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Casos práticos de direito internacional privado

Notas:
-Os casos práticos apresentados destinam-se, exclusivamente, aos alunos das 1.ª e da 2.ª
turmas práticas da 1.ª turma teórica, da responsabilidade do docente Rui Dias, para
discussão e resolução nessas aulas.
-Certos casos ou alíneas poderão pressupor o conhecimento de matéria não aprofundada
no 1.º semestre, ou não inteiramente leccionada, pelo que não haverá qualquer implicação
desta lista sobre o âmbito da matéria questionável nos momentos de avaliação. Serão
dadas indicações mais detalhadas ao longo do ano nas aulas práticas.

1.º Semestre

A. Direito da nacionalidade; conflitos de jurisdições (no quadro do estudo do âmbito e


dos domínios afins do DIP); método

1. Responda sucintamente às seguintes questões, não deixando de as fundamentar em


termos normativos de direito interno e, se possível, internacional:
a) O Sr. Gastão, descontente com o actual estado do sistema jurídico-político português,
pretende renunciar à nacionalidade portuguesa. Em que condições poderá fazê-lo?
b) Em contrapartida, o Sr. Dimitri Karpov, russo, residente em Portugal há já 13 anos
mas titular de título de residência válida apenas há 8 anos e casado com uma cidadã
portuguesa há 2, pretende adquirir a nacionalidade portuguesa. Reunirá as condições para
tal?

2. O Sr. Vladimir Jushchenko, simultaneamente cidadão português e ucraniano, pretende


contrair casamento com a Sr.ª Batuk Sural, simultaneamente cidadã iraniana e
marroquina, em Portugal, por este ser o país de residência habitual de ambos.
a) Tendo em conta o disposto no artigo 49.º do Código Civil, a que dados normativos
deve o conservador de registo civil recorrer para aferir da capacidade dos nubentes para
contrair casamento?
b) Supondo que tanto no ordenamento jurídico iraniano como no marroquino é admitida
a pluralidade de vínculos matrimoniais e que a Sr.ª Batuk Sural se encontra ainda ligada
por um anterior vínculo num desses países, admitiria a celebração do casamento?

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c) Transforme a norma do artigo 49.º numa norma de cariz unilateral, definindo a função
das mesmas.

3. François Jambon, francês e residente em Portugal, pretende intentar neste país uma
acção de incumprimento de um contrato de aquisição de diamantes celebrado em
Coimbra com Josué Milhafre, português e residente na Costa do Marfim. Os diamantes
deveriam ter-lhe sido entregues nesta mesma cidade.
a) Terão os Tribunais Portugueses competência internacional para conhecer desta acção?
b) Por que regras se aferiria a competência internacional dos Tribunais portugueses se
Josué, um mês antes da propositura da acção (que teve lugar em Julho de 2006), tiver
deslocado a sua residência para França?
c) Em qualquer dos casos das alíneas anteriores, por que regras se rege o reconhecimento
em Espanha de sentença proferida por Tribunal português?
d) Supondo a aplicação da lei portuguesa, considere que na Costa do Marfim existe uma
legislação imperativa que proíbe, sob pena de nulidade, a venda internacional de
diamantes por privados. Poderá ter esta proibição alguma influência na decisão a proferir
pelos Tribunais portugueses internacionalmente competentes?

4. Em que medida a Convenção de Roma de 1980 sobre a Lei Aplicável às Obrigações


Contratuais se assume como um instrumento normativo que acolhe os principais
contributos críticos da designada revolução norte-americana dos conflitos de leis?

5. O Banco A, instituição de crédito com sede em Portugal, celebrou com a sociedade B,


igualmente sediada em Portugal, com negócios em Angola, um contrato de depósito
bancário na delegação de Luanda do banco português. Hoje, os representantes de B vêm
demandar, perante um Tribunal português, o Banco A para a restituição do depósito e o
pagamento dos juros devidos. Este defende-se com a circunstãncia de a sua dependência
angolana ter sido nacionalizada em 1976 por uma lei do Estado angolano.
Supondo que as partes validamente escolheram a lei portuguesa para reger o contrato,
quid iuris?

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B. Qualificação

6. A, suíço, morreu em Portugal tendo deixado em testamento todos os seus bens aos
médicos portugueses que o assistiram. Aberta a sucessão os familiares suíços e que vivem
na Suíça invocam a invalidade do testamento com base no artigo 2194.º do CC português.
O direito suíço não se opõe à validade de tal testamento.
Quid iuris, tendo em conta o disposto nos artigos 25.º e 62.º do CC português.

7. Mary Robertson e Jean Luc Ferrer, canadianos e residentes em Portugal, celebraram


em Coimbra, em 1995, um contrato de mútuo. Alguns meses depois casaram. Em 2001
divorciaram-se e o mutuante intentou em 2004, em Portugal, uma acção declarativa de
condenação para pagamento da dívida. Jean Luc alega a prescrição da dívida, invocando
que, segundo o direito canadiano, o prazo de prescrição geral é de 5 anos, e que não
existiria no Canadá qualquer causa de suspensão semelhante à do artigo 318.º, a) do CC
português. Cfr. tb o art. 309.º do CC.
a) Quid iuris, tendo em conta o disposto nos artigos 10.º, n.º 1, d), e 4.º da
Convenção de Roma, e 52.º do CC?
b) Imagine agora que, no momento da celebração do contrato, Mary e Jean Luc
escolheram como aplicável a legislação canadiana; a sua resposta seria idêntica?
c) Se adoptasse a posição relativa à qualificação, quer de Roberto Ago, quer de
Arthur H. Robertson, como resolveria esta hipótese?

8. Em Fevereiro de 1998, Miguel Portas, português e residente em Munique, e, Paulo


Janelas também português mas residente em Viena – ambos trabalhavam nas respectivas
cidades de residência – celebraram em Roma um contrato de compra e venda de um
prédio urbano situado em Berlim, tendo eleito como lex contractus a lei portuguesa. Dois
meses volvidos, pretendendo Paulo Janelas ocupar o referido prédio, Miguel Portas
recusou-se a entregá-lo. Em seu favor alega ser ainda titular da propriedade do mesmo,
porquanto não se havendo verificado o acto de carácter real exigido pelo direito alemão,
não se deu ainda a transferência do direito de propriedade. Paulo Janelas, por seu turno,

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contrapõe, ex vi dos artigos 408.º/1 e 879.º/a) do CC, a transmissão do direito de
propriedade sobre o prédio por mero efeito do contrato.
Tendo em conta os artigos 46.º do CC e 3.º da Convenção de Roma, que solução daria a
esta hipótese prática?

9. Anamar e Juan Carlos, casados e de nacionalidade espanhola, adoptaram plenamente


em Espanha, nos termos do direito espanhol, Manuelinho, uma criança de nacionalidade
portuguesa. Algum tempo depois Jaime, português, pretende reconhecer a paternidade de
Manuelinho. Anamar e Juan Carlos vêm impugnar o reconhecimento da paternidade
biológica invocando o artigo 1987.º do CC português, ao que Jaime contrapõe que o
direito espanhol não conhece nenhum preceito análogo àquela disposição da nossa lei,
dado que essa lei prevê, com vista à protecção do adoptando, que a constituição da
adopção não é prejudicada pelo reconhecimento da paternidade biológica, relevando esta
apenas no reconhecimento de certos direito patrimoniais em face do pai natural.
Quid iuris, atento ao disposto nos artigos 56.º e 60.º do CC?

10. Em Junho de 2000, A, cidadão inglês domiciliado na Inglaterra, foi atropelado em


Coimbra por um cidadão português residente na Lousã. Em Outubro do mesmo ano, A
viria a falecer, solteiro e sem descendentes, em Coimbra, em consequência dos
traumatismos sofridos no referido acidente. Por morte de A, os seus pais, invocando o
disposto nos artigos 496.º e 495.º/3 do CC reclamam uma indemnização por danos não
patrimoniais e pela interrupção dos alimentos que lhe vinham sendo prestados por A e,
agora fundamentados no artigo 2161.º/ 2 do CC, sustentam que são titulares do direito a
metade da herança de A .
Porém, B, herdeira testamentária, pretende ser ela a única titular do direito às referidas
indemnizações, bem como do direito a todos os bens de A, uma vez que o testamento é
válido perante o direito inglês e que este ordenamento jurídico não reconhece qualquer
direito sucessório aos ascendentes. Na verdade, no testamento de A, B era constituída
única e universal herdeira.
a) Considerando os artigos 45.º e 62.º do CC (bem como a circunstância de em
Inglaterra a sucessão ser regulada pela lei do último domicílio do de cuius e a

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responsabilidade aquiliana pela lei do local da prática do facto causador do prejuízo),
quid iuris?
b) Se perfilhasse a concepção de Roberto Ago a propósito da qualificação, como
procederia, supondo que o OJ inglês não consagra a responsabilidade por danos não
patrimoniais em favor de ascendentes do de cuius?

11. A, italiana, casou-se com B, português, em 1998, passando ambos a residir em


Portugal. Em Outubro de 2002, foi aberta a sucessão de C, italiana, residente em Portugal
que, em testamento, havia nomeado A como sua herdeira. Todavia, ainda nesse mês, A
declarou, segundo a forma prescrita, o repúdio da sucessão.
Mais tarde, B veio pedir a anulação do repúdio, invocando o n.º 2 do artigo 1683.º
e os n.ºs 1 e 2 do artigo 1687.º do Código Civil português, ao que os herdeiros legítimos
de C contrapuseram que, no ordenamento jurídico italiano – e, designadamente, nos
artigos 59.º e ss. do Código Civil Italiano (que tratam da “renúncia à herança”) – não
existia qualquer disposição idêntica à do n.º 2 do artigo 1683.º citado supra, concluindo
não ser exigível o consentimento do cônjuge do sucessível. Aduziram ainda que, em face
do direito italiano, A não padecia de qualquer incapacidade.
Suponha que o direito italiano adoptava soluções conflituais idênticas às
portuguesas e confira os artigos 25.º, 52.º e 62.º do CC português.
a) Segundo o nosso ordenamento, quid iuris?
b) Se devesse seguir a concepção de Roberto Ago relativa à qualificação, como
resolveria a questão?

12. A, cidadão português morre, sem deixar herdeiros, e deixa bens imóveis sitos em
Inglaterra e Portugal. A lei inglesa permite a apropriação pela coroa dos bens sitos no seu
território nos termos de um direito real de ocupação (ocupação ius imperium). Por seu
turno, o Estado português pretende, segundo o disposto no artigo 2152.º CC ser chamado
a herdar a totalidade da herança.
a) Quid iuris? Cfr. os artigos 46.º e 62.º CC.
b) E se todos os bens estivessem situados em Portugal, mas A fosse inglês?

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13. Mahmoud Ahmadinejad, cidadão iraniano, e Anousheh Ansari, cidadã iraniana,
encontram-se refugiados em Portugal, ao abrigo da Convenção de Genebra de 1951
relativa ao estatuto dos refugiados (cfr. o seu art. 12.º, n.º 1, nos termos do qual “o
estatuto pessoal de cada refugiado será regido pela lei do país do seu domicílio, ou, na
falta de domicílio, pela lei do país da residência.”). Este casal contraiu matrimónio no
Irão em Outubro de 2005, sem que nenhum deles se tenha deslocado ao país da sua
nacionalidade: com efeito, o Código Civil iraniano, que regula a celebração do casamento
nos arts. 1071.º a 1074.º, prevê, no art. 1071.º, que “cada nubente pode encarregar um
terceiro da celebração do casamento”, o que significa, naquele sistema jurídico, a
admissibilidade da celebração do casamento na presença de procuradores de cada um dos
nubentes (cfr., no direito português, o art. 1616.º, a), CC), bem como a possibilidade de a
escolha do outro nubente caber ao próprio procurador (o que, porém, não sucedeu no
caso). Pretendendo proceder ao registo civil da união em Portugal, o mesmo é-lhes
negado.
a) Quid iuris, atendendo aos arts. 49 .º e 50.º do CC?
b) E se as procurações tivessem sido outorgadas por cada um dos nubentes, ainda
no Irão, com a atribuição de poderes para o procurador escolher o contraente do seu
representado, muito embora Mahmoud e Anousheh já se houvessem conhecido e
apaixonado em Portugal?

14. A, português, e B, italiana, casaram em 1996 em Milão. À data do casamento, A tinha


77 anos e B apenas 35. Em 1998 fixaram a sua residência com carácter estável e
permanente em Barcelona. Em 2001, na comemoração do 5.º aniversário do seu
casamento, A ofereceu a B um jipe que tinha adquirido meses antes em Coimbra. A
doação realizou-se em Espanha. C, filho de A, pretende invalidar a doação e invoca, para
tanto, os artigos 1720.º/ 1/ b) e 1762.º do CC português. Deveria o tribunal dar razão a C
sabendo que a doação é válida em face do direito espanhol e que este ordenamento
jurídico faz reger as doações entre casados pela lex loci celebrationis.
Cfr. os artigos 25.º, 52.º, 53.º e 42.º do CC português.

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15. A, cidadão português e residente em França, casou com B, francesa e residente no
Luxemburgo. O casamento foi celebrado validamente em Junho de 2000, no Porto. Como
A tinha apenas 16 anos de idade obteve a necessária autorização dos pais – nos termos
exigidos pelo artigo 1604.º/ a) do CC português –, que assentiram inteiramente
satisfeitos, tendo em conta a enorme fortuna de que B era possuidora. Com o casamento,
o casal fixou residência no Luxemburgo.
Em Janeiro de 2001, A desloca-se a Portugal para vender uma casa situada em Condeixa
que herdara da sua avó materna em 1990. No momento da escritura, o notário recusa-se à
realização do acto, invocando que o direito competente para reger os efeitos do
casamento não prevê a aquisição da plena capacidade de exercício de direitos por força
do casamento. Efectivamente, no direito luxemburguês não se estipula uma qualquer
disposição com um conteúdo idêntico ao dos artigos 132.º e 133.º do nosso CC, ou seja, o
casamento não desencadeia a emancipação dos menores.
Aprecie os argumentos do notário e diga, justificando legal e doutrinalmente a sua
resposta, quem terá razão. Cfr. os artigos 25.º, 47.º e 52.º do CC.

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