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PRODUÇÃO
PROFESSOR: LUIZ ANTONIO MELO
E-mail: luizantonio.melo@globo.com
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................... 45
ANEXO – Textos para leitura e estudo...................................................................... 46
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADDA
1.1 - Conceituação:
1.1.1 Empresa
As empresas são exemplos de organizações. Na realidade, são organizações sociais porque são
constituídas de pessoas que trabalham em conjunto em uma divisão de trabalho. Podemos então
dizer que as empresas são organizações sociais que reúnem e utilizam recursos para atingir
determinados objetivos.
Em relação ao que produzem, as empresas podem ser classificadas da seguinte forma:
- Empresas primárias ou extrativas – são aquelas que desenvolvem atividades extrativas como as
agrícolas, pastoris, pesca, petróleo, etc.
- Empresas secundárias ou de transformação – são aquelas que processam as matérias-primas e
as transformam em produtos acabados como as indústrias em geral.
- Empresas terciárias ou prestadoras de serviço – são aquelas que executam e prestam serviços
especializados como os bancos, comércio em geral, hospitais, etc.
- Empresas do terceiro setor – são as organizações não-governamentais (ONGs) que prestam
serviços sem fim lucrativos.
Os economistas salientam que todo processo produtivo depende de três fatores de produção:
natureza, capital e trabalho, integrados por um quarto fator denominado empresa. A natureza
fornece os insumos necessários, a matéria-prima, a energia etc. O capital fornece o dinheiro
necessário para comprar os insumos e pagar os empregados. O trabalho é realizado pela mão-de-
obra que transforma, através de operações manuais ou através de máquinas e equipamentos, os
insumos em produtos acabados ou serviços prestados.
Hoje, na era da informação e na busca constante pela melhoria da produtividade e
competitividade as empresas incorporam a esses três fatores tradicionais outros três importantes
elementos: conhecimento, habilidade e competência.
BENS SERVIÇOS
Tangíveis Intangível
Pode ser estocado Não pode ser estocado
Produção precede o consumo A produção e o consumo são simultâneos
Baixo nível de contato com o consumidor Alto nível de contato com o consumidor
Pode ser transportado Não pode ser transportado
A qualidade é evidente É difícil julgar a qualidade
MARKETING PRODUÇÃO
FINANÇAS
Vendas Produção
Investimentos
dos bens e dos bens e
de capitais
serviços serviços
A função produção é central para a organização porque produz os bens e serviços que são
a razão da sua existência, mas não é a única nem, necessariamente, a mais importante. Todas as
organizações possuem outras funções com suas responsabilidades específicas. Na prática,
diferentes organizações adotarão estruturas organizacionais e definirão funções também
diferentes.
Funcionários Fundos
Recursos Contabilidade
Humanos e finanças
FUNÇÃO Marketing
Fornecedores Compras
PRODUÇÃO Consumidores
Engenharia/ Desenvolvimento
Assist. técnica de produto/ serviço
-Materiais ( matéria
prima)
-Informações
-Consumidores
(OUTPUT)
(INPUT) Saídas de
Entrada de produtos e CONSU -
PROCESSO MIDORES
recursos. serviços
DE
RECURSOS DE TRANSFORMAÇÃO
TRANSFORMAÇÃO
Instalações
Máquinas
Equipamentos
Mão-de-obra Meio Ambiente
1 - INPUT
Os inputs do processo de transformação são os insumos ou recursos necessários para a obtenção
dos produtos. Segundo Slack (2002) os Inputs podem ser classificados em recursos
transformados e recursos de transformação.
b) Recursos de transformação
São aqueles utilizados para realizar a transformação dos recursos transformados em bens e
serviços. É composto pela mão-de-obra (funcionários) e instalações (equipamentos, prédio,
terreno, processo, etc.).
2 - PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO
São as operações realizadas para a obtenção dos outputs. É a execução das atividades produtivas
da organização.
Processo de
Operação Recursos de Input transformação Outputs
Aeronave Movimentação de Passageiros e cargas
Pilotos e equipe de bordo passageiros e cargas ao transportados.
Linha aérea Equipe de terra redor do mundo
Passageiros e cargas
Instalações Recepção
Equipamentos Exame
Hospital Médicos, enfermeiros, Terapia Pacientes curados
ajudantes. Medicação
Medicamentos Cirurgia
Laboratórios
Fonte: Adaptado de Slack(2002) e Tubino (2000)
Exercícios:
1) Quais as principais diferenças entre a produção de bens e serviços?
2) (Prova ENADE 2009)
As operações no setor de hotelaria são intangíveis e, em geral, dependem da participação do consumidor.
PORQUE
As operações das empresas de serviços ocorrem no momento do consumo.
A respeito dessas duas afirmações, é CORRETO afirmar que:
A) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
B) as duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
C) a primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa.
D) a primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira.
E) as duas afirmações são falsas.
4) Baseado no sistema de produção- modelo de transformação, escreva três exemplos de Inputs (recursos a serem
transformados) e três exemplos de Inputs (recursos de transformação) em uma “fábrica de automóveis” e em um
“salão de beleza”.
5) Baseado no sistema de produção- modelo de transformação, escreva três exemplos de Processos de
transformação em uma “fábrica de automóveis” e em um “salão de beleza”.
Segundo Slack (2002), para qualquer organização que deseja ser bem sucedida a longo prazo, a
contribuição de sua função produção é vital. São definidos então “cinco objetivos de
desempenho” básicos que podem direcionar o gerente de produção na busca de vantagens
competitivas.
I - QUALIDADE – Significa fazer certo as coisas. Seja numa empresa de bens ou de serviços é
necessário obter a satisfação do cliente atuando sem erros em todos os aspectos que poderão ser
julgados pelo cliente de acordo com a natureza do negócio (conformidade, bom atendimento,
higiene, etc.)
II - RAPIDEZ – Significa fazer as coisas com velocidade. Atender os clientes no menor tempo
possível.
Todos esses objetivos de desempenho têm efeitos externos e internos. Os efeitos internos de alta
qualidade, rapidez, confiabilidade e flexibilidade têm, geralmente, como objetivo reduzir os
custos de produção.
O termo trade-off é utilizado indicando uma opção de escolha (conflito) entre duas situações.
Algumas vezes para melhorar um dos objetivos de desempenho é necessário prejudicar um dos
outros objetivos. Em algumas situações, por exemplo, melhorar a qualidade do atendimento ao
cliente com equipamentos mais sofisticados pode gerar um aumento do custo do serviço. Nesse
caso dizemos que há um trade-off entre qualidade e custo.
A rede McDonald’s opera com um alto nível de padronização o que garante a qualidade e
consistência dos produtos/ serviços. Em compensação não é permitido ao cliente personalizar os
seus sanduíches de acordo com suas preferências, ou seja, não há flexibilidade de escolha.
Uma analogia que descreve os trade-offs em operações é a “gangorra” de Slack .
Objetivo de
Desempenho 2
Objetivo de
Desempenho 1
Exercícios:
2) Crie e escreva uma situação qualquer que evidencie um “trade-off” entre dois objetivos de
desempenho em um salão de beleza.
Depois que a operação realizou um conjunto de medidas parciais, ela precisa fazer um
julgamento se seu desempenho é bom ou mau ou se está atingindo as metas traçadas. É
necessário então utilizar um padrão como referência para realizar as comparações necessárias.
Quatro tipos de padrões são comumente utilizados.
Padrões absolutos - são padrões teóricos tipo “zero defeito” , “estoque zero” , que na realidade
nunca são atingidos mas obriga à operação buscar uma melhoria constante.
Os índices de desempenho são indicadores calculados a partir das medições efetuadas, e podem
ser determinados de acordo com os objetivos de cada empresa. Vários são os indicadores
calculados pelas empresas mas vamos exemplificar dois deles imprescindíveis em qualquer
operação que são a Qualidade e a Produtividade.
Índice de Qualidade
A medida da qualidade na produção de bens geralmente está relacionada com o atendimento às
especificações do produto. Na produção de serviços geralmente se refere ao nível de satisfação
do cliente.
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 11
Qualidade ( % ) = Produtos aprovados (clientes satisfeitos) x 100
Total de produtos trabalhados (total de clientes atendidos)
Exercícios:
1) Uma empresa atende, em média, 60 clientes por dia. Uma pesquisa revelou que apenas 48
clientes ficaram satisfeitos com os serviços. Qual o índice de qualidade da empresa?
2) Linha de montagem de uma fábrica recebe diariamente, em média, 650 unidades para serem
montadas. Após a montagem as unidades são submetidas à inspeção de qualidade onde, em
média, são reprovadas diariamente 38 unidades. a) Qual a produção diária da empresa? b) Qual o
índice de qualidade da fábrica?
Índice de Produtividade
PROCESSO
INPUTS
.M. obra OUTPUTS
Transformação dos
.Materiais
Inputs em Outputs
.Equipamentos Bens e Serviços
. etc.
A produtividade, portanto, será obtida dividindo-se a quantidade ou o custo dos bens e serviços
pela quantidade ou o custo dos recursos utilizados na produção. Dessa forma, a produtividade
pode ser medida por apenas um recurso de entrada, por uma combinação de todos os recursos
utilizados.
1. Número de funcionários
A produtividade é determinada dividindo-se a quantidade ou o custo dos bens e serviços obtidos
(output) pelo número de funcionários utilizados.
Exemplo:
2. Homem.hora (Hh)
A produtividade é determinada dividindo-se a quantidade ou o custo dos bens e serviços obtidos
(output) pela quantidade de Homens.horas trabalhados.
Exemplo:
Uma empresa trabalhando com 50 funcionários, em um turno de 8 horas por dia, produz 1000
unidades diariamente. A produtividade será:
3. Custo da mão-de-obra
A produtividade é determinada dividindo-se a quantidade ou o custo dos bens e serviços obtidos
(output) pelo custo da mão-de-obra.
Exemplo:
Uma empresa trabalhando com 50 funcionários, em um turno de 8 horas por dia, a um custo
médio de R$ 5 por cada hora/ homem, produz 1000 unidades diariamente. A produtividade será:
b) Produtividade Total
É a relação entre a saída gerada e a soma de todos os fatores de entrada. Assim reflete o impacto
conjunto de todos os fatores de entrada na produção da saída.
Output
Prod. =
Custo de todos os inputs (mão de obra, materiais, energia, etc )
Exercícios:
1) Uma empresa fabrica caixas de embalagens para produtores locais. Possui 6 empregados que
trabalham 8 horas por dia e conseguem fazer 168 caixas diariamente.
a) Qual a produtividade da empresa em Hh?
b) Se a produção aumentar para 173 unidades por dia, qual será a nova produtividade em Hh ?
Determinar:
a) Índice de qualidade
b) Produtividade de mão de obra em Unidades/Hh e Unidades/R$
O estudo da localização volta-se para a escolha do melhor local para instalar empresas e é
medido pelo menor custo total de fabricação e comercialização. Analisa tanto aquelas instaladas
e que procuram mudar de local, como empresas em formação, cuja localização ainda não foi
definida. É uma abordagem técnica, fundamentada numa ótica econômica, como tudo o mais na
administração da produção. Por isso, deve ficar sob responsabilidade de pessoas habilitadas,
conhecedoras do processo industrial, da sistemática de mercado, dos suprimentos e demais
aspectos relacionados às nuanças empresariais. Os distritos industriais exercem atrativos
especiais por serem dotados de infra-estrutura necessária à instalação de indústrias. Mas só isso
não é suficiente. Regiões que antes foram consideradas ideais para localização podem não ter as
mesmas características ideais hoje. Os fatores que antes influenciaram podem mudar de
comportamento ao longo do tempo. Por isso, os custos a longo prazo devem ser considerados.
A rede de operações
Nenhuma operação produtiva ou parte dela existe isoladamente. Todas as operações fazem parte
de uma rede maior, interconectadas com outras operações. Esta rede inclui fornecedores e
clientes. Também inclui fornecedores dos fornecedores e clientes dos clientes e assim por diante.
FORNECEDORES CLIENTES
segunda primeira primeira segunda
camada camada camada camada
OPERAÇÃO
Incentivos;
Matéria-prima;
Mão-de-obra;
Mercado;
Transporte;
Energia;
Água;
Outros ( concorrência, bancos, segurança, regulamentos ambientais, etc.)
e) Processos de Jobbing
Apresentam uma seqüência linear para se fazer o produto ou serviço; os produtos são bastante
padronizados e fluem de um posto de trabalho a outro numa seqüência prevista. Caracteriza-se
pelo alto volume e quase nenhuma variedade de produtos. Também chamados de "produção em
linha". Ex: Indústria química, aço, papel, cimento.
Lote de
Produtos Lote de
A Produtos
B
Seção de Costura
Seção de Corte
Lote de
Produtos
C
Produto
acabado
e) Processos de jobbing
São processos com as características da produção de projetos, mas têm uma dimensão menor e
um tempo mais curto de execução, sendo realizados junto com outros tantos produtos.
Ex: alguns técnicos especializados que trabalham por encomenda, como um marceneiro, alfaiate,
etc.
a) Serviços profissionais
Apresentam baixo volume e alta variedade. São definidos como organização de alto contato,
onde os clientes despendem tempo considerável no processo de serviço. Exemplo: consultores,
advogados, arquitetos, cirurgiões, etc.
b) Serviços de massa
Apresentam alto volume e média variedade. Envolve empresas com muitas transações de
clientes, porém com tempo de contato limitado. Os funcionários, geralmente não profissionais,
cumprem procedimentos preestabelecidos pela empresa, com pouca autonomia de decisão.
Exemplo: supermercados, rede ferroviária, aeroportos, serviços de telecomunicações,
atendimento em serviços públicos, etc.
c) Lojas de serviços
Apresentam médio volume e média variedade. Posiciona-se entre os dois processos anteriores. O
serviço é proporcionado através de combinações de atividades dos escritórios da linha de frente e
da retaguarda. Exemplo: shopping centers, bancos, lojas, hotéis, etc.
Corresponde ao sistema de produção contínua e é usado quando se requer uma seqüência linear
de operações. As máquinas ou estações de trabalho são colocadas de acordo com a seqüência de
produção estabelecida para um determinado produto que será produzido.
Seção de Costura
Seção de Corte
Produto
acabado
MAQ.
A
MAQ
MAQ
.
PRODUTO B
C
MAQ.
D
É uma forma de organizar a complexidade de fluxo que caracteriza o Arranjo Físico por
processo. São formados pequenos grupamentos para processar algumas peças ou famílias de
peças selecionadas. O material se desloca dentro da célula buscando os processos necessários
MP PA
- a estação 1 pega as “matérias primas”, efetua as suas tarefas em 5 minutos, passa o “produto em
processo” para a estação 2 e inicia um novo produto.
- a estação 2 recebe o “produto em processo” da estação 1, efetua as suas tarefas em 10 minutos, passa o
“produto em processo” para a estação 3 e pega um novo “produto em processo”.
- a estação 3 recebe o “produto em processo” da estação 2, efetua as suas tarefas em 5 minutos, entrega o
“produto acabado” para o depósito e pega um novo “produto em processo”.
Exemplo:
Vamos supor que o esquema de montagem de um determinado produto apresente os seguintes
dados abaixo e deseja-se produzir 100 unidades do produto em 7 horas de trabalho.
Esquema de montagem
Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa Tarefa PA
A B C D E
a) Tempo de atravessamento
É o tempo exigido para a montagem de uma unidade do produto. É obtido pelo somatório dos
tempos de todas as tarefas elementares.
b) Tempo de Ciclo
É o intervalo de tempo em que cada produto acabado deve sair da linha de produção, de forma a
atender a quantidade de produção exigida em um determinado período.
Isso significa que para se obter 100 unidades em 7horas de trabalho é necessário que fique pronta
uma unidade a cada 4,2 minutos.
d) Eficiência do balanceamento
Eb = nº teórico / n° real
No exemplo :
Nota .O tempo de ciclo resultante será igual ao tempo do posto de maior duração.
No exemplo esse tempo será de 4,2 minutos .
Isso quer dizer, que a cada 4,2 minutos sairá um produto acabado da linha de montagem.
Exercícios:
1) As atividades de uma linha de montagem são mostradas a seguir, com as durações necessárias
em minutos. A linha opera por 7 horas diariamente, sendo desejada uma produção de 600
unidades por dia. Determinar:
a) Duração do ciclo.
b) Nº teórico de postos de trabalho
c) Eficiência do balanceamento
d) Agrupamento das tarefas nos postos de trabalho
E – 0,56
2) A fábrica de bolos “BK” quer montar uma linha para realizar as operações de acabamento,
decoração e embalagem em um tipo de bolo fabricado especialmente para uma rede de
supermercados. O pedido do supermercado é de 5000 bolos por semana e o n° de horas
trabalhadas 40h por semana.
Esquema de montagem
A K R L M P G
Capacidade se refere à quantidade de carga que uma unidade operacional pode suportar. Essa
unidade operacional pode ser uma fábrica, um departamento, uma máquina, uma loja, um
funcionário, etc.
A capacidade de uma unidade operacional é uma peça de informação importante para efeito de
planejamento; ela permite que os gerentes quantifiquem as quantidades de produção em termos
de inputs e outputs, permitindo-lhes assim tomar decisões ou fazer planos relacionados com os
valores quantificados.
A capacidade, portanto pode ser definida como sendo “a quantidade máxima de produtos e
serviços que podem ser produzidos numa unidade produtiva, num dado intervalo de tempo”.
De acordo com a natureza da atividade, a capacidade é medida pelos insumos de entrada (inputs)
ou pelo volume de produção obtido na saída do sistema (outputs). Quase todos os tipos de
operações poderiam usar uma mistura de medidas de entradas e saídas, mas na prática, a maioria
usa uma ou outra.
Exemplo:
Vamos supor que uma máquina foi construída pelo fabricante com capacidade para processar
100 peças por hora, ou seja, a capacidade nominal da máquina é 100 peças por hora.
A empresa ALFA, adquiriu 5 dessas máquinas para a criar uma nova linha de produção, que
trabalhará 8 horas por dia.
No exemplo acima a empresa teria 5 máquinas que estariam disponíveis 8 horas por dia, então,
É a quantidade de produção (peças, litros, toneladas, etc.) que todas as máquinas juntas poderão
produzir.
No exemplo acima cada máquina tem capacidade para produzir 100 peças por hora, então, as 5
máquinas juntas poderão produzir: 5 x 100= 500 peças por hora.
Em um dia de 8 horas de trabalho a empresa terá capacidade de produzir:
500 peças x 8 horas/ dia = 4.000 peças / dia
A capacidade de projeto seria de 4000 peças/dia.
2- Capacidade Efetiva
É a produção máxima possível, descontando as perdas devido à escolha de um determinado mix
(combinação) de produtos, dificuldade de programação, manutenção das máquinas, fatores de
qualidade e assim por diante.
Exemplo:
Vamos supor que a empresa do exemplo anterior, só tem conseguido produzir 2800 peças por
dia.
Então,
Exercícios:
1) Uma empresa possui 10 máquinas que devem funcionar 8 horas por dia.
a) Qual a capacidade de projeto dessa empresa em horas de máquinas disponíveis?
b) Sabendo-se que durante o dia de trabalho cada máquina deve parar 30 minutos para
manutenção, qual será a capacidade efetiva?
c) Supondo que cada máquina pode produzir um produto a cada 5 minutos, qual a capacidade de
projeto e a capacidade efetiva em unidades por dia?
d) Se no final do período foi constatado que a produção média diária ficou em 783 unidades,
qual a eficiência e o grau de utilização da planta?
2) Uma fábrica trabalha 9 horas por dia e as 8 máquinas existentes param durante 90 minutos
para limpeza, lubrificação e troca de peças. Cada máquina tem capacidade de produzir uma
unidade do produto em 4,5minutos. No final do período constatou-se que a fábrica estava
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 28
produzindo, em média, 640 unidades por dia. Determine: a) Capacidade de projeto da fábrica. b)
Capacidade efetiva. c) Índices de eficiência e utilização da fábrica.
Gargalo da Produção
Chamamos de gargalo da produção ao setor ou elemento que limita o fluxo normal de produção.
OBS.
A capacidade de uma linha de produção é a capacidade do setor gargalo.
Exemplo:
Vamos supor que um fornecedor de combustível envia o combustível através de uma tubulação
composta de três estágios.
TUBULAÇÃO
FORNECEDOR
DE
COMBUSTÍVEL CONSUMIDOR
Capacidade
Capacidade 3000 litros/ hora Capacidade
10000 litros/ hora 10000 litros/ hora
Percebemos no exemplo acima que mesmo a maior parte da tubulação tendo capacidade de
conduzir 10.000 litros por hora a tubulação do meio limitará a entrega ao consumidor em 3.000
litros por hora. Esse setor da tubulação é o setor gargalo.
Portanto, para esse exemplo, a capacidade total de fornecimento é de 3.000 litros por hora.
Exercícios:
1)Vamos supor que o esquema abaixo representa a produção de um determinado produto, onde
as operações são realizadas seqüencialmente nos três setores até se transformar no produto
acabado. a) Qual o gargalo da linha de produção? b) Quantos produtos acabados a linha terá
capacidade de produzir por dia?
Produto
Setor A Setor B Setor C
Acabado
2) Vamos supor agora que na linha de produção abaixo o Setor A possui 3 máquinas e cada uma
pode fazer 100 peças por hora. O setor B possui 5 máquinas e cada uma pode fazer 50 peças por
hora. O Setor C possui 4 máquinas e cada uma pode fazer 60 peças por hora. a) Qual o gargalo
da linha? b) Quantos produtos acabados a linha terá capacidade de produzir a cada hora?
Produto
Setor A Setor B Setor C
Acabado
3) Uma fábrica produz uma pequena mesa de madeira composta por uma base e quatro pés. As bases e os
pés são feitos em duas linhas diferentes para depois serem coladas. A figura abaixo mostra as duas linhas
de produção e a capacidade de cada posto por hora de trabalho. Determine a quantidade de mesas que a
fábrica tem capacidade de fazer por hora.
Posto 1 Posto 3
Posto 2
BASE 25pç/h 23pç/h
21pç/h
COLAGEM Produto
24 pç/h Acabado
Posto 1 Posto 3
Posto 2
PÉ 68pç/h 76 pç/h
84 pç/h
4) Observe a figura que se segue, onde a capacidade de produção de cada operação está representada em
unidades por hora (un/h). MP A representa a matéria-prima A, que recebe seguidamente as operações
A1, A2 e A3. MP B representa a matéria-prima B, que recebe seguidamente as operações B1 e B2.
C1 representa a operação de montagem dos componentes produzidos a partir de 3 unidades da matéria-
prima A e 2 da matéria-prima B. C2 representa a operação que dá o acabamento final ao produto.
30 um./ h 25 um./ h
Sabendo que a demanda do mercado é de 12 un/h, de quanto é a produção máxima de produtos acabados?
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 30
(A) 12 un/h (B)10 un/h (C) 9 un/h (D) 15 un/h (E) 3 un/h
7.1 Introdução
O Just in Time (JIT) surgiu no Japão, nos meados da década de 70, sendo sua idéia básica e seu
desenvolvimento creditados à Toyota Motor Company, levando a indústria japonesa à posição
de destaque mundial em qualidade e produtividade. A competitividade do Japão no mercado
internacional deflagrou amplo interesse pelo “JIT” que passou a ser adotado por várias empresas
no ocidente.
Just in Time significa produzir bens e serviços exatamente no momento em que são necessários -
não antes para que não se transformem em estoque, e não depois para que os clientes não tenham
que esperar. Embora digam que o sucesso do JIT está calcado nos aspectos culturais do povo
japonês vários gerentes e estudiosos têm-se convencido que esta filosofia é composta de práticas
gerenciais que podem ser aplicadas em qualquer parte do mundo. Basicamente o JIT procura
reduzir as perdas à zero, concentrando-se nas atividades que não agregam valor (desperdícios).
Além da eliminação dos desperdícios a filosofia JIT baseia-se no envolvimento de todos os
funcionários e na busca do aprimoramento contínuo.
A produção enxuta (lean production) é um modelo mais recente desenvolvido no ocidente, mas
que na verdade utiliza basicamente todas as técnicas do JIT. A produção enxuta refere-se à
produção sem desperdícios.
- superprodução – quando se produz mais do que é necessário para a próxima etapa de produção.
- espera – tempo de espera de máquinas, mão de obra, materiais, etc.
- transporte – movimentação de materiais dentro da fábrica.
- processamento – no próprio processo podem existir operações que podem ser eliminadas.
- movimentação – movimentação dos operadores dentro da fábrica.
- produção de defeitos – produção de produtos defeituosos.
- estoque – representa um desperdício de alto custo, além de esconder problemas da produção.
Na abordagem tradicional os estoques são considerados úteis por proteger o sistema produtivo de
problemas que podem interromper o fluxo de produção (quebras falta de peças, atraso de
fornecedores entre outros).
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 31
Na filosofia JIT os estoques são considerados nocivos, por ocuparem espaços e representarem
altos investimentos em capital, mas, principalmente, por esconderem os problemas da produção
que resultam em baixa qualidade e produtividade.
Dessa forma, para reduzir os estoques é necessário primeiro estabelecer ações para a redução dos
problemas de produção citados anteriormente. Se houver menos quebra de máquinas, por
exemplo, haverá menos necessidade de estoques; se houver menos atrasos de fornecedores,
haverá menos falta de materiais e conseqüentemente menos necessidade de estoques.
- zero defeitos
- tempo zero de preparação (setup)
- movimentação zero
- quebra zero
- lead time zero
- lote unitário (uma peça)
- estoques zero
Entrada de Saída de
Matéria-prima Produto acabado
(MP) (PA)
1- o posto de trabalho A, recebe a matéria prima, executa suas operações e envia o produto semi-
acabado para o estoque amortecedor do posto B. Pega outra peça e vai repetindo o ciclo
sucessivamente.
2 - o posto B pega o produto no seu estoque, realiza as operações, e envia para o estoque
amortecedor do posto C. Pega outra peça no seu estoque e vai repetindo o ciclo sucessivamente.
3 – o posto C pega o produto no seu estoque, realiza as operações e fornece o Produto Acabado.
E assim sucessivamente.
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 32
Conclusão: Cada posto de trabalho envia produtos ao posto seguinte, na medida que vai
concluindo sua operação, sem se importar com a situação dos postos seguintes. Dessa maneira,
caso um posto seja mais rápido que o outro, o estoque dos postos mais lentos ficará com
acúmulos de peças. Nesse caso, o custo do material em processo será bastante alto. É o que nós
chamamos de “empurrar a produção”.
Pedidos Pedidos
Na abordagem JIT, cada posto só envia a peça ao posto seguinte, quando este solicitar, ou seja:
1 – o posto A pega a matéria prima, executa as operações e fica aguardando o pedido do posto B.
Quando chega o pedido, entrega o produto semi-acabado ao posto B, e só aí inicia a preparação
de outro produto.
2 – o posto B, recebe o produto, realiza suas operações, faz um novo pedido ao posto A e fica
aguardando o pedido do posto C. Quando chega o pedido, entrega o produto pronto ao posto C,
e só aí inicia a preparação de outro produto.
3 - o posto C, recebe o produto, realiza suas operações, faz um novo pedido ao posto B e fornece
o Produto Acabado.
Conclusão: Cada posto de trabalho inicia o trabalho em um novo produto, quando o posto
seguinte pede. É o que nós chamamos de “puxar a produção”. Dessa maneira, não haverá
estoques e nem excesso de produtos em processo.
Trabalhador multifuncional
Mão-de-obra polivalente e pró-ativa. Os trabalhadores são habilitados à realizar várias funções.
Visibilidade
A situação das operações nos postos de trabalho pode ser vista facilmente e entendida pelos
funcionários. Luzes coloridas são utilizadas para sinalizar a ocorrência de problemas em algum
posto.
“Kanban” - cartão
É uma instrução para produção e transporte. O material em processo só vai de um setor para
outro quando solicitado através do cartão. O kanban de produção dispara a produção de um
pequeno lote de peças de determinado tipo, em um determinado centro de produção da fábrica. O
kanban de transporte autoriza a movimentação do material pela fábrica , do centro de produção
que produz um componente para o centro de produção que consome este componente.
Fornecedores
Os fornecedores na filosofia JIT são vistos como parceiros da empresa e procura-se estabelecer
relacionamentos de parceria e confiança.
PREVISÃO DE VENDAS
PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO
Para facilitar a elaboração do PMP vamos utilizar uma planilha que pode ser facilmente
informatizada, a partir de alguns dados que explicaremos a seguir:
Período Período a que se refere a operação (dias, semanas, meses, quinzena, etc.)
Seja uma empresa que possui um estoque atual de 4000 equipamentos e que produz
obedecendo ao lote econômico de fabricação (LEF) que é de 10000 equipamentos. A previsão de
vendas para o próximo semestre é a seguinte.
Mês 1 2 3 4 5 6
Demanda 5000 7000 3000 4000 6000 5000
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento programado
Necessidade líquida
Fabricar lote por lote significa que só serão emitidas ordens de fabricação nas quantidades
necessárias para atender a demanda. Vamos supor que no mesmo exemplo anterior, a empresa
deseja uma fabricação do tipo lote por lote. Vamos supor também que a empresa deseja manter
um estoque de segurança equivalente a 2.000 unidades.
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 36
Liberação de ordem de
produção (PMP)
MRP I
MRP II
Com a aplicação prática do MRP na produção, não tardou para que alguns pesquisadores
percebessem que a mesma lógica de cálculo poderia ser utilizada para o planejamento de outros
recursos da produção (como a mão-de-obra e equipamentos), além dos materiais. Para que
ficasse claro que se tratava apenas de uma extensão do conceito do MRP original, o novo MRP
passou a chamar-se MRP II, com a sigla, de forma mais abrangente “Manufacturing
Resources Planning”, significando “Planejamento dos Recursos de Manufatura”.
- Ordens de Compras
-Ordens de fabricação
Figura 8.2 As relações do MRP
Exercícios.:
1) Elaborar a lista de materiais para a produção do produto acabado P:
A K
M
(2) (1) (3)
L E H F R
(1) (1) (1) (3) (2)
F
(4)
Mesa Redonda
Exercícios:
1) Determinar a quantidade de componentes “F” e “G” que devem ser adquiridos para atender
o Plano Mestre de Produção do produto “P”.
Dados:
F G
(2) (1)
A estrutura nos mostra que para a montagem de cada unidade do produto P será necessária 1
unidade do componente G e 2 unidades do componente F.
Mês 1 2 3 4 5 6
Produção 10000 - 10000 - 10000 -
Programação do “Componente G”
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
Programação do “Componente F”
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
2) Em uma fábrica de móveis, a previsão de vendas para uma mesa de cozinha é a seguinte:
PREVISÃO DE VENDAS
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8
Demanda 50 70 40 50 60 70 60 50
A mesa é composta por um tampo, um tronco e oito suportes idênticos, quatro na parte superior e quatro
na parte inferior.
Mesa
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Liberação de ordem
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
3)
C A
(1) (1)
B C
(1) (2)
PREVISÃO DE VENDAS
Semana 1 2 3 4 5 6
Demanda 100 300 350 300 - 250
DADOS:
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 42
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
Período
Necessidade bruta
Estoque disponível
Recebimento
programado
Necessidade líquida
Liberação de ordem
5) A Cia. Goiás Velho S.A., fabricante de conectores, recebeu uma encomenda de 1.200
conjuntos extensão-tomada, cuja árvore de estrutura é a seguinte:
Conjunto
Extensão-Tomada
Extensão (1)
Tomada (1)
Fio 2 x 16
Tampas (2) Núcleo (1) AWG (20) Pino (1)
Fio 2 x 16
Base (3) Solda (10)
AWG (3)
Semana 0 1 2 3 4 5
Os parafusos são vendidos pelos fornecedores de material em lotes de 500 unidades, isto é, podemos
apenas comprar múltiplos desse valor (500, 1000, 1500, etc.). O prazo de lead time é de duas semanas, o
estoque de segurança é de 200 unidades, o estoque inicial é de 400 unidades, e não houve nenhum pedido
feito nas duas últimas semanas. Qual é o estoque médio projetado para as cinco semanas seguintes?
A) 500.
D) 200.
B) 400.
E) 120.
C) 300.
BIBLIOGRAFIA
ROCHA, Duílio. Fundamentos Técnicos da Produção. São Paulo: Makron Books, 1995.
A Taracare
A Taracare, Inc. opera uma única fábrica em Miami, onde fabrica e monta uma vasta gama de
móveis para praia e campo, incluindo cadeiras, mesas e acessórios. Entre as atividades básicas de
produção da Taracare estão fabricar por extrusão as peças de alumínIo dos móveis, dobrar e modelar as
partes retiradas, dar acabamento e pintar as mesmas e depois montar as peças formando móveis
completos. Os estofamentos, as tampas de vidro das mesas e todas as ferramentas são compradas de
fornecedores externos.
Craig Johnson comprou a Taracare em 1993. Antes disso, Craig tinha se destacado como um
representante de vendas sênior de móveis para praia e campo de um dos principais fabricantes nacionais.
No entanto, depois de passar dez anos com o pé na estrada, Craig decidiu procurar outras oportunidades.
Depois de alguns meses, ele se deparou com o que acreditava ser a oportunidade ideal. Ele não só estaria
numa indústria da qual tinha grande conhecimento, mas também seria dono do próprio nariz.
Infelizmente, o preço pedido estava bem acima dos recursos de Craig. Porém, depois de um mês de
negociação, Craig convenceu Jeff Lewis, o fundador da Taracare, a manter uma participação de 25% no
negócio. Embora no início Jeff tivesse a intenção de vender tudo, ele ficou impressionado com o
conhecimento que Craig tinha dos negócios, seus amplos contatos e seu entusiasmo. Portanto concordou
em vender 75% da Taracare a Craig e manter 25% como investimento.
A ambição de Craig em relação à Taracare era de expandi-la de uma pequena fabricante nacional
para uma que vendesse para os principais varejistas domésticos. Para atingir esse objetivo, a primeira
iniciativa de Craig foi triplicar o quadro de vendas da Taracare em 1994. À medida que as vendas foram
aumentando, Craig ampliou a equipe de apoio contratando um contador, um controlador, dois novos
projetistas e um agente de vendas.
Na metade do ano de 1997, a linha da Taracare estava sendo vendida experimentalmente por
vários varejistas locais. No entanto, a Taracare estava tendo dificuldades em cumprir os prazos de entrega
que seus representantes de venda estavam prometendo e em satisfazer os padrões de qualidades desses
varejistas locais. Para resolver esse problema, Craig contratou Sam Davis como novo gerente de
produção. Antes de aceitar a oferta de Craig, Sam era gerente de planta de uma fábrica que produzia
janelas para reposição que eram vendidas por grandes varejistas regionais e nacionais.
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 46
Depois de vários meses no cargo e depois de pouco progresso no sentido de melhorar a
pontualidade da entrega e a qualidade, Sam agendou uma reunião com Craig para discutir suas principais
preocupações. Sam começou:
Eu pedi essa reunião com você, Craig, porque não estou satisfeito com o progresso que estamos
fazendo no sentido de melhorar o nosso desempenho em termos de prazo de entrega e qualidade. A
verdade é que sinto que estou recebendo muito pouca colaboração dos outros chefes de departamentos.
Por exemplo, no mês passado o departamento de compras mudou para um novo fornecedor de tintas e,
embora seja verdade que a nova tinta custa menos por galão, nós temos que aplicar uma camada mais
grossa para dar a mesma proteção aos móveis.
Eu não calculei na ponta do lápis, mas sei que isso na verdade está nos custando mais, tanto em
termos de material quanto de mão-de-obra. Um outro problema é que nós geralmente fazemos uma
promoção especial que coincide com o lançamento de novas linhas. Eu entendo que o pessoal de vendas
quer colocar os produtos na loja o mais rápido possível, mas eles estão fazendo promessas de entrega que
não podemos cumprir. Solucionar problemas e fazer com que as coisas corram de modo tranqüilo leva
tempo. Depois há o problema com os projetistas. Eles estão constantemente acrescentando características
ao produto que tomam quase impossível para nós produzirmos. No mínimo, tornam a sua produção muito
mais cara para nós. Por exemplo, na nova linha "Destino”, eles criaram pernas de mesas que requerem
uma nova matriz que custa US$ 25.000. Por que não deixaram as pernas em paz para que nós pudéssemos
usar uma das matrizes que temos? Além de tudo isso, temos o departamento de contabilidade nos dizendo
que a utilização dos equipamentos está muito baixa. Aí quando aumentamos a nossa utilização dos
equipamentos e fabricamos mais produtos, o pessoal do setor de finanças declara que temos muito capital
aplicado em estoque. Para falar a verdade, eu sinto que não estou recebendo muito apoio.
Levantando-se de sua cadeira, Craig comentou:
Você levantou algumas questões importantes. Infelizmente eu tenho que ir à uma outra reunião.
Por que você não me manda um memorando descrevendo esses problemas e as suas recomendações? Aí
talvez eu agende urna reunião e nós poderemos discutir essas questões com os outros chefes de
departamento. De qualquer maneira, os nossos problemas de produção não são piores do que os
problemas dos nossos concorrentes e nós não esperamos que você solucione todos os problemas de um
dia para outro. Continue com o seu bom trabalho e mande-me o memorando assim que puder.
(Fonte: Meredith, J. R. Adm. da Produção para MBAs. Porto Alegre: Bookman, 2002.)
Perguntas
1. A experiência anterior de Sarn na direção de uma fábrica que produzia janelas para reposição o habilita
a dirigir uma fábrica que produz móveis para praia e campo?
Há muitos hotéis de luxo na região do Sudeste Asiático, mas poucos podem ser comparados ao
Penang Mutiara, hotel de alto nível, com 440 apartamentos, situado na viçosa costa oceânica verde da
Malásia, diante da Índia. Propriedade da Pernas - que da Malásia é administrado pela Singapore Mandarin
lnternational Hotels, seu gerente geral é Wernie Eisen, hoteleiro suíço que já administrou hotéis de luxo
por todo o mundo.
Ele não tem qualquer ilusão sobre a importância de dirigir uma operação eficiente.
"Administrar um hotel deste tamanho é tarefa bastante complicada”, ele afirma. “Nossos
consumidores têm todo o direito de exigir. Esperam serviço de primeira classe e isso é o que devemos
oferecer-lhes. Se tivermos qualquer problema para administrar essa operação, o consumidor percebe
imediatamente, e esse é o maior incentivo para desempenharmos seriamente as operações”.
O nosso serviço deve ser impecável. Primeiramente, isso significa lidar com o básico. Por
exemplo, nossos .funcionários devem sempre ser corteses e simpáticos com nossos hóspedes. Sem dúvida,
devem ter conhecimento para estar em condições de responder a todas as perguntas dos mesmos. O
prédio e os equipamentos, de fato, todo o hardware da operação, deve apoiar a atmosfera de luxo que
criamos no hotel. O estilo do design e os materiais de alta classe não apenas criam a impressão correta
mas, quando os escolhemos cuidadosamente, são também duráveis, mantendo o hotel conservado com o
passar dos anos. O mais importante de tudo é que procuramos antecipar as necessidades de nossos
hóspedes, pensar à frente para identificar o que encantará ou irritará o hóspede. "
O hotel tenta antecipar as necessidades dos hóspedes de várias maneiras. Por exemplo, se eles já
estiveram no hotel antes, o funcionário evita pedir as informações que já receberam na visita anterior. Os
funcionários da recepção, simplesmente, checam se os clientes já se hospedaram antes, complementam as
informações e os encaminham a seus apartamentos, sem demoras irritantes. Também tentamos ajudar os
hóspedes a resolver problemas particulares. Por exemplo, se a linha aérea extraviar a bagagem de um
deles, este chegará ao hotel compreensivelmente irritado.
"O fato de não sermos os causadores da irritação não é realmente o problema. É nosso trabalho
fazê-los se sentirem melhor. "
A resposta rápida às exigências dos consumidores, é algo também importante.
Caso 3
Quando a Corporação Disney decidiu que seria interessante montar um parque temático na Europa,
passou por uma experiência que terá sido provavelmente uma das mais importantes decisões de
localização de sua história. O mercado da Europa configurava-se como altamente promissor e a
experiência com a Disneylândia Japão estava sendo um sucesso, desde sua inauguração em 1983. Com a
decisão tomada de localizar um parque temático na Europa, nos moldes das outras "Disneylândias" da
Califórnia e do Japão, a opção pela região de (32 km a leste de) Paris pareceu acertada, porque:
. o local foi especialmente alocado pelo governo da França, demonstrando seu total apoio; a intenção
inclusive era usar o novo parque para nuclear toda uma nova cidade;
. localização acessível distante apenas duas horas de carro a 17 milhões de europeus com alto poder
aquisitivo;
. além da população residente, há ainda um fluxo enorme de população flutuante, turistas
estrangeiros em visita a Paris que poderiam ampliar o público-alvo do novo parque temático;
. a excelente infra-estrutura de transporte público ferroviário de Paris conecta-se com a estrutura local na
qual o parque se localiza, isso significando que do centro de Paris levam-se apenas 23 minutos ao local
escolhido;
. o local é bem servido por uma estrutura de estradas que se liga com toda a Europa facilmente;
. os planos para a Disneylândia Paris (mais tarde conhecida como EuroDisney) eram atrair 11 milhões de
turistas no primeiro ano, sendo 50% da França, 40% de outros países europeus e 10% do resto do
mundo.
. o clima de Paris com altos índices de pluviosidade e temperaturas frias por boa parte do ano não se
mostrou adequado para uma diversão como um parque temático da Disney;
. houve certa resistência cultural da população européia aos valores "americanos" expressos pela
Disneylândia ("se temos castelos verdadeiros, porque passearmos em castelos falsos?") ;
Administração da Produção – Professor: Luiz Antonio 50
. muitas pessoas da Europa ainda preferiram visitar os parques da Disney nos Estados Unidos por causa das
tarifas aéreas baixas, hospedagem barata e melhor clima;
. os funcionários dos parques temáticos da Disney nos Estados Unidos são em geral americanos, que
assumiram os "valores" Disney desde crianças e, portanto, lhes parece natural executar suas rotinas de
se vestir e personificarem um personagem o dia todo, de forma animada; no caso da Disneylândia
Paris, os trabalhadores em muitos casos eram imigrantes argelinos que nada tinha a ver com a "cultura"
Disney, tendo muita dificuldade de se adaptar.
O que você acha que deu errado com a decisão de localização da EuroDisney?
Caso 4
Rio Vermelho é uma cidade de 65.000 habitantes e que conta com três hospitais, num total de 287
leitos. O hemocentro de Rio Vermelho foi inaugurado quatro anos atrás para fornecer as necessidades de
sangue integral e plasma para emergências e cirurgias dos três hospitais. O hemocentro é parte do sistema
estadual de saúde. Está localizado no quarto andar de um edifício de consultórios médicos, próximo do
maior dos três hospitais.
Dado o tamanho da cidade, o hemocentro não tem tido grande sucesso em atrair doadores em
número suficiente. O diretor do hemocentro de Rio Vermelho constantemente solicita aos outros
hemocentros do sistema estadual sangue para atender às suas necessidades. Por outro lado, Rio
Vermelho raramente consegue atender às necessidades de outros hemocentros do sistema em
emergências.
Durante os dois anos iniciais de operação, a administração pensou que os problemas deviam-se à
recente inauguração - isso estaria causando o desempenho fraco do hemocentro em atrair doadores. Ago-
ra, entretanto, que o hemocentro está operando já há quatro anos, a "desculpa" da novidade não pode
mais ser aceita. Os potenciais doadores constantemente reclamam da péssima localização do hemocentro,
que, localizado na região central de Rio Vermelho, causa dificuldades enormes para acesso e
estacionamento.
Um dos técnicos de laboratório, que recentemente mudou-se para Rio Vermelho vindo de uma
cidade maior, comentou o uso de uma unidade móvel de coleta de sangue e do estabelecimento de postos
temporários de coletas em halls de shopping centers e outros edifícios públicos.
Ele indicou que várias subcomunidades, em sua antiga cidade, haviam ajudado muito no esforço de
conseguir mais doadores: Igrejas, clubes e até empresas. Foi até aventada a possibilidade de mudar o
hemocentro do centro da cidade para um shopping center mais afastado.
O diretor e um médico, entretanto argumentavam que o hemocentro estava onde deveria estar:
próximo dos hospitais.
Questões
5. Como você estruturaria um método de análise passo a passo para auxiliar o diretor do hemocentro de
Rio Vermelho a relocalizar a operação?