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A vida sexual secreta dos cobradores de ônibus

Como todo jovem estudante universitário sem dinheiro (sim, é um pleonasmo),


o pouco tempo que tenho livre durante o dia passo dentro de um ônibus. Não que eu
tivesse algo melhor para nesses momentos, dado a minha situação financeira. Pois
bem, da necessidade de ocupar essas duas horas (às vezes três) do meu dia, surgiram
o que eu chamo de “Jogos Mentais de Ônibus”. Um deles, que eu gostaria de
compartilhar com vocês, consiste em imaginar a vida sexual das pessoas que entram e
saem. Err, cuidado com alguns problemas imaginativos durante a viagem.
Semana passada, estava eu fazendo meu tour diário pela cidade, entre um
joguinho e outro. Até então nada interessante. Uma garota estudante de Direito,
aparentemente envolvida em uma orgia na noite anterior. Um gordinho mal humorado
de uns vinte e cinco que nunca teve vida sexual... e provavelmente nunca terá (nem
com a empregada, iniciadora sexual oficial da família moderna). Uma mulher com um
shortinho depravado que não me fez deduzir apenas sua vida sexual mas também sua
profissão. Eis que em algum momento, entra a paquerinha do cobrador. Não sei se eu
me envolveria com uma mulher que seduz o cobrador para andar de ônibus de graça,
mas tudo bem. O fato é que todos os dias ela entra, cumprimenta o motorista, sorri,
troca algumas palavras iniciais com o cobrador e senta na área reservada para não
pagantes. Inexplicavelmente, todas as vezes que isso acontece o motorista começa a
dirigir ferozmente o ônibus, aparentemente em uma tentativa quase instintiva de
demonstrar sua superioridade frente ao cobrador. Como se o veículo fosse um “falo”,
só que de quarenta lugares. Bem, não importa, na mente dela o cobrador era o
homem do dinheiro. Ou pelo menos o idiota que a deixava viajar de graça todos os
dias. A rotina é a mesma, sempre que o nível de testosterona do motorista começa a
cair, o cobrador começa a conversa. “Tem um forró na sexta”. “Eita, vamu para o
pagodi lá perto da tua casa?”. Dia desses ele soltou um “E aí? Você tem orcuti?”. (um
viva para a maldita inclusão digital).
Ontem o cobrador estava feliz. Pelo jeito, a noite anterior tinha sido
inesquecível. Meus cálculos indicam que eles foram parar no “Las Vegas”, motel
pertinho da parada final do ônibus que em nada lembra a cidade americana (a menos
que ela seja tomada por inveterados jogadores de dominó). Com as economias que a
moça fez (sim, é um eufemismo) no ônibus é possível que tenha comprado uma
lingerie vermelha na Marisa, daquelas com babados e abertura na frente. E outra, ela
não tinha cara de quem se poupava na cama, de forma que seu sorriso apontava que
ela tinha tentado todas as posições que aprendeu nos filmes pornôs. Sem sucesso,
claro, só atrizes pornôs mesmo conseguem aquelas posições e eu não conheço
nenhuma que anda de ônibus. Depois dos vinte minutos e trinta e dois segundos de
selvageria (eles pagaram o pacote de meia hora e tinha que sobrar tempo para comer
a feijoada, que era grátis), despediram-se e cada um seguiu para a sua casa. Ele, na
sua linha de trabalho. Ela, na linha do outro cobrador com quem estava flertando.
Vocês não achavam que ela morava no trabalho, né? Tinha que voltar para casa de
alguma forma.
Minha teoria foi confirmada hoje. O cobrador comentava com o motorista.
“Mermão, tu precisava ver como a mulher era selvagi. Se meu celular com câmera
tivesse chegado já, eu teria filmado para você. Tirado umas fotos. Faz mal não. Me dá
teu e-mail que eu te mando umas foto, vô saí com ela amanhã de novo”. Ao ouvir tais
palavras o motorista dirigiu ferozmente como nunca havia feito, ultrapassando
inclusive uma ambulância. Estava explicado o motivo.
Algumas coisas escapam até mesmo à minha mente completamente treinada
nesse tipo de jogo. Para ser exato, não tenho certeza a respeito da cor da lingerie nem
se o pacote do Las Vegas era mesmo o que incluía a refeição noturna. Mas, o que eu
acho mesmo é que a garota de Direito estava no meio do babado.

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