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Notas:
-Os casos práticos apresentados destinam-se, exclusivamente, aos alunos das 1.ª e da 2.ª
turmas práticas da 1.ª turma teórica, da responsabilidade do docente Rui Dias, para
discussão e resolução nessas aulas.
-Certos casos ou alíneas poderão pressupor o conhecimento de matéria não aprofundada
no 1.º semestre, ou não inteiramente leccionada, pelo que não haverá qualquer implicação
desta lista sobre o âmbito da matéria questionável nos momentos de avaliação. Serão
dadas indicações mais detalhadas ao longo do ano nas aulas práticas.
1.º Semestre
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c) Transforme a norma do artigo 49.º numa norma de cariz unilateral, definindo a função
das mesmas.
3. François Jambon, francês e residente em Portugal, pretende intentar neste país uma
acção de incumprimento de um contrato de aquisição de diamantes celebrado em
Coimbra com Josué Milhafre, português e residente na Costa do Marfim. Os diamantes
deveriam ter-lhe sido entregues nesta mesma cidade.
a) Terão os Tribunais Portugueses competência internacional para conhecer desta acção?
b) Por que regras se aferiria a competência internacional dos Tribunais portugueses se
Josué, um mês antes da propositura da acção (que teve lugar em Julho de 2006), tiver
deslocado a sua residência para França?
c) Em qualquer dos casos das alíneas anteriores, por que regras se rege o reconhecimento
em Espanha de sentença proferida por Tribunal português?
d) Supondo a aplicação da lei portuguesa, considere que na Costa do Marfim existe uma
legislação imperativa que proíbe, sob pena de nulidade, a venda internacional de
diamantes por privados. Poderá ter esta proibição alguma influência na decisão a proferir
pelos Tribunais portugueses internacionalmente competentes?
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B. Qualificação
6. A, suíço, morreu em Portugal tendo deixado em testamento todos os seus bens aos
médicos portugueses que o assistiram. Aberta a sucessão os familiares suíços e que vivem
na Suíça invocam a invalidade do testamento com base no artigo 2194.º do CC português.
O direito suíço não se opõe à validade de tal testamento.
Quid iuris, tendo em conta o disposto nos artigos 25.º e 62.º do CC português.
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contrapõe, ex vi dos artigos 408.º/1 e 879.º/a) do CC, a transmissão do direito de
propriedade sobre o prédio por mero efeito do contrato.
Tendo em conta os artigos 46.º do CC e 3.º da Convenção de Roma, que solução daria a
esta hipótese prática?
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responsabilidade aquiliana pela lei do local da prática do facto causador do prejuízo),
quid iuris?
b) Se perfilhasse a concepção de Roberto Ago a propósito da qualificação, como
procederia, supondo que o OJ inglês não consagra a responsabilidade por danos não
patrimoniais em favor de ascendentes do de cuius?
12. A, cidadão português morre, sem deixar herdeiros, e deixa bens imóveis sitos em
Inglaterra e Portugal. A lei inglesa permite a apropriação pela coroa dos bens sitos no seu
território nos termos de um direito real de ocupação (ocupação ius imperium). Por seu
turno, o Estado português pretende, segundo o disposto no artigo 2152.º CC ser chamado
a herdar a totalidade da herança.
a) Quid iuris? Cfr. os artigos 46.º e 62.º CC.
b) E se todos os bens estivessem situados em Portugal, mas A fosse inglês?
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13. Mahmoud Ahmadinejad, cidadão iraniano, e Anousheh Ansari, cidadã iraniana,
encontram-se refugiados em Portugal, ao abrigo da Convenção de Genebra de 1951
relativa ao estatuto dos refugiados (cfr. o seu art. 12.º, n.º 1, nos termos do qual “o
estatuto pessoal de cada refugiado será regido pela lei do país do seu domicílio, ou, na
falta de domicílio, pela lei do país da residência.”). Este casal contraiu matrimónio no
Irão em Outubro de 2005, sem que nenhum deles se tenha deslocado ao país da sua
nacionalidade: com efeito, o Código Civil iraniano, que regula a celebração do casamento
nos arts. 1071.º a 1074.º, prevê, no art. 1071.º, que “cada nubente pode encarregar um
terceiro da celebração do casamento”, o que significa, naquele sistema jurídico, a
admissibilidade da celebração do casamento na presença de procuradores de cada um dos
nubentes (cfr., no direito português, o art. 1616.º, a), CC), bem como a possibilidade de a
escolha do outro nubente caber ao próprio procurador (o que, porém, não sucedeu no
caso). Pretendendo proceder ao registo civil da união em Portugal, o mesmo é-lhes
negado.
a) Quid iuris, atendendo aos arts. 49 .º e 50.º do CC?
b) E se as procurações tivessem sido outorgadas por cada um dos nubentes, ainda
no Irão, com a atribuição de poderes para o procurador escolher o contraente do seu
representado, muito embora Mahmoud e Anousheh já se houvessem conhecido e
apaixonado em Portugal?
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15. A, cidadão português e residente em França, casou com B, francesa e residente no
Luxemburgo. O casamento foi celebrado validamente em Junho de 2000, no Porto. Como
A tinha apenas 16 anos de idade obteve a necessária autorização dos pais – nos termos
exigidos pelo artigo 1604.º/ a) do CC português –, que assentiram inteiramente
satisfeitos, tendo em conta a enorme fortuna de que B era possuidora. Com o casamento,
o casal fixou residência no Luxemburgo.
Em Janeiro de 2001, A desloca-se a Portugal para vender uma casa situada em Condeixa
que herdara da sua avó materna em 1990. No momento da escritura, o notário recusa-se à
realização do acto, invocando que o direito competente para reger os efeitos do
casamento não prevê a aquisição da plena capacidade de exercício de direitos por força
do casamento. Efectivamente, no direito luxemburguês não se estipula uma qualquer
disposição com um conteúdo idêntico ao dos artigos 132.º e 133.º do nosso CC, ou seja, o
casamento não desencadeia a emancipação dos menores.
Aprecie os argumentos do notário e diga, justificando legal e doutrinalmente a sua
resposta, quem terá razão. Cfr. os artigos 25.º, 47.º e 52.º do CC.