENOR IMPÚBERE .....
onde contende com .... e, ..., ..., expondo as razões fáticas,
embebidas nos sustentáculos e, secundados pelos pedidos, que darão
azo ao requerimento final, na forma que se explana:
PRELIMINARMENTE
A Requerente é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, como reza
a Lei 1060/50. Pede, conseqüentemente, a concessão das Benesses da
Graça, juntando nos autos, para tanto, declaração de
hipossuficiência.
ALÍGERAS SINÓPSE FÁTICAS
A Requerente é avó do menor ......, conforme comprova a certidão
anexa aos autos.
Desde a data de 01/10/2.002, a Requerente vem exercendo de fato e de
direito, a posse e a guarda do referido menor.
Ab Initio, a mãe sempre se recusou a criar a criança abandonando-o
sempre que viajava, tendo em vista que a mesma trabalhava em bares,
costumando a se prostituir, ficando na maioria das vezes, até vinte
dias fora da residência da Requerente, longe de seu filho,
recém nascido, tendo então a Requerente que assumir não só
o papel de avó, como também de mãe.
Papel esse, que assumiu até os dias atuais, quando o menor, foi-lhe
arrancado do convívio por sua mãe, que ao arrumar um companheiro,
afirmou que teria condições de criá-lo.
Tal situação, foi bastante dolorida para ambos (avó e neto), que
após mais de quatro anos de vida juntos, foram separados de maneira
drástica, vindo, inclusive a Requerida, agredir fisicamente a
Requerente, para poder levar o menor ...
Esta alteração de lar está implicando na mudança de hábitos e de
ambiente familiar, o que certamente causará no mínimo, forte e
marcante abalo psicológico à criança, pois, há na infante o expresso
desejo de continuar morando com a avó materna, ora Requerente, a
quem chama de mãe.
Ora, Excia., a guarda do menor somente deve ser modificada segundo o
precípuo interesse da infante e, mediante comprovação de fatos
relevantes que desmereçam a atuação da guardiã.
E, conforme o caso telado, o que temos é que a Requerente exercia de
fato a guarda de seu neto e, quanto a essa não pesam relatórios
desabonadores em sua conduta, pois, é mulher honesta, trabalhadora e
muito zelosa e amável com seu neto.
O fato é, que a criança encontra-se adaptada à situação dela
derivada, em situação de plena estabilidade. Erro maior seria a
retirada da mesma, deste convívio, para colocá-la em outro, mesmo,
que seja com a própria mãe que ele (o menor), sequer a chama assim.
Pois não se sabe quanto tempo durará o convívio com mais, um de seus
amores.
Tendo em vista que, a Requerida apesar de ser pessoa imatura e
irresponsável, também, não possui condições morais (uma vez que foi
prostituta, só parando depois que passou a morar com seu companheiro
e, isso a uns dois meses atrás) e muito menos, econômicas, (uma vez
que se encontra desempregada), motivo este que pleiteia a Requerente
a guarda de seu neto.
Na data de 10 de março 2.007, a Requerida que diz mãe do menor, não
cumpriu com o seu papel, ou seja, a de dar todo o amparo necessário
para seu filho, uma vez que ao perceber que o mesmo encontrava-se
doente, agiu com imprudência, dirigindo-se de motocicleta com seu
atual companheiro e a criança, para a casa de sua mãe, ora
Requerente, onde tinha a certeza que ali, seriam tomados todos os
cuidados necessários para a saúde da criança.
Ao abicar na casa de sua mãe, a Requerida entregou a criança para a
Requerente, dizendo para que cuidasse de seu filho, pois, o mesmo
estava doente e não parava de chorar, que a mesma voltaria no fim da
tarde para pegá-lo, pois era sábado e não queria encheção de saco.
Como a Requerente, sempre teve pelo neto, o amor de mãe não se
exaltou em ficar com a criança, levando-o ao médico, para que, o
mesmo, fosse examinado. (documento em anexo)
Mais que demonstrado a imaturidade e irresponsabilidade da mãe do
menor, onde ao perceber que teria que cuidar da criança num pleno
sábado de manhã, levou-o, para a casa de quem ela sempre recorre, ou
seja, de sua mãe, ora Requerente.
São visíveis à preocupação e o zelo para com a criança, pelo que
agora a Requerente, vem pleitear a guarda apenas para regularizar
uma situação de dependência econômica de fato, uma vez que a
Requerida não tem condições morais e, sócio-econômicas, para criá-lo
e educá-lo.
Flagrante que a Requerente, faz isso por amor ao neto, socorrendo-o
em todos os momentos de necessidades, desejando, contudo, ter a
guarda do menor em apreço, de modo a dar carinho, atenção e os
cuidados necessários ao seu pleno desenvolvimento, social e
intelectual.
DOS SUSTENTÁCULOS
Noticia os autos que o menor ..., desde seu nascimento até os quatro
anos de idade, sempre se encontrou sob a guarda e sustento de sua
avó materna, haja vista, que sua genitora não possui condições
morais e financeiras para criá-lo, bem como, seu genitor que, além
de não reconhecer o filho, é totalmente alheio aos acontecimentos de
sua vida, vivendo o menor sob os cuidados da Requerente.
É certo que o deferimento judicial de guarda visa, precipuamente,
regularizar situação de fato existente, propiciando melhor
atendimento da criança em todos os aspectos, nos termos do artigo
33, da Lei nº 8.069/90.
No caso presente, o que deve ser levado em consideração,
primordialmente, é o interesse do menor ..., que já é mantido pela
Requerente, sua avó materna, desde o seu nascimento.
A concessão de guarda, nesses termos, tem sido admitida, já
encontrando amparo na jurisprudência, senão vejamos:
“Se os avós maternos prestam assistência integral a infante, desde a
tenra idade, exercendo a guarda de fato, já que a mãe nunca
responsabilizou-se pela criação da filha, defere-se a guarda
aqueles. Apelação provida. (Apelação Cível nº 597173053, 7ª Câmara
Cível do TJRS, Santa Rosa, Rel. Des. Eliseu Gomes Torres. j.
02.09.1998).(grifos postos)
Seguindo, essa mesma linha de raciocínio, temos:
O art. 33, § 2º, do ECA autoriza o deferimento da guarda,
excepcionalmente, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a
situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou
responsável. Se a avó materna, juntamente com o guardião, presta
assistência integral ao infante, desde a tenra idade, exercendo a
guarda de fato, já que os pais nunca responsabilizaram-se pela
criação do filho, defere-se a extensão da guarda aquela. Apelação
provida. (Apelação Cível nº 598214260, 7ª Câmara Cível do TJRS,
Porto Alegre, Rel. Des. Eliseu Gomes Torres. j. 09.09.1998). (grifos
postos)
Ora, a finalidade precípua da guarda é regularizar situação de fato
existente, permitindo à criança melhor assistência, em todos os
aspectos.
O instituto da guarda, como de resto, toda a intenção legislativa
contida no Estatuto da Criança e do Adolescente, visa o bem-estar do
menor, e a garantia de um futuro sadio.
Uma vez que se encontra, sob a manutenção e égide da Requerente, a
qual é responsável material e afetivamente, não há como não deferir
tal pretensão formulada pela avó, ora Requerente, que já exerce de
fato a guarda do neto que vive em sua companhia, desde o seu
nascimento, aplicando sempre ao seu neto, assistências materiais,
morais e educacionais.
O pedido de guarda caracteriza-se como uma medida excepcional, por
esta razão, só pode ser deferida em caso de necessidade de
regularizar posse de fato e direito.
DA PROVA INEQUÍVOCA, DA VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES e do FUNDADO
RECEIO DA DANO IRREPARÁVEL
O artigo 273, I do CPC, autoriza a concessão de Tutela Antecipada,
quando presentes os requisitos da prova inequívoca, verossimilhança
das alegações e fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação.
Presentes os requisitos da prova inequívoca e verossimilhança da
alegação, bem como, o fundado receio de dano irreparável ou de
difícil reparação, é imperativa a concessão da tutela antecipada.
A tutela antecipada reclama prova inequívoca a seu respeito, a qual,
somente se configurará quando a prova for isenta de ambigüidade,
dotada de sentido unívoco, bastando para atender ao que dispõe o
artigo supracitado.
Tendo em vista que a Requerente é Funcionária Pública Estadual e,
possui melhores condições de cuidar do desenvolvimento do menor, o
que vem fazendo de modo exclusivo e, sem a participação da
Requerida, desde o nascimento da infante, não há como não atribuir a
guarda provisória do menor a Requerente.
Devem também estar presente nos Autos, a verossimilhança das
alegações e o fundado receio de dano irreparável ou de difícil
reparação.
A verossimilhança das alegações do Requerente traduz-se na
possibilidade da Requerente possuir melhores condições de exercer o
cargo de guardiã do menor, o que de fato já fazia a mais de quatro
anos.
Já o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação,
também presente neste caso, significa o temor de que, enquanto se
aguarda a tutela definitiva, venham a ocorrer fatos que prejudiquem
o desenvolvimento moral e social de uma criança de quatro anos.
A expressão "fundado receio" significa o temor baseado em fatos
positivos, que possam inspirar, em qualquer pessoa sensata, o medo
de ser prejudicada.
O perigo de dano refere-se, ao interesse processual em obter uma
justa composição do litígio, seja em favor de uma ou de outra parte,
o que não poderá ser alcançado, caso se concretize o dano temido.
O fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação,
encontra-se presente nesta demanda, pois, se a tutela antecipada não
for concedida para atribuir a guarda provisória do menor para a
Requerente, o mesmo (menor), poderá ter problemas com a saúde e, com
o atraso na educação escolar, dentre muitos outros, os quais, também
serão demonstrados no transcorrer do processo, pois, como já dito, a
mãe sempre foi imatura, irresponsável, negligente e, ausente da vida
de seu filho.
APENAS A TÍTULO DE ILUSTRAÇÃO, O MENOR CHAMA A MÃE PELO SEU NOME, OU
SEJA, DE ..., E SUA AVÓ PELO NOME DE MÃE.
Este temor justifica-se, plenamente pelo relatório exposto, que
demonstra de forma evidente a negligência com que a Requerida
tratava seu filho.
A Requerente, portanto, deseja que a guarda de fato do menor seja
transformada em judicial, haja vista, que é a medida que melhor
atende aos interesses do menor que, se for o caso, deverá ser
ouvido, pois, seu desejo é ficar com a avó, que o mesmo a chama de
mãe.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, viabiliza a guarda
provisória, em seu artigo 33 e seguinte:
"Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral
e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o
direito de opor-se a terceiros, inclusive ao pais.
...
§ 2º: Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de
tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou suprir a
falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o
direito de representação para a prática de atos determinados.
Dentre estes deveres, está o de prestar assistência material,
intelectual, emocional e moral.
Por tudo que foi patente, restou amplamente demonstrada a
negligência da Requerida, que deixou seu filho em abandono e não
proporcionou ao mesmo, o sonho que todo infante tem, ou seja, de ter
uma mãe ao seu lado.
O seu interesse em ter a guarda do menor, tem como único e exclusivo
escopo a segurança física, emocional e moral do neto.
DOS REQUERIMENTOS
Pelo Joeirado, em benefício do próprio menor, requer seja de
chofre:
A concessão de tutela antecipada, Inaudita Altera Pars, para
conceder provisoriamente a guarda da menor;
Sejam, determinadas as citações dos Requeridos, no preâmbulo acima,
para que possam contestar, querendo, a presente ação;
Requer o deferimento do presente pleito, com o fim de outorgar a
Requerente à guarda e cuidados do menor, devendo a mesma exercer o
poder maternal e paternal, sem embargo do direito de visitas dos
Requeridos;
Requer seja, determinada, para tanto, a audiência para que sejam
ouvidos as testemunhas e os interessados, e, posteriormente,
expedido o devido alvará de guarda do menor;
Que seja intimado o digníssimo representante do Parquet, para
pronunciamento sobre o feito.
Requer o deferimento das Benesses da Graça.
Requerer seja o trâmite do respectivo feito, realizado sob Segredo
de Justiça, amoldando-se nos termos do art. 155 do Código de
Processo Civil, em seu inciso II, evitando-se constrangimentos
desnecessários às partes pela publicidade dos atos.
Protesta provar, por todos os meios admitidos em direito,
notadamente os documentos inclusos, depoimentos pessoais,
testemunhais e demais que julgar necessário no decorrer do
processo.
Por fim, requer sejam ouvidas as testemunhas infra arroladas,
requerendo as suas intimações.
Enumera-se o presente à importância de trezentos e cincoenta reais,
como valor dado à causa, para os devidos efeitos legais.
Aguarda merecer deferimento.

Aquidauana – MS, 10 de março de 2.007.

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