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ARTIGO DE REVISÃO R E V I S TA P O R T U G U E S A

DE
CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

Ressuscitação cardiorespiratória em cães e gatos – revisão

Cardiopulmonary resuscitation in dogs and cats – review

Claudio Nazaretian Rossi1*, Valéria Nobre Leal de Souza Oliva2, Lídia Mitsuko Matsubara3,
Anna Cláudia Marques Serrano4
1
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, UNESP, Campus de Jaboticabal.
Via de acesso Professor Paulo Donato Castellane, s/n. CEP: 14884-900, Jaboticabal – São Paulo, Brasil.
2
Faculdade de Odontologia, Curso de Medicina Veterinária, UNESP, Campus de Araçatuba.
Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal.
Rua Clóvis Pestana, 793. Jardim Dona Amélia. CEP: 16050-680. Araçatuba – São Paulo, Brasil.
3
Faculdade de Medicina, UNESP, Campus de Botucatu. Distrito de Rubião Júnior, s/n. CEP: 18618-970.
Caixa Postal 530. Botucatu – São Paulo, Brasil.
4
Rua Rodrigues Paes, 219, Apto. 31. Bairro Chácara Santo Antônio. CEP: 04717-020 – São Paulo, Brasil.

Resumo: A paragem cardiorespiratória (PCR) em cães e gatos 2002). A mesma pode ser classificada como
é um evento de ocorrência comum, principalmente em pacientes respiratória ou cardiorrespiratória (Wingfield e
críticos e durante os procedimentos anestésicos. Desta forma, é
de vital importância detectar precocemente os momentos que
Van Pelt, 1992).
antecedem a mesma e saber como agir nessas ocasiões, pois, se Na paragem respiratória a ventilação cessa, mas o
não for corretamente identificada e corrigida poderá causar a ritmo cardíaco está normal. Porém, se não revertida
morte do animal em poucos minutos. O presente artigo tem por rapidamente, evolui para ritmo cardíaco letal e
objetivo descrever as alterações que ocorrem momentos antes paragem cardiorespiratória, já que a hipoxemia e a
da PCR propriamente dita e as manobras de emergência na
ressuscitação cardiopulmonar-cerebral (RCPC) em cães e gatos, hipercapnia decorrentes da paragem respiratória,
trazendo orientações relacionadas às medidas terapêuticas podem levar à acidose e à liberação de catecolaminas,
corretas e imediatas a serem efetuadas. resultando em arritmias, tais como fibrilação ventri-
cular, assistolia ou dissociação eletromecânica,
Palavras-chave: paragem cardiorespiratória, ressuscitação
cardiopulmonar-cerebral, cães e gatos
atualmente conhecida como atividade elétrica sem
pulso (AESP) (Nelson e Couto, 2001b).
Summary: The cardiopulmonary arrest in dogs and cats is a As causas mais comuns de alterações respiratórias
common occurrence, mainly in critical patients and during são aquelas causadas por anestésicos, obstruções das
anesthetic procedures. Therefore it is very important an early vias respiratórias, doenças pulmonares e da cavidade
detection and the knowledge about these situations, because if
not properly identified and assisted the animal may die in a few pleural e causas iatrogênicas, como o espasmo da
minutes. The present article has the objective of describing laringe provocado pela intubação em gatos (Muir e
briefly the metabolic changes that occur moments before the Hubbell, 1995).
cardiopulmonary arrest and the cardiopulmonary and cerebral O funcionamento do coração e consequentemente a
resuscitation procedures in dogs and cats, bringing orientation
with the purpose of suggesting possible guidelines related to
circulação sanguínea, são interrompidos na fibrilação
immediate therapeutic measures to be instituted. ventricular, na assistolia e na atividade elétrica sem
pulso. Como a AESP pode ocorrer em animais com
Keywords: cardiopulmonary arrest, cardiopulmonary-cerebral doença ou paragem cardiorespiratórias graves, é impor-
resuscitation, dogs and cats tante verificar a presença de batimentos cardíacos e
características de pulso no paciente, mesmo que o eletro-
cardiograma esteja normal (Nelson e Couto, 2001b).
Tem-se por definição de paragem cardiorespiratória
De acordo com dados da Universidade da Geórgia,
(PCR) a súbita interrupção da respiração e da circu-
nos anos 80, a arritmia letal mais comum em cães e
lação sanguínea (Robello e Crowe, 1989). Ainda que
gatos foi a AESP (Robello e Crowe, 1989) e, por este
afete todos os sistemas do organismo, os órgãos mais
motivo, a desfibrilação elétrica não é recomendada
acometidos são o cérebro, o coração e os rins (Welsh,
como primeira opção no tratamento da PCR, como
preconizado na medicina humana (Evans, 1999). De
acordo com Crowe e Rabelo (2005) a AESP é uma
*Correspondência: claudionrossi@yahoo.com.br arritmia muito comum em associação às complicações
Tel: +55 13 97091153 anestésicas e à ocorrência de choque.

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Em cães e gatos ocorre inicialmente a paragem ventilação pulmonar (B = Breathing); a circulação (C


respiratória, que pode progredir para a paragem = Circulation).
cardíaca. O tratamento rápido da paragem respiratória
com ventilação assistida e oxigênio pode evitar a Vias Aéreas (A)
paragem cardíaca, principalmente se não houver
A prioridade na paragem cardiorespiratória é
doença grave concomitante (Nelson e Couto, 2001b).
estabelecer uma via aérea, sendo que a intubação
A paragem cardiorespiratória, isoladamente, parece
orotraqueal é o método mais eficiente. Clinicamente,
ser mais comum do que a paragem respiratória em
a hipoxemia pode estar associada à dispneia, orto-
cães acima de quatro anos de idade. Em cães e gatos,
pneia, taquipneia, taquicardia, síncope ou cianose
a ressuscitação nas paragens respiratórias apresenta
(Henik, 1992).
melhores resultados do que nas cardiorespiratórias
A limpeza prévia das vias aéreas e da cavidade oral
(Nelson e Couto, 2001b).
deve ser realizada antes da intubação e a sucção pode
O termo ressuscitação cardiorespiratória (RCR) tem
ser utilizada para remover vômito, sangue, muco ou
sido substituído pelo termo ressuscitação cardio-
líquidos da boca, faringe e traquéia. A traqueostomia
pulmonar-cerebral (RCPC) para enfatizar a importância
pode ser necessária se houver dificuldade de acesso à
do cérebro durante a ressuscitação e o período após
laringe para a intubação através da boca (Henik,
a mesma, já que não há vantagem nenhuma em
1992).
reestabelecer a função cardiorespiratória de um
paciente com atividade cerebral diminuída ou ausente
Respiração (B)
(Gfeller e Fresno, 2002; Crowe e Rabelo, 2005).
Uma vez confirmado o diagnóstico da paragem A ventilação deve ser iniciada assim que uma via
cardiorespiratória, todos os esforços devem ser aérea estiver estabelecida. Pode ser realizada através
instituídos com o objetivo de melhorar o fluxo sanguí- de aparelho de anestesia utilizando-se oxigênio a
neo e reestabelecer o batimento cardíaco, já que os 100%, que é o melhor método, ou através de ambu
objetivos imediatos da RCPC são prevenir a lesão com ar ambiente (21% O2) ou conectado a uma fonte
cerebral irreversível, restaurar o funcionamento de oxigênio a 100% (Henik, 1992).
efetivo do coração e pulmões e corrigir a hipóxia A taxa de ventilação tem sido extensivamente
tecidual e a acidose que se desenvolvem (Nelson e discutida, mas ainda não há consenso sobre a mesma.
Couto, 2001b). O diagnóstico é realizado pela As frequências de 20 movimentos respiratórios por
observação dos sinais clínicos listados na Tabela 1. minuto para cães de grande porte e de 24 para os de
Somente 4,1% dos cães e 9,6% dos gatos sobrevivem pequeno porte, parecem ser mais eficazes que 12 a 15
após a ocorrência da paragem cardiorespiratória e, na respirações por minuto, como previamente recomen-
paragem respiratória, as taxas de sobrevivência para dado (Nelson e Couto, 2001b). Já frequências de 12
cães e gatos são de 28,0% e 58,3%, respectivamente por minuto resultam em alcalose respiratória após 8
(Wingfield e Van Pelt, 1992). minutos de ventilação artificial (Sanders et al., 1984).
Tabela 1 - Sinais de paragem cardiorespiratória em cães e gatos Alguns pesquisadores recomendam taxas de venti-
lações de 20 a 25 movimentos por minuto (Crowe,
Apneia
1988), outros preconizam 20 a 40 movimentos
Cianose
respiratórios por minuto (Marks, 1999; Young, 1992)
Hipotensão (pressão sistólica < 60 mmHg)
ou ainda taxas de frequência respiratória semelhantes
Aumento do tempo de reperfusão capilar (TRC)
às compressões torácicas (Gfeller e Fresno, 2002). A
Diminuição ou ausência de sangramento no campo cirúrgico
literatura é, portanto, inconclusiva, mas o que
Ausência de pulso palpável e batimentos cardíacos
prevalece nos focos de discussão atuais são freqüên-
Dilatação das pupilas
cias respiratórias mais elevadas que as preconizadas
antigamente (Gfeller e Fresno, 2002).
A decisão de começar ou continuar a RCR deve ser
É importante ressaltar que a ventilação e compressão
baseada na reversibilidade dos problemas subjacentes simultâneas poderão levar a um risco maior de
do paciente e na decisão do proprietário (Henik,
barotrauma e pneumotórax, principalmente em
1992). Os procedimentos básicos compreendem pacientes pequenos, não sendo, portanto, recomendada
medidas de apoio respiratório e circulatório, conforme (Haskins, 2003). Além disso, uma ventilação excessiva,
se seguem. tanto em frequência como em amplitude, poderá levar
a uma diminuição ainda maior do retorno venoso,
Suporte básico da vida principalmente em pacientes hipovolêmicos.
Foi realizado um estudo para determinar o efeito da
Constatada a paragem cardiorespiratória, seguem-se taxa de ventilação/compressão e do decúbito durante a
os procedimentos diretamente relacionados a RCR, ressuscitação, no qual foram utilizados 18 gatos divi-
identificados pelas letras iniciais do alfabeto: a didos em dois grupos (Henik et al., 1987). Os animais
permeabilização das vias aéreas (A = Airway); a do grupo I foram posicionados em decúbito dorsal e

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os do grupo II, em decúbito lateral. Dentro de cada cardíaca interna (Crowe 1988; Crowe et al., 1988).
grupo, os animais foram, ainda, divididos em três O mecanismo pelo qual o fluxo sanguíneo é gerado
técnicas de ressuscitação: durante as compressões externas pode ser explicado
• Técnica A: 5 compressões cardíacas e 1 pelas teorias da bomba torácica e da bomba cardíaca
ventilação, de acordo com a Associação Americana do (Crowe e Rabelo, 2005).
Coração (AHA); A teoria da bomba torácica é aquela onde o fluxo é
• Técnica B: Compressão e ventilação simultâneas; gerado pelo deslocamento da vasculatura pulmonar
• Técnica C: 10 compressões cardíacas e 1 devido às compressões torácicas. Com o aumento da
ventilação. pressão intratorácica, gerada pela compressão do tórax,
há influência na pressão venosa e no fluxo sanguíneo.
Os valores da pressão parcial de oxigênio (PaO2) A pressão venosa aumenta, diminuindo o fluxo e a
foram significativamente maiores nos animais perfusão cerebral. Esse mecanismo é o mais impor-
posicionados em decúbito lateral e que receberam 10 tante na compressão externa em cães com mais de
compressões para cada ventilação. Em 50% dos 20 kg de peso (Crowe e Rabelo, 2005).
animais submetidos à técnica A, ocorreu hipercapnia. Já a teoria da bomba cardíaca baseia-se no fato do
Os resultados indicam que o aumento da oxigenação fluxo sanguíneo ser gerado pelo deslocamento das
durante a paragem cardiorespiratória, no gato, foi câmaras cardíacas, sendo mais efetivo na geração de
maior nos animais posicionados em decúbito lateral. fluxo ao cérebro, já que uma menor pressão venosa é
Apesar da técnica C ter apresentado os melhores gerada. Isto é particularmente verdadeiro na compres-
resultados neste estudo, pesquisas adicionais são são cardíaca interna. Quando se realiza a compressão
necessárias para determinar os efeitos da técnica externa em animais de mais de 20 kg, este mecanismo
utilizada na RCR em felinos após a PCR (Henik et al., não representa qualquer vantagem, já que não se
1987). atinge a eficiência desejada (Crowe e Rabelo, 2005).
A estimulação do ponto Jen Chung (Vaso Portanto, cães pequenos, filhotes e gatos devem ser
Governador 26), através da acupuntura, pode ser efetivo posicionados em decúbito lateral para a realização da
em reverter a paragem respiratória. O método consiste massagem cardíaca externa; já cães com mais de 20
na inserção de agulha de acupuntura ou hipodérmica kg devem ser posicionados em decúbito dorsal
no ponto localizado na linha mediana do filtro (Henik, 1992).
nasolabial, em profundidade de 10 a 20 mm, girando-a Uma outra manobra possível de se realizar são as
até que o animal apresente sinais de reversão da compressões abdominais interpostas entre as compres-
apneia. Em 69 casos de apneia ou depressão respi- sões torácicas externas. Isso aumenta o enchimento
ratória, durante procedimentos anestésicos, verificou-se cardíaco durante a diástole, aumentando o fluxo
100% de sucesso com 10 a 30 segundos de estimu- sanguíneo total. Também melhora o fluxo arterial
lação. Entretanto, em sete casos de apneia seguida de coronário, já que aumenta a pressão aórtica diastólica
paragem cardíaca, tratada com o estímulo deste ponto, (Crowe e Rabelo, 2005).
obteve-se sucesso de 43%, requerendo-se de 4 a 10 Se a paragem cardíaca ocorrer enquanto o tórax do
minutos de estimulação. Essa técnica atua na paciente estiver aberto, a massagem cardíaca interna é
depressão respiratória de origem central pela ação a técnica de escolha (Henik, 1992), já que resulta em
reflexa dos receptores opiáceos cerebrais produzindo, aumento da pressão sanguínea arterial, do débito
ainda, efeitos simpatomiméticos, com reflexos sobre cardíaco e da perfusão cerebral, miocárdica e dos
os sistemas cardiovascular e respiratório (Janssens et tecidos periféricos; diminui a acidemia arterial
al., 1979). e venosa, com menores concentrações de lactato e
maiores taxas de sobrevida, possibilitando melhor
Circulação (C) recuperação neurológica se comparada com as
O primeiro método utilizado para promover a circu- manobras externas (Haskins, 1992).
lação artificial em animais, após a paragem cardiores- Em cães e gatos, as frequências recomendadas são
piratória, é a compressão cardíaca externa. Este méto- de 80 a 120 (Wingfield e Van Pelt, 1992) de 80 a 100
do parece ser ineficaz em proteger o cérebro de (Haskins, 1989), e de 60 a 120 (Crowe, 1988a)
injúrias e deve ser somente parte inicial do protocolo compressões por minuto, respectivamente, para ani-
de ressuscitação (Evans, 1999), já que o fluxo sanguí- mais de pequeno, médio e grande porte. É importante
neo gerado durante a compressão cardíaca externa é dar um intervalo entre elas para permitir a diástole e,
de apenas 6 a 20 % do normal (Bircher e Safar, 1981). consequentemente, uma adequada perfusão sanguínea
Sua eficácia é dependente da transmissão de força no para todos os órgãos. Esse intervalo limita o número
esqueleto torácico, através dos pulmões, coração e de compressões a serem realizadas (Haskins, 2003).
vasos intra-torácicos. Certas condições, tais como A decisão de substituir a compressão cardíaca externa
fraturas de costela, efusão pleural, hérnia diafragmática pela interna deve ser tomada dentro de 5 minutos de
e pneumotórax impedem a realização da manobra, inefetividade das compressões torácicas externas
indicando a necessidade da toracotomia e compressão (Haskins, 2003) e quando a paragem ocorrer secun-

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dariamente a uma hipovolemia grave, como a ocorrida massagem cardíaca interna já esteja sendo realizada.
após trauma múltiplo ou hemorragia (Crowe e Rabelo, Os efeitos deletérios como lesão coronária, tampona-
2005). mento cardíaco e arritmias refratárias, que podem
No caso de RCR interna, o clampeamento aórtico ocorrer, limitam a sua utilização (Marks, 1999).
pode ser realizado na porção imediatamente caudal à A eficácia da utilização da via intra-óssea foi avalia-
base do coração e é o método mais efetivo de se da, durante a paragem cardiorespiratória, comparan-
promover fluxo sanguíneo cerebral e miocárdico no do-a com a via intravenosa. Para isso, administrou-se
paciente com ausência de batimentos, aproximando-se um corante de fluoresceína por ambas as vias, sendo
de 95% do fluxo normal de um coração normal que o tempo de aparecimento do mesmo, no globo
(Crowe e Rabelo, 2005). ocular, pela via intravenosa, foi de 15 a 32 segundos,
Essa manobra pode ser realizada utilizando-se uma enquanto que pela via intra-óssea este tempo foi de 5
sonda de nutrição enteral ou mesmo uma sonda uretral a 12 segundos, comprovando uma maior eficácia desta
ou equipo de infusão venosa, passados ao redor da última (Aeschbacher e Webb, 1993).
aorta com uma pinça hemostática fechando o vaso
parcialmente. A técnica pode ser utilizada por até 10 Adrenalina (epinefrina). De todos os fármacos
minutos, podendo se aliviar o mesmo por cerca de 5 empregados na paragem cardiorespiratória, nenhum é
minutos e depois disso retomar a manobra (Crowe e tão utilizado quanto à adrenalina, mesmo possuindo
Rabelo, 2005). efeitos em receptores α e β-adrenérgicos, resultando
em maior consumo de oxigênio, quando comparada a
outros fármacos que atuam somente em receptores
Suporte avançado da vida α-adrenérgicos (Ditchey, 1984).
O aumento da pressão arterial ocorre devido a vaso-
Fármacos (D) constrição nos leitos vasculares, onde predominam os
O suporte avançado da vida inclui o uso de fárma- receptores α-adrenérgicos, especialmente os recep-
cos (D = Drugs ou Definitive therapy); do eletrocar- tores α-2, os quais ocasionam um aumento da
diograma (E = Electrocardiographic rhythm) e, final- resistência vascular sistêmica, da pressão de perfusão
mente, do acompanhamento após a ressuscitação (F = coronariana e do fluxo sanguíneo para o miocárdio
Follow-up) ou suporte prolongado da vida (Marks, (Manisterski et al., 2002). Entretanto, a vasodilatação
1999; Nelson e Couto, 2001b). pode ocorrer em leitos que contém receptores β, como
A terapia com fármacos é um componente os músculo-esqueléticos (Vital, 2002).
importante do suporte avançado da vida, já que a sua Em doses baixas (<0,2 mg/kg/min), produz efeitos
administração promove aumento do fluxo sanguíneo β1 e β2 aumentando o fluxo sanguíneo nos músculos
no miocárdio, restabelece a pressão arterial e corrige e diminuindo a pressão arterial e diastólica. Em doses
as arritmias cardíacas e a acidose (Crowe, 1988). acima de 0,2-0,3 mg/kg/min há predominância dos
Em quase todos os casos a adrenalina é o fármaco efeitos α-adrenérgicos, elevando a pressão arterial
de eleição como terapia inicial, e a escolha de um diastólica, o débito cardíaco e a frequência cardíaca,
segundo fármaco é instituída baseada no traçado com consequente broncodilatação, vasoconstrição
eletrocardiográfico (Crowe et al., 1988). renal e esplâncnica (Vital, 2002). Porém, doses
As vias de administração dos fármacos podem ser: elevadas podem estar associadas a uma incidência
• Intravenosa central: é a via de escolha, se estiver maior de fibrilação ventricular (Haskins, 2003).
acessível (Marks, 1999); Sua meia-vida sérica é de 3 minutos, sendo indicada
• Intratraqueal: utilizada somente se uma via intra- em estados de choque que não respondam a dopamina
venosa não estiver disponível, pois permite a absorção ou durante as manobras de ressuscitação na paragem
rápida dos fármacos pelos pulmões, devendo ser cardiorespiratória (Evans, 1996).
evitada quando uma doença respiratória estiver Recomenda-se a administração de adrenalina,
presente. As doses utilizadas devem ser, pelo menos, primeiramente, pelas vias intravenosa, intra-óssea (0,2
duas vezes maiores do que as preconizadas pela via mg/kg) ou intra-traqueal (0,4 a 0,8 mg/kg), seguida de
intravenosa. O bicarbonato, o cálcio e a noradrenalina 5 a 10 ml de solução salina. Devido à meia vida curta
são fármacos que não devem ser administrados por (3 a 4 minutos), a infusão contínua é recomendada,
esta via (Manisterski et al., 2002); iniciando-se com 0,05 a 0,1 mg/kg/min, podendo-se
• Intra-óssea: pode ser mais rápida e eficiente que a aumentar esta dose progressivamente, a cada 10
via intravenosa, podendo ser utilizada para grandes minutos, até se atingir a resposta desejada, não se
volumes; é a via de escolha para filhotes quando não aconselhando doses superiores a 1,5 a 2,0 mg/kg/min
se dispõe de uma via intravenosa (Marks, 1999); (American Heart Association, 2000).
• Intravenosa periférica: embora não seja a via ideal, Alguns autores testaram várias doses de adrenalina,
pode ser utilizada, seguindo-se de injeção de solução administradas pela via traqueal, na paragem cardiores-
salina estéril (Marks, 1999); piratória, verificando que somente doses 10 vezes
• Intracardíaca: deve ser evitada, a menos que a maiores que a usualmente recomendada (0,3 mg/kg)

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foram eficientes em aumentar a pressão sanguínea em humanos devido à ausência de dados relacionados
arterial. A administração de adrenalina nas doses de a possíveis efeitos colaterais.
0,02, 0,035, 0,1 e 0,2 mg/kg provocaram uma
diminuição significativa das pressões arteriais sistólica, Dopamina. É indicada nos quadros de bradicardia e
diastólica e média por atuação em receptores hipotensão, após a restauração do fluxo sanguíneo
β-adrenérgicos (Manisterski et al., 2002). espontâneo (American Heart Association, 2000). Seus
Outros autores também relataram diminuição da diferentes efeitos são dose-dependentes, produzindo
pressão arterial em todos os cães após a administração ação em receptores dopaminérgicos, α e β-adrenérgi-
de adrenalina traqueal na dose de 0,05 mg/kg, quando cos (Oliva, 2002b). É sempre administrada na forma
comparada à administração de solução salina. Este de infusão contínua, e doses menores que 2
efeito é devido ao fato da adrenalina, nesta dose, estar mg/kg/min atuam predominantemente nos receptores
associada a efeitos predominantes em receptores dopaminérgicos e doses entre 2 e 5 mg/kg/min atuam
β-adrenérgicos, promovendo vasodilatação (Vaknin et em receptores β1, aumentando a frequência cardíaca,
al., 2001). o débito cardíaco e a contratilidade do miocárdio
Quando houver a necessidade de aplicação exógena (Oliva, 2002b).
de adrenalina e o paciente estiver sendo anestesiado A interação da dopamina com os diferentes tipos de
com halotano, a dose utilizada deverá ser menor receptores, de acordo com a dose utilizada, poderá
(0,01 mg/kg), já que o mesmo sensibiliza o miocárdio levar a sua escolha como possível agente que assegure
à ação das catecolaminas (Oliva, 2002a). melhor perfusão esplâncnica, não só pelo aumento do
débito cardíaco, mas também pela vasodilatação
Vasopressina. Experimentalmente, a vasopressina ou promovida pelos receptores dopaminérgicos.
hormônio anti-diurético tem-se mostrado como um
dos agentes farmacológicos vasopressores mais indi- Dobutamina. Possui afinidade seletiva para receptores
cados na RCR, em substituição à adrenalina. Os níveis β1, aumentando a força de contração. Não é, portanto,
endógenos de vasopressina, em humanos submetidos recomendada como protocolo inicial de tratamento na
à RCR, são significativamente maiores nos sobre- paragem cardíaca (Evans, 1999). É uma catecolamina
viventes que naqueles em que a circulação espontânea de ação direta por não liberar noradrenalina dos
não pode ser restaurada (Schmittinger et al., 2005). terminais adrenérgicos, possui efeito predominante
Diversos estudos realizados em suínos mostraram sobre o inotropismo cardíaco, sendo pouco afetados o
que esse fármaco melhora o fluxo sanguíneo para os cronotropismo e a excitabilidade, o que lhe confere
órgãos vitais, melhora o fornecimento de oxigênio e a baixo índice de taquicardia e arritmogenicidade. A
taxa de ressuscitação quando comparada à adrenalina dose recomendada é de 1 a 5 mg/kg/min (Vital, 2002).
(Schmittinger et al., 2005).
A vasopressina promove intensa vasoconstrição Atropina. Os fármacos parassimpatolíticos têm sido
periférica em tecidos cutâneo, muscular, esquelético, recomendados, durante a PCR, devido à rápida
intestinal e gorduroso, com efeitos menos expressivos progressão da bradicardia inicial em assistolia (Evans,
nos leitos coronariano e renal, além de vasodilatação 1999). É indicada nos casos de bradicardia sinusal
cerebral. Não produz vasodilatação da musculatura grave e no bloqueio átrio-ventricular, causados por
esquelética ou aumento no consumo de oxigênio pelo aumento do tônus vagal (Crowe et al., 1988).
miocárdio, já que não apresenta atividade em receptores As pesquisas não elucidam o papel do tônus paras-
β2-adrenérgicos (Araújo e Araújo, 2001) e seu efeito simpático e da terapia aniticolinérgica na parada
pode variar de 10 a 20 minutos (Haskins, 2003). cardíaca, mas existem relatos que cães vagotomizados
Schmittinger et al. (2005), relataram um caso de apresentam maior retorno da circulação espontânea
RCR bem sucedida, com o uso da vasopressina, quando comparados a cães que não foram submetidos
em um cão de 11 anos. A paragem cardíaca ocorreu à cirurgia de ressecção do nervo vago, indicando a sua
durante a anestesia para a excisão de adenocarcinoma utilização no protocolo de ressuscitação da PCR
mamário, com o diagnóstico de assistolia. Foram (DeBenhke, 1993).
realizadas compressões torácicas externas, ventilação As doses variam de 0,02 a 0,04 mg/kg pelas
por pressão positiva intermitente e a administração de vias intravenosa, intramuscular ou subcutânea. Se
duas doses de vasopressina (0,8 UI/kg, IV), com administrada em doses inferiores a 0,015 mg/kg, pelas
retorno da circulação espontânea. Três dias após vias intramuscular ou subcutânea, pode promover
o animal recebeu alta, sem nenhuma alteração bradicardia paradoxal (Muir, 1978).
neurológica.
Como há pouca informação clínica até o momento, Lidocaína. É o fármaco de escolha nos casos de
o seu uso é recomendado apenas para humanos, no arritmias ventriculares, bloqueando os canais de
caso de assistolia, AESP, e nos casos em que a PCR sódio. Exerce maior efeito nos tecidos despolarizados
permanece após o tratamento com adrenalina. Apesar (ex. isquêmicos) e/ou nos tecidos de impulso rápido.
de todas as evidências favoráveis, o seu uso é limitado A lidocaína não é útil nas arritmias atriais, provavel-

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mente porque os potenciais de ação nestas são tão Eletrocardiograma (E)


curtos que os canais de sódio estão inativos apenas por
Tão logo seja possível, deve-se conectar um monitor
um breve momento, e os períodos diastólicos são de eletrocardiograma ao paciente. O diagnóstico
relativamente longos (Roden, 1996). correto da arritmia cardíaca facilita o sucesso da RCR.
Utiliza-se a dose de 2 mg/kg em cães, podendo ser A fibrilação ventricular, a assistolia ventricular e a
repetida duas a três vezes, se necessário. Em gatos, AESP produzem o mesmo som à auscultação, mas o
doses menores devem ser utilizadas para evitar toxici- tratamento difere para cada uma dessas arritmias
dade (0,25 a 0,5 mg/kg como dose inicial) (Nelson e (Nelson e Couto, 2001b).
Couto, 2001a). A fibrilação ventricular deve ser revertida com
desfibrilador elétrico o mais rápido possível, sendo
Bicarbonato de sódio. A utilização do bicarbonato de que, anteriormente, deve-se administrar adrenalina na
sódio na RCR, em cães, deve ser limitada apenas aos dose de 0,2 mg/kg, para converter a fibrilação fina em
casos em que ocorre acidose metabólica severa após espessa (Young, 1992). A assistolia ventricular deve
tempo prolongado de ressuscitação, superiores há 10 ser tratada com sulfato de atropina na dose de 0,04 a
minutos, sempre baseado no exame de hemogasome- 0,06 mg/kg, além do uso da adrenalina (Young, 1992).
tria (VanPelt et al., 1990). O tratamento para a AESP consiste na aplicação de
dexametasona na dose de 2 mg/kg, que atua liberando
O bicarbonato desvia a curva de dissociação da
estoques de ATP das mitocôndrias das células
hemoglobina para a esquerda, impedindo a utilização
isquêmicas do miocárdio, restaurando a função
do oxigênio, além de poder causar acidose paradoxal
normal da membrana (Robello e Crowe, 1989), sendo
devido à combinação do mesmo com íons hidrogênio que alguns pacientes podem se beneficiar com a
livre, resultantes da degradação do ácido láctico. administração de cálcio, embora a sua administração
Consequentemente, ocorre a produção de dióxido de apresente alguns riscos consideráveis (Haskins, 2003).
carbono, que é livremente transportado para as células
do cérebro e miocárdio, resultando em alcalose Fluidoterapia
extracelular, hipernatremia e exacerbação da acidose
Logo após a PCR ocorre uma vasodilatação e, como
venosa central (Crowe, 1988; VanPelt et al., 1990).
consequência, uma anóxia tecidual, sendo assim impor-
tante que se institua a fluidoterapia rapidamente com o
Cálcio. A administração de cálcio é contra-indicada, intuito de se manter o volume sanguíneo circulante. A
exceto em hipocalemias graves, hipocalcemias ou na taxa de infusão de ringer com lactato preconizada é de
utilização de bloqueadores de canais de cálcio, como 40 ml/kg para cães, e de 20 ml/kg para gatos, exceto nos
ocorre nos casos de sobredose de halotano ou isofluo- casos de anemia e hipoproteinemia, onde a fluido-
rano (Crowe, 1988). terapia não é indicada (Haskins, 2003).
O uso do gluconato de cálcio ou do cloreto de Se o paciente necessita de infusões rápidas de
cálcio na RCR oferece resultados ruins. Após a volume devido à hemorragia grave como, por exemplo,
reperfusão em órgãos isquêmicos, o cálcio penetra na no trauma ou choque hipovolêmico, a reposição com
célula e atua como um catalisador na formação de colóides (Hetastarch 6%) apresenta melhores resulta-
radicais superóxidos, principalmente dos radicais dos do que a infusão única de cristalóides (Ringer com
hidroxila, que são os responsáveis por lesões de mem- Lactato), que não permanecem na circulação por mais
brana, rompem a fosforilação oxidativa e bloqueiam a de uma hora e contribuem para o edema cerebral grave
produção e liberação de ATP (trifosfato de adenosina) seguido de parada (Crowe e Rabelo, 2005).
na mitocôndria. Estes superóxidos estão envolvidos A expansão de volume não é recomendada, a menos
nas lesões de reperfusão do coração e cérebro (Crowe, que a hipovolemia esteja presente antes da paragem
(Crowe e Rabelo, 2005).
1988). Por esse motivo o cálcio foi removido dos
protocolos de RCR.
Suporte prolongado da vida (F)
Amiodarona. É um potente inibidor da automatici-
dade anormal e, na maioria dos tecidos, prolonga a
O atendimento à PCR exige, além dos procedimentos
ação do potencial de ação e o período refratário nos citados, a observação contínua do paciente, mesmo
átrios e ventrículos (Roden, 1996). É um anti-arrítmico nos casos em que o ritmo normal tenha sido pronta-
da classe III utilizado na ressuscitação cardiorespi- mente reestabelecido (Young, 1992).
ratória nos casos de taquicardia ventricular refratária Se a respiração espontânea está ausente, a
(Marks, 1999). A amiodarona têm sido utilizada na ventilação artificial deve ser instituída e fármacos
medicina humana nos casos de fibrilação ventricular vasoativos, como a dopamina e a dobutamina, podem
não responsiva à lidocaína e à desfibrilação elétrica ser necessários, mantendo-se a ventilação e a perfusão
(Marks, 1999). adequadas (Marks, 1999).

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A lesão cerebral resultante da paragem cardiorespi- horas; o desferil (desferoxamina), um quelante de


ratória e da ressuscitação surge em decorrência de ferro que diminui a quantidade de radicais livres de
uma complexa interação de fatores, que incluem oxigênio, na dose de 40 mg/kg fornecido durante 15
sobrecarga neuronal de cálcio e diminuições do fluxo minutos em salina (Crowe e Rabelo, 2005).
sanguíneo cerebral (Nelson e Couto, 2001b). Alguns procedimentos devem ser realizados objeti-
No passado acreditava-se que a morte cerebral ocorria vando-se prevenir e diminuir as lesões neurológicas,
após quatro minutos de parada, entretanto, com a utiliza- tais como o suporte volêmico, oxigênio suplementar,
ção de drogas citoprotetoras e nos casos de hipotermia, a restauração do equilíbrio ácido-básico, suporte
ressuscitação já se mostrou efetiva em até uma hora e metabólico e abordagem neuroprotetora e anti-edema
meia de parada total em cães (Crowe e Rabelo, 2005). do sistema nervoso central (Crowe e Rabelo, 2005).
Apesar dos fármacos estarem sob investigação, A utilização imediata de corticosteróides de rápida
alguns deles já são utilizados nos protocolos de reani- ação em doses altas (dexametasona a 2 mg/kg) está
mação, assim que o coração volta a bater e o fluxo associada a uma melhora significativa das taxas de
possa estar reestabelecido no cérebro. Entre elas está ressuscitação. Acredita-se que os corticóides permi-
o manitol, uma droga anti-radical livre na dose de 0,25 tam que haja uma liberação maciça de ATP na
a 1 g/kg, administrado duas vezes em intervalo de mitocôndria das células miocárdicas isquêmicas e
quatro horas ou em infusão contínua numa solução a possibilitem o retorno da função celular normal
10% para fornecer 4,4 g/kg em oito horas; o DMSO (Crowe e Rabelo, 2005).
(dimetilsulfóxido) que também atua contra os radicais As condutas a serem tomadas no caso de uma
livres, na dose de 250 mg/kg fornecido lentamente em paragem cardiorespiratória estão esquematicamente
15 minutos diluído em salina e repetido após quatro representadas na Figura 1.
Organograma R.C.R.
Procedimentos na paragem cardiorespiratória:
l Ausência de batimentos cardíacos

l Apneia, mucosas cianóticas

Avaliar as Vias Respiratótias

Aberta Obstruída

Atividade respiratória efetiva? Desobstruir

SIM NÃO

l Monitorar o paciente l Intubação traqueal /


l Definir as causas da parada traqueostomia e ventilação
respiratória com oxigênio a 100%
l Tratamento apropriado

l Ventilar o paciente e avaliar o pulso / sons cardíacos

Presente Ausente

l Continuar ventilação até a l Compressão cardíaca externa ou interna (80 – 120 compressões / min)
observação de respiração l Decúbito lateral (cães até 20 kg e gatos) ou dorsal (cães acima de 20 kg)
espontânea
l Ligar o monitor cardíaco

l Seguir tratamento apropriado da arritmia observável

l Fibrilação ventricular l Assistolia l Atividade elétrica sem pulso


l Checar o pulso
l Desfibrilação elétrica (2J-4J/kg) – 3 vezes l Fluidoterapia
l RCR + Adrenalina (0.2-0.3mg/kg) l Adrenalina (0.2-0.3mg/kg) l Oxigenação e ventilação
l Desfibrilação elétrica (6J-8J/kg) – 3 vezes l Atropina (0.04mg/kg) l Adrenalina (0.2-0.3mg/kg)

l RCR + Vasopressina (0.5 unidades/kg) l Adrenalina (0.2-0.3mg/kg) l Atropina (0.04mg/kg)

l Desfibrilação elétrica (10J-12J/kg) – 3 vezes l Fluidoterapia l Bicarbonato de sódio

l Desfibrilação interna (0.2J/kg) l Vasopressina (0.5 unidades/kg) l Cálcio (0.6ml/kg – solução 10% de

l Desfibrilação interna (0.2J-0.3J/kg) – 3 vezes l Bicarbonato de sódio (0.5mEq/kg) gluconato de cálcio)


l Adrenalina (0.2-0.3mg/kg) l Corticosteróide (Dexametasona

l Cálcio (0.6ml/kg – solução 10% de 2.0mg/kg)


gluconato de cálcio)
l Adrenalina (0.2-0.3mg/kg)

l Continuar RCR se a assistolia persistir

Figura 1 - Esquema representativo das condutas a serem tomadas no caso de uma paragem cardiorespiratória.

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Considerações finais Evans AT (1999). New thoughts on cardiopulmonary resuscita-


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Embora a PCR seja um evento de baixo índice de
Gfeller WR e Fresno CA (2002). Cardiopulmonary cerebral
reversibilidade, para que se tenha um melhor prognós-
resuscitation (CPCR) update. In: 20th ACVIM, Dallas.
tico, é de suma importância um diagnóstico precoce Proceedings… Dallas: Texas, 11-13.
para que se possa iniciar as manobras de ressuscitação Haskins SC (1989). Cardiopulmonary resuscitation. In: Current
o mais rápido possível. Veterinary Therapy (Small animal practice), 2ª edição.
Existem controvérsias quanto à relação entre o Editor: R.W. Kirk. WB Saunders Company (Filadélfia),
número de ventilações e compressões torácicas, mas, 330-336.
independentemente da técnica utilizada, é vital que as Haskins SC (1992). Internal cardiac compression. Journal of
mesmas supram as necessidades mínimas para que se American Veterinary Medical Association, 200; 1945-1946.
propicie a continuidade da oxigenação orgânica, Haskins SC (2003). Cardiopulmonary resuscitation. In:
Textbook of small animal surgery, 3ª edição. Editor: D.
principalmente no que tange os órgãos vitais. Também
Slatter. Elsevier Science (Filadélfia), 2613-2623.
é crucial que se tenha conhecimento dos passos a
Henik RA (1992). Basic life support and external cardiac com-
serem seguidos durante a manobra de ressuscitação, pression in dogs and cats. Journal of American Veterinary
bem como a existência de uma equipe treinada e Medical Association, 200: 1925-1931.
sincronizada, minimizando-se desta forma o tempo Henik RA, Wingfield WE, Angleton GM e Porter RE (1987).
entre o diagnóstico da PCR e a sua intervenção, Effects of body position and ventilation/compression ratios
melhorando, assim, a taxa de sucesso do procedimento. during cardiopulmonary resuscitation in cats. American
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