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Obs:
Arma Branca: possui lâmina que provoca ferimento cortante e/ou pérfuro-cortante
Arma de Fogo: arremessam projéteis balísticos e provocam ferimentos pérfuro-contundentes
2.2-Quanto ao Emprego:
a)individual: é aquela em que seu emprego tático se destina à proteção de quem a
conduz.
Ex: submetralhadora Taurus MT-40.
b)coletiva: é aquela em que seu emprego tático se destina à proteção de um grupo de
homens ou fração de tropa, sendo operada por dois ou mais homens.
Ex:mtr Madsen.
2.6-Quanto ao Funcionamento:
a)de tiro unitário ou singular: é quando o atirador executa as operações da arma
manualmente, principalmente o carregamento. A arma não executa o carregamento
manualmente. Podem ser:
de tiro simples (para cada disparo, novo carregamento)
de tiro múltiplo (a arma comporta duas ou mais cargas, geralmente com dois canos
paralelos ou sobrepostos com respectivas câmaras e mecanismos independentes)
b)de repetição: são aquelas em que a arma comporta vários cartuchos e o carregamento
se faz mecanicamente, sendo necessário recarregá-la somente após o término de toda a
carga. Podem ser:
não automática ou de repetição dinâmica: os cartuchos são inseridos manualmente
e o mecanismo de repetição depende exclusivamente da ação muscular do
atirador; temos como exemplo os revólveres e a maioria das carabinas;
semi-automática: nesse sistema, todas as ações de manejo são automáticas,
exceto o disparo ou acionamento do gatilho. Citemos como exemplo a maioria das
pistolas;
automática: após o acionamento inicial do gatilho, a arma executa todas as ações
do manejo, inclusive o disparo, que só vai cessar quando o gatilho deixar de ser
acionado ou no final da munição. O tiro nas armas semi-automáticas é intermitente,
ao passo que nas armas automáticas, além do tiro intermitente, existe a
possibilidade de produzir o tiro contínuo (em rajada), como ocorre com as
submetralhadoras e os fuzis;
combinadas: nesse sistema a arma permite acionar dispositivos que combinem
várias ações. São armas que permitem disparos de 2, 3 ou 4 tiros automáticos,
bem como, disparos intermitentes.
2.8-Quanto ao Calibre:
a)armas leves: até o calibre .50, inclusive
b)armas pesadas: acima do calibre .50
2.9-Quanto a Alimentação:
a)manual: quando os cartuchos são inseridos manualmente
Ex: escopeta calibre 12.
b)com carregador: quando a arma dispõe de um carregador para alimentá-la.
Ex: pistola.
d)Velocidade
Velocidade Teórica de Tiro
Tiro:: é o número de disparos que pode ser fei
feito
to por uma arma em
um minuto, desconsiderando
desconsiderando-se
se o tempo gasto com alimentação, pontaria, etc. É considerado
que a arma tenha um carregador com capacidade infinita e que não haja incidente de tiro.
e)Velocidade
Velocidade Prática de Tiro
Tiro:: é o número de disparos que pode ser feito por uma arma em
um minuto, levando
levando-se
se em consideração o tempo gasto com alimentação, pontaria, solução de
panes, etc, ou seja, com todos os procedimentos realizados quando se utiliza a arma.
f)Cadência
Cadência de Tiro
Tiro:: está relacionada ao funcion
funcionamento
amento da arma (intermitente, rajada
limitada ou total).
2))COMPOSIÇÃO
COMPOSIÇÃO
As armas de fogo só foram possíveis graças à invenção da pólvora. Por sua vez, só
chegamos ao nível atual de avanço tecnológico com a invenção do cartucho metálico. Ele
reúne, em si ssó,
ó, todos os elementos necessários ao tiro (o projétil, o estojo, a carga de
projeção e a espoleta com sua carga iniciadora). Foi elaborado de modo a ser introduzido
diretamente na culatra da arma para qual é destinado, de modo manual ou mecânico. Sua
finalidade é de proteger seus componentes, oferecendo segurança ao operador da arma.
finalidade
4.1-Componentes
4.1 Componentes dos cartuchos de arma de fogo
Os cartuchos de munição das armas de fogo compõem
compõem-se,
se, basicamente, de quatro
partes, a saber:
a)Estojo
Estojo
Inicialmente feito em cobre puro, os estojos foram, ao longo do tempo, fabricados em
latão (liga cobre
cobre-zinco),
zinco), material que mostrou mais eficiência em relação ao cobre puro. O
formato do estojo é determinado pela maneira que ele se posiciona na câmara e pelo modo
pelo qual se apóia na mesmo. Podem ser:
Cilíndricos
Cônicos
Tipo Garrafinha
Armamento, Munição e Tiro Defensivo
O modo como se dá a iniciação ou deflagração, importa em outra divisão. Apesar de
existirem vários sistemas, os encontrados com mais freqüência são:
Estojo de Fogo Circular
b)Espoleta
Espoleta
É um pequeno copo metálico que contém determinada quantidade de mistura
iniciadora destinada a inflamar a carga de pólvora contida no estojo.
c)Pólvora
Pólvora
Composto químico que, ao queimar, gera uma quantidade muito gran
grande
de de gases e em
velocidade muito rápida. Os gases produzem um aumento de volume que gera um rápido e
progressivo aumento de pressão. Em determinado momento, atinge o chamado pico de
pressão, momento a partir do qual começa a decrescer, até que, com a saíd saída
a do projétil do
cano da arma, tem o seu valor de pressão reduzido ao do local do disparo.
d)Projétil
Projétil
É o artefato, metálico ou não, que é expelido pela arma de fogo, sendo o principal e o
mais crítico elemento da munição. Seu tipo, forma e massa, vão ddeterminar,
eterminar, juntamente com a
pólvora, os maiores ou menores efeitos balísticos ou lesivos da munição. Existem várias
classificações de projéteis, porém, ainda não é o momento de nos aprofundarmos muito nesse
assunto.
Armamento, Munição e Tiro Defensivo
UNIDADE IV: NOÇÕES DE BALÍSTICA
1)CONCEITO DE BALÍSTICA
“É a ciência e arte que estuda integralmente as armas de fogo, o alcance e a direção dos
projéteis por elas expelidos e os efeitos que produzem” (Roberto Albarracin). Pode ser dividida
em:
a)Balística Interna:ou balística do interior, é a parte que estuda a estrutura, os mecanismos,
o funcionamento das armas de fogo e a técnica de tiro, bem como os efeitos da detonação da
espoleta e deflagração da pólvora dos cartuchos, até que o projétil saia da boca do cano da
arma. A mecânica do disparo pode ser dividida em:
Percussão
Iniciação da espoleta
Queima da carga de projeção
Vôo livre e tomada do raiamento do projétil
Saída do projétil
b)Balística Externa: estuda a trajetória do projétil desde que abandona a boca do cano da
arma até a sua parada final. Analisa as condições do movimento, velocidade inicial do projétil,
sua forma, massa, superfície, resistência do ar, a ação da gravidade e os movimentos do
projétil. No estudo da trajetória do projétil, vamos nos ater aos Elementos da Trajetória e ao
Alcance do Tiro.
Elementos da Trajetória
Linha de Tiro: reta determinada pelo prolongamento do eixo do cano da arma;
Ângulo de Tiro: ângulo formado entre a linha de tiro e a horizontal do terreno;
Linha de Mira: reta que une o meio do entalhe da alça de mira ao vértice da massa de mira;
Linha de Visada: linha de mira prolongada até o ponto de impacto no alvo;
Ângulo de Mira: é o ângulo formado entre a linha de mira e a linha de tiro;
Ponto de Chegada: ponto em que o projétil encontra o solo.
Alcance Máximo (ou Real): é a distância compreendida entre a boca do cano da arma e
o ponto de chegada do projétil (trajetória). É calculado através de fórmulas balísticas
que consideram a velocidade inicial, o ângulo de projeção e o coeficiente de resistência
(balístico).
Alcance com Precisão: é a distância em que um atirador experimentado é capaz de
atingir, com razoável grau de certeza, um quadrado com 30 cm de lado. Considera-se
que esta área em que se situam os principais órgãos vitais do corpo humano. A
experiência do atirador irá influenciar decisivamente neste alcance.
2)RECUO DA ARMA
Em 1686, Isaac Newton já dizia que a cada ação corresponde a uma reação igual e
contrária. Imediatamente após a saída do projétil do cano, uma força contrária da mesma
intensidade da que moveu o projétil, atua sobre a estrutura da arma. É o recuo da arma e que
atua sobre o eixo do cano. Quanto maior o calibre da arma e a potência da munição, maior
será o recuo da arma. Porém, este recuo é facilmente administrável pelo atirador, através da
correta empunhadura da arma, que veremos mais adiante e, em especial, nas instruções
práticas.
2)CARACTERÍSTICAS
2.1-Classificação
a)Quanto ao Tipo: de porte;
b)Quanto ao emprego: individual;
c)Quanto à alma do cano: raiada, variando entre 5 e 6 raias, com sentido à direita ou
esquerda, conforme o modelo;
d)Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga;
e)Quanto ao sistema de refrigeração: a ar;
f)Quanto à alimentação: manual, possuindo capacidade para 5, 6, 7 ou 8 cartuchos
(conforme o modelo), podendo-se ainda utilizar-se o jet loader (apenas para os
modelos de 5, 6 e 7 cartuchos);
g)Quanto ao sentido de alimentação: de trás para frente;
h)Quanto ao funcionamento: de repetição;
i)Quanto ao princípio de funcionamento: ação muscular do atirador
2.2-Aparelho de Pontaria
a)Alça de Mira: tipo entalhe, podendo ser fixa ou regulável, conforme o modelo;
b)Massa de Mira: tipo rampa, fixa;
2.3-Dados Numéricos
a)Peso: em média 800 g, dependendo do modelo;
b)Comprimento do Cano: o padrão policial é de 101,6 mm (4”), existindo também outros
modelos com tamanho 50,8 mm (2”), 76,2 mm (3”), 127 mm (5”), 152,4 mm (6”),
177,8mm (7”) e 203,2 mm (8”);
c)Velocidade Teórica de Tiro: 20 tiros por minuto;
d)Velocidade Prática de Tiro: depende da habilidade do atirador;
e)Alcance Máximo:1.400 m;
2.4-Gatilho
a)Pressão em Ação Dupla: 6,4 Kg;
b)Pressão em Ação Simples: 2,1 a 2,5 Kg.
3)PRINCIPAIS COMPONENTES
O revólver é composto por quatro partes básicas:
3.1-Armação: é a peça que serve de suporte as demais, dando
forma à arma e permitindo a sua empunhadura;
d)Arma no coldre: com a arma agora pronta para o serviço, esta deverá ser acondicionada
em coldre apropriado e de lá só deverá sair em caso de necessidade de usá-la numa
ocorrência ou para ser devolvida/repassada ao final do seu serviço.
Obs:
Extração e Ejeção: após a abertura da arma, o acionamento da vareta do extrator expulsa
os estojos vazios, proporcionando condições para novo ciclo de operações de manejo ou
para a retirada da munição após o serviço. Esta deverá sempre ser repassada aberta.
6)DESMONTAGEM
a)Para retirar o tambor:
Retira-se o parafuso retém do suporte do tambor. Comprime-se o botão serrilhado para
frente e rebate-se o tambor para a esquerda e desloca-se o tambor para frente até que o
eixo do suporte saia do seu alojamento.
b)Desmontagem do tambor:
Desatarraxar a vareta do extrator, retirando-a. Retirar a haste central com a mola. Retirar o
suporte do tambor. Retirar a mola e anel do extrator. Retirar o extrator.
e)Mecanismo:
Com o auxílio de um “clips” ou arame fino, retirar a mola real, desengatando-a do cão.
Retirar o impulsor do tambor. Retirar o impulsor do gatilho e o gatilho, levantando-o. Retirar
a barra de percussão e o tambor.
f)Ferrolho do Tambor:
Desparafusar o parafuso do botão serrilhado e retira-lo com o respectivo botão. Levar o
ferrolho para trás ao mesmo tempo em que se levanta a sua parte posterior, tomando
cuidado para que não salte a mola.
7)MONTAGEM
Basta que procedamos de maneira inversa à desmontagem.
9)INCIDENTES DE TIRO
a)Ações Imediatas:
Voltar o cano para baixo;
Se possível, abrir o tambor da arma;
Inspecionar o interior do cano;
Inspecionar o funcionamento do mecanismo, fazendo funcionar a arma com o tambor
aberto; inspecionar o percussor que deve aflorar;
Fechar o tambor;
Reiniciar o tiro.
RESUMO:
A arma deve ser envolvida firmemente, sem pressão excessiva, a fim de evitar tremor
na arma e desvio no tiro. É importante ressaltar a posição do dedo indicador da mão forte
(que, de fato, segura a arma). Este deverá estar esticado, fora do gatilho e paralelo ao cano
da arma. A palma da mão fraca (de apoio) deverá ocupar o espaço vazio da coronha, com
seu dedo polegar também paralelo ao cano. Existe uma tendência de apo apontá-lo
lo para cima,
mas não recomendamos. É normal sentir certo desconforto inicial, principalmente na
musculatura do braço do lado da mão fraca. O treinamento fará com que nos acostumemos
com a posição. Os demais dedos da mão fraca “abraçarão” os dedos da m mão
ão forte,
formando um conjunto sólido.
Posição inc
incorreta
Posição correta
c
b)Posição
b)
A posição do corpo é de grande importância para que o policial tenha equilíbrio no
momento da execução do disparo, além de influenciar na segurança do atirador. O uso de
diferentes posições para o tiro policial surgiu neste século. Mas, na verdade, a situação
prática é que irá determinar a melhor posição a ser adotada. Uma boa posição de tiro deve
atender aos seguintes requisitos:
permitir uma firme empunhadura;
permitir equilíbrio do corpo e uma boa base;
Armamento, Munição e Tiro Defensivo
silhueta reduzida ao oponente;
possibilidade do uso de abrigos ou barricadas pelo policial;
permitir o giro para repelir agressões vindas de qualquer direção.
Mas tenham certeza absoluta que numa troca de tiros, é muito difícil encontrar todas
essas condições simultaneamente. Entretanto, este é o nosso mister. No stand ou em local
apropriado, as
as posições de tiro (em pé, de joelhos, deitado e barricado) serão mostradas e
executadas na prática.
c)Visada
c)
No tiro policial não se usa diretamente o aparelho de pontaria da arma, mas sim uma
semi visada
visada,, em que a atenção permanece na fonte de risco e não na arma. Conhecer o
aparelho de pontaria da arma e suas possibilidades é a base para um disparo preciso.
As armas de uso policial, quando utilizam as chamadas miras abertas
abertas,, possuem como
elementos componentes do sistema de pontaria a alça de mira e a massa de mira. mira A
primeira é um entalhe na armação da arma, ou mesmo uma peça separada que possui
regulagem em elevação e deriva, e que fica mais próxima do olho do atirador. A segunda é
uma pequena rampa, poste ou mesmo ponto metálico, na porção mais afast afastada
ada do olho do
atirador.
Observemos na figura abaixo os elementos da visada. Para executar uma visada
correta, o policial deve alinhar o seu olho, a alça de mira, a massa de mira e o alvo. Alça e
massa de mira deverão ter equilíbrio de luzes, como na parte da direita da figura. Ou seja, a
porção livre de cada lado da massa deverá ser a mesma. Como, para o olho humano, é
impossível manter todos esses elementos em foco ao mesmo tempo, o policial realiza o
enquadramento alça/massa e leva esse conjunto ao alvo. Este último, o alvo, é o elemento
que permanecerá em foco em detrimento dos demais componentes da visada. Na mesma
figura, também podemos observar a fotografia errada para o tiro policial, onde o conjunto
alça/massa está em foco (mais nítido para o policial) em detrimento ao alvo e a fotografia
certa, em que ocorre o inverso. A atenção e o foco estarão no alvo e não na arma.
Elementos da Visada
Fotogr
Fotografia
afia Errada
Fotografia Correta
Corret
O policial deve adotar uma posição normal de cabeça, elevando o aparelho de pontaria
até o nível dos olhos e não o contrário.
No tiro policial, os dois olhos deverão estar abertos. E isso exige treinamento. A visão
periférica é um fator importante para a segurança do próprio policial. Se um dos olhos estiver
fechado ficaremos sem essa visão e, portanto, mais vulneráveis. Do mesmo modo, a visão
periférica evita a chamada visão em túneltúnel,, que ocorrem em situações de strstress,
ess, quando
fixamos a atenção toda no alvo, deixando, muitas vezes, de perceber o que se passa à
pequena distância.
Armamento, Munição e Tiro Defensivo
Sempre que possível, devemos atirar em posição horizontal, pois, caso contrário, o
aparelho de pontaria poderá apresentar uma fotografia erradarada do alvo e, conseqüentemente,
um desvio considerável.
O olho diretor é aquele com o qual o policial, de fato, faz a visada. Veremos, na prática,
exercícios para que o determinemos. A linha de mira é feita apenas com o olho diretor,
devendo o outro ol olho,
ho, como já dissemos, permanecer aberto a fim de não perder a visão
periférica.
d)Respiração
d) spiração
É sabido que a respiração aciona grupos musculares do tórax, movimentando o corpo,
braços e mãos. Se muito acentuada ou ofegante, poderá influenciar a precisão do disparo. A
experiência e a boa técnica ensinam que um bom disparo é efetuado em apnéia, isto é,
quando bloqueamos a respiração frações de segundos antes do disparo. Contudo, no tiro
policial, na maioria das vezes o disparo é feito após longos d
deslocamentos,
eslocamentos, feitos, muitas
vezes, durante uma perseguição a cidadãos infratores, com respiração ofegante e muito
stress. Nessas condições, a respiração deve ser a mais natural possível, conforma a
necessidade: de modo ofegante após uma corrida ou de modo menos intenso, porém sem
bloqueio da entrada de ar, de modo a não comprometer a oxigenação cerebral.
e)Acionamento
e) cionamento da Tecla do Gatilho
É o fundamento mais importante do tiro. Cerca de 80% dos erros durante o disparo
ocorrem devido ao incorreto acioname
acionamento
nto do gatilho. O dedo indicador deve encostar
encostar-se ao
gatilho somente na porção do dedo, conforme figura abaixo, e a pressão deve ser exercida
apenas pelo dedo. O deslocamento deste deverá ser feito somente para trás, sendo nesta
direção a força aplicada. A pressão deve ser lenta e progressiva, mantendo o
enquadramento do alvo.
A gatilhada ocorre quando o atirador emprega muita força no contato do dedo com o
gatilho ou o faz de maneira incorreta, desequilibrando a arma. O treinamento continuado e
freqüente é fundamental para que o acionamento do gatilho seja feito sempre da mesma
maneira e no mesmo ponto do dedo.
3)INCIDENTES
3 INCIDENTES E ACIDENTES DE TIRO
3.1-Incidente
Incidente de Tiro
Tiro:: ocorre quando se produz uma interrupção nos tiros sem danos
materiais e/ou pessoais, por motivo independente da vontade do atirador. O problema é
resolvido corrigindo a caus
causa
a que lhe deu origem, após a sua identificação.
3.2-Acidente
Acidente de Tiro
Tiro:: ocorre quando se produz uma interrupção dos tiros com danos de
qualquer natureza, materiais e/ou pessoais. As causas dos acidentes de tiro são muito
variadas, mas podem ter como origem a arma, a munição ou o atirador.
Armamento, Munição e Tiro Defensivo
4)MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO DA ARMA DE FOGO
A manutenção é o conjunto de operações destinadas a conservar em perfeito estado
de funcionamento o armamento e as munições. É realizada em escalões de manutenção,
cujas atribuições variam em função do emprego do armamento, natureza do reparo etc.
A manutenção de primeiro escalão é aquela realizada pelo próprio usuário do
armamento e se dá através de operações simples de limpeza e lubrificação, ou até a
substituição de peças simples que não impliquem em regulagem, tendo esta arma disparado
ou não.
A manutenção de segundo escalão é realizada por pessoal especializado, orgânico da
própria Unidade. São operações de natureza preventiva e algumas corretivas, como
regulagens e substituição de peças, compatíveis com as ferramentas e equipamentos
existentes.
Já a manutenção de terceiro, quarto e quinto escalões são realizadas,
respectivamente, por oficinas pertencentes aos Centros de Manutenção da Corporação. Lá
são realizadas operações especialíssimas que as unidades não teriam condições de
realizar.
Cabe a todo policial dominar, obrigatoriamente, a manutenção de primeiro escalão,
básica, do armamento que utiliza.
4.2–Manutenção da Munição
Assim como o armamento, a munição também deverá ser conservada
adequadamente para que não ocorram surpresas num momento de ocorrência policial.
Os componentes mais sensíveis e causadores de falhas na munição são a espoleta e
a pólvora. Por isso devem ser observadas regras básicas na sua conservação:
A lubrificação do armamento deve prever cuidados com o uso de óleos para que não se
depositem em excesso e entrem em contato com a munição. Se o óleo atingir a espoleta,
poderá desativá-la;
O estojo oxidado fica fraco nesses pontos. A munição em contato com o couro pode oxidar
rapidamente, ficando seriamente comprometida;
A munição é garantida por seis meses. O prolongamento deste prazo de validade é fruto
dos cuidados com estocagem. O local a ser guardada a munição deve ser seco, sem
variações de temperatura, sem umidade e ventilado. Não misturar munições novas com
munições velhas;
Uma munição mal conservada é passível de falhas ou retardos na deflagração, este último,
fenômeno de alto risco, fruto de espoletas ou pólvoras úmidas ou defeituosas;
Troque a carga de sua arma a cada seis meses, preferencialmente. Isto pode ser um
pretexto para um pequeno, mas importante, treinamento, e garantirá o funcionamento da
arma;
Nunca utilize munição recarregada no serviço policial;
2)CARACTERÍSTICAS
2.1-Classificação
a)Quanto ao tipo: de porte;
b)Quanto ao emprego: individual;
c)Quanto ao sistema de refrigeração: a ar;
d)Quanto ao funcionamento: semi-automática;
e)Quanto ao princípio de funcionamento: ação dos gases sobre o ferrolho;
f)Quanto ao sistema de carregamento: retrocarga.
2.2-Alimentação
a)Sentido:de baixo para cima;
b)Carregador:metálico tipo cofre, com capacidade para 11 cartuchos (modelo PT-100)
e 10 cartuchos (modelo PT-940).
2.3-Aparelho de Pontaria
a)Alça de Mira: fixa, tipo entalhe em U;
b)Massa de Mira: fixa, tipo lâmina.
3)PRINCIPAIS PARTES
d)Confirmação
Confirmação do Carregamento (Press
Press Check):
Check): antes de desarmar
o cão, o policial deverá confirmar se, de fato, houve o
carregamento da arma. Sem deixar que a mão passe a frente do
cano, o ferrolho deve ser, levemente, trazido à retaguarda, a fim de
que possamos certificar que o cartucho está na câmara em
posição de tiro.
e)Desarmar
Desarmar o cão
cão:: pressionar a te
tecla
cla do registro de segurança para baixo, fazendo com
que o cão seja desarmado em segurança e sem que haja o disparo.
f)Arma
Arma no coldre
coldre:: com a arma agora pronta para o serviço, esta deverá ser acondicionada
em coldre apropriado e de lá só deverá sair em caso de necessidade de usá usá-la
la numa
ocorrência ou para ser devolvida/repassada ao final do seu serviço.
Obs:
Remuniciar/Recarregar a arma
arma:: após o último tiro, o ferrolho permanece recuado, preso
pelo seu retém. Acionar o retém do carregador, soltando
soltando-o
o.. Colocar outro carregador
cheio. Liberar o ferrolho acionando seu retém para baixo. Em seu movimento à frente, o
ferrolho novamente coloca um cartucho intacto na câmara (novo carregamento).
Descarregar e Desmuniciar a arma arma:: com o cano voltado para uma di direção
reção segura,
pressione o retém do carregador, soltando
soltando-o.
o. Retire o carregador. Acione o ferrolho para
trás, certificando
certificando-se
se de que o cartucho que estava na câmara foi devidamente removido.
Após desmuniciar o carregador, abra a arma, repasse
repasse-a a aberta e com
com o carregador fora
de seu alojamento.
Armamento, Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa
5)MECANISMOS DE SEGURANÇA
Os modelos PT-100 e PT-940 possuem o mecanismo de segurança composto
das seguintes partes, funcionando da maneira que segue:
a)Posição Inicial
A arma está carregada e é executado um disparo;
b)Recuo do ferrolho
A pressão desenvolvida pela deflagração da carga de pólvora age em todos os sentidos,
e força o projétil para frente e o ferrolho para a retaguarda. Graças ao mecanismo de
trancamento, a abertura do ferrolho se efetua somente após a saída do projétil do cano.
O ferrolho, no seu recuo, imprime movimento ao cão no sentido de engatilhamento,
comprimindo sua mola, a qual o lançará à frente quando de novo disparo intencional.
Simultaneamente, desconecta o tirante do gatilho da armadilha que, girando à
retaguarda, impõe que o cão permaneça engatilhado. O recuo é limitado quando o
alojamento da guia da mola recuperadora atinge o batente existente na armação,
estando, neste momento, a mola recuperadora no seu máximo de compressão;
Extração
A pressão que empurra o estojo contra seu alojamento no ferrolho obriga este a
recuar. A função do extrator consiste em manter o estojo no seu alojamento no
ferrolho, a fim de evitar que ele tombe no mecanismo antes da ejeção. O extrator
servirá, também, para extrair um cartucho que tenha causado um incidente de tiro.
Ejeção
No momento em que o alojamento do culote do cartucho no ferrolho se encontra,
aproximadamente, a dois terços do curso total do recuo deste, o estojo entra em
contato com o ejetor, que o obriga a girar em torno da garra do extrator e o projeta
para fora da arma.
Apresentação de novo cartucho
Continuando seu movimento para a retaguarda, o ferrolho ultrapassa o carregador.
Os cartuchos do carregador, não estando mais seguros pelo ferrolho, se elevam pela
ação da mola do carregador no transportador, até que o cartucho de cima seja
limitado pelas abas do carregador, dando-se então, a apresentação deste cartucho.
Engatilhamento
Ainda no recuo, o ferrolho aciona o tirante do gatilho, no sentido de desconectar o
mecanismo de disparo, liberando, assim, a armadilha para reter o cão, por monta
específica, na sua posição “engatilhado”.
c)Avanço do Ferrolho
Avanço
O ferrolho é impelido para frente, por ação da mola recuperadora, deixando o cão
retido na armadilha, pela monta específica, e deixando desativado o mecanismo de
disparo, por ação do tirante do gatilho, ora desconectado da armadilha.
Carregamento e fechamento
Continuando seu avanço, o ferrolho empurra o cartucho apresentado no carregador
para frente. Em seu movimento, a ogiva do projétil encontra a rampa de acesso
existente no cano. Esta, orienta o projétil para a câmara, desprendendo-se, assim, o
cartucho das abas do carregador, ficando o ferrolho “fechado” sobre a parte posterior
do cano.
Trancamento
A partir deste ponto, o ferrolho empurra também o cano para frente, e obriga o bloco
de trancamento a subir em uma rampa, específica, na armação, imprimindo às aletas
do bloco, movimento de ascensão e determinando que elas se alojem nos entalhes
laterais do ferrolho, efetuando-se, assim, o trancamento da arma.
e)Percussão
Percussão
O cão transmite ao percussor inercial a energia que fará detonar a espoleta do cartucho,
que está inserido na câmara, provocando a deflagração da carga de projeção e a
repetição do ciclo da arma, se o atirador assim o desejar.
7)PANES
7)
Principalmente numa troca de tiros, a ocorrência de uma pane é um momento muito
delicado para o policial. É necessário muito adestramento para abrigar
abrigar-se,
se, pedir cobertura,
identificar
identificar e resolver a pane. Vejamos as mais comuns:
Seca:: ocorre quando a munição é percutida, mas o disparo não ocorre por problemas na
pólvora ou na espoleta. Devemos dar uma leve batida no carregador a fim de confirmar
se este está corretamente em seu alojamento e, em seguida, trazer o ferrolho à
retaguarda a fim de executar novo carregamento;
Chaminé
Chaminé:: ocorre quando o estojo a ser ejetado fica preso na janela
de ejeção, impedindo o fechamento e trancamento da arma. Para
solucionar esta pane, devemos
devemos,, com vigor e rapidez, passar a mão
fraca por sobre o ferrolho a fim de retirar o estojo deflagrado,
tomando o cuidado de que a mão não passe à frente do cano;
Embuchamento
Embuchamento:: ocorre quando o estojo deflagrado tem uma dilatação maior do que a
prevista
prevista, não
ão consegue ser extraído e fica preso no interior da câmara. Nesse tipo de
pane, normalmente o ferrolho não consegue fazer seu movimento à retaguarda para um
novo carregamento
carregamento.. A solução desta pane exige um pouco mais de tempo, pois será
necessária força ffísica
ísica para conseguir abrir o ferrolho.
Duplo carregamento
carregamento: ocorre quando, por algum motivo, o
estojo deflagrado não é extraído sem que o movimento do
ferrolho seja interrompido. Na sua volta, este traz novo
cartucho a ser inserido na câmara, o qual, ent entretanto,
retanto, é
impedido de alcançar a câmara devido ao estojo que ali
ainda se encontra. A solução desta pane também exigirá
um pouco mais de tempo, pois será necessário que o
ferrolho seja trazido à retaguarda e fique preso pelo seu
retém a fim de que o carre
carregador
gador seja retirado da arma para
somente depois retirar o estojo vazio.
8)DESMONTAGEM
8)DESMONTAGEM E MONTAGEM (1° Escalão)
O policial que utiliza a arma é o responsável direto pelos cuidados de sua
manutenção básica. Isto inclui a proteção contra as intempéries e o uso diuturno, bem como
a manutenção do 1º escalão. Os demais níveis de manutenção devem, obrigatoriamente, ser
deixados para pessoal especializado.
Armamento, Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa
8.1-Desmontagem
Desmontagem
Desmontagem:
Retirar o carregador, acionando seu retém, próximo ao guarda mato;
Acionar o ferrolho até o final do seu curso, inspecionando a câmara;
Com o ferrolho fechado, pressionar o retém da alavanca de desmontagem,
girando a para baixo;
girando-a
Deslizar o conjunto ferrolho/cano para frente, até liberá
liberá-lo
lo da armação;
Comprimir a guia da mola recuperadora, levantlevantando
ando o conjunto e retirando-o
retirando do
ferrolho;
Vista Desmontada:
Desmontada:
8.2-Montagem
Montagem:
1.1- OBSERVAÇÃO
O primeiro objetivo da observação é identificar o fato em andamento, compreender o
delito e suas FONTES DE RISCO. Grande parte das ocorrências para as quais o Policial é
despachado para atender, são informadas com insuficiência de dados. A partir desta
premissa, torna-se importantíssima a correta observação da ocorrência. Deveremos estar
sempre observando atentamente, mesmo antes de chegarmos ao local específico, a fim de
não sermos surpreendidos por uma agressão não percebida. Uma das frases mais comuns
entre as vítimas e os policiais que se viram surpreendidos pela ação delinqüente é: “Quando
eu vi, já ...”. Identificando o local da ocorrência passamos a nos preocupar com as FONTES
DE RISCO.
As fontes de risco poderão ser inúmeras, mas uma delas é determinante:
MÃOS DO ABORDADO
Armas próprias
Paus
Pedras
Armas impróprias Ferros
Ferramentas
Facas, facões
São também fontes de risco os locais onde um agressor pode estar alojado ou de
onde possa surgir agredindo subitamente. É o que chamamos de CONE DA MORTE.
Portas – abertas ou fechadas;
Janelas – abertas ou fechadas;
Corredores;
Esquinas.
A CONDIÇÃO INSEGURA
Não estar protegido;
Não estar em condições de tiro;
Estar exposto à ambiente não observado;
Estar exposto à fontes de risco não observadas.
Quando sob tensão, nossa capacidade de percepção torna-se limitada. É como
quando dirigimos em alta velocidade: a visão se concentra em um único ponto a frente na
estrada. Nada observamos da paisagem à volta. A tensão da ocorrência produz o mesmo
efeito, nossa visão fica limitada e devemos treinar a superação.
Normalmente temos a percepção em ângulo de 180º a nossa frente direita e
esquerda mesmo com o olhar fixo à frente.
FIGURA ILUSTRATIVA
Mesmo olhando para frente podemos perceber simultaneamente nossas duas mãos
se movendo uma de cada lado de nosso corpo. Com essa mesma técnica, sem focarmos
um detalhe em especial, poderemos perceber muitos outros movimentos ou fontes de risco
durante a observação. Chamamos isto de VISÃO PERIFÉRICA.
Entretanto de nada adianta apenas uma OBSERVAÇÃO correta se não estivermos
PROTEGIDOS e EM CONDIÇÕES DE TIRO.
1.2–PROTEÇÃO
Estar protegido é defender o corpo das possíveis ou reais agressões, principalmente
da agressão com arma de fogo. Para isso, trataremos do uso de equipamentos e das
proteções disponíveis no ambiente da ocorrência.
Colocação CERTA (Esq) e ERRADA (Dir) do colete balístico. Deve ser ajustado ao corpo l, sem ficar frouxo.
O colete deve proteger preferencialmente o tórax que o abdômen. Caso não haja
coletes suficientes para cada policial na sua OPM, procure fazer uma capa sob medida a fim
de que quando você pegar um colete em revezamento, o faça com higiene e ajuste
adequado.
Apesar de o colete balístico ser o EPI mais conhecido, ele não é o único. Existem
capacetes e escudos balísticos para grupos de operações especiais. O uso de óculos, óculos
também usados por grupos especiais, é muito eficiente para proteger os olhos de quaisquer
objetos
objetos jogados contra o policial
policial,, principalmente, substâncias como areia e líquidos irritantes.
O EPI protege o Policial dos assustadores índices estatísticos: 82% dos policiais
feridos por disparos de arma de fogo foram atingidos no tórax. (Pesquisa realizada pela
Brigada Militar).
b)Proteções
Proteções no Ambiente da Ocorrência
Sabemos que boa parte das situações de confronto ocorre em zona urbana e
edificada. Portanto, sempre haverá alguma forma natural ou construída de proteção ou
barricada, como chamávamos anteriormente. Fica difícil imaginarmos uma situação de
confronto em qu
quee a uma distância de até 10 m (dez metros) não haja nenhuma forma de
proteção: árvore, muro, veículo, poste, prédio, barranco, buraco, etc.
Conscientes da existência constante de proteção no ambiente da ocorrência
ocorrência,
devemos sempre estar preparados para us usá-la.
la. Diferente de estar encostado no que
chamávamos de barricada, estamos propondo que o policial adote a LINHA DE PROTEÇÃO
como padrão de procedimento. Para isto basta estar em condições de tiro e em
segurança: arma na linha dos pés do abordado ou na mesma linha do local de onde o
agressor possa vir. Deveremos, então, formar uma linha, passando pelos olhos, arma
e o ponto observado, passando esta linha próxima à proteção e, obviamente,
mantendo o corpo do lado da proteção. Apenas olhos e arma deverão a aparecer.
Armamento, Munição e Tiro Defensivo – Instrutor: MAJ QOPM Márcio Augusto Pereira Bailosa
POSICIONAMENTO DO POLICIAL EM RELAÇÃO À FONTE DE RISCO
OBSERVAÇÕES
A Técnica da LINHA DE PROTEÇÃO deve ser padrão de procedimento Policial, não
servindo, entretanto, para a “tomada de ponto” ou a retirada de delinqüente alojado no
interior de prédio ou residência. Para esta situação deverá ser solicitado o apoio em
recursos necessários, sendo apenas isolado o local.
QUANDO ATIRAR ?
Tal abordagem fará análise do excludente de criminalidade de legítima defesa,
buscando um entendimento da relação entre o risco presente na ação policial e o meio
necessário para resolver as situações de confronto, para caracterizar a necessidade do uso
da arma de fogo.
b. Aspectos Técnicos
O triângulo da força letal é um modelo de tomada de decisão designado para
defender sua habilidade para responder a encontros de força, permanecendo dentro da
legalidade e de parâmetros aceitáveis.
PERIGO MEIO
OPORTUNIDADE
b)NÍVEL 2–VERBALIZAÇÃO
Baseia-se na ampla variedade de habilidades de comunicação por parte do policial
militar, capitalizando a aceitação geral que a população tem da autoridade. É utilizada em
conjunto com a “presença física” do policial e pode usualmente alcançar os resultados
desejados. As palavras podem ser susurradas, utilizadas normalmente ou até mesmo
gritadas, dependendo da atitude do suspeito.
O conteúdo da mensagem é muito importante. A escolha correta das palavras, bem
como a intensidade a ser empregada, traduz com precisão a eficácia da investida policial.
Assegurado desta postura, o policial terá mais chances de alcançar seu objetivo. Por outro
lado, há que se tomar cuidado em situações mais sérias, onde devem ser usados
comandos mais curtos, evitando-se os mais longos. Muitas situações poderão ser resolvidas
com o uso controlado da voz e um padrão de resposta passará ser conhecido na medida em
que fizer parte da cultura policial. O treinamento e a experiência melhoram a capacidade do
policial militar para verbalizar.
Atenção à Linguagem
Uma atenção especial deve ser dada à linguagem. Alguns policiais acreditam que,
utilizando uma linguagem vulgar, “chula” e ameaçadora, desencorajam a resistência do
suspeito. Diálogos desta natureza causam espanto e demonstarm falta de de preparo
profissional. Além disso, uma ameaça verbal pode desencadear uma reação e pode
propiciar o agravamento da situação. O que se busca numa verbalização é a redução do uso
da força e o controle do suspeito.
Considere ainda que a sua linguagem pode angariar antipatizantes que,
possivelmente, testemunharão contra você em qualquer processo, afirmando que houve
agressão desnecessária e uso abusivo de força (despreparo policial).
Seja firme e controle a situação. Dirija comandos claros, curtos e audíveis para cada
atitude que o suspeito deva tomar. Em geral, apenas um dos policiais deve falar:
“PARADO, POLÍCIA !... COLOQUE AS MÃOS PARA CIMA !... VIRE-SE DE COSTAS
PRÁ MIM !... AJOELHE-SE !... CRUZE AS PERNAS !”
A identificação "É Policia !" e a ordem legal "Parado !", quando forem
reconhecidamente padrão de ação policial, serão respeitadas e determinarão uma resposta
mais obediente das pessoas abordadas em situação de risco. Através da voz, o policial
deverá controlar cada movimento do abordado até cessar o risco existente.
Nível da Voz
Lembre-se de flexionar o nível de voz sempre que houver acatamento da sua ordem.
Baixe o tom da voz, conquiste a confiança da pessoa abordada. Mas fique sempre atento ao
recurso de elevar o tom de voz, caso perceba algo de errado. A posição em que o policial
empunha a sua arma também o ajudará, no sentido de que ele possa lançar mão desse
recurso, caso necessário, buscando sempre partir do nível mínimo de força e evoluir
gradativamente.