Aborto

Durante o ltimo processo eleitoral brasileiro a temtica aborto dominou a maior parte dos debates entre os presidenciveis, no recebendo destes uma resposta na medida da sua importncia, uma vez que envolve vrios aspectos: moral, tico, legal e religioso. Milhes de abortos clandestinos so realizados todos os anos, com a morte de milhares de mulheres devido as condies precrias com que esse procedimento realizado. E as perguntas que devem ser postas : O aborto deve ser tratado como sade pblica ou uma questo religiosa? um direito da mulher ou um crime? Em torno destas divergncias surge a dvida sobre a legitimidade. As mulheres durante o ltimo sculo obtiveram muitas conquistas: da liberdade a autonomia. Mas ainda assim, no obtiveram o direito de escolher se querem seguir em frente ou no com uma gestao, apesar de reivindicarem o direito sobre o seu corpo. Por isso defendem o fim da punio penal a quem realiza o aborto. Mas a questo complexa e os inimigos do aborto alegam que se pe fim a uma vida, e que portanto abortar uma forma de matar. Mas antes uma discusso precede esta: em que momento se inicia a vida? Na literatura mdica no existe o momento de inicio de uma vida e com isso temos vrios grupos defendendo estgios diferentes para este: alguns argumentam que a vida tem inicio no momento da fecundao, outros somente quando o feto nasce e h aquele que sustentam que se um sujeito declarado morto quando cessa sua atividade cerebral, logo a vida dever comear no momento oposto: quando se inicio a atividade cerebral. Com este dilema resolvido poderemos discutir o direito do feto de viver e o da mulher de decidir sua gravidez. Deslocando o debate do campo moral e religioso para o de sade pblica provocamos uma redefinio nos argumentos visto que milhares de mulheres morrem ou passam por complicaes por ano no Brasil, visto que a ilegalidade ale de no coibir a prtica traz conseqncias para a sade delas. Levantar essa questo como sade pblica entend -lo como uma questo de cuidados em sade e no como um ato de infrao moral ou religiosa.