Resenha do Texto: Elton Mayo e a Escola das Relações Humanas
O texto apresenta Elton Mayo, psicólogo, Australiano, um dos pioneiros das investigações que deram origem ao movimento das “relações humanas” nas organizações do tra e que empreendeu diversos estudos sobre a indústria, em seu país. De acordo com o texto uma das experiências de George Elton Mayo foi realizada, ent re 1927 e 1932 por ele e seus colaboradores em uma fábrica da Western Electric Com pany, situada em Chicago, no bairro Hawthorne cujo objetivo inicial era conduzir experimentos relacionando a luminosidade no ambiente de trabalho com a eficiência dos operários, medida pela produção. Com os primeiros resultados, a pesquisa logo se estendeu ao estudo de outros aspectos como: a fadiga, os acidentes de trabalho, a rotatividade de pessoal e o efeito das condições físicas de trabalho sobre a produti vidade dos operários. No decorrer da experiência foi verificado pelos pesquisadores que os resultados da experiência eram prejudicados por variáveis de natureza psicológi ca, motivo pelo qual a experiência se prolongou até 1932, quando foi suspensa devido à crise de 1929. È importante ressaltar que com essa experiência a fábrica da Western Electric Company, pretendia, não o aumento da produção, mas sim, conhecer melhor os seus empregados, po is já desenvolvia uma política de pessoal voltada para o bem estar dos seus operários . No entanto, as hipóteses psicossociológicas prevaleceram, uma vez que o sentido do t rabalho depende não só da história pessoal ou da “personalidade” de cada membro da equipe, mas também de suas experiências presentes, no interior dos grupos e na organização do t rabalho. Os trabalhadores não são mais vistos simplesmente como indivíduos, mas como m embros de um grupo, pois o mais importante estava nas formas de interação, ou seja, segundo o texto, a pesquisa/intervenção mostrou que o indivíduo reage às condições do meio mbiente porque há algo que toca a subjetividade coletiva ou o grupo e, isso depend e, em grande parte, das normas e do clima do grupo, do grau de inclusão de cada in divíduo no grupo. Ou de como o grupo é valorizado ou não pela organização. Tudo isso apont a para a dimensão de resistência coletiva do trabalhador, uma dimensão eminentemente p olítica, que Elton Mayo não quis levar em conta. No entanto, se os trabalhadores che gam a fazer esse pacto entre si, não é gratuitamente, mas em função da exploração e de toda sorte de sofrimentos, aceitos ou impostos pela organização. Segundo o texto, das “descobertas” de Mayo surgiram resultados inesperados de sua pe squisa-intervenção, que visava um melhor controle sobre o trabalhador,porém seu trabal ho mostraria o óbvio que a “ciência taylorista” insistia até então em negar: que o trabalha or não é apenas uma “máquina executante” das tarefas “concebidas” pelos engenheiros e que a presa é um sistema social e não apenas econômico. As descobertas de Mayo foram conside radas, a princípio, uma “humanização” do sistema taylorista. È nesse contexto que surge às meiras idéias sobre a escola de “relações humanas” que pretendia fazer da fábrica um lugar em conflitos, uma “comunidade”, onde deveria reinar o consenso e o trabalhador conhe ceria o prazer pelo cumprimento do dever profissional. A escola de Relações Humanas foi basicamente um movimento em oposição a Teoria Clássica de Administração. “Nasceu da necessidade de corrigir-se a tendência à desumanização do trabal decorrente da aplicação de métodos rigorosos, científicos e precisos aos quais os trabal hadores deveriam submeter-se”, (Chiavenato,p.213). Nesta abordagem, o indivíduo deix a de ser visto como uma peça da máquina e passa a ser considerado como um todo, um s er humano, com os seus objetivos e inserção social própria. A escola das relações humanas começou a enfatizar a importância da satisfação humana para a produtividade. O homem passou a ser visto como um ser social, orientado pelas re gras e valores do grupo informal, pois “relações humanas são as ações e atitudes desenvolvi as pelos contatos entre pessoas e grupos”, (Chiavenato,p.213) O texto promove algumas reflexões sobre o papel do psicólogo no contexto do trabalho uma vez que “o trabalho e organizações de trabalho estão presente na vida de todos” Zanel li & Bastos, (2004, p.466). De que maneira o psicólogo pode atuar de forma ética e não alienante dentro das empresas? Como conciliar interesses de funcionários com os i nteresses da empresa? É possível promover bem estar e cooperação sem prejudicar o caráter é ico e humano das pessoas dentro das organizações. Tratar as organizações e indivíduos em suas singularidades, parece ser o grand e desafio para que tenhamos organizações mais fortes e indivíduos mais realizados atra vés de sua atividade produtiva visando não só a satisfação e produtividade, mas também à sa ental do homem dentro das organizações de trabalho. De acordo com Muchinsky (2004, p.19) “buscar o equilíbrio entre a força de tr abalho e o local de trabalho em uma época em que, a composição de ambos está mudando rap idamente não é uma tarefa fácil”, porém é uma tarefa desafiadora uma vez, que ela amplia os cenários de atuação e as atividades que devem ser exercidas pelo psicólogo dentro das or ganizações de trabalho. Referencia: CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração: volume 1 : abordagens prescrit ivas e normativas da administração. 4. ed. São Paulo: McGraw-Hill, c1979. Zanelli; J. E. Borges-Andrade & A. V. B. Bastos (Orgs.), Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil (pp. 466-491). Porto Alegre: Artmed.2004 MUCHINSKY, P. Psicologia Organizacional. São Paulo: Thomson, 2004.