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METODOLOGIA PARA O CÁLCULO DE VAZÃO

DE UMA SEÇÃO TRANSVERSAL A UM CANAL FLUVIAL

Iran Carlos Stalliviere Corrêa


Instituto de Geociências – UFRGS
Departamento de Geodésia
Av. Bento Gonçalves, 9500 Caixa Postal 15.001
91501-970 Porto Alegre-RS
e-mail: iran.correa@ufrgs.br

RESUMO

O presente trabalho propõe, de uma maneira simplificada e fácil, a metodologia a ser empregada na obtenção dos
dados de campo e sua aplicação no cálculo da determinação da vazão de uma seção transversal a um canal fluvial, com os
devidos ajustes e cuidados a serem tomados na obtenção dos dados e cálculos.

Palavras chaves: Vazão, cálculo de vazão, seção transversal, canal fluvial.

1 – INTRODUÇÃO

Este trabalho tem a finalidade de apresentar,


sucintamente, o método de obtenção e cálculo de vazão
para uma seção transversal a um canal fluvial.
Desde há muitos séculos o homem tem
necessidade de medir o comportamento físico de um
corpo d’água em movimento ou em repouso. Para
resolver esta necessidade, desenvolveu técnicas e
equipamentos que permitem registrar a velocidade, a
pressão, a temperatura e a vazão de um corpo d’água.
Uma das variáveis mais importantes é o cálculo Fig. 1 – Molinete de hélice
de vazão, devido que através deste se pode quantificar o
consumo, se avaliar a disponibilidade dos recursos
hídricos e se planificar a respectiva gestão da bacia O molinete é um equipamento destinado a medir a
hidrográfica. velocidade da água em qualquer profundidade do curso
A vazão é conceituada como sendo o volume de d’água (Fig.3). Este equipamento assemelha-se a um
água que passa por uma determinada seção, de um rio ou cata-vento, cujas hélices giram com maior ou menor
canal, num determinado intervalo de tempo. velocidade, dependendo da velocidade do vento. O
A medida de vazão em um curso d’água é molinete hidráulico faz o mesmo e suas hélices giram
efetuada, normalmente, de forma indireta a partir da mais rapidamente conforme a velocidade do fluxo de
medida de velocidade ou de nível. água que passa pelas mesmas. Existem molinetes que são
utilizados para ambientes com baixa velocidade de fluxo
de vazão e outros para ambientes de alto fluxo de vazão,
2 – METODOLOGIA os resultados obtidos podem ser digitais ou analógicos.
Os molinetes podem ser montados em suportes ou serem
A medida de vazão em uma seção transversal de suspensos por cabos.
um canal fluvial é efetuada, normalmente, com o auxílio Para efetuar-se a tomada das medidas, coloca-se
de “molinete”, com o qual se obtém a medida da o molinete em uma determinada seção do curso d’água,
velocidade da corrente fluvial em pontos pré- variando as posições, não só ao longo da seção, mas
estabelecidos (Fig. 1). também ao longo da profundidade (Fig.3). Antes da
utilização do molinete, para a tomada de dados, o mesmo
deve ser aferido em um laboratório de hidráulica, para
que se tenha uma perfeita relação entre o número de
voltas dadas pela hélice do molinete com a velocidade da
água, em um intervalo de tempo considerado. Para isso o A velocidade da corrente de um fluxo fluvial é,
molinete deve ser aplicado em velocidades de correntes normalmente, maior na parte central de um rio do que em
conhecidas, contando-se assim, o número de voltas que o suas margens. Em função dessa variação da velocidade
mesmo dá em 60 segundos. Destes testes resultam tabelas da corrente em diferentes pontos da seção transversal,
ou gráficos que serão aplicados nas medições efetuadas devem-se obter medidas em diversos pontos tanto na
em campo (Tabela III). superfície da seção transversal como em diversos níveis
em cada seção vertical (Fig.2 e 3).

S
0,2p

0,4p

0,6p
0,8p
F
Superfície de fundo

Fig. 2 – Perfil de velocidade com os respectivos pontos de medição recomendados

Nivel d'água 2 3 4 5

Fig. 3 – Seção transversal com indicação das verticais e representação da velocidade da corrente medida

Para um melhor resultado do cálculo de vazão e Santos et al. (2001) apresentam a distância
do estabelecimento das distâncias entre os perfis recomendada entre os pontos de uma seção transversal de
verticais, recomenda-se o levantamento batimétrico do acordo com a largura do rio e o número de pontos
perfil transversal. Este processo permitirá um melhor recomendados a serem obtidos sobre cada seção vertical
conhecimento da morfologia de fundo para a de acordo com a profundidade do rio (Tabela I e II).
determinação da localização de cada perfil vertical e de
sua respectiva profundidade.

Tabela I – Distância recomendada entre cada seção vertical, de acordo com a largura do rio (Santos et al,2001)

Largura do rio (m) Distância entre


as seções verticais (m)
<3 0,3
3a6 0,5
6 a 15 1,0
15 a 30 2,0
30 a 50 3,0
50 a 80 4,0
80 a 150 6,0
150 a 250 8,0
>250 12,0
Tabela II – Número e profundidade recomendada em cada seção vertical de acordo com a profundidade do rio
(Santos et al. 2001). S=superfície do canal; F= fundo do canal; p=profundidade do canal.

Profundidade (m) Número de Profundidade dos Pontos


Pontos
0,15 a 0,60 1 0,6p
0,61 a 1,20 2 0,2p e 0,8p
1,21 a 2,00 3 0,2p; 0,6p e 0,8p
2,01 a 4,00 4 0,2p; 0,4p; 0,6p e 0,8p
>4,01 6 S; 0,2p; 0,4p; 0,6p; 0,8p e F

A partir das Tabelas I e II pode-se observar que em um grande número de pontos. Estes pontos estão
a medida de vazão de uma seção transversal a um canal dispostos segundo linhas verticais com distâncias
fluvial está baseada na medida da velocidade da corrente conhecidas a partir da margem do rio ou canal (Fig. 4)

Fig. 4 – Visualização de uma seção transversal a um rio e a posição dos perfis verticais.
dh=distância de uma margem ao perfil; p=profundidade do perfil

Para se efetuar a tomada das medidas de fornecida pelo fabricante do molinete ou obtida através
velocidade da corrente, coloca-se o molinete em uma da aferição do mesmo, obtêm-se as devidas velocidades
determinada seção do curso d’água, variando as posições, da corrente em cada ponto.
não só ao longo da seção transversal, mas também ao Para a conversão do número de giros em
longo da seção vertical. Em cada ponto marca-se o velocidade, de valores obtidos em campo e que não se
número de giros dado pela hélice do molinete, no encontram na tabela de conversão, deve-se efetuar uma
intervalo de 60 segundos e, usando-se a tabela de interpolação entre estes.
conversão de giros para velocidade (Tabela III),

Tabela III – Exemplo de Tabela de Conversão elaborada como padrão para um determinado molinete.

Tabela de Conversão
Nº de voltas em 60s Velocidade m/s
5 0,12
10 0,23
20 0,40
30 0,56
40 0,71
50 0,85
60 0,98
A integração do produto da velocidade da corrente para cada seção vertical e considera-se esta
corrente pela área abrangida por esta corrente é a vazão velocidade média com abrangência na área do perfil e
do rio. Para isso calcula-se a velocidade média da áreas próximas a esta seção vertical, conforme a figura 5.

dh 6

dh5

dh 4

dh3

dh2
dh1
1 2 3 4 5
M a rg e m
d ire ita N ive l d'ág ua M a rg e m
e sq u e rd a
p5
p1

p2 p3 p4
Á re a d e in flu ên cia d a V m
d o p e rfil 3
S up e rfície d e fu n d o

Fig. 5 – Visualização da área da seção do rio ou canal considerada para a velocidade média do perfil vertical de número 3

3 – DESENVOLVIMENTO

Para o cálculo da vazão de uma seção velocidade de cada ponto obtido em campo, é necessário
transversal de um rio ou canal, com os dados de determinar a velocidade média de cada perfil.

n
N iv e l d 'á g u a

V1
d v1
Profundidade do Perfil

V2
d v2

V3

d v3

V4

d v4
V5

S u p e rfíc ie d e fu n d o

Fig. 6 – Perfil vertical da seção transversal ao rio com a indicação dos pontos amostrados e a velocidade em cada ponto.
n=perfil vertical; dv=distância vertical entre os pontos considerados; V=velocidade da corrente
Com base na figura 6 deve-se calcular a As pequenas áreas localizadas próximas das
superfície do perfil vertical em relação às velocidades margens do rio referentes a primeira e a última vertical
obtidas nas diversas profundidades. (Fig. 5), quando forem calculadas as vazões parciais das
mesmas, as distâncias entre o perfil e a margem deve ser
V +V   V + V3  V +V  considerado como um todo e não parcial como nos
S j =  1 2  × dv1 +  2  × dv2 + .......+  n−1 n  × dvn demais perfis.
 2   2   2 
Conhecendo-se as vazões parcial de cada perfil
vertical da seção transversal do rio podemos calcular a
Onde
Vazão Total (Vt) para o perfil transversal considerado.
Sj é a superfície do perfil em relação às
velocidades medidas n
V é a velocidade da corrente em cada ponto Vt = ∑ Vpi
dv é a distância entre os pontos, sobre o perfil i
vertical
Onde:
A velocidade média (Vm) será obtida através da Vt é a vazão total da seção transversal do rio;
razão entre a superfície obtida (Sj) e a profundidade do Vpi é a vazão parcial da subseção da vertical
perfil (Σdv). “i”;
i é o perfil vertical considerado
Sj n é o número de verticais.
Vm = n

∑ dv
1 4 – CONCLUSÃO

Obtida a velocidade média da corrente sobre os A metodologia aqui apresentada, para o cálculo
perfis (Vm) deve-se determinar a área de influencia desta da vazão de uma seção transversal de um rio ou canal é
velocidade média, de cada perfil vertical, sobre uma relativamente simples e de fácil obtenção, sendo seu
subseção, como apresentada na figura 5. resultado eficaz e de boa precisão. A precisão poderá ser
aumentada se diminuirmos as distâncias entre os perfis
verticais e aumentarmos o número de pontos sobre cada
 (dh + dhi +1 ) (dhi −1 + dhi ) 
Ai =  i perfil.
2

2  × pi
  O processo pode ser aplicado a qualquer tipo de
seção transversal de rios ou canais com largura e
Simplificando a equação acima temos: profundidade variável.

 (dh − dhi −1 ) 
Ai =  i +1  × pi
AGRADECIMENTOS
 2 
O autor expressa seus agradecimentos a Chefia
Onde “A” representa a área de atuação da do Departamento de Geodésia pelas facilidades no uso
velocidade média (Vm); “i” indica o perfil vertical que dos laboratórios, ao Museu de Topografia Prof. Laureano
esta sendo considerado; “p” indica a profundidade do Ibrahim Chaffe pelo empréstimo do molinete de teste e
perfil considerado e “dh” é a distância do perfil vertical ao CNPq pela Bolsa de Produtividade (Processo nº
considerado até a margem. 303956/2006-2).

Com os dados da velocidade média (Vm) do BIBLIOGRAFIA CONSULTADA


perfil considerado e a área (A) de atuação desta corrente,
podemos calcular a Vazão Parcial (Vp) para cada seção CORRÊA,I. C. S. Topografia Aplicada à Engenharia
do perfil transversal. Civil. Departamento de Geodésia, Instituto de
Geociências, UFRGS. Porto Alegre-RS. 2006. 124p.
(8ª Edição revisada e ampliada).
Vmi
Vpi =
Ai COLLISCHONN, W. Medida de Vazão. In: Alguns
Fundamentos de Hidrologia. IPH/UFRGS. 2005.
Onde: p.46-56. (Apostila).
Vpi é a vazão parcial para o perfil considerado;
Vmi é a velocidade média do perfil considerado SANTOS, I. et al. Hidrometria Aplicada. Instituto de
Ai é a área de abrangência da velocidade média Tecnologia para o Desenvolvimento. Curitiba-Pr.
para o perfil considerado. 2001. 372p.

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