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Apresentação (continuação)

O curso de Princípios Constitucionais do Poder Legislativo tem por objetivo disponibilizar noções e conceitos contidos na
Constituição Federal sobre o papel do Poder Legislativo na sociedade brasileira.

Destinado prioritariamente a servidores das Câmaras Legislativas Federal, Estaduais, Municipais e Distrital, é aberto
também aos cidadãos em geral.

O curso, dividido em dois módulos, trata especialmente das origens e evolução do Poder Legislativo no Brasil e no
mundo, como também o seu papel e funções, previstos na nossa Constituição.

O que entendemos por Princípios Constitucionais do PL?

Princípios constitucionais do Poder Legislativo são normas e procedimentos estabelecidos na Constituição e que devem
ser seguidos pela instituição legislativa, dentro do conjunto de regulamentos que essa mesma Constituição determina
para os demais poderes e para toda a sociedade da qual é fruto.

A Constituição é, por conseguinte, a Lei Maior que rege as relações entre as instituições e entre estas e a sociedade.
Assim, podemos definir Constituição como sendo a lei fundamental proclamada pelo país, na qual se baseia a organização
do Direito Público dessa nação.

As constituições, em sua grande maioria, são escritas, sendo sua compreensão acessível a todos os cidadãos de sua
jurisdição. No entanto, existem alguns países em que as Constituições não são escritas, mas a observância de seus
mandamentos é rigorosa, visto serem esses mandamentos constitucionais fundados nos costumes. Caso típico de
Constituição não escrita é o da Inglaterra, onde a tradição faz com que as normas do senso comum sejam acatadas pelas
instituições e pela sociedade inglesa como se fossem escritas.

Com esse preâmbulo, podemos iniciar nosso curso.

Unidade 1 - Conceitos, características e evolução do Poder Legislativo

Para iniciar nosso curso é importante apresentarmos uma breve introdução histórica sobre o surgimento dos
poderes.

Unidade 1 – Conceitos, características e evolução do Poder Legislativo


Os Estados modernos são organizados em poderes. A cada poder é atribuída uma parcela do poder total. Mas nos
primórdios da história política da humanidade não era dessa forma: o poder era exercido pelo rei, que era o senhor da lei
e da ordem em suas propriedades, muitas vezes área correspondente a um país atual.

Para se contrapor ao Poder Absoluto do monarca, que exercia de forma totalitária a função de único mandatário de uma
dada nação, aristocratas aliaram-se a comerciantes e, com o apoio dos outros membros menos afortunados do reino,
formaram uma grande coalizão. Esse grupo de descontentes reunia-se em assembléia onde se debatiam os problemas
comuns a todos, em especial os decorrentes do poder absoluto do monarca.

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A motivação principal e decisiva para essas pessoas se oporem ao poder absoluto foi, sem dúvida, a ilimitada capacidade
do monarca de instituir impostos. Como o rei era a única autoridade em seus domínios, taxava a seu bel-prazer tudo que
era produzido ou comercializado no reino. Quando os cofres da monarquia estavam vazios, seja por razões de guerras
contra outros reinos ou para a manutenção da suntuosidade da corte, o monarca recorria ao expediente de elevação ou
criação de taxas, aplicáveis a todos os súditos.

Para pôr fim ao poder discricionário do monarca, a alternativa encontrada foi a união dos
explorados, e eles eram a maioria. Os opositores do rei não tinham o propósito de derrubar a
monarquia, mas tão-somente limitar seus poderes. Para as populações de então, o monarca
representava um fator de integração do reino, o que, posteriormente, deu origem aos estados
nacionais. O monarca também era o guardião da integridade física e material de seus súditos,
posto que ele era o dono dos exércitos.

Assim, temos o embrião do chefe de estado ou chefe de governo, na figura do rei, que deu origem ao Poder Executivo.

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A assembléia que acolheu a insatisfação dos súditos evoluiu para o Parlamento ou Poder Legislativo de nossos dias.

Com a separação dos poderes, o rei passa a compartilhar com o Parlamento a responsabilidade de governar. O monarca
não poderia mais elevar ou instituir taxas sem o consentimento do Parlamento, a quem o rei, como chefe do reino,
deveria pedir autorização.

A partir da criação do Parlamento, as “vontades” do rei tinham que ser debatidas nessa assembléia, que era
composta, como já dissemos, por aristocratas e pela burguesia comercial, além de outras parcelas menos
afortunadas. Por meio de voto, acolhiam-se, rejeitavam-se ou modificavam-se as propostas vindas do rei. As matérias
tratadas versavam, inicialmente, sobre as finanças do reino; posteriormente, incluíram-se outras matérias de
interesse dos súditos, como, por exemplo, a proteção às corporações dos artesãos, formadas pela população mais
pobre.

Na medida em que as nações cresciam e as sociedades se tornavam mais complexas, modificavam-se as relações
políticas, econômicas e sociais.

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Com o Poder Legislativo não foi diferente: da função inicial de estabelecer limites às taxações do rei, evoluiu para a de
caixa de ressonância da sociedade, ou seja, o Parlamento repercute toda e qualquer situação vivida pela sociedade, seja
para propor leis, denunciar situações de calamidades, debater sobre temas políticos, econômicos ou sociais que afetam
um dado país.
Mas nem tudo funcionava harmonicamente entre o “poder executivo” enfeixado pelo monarca e o “poder legislativo”,
que representava a sociedade. Destacamos as expressões porque na verdade esses poderes ainda não estavam
constituídos com os mecanismos e a representatividade que hoje possuem.

Havia situações de impasse, resultante tanto das decisões tomadas pela assembléia, contrariando as propostas reais,
como da tentativa dos reis de impor à força suas propostas, respaldados que estavam pelos seus exércitos. Ora, esse
confronto não era de interesse das partes, posto que poderia levar a uma situação de ruptura com conseqüências

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imprevisíveis para os dois lados. Era necessário um árbitro para decidir o impasse. A solução encontrada foi a
participação de um “juiz” mediador e com poder de decisão para solucionar tais conflitos de interesse.

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Pois bem: temos aí o embrião do Poder Judiciário, que, do “juiz” utilizado para solução dos problemas entre o rei e o
parlamento, evoluiu para a corte de justiça que modernamente conhecemos.
Com a inclusão desse terceiro elemento, estava então constituída, ainda que de maneira incipiente, o que viria mais
tarde a ser considerada a clássica organização dos poderes do estado moderno, com suas respectivas funções: o
EXECUTIVO, o LEGISLATIVO e o JUDICIÁRIO.

Vimos nesta primeira unidade um pouco da origem e evolução do parlamento. Na antigüidade, o poder era exercido
pelo rei, senhor da lei e da ordem. À medida em que as nações se configuravam e a sociedade se tornava mais
complexa, as instituições evoluíam a fim de atender às demandas sempre crescentes. O embrião do que seriam os três
poderes surgiu nesse período.

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Unidade 2 - A evolução do Poder Legislativo no Mundo

Unidade 2 – A evolução do Poder Legislativo no Mundo

O objetivo desta segunda unidade é mostrar a evolução do Poder Legislativo a partir da sua criação formal,
pela teoria de Montesquieu.

"Liberdade é o direito de fazer tudo aquilo que as leis permitem.”

(Montesquieu)

À medida em que os Estados Nacionais se formavam, passaram a adotar o modelo descrito


anteriormente. Eram as raízes da tripartição dos poderes.
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O pensador e filósofo francês Montesquieu, estudioso e inspirador moderno desse modelo de organização de poderes,
sugeriu que não haveria melhor garantia para a liberdade dos cidadãos e, ao mesmo tempo, de eficiência do ponto de
vista do funcionamento das instituições políticas, do que a divisão tripartite dos poderes.

Por que razão assim pensava Montesquieu? Bem, pode-se dar a resposta com base no seguinte argumento:

O poder “dividido” é mais democrático que o poder centralizado, e, na forma concebida por
Montesquieu, cada uma das instituições – Legislativo, Executivo e Judiciário – seria
responsável pela condução, de forma autônoma e independente, de tarefas de sua exclusiva
competência.

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O fato de executarem suas tarefas de forma independente e autônoma não significava que não devessem ter qualquer
relação uns com os outros. Nesse tipo de divisão de tarefas, tanto em termos teóricos como práticos, o aspecto mais
interessante é a estrita colaboração que existe entre esses poderes.

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Valendo-se do aprendizado com a ciência econômica, pode-se dizer que, na divisão dos poderes, temos uma forma que
lembra a “divisão do trabalho”. Cada um dos poderes tem tarefas específicas a realizar. No entanto, ajudam-se
mutuamente, de modo que nenhum deles tenha mais poder que o outro. Este é o princípio fundamental que rege a
tripartição de poderes.

A teoria de Montesquieu sofreu influências, evoluiu, e outros cientistas políticos aprofundaram o estudo da teoria política
dando-lhe novo enfoque, a partir do próprio processo de desenvolvimento da sociedade – como novas tecnologias e
evolução das relações interpessoais, culturais, econômicas e políticas –, que trouxe como conseqüência um modelo
tripartite de divisão dos poderes, de maneira mais condizente com a “nova sociedade”.

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"A liberdade é um bem tão apreciado que cada qual quer ser dono até da alheia.”

Montesquieu

Assim é que os antigos governos monárquicos evoluíram para as hoje conhecidas Monarquias Constitucionais
representativas, como, em nossos dias, a da própria Inglaterra, e ainda de Bélgica, Espanha e Holanda, em que a Chefia
do Estado é exercida pelo rei ou a rainha, mas o governo, ou seja, o que elabora todas as políticas internas ou externas
dessas nações, é exercido pelo Primeiro-Ministro.

Outros Estados evoluíram para o modelo em que os poderes são exercidos por representantes eleitos pelo povo, sejam
os Chefes de Estado, sejam os Parlamentos. São esses os chamados Estados Republicanos. Um estado republicano é,
portanto, aquele em que seus dirigentes são eleitos pelo povo, em processo direto ou indireto, por meio de eleições
periódicas e por período estabelecido.

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Quer saber mais?

Clique no ícone abaixo e leia, na íntegra, O Espírito das Leis, de Montesquieu, obra que consolidou a teoria da repartição
dos poderes

O espírito das leis (Barão de Montesquieu)

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Ao longo desta segunda unidade pudemos conhecer quem foi o criador da tripartição dos poderes e como se deu a
evolução do Poder Legislativo.
A teoria de Montesquieu tinha por princípio que o poder “dividido” é mais democrático que o poder centralizado.

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Unidade 3 - A evolução do Poder Legislativo no Brasil

Unidade 3 – A evolução do Poder Legislativo no Brasil

O Objetivo desta unidade é apresentar como está organizado o Estado Brasileiro, sua estrutura e a evolução do
Poder Legislativo no Brasil.

O Estado Brasileiro está organizado obedecendo à forma tripartite: Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.
Essa estrutura está contemplada em todas as Constituições brasileiras.

1891 - Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil.

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1934 - Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil.

1937 - Constituição dos Estados Unidos do Brasil.

1946 - Constituição dos Estados Unidos do Brasil.

1967 - Constituição do Brasil.

1988 - Constituição do Brasil.

Logo após a transformação da Colônia em Império do Brasil, por meio de decreto assinado pelo Imperador, em 1823, foi
convocada a 1ª Assembléia Constituinte para estabelecer as bases da organização do Estado brasileiro, que, no geral,
não diferem da configuração que temos hoje.

Uma assembléia constituinte é um grupo de cidadãos eleito com o propósito e a competência exclusiva para “escrever” a
Constituição de um país ou para modificá-la, constando essas tarefas de ato convocatório expedido pelo Poder Executivo.
Em sua tarefa, o constituinte de 1824, além da divisão das tarefas do Estado entre os três poderes, criou o Poder
Moderador, que servia como mediador entre as possíveis desavenças entre os demais. Contudo, esse poder era enfeixado
também pelo Imperador.

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Com a Proclamação da República, em 1889, sua 1ª Constituição (1891) aboliu o Poder Moderador, mantendo os demais
com as funções como hoje as conhecemos. Instaurou-se um sistema eleitoral com maior representatividade, visto que,
na República, os dirigentes são eleitos pelo povo, seja pelo sistema direto ou pelo indireto.
A história política brasileira é repleta de momentos que permitem atestar o longo processo da caminhada para a
instalação e consolidação das instituições democráticas. Significa dizer que nesse processo ocorreram avanços e
retrocessos, com constituições liberais e outras mais autoritárias – como a de 1937, denominada “Polaca”, cujo texto
refletia o momento político vivido pelo País.

Períodos de normalidade democrática alternaram-se com convulsões que permitiram governos discricionários, como a
ditadura civil de Getúlio Vargas (1930/1945) e, mais recentemente, a ditadura militar (1964/1985), para, finalmente,
chegarmos à Constituição de 1988, sob cuja égide é governado o Brasil de hoje.

O que chama a atenção é que todas as constituições brasileiras, em todos os tempos, sempre contemplaram divisão dos
poderes, definindo em seus dispositivos as funções que cada um deve exercer.

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A forma de governo republicana foi organizada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, ou
seja, o País se tornou uma República Federativa, que é uma forma oposta ao que existia anteriormente, quando o
Império do Brasil era Estado unitário.

Segundo a Constituição Republicana de 1891, o povo brasileiro era o titular de todo poder que seria exercido diretamente
ou por intermédio de seus representantes. Esses princípios fundamentais sempre constaram das constituições
posteriores.

Assim, merecem destaque, de início, os seguintes PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:

a) a soberania popular;

b) a tripartição dos poderes;

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c) a eleição dos representantes do povo;

d) a manutenção dos poderes da União divididos em Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judiciário.

Vimos aqui como está organizado o Estado Brasileiro, sua estrutura e a evolução
do Poder Legislativo no Brasil.

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Unidade 1 - Precedentes históricos

Unidade 1 – Precedentes históricos

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O Poder Legislativo e as Constituições

A primeira constituinte (1824) – e, conseqüentemente, a primeira Constituição – resultou da ruptura política do Império
do Brasil com a metrópole portuguesa. A segunda constituinte nos deu a primeira Constituição republicana, em 1891.
Interessante observar que a Constituição do Império (1824) e a primeira da República (1891) foram as de mais longa
vida em nossa história política.

Em 1934 e 1937, outras duas constituições nos foram outorgadas, ambas refletindo mudanças na correlação das forças
políticas em conseqüência do câmbio da economia agrícola pela industrial, com a ascensão política da burguesia ligada à
indústria. O golpe de 1937 instalou a ditadura civil de Vargas, conhecida como “Estado Novo”, que só terminou com a
queda do ditador, em 1945. A seguir foi convocada nova assembléia constituinte para restaurar a democracia, dando ao
Brasil a Constituição de 1946.

Novo golpe político em 1964, desta vez levado a efeito pelo militares, outorgou ao País a Constituição de 1967,
posteriormente modificada, por via de decreto do governo militar, pela Emenda Constitucional de 1969.

Finalmente, em 1986 foi convocada uma assembléia constituinte com a finalidade expressa de escrever uma Constituição
democrática em consonância com as idéias do mundo moderno. A esta Constituição, a de 1988, que rege o Brasil nos
dias de hoje, o ilustre Presidente da Assembléia Nacional Constituinte de 1986 denominou “Constituição Cidadã”, pelas
conquistas nela contidas do ponto de vista da cidadania.

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O Poder Legislativo e as demais instituições políticas nascem com a Constituição do Império do Brasil. Decreto do
Imperador D. Pedro I convocou a primeira assembléia constituinte, para que desse à nação sua organização política,
estabelecendo, entre outros requisitos, a existência “dos Poderes e Representação Nacional”. Essa exigência está inscrita
no art. 10 do Título III da Constituição de 1824.
Segundo esse dispositivo, “os poderes políticos reconhecidos pela Constituição do Império do Brasil eram: o Poder
Legislativo, o Poder Moderador, o Poder Executivo e o Poder Judiciário”. No capítulo dedicado ao Poder Legislativo e suas
atribuições, dizia a Constituição que esse poder é “delegado à Assembléia Geral com a sanção do Imperador”, sendo essa
assembléia composta de duas câmaras, a Câmara dos Deputados e a Câmara de Senadores ou Senado (Constituição de
1824, art. 14).

Primeira Constituição Brasileira (1824)

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Algumas constatações merecem ser enfatizadas:

1. Desde o início da organização política da nação brasileira, sempre prevaleceu o bicameralismo em nível federal, ou
seja, o Poder Legislativo ou Parlamento Federal, ou Congresso Nacional, como é comum ser designado esse Poder. É
formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

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2. As votações de projetos pelas duas Casas sempre foram realizadas com a presença da maioria absoluta dos membros
de cada uma delas (Constituição de 1824, art. 25).

3. Nas reuniões conjuntas, isto é, quando a Câmara e o Senado se reunissem para decidir sobre matérias que deveriam
ser votadas em sessão das duas Câmaras, caberia ao Presidente do Senado a direção dos trabalhos. Determinava, ainda,
que as sessões das duas Casas seriam públicas e estabelecia em quatro anos a duração da Legislatura (o espaço de
tempo durante o qual Deputados e Senadores exercem seus poderes).

Por fim, a primeira Constituição atribuía aos parlamentares a função de legislar sobre a lei orçamentária (Constituição de
1824, art. 15, inciso X).

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A Constituição republicana de 1891 manteve inalteradas as premissas da Carta anterior, mas reduziu para três anos a
duração da legislatura. Os conturbados períodos sob a regência das Constituições de 1934 e 1937 corresponderam a
profundas modificações no Poder Legislativo, com substancial perda de funções políticas e legislativas, que passaram a
ser conduzidas pelo Poder Executivo, na figura forte do Presidente da República, que, posteriormente (1937), se torna
ditador civil.

O Senado Federal passa a ter papel secundário, tornando-se um órgão de colaboração da Câmara dos Deputados
(Constituição de 1934, art. 22) ou transformado em Conselho Federal composto por representantes dos estados e dez
membros nomeados pelo Presidente da República, com reduzidas funções legislativas (Constituição de 1937, art. 50).

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O novo ciclo de redemocratização, com a Constituição de 1946, devolveu todas as


prerrogativas do Poder Legislativo – inclusive, ao Senado, as funções legiferantes
perdidas, restabelecendo a eleição direta, pelo sistema majoritário, dos três
Senadores representantes dos Estados.

A prerrogativa de propor leis passa a ser exercida em igualdade de condições entre


Senadores e Deputados, compartindo o Poder Legislativo com o Poder Executivo e
o Poder Judiciário a tarefa da condução dos negócios do País.

Comício pela Constituinte no Largo da Carioca,


Rio de Janeiro, 15/10/1945.

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Novo poder discricionário se instala a partir de 1964. No período de exceção democrática outorgou-se a Constituição de
1967, ou seja, os militares vitoriosos impuseram nova Constituição ao Brasil sem a respectiva aprovação por assembléia
constituinte.

Em 1969, a Emenda nº 1/69 modificou-a, mas, desta vez, por meio de decreto-lei baixado pela junta militar que
governou durante o impedimento, por motivo de saúde, do então presidente, General Costa e Silva.

Embora sob a ditadura, o Congresso Nacional permaneceu aberto. No entanto, tornou-se apenas uma instituição que
convalidava todas as medidas do governo militar. Era necessário manter o Parlamento aberto, apesar de sem nenhuma
força política, em virtude das pressões internacionais que, no pós-Segunda Guerra, clamavam pela livre representação
popular.

A deterioração progressiva do regime militar deu lugar a uma transição democrática sem revoluções ou traumas,
negociada entre a sociedade civil, ávida por democracia, e os próprios militares. A restauração da democracia aconteceu
com a convocação da Assembléia Nacional Constituinte de 1986, que, após quase dois anos de trabalhos, entregou ao
País a Constituição de 1988, considerada a mais avançada que já tivemos, e onde a cidadania e os direitos e garantias
individuais tornaram-se cláusulas pétreas – aquelas que não podem ser extintas, mas modificadas para sua melhoria –
e os Poderes tiveram sua capacidade funcional plenamente restaurada.

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Unidade 2 - Aspectos introdutórios à Carta de 1988

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Conceitos e características do Poder Legislativo em nossa Constituição é o que abordaremos nesta unidade.

Unidade 2 – Aspectos introdutórios à Carta de 1988

A Constituição promulgada em 1988, que rege as relações políticas entre as instituições e entre estas e a sociedade,
dispõe que o nosso País é uma República, formada pela união indissolúvel dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal. Por “República”, termo derivado da expressão latina res publica, entende-se “coisa pública”. Em outras palavras,
é o regime político em que os dirigentes da Nação são eleitos, direta ou indiretamente, para exercer o
mandato por tempo determinado, tendo por responsabilidade a administração da coisa pública e o bem
comum da coletividade. Res publica, portanto, opõe-se ao conceito de governo do rei, em que este,
absoluto, reinava até a morte, e seus descendentes herdavam o reino e o poder.

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No Brasil, com o fim do Império, a República foi a forma de governo implantada. As antigas
capitanias se transformaram em estados federados. Daí ser o Brasil uma República
Federativa, entendido o federalismo como uma aliança ou união de estados, em que o poder
é constitucionalmente dividido entre autoridades diferentes – os governadores –, de tal
forma que cada autoridade é responsável pelo exercício de determinadas funções. O
federalismo implica a existência do poder central e dos poderes estaduais, estes conduzidos,
de maneira independente, dentro das fronteiras de cada estado, permitido a cada estado
membro elaborar a sua própria Constituição. Porém, estas serão, sempre submissas à Carta
Magna.

Dispõe, ainda, nossa Constituição, na abertura de seu Título I, que o povo é o titular de todo
poder e que este é exercido diretamente ou por meio de seus representantes eleitos.
Podemos então, resumidamente, definir o Brasil como uma república federativa em que o poder emana do povo, que o
exerce diretamente ou por meio dos representantes.

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Que poderes seriam esses?


Segundo nossa Lei Maior, os Poderes da União – do país Brasil – são o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, os quais são
independentes e harmônicos entre si, ou seja, sempre cooperando uns com os outros.

Os titulares desses poderes são:

No âmbito FEDERAL

• do Poder Legislativo: os Deputados Federais e o Senadores;

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• do Poder Executivo: o Presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado;


• do Poder Judiciário: os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os Ministros dos Tribunais Superiores, os Ministros
dos Tribunais Regionais Federais e os Juízes Federais.

No âmbito ESTADUAL

• do Poder Legislativo: os Deputados Estaduais;


• do Poder Executivo: o Governador do Estado, com a ajuda de Secretários de Estado;
• do Poder judiciário: os Desembargadores dos Tribunais e os juízes estaduais.

No âmbito MUNICIPAL

• do Poder Legislativo: os Vereadores;


• do Poder Executivo: o Prefeito, com o auxílio dos Secretários municipais;
• do Poder Judiciário: a justiça do respectivo Estado.

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Uma situação especial ocorre com o Distrito Federal, que, embora não sendo um Estado, tem o
Poder Executivo também sob um Governador, com o auxílio dos Secretários do Distrito Federal; o
Poder Legislativo está representado na Câmara Legislativa, e os titulares são os Deputados
Distritais; e, por fim, o Poder Judiciário é exercido pelo Tribunal de Justiça do DF e pelos Juízes de
Direito do DF.

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Unidade 3 - Do Congresso Nacional

Veremos aqui a natureza e as atribuições do Congresso Nacional.

Unidade 3 – Do Congresso Nacional

O Parlamento concentrou suas atribuições no poder fiscalizador que a Constituição lhe assegura.

Para tanto, mecanismos estabelecidos na Constituição facilitam a tarefa do Poder Legislativo na fiscalização dos atos do
Poder Executivo, como é o caso das Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), com “poderes de investigação próprios
das autoridades judiciais” (CF, art. 58, § 3º). Significa dizer que a conclusão dos trabalhos desse tipo de comissão traz
conseqüências jurídicas e policiais para os envolvidos em irregularidades danosas ao interesse público.

Outro mecanismo à disposição do Poder Legislativo para o exercício da


função fiscalizadora está na prerrogativa de convocação de ministros
de estado, ou de quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República, ou de envio de requerimento
de informações a essas autoridades, para prestarem as informações
que a administração é obrigada a fornecer a qualquer parlamentar. O
não atendimento da convocação ou a negativa às informações
solicitadas, bem como o envio de informações falsas, implica processo
de crime de responsabilidade ao ministro titular da pasta (CF, art. 50,
§§ 1º e 2º).

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No âmbito federal, o Poder Legislativo é bicameral, composto, como já vimos, pelo Senado Federal e a Câmara dos
Deputados.

Já nos estados, nos municípios e no Distrito Federal, o Poder Legislativo é unicameral, ou seja, nessas unidades da
Federação só existe uma câmara legislativa.

O Congresso Nacional é conhecido também como Parlamento, palavra de origem latina (parlare), que significa “falar”,
pois o discurso e o debate são fundamentais nesse tipo de instituição. A título de curiosidade: a Carta de 1937 utilizou a
expressão “Parlamento Nacional” como o órgão legislativo constituído por Câmara e Senado.

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal se reúnem anualmente para a realização de seus trabalhos legislativos, que
se iniciam em 02 de fevereiro e encerram-se em 22 de dezembro, havendo no mês de julho (de 18 a 31) um recesso, ou
seja, uma interrupção nos trabalhos, que não ocorrerá se o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias não for votado.

Nesse período de trabalhos, que é chamado de sessão legislativa ordinária, as duas Casas do Congresso Nacional,
separadamente ou em conjunto, deliberam sobre as matérias em tramitação. Esse período de sessões é denominado de
“sessão legislativa ordinária” exatamente por se realizarem dentro do prazo estabelecido na Constituição (CF, art. 57).

Havendo necessidade, o Congresso Nacional pode ser convocado para sessões legislativas extraordinárias, que se
realizam nos períodos de recesso – de 23 de dezembro a 1º de fevereiro ou de 18 a 31 de julho. Nesses casos, as duas
Casas deliberarão somente sobre matéria para a qual foram convocadas. Segundo nossa Carta Magna, a convocação
extraordinária pode ser feita pelo Presidente do Senado (CF, art. 57, § 6º, inciso I); pelo Presidente da República, pelos
Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal; ou por requerimento assinado pela maioria dos membros de
ambas as Casas (CF, EC nº 50, art. 1º, § 6º, II).

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Nas sessões conjuntas do Congresso Nacional são discutidos e votados projetos ou outras proposições que,
constitucionalmente, devem ser objeto de decisão conjunta da Câmara e do Senado.

Atualmente o Congresso Nacional se reúne em sessão conjunta para:

a) inaugurar a sessão legislativa (CF, art. 57, § 3º, I,);

b) dar posse ao Presidente e ao Vice-Presidente da República (CF, arts. 57, § 3º, III e 78);

c) promulgar emendas à Constituição (CF, art. 60, § 3º);

d) deliberar sobre matéria orçamentária (CF, arts. 48, II e 166);

e) deliberar sobre o veto presidencial aposto aos projetos (CF, arts. 57, § 3º, IV, e 66, § 4º);

f) delegar poder ao Presidente da República de elaborar leis (art. 68 da Constituição);

g) elaborar ou reformar o Regimento Comum (CF, art. 57, § 3º, II).

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Unidade 4 - Da Câmara dos Deputados

Nesta unidade estudaremos as ações de responsabilidade da Câmara dos Deputados que influenciam a vida dos
cidadãos.

Unidade 4 – Da Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados é integrada por Deputados eleitos e que representam a população de cada Estado ou do Distrito
Federal. São eleitos pelo sistema proporcional em cada uma dessas unidades da federação.
Os Deputados federais são eleitos em cada Estado, sendo o número total estabelecido em lei complementar,
proporcionalmente à população de cada unidade federada, de tal maneira que nenhuma delas tenha menos de oito ou
mais de setenta representantes.

Vemos assim que o número de Deputados dos Estados e do Distrito Federal varia conforme o número de seus habitantes.
Embora não exista atualmente qualquer território, a Constituição prevê a possibilidade de sua criação, uma vez que o
caput do art. 45 de nossa Lei Maior declara que a Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos,
pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

Estabelece, ainda, o § 2º do mesmo art. 45 que serão quatro os Deputados representantes da população dos Territórios;
portanto, uma quantidade fixa de representantes, diferentemente dos Estados e do DF, que pode variar entre oito e
setenta.

Existem requisitos para o cidadão ser eleito Deputado.

São condições para a elegibilidade ao cargo de Deputado federal:

• idade mínima de vinte e um anos;


• nacionalidade brasileira;
• pleno exercício dos direitos políticos;
• domicílio eleitoral na circunscrição do candidato;
• filiação a partido político.

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(Arts. 14 e seus incisos, e 45 da Constituição Federal.)

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A inviolabilidade é garantida ao Deputado pelas opiniões, palavras e voto; e, desde a expedição do diploma de Deputado
Federal pelo Tribunal Eleitoral do Estado que representa, se for submetido a julgamento, este caberá ao Supremo
Tribunal Federal, uma vez que, como representante eleito, tem direito a foro especial.

Uma vez diplomados, os Deputados não podem ser presos, salvo em flagrante de crime
inafiançável. Quando houver a denúncia por crimes cometidos após a diplomação, o Supremo
Tribunal Federal dará ciência à Câmara dos Deputados, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria dos membros da Casa, poderá até a decisão final
sustar o andamento da ação (art. 53, § 3º da Constituição).

Em caso de decretação de estado de sítio, o Deputado não perde sua imunidade, salvo se pelo
voto de 2/3 dos membros da Casa. E isso apenas por atos praticados pelo Deputado fora do
recinto do Congresso Nacional, e que sejam incompatíveis com o estado de sítio.

Além dessas prerrogativas, os Deputados são obrigados, por força de disposição regimental,
a comparecer às votações tanto nas Comissões em que fazem parte, como nas deliberações
do Plenário, sob pena de serem punidos com sanções administrativas. Os Deputados, desde
que não interfiram na esfera legislativa exclusiva dos outros atores que podem legislar,
dentro do nosso processo legislativo, são competentes para apresentar projetos que não
contenham dispositivos que aumentem despesa.

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A Constituição estabelece, em seu art. 51, as competências privativas da Câmara dos Deputados, tais como:

• autorizar, pelo voto de 2/3 de seus membros, a instauração do processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da
República, e contra os Ministros de Estado;
• fazer a tomada das contas do Presidente da República, se não forem apresentadas ao Congresso Nacional dentro
de sessenta dias contados a partir da abertura da sessão legislativa;
• elaborar seu regimento interno;
• estabelecer sua política de pessoal, de cargos e salários de seus funcionários;
• organizar sua polícia interna e eleger o seu representante no Conselho da República.

É óbvio que o Deputado, além dessas competências privativas, tem a prerrogativa de apresentar proposições que, se
aprovadas na Câmara – e se for o caso também no Senado –, serão encaminhadas ao Presidente da República, que
poderá sancioná-las ou vetá-las. O representante do povo, investido como Deputado na Câmara Federal, tem, do ponto
de vista político, outra importância fundamental: ser o Presidente da Casa o primeiro na linha de sucessão, em caso do
impedimento ou da vacância da Presidência e da Vice-Presidência da República (art. 80 da Constituição).

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Atualmente, a Câmara Federal é composta por 513 Deputados, eleitos para um mandato de quatro anos, período
correspondente a uma legislatura (CF, parágrafo único do art. 44).

Pode-se então dizer que uma legislatura corresponde à duração de um mandato legislativo de Deputado.

Cada legislatura compõe-se de sessões legislativas anuais – portanto, em uma legislatura existem quatro sessões
legislativas ordinárias.

A legislatura inicia-se a 1º de fevereiro do ano que se seguir à realização das eleições, e termina quatro anos depois, em
31 de janeiro do ano que, igualmente, se seguir à realização de eleições.

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No inicio da legislatura, a Câmara dos Deputados, em reunião preparatória que se realiza na primeira sessão legislativa,
no dia 1º de fevereiro, dá posse aos novos Deputados, eleitos nas últimas eleições gerais.
Em reunião subseqüente, que acontece no dia seguinte, procede-se à eleição da Mesa que dirigirá os trabalhos da Casa
pelo período de dois anos, que é a duração do mandato do Presidente e dos demais membros da Comissão Diretora da
instituição. Se o mandato da Mesa ou Comissão Diretora da Câmara é de dois anos, concluímos então que numa
legislatura com duração de quatro anos teremos duas eleições para a direção da Casa. De fato, na terceira sessão
legislativa da legislatura, a Câmara novamente se reúne para a eleição da nova Mesa.

A Constituição estabelece competências privativas para a Câmara, ou seja, são funções que somente essa Casa do
Congresso Nacional pode realizar. Dentre elas estão:

• autorizar a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado


(art. 51, I, da Constituição);

• proceder à tomada de contas do Presidente da República, se não apresentadas ao Congresso Nacional, dentro de
sessenta dias contados da abertura da sessão legislativa (art. 51, II, da Constituição);

• elaborar seu Regimento Interno (art. 51, III, da Constituição);

• dispor sobre sua organização e funcionamento e sobre seus quadros de funcionários (art. 51, IV, da Constituição);

• eleger membros do Conselho da República, de acordo com o disposto no inciso VII do art. 89 da Constituição (art.
51, V).

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Além das competências privativas, é pela Câmara dos Deputados que se inicia a tramitação de projetos de lei de autoria
do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, do Procurador-Geral da República e
dos cidadãos, conhecidos estes últimos como projetos de iniciativa popular.
Os Deputados e as comissões da Câmara dos Deputados são igualmente investidos com a capacidade de oferecer
proposições sobre quaisquer assuntos, exceção feita aos projetos cuja iniciativa seja privativa do Presidente da República
(art. 61, § 1º, e 165 da Constituição), e os que competem privativamente ao Senado Federal (art. 52 da Constituição
Federal).

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Internamente, para a condução dos trabalhos legislativos, a Câmara dos Deputados é formada por vinte Comissões
Permanentes, que são instâncias deliberativas da Casa, cuja função precípua é promover o estudo, a análise e o debate
sobre os projetos e os temas específicos que cada uma tem sob sua responsabilidade.

As comissões são órgãos, compostos de determinado número de Deputados, com a presunção de que um estudo ou
análise de uma proposição será sempre melhor conduzida quando se iniciar com um número menor e mais especializado
de parlamentares. Nas comissões específicas o pressuposto é que os Deputados que as compõem dominam os assuntos
de sua área de competência. Nessas comissões, ditas “comissões técnicas”, o cidadão pode participar por meio de
audiências públicas, em que a sociedade civil é chamada a trazer à Câmara e aos Deputados seu ponto de vista sobre os
assuntos em debate.

Cada vez mais as comissões vêm assumindo um papel relevante nos trabalhos legislativos e políticos da Câmara dos
Deputados. As decisões finais, as disputas políticas e regimentais para aprovar ou rejeitar proposições ficam a cargo do
Plenário, o grande palco das deliberações da Câmara dos Deputados.

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Unidade 5 - Do Senado Federal

Nesta unidade estudaremos as ações de responsabilidade do Senado Federal que influenciam a vida dos
cidadãos.

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Unidade 5 – Do Senado Federal

A Casa do Congresso Nacional também denominada Câmara Alta e que representa os Estados e o Distrito Federal é o
Senado. Daí ser ele considerado representante da Federação.

Segundo nossa Carta Magna (art. 46), o Senado Federal se compõe de três representantes de cada Estado e três do
Distrito Federal, eleitos, segundo o princípio majoritário, para um mandato de oito anos, sendo eleitos, também, com os
Senadores titulares, dois suplentes. Em relação ao mandato de Senador, ele dura o dobro do mandato do Deputado.
Enquanto para este a duração do mandato coincide com a própria legislatura (quatro anos), o mandato do Senador tem a
duração de oito anos, ou seja, correspondente a duas legislaturas.

Por que os Senadores são considerados os representantes dos Estados, e os Deputados, representantes do
povo?

O nosso sistema eleitoral é o responsável por essa interpretação, dado que os Deputados federais são eleitos pelo
sistema proporcional, ou seja, cada candidato, em seu respectivo Estado, será considerado eleito se o partido a que
pertencer atingir o quociente que é definido pela Justiça Eleitoral, levando em conta a população de cada unidade da
federação.

Já o Senador é eleito pelo sistema majoritário, em que o candidato de um Estado será considerado eleito se obtiver a
maioria dos votos desse Estado.

A eleição para o Senado se faz de forma distinta da eleição para a Câmara. Enquanto a renovação da Câmara dos
Deputados se faz por sua totalidade a cada quatro anos (duração de uma legislatura), no Senado a renovação se dá
também de quatro em quatro anos, porém alternadamente, por um e dois terços.

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Vale dizer que para o Senado elege-se 1/3 da composição da Casa, o que equivale a 27 Senadores, numa eleição, e 2/3
(54 Senadores) na eleição seguinte, quatro anos depois.

Os Senadores são eleitos com dois suplentes, que serão convocados para assumir a representação do Estado, na ordem
crescente – isto é, o primeiro suplente assume, se for o caso, nas hipóteses de renúncia, impedimento ou licença por
mais de 120 dias do titular. Se for necessário também ao 1º suplente, após a posse, afastar-se, o segundo suplente é
convocado.

Da mesma forma estabelecida para os Deputados Federais, a Constituição exige o atendimento de determinados
requisitos para que o cidadão possa ser eleito Senador:

a) nacionalidade brasileira;

b) exercício pleno dos direitos políticos;

c) alistamento eleitoral;

d) domicílio eleitoral definido;

e) filiação partidária; e

f) idade mínima de trinta e cinco anos.

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São os Senadores também invioláveis na manifestação de suas idéias, palavras e votos, tendo, igualmente, direito a foro
privilegiado, no Supremo Tribunal Federal, em caso de cometimento de crime inafiançável, se a prisão for em flagrante.
Em caso de guerra, Senadores e Deputados somente poderão ser incorporados às Forças Armadas mediante licença
prévia da respectiva Casa.

Como os Deputados, os Senadores só perdem a imunidade durante a vigência do estado de sítio pelo voto de 2/3 dos
membros do Senado, por infração cometida fora do recinto do Congresso Nacional e que contrarie a execução da medida
do estado de exceção.

Os Senadores, assim como os Deputados, podem apresentar proposições, dentro das competências estabelecidas na
Constituição, sobre quaisquer assuntos, exceto aquelas matérias que são da exclusiva responsabilidade do Presidente da
República, como, por exemplo, matérias orçamentárias, financeiras e fiscais. Senadores e Deputados não podem
apresentar propostas que aumentem despesas para a União.

Tanto quanto os Deputados, os Senadores não podem se abster de votar nas deliberações das comissões e do plenário,
quando elas ocorrerem, se estiverem presentes no recinto, salvo se tiverem interesse particular na matéria, devendo
assim se declararem impedidos.

A Constituição estabelece (art. 52) quais são as competências privativas do Senado:

• processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República, nos crimes de responsabilidade, bem como os
Ministros de Estado e os comandantes das três Armas: Exército, Marinha e Aeronáutica, nos crimes da mesma
natureza, conexos com aqueles. A nossa história política recente vivenciou o julgamento político do Presidente da
República quando, pela primeira vez em todos os modelos de governos presidencialistas, o Chefe do Poder
Executivo foi submetido ao processo de “impeachment”;

• processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral


da União, nos crimes de responsabilidade, são também atribuições privativas do Senado;

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• aprovar o nome de autoridades, como Ministros do Supremo Tribunal Federal, Ministros do Tribunal de Contas,
Governador de Território, presidente e diretores do Banco Central, Procurador-Geral da República e Embaixadores
brasileiros, está dentro da competência do Senado, que efetiva a escolha ou não por meio de voto secreto;

• autorizar a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios a realizarem operações financeiras;

• suspender, no todo ou em parte, lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal;

• aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração do Procurador-Geral da República antes do término
de seu mandato;

• elaborar seu regimento interno;

• dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos, empregos e
funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para a fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias; e

• eleger os membros do Conselho da República.

Outras atribuições legislativas exercidas pelo Senado Federal, como a aprovação de matérias de autoria do Poder
Executivo e a de autoria de outros atores que participam do processo legislativo, são conduzidas de maneira cooperativa,
permitindo que essa Casa do Congresso Nacional, por meio de emendas, possa interferir na feitura de leis originadas fora
do Parlamento.

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O Presidente do Senado Federal, de acordo com nossa Constituição, será chamado para o exercício da Presidência da
República, no caso de vacância ou de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente da República, e do Presidente da
Câmara dos Deputados, que é o primeiro na linha de sucessão.

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Unidade 6 - Das reuniões

Nesta unidade estudaremos as normas usadas por ocasião das sessões e das reuniões de cada uma das Casas
e das Comissões do Congresso Nacional.

Unidade 6 – Das reuniões

A Constituição Federal dispensa, em seus dispositivos, uma Seção, a VI, do capítulo que trata do Poder Legislativo, para disciplinar as
sessões de cada uma das Casas do Congresso, em separado e em conjunto, além de dispor sobre as reuniões de suas comissões (art.
57 da Constituição).

Como já vimos, a Carta Magna estabelece que o Congresso Nacional se reúne, anualmente, de 02 de fevereiro até 17 de julho e de 1º de
agosto a 22 de dezembro. Quando esses dias caírem em sábados, domingos ou feriados, as sessões marcadas para essas datas são
transferidas para o primeiro dia útil subseqüente, mas fixa o dia 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, não importa em que dia
caia, para a posse dos novos Senadores e Deputados.

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Estabelece, ainda, a Constituição, a data de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, onde serão
realizadas sessões preparatórias destinadas, além da posse dos Deputados e Senadores, à eleição das mesas do
Senado e da Câmara (art. 57, § 4º da Constituição).

Por Mesa, deve ser entendido o órgão de direção suprema da Câmara e do Senado, que dirigirá os trabalhos
legislativos e administrativos dessas duas Casas pelo período de dois anos. Tanto a mesa da Câmara como a do
Senado são compostas de um Presidente, dois Vice-Presidentes, quatro Secretários e quatro suplentes de
Secretário. Os Regimentos Internos de cada Casa estabelecem a competência de cada um deles, reservando, por
razões óbvias, o papel mais importante para os respectivos Presidentes. Vale lembrar que, no caso do Senado, o
seu Presidente é também o Presidente da Mesa do Congresso Nacional, portanto, do Poder Legislativo.

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Veja, por exemplo, a composição da Mesa do Senado Federal:

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O mandato de uma Mesa é de dois anos. Significa dizer que numa legislatura haverá duas eleições para a escolha das
Mesas.

A primeira, no início da legislatura, ou seja, na primeira sessão legislativa da legislatura que se inicia.

A segunda, dois anos depois, ou seja, na terceira sessão legislativa da legislatura.

A Constituição define como “sessão legislativa” o período em que o Congresso Nacional está em funcionamento, excluído
o período destinado às sessões preparatórias.

Cada uma das Casas do Congresso, isto é, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, funcionam separadamente,
realizando, cada uma, suas sessões plenárias, que podem ser ordinárias ou extraordinárias. Podem essas Casas realizar
sessões conjuntas, nas ocasiões e circunstâncias estabelecidas no Regimento Comum, que é a norma que regula as
sessões conjuntas do Congresso Nacional.

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Qual é o horário das sessões?

As sessões plenárias, assim chamadas por se realizarem no Plenário de cada uma das Casas, têm dias e horários
estabelecidos nos Regimentos Internos respectivos.

No Senado, podem ser:

1 – deliberativas;

2 – não-deliberativas;

3 – especiais.

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As deliberativas podem ser ordinárias e extraordinárias.

As sessões deliberativas ordinárias e as não-deliberativas se realizam de segunda a sexta-feira, na sede do Palácio do


Congresso, em Brasília.

As sessões ordinárias da Câmara dos Deputados têm início às 14h, e as extraodinárias serão convocadas e realizar-se-ão
em horários distintos dos das ordinárias.

Já no Senado, as sessões deliberativas ordinárias e as não-deliberativas acontecem de segunda a quinta-feira às 14h, e


às sextas-feiras iniciam-se às 9h. Sendo convocada sessão extraordinária, esta será realizada em horário distinto.

As sessões do Congresso Nacional são denominadas “sessões conjuntas”, e acontecem, geralmente, no Plenário da
Câmara dos Deputados. As sessões do Congresso serão sempre convocadas pelo Presidente da Mesa do Congresso, que
é, como sabemos, o Presidente do Congresso e do Poder Legislativo federal.

As sessões conjuntas do Congresso acontecem para:

• inaugurar a sessão legislativa;

• elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

• receber o compromisso de posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;

• deliberar sobre matéria orçamentária; e

• conhecer e deliberar sobre os vetos apostos pelo Presidente da República aos projetos de lei aprovados pelas duas
Casas do Congresso Nacional.

Unidade 7 - Das comissões

Nesta unidade estudaremos as funções das comissões, órgãos técnicos de cada Casa e do Congresso
Nacional. Basicamente, cabe a elas deliberar ou analisar e emitir parecer sobre as matérias que lhes são
distribuídas.

Unidade 7 – Das comissões

A Constituição brasileira faz referência a dois tipos de comissões: permanentes e temporárias (art. 58 da CF).

As COMISSÕES PERMANENTES, referidas na Carta Magna, são aquelas estabelecidas nos respectivos regimentos de cada
uma das duas Casas do Congresso, ou no Regimento Comum do Congresso Nacional, integradas por determinado
número de Senadores ou de Deputados, escolhidos pelos líderes dos partidos políticos existentes na Câmara e no Senado
(Capítulo IV do Regimento Interno da Câmara e Título VI do Regimento do Senado). Embora as comissões tenham o
caráter técnico-legislativo ou especializado, suas decisões, tomadas pelo voto, também têm matiz político.

Os critérios segundo os quais os líderes fazem a escolha dos membros de sua bancada para compor uma comissão
geralmente baseiam-se no conhecimento do parlamentar sobre o assunto objeto da competência da comissão. Assim,
sendo o senador ou Deputado um advogado, por exemplo, habilita-se a ser indicado para compor a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania; ou, tendo o parlamentar a formação de economista, estará mais preparado para
compor a Comissão de Finanças ou de Economia, na Câmara, e na Comissão de Assuntos Econômicos, no Senado. Esse
critério, porém, não é obrigatório.

A composição de uma comissão - ou seja, o número de parlamentares, por partido político, que vão formar uma
comissão - está diretamente ligada à proporcionalidade partidária, conforme previsto na Constituição, aplicando-se essa
regra, tanto quanto possível, para a composição da Mesa das duas Casas (art. 58, § 1º, da Carta Maior). Com essa
constatação já ficamos informados que o partido com maior número de integrantes terá o maior número de cadeiras nas
comissões.

Ao serem eleitos os Presidentes e Vice-Presidentes das comissões, a proporcionalidade partidária deverá ser observada
de tal modo que ao partido majoritário caberá a direção de uma maior número de comissões. A escolha de qual comissão
ficará sob a "presidência" de que partido é uma decisão política.

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As atribuições regimentais dos presidentes de comissões lhes assegura um papel crucial no processo legislativo, visto ser
de sua competência, por exemplo, a designação dos relatores das matérias afetas às respectivas comissões. Significa
dizer que as proposições polêmicas e as de grande interesse público serão relatadas por parlamentar escolhido pelo
presidente da comissão, o que representa um grande poder político no âmbito do parlamento.

A Constituição de 1988, diferentemente das anteriores, atribuiu às comissões poderes para deliberar terminativamente
sobre determinados projetos de lei, na forma estabelecida no regimento interno das respectivas Casas do Congresso
Nacional. Dispositivo constitucional, (art. 58, § 2º) elenca as competências das comissões, inclusive a competência
terminativa, como diz o Regimento do Senado (art. 91), e conclusivamente, conforme dispõe o Regimento da Câmara
(art. 24, II). Em síntese: tais matérias podem ser aprovadas ou rejeitadas definitivamente pelas comissões, sem
necessidade de tramitar por instâncias superiores.

As comissões permanentes possuem atribuições específicas, de acordo com sua área de atuação, sendo, portanto,
comissões temáticas abrangentes que instruem todos os projetos a elas despachados, para votação pelos Senadores,
membros da própria comissão, ou pelo Plenário da Câmara ou do Senado como um todo.

Além das funções legislativas propriamente ditas, as comissões permanentes, pela competência que possuem de propor
audiências públicas, criaram um canal de comunicação com a sociedade, possibilitando o convite aos cidadãos, entidades
da sociedade civil ou autoridades para discutirem temas e contribuírem com o aprimoramento dos projetos sob exame,
além de buscarem soluções e darem respostas à sociedade sobre determinado assunto.

A audiência pública das comissões das duas Casas do Congresso tem também função educativa, pois a participação
popular contribui para a conscientização sobre os diversos aspectos ligados ao exercício da cidadania.

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As comissões permanentes e respectivos campos temáticos ou áreas de atividade são, na Câmara dos Deputados
(clique abaixo para ver):

Comissões Permanentes da Câmara dos Deputados

No Senado, o número de comissões é menor, mesmo porque são somente 81 Senadores, enquanto a Câmara abriga 513
Deputados. Mas as comissões são igualmente temáticas:

• CAE - Comissão de Assuntos Econômicos


• CAS - Comissão de Assuntos Sociais
• CCJ - Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania
• CE - Comissão de Educação
• CMA - Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle
• CDH - Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa
• CRE - Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional
• CI - Comissão de Serviços de Infra-Estrutura
• CRD - Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo
• CRA - Comissão de Agricultura e Reforma Agrária

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• CC - Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática

Além das comissões permanentes, o Senado e a Câmara têm a prerrogativa de criar também comissões temporárias, que
podem ser internas ou externas.
As comissões temporárias internas são criadas para apreciar ou se manifestar sobre determinado assunto e se
extinguem:

a) pela conclusão da sua tarefa;

b) pelo término de seu prazo; ou

c) ao final da legislatura ou da sessão legislativa em que foram propostas.

As comissões externas têm o caráter de representar a Câmara ou o Senado em eventos, solenidades ou atos públicos em
que as Casas devam ser representadas.

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Finalmente, outro tipo de comissão temporária, e muito conhecida do grande público, é a Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) (art. 58, § 3º da Constituição).

A Carta Magna de 1988 deu a essa comissão poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais, o que vale dizer que as conclusões contidas no relatório de uma
CPI deverão ser encaminhadas, conforme o caso, ao Ministério Público para promover a
responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

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Unidade 8 - Do Processo
Legislativo

Nesta unidade estudaremos conceitos, etapas e procedimentos relativos à tramitação de proposições.

Unidade 8 – Do Processo Legislativo

A Constituição brasileira determina que o processo legislativo compreende a elaboração de emendas constitucionais,
leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Como podemos definir o que seja “processo legislativo”?

Segundo um conceito clássico, processo legislativo é o conjunto de atos realizados pelos órgãos legislativos, tendo por
objetivo a formulação de leis. De acordo com essa definição, vê-se que somente os atos elaborados pelo Poder
Legislativo – Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembléias Legislativas, Assembléia Distrital e Câmaras de
Vereadores – e que tenham por objeto a criação de norma legal, podem ser considerados como integrantes do processo
legislativo.

Como exceção, nossa Carta Magna dispõe que as medidas provisórias, proposições integrantes do processo legislativo,
são editadas exclusivamente pelo Presidente da República, e não por órgãos do Poder Legislativo (art. 62 da
Constituição).

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Parece, à primeira vista, que o legislador cometeu um equívoco ao enumerar, entre as matérias que integram o processo
legislativo, as medidas provisórias. Porém, no Congresso Nacional elas incorporam-se àquele processo, quando tramitam
para transformar-se no chamado “projeto de lei de conversão”.

Quem pode propor leis ao Congresso Nacional?

A Constituição brasileira estabelece quem pode desencadear o processo legislativo, isto é, quem pode propor projeto de
lei ao Congresso Nacional.

Assim, a iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos
Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição
(art. 61). Vemos, portanto, que do processo legislativo brasileiro podem participar uma grande gama de personagens e
instituições, o que permite ampla participação democrática de nossa sociedade como agente do processo legislativo.

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Embora todas as leis constituam normas a serem seguidas, a Constituição enumera as proposições dando-lhes, de fato,
um caráter hierárquico:

1º) emendas à Constituição;

2º) leis complementares;

3º) leis ordinárias;

4º) leis delegadas;

5º) medidas provisórias;

6º) decretos legislativos;

7º) resoluções.

Essa é a ordem decrescente de importância das matérias que compreendem a elaboração legislativa (art. 59 da
Constituição).

Em relação às emendas à Constituição, a mais alta categoria na hierarquia das leis, podem propô-las:

• 1/3, no mínimo, de Senadores ou de Deputados;


• o Presidente da República; e
• mais da metade das Assembléias Legislativas, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros.

Por maioria relativa entende-se a maioria de votos favoráveis, presentes à sessão a maioria dos Deputados de cada
assembléia.

Uma proposta de emenda à Constituição deverá ser discutida e votada em dois turnos, tanto na Câmara como no
Senado, considerando-se aprovada se, nesses dois turnos, em cada uma das Casas do Congresso, obtiver o voto
favorável de, no mínimo, 3/5 dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (art. 60, § 2º da
Constituição).

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Em relação às leis, complementares ou ordinárias, a iniciativa de propor é prerrogativa daqueles agentes já antes
referidos (relembrando: qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso
Nacional, Presidente da República, Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República e
cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição), respeitadas as competências privativas, como as do
Presidente da República para os projetos de lei que fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas, que criem
cargos na administração direta e aumentem vencimentos de seus servidores (art. 61, § 1º da Constituição), e as leis
orçamentárias (art. 165 e 166). Se a iniciativa desses projetos é privativa do Presidente da República, não podem ser
propostos por qualquer parlamentar, nem pelo Supremo Tribunal Federal, Tribunais Superiores ou qualquer outro agente.

Os Tribunais Superiores, o Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da República e o Ministério Público podem
apresentar projetos, cuja tramitação inicia-se, como os de autoria do Presidente da República, pela Câmara dos
Deputados, mas sobre matéria de interesse privativo de cada uma dessas instituições (arts. 93; 96, II; 125; 127, § 2º e
3º; e 128, § 5º, da Constituição).

Quanto à iniciativa popular, a Constituição prevê que a proposta para projetos de lei dessa natureza exige a assinatura
de um por cento do eleitorado nacional, distribuído, pelo menos, por cinco Estados, com no mínimo três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles. E, ainda, que o projeto seja apresentado à Câmara dos Deputados (art. 61, § 2º da
CF).

As leis complementares, como o próprio nome indica, complementam o texto constitucional e são consideradas
hierarquicamente superiores às leis ordinárias. São, naturalmente, também superiores às leis delegadas.

Em várias passagens, recomenda a Constituição que determinado preceito seja objeto de lei complementar ou,
simplesmente, de lei. Neste último caso, são as leis ordinárias que irão regular o que determina a Lei Maior.

Os projetos de lei complementar são outro tipo de proposição. Exigem um quórum qualificado, isto é, um número
específico de votos para sua aprovação – neste caso, é necessário o voto da maioria absoluta dos membros da Câmara e
do Senado.

Ademais, uma lei complementar só pode ser modificada por outra lei complementar.

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No caso de lei ordinária, sua aprovação dar-se-á pela maioria simples; mas, por determinação constitucional, as
deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria de votos, presente a maioria absoluta de seus
membros.

Portanto, a diferença básica entre uma lei complementar e uma lei ordinária é o quórum para sua aprovação:

As medidas provisórias vieram, na Constituição de 1988, com nova roupagem e especificidades, ocupar o lugar
anteriormente destinado aos decretos-lei.

São elas de autoria exclusiva do Presidente da República, que deverá submetê-las ao Congresso Nacional para sua
conversão em lei, devendo vigorar por sessenta dias, podendo ter sua vigência prorrogada por igual período. Se esgotado
esse prazo sem sua conversão em lei, perdem sua eficácia desde sua edição, cabendo ao Congresso Nacional, nesse
caso, disciplinar as relações jurídicas dela decorrentes (art. 62 da Constituição).

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Leis delegadas são aquelas cuja competência cabe ao Congresso Nacional, mas este delega ao Chefe do Poder Executivo
o direito de fazê-las em seu lugar (art. 68 da Constituição).

A delegação é solicitada ao Congresso Nacional pelo Presidente da República, e a Constituição veda que sejam objeto de
delegação algumas matérias, entre as quais as que devam ser tratadas em lei complementar, as de competência
exclusiva do Congresso Nacional (art. 49 da Carta Magna), e as de competência privativa da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal (arts. 51 e 52 da Constituição).

Um exemplo de exclusiva matéria do Congresso Nacional são os projetos de decreto legislativo, cuja norma resultante é
o decreto legislativo. Não são objeto de delegação.

Esses projetos podem ter sua tramitação iniciada tanto na Câmara como no Senado, sendo que a iniciativa cabe ao
parlamentar ou às comissões das duas Casas do Congresso. O importante de observar nesse tipo de proposição é que
sua tramitação inicia-se e termina no âmbito do Congresso Nacional.

Essas proposições, quando aprovadas nas duas Casas, são promulgadas pelo Presidente do Senado. São objeto de
decreto legislativo as matérias constantes do art. 49 da Lei Maior.

Finalmente, constantes também do art. 59 da Constituição, estão as resoluções, que contêm matérias privativas da
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal.

Essas proposições só tramitam em uma Casa, ou seja, se o projeto de resolução for de autoria de Senador ou de
Comissão do Senado, ele somente tramitará no Senado; o mesmo acontecerá se de autoria de Deputado ou de
comissões da Câmara, determinando sua tramitação somente naquela Casa.

As duas Casas, em sua atuação em conjunto, podem também apresentar projeto de resolução do Congresso Nacional.

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Como o Poder Legislativo interfere na vida dos cidadãos?

Podemos, com as informações anteriores, ter uma idéia de o quanto as atividades legislativas realizadas pelo Congresso
Nacional, em sessão conjunta ou por meio de cada uma de suas Casas (Senado e Câmara), interferem na vida do
cidadão.

Lembremos que é pelas leis que governo e Congresso estabelecem os impostos que todo cidadão tem que pagar, como é
o caso do Imposto de Renda.

Nas contas de luz ou de telefone, ou na compra de um simples botijão de gás, todos pagamos impostos, arrecadados pelo governo com o
objetivo de revertê-los em benefício da sociedade.

O Legislativo moderniza-se no compasso da evolução da sociedade.

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Até bem poucos anos, o meio ambiente não era objeto de preocupação da sociedade e dos governantes. Hoje, vemos sua
importância para a própria sobrevivência da espécie humana, daí a necessidade de leis que preservem o ecossistema e
prevejam penalidades aos infratores.

Outro exemplo de instrumento de que a sociedade dispõe, e com origem no Legislativo, é o Código de Defesa do
Consumidor, uma lei relativamente recente e que tem prestado inegáveis serviços à população.

Mas esses são apenas alguns dos tópicos tratados pelo Legislativo. Se pensarmos que dele deriva toda a legislação sobre
saúde, educação, pesquisa científica, cultura, segurança e tantas outras áreas, veremos a importância da atuação desse
Poder em seus três níveis – federal, estadual (e do DF) e municipal.

O que enfatizamos aqui é que as leis elaboradas no Congresso Nacional, e nos outros níveis do Legislativo, por mais
simples que pareçam, interferem nas nossas relações pessoais e institucionais.

E ainda: a existência de um Parlamento livre é a garantia da consolidação de uma sociedade democrática e justa.

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Unidade 9 - Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

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Nesta unidade vamos analisar panoramicamente os processos pelos quais o Congresso Nacional exerce sua
atribuição fiscalizadora.

Unidade 9 – Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária

Há, tanto na Câmara como no Senado, uma comissão denominada Comissão de Fiscalização e Controle, criada com
atribuição específica: exercer a fiscalização e o controle dos atos do Poder Executivo, incluídos os da administração direta
e indireta.

Além das atividades deferidas a essa comissão, qualquer uma das Casas do Congresso Nacional ou suas comissões tem
poderes para convocar Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos subordinados à Presidência da República para
prestarem informações sobre assuntos previamente determinados (art. 50, CF).

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Senado e Câmara ainda podem requerer informações aos Ministros de Estado ou quaisquer titulares de órgãos
subordinados à Presidência da República (art. 50, § 2º da Constituição), cabendo sanção de imputação de crime de
responsabilidade no caso de informações não dadas ou de informações falsas, ou se a autoridade não comparecer
perante o Congresso, quando convocada.
A fiscalização dos atos do Poder Executivo é também atribuição da comissão mista permanente (comissão de orçamento
a que se refere o art. 166, inciso II, § 1º, da Constituição), responsável por emitir parecer sobre as contas apresentadas,
anualmente, pelo Presidente da República.

Finalmente, a Carta Magna ainda estabelece que a fiscalização quanto à legalidade e legitimidade da aplicação das
subvenções será exercida com o auxílio do Tribunal de Contas da União, órgão auxiliar de controle externo do Poder
Legislativo.

Esses mecanismos, juntamente com as comissões de inquérito, constituem poderoso aparelhamento do Congresso
Nacional para o desempenho de sua função fiscalizadora.

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Conclusão do Curso
Pudemos ver a importância do papel do Poder Legislativo a partir dos princípios estabelecidos pela Constituição Federal,
nossa Lei Maior.

Esperamos que os conhecimentos adquiridos por você auxiliem-no tanto em sua vida pessoal quanto em suas ações
coletivas, contribuindo assim para o fortalecimento da cidadania em nosso País.

A equipe de Educação a Distância do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB) agradece a você pela participação.

Agora, leia atentamente as instruções seguintes.

Avaliação Final

Para concluir o curso, faça a Avaliação Final, clicando no menu à esquerda, no item "Avaliações". Lembre-se que a
Avaliação Final, além de ser o único instrumento válido para a certificação do curso, não poderá ser refeita.
Logo, responda às questões apenas quando tiver certeza da resposta.

ATENÇÃO: Uma vez aberta a avaliação final você tem 60 minutos para finalizá-la e salvá-la. Passado esse prazo, o
sistema fechará automaticamente, salvando o que foi feito. Essa avaliação não poderá ser acessada novamente.

Boa sorte!

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Se você fizer jus ao certificado, o sistema lhe possibilitará imprimi-lo.

Nesse caso, ele poderá ser obtido, de imediato, em sua tela inicial do curso, no mesmo local onde constam seus
dados, quadro de avisos e acesso.
Lá surgirá um ícone que lhe permitirá imprimir seu certificado e, se necessário, uma segunda via.
Caso não tenha obtido o desempenho necessário, não desista. Procure inscrever-se futuramente neste ou em outro de
nossos cursos.

Até breve.

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