O Nome Jesus samento orientado para a investigação da natureza é

fascinante... Uma ordem social já estabelecida tende a

SRI SWAMI KRSNAPRIYANANDA
SARASWATI
INSTITUTO IVES
Departamento de Ensino Religioso da
SANATANA DHARMA BRASIL
GITA ASHRAMA
2006
"Se, pois, eu não souber o sentido da voz,
serei estrangeiro para aquele que fala,
e o que fala será estrangeiro para mim"
(I Co. 14.11).
privilegiar as formas passadas de pensar, pois a novi-
dade é sempre imprevisível, incontrolável, subversi-
va".* Pensamos não ter uma polêmica maior daquela
que envolve o verdadeiro nome do prometido "Messi-
as" que, segundo os seguidores cristãos, teria nascido
no ano 1 da atual era, e que ao longo dos séculos fir-
mou-se como tendo o nome "jesus", apesar deste no-
me, provavelmente, ser uma palavra composta, e refe-
rir-se um alcunho discriminatório contra os "judeus"
da época, e que passou para o uso popular. Contudo,
não há nenhuma comprovação histórica e material
para fundamentá-lo, estando presente apenas naqueles
escritos e nos testemunhos dos que possuem interesse
no fato, e sendo posterior aos textos bíblicos originais.
Quando questionado a respeito de uma existência his-
tórica e concreta de fatos que comprovem, não só o
nome, como a própria existência de Jesus, no ano de
955, num Congresso Internacional de História, reali-
zado na cidade de Roma, o Papa Pio XII disse: "Para
os cristãos, o problema da existência de Jesus Cristo
concerne à fé, e não à história". De fato, nunca foi um
problema para a Igreja Católica dar fundamento histó-
rico para a sua doutrina religiosa. Mas isso não é um
problema somente dos católicos; na Índia, também, até
muito recentemente, houve um descaso com o passa-
do, sendo-nos muito difícil datar qualquer coisa acon-
tecida devido à despreocupação arqueológica dos go-
vernos indianos. O pouco que sabemos sobre a história
da Índia deve-se aos escritos dos "colonizadores", e
daqueles que ocuparam o território do país ao longo
dos séculos. Apesar de uma ampla disposição de do-
cumentos escritos na época do Nazareno, ainda não
vimos nenhuma referência ao nome latino transliterato
"jesus", que surgiu, provavelmente na ocasião da tra-
dução da Vulgata Latina, uma tradução feita pelo bis-
po Jerônimo, por ordem do Papa Damaso, numa revi-
são da antiga tradução Latina da Bíblia no ano de 383.
A palavra mais próxima que temos disponível de “je-
sus” é em aramaico: "Yeshua", que traduz-se como
"Josué". Palavra, aliás, que passou para o Yorubá "'e-
xu".

Sumário 2. Étimo-filologia: Judeu ou Juiz?

1. Fé e história Para podermos entender a mais pro-
2. Étimo-filologia: Judeu ou Juiz? vável origem da palavra latina "jesus",
3 Yudah? deveremos entender, também, uma pos-
4. A César do que é de César sível origem da palavra "judeu". A pala-
5. Ave Caesar vra "judeu" tem origem no Latim: "iu-
6. A jacota romana
dex", que quer dizer: "juiz", devido ao
7. Como chamavam os romanos
8. Mashah fato de que o povo hebreu era guiado pela orientação
9. Histórias semelhantes civil e religiosa dada pelos Rabinos, e uma vez que o
10. As Principais Influências líder religioso, junto com um Conselho de Leis, encar-
regava-se de julgar os membros do seu povo, segundo
a Lei Mosaica. Na antiguidade, não havia uma separa-
1. Fé e história ção entre religião e estado, portanto, ainda que hou-
O epistemólogo, Rubem Alves, escreveu: "A luta vesse os julgamentos por parte do rei, estes tinham um
entre o pensamento baseado na autoridade, e o pen- supervisionamento por parte dos religiosos. A lei Mo-
 Swami Krishnapriyananda – O nome Jesus
saica trata-se de um conjunto de regras estabelecidas
no final do Livro do Gênese, e, também, no Livro dos
"Juízes" (shophet), ou o Livro das Leis dos judeus,
sendo que estas últimas foram escritas entre 1200 e
1040 a.n.e. Em hebraico, "juiz" diz-se "shophet", "juiz,
governador, líder, guia, condutor da lei, etc.", bem
como é uma palavra variante para designar "rei". O
Dicionário Websters diz que "shophet" referia-se, no
Antigo Testamento, "... mais a um magistrado ou go-
vernador, do que propriamente um juiz como hoje
conhecemos". Em francês, o étimo é "chauffeur", o
chofer ou condutor de um veículo. O nome hebreu de
"shophet" foi dado para aqueles governantes que se
encarregavam de dirigir os negócios da vida social dos
chamados "ishra-EL-itas", durante o intervalo da mor-
te de Yeshua (Josué), e a ascensão de Shaul. Este perí-
odo (1.200, 1.050 a.n.e) era uma época de anarquia e
confusão entre aqueles povos, de modo que não havia
uma hegemonia entre as chamadas 12 tribos de Israel.
O ofício de governar e de julgar, por ser vitalício, era
mantido durante a vida dos regentes, mas isso não era
hereditário, nem tampouco eles podiam apontar um
sucessor. A sua autoridade estava limitada apenas pela
Lei, e em casos de dúvida, eram direcionados ao con-
selho do Rei Divino, por intermédio de sacerdotes
como Urim ou Thummim, etc. A autoridade deles
estendia-se apenas sobre as tribos pelas quais eles
tinham sido eleitos ou eram por elas reconhecidos.
Não havia algum pagamento pelo que faziam, e tam-
pouco, pelo menos no início, tinham algum tipo de
sinal ou marca externa da função que exerciam. Con-
tudo, ao longo do tempo, o cajado ou Kaneh, com uma
ponta em forma de arado (que se derivou do bastão de
pastoreio), uma provável herança da Danda dos Sann-
yasis, senhores da lei na Índia védica, e que foi para a
tradição egípcia, o jurisconsulto da lei dos hebreus
passou a ser conhecido como “o que portava a vara",
que lhe dava alguma jurisprudência (a palavra "vara"
até hoje é utilizada nos tribunais no Brasil). Em he-
braico, a palavra é dita "kaneh", de certa forma, uma
referência a planta que lhe dava origem, uma espécie
de junto ou mesmo o bambu. Em sânscrito, provável
primitiva origem, esta palavra é dita "kanah", e é, tam-
bém, epíteto como é conhecido o Senhor Krishna, o
Avatara que vem ao mundo para reinstalar a justiça ou
o Dharma. Por sua vez, alguns juízes hebreus acumu-
lavam um conjunto de duas ou mais "kaneh", portanto,
eram "Kanehistas". A terra de Canaã tem esse nome
devido aos juncos na região, e é devido a "kaneh" que
ficou assim conhecida. Esta palavra originou a palavra
latina "cânon", do Latin "Kanón", que quer dizer "ta-
lo", "regra", "norma", e se constitui no corpo de leis
que governam uma região ou povo, e hoje, também,
significa uma lista autêntica dos livros, considerados
como sendo inspirados, por israelitas, católicos e pro-
testantes, e também das demais religiões organizadas.
3. Yudah?
2
Alguns costumam dizer que a palavra "judeu" deve-
se a "Yudah", cidade localizada no sul de Israel, que
também era conhecida como: "Reino de
Israel". Mas esta afirmação não proce-
de, porque "judeus" eram todas as 12
tribos de Israel, e não somente os de
Yudah. Há uma interessante passagem no Novo Tes-
tamento, no livro atribuído a João, 4.9, onde há uma
conversa de Yeshua com uma mulher samaritana (não
hebraica), que diz: "Disse-lhe então a mulher samari-
tana: Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim,
que sou mulher samaritana? (Porque os judeus não se
comunicavam com os samaritanos)?". No que Yeshua
teria respondido: "Vós adorais o que não conheceis;
nós adoramos o que conhecemos; porque a salvação
vem dos judeus" (João, 4.22). Ora, de fosse verdadeira
esta expressão "judeus", significando o povo, então os
cristãos não poderiam alegar que somente eles são
capazes de dar a salvação, ainda que entendamos per-
feitamente que Yeshua era um "judeu". De fato, de-
vemos traduzir corretamente a expressão "judeus"
para, "... a salvação vem dos juízes da lei e de seu (das
leis) espírito", ou seja, das Leis de Deus, segundo a
jurisprudência dos Shophets. Se era Yeshua um segui-
dor das Leis dos Shophets, então, também, era um
representante daquelas leis, eis porque a samaritana
dirigiu-se para ele questionando o fato de ele ser um
seguidor da lei - que proibia relacionamentos com não
adeptos da lei, e muito menos com mulheres gentias.
O ingresso na lei não-gentia incluía ser nascido de
uma judia; a circuncisão para os homens; batismo de
sangue para homens e mulheres, entre os outros rituais
de consagração ou ritos de passagens, que mais tarde
ficaram conhecidos com o nome genérico “batismo”.
Mas se a lei proibia quaisquer tipos de relações com
não-judeus, como, então, Yeshua estava fazendo aqui-
lo? Ora, a resposta está clara, disse Yeshua: "Deus é
Espírito, e é necessário que os que O adoram, O ado-
rem em espírito e em verdade" (João, 4.24). Não bas-
tam formalidades, ou o cumprimento do rigor da lei, se
o "seu espírito" não for entendido. No livro de Mateus,
5, há uma ampla exposição sobre o rigor da lei e o
entendimento dela, portanto, poderá o leitor concluir
por si mesmo diante da sua leitura do que aqui referi-
mos. Além de tudo, os textos que fazem a previsão do
"Messias" dizem que ele seria "filho do homem", e não
"judeu", pelo fato de ter nascido de uma mãe judia, e
conforme diz a tradição: é judeu quem nasce de mãe
judia, não importando o pai. Mas o Messias deveria
seguir a genealogia de Davi, era o "filho do homem",
não simplesmente de uma mãe judia. Logo, ele se refe-
riu às leis divinas e ao seu espírito; a não ser que se
modifique a história da virgindade de Maria, porque
ainda que Mateus diga nos seus versos que José esteja
na sucessão do Rei Davi, Maria não foi concebida por
ele, mas pelo Espírito Santo, e este, não aparece como
prova do Messias. Mas há inúmeras outras previsões
nos escritos bíblicos do Antigo Testamento, de como
 Swami Krishnapriyananda – O nome Jesus
deveria ser, e de que modo seria o "emanado de Deus".
Mas a palavra mais freqüente nas Escrituras é
Jm.Manu.EL, ou seja, uma forte referência a alguém
que segue as leis - "manu" do Senhor, ou EL
4. A César do que é de César
Durante o período em que os romanos
de César estavam em Jerusalém, havia
um clima de constante insatisfação do
povo local. As razões iam desde a longa
trajetória do povo de Canaã em busca da "Terra Pro-
metida", até a questão da cobrança de impostos - tanto
dos romanos como dos líderes religiosos - e que, não
raro, ultrapassava a possibilidade de qualquer hebreu
poder pagar. Muitas vezes, os cobradores de impostos
romanos iam até as casas dos israelitas, e sacavam à
força o que bem entendiam. Sob o pretexto do census,
eles ficavam sabendo de tudo que a população possuía.
Negar-se ao mesmo era considerado "negligentia", o
que fazia o incensus, escravo, podendo ser vendido
pelo estado. Também, diante do critério da addictio, o
inadimplente poderia cair escravo a quem devia. Há
relatos que os soldados podiam ter algum "dote" desta
cobrança, o que os motivava para um saque em busca
de riquezas alheias, em nome do augusto imperador, e,
não eram incomuns os estupros e atentados contra as
mulheres dos hebreus. Muitas meninas, com a idade de
pouco mais de 12 anos, eram levadas à prostituição.
Os homens, na maioria das vezes, eram poupados se
tivessem alguma atividade ou soma que pudesse servir
ao governo de César, bem como pudessem contribuir
com a riqueza dos soldados da legião, e não raro, caí-
am escravos de algum comandante do exército imperi-
al. Muitos eram levados como remadores escravos nas
Galés romanas, sendo acorrentados nos porões do
navio, obrigados a remar em batalhas. O ambiente
destas galés era muito insalubre. Wheatcroft relata
que, "Em altas horas da noite, no meio de um nevoeiro
ou à meia-luz da aurora, a presença de uma galé era
evidente muito antes de ela tornar-se visível. O repul-
sivo cheiro do convés dos remos podia ser detectado a
até 3 km de distância", tal eram as más condições de
higiene nas tais naus. Tanto romanos como não roma-
nos podiam cair escravos das galés, e essa técnica de
pegar escravos era utilizada tendo em vista preencher a
necessidade de mão-de-obra para conduzir as naus.
Quem poderia indispor-se contra as decisões da diar-
quia (imperador e Senado), e ficar ileso?
4.1. O Imposto Romano:
Era dividido em três tipos:
a) Debário: Pago por cabeça. Como os romanos po-
deriam controlar o seu pagamento? Através de recen-
seamento ou censos. O próprio Jesus nasceu numa
época de recenseamento e, naquele tempo, houve um
grande levante revolucionário na Galiléia. Surgiu o
movimento guerrilheiro denominado “Zelotismo” dos
Zelotes, que perceberam que o recenseamento nada
3
mais era do que a forma de garantir o imposto por
cabeça.
b) Produção: Um quarto da produção agrícola
(25%) era entregue nas mãos do colonizador romano.
c) Circulação: Nas grandes cidades, nas encruzilha-
das, nas divisões das províncias, era taxado um tributo
de circulação.
O Imposto Religioso: Era imposto judaico para o
templo, é também de três tipos, a saber:
a) DRACMA: Pago por cabeça. No Evangelho apa-
rece a referência quando o Sacerdote diz a Pedro: “O
mestre de vocês não paga a dracma, o imposto do
Templo”? Depois, Jesus manda Pedro pescar. Ele en-
contra quatro dracmas embaixo da guelra do peixe, e
os entrega como pagamento.
b) PRIMÍCIAS: Todo primeiro fruto da terra ou fi-
lhote do animal era entregue ao templo, para o sumo
sacerdote. E até mesmo todo filho que nascesse tinha
de ser entregue simbolicamente ao Templo, através de
um animal (cordeiro de 1 ano). Os ricos entregavam
um carneiro, camelos ou bodes; os pobres, um par de
rolas ou de pombinhos. Quando Jesus foi apresentado
ao Templo, São José levava um par de rolinhas que foi
entregue no lugar da criança.
c) DÍZIMO: Dez por cento (10%) da produção ía
para as mãos do sumo sacerdote’ do Templo. E não
havia um só dízimo, havia três ou quatro tipos: Daí
percebemos o quanto era profundamente explorado o
povo no tempo de Jesus exploração que se fazia atra-
vés do sistema tributário.
FONTE: Fé e Compromisso Político. Pastoral ope-
rária de S. Bernardo do Campo. Ed. Paulinas, 1982.
5. Ave Caesar
Nas casas dos hebreus, em nome de
César, tudo era saqueado pelos roma-
nos, do mais utilitário dos animais ao
mais sofisticado objeto ou jóia que
houvesse disponível. O saque, também,
era uma promessa dos comandos para
incentivar o soldado nas frentes de
batalha. Além da severa punição de
cair escravo pela deserção, certamente,
o estímulo da riqueza fácil mantinha os legionários
firmes nas fronteiras, e nos seus trabalhos com as tare-
fas de vigiar o census e a cobrança de impostos. Afi-
nal, devia-se "dar a César o que era de César". A insa-
tisfação crescente, fazia o povo não pensar em outra
coisa a não ser em alguém que viesse libertá-los da
opressão romana, e também dos problemas com os
vizinhos, e até mesmo com os correligionatários; sen-
do que alguns haviam sofrido apostasia, e se encontra-
vam adorando o imperador romano, e às suas orgias.
Também, nesta época, surgiu um grupo de hebreus que
ficaram conhecidos como Zelotes, uma espécie de
guerrilheiros, cujo propósito era eliminar os romanos
da cidade. Estes hebreus que protestavam contra o
 Swami Krishnapriyananda – O nome Jesus
governo dos romanos, acabaram protagonizando uma
batalha que culminou com a destruição do templo de
Salomão (Shalon-om), por volta dos anos 60.
6. A jacota romana
É do conhecimento dos
historiadores, estudiosos e
pesquisadores, que o Im-
pério romano dos césares
dominou boa parte do
mundo, por milhares de
anos. Na época da efer-
vescência romana do Ori-
ente médio, e especificamente em Jerusalém, os roma-
nos exerciam forte ofensiva contra os moradores lo-
cais, principalmente pela cobrança de impostos, que
muitas vezes ultrapassava 50% do que as famílias
produziam, apesar de ser obrigado apenas 25%. Além
do mais, havia a obrigação de todo não "gentio" - ju-
deu circuncidado - de pagar o tributo ao templo, e que
também poderia não ser inferior a 50% da produção,
além de ter que levar um cordeiro por ano para o sacri-
fício, ou pelo menos um casal de rolas. Aqueles casos
que envolvessem não-judeus (como gregos, árabes,
etc.), eram encaminhados para o pretor romano, onde
seriam julgados segundo a lei romana. Por conseguin-
te, não sobrava quase nada para as pessoas, a não ser
que houvesse uma forçosa sonegação; se a mesma
fosse descoberta pelos oficiais, o destino do agente
não seria outro senão a humilhação da escravidão, ou
até mesmo a morte. É provável que o trabalho forçado
nos porões das galés, navios de guerra dos romanos,
fosse um dos mais degradantes, e as condições do
escravo eram muito precárias. Em outros casos, pode-
ria receber até uma vida melhor, dependendo do seu
amo e das condições de riqueza e influência política
dele.
O Império Romano não possui uma data claramente
definida do seu início, e está envolto numa atmosfera
mítica. Contudo, podemos saber o seu fim por alguns
eventos históricos. Ao longo do domínio romano, o
império romano dividiu-se em duas partes, uma orien-
tal e outra, ocidental. É dito que o último imperador
romano do ocidente, Rômulo Augusto, foi deposto no
ano de 476 pelos Godos (povos germânicos). Mas o
Império Romano do Oriente durou até 1453, com a
tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos,
muçulmanos que dominariam toda a rota de comércio
da época, entre a Europa e a Ásia, bem como influen-
ciariam às rotas de comércio das Américas.
7. Como os romanos chamavam os “judeus”?
Os romanos de César referiam-se ao
povo hebreu como "iudex sus", fazendo
referências ao fato de que os notários e
shophet julgavam de acordo com as leis
mosaicas, e com as decisões que os anti-
4
gos Kanehistas utilizaram para manter uma hegemonia
ética entre as tribos de hebreus. Não havia interferên-
cia entre a lei romana e a lei dos costumes locais, uma
tradição do próprio direito romano, principalmente se
havia uma ligação com a Fas, sendo uma fonte de
direito advinda diretamente do Divino. À época do
Messias, Roma vivia o alto-império, onde era fonte de
direito: "o costume, a lei, os senatosconsultos, os edi-
tos dos magistrados, as constituições imperiais, e as
respostas dos prudentes"* Apesar da jacota, havia o
respeito às tradições locais. Mas as razões para aquele
tipo de comportamento, em relação ao povo de Israel,
eram devidas não somente ao fato de eles não come-
rem porcos (sus), mas, também, por viverem de um
modo diferente do que estavam acostumados os roma-
nos. Tanto nas cortes romanas, como nas cidades, ha-
via uma série de facilidades que não existiam na árida
região de Israel. De fato, o ponto de reunião nas cida-
des do Oriente Médio era o poço da cidade. Não havia
água encanada, como na viaducta romana, nem mes-
mo esgotos como havia em Roma, e as construções
eram precárias em sua grande maioria. Deste modo,
quando os romanos queriam se dirigir ou fazer refe-
rências ao povo do local, diziam os "iudex sus", ou
"judeus porcos", ou mesmo "judeus sujos", ("juízes
porcos), uma vez que a palavra latina para porco é
"sus", que originou no Português, "suino", e no Espa-
nhol "sucio". Uma forma abreviada de dizer "judeu
sujo" era "ius_sus", e que originou a palavra latina
"Jesus". As escrituras como a Bíblia sagrada, princi-
palmente com referência ao Novo Testamento, não
contêm o nome "jesus", e este termo aparece somente
na ocasião da tradução latina do bispo Jerônimo, que
se encarregou da tarefa de trazer o texto bíblico para a
língua oficial do Vaticano, por ordem do papa Dama-
so. O bispo Jerônimo foi responsável pela chamada
"vulgata latina", tendo se baseado nas versões em
hebraico e na septuagina ou grega, para o seu trabalho.
Também, existe a possibilidade de os hebreus que
traduziram o texto bíblico do aramaico para o grego
terem colocado o nome diferente daquele que havia,
como Yeshua, que traduzido para o nosso idioma sig-
nifica "josué", traduzindo-o, então, para "iesous". A
palavra "josué" advém do hebraico Yhvh + shua, "ye-
hoshua", e quer dizer "O Senhor ou Yavé é a Salva-
ção". O que podemos concluir que se tratava de uma
expressão que se referia a "salvação", e com o tempo
substantivou-se. O nome hebreu Yeshua era um nome
muito comum, e ele aparece muitas vezes na Bíblia,
como pertencendo a personagens diferentes, e em épo-
cas diferentes. Além de um nome de pessoa, Yeshua
também se referia a um local numa determinada regi-
ão, e assim por diante. A não ser que aceitemos o fato
de o Messias ter se chamado Josué, não teremos uma
forma concreta do seu verdadeiro nome e pessoa. É
possível que o bispo Jerônimo tenha apenas translite-
rado a palavra grega "iesous" para o latim, apesar de
que isso seja pouco provável, uma vez que era pessoa
 Swami Krishnapriyananda – O nome Jesus
culta e conhecia perfeitamente bem o grego, latim e
hebraico.
7.1. Referências ao nome “Yeshua”
Yeshua, Josuá ou Josué, chefe de uma tribo de sacer-
dotes (1Cr 24:11);
.. a nona a Yeshua (josuá), a décima a Secanias.
* um Levita no reinado de Ezequias (2Cr 31:15);
... e debaixo das suas ordens estavam Edem, Minia-
mim, Jesuá (yeshua), Semaías, Amarias e Secanias,
nas cidades dos sacerdotes, para fazerem com fideli-
dade a distribuição a seus irmãos, segundo as suas
turmas, tanto aos pequenos como aos grandes,
* um sumo sacerdote (Ed 2:2);
... os quais vieram com Zorobabel Jesuá (yeshua) Ne-
emias, Seraías, Reelaías, Mordecai, Bilsã, Mizpar,
Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do povo
de Israel
* um dos que vieram de Babilônia com Zorobabel (Ed
2:6);
... Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesuá (ye-
shua) e de Joabe, dois mil oitocentos e doze.
* chefe de uma família levítica (Ed 2:36);
... Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Je-
suá (yeshua), novecentos e setenta e três.
* o pai de Ezer, um dos que trabalharam no muro (Ne
3:19);
... Ao seu lado Ézer, filho de Jesuá (yeshua), governa-
dor de Mizpá, reparou outra parte, defronte da subida
para a casa das armas, no ângulo.
* um Levita filho de Azanias (Ne 10:9);
... E os levitas: Jesuá (yeshua), filho de Azanias, Binuí,
dos filhos de Henadade, Cadmiel,
* um lugar onde habitaram alguns dos filhos de Judá
depois de voltarem do cativeiro (Ne 11:26).
... em Jesuá (yeshua), em Molada, em Bete-Pelete,
* outro Levita, filho de Cadmiel (Ne 12:24); ... Foram,
pois, os chefes dos levitas: Hasabias, Serebias, Jesuá
(yeshua) filho de Cadmiel, e seus irmãos que ficavam
defronte deles, turma contra turma, para louvarem e
darem graças, segundo a ordem de Davi, homem de
Deus.
Yehôshuah
*líder dos hebreus depois de Moisés (autor do livro
que leva o seu nome). Seu nome original era Oséias
(Nm 13:16);
5
*um bete-semita, em cujo campo parou o carro com a
arca (1Sm 6:14);
*um governador de uma cidade, no reinado de Josias
(2Rs 23:8);
*ou Jesua, um sumo sacerdote no governo de Zoroba-
bel (Ed 2:2; 3:2,8; Ag 1:1,12,14).
A conclusão que chegamos é que o nome coreto do
Messias é a forma mais curta Yeshuah e não Yehoshu-
ah como quer o Movimento do Nome Sagrado.
8 Jesus ou Ieoshua?
Segundo alguns autores, o
nome “Jesus” vem do hebraico
(Yehoshua) — "Josué", que
significa "Iavé é salvação". Jo-
sué era chamado de Oshea ben
Num "Oséias filho de Num"
(Nm 13.8; Dt 32.44). "Oshea" significa "salvação".
Moisés mudou seu nome para Yehoshua ben Num
"Josué filho de Num" (Nm 13.16).
A Septuaginta usou o nome (Iesus) para Yehoshua,
portanto Iesus é a forma grega do nome Yehoshua,
exceto I Cr 7.27, que transliterou por (Iousue) — "Jo-
sué". Depois do cativeiro de Babilônia, o nome Yeho-
shua era conhecido por (Yeshua). Em Neemias 8.17
Josué é chamado Yeshua ben Num. Yeshua é o nome
hebraico para Jesus até hoje em Israel. Isso pode ser
comprovado em qualquer exemplar do Novo Testa-
mento em hebraico.
O sumo sacerdote Josué, filho de Joazadaque, é
chamado em hebraico, simultaneamente, de Yeshua
(Ed 3.2, 8; 4.3; 5.2; Ne 7.7) e Yehoshua (Ag 1.1, 12,
14; 2.2, 4; Zc 3.1, 3, 6, 8, 9; 6.11). Embora nossas
versões usem Jesua (Almeida Corrigida, Atualizada e
Contemporânea) Jesuá (Revisada) Jeshua (Brasileira),
contudo a Septuaginta não faz essa distinção — usan-
do "Iesus" para ambos.
Os hebreus chamavam de "mashah" a um ato seme-
lhante ao batismo, onde o óleo sacrossanto, que ficava
dentro de um chifre de carneiro, e que também era
usado em cerimoniais, era então despejado na fronte
ou cabeça do iniciado. Quando procuramos o peculiar
nome do chamado Messias (o que teria sido ungido),
na literatura original dos textos da Bíblia, portanto
antes de a tradução ou interferências dos copistas, não
encontramos, em nenhuma vez, a palavra "iesus"; pri-
meiro, porque isso é uma obviedade; por tratar-se de
uma palavra latina, e, segundo, porque na Bíblia fala-
se em "messiah", ou seja, "aquele que vem para trazer
a abundância e a luz da libertação". Há muitas tradu-
ções da Bíblia do texto original em hebraico. A pri-
 Swami Krishnapriyananda – O nome Jesus
meira delas é chamada de Septuagina, tendo sido rea-
lizada entre os séculos III e I, e tendo diversos traduto-
res, alguns eram hebreus. Os hebreus reconhecem esta
tradução como sendo a mais fidedigna ao original,
uma vez que, provavelmente, teve a mão de hebreus
que sabiam o grego, e assim puderam manter a fide-
dignidade ao texto (veja mais detalhes em Tópicos
Relacionados).
O chamado Novo Testamento, contém um conjunto
de textos que foram modificados e alterados ao longo
dos séculos. De fato, uma ampla história de encontros
e desencontros da própria religião cristã foi criada e,
ao mesmo tempo, sistematizada, de acordo com a in-
corporação de novos mitos ou da cristianização de atos
populares, chamados pagãos. Ao longo dos séculos, o
mito em torno do Messias foi se formando, tendo sido
anexado vários fatores advindos de outros mitos. Isso
não deverá nos surpreender, porque o mito faz parte da
religião de modo inequívoco e inseparável. Ainda que
possa existir mito sem religião, não há como ter religi-
ão sem mito. O longo período que se seguiu da queda
do Império Romano do Ocidente, até a queda do Impé-
rio Romano do Oriente ou Império Bizantino, teve
grandes mudanças sociais e culturais. Não é a toa que
a grande expansão da rota do comércio, das grandes
navegações, aparece no Renascimento. O homem ha-
via ficado muito tempo submisso a um conjunto de
idéias, e se acomodado com elas, fosse pelo fator de
não ter acesso a quase nenhuma formação ou estudo,
ou pelo simples fato de temer ser considerado um he-
rege ou infiel. A pena, no mais das vezes, era a tortura
e a fogueira, no estilo do Malleus Maleficarum, o livro
de caça as bruxas da Idade Média.
9. Histórias semelhantes
Redenção e Crucificação: Antes
da mitologia de cristo, vários ou-
tros povos já tinham seus mitos
redentores e salvadores que morre-
ram “para nos salvar”. Provavel-
mente foi dai que saiu o romance
da redenção e morte de Cristo. De
fato, o mito não foi criado num momento único. Há
diversos fatores que contribuíram para isso. Primeiro,
deve-se ao fato de que o texto que primeiramente fez
menção ao "Messias" foi escrito cerca de 90 anos de-
pois da sua suposta morte; segundo, ao longo dos mi-
lênios as necessidades e mesmo as circunstâncias soci-
ais e culturais foram se modificando. Sabe-se que o
ingresso dos romanos na fé do Nazareno, provocou
profundas mudanças e uma sistematização que antes
não se encontrava por entre os primitivos cristãos. As
conquistas históricas, as vagens de Marco Pólo, Ale-
xandre Magno, bem como o comércio com os árabes,
indianos, gregos, etc., foi aos poucos dando um colori-
do e um sentido histórico até então não encontrado nos
escritos clássicos. Há um conjunto interessante de
6
aspectos comuns entre os mitos de antigas religiões e a
mitologia cristã - mas que não se resume apenas nisso
- que pode nos dar algumas pistas sobre a riqueza do
conteúdo, ou pelo menos nos apontar caminhos para
uma exegese.
Redenção e Crucificação: Antes da
mitologia de Jesus Cristo, vários outros
povos já tinham no seus mitos redento-
res e salvadores, os quais morreram -
alguns crucificados - para nos salvar.
Provavelmente, foi deles que saiu o a
redenção e morte de Cristo. De fato, o
mito não foi criado num momento único. Há diversos
fatores que contribuíram para isso. Primeiro, deve-se
ao fato de que o texto que primeiramente fez mênçao
ao "messias" foi escrito cerca de 90 anos depois da sua
suposta morte; segundo, ao longo dos milênios as ne-
cessidades e mesmo as circunstâncias sociais e cultu-
rais foram se modificando. Sabe-se que o ingresso dos
romanos na fé do nazareno, protagonizado por Cons-
tantino, provocou profundas mudanças e no destino do
Cristianismo, e uma sistematização que antes não se
encontrava por entre os primitivos cristãos. O historia-
dor, Volteir Sciling, escreve que: "Talvez, hoje, seja
irrelevante saber-se que fim teria a seita do carpintei-
ro galileu se Constantino não a adotasse. Seja como
for, dali em diante nem o Cristianismo, nem o seu
pontífice máximo viveram afastados do Estado. Mes-
mo que, eventualmente, se altercassem com um ou
outro regime, Pedro e César, invariavelmente, anco-
ravam-se num mesmo império. As mãos em oração
asseguravam-se sempre estarem garantidas pelas que
empunhavam a espada, fosse qual fosse a origem e a
geografia da sua autoridade".*
Além da forte influência romana, as conquistas histó-
ricas, as viajens de Marco Polo, Alexandre Magno,
bem como o comércio com os árabes, indianos, gre-
gos, etc., foram aos poucos dando um colorido e um
sentido histórico, até então não encontrado nos escritos
clássicos, à mitologia cristã. Há um conjunto interes-
sante de aspectos comuns entre os mitos de antigas
religiões e a mitologia cristã - mas que não se resume
apenas nisso -, e que podem nos dar algumas pistas
sobre a riqueza do conteúdo, ou pelo menos nos apon-
tar caminhos para um exegese.
Na mitologia grega, temos o mito de
Prometeu, que se deixa torturar para
salvar os homens do mundo. Há, tam-
bém, Ixion, chamado o redentor, que
morreu para salvar os homens, séculos
antes do nascimento do nazareno. Ixion
era considerado um Deus solar - invic-
tus - responsável por trazer a luz para o mundo. Há
Orpheus, que fora pregado numa âncora (símbolo dos
 Swami Krishnapriyananda – O nome Jesus 7
pescadores). Uma antiga representação de Orfeu sendo porou elementos dos mitos de outros deuses registados
acorrentado numa âncora em forma de cruz, influen- nesta área, tal como muitos dos seguintes salvadores
ciou sobremaneira os artistas posteriores. do mundo e "filhos de Deus," a maioria ou todos de
quem precedem o mito cristão, e um número que foi
crucificado ou executado:
Orpheus, pregado numa ancora, igualmente mais tarde
cristo estaria na cruz (repare nas pernas fletidas,, en- + Adad da Assíria
contradas facilmente em muitos cruci- + Adonis, Apolo, Héracles ("Hércules"), e Zeus da
fixos) Grécia
+ Alcides de Thebes
Devido a grande mescla que ocorreu + Attis de Phrygia
de idéias, mitos e histórias, hoje nãto + Baal da Fenícia
temos como detalhar tudo o que contri- + Bali do Afeganistão
buiu para a formação do mito cristão. + Beddru do Japão
Mas um estudo acurado da mitologia, e + Buda da Índia
da antropologia, principalmente com as + Crite de Chaldea
novas descobertas arqueológicas que temos, irá contri- + Deva Tat do Sião
buir muito para que possamos conhecer a verdade. O + Hesus dos Druidas
mito cristão incluiu muitos aspectos provenientes das + Horus, Osiris, e Serapis de Egipto, cuja a
mais diversas culturas, bem como o fato de os padres aparência com o barba e o cabelo longo foi
terem se dedicado longos séculos a copiarem textos adotada para o caráter de Cristo
antigos, proporcionou uma maneira de manipular e + Indra do Tibet
também distorcer os conteúdos. Um grande exemplo é + Jao do Nepal
com respeito a filosofia de Aristóteles e Platão. Graças + Krishna da Índia
aos árabes muçulmanos é que tivemos boa parte do + Mikado do Sintoos
livro daqueles filósofos preservados, uma vez que + Mithra e Zaratustra/Zoroastro da Pérsia
existia uma forte repulsa por parte dos cristãos ao que + Odin da Escandinávia
dizia respeito ao filosofar, considerado uma heresia + Prometheus do Cáucaso
pagã protagonizada por filósofos ladrões, uma vez que + Quetzalcoatl do México
haviam eles roubado as histórias contidas na Bíblia e + Salivahana de Bermuda
escrito com outras palavras, e fazendo-se autores de + Tammuz da Síria (que era, em um movimento típico
forma desleal da palavra santa. Averróis e Avicena, na fabricação dos mitos, mudada mais tarde no discí-
dois médicos árabes muçulmanos, permitiram que o pulo Tomé)
mundo ocidental tivesse conhecimento da filosofia +Thor dos Gauls
grega, e desde então estabeleceu-se uma espécie de + Monarca universal do Sibyls
duelo entre fé e razão por entre os cristãos fanáticos, + Wittoba dos Bilingonese
que tinham escrito sua própria idéia, como uma colcha + Xamolxis de Thrace
de retalhos de diversas mitologias e crenças. + Zoar dos Bonzes

É praticamente impossível mostrar e detalhar cada 10. As Principais Influências

deus que contribuiu à formação do caráter do Jesus
judaico; é suficiente dizer que há uma abundante do-
cumentação para mostrar de que este assunto não se
trata de "fé" ou de "crença." A verdade é que durante a
era em que este personagem supostamente viveu, ha-
via uma biblioteca extensiva em Alexandria e uma
rede da fraternidade incrivelmente ágil que se esticava
de Europa a China, e esta rede de informação tinha o
acesso aos manuscritos numerosos que disseram a
mesma narrativa descrita no Novo Testamento, com
nomes de lugar e entidades diferentes para os persona-
gens. Na realidade, a lenda de Jesus paraleliza próxi-
mo identicamente a história de Krishna, mesmo em
detalhe, como foi apresentado pelo mitólogo e erudito
notável Gerald Massey há mais de 100 anos, também
pelo Rev. Robert Taylor há 160 anos, entre outros. O
conto de Krishna como dito nos Puranas indianos foi
datado ao menos a 1400 "A.c" O mito de Jesus incor-
Buda
Buda teria maravilhado os doutores da lei com a sua
sabedoria. Com poucos anos de idade, teria começado
sua pregação. Teria ficado durante 49
dias sob árvore de Bó, e sido tentado
várias vezes pelo demônio. Pregando
em Benares, convertera muita gente. O
mais célebre de seus discursos recebeu
o nome de “Sermão da Montanha”.
Após sua morte apareceria também aos seus discípu-
los, trazendo a cabeça aureolada. Um de seus discípu-
los chamado Davadatta o teria traído. Nada tendo es-
crito, os seus discípulos escolheriam os seus ensina-
mentos orais. Buda também tivera os seus discípulos
prediletos, e seria um revoltado contra o poder abusivo
dos sacerdotes bramânicos.
 Swami Krishnapriyananda – O nome Jesus
O caráter de Buda tem o seguinte em comum com a
figura de Cristo:
+ Buda nasceu da virgem Maya.
+ Executava milagres e maravilhas.
+ Esmagou a cabeça de uma serpente.
+ Aboliu a idolatria.
+ Subiu à Nirvana ou ao "céu."
+ Era considerado "o bom pastor."
Horus
Os contos de Jesus e de Horus são muito similares,
com Horus ainda contribuindo o nome de Jesus Cristo.
As lendas de Horus datam de milhares de anos, e Ho-
rus compartilha do seguinte em comum com Jesus:
+ Horus nasceu de uma virgem em 24-25 de dezembro
(solstício de inverno no hemisfério norte).
+ Horus do Egito tinha 12 discípulos principais.
+ Foi enterrado em um túmulo, e ressuscitou três dias
e meio depois.
+ Era também considerado, o "Caminho, a Verdade, a
Luz, o Messias, Filho Ungido de Deus, o Pastor Bom,
etc."
+ Executava milagres e ressuscitou um homem, cha-
mado El-Azar-us, dentre os mortos.
+ O epíteto pessoal de Horus era "Iusa," "o "Filho
sempre" tornando-se Ptah, o "Pai".
+ Horus era chamado de "KRST," ou "Ungido," por
muito tempo antes que os cristãos na história.
Nas catacumbas em Roma estão os retratos do bebê
Horus que está sendo segurado pela mãe virgem Isis.
A "Madonna e criança", originais -, e o Vaticano, está
construído por sobre o "papado de Mithra", que com-
partilha de muitas qualidades com Jesus, e quem exis-
tiu como um deus por muito tempo antes de o caráter
de Jesus ser formalizado como hoje o conhecemos. A
hierarquia cristã é quase idêntica à versão de Mithra
que o substituiu.
Krishna
Krishna foi um deus redentor, nasci-
do de uma mulher pura e bela, cha-
mada Devaki. Sua vinda messiânica
foi predita com muita antecedência,
conforme se vê no Atharva, no Ve-
dangas e no Vedanta, e nos escritos Puranza. Vishnu
teria aparecido a Laksmi, mãe da virgem Devaki, in-
formando que a filha iria ter um filho-deus, e qual o
nome que deveria dar-lhe. Mandou que não deixasse a
filha casar-se, para que se cumprissem os desígnios de
deus. Tal teria acontecido 3.500 anos a.C. no Palácio
de Mathura. O filho de Devaki destronaria seu tio ira-
no, Kamsa. Para evitar que acontecesse o que estava
anunciado, Devaki teria sido encerrada em uma torre,
com guardas na porta. Mas, apesar de tudo, a profecia
de Poulastrya cumpriu-se, “O espírito divino de Vish-
8
nu atravessou o muro e se uniu à sua amada”. Certa
noite, ouviu-se uma música celestial e uma luz ilumi-
nou a prisão, quando Vishnu apareceu em toda a sua
magnitude e esplendor. O espírito e a luz de deus o-
fuscaram a virgem, Uma forte ventania rompeu a mu-
ralha da prisão quando Krishna nasceu. E o filho da de
Devaki foi levado por seu pai, Vasudeva, para o outro
lado do rio Yamuna, que abriu suas águas para que
eles passassem, sendo que Krishna foi criado por Ya-
shoda e Nanda, assim enganando o Rajá.
As similaridades entre o personagem cristão e o mes-
sias indiano são muitas:
+ Krishna nasceu de Devaki ("Divina")
+ É chamado o "vaqueirinho-Deus." (Gopala)
+ É a segunda pessoa da Trindade.
+ Foi perseguido por um tirano - Kamsa - que também
requisitou o massacre dos milhares de infantes.
+ Fazia milagres.
+ Em algumas tradições, diz que morreu aos pés de
uma árvore, ao ser flechado no pé.
+ Subiu ao céu.
Mithra, Deus-Sol da Pérsia
O conto de Mithra precede a fábula cristã ao
menos por 600 anos. Mithra tem o seguinte
em comum com o personagem Cristo:
+ Mithra nasceu de uma virgem em 25 de
dezembro.
+ Era considerado um professor e um mestre
viajando grandes.
+ Era chamado "o Pastor Bom."
+ Era considerado "o Caminho, a Verdade e a Luz."
+ Era considerado "o Redentor, o Salvador, o Messi-
as."
+ Era identificado com o leão e o cordeiro.
+ Seu dia sacro era domingo ("Sunday"), "Dia do Se-
nhor," centenas dos anos antes da aparência de Cristo.
+ Tinha sua festa principal realizada durante o período
que se transformou mais tarde a Páscoa.
+ Teve 12 companheiros ou discípulos.
+ Executava milagres.
+ Foi enterrado em um túmulo.
+ Após três dias levantou-se outra vez.
+ Sua ressurreição era comemorado cada ano.
Apolônio de Tyana
Grande milagreiro. Vejamos alguns
desses milagres:
+ Apolônio teria nascido também de
mãe virgem;
+ Diversos reis enviaram presentes e
cartas à parturiente;
+ Ainda criança, ele discutiu com os doutores do tem-
 Swami Krishnapriyananda – O nome Jesus 9
plo de Esculápio e os derrotou;
+ Os cisnes cantaram no seu nascimento e um raio
caiu do céu (adoração dos pastores e a estrela de Be-
lém);
+ Ressuscitava mortos, curava cegos e aparecia na
frente de amigos distantes;
+ Entendia a linguagem dos pássaros;
+ Convocava o demônio, que lhe aparecia sob a forma
de um olmo;
+ Tinha poder sobre os demônios inferiores que ator-
mentavam os possuídos, expulsando-os ao capricho
dos seus desejos.

Notas e Referências bibliográficas

* Filosofia da Ciência, p. 11
**"Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Es-
tando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se
ajuntarem (conúbio sexual), ela se achou ter concebido
do Espírito Santo" (Mateus, 1.18).
*** Cf. CRETELLA, p. 53., e, também, GIRARDI:
Tito Lívio, em Ad Aen, III.268, já definia a "fas" da
seguinte forma: Majorum haec erat consuentudo ut
rex esset etiam sacerdos et Potifex. Ou seja, em se
tratando de decisões de decisões, o sacerdote é o mais
importante ou pontífice. Por tradição, "O Fas, como
direito divino, brotava dos deuses, enquanto que o Jus
era de fonte humana". (Cf. GIRARDI, Curso Elemen-
tar de Dir. Romano, p.9).

ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência. Introdução ao

jogo e suas regras. 14a ed., São Paulo, Brasilien-
se, 1991.
CRETELLA Junior, J. Curso de Direito Romano.
22aed., São Paulo, Forense, 1999.
GIRARDI, Leopoldo Justino. Curso Elementar de Di-
reito Romano. 3aed., Porto Alegre, Acadêmica,
1997.
SCHILLING, Voltaire. Constantino, o amigo e predi-
leto de Deus
WHEATCROFT, Andrew. Infiéis. O conflito entre a
cristantade e o Islã. Rio de Janeiro, Imago, 2004.