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de que tipo é e quais são os parâmetros que a caracterizam. Vamos analisar os dois casos
mais simples: a relação tipo potência (y = axb ) e tipo exponencial (y = a.ebx). Quando se
sabe que a relação não é linear, pode-se linearizá-la através de uma mudança de variáveis,
ou então fazer essa linearização graficamente, usando um tipo de papel cujas escalas não
sejam lineares. O tipo mais útil de escala é a escala logarı́tmica, onde em vez de a
distância entre marcas sucessivas das escalas ser constante, ela varia logaritmicamente.
Uma escala linear é construı́da de tal modo que a distância entre 1 e 2 é proporcional a
(2 − 1); a distância entre 2 e 3 é proporcional a (3 − 2) e assim por diante, por isso as
distâncias entre marcas sucessivas nas escalas são iguais. A escala logarı́tmica é feita de
tal maneira que a distância entre 1 e 2 é proporcional a (log 2 − log 1); a distância entre
2 e 3 é proporcional a: (log 3 − log 2), por isso as distâncias entre marcas sucessivas não
são constantes. Vejamos agora como utilizar o papel dilog. Temos uma relação tipo:
y = axb (1)
Y = A + bX (3)
equação de uma reta. Ou seja, podemos transformar uma relação tipo potência em uma
relação linear aplicando o logaritmo. Se em um papel milimetrado fizermos o gráfico não
de x×y mas de log(x)×log(y), nós teremos uma reta. Nesse caso, estaremos colocando em
uma escala linear segmentos que são proporcionais não ax e y, mas sim aos logaritmos de
x e y, calculados um a um. Para facilitar esse trabalho (não havia calculadoras na época)
foi impresso um papel com as divisões proporcionais às diferenças entre os logaritmos das
variáveis e não às diferenças entre as variáveis: é o papel dilog. Se colocarmos diretamente
no papel dilog x e y nós estamos fazendo com que as distâncias entre sucessivos valores
de x e de y sejam proporcionais a log x e log y, porque as escalas foram construidas assim.
No caso do exemplo acima, as distâncias são proporcionais aX e Y e vamos obter então
uma reta. As distâncias indicadas são proporcionais aos logaritmos (porque o papel foi
feito assim). Ao chegar em 20, deve- se escrever:
2
c log 10. Cada intervalo desses é chamado de década e se percebe logo que eles variam em
potência de 10. Note-se que a origem pode ser qualquer, pois estamos apenas somando
(ou subtraindo) uma constante. Como se obtém o coeficiente angular? O procedimento é
igual ao caso linear:
Y2−Y1 log y2 − log y1
b= = (5)
X2 − X1 log x2 − log x1
No caso de gráficos em papel milimetrado, não se pode obter b medindo diretamente com
uma régua as distâncias entre os dois valores de y e os dois valores de x porque as escalas
nos dois eixos são em geral diferentes, isso é, 1 mm no eixo dos y não corresponde ao
mesmo valor que 1 mm no eixo dos x.
ii. papel monolog
Outro tipo de relação entre duas grandezas fı́sica muito comum e bem simples é a ex-
ponencial: y = a.10bx , também podemos linearizá-la através de uma mudança de variáveis
ou então fazer um gráfico em um papel milimetrado, colocar no eixo y os valores medidos
de y e no eixo x colocar 10bx e não as medidas x. Outra possibilidade é utilizar um papel
onde um dos eixos tem escala logarı́tmica e o outro linear. Notem que a escala logarı́tmica
está em uma base qualquer, não é porque estamos lidando com exponencial que a escala
logarı́tmica está na base 10. Para essa escala vale tudo o que vimos acima para o papel
dilog. Temos então:
log y = log[a.10bx ] = log a + bx. log e = log a + (b log 10)x (6)
Y = A + Bx (7)
que é a equação de uma reta.
Para se achar o valor de A, quando a escala o permitir, faz-se x = 0 e obtém-se Y = A.
Ou então, toma-se um valor qualquer de x sobre a reta do gráfico, obtém-se Y e daı́ A.
Note-se que este procedimento não é equivalente a tomar um par (x,y) medido e calcular
a. No gráfico, está-se usando a reta média, obtida em geral por mı́nimos quadrados, que
leva em conta todos os pontos experimentais.
No papel monolog, não podemos obter o coeficiente angular simplesmente medindo as
distâncias com uma régua, pois as escalas são diferentes. A maneira geral de fazê-lo é:
log y2 − log y1
b= (8)
x2 − x1
A escala está em uma base m qualquer, vamos fazer a mudança para a base e: logm y =
ln y/ ln m. Usando essa relação na expressão para b dada acima:
ln y2/ ln m − ln y1 ln y2 − ln y1
b= = (9)
ln m/(ln e/ ln m).(x2 − x1) x2 − x1
3
Pode-se tomar y2 = e e y1 = 1, aı́ temos: b = 1/(xe − x1), onde xe é o valor de x
quando y = e, e x1 é o valor de x quando y = 1. Se a década que aparece no gráfico
não for aquela entre 1 e 10, o resultado será o mesmo. Pode-se usar o papel monolog
para qualquer relação tipo: y = a.pbx e não apenas quando p = e ou 10. Aplicando o
logaritmo: log y = log a + (b. log p)x. A exemplo do que foi feito no caso da exponencial,
convém aqui mudar para logaritmo na base p. Supondo que a escala esteja em uma base
m qualquer: