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Autor
Renato Nunes do Nascimento – Licenciatura e Bacharelado em Ciências
Biológicas/DB/CCBS/UEPB
Orientador
Prof. MSc. Ivan Coelho Dantas – DB/CCBS/UEPB
Examinadores
Prof. DSc. Délcio de Castro Felismino - DB/CCBS/UEPB
Prof. DSc. Flávio Romero Guimarães - DB/CCBS/UEPB
As plantas são utilizadas pelo homem desde tempos muito remotos de diversas formas,
inclusive como medicamento, essa tradição do uso de plantas pelo homem é foco dos estudos
da etnobotânica, essa ciência que norteia os estudos científicos a partir do conhecimento
empírico. O presente estudo visa realizar a análise qualitativa do uso das espécies vegetais na
cidade de Campina Grande - PB, a partir do saber de raizeiros e da população que faz uso das
plantas medicinais. Propõe também estabelecer a relação entre o conhecimento popular e as
ações cientificamente comprovadas dos recursos vegetais utilizados, para isso utiliza-se dos
métodos descritivo-analítico e comparativo e de técnicas de observação direta intensiva e de
listagem livre com trinta pessoas com conhecimento sobre o uso da flora medicinal
representada na cidade de Campina Grande. Conclui-se que os pesquisados fazem uso
diversificado de plantas compreendidas em 2 filos, 39 famílias e 52 espécies; e que as
atribuições medicinais citadas por essa população apresentam relação de concordância com os
usos cientificamente comprovados pelas análises encontradas na literatura especializada.
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................11
4. METODOLOGIA
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................................32
científico...................................................................................................................................39
6. CONCLUSÃO .....................................................................................................................50
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................51
APÊNDICES............................................................................................................................54
Desde tempos muito remotos, as plantas são utilizadas pelos homens, seja como
fonte de alimento, matéria prima para a confecção de roupas e ferramentas ou combustível
para o fogo. O descobrimento das propriedades curativas das plantas foi, no inicio, meramente
intuitivo ou, observando os animais que, quando doentes, buscavam nas ervas cura para suas
afecções. O Brasil tem uma das mais ricas biodiversidades do planeta, com milhares de
espécies em sua flora e fauna. Possivelmente, a utilização das plantas – não só como alimento,
mas também como fonte terapêutica começou desde que os primeiros habitantes chegaram ao
Brasil.
A utilização de plantas medicinais hoje representa uma alternativa para milhões de
brasileiros que não tem acesso à medicina oficial, principalmente pela condição financeira.
Existe atualmente uma preocupação em se conhecer alternativas que possam proporcionar
saúde coletiva de maneira pouco dispendiosa para que a saúde seja alcançada por todas das
esferas da comunidade. O uso correto e orientado das plantas medicinais é visto como uma
dessas alternativas.
O presente estudo trata do uso medicinal das plantas encontradas e/ou cultivadas
mais facilmente em Campina Grande, sendo estas pouco comercializadas pelos raizeiros, e da
comparação do conhecimento popular com o conhecimento cientifico resguardado na
literatura.
As plantas medicinais podem realmente ajudar a recuperação e a manutenção do
bem estar de nossos semelhantes, o que nos leva a repensar os conceitos de saúde, de doença e
de tratamentos secularmente estabelecidos e, através do contato com a riqueza e a diversidade
da cultura popular, exigir de nos mesmos, uma maior abertura de nossas mentes, e a deixar de
lado o tipo de estrutura de pensamento linear, onde só cabe uma verdade.
2.1 Geral
• Realizar inventário das plantas medicinais pouco comercializadas pelos raizeiros
e utilizadas pela população de Campina Grande – PB
2.2 Específicos
• Caracterizar os usuários de plantas medicinais.
• Reconhecer as plantas catalogadas seguindo as leis de classificação botânica em
família e nome científico e verificar a origem das plantas catalogadas: se nativa
ou exótica;
• Observar a indicação medicinal e as formas farmacêuticas das plantas
catalogadas.
• Identificar na literatura os compostos medicinais e princípios ativos das plantas
catalogadas;
• Comparar o uso popular com o uso científico das plantas catalogadas.
3.1 A ETNOBOTÂNICA E OS ASPECTOS HISTÓRICOS DO USO DE PLANTAS
MEDICINAIS.
Nem sempre os princípios ativos de uma planta são conhecidos, mas mesmo assim
ela pode apresentar atividade medicinal satisfatória e ser usada, desde que não apresente
efeitos tóxicos agudos ou crônicos já verificados pela pesquisa, ou até mesmo pelo
conhecimento popular, em alguns casos. Na fitoterapia, a planta, ou as suas partes, é utilizada
integralmente, com todos os seus constituintes químicos, conferindo atividade terapêutica um
pouco diferente daquela apresentada pelos princípios ativos isolados, pois pode haver
sinergismos que favoreçam a atividade farmacológica da planta. São os chamados
fitocomplexos. As plantas, em geral, possuem uma gama variada e rica de princípios ativos no
seu interior. Algumas plantas podem possuir dezenas de princípios ativos, muitos deles
atuando em interação, o que explica porque certas plantas têm atuação em diversas doenças.
Os princípios ativos podem ser divididos em grupos que têm semelhanças químicas e
estruturais. (ALONSO, 1998)
Há vários grupos de princípios ativos. Estes são resultados do metabolismo
secundário das plantas. No metabolismo primário são produzidas substâncias necessárias às
funções de crescimento, respiração e fotossíntese como os aminoácidos, as proteínas, as
vitaminas, os carboidratos, os lipídios, etc. Os metabólitos primários são amplamente
distribuídos nas plantas. No metabolismo secundário, os metabólitos produzidos são restritos
a certas plantas e têm função de defesa, adaptação ao meio e competição biológica.
(CORREIA, 1975).
Metabolismo Secundário
As substâncias medicinais são produzidas pelo vegetal e apresentam funções bem
específicas dentro da planta. Na maioria das vezes são frutos do metabolismo secundário,
tendo, portanto, função ligada à ecologia da planta, isto é, ao relacionamento da plantas com o
ambiente que o envolve. (RAVEN, 1992)
O metabolismo secundário diferencia-se do primário basicamente por não
apresentar reações e produtos comuns à maioria das plantas, sendo específico de determinados
grupos. A respiração, por exemplo, faz parte do metabolismo primário. Os metabólitos
secundários apresentam algumas características, como:
• Não são vitais para as plantas, na maioria das vezes, como os alcalóides;
• São as expressões da individualidade químicas dos indivíduos e diferem de
espécie para espécie, qualitativamente e quantitativamente;
• São produzidos em pequenas quantidades.
Além disso, essas substâncias podem estar presentes na planta o tempo inteiro ou
só serem produzidas mediante estímulos específicos. Assim, a regulação do metabolismo
secundário depende da capacidade genética da plantas em responder a estímulos internos ou
externos e da existência desses estímulos no momento apropriado. (MANN, 1987) apud Di
Stasi (1992).
Observa-se que as espécies vegetais, em sua maioria, apresentam um ou mais de um
desses grupos de substâncias. O que normalmente diferencia as plantas medicinais é que as
concentrações dessas substâncias são maiores, daí o seu emprego na terapêutica. Alguns
gêneros e algumas famílias de plantas apresentam substâncias bem específicas que podem
caracterizá-los. (CORREIA, 1975).
Abordamos aqui apenas alguns dos constituintes químicos. Os referidos grupos
não se excluem, pois são separados ora por características físicas, ora por propriedades
químicas ou atividade biológica.
Ácidos Orgânicos
São encontrados em todo o reino vegetal, podendo desempenhar papéis
importantes no metabolismo primário da planta (fotossíntese e respiração). Os ácidos málico,
cítrico, tartárico e oxálico são os mais comuns. Outros, como o ácido fórmico, podem ser
menos freqüentes. O ácido tartárico e seus sais podem ter ação laxativa suave. Os ácidos
cítrico e tartárico podem aumentar o fluxo de saliva (sialagogo), contribuindo para reduzir o
número de bactérias que causam cáries. Mas, de modo geral, os ácidos são laxativos e
diuréticos. O acido oxálico e seus sais de potássio e cálcio podem estimular o surgimento de
cálculos renais e reduzir a proporção de cálcio no sangue, o que pode afetar o funcionamento
do coração. (ALONSO, 1998). Portanto, plantas com muito ácido oxálico ou oxalato, como a
cana-de-macaco, (Costus sp.), não devem ser utilizadas por longo período. (FIGUEREDO,
2005).
Alcalóides
São compostos de origem vegetal, com propriedades alcalinas, na sua maioria,
conferidas pela presença de nitrogênio amínico. É o grupo mais diverso dos produtos naturais.
Essencialmente, têm apenas um ponto em comum que é possuírem pelo menos um átomo de
nitrogênio na sua estrutura. Todos os alcalóides possuem N, C e H. (ALONSO, 1998). Podem
ser sólidos ou líquidos, incolores ou de coloração amarela ou roxa. Na célula vegetal, são
produzidos no retículo endoplasmático e são armazenados nos vacúolos de células
epidérmicas e hipodérmicas e vasos lactíferos. Quando na forma de sais, encontram-se nas
paredes celulares. Localizam-se nas folhas, sementes, raízes e nos caules. Sua concentração
pode variar muito durante o ano, podendo, em certas épocas, estar restritos somente a
determinados órgãos. As plantas de regiões quentes e tropicais são mais ricas em alcalóides do
que as plantas de regiões frias. Em geral, sua proporção é de 0,3 a 1%. Em alguns casos pode
chegar até 10% do peso seco das plantas. Normalmente, estão mais concentrados nas partes
que estão em crescimento ou em formação (pontos vegetativos). Dão sabor amargo às plantas.
Porém, nem toda planta que tem sabor amargo, isto se deve à presença de alcalóides. Em
apenas 10 a 15% das plantas conhecidas apresentam alcalóides em sua constituição.
Predominam nas angiospermas. Na família das papaveráceas (papoulas) todas as espécies
contêm essas substâncias. Os nomes dos alcalóides muitas vezes são derivados das espécies
de onde foram isolados, como a nicotina presente no fumo (Nicotina tabacum). São
distribuídos em 15 grupos, conforme sua origem bioquímica ou semelhança estrutural. Não
estão bem esclarecidas suas funções na planta, mas se acredita que os alcalóides atuam como
reserva para síntese de proteínas; proteção contra insetos e outros animais herbívoros;
estimulantes ou reguladores do crescimento, do metabolismo interno ou da reprodução;
agentes finais da desintoxicação por transformações simples de outras substâncias cujo
acúmulo pode ser nocivo ao vegetal. No corpo humano, atuam no sistema nervoso central
(calmante, sedativo, estimulante, anestésico e analgésico). A morfina extraída da papoula
(Papaver somniferum) é um anestésico; a cafeína do café e guaraná é um estimulante; a
hiosciamina, presente na trombeteira (Datura stramonium), é um exemplo de analgésico. Na
trombeteira ainda podem ser encontrados outros alcalóides tropânicos que podem ser tóxicos
e cujo antídoto é um outro alcalóide de uma planta brasileira, a pilocarpina, encontrada no
Jaborandi (Pilocarpus microphilus), que também é insubstituível no tratamento do glaucoma.
Alguns podem ser cancerígenos e outros antitumorais. Os alcalóides pirrolizidínicos,
presentes no confrei (Symphytum officinale L.), são exemplos de causadores de câncer. A
vincristina presente numa planta chamada boa noite (Chantarantus roseus) é um exemplo de
um alcalóide com ação antitumoral. Dos cerca de 60 alcalóides presentes na boa noite, a
vincristina e a vimblastina alcançam altas cotações no mercado internacional pelo uso contra
alguns tipos de leucemia. Geralmente, as plantas com alcalóides podem ser tóxicas, se usadas
em quantidades maiores ou de forma inadequada. (LORENZI, 2002)
Os alcalóides foram os primeiros princípios ativos isolados das plantas. Em 1803,
o alemão Sertarmer isolou a morfina. (FIGUEREDO, 2005).
Compostos Fenólicos
O fenol é um dos mais importantes constituintes vegetais e origina diversos outros,
como os taninos. O ácido salicílico, encontrado em diversas plantas e de ação anti-séptica,
analgésica e antiinflamatória, é utilizado na medicina alopática, sob a forma de acido
acetilsalicílico, a popular aspirina. (DI STASI, 1992).
Compostos Inorgânicos
São constituintes normais dos vegetais que formam as cinzas ou resíduos, após a
retirada da matéria orgânica. Os mais importantes são os sais de cálcio e de potássio. Os sais
de potássio apresentam propriedades diuréticas, principalmente se acompanhados de
saponinas e flavonóides, com capacidade de eliminar o sódio do corpo juntamente com a
água, além de expulsar substâncias residuais acumuladas na circulação sangüínea. Os sais de
cálcio contribuem para a formação da estrutura óssea e regulação do sistema nervoso e do
coração, proporcionando ao paciente maior resistência às infecções. Os sais de silício têm
importância no fortalecimento de tecidos conjuntivos, especialmente dos pulmões. Provoca
aumento na resistência à tuberculose, além de fortalecer unhas, pele e cabelos. O efeito
diurético atribuído a algumas plantas com grande quantidade de silício normalmente ocorre
em razão da presença de flavonóides e saponinas. Os sais de potássio são muito solúveis em
água, por isso, muitos chás têm propriedades diuréticas. (COSTA, 1975). A cana-de-macaco
(Costus sp.), por exemplo, é muito rica em potássio, o que a torna um excelente diurético. Os
sais de cálcio são normalmente pouco solúveis, sendo, portanto, pouco extraídos nos chás. Os
sais de silício só são extraídos por prolongadas fervuras. Normalmente uma dieta balanceada
fornece estes minerais nas quantidades necessárias, dispensando a tentativa de fornecê-los por
meios fitoterápicos. (FIGUEREDO, 2005).
Glicosídeos ou Heterosídeios
São substâncias formadas pela combinação de um açúcar redutor, denominado
glicona, e um grupo não açucarado denominado aglicona ou genina. Esta é a responsável pela
ação terapêutica. Têm gosto amargo. Há vários tipos de glicosídeos como os cardioativos, os
alcoólicos, os cianogenéticos, os antraquinônicos, os flavonóides, os saponínicos, os
cumarínicos, etc. (COSTA, 1975).
Quinonas
São produtos da oxidação dos fenóis. São encontradas em bactérias, fungos,
liquens, gimnospermas e angiospermas e até mesmo em alguns animais, como em alguns
artrópodes e em ouriços-do-mar. São conhecidas mais de 1.500 tipos. As mais importantes são
as naftoquinonas e as antraquinonas. (ALONSO, 1998).
Têm ação purgativa, pois estimulam os movimentos peristálticos dos intestinos
após 8-12 horas de sua ingestão. Sua ação purgativa se deve, também, ao fato de diminuir a
absorção de água pelas vilosidades intestinais, levando ao amolecimento das fezes. Não se
devem utilizar plantas que as contenham, por via oral, pois têm ação nefrotóxica, levando à
retenção de líquidos. O uso continuado de laxantes à base de quinonas pode levar a processos
inflamatórios e degenerativos e redução severa do peristaltismo e mesmo atonia do intestino,
bem como à perda de eletrólitos. A mais comum das antraquinonas é a aloína, presente na
babosa (Aloe Vera). O lapachol, do ipê roxo (Tabebuia avelanedae (Vel) Toledo), é um
exemplo de naftoquinona. Além da ação laxante, as quinonas têm ação antibacteriana,
antifúngica e antitumoral. (DUKE, 2006).
Cumarinas
Trata-se de um heterosídio que apresenta diversas formas básicas: como a
hidroxicumarina, a furanocumarina, a piranocumarina e os dicumaróis. As Gramineae e
Umbelliferae são particularmente ricas em cumarinas, que podem ocorrer em folhas, furtos,
sementes e raízes. As cumarinas podem apresentar odor que caracteriza uma planta, como
ocorre com o chachambá (Justicia pectoralis). Um dos metabólitos das cumarinas, obtido por
fermentação é o dicumarol, um poderoso anticoagulante, por bloquear a ação da vitamina K,
sendo usado na alopatia como base para medicamentos contra a trombose, em pequena
dosagem, e como veneno para ratos, em grandes doses. Daí porque as plantas ricas em
cumarinas devem ser secadas com cuidado. As cumarinas têm ainda ação antimicrobiana e
desde tempos remotos são usadas no tratamento de doenças de pele como psoríase, vitiligo,
leucoderma, micoses, dermatites e eczemas. Algumas cumarinas, principalmente as
furanocumarinas (presentes em folhas de figueira, por exemplo), podem sensibilizar a pele
sob ação dos raios ultravioleta, provocando fitofotodermatite (bolhas, hiperpigmentação,
eritema e vesícula) outras, em função desta propriedade, são utilizadas no tratamento do
vitiligo, por estimularem a pigmentação da pele. Estão mais presentes nas angiospermas. (DI
STASI, 1992)
Saponinas
Também são heterosídios. Sua característica marcante é a de formar espuma
quando colocadas em água. São utilizadas para a síntese de cortisona (antiinflamatório) e de
hormônios sexuais. A dioscina, extraída de uma espécie de inhame (cará), por hidrólise, libera
a diosgenina que é a matéria prima utilizada na síntese de hormônios esterodais. O organismo
pode empregá-las como precursores de outras substâncias úteis. Alta concentração de
saponinas na corrente sangüínea pode ser perigoso, pois pode provocar hemólise, devido à
desorganização das membranas das hemácias. Felizmente, sua absorção pelo trato
gastrintestinal é reduzida, diminuindo o risco de intoxicação, quando utilizadas por via oral.
No intestino, atuam facilitando a absorção de algumas substâncias, alguns medicamentos ou
alimentos, por aumentarem a permeabilidade das membranas. É o caso do aumento da
absorção de cálcio e silício. São laxativas suaves, diuréticas, digestivas, antiinflamatórias e
expectorantes. Têm ação irritativa para as mucosas do aparelho digestório, provocando
vômito, cólicas, e diarréias. O fato de as saponinas auxiliarem na absorção de certos
medicamentos faz com que as plantas que as contêm possam ser utilizadas em combinações
com outras, nos chás. Um exemplo da presença de saponinas é na buchinha-do-norte (Luffa
operculata) e na beterraba (Bera vulgaris), cujo suco é expectorante. A fervura prolongada
pode diminuir ou destruir a eficácia das saponinas e de outros heterosídios.
Flavonóides
São heterosídios com 15 carbonos. O termo flavonóide deriva do latim flavus, que
significa amarelo, em virtude da cor que conferem às flores. Podem ser coloridos ou
incolores. As antocianinas, por exemplo, são corantes vegetais com ampla distribuição nas
plantas. Os flavonóides concentram-se mais na parte aérea das plantas, ocorrendo em menor
proporção nas raízes e nos rizomas. São metabólitos secundários muito difundidos no reino
vegetal, encontrando-se em maior quantidade nas famílias Leguminosae e Compositae. Sua
função biológica na plantas está relacionada com a atração de insetos polinizadores e proteção
contra os nocivos, reação contra infecções virais e fúngicas (fitoalexinas), colaboração com
hormônios no processo de crescimento, inibição de ações enzimáticas e participação dos
sistemas redox das células. Medicinalmente, fortalecem os capilares, como a rutina, presente
na arruda (Ruta graveolens L.) e a hesperidina presente na casca da laranja. São
antiescleróticos e antiedematosos (rutina e oxietilrutina), dilatadores das coronárias
(proantocianidinas), espasmolíticos e anti-hepatotóxicos (silimarina), coleréticos, diuréticos,
antimicrobianos e antiinflamatórios (artemetina). A grande vantagem dos flavonóides ou
bioflavonóides (produzidos por plantas) é a sua baixíssima toxicidade. São essenciais para a
completa absorção de vitamina C, ocorrendo normalmente onde quer que haja esta vitamina.
(YOUNG, 1981) apud di Stasi (1992).
Estima-se que em uma alimentação bem balanceada, uma pessoa ingira muitos
gramas de flavonóides por dia. (FIGUEREDO, 2005)
Glicosídeos Cardioativos
Exclusivos das angiospermas, e nestas estão presentes em alguns gêneros e
famílias. São substâncias cuja absorção pelo organismo se dá de forma cumulativa, podendo
causar intoxicações crônicas. O seu uso no tratamento de doenças cardíacas é restrito à droga
extraída e purificada sob recomendação médica, uma vez que não se pode ter um controle
adequado da quantidade dessas substâncias ingeridas sob a forma de chás ou outras. A
digitoxina, presente na dedaleira (Digitalis lanata e Digitalis purpurea) é o glicosídio mais
importante desse grupo. Uma dose de cerca de 10 mg pode ser letal para uma pessoa com
peso de 70 kg. Porém, em pequena quantidade aumenta a capacidade de contração do coração.
Embora este efeito tenha sido descrito por Whitering apenas em 1775,o uso da digitalis
purpurea como cardiotônica remota ao século XII e continua sendo a principal fonte dos
glicosídeos cardioativos. Estimulam a contratilidade cardíaca e a diurese. Regulam a
condução elétrica e têm efeito bradicardizante. (COSTA, 1975)
Glicosídeos Cianogenéticos
Segundo Costa (1975), estas substâncias por hidrólise, liberam ácido cianídrico ou
prússico. O ácido cianídrico liberado no estômago pela ação do suco gástrico bloqueia a
citocromooxidase, produzindo a morte por anóxia. Exemplo deste glicosídeo é a linimarina
presente na parte mais externa da mandioca (Manihot esculenta Grantz). Daí a necessidade de
se retirar as cascas da raiz para o seu uso. É comum as raízes da mandioca serem moídas ao
sol, antes de serem ingeridas, pela facilidade com que o ácido cianídrico é inativado, quando
submetido ao calor. As raízes também podem ser escaldadas e a água resultante da primeira
fervura jogada fora. A maioria dos mamíferos tem sistemas enzimáticos que inativam o ácido
cianídrico, o que faz com que seja necessário haver uma grande ingestão para haver a
intoxicação.
Mucilagens
Quimicamente as mucilagens são complexos polímeros de polissacarídeos ácidos
ou neutros, com elevado peso molecular. Todas as plantas as produzem e são metabolizadas
para o crescimento e a reprodução ou armazenadas como reservas nutritivas. Estes
carboidratos têm, ainda, as seguintes funções na planta: retenção de água no parênquima de
plantas suculentas; lubrificação para o crescimento dos ápices radiculares; adesão para
dispersar alguns tipos de sementes e captura de insetos por plantas carnívoros, regulação do
processo germinativo de sementes e, possivelmente, proteção contra herbívoros. As
mucilagens podem ser encontradas em sementes, caules, folhas e raízes. A secreção de
mucilagem pode ocorrer em diversas estruturas: em células especiais, onde os idioblastos
acumulam mucilagens entre o protoplasto e a parede celular, como no fruto do quiabeiro
(Hibiscus esculentus) em ductos e cavidades com mucilagens em células epidérmicas de
sementes, como em tanchagem (Plantago ovata); em tricomas especiais, que podem secretar
não só mucilagens, mas também óleos essenciais. As mucilagens têm a propriedade de, em
solução aquosa, produzir massa plástica ou viscosa, responsável pelo efeito laxativo, em que a
água é retida no intestino, evitando o endurecimento do seu conteúdo. Age também como
lubrificante e, ao mesmo tempo, aumenta o volume no interior do intestino, estimulando seus
movimentos peristálticos. Todas as mucilagens atuam sobre as mucosas. As mucilagens
formam um filme viscoso, que cobre as paredes dos órgãos do canal alimentar, contribuindo
para reduzir a irritação por ácidos e sais sobre áreas inflamadas ou doentes, propriedade essa
com importante função nos casos de diarréias, especialmente aquelas causadas por certas
bactérias ou substâncias irritantes. Também são muito eficientes nos casos de tosses
ocasionadas pela irritação das mucosas do aparelho respiratório, contribuindo ainda para
aumentar a secreção de muco. Exemplo desta ação se encontra no hortelã da folha grossa
(Plectrantus amboinicus Lour.) Plantas ricas em mucilagens são muito utilizadas em
compressas quentes, em razão da sua capacidade de reter calor e da grande quantidade de
água, o que permite a penetração gradativa do calor nos tecidos. São também vulnerárias e
hemostáticas, daí a utilização em ferimentos na pele e nas úlceras gástricas. Em pequenas
doses, as mucilagens reduzem os movimentos peristálticos e têm ação antidiarréica, em doses
maiores ocorre o inverso. As folhas da tanchagem (Plantago major) são exemplos de órgãos
ricos em mucilagens. Quando submetidas à fervura prolongada, as mucilagens são degradadas
em açúcares, reduzindo ou eliminando sua atividade terapêutica.
Têm ação antitussígena e laxante (mecânico). Diminuem a acidez do estômago e
produzem sensação de plenitude. (FIGUEREDO, 2005)
Óleos Essenciais
São substâncias orgânicas voláteis, muito conhecidas pelo cheiro que caracteriza
certas plantas, como o mentol nas hortelãs, o cheiro de eucalipto dado pelo eucaliptol etc. o
aroma das plantas que contêm óleos essenciais é fruto da combinação de suas diversas
frações. As resinas diferem dos óleos por conter substâncias tanto voláteis quanto não-
voláteis, de alto peso molecular. As resinas resultam da oxidação e polimerização dos óleos
essenciais e são escassamente hidrossolúveis, Podem estar em um só órgão vegetal ou em
toda a planta, onde atuam atraindo insetos polinizadores ou afastando insetos nocivos,
regulando a transpiração e intervindo com hormônios na polinização. São produzidas por
pêlos ou tricomas glandulares (Labiatae) cavidades secretórias (Rutaceae, Myrtaceae, etc.).
Glândulas “spouting”, que esguicham o seu conteúdo ao simples toque (em Dictamnus albus)
ductos (Pinaceae, Anacardiaceae, Compositae, Hypericaceae, Leguminosae, Umbelliferae
etc.) e células de óleo (Lauraceae, Valerianaceae, etc.). A família Labiatae é a que mais
apresenta espécies com óleos essenciais. O grande número e a diversidade de substâncias
incluídas neste grupo de princípios ativos é que determinam a ampla variedade de ações
farmacológicas. As propriedades dos óleos são variadas: antivirótico, antiespasmódico,
analgésico, bactericida, cicatrizante, expectorante, relaxante, vermífugo, etc. O mentol da
hortelã (Mentha piperita) tem ação expectorante e anti-séptica; o timol e o carvacrol
encontrados no hortelã da folha grossa (Plectrantus amboinicus Lour) e no alecrim-pimenta
(Lippia sidoides) são anti-sépticos; o eugenol do cravo-da-índia (Eugenia coryophyllata
Thamb) é um anestésico local e analgésico; e o ascaridol, presente na erva-de-santa maria
(Chenopodium ambrosioides), é vermífugo. Em alguns casos, os óleos essenciais podem até
aumentar a produção de glóbulos brancos. Certos óleos essenciais atuam aumentando as
secreções do aparelho digestivo, o que justifica a utilização como digestivos. Outros são
expectorantes por estimular a secreção dos brônquios, como o eucaliptol. Substâncias como
eucaliptol e mentol, eliminadas pelas vias pulmonares e urinárias, são tidas como anti-sépticos
dos respectivos aparelhos. Em geral, altas doses de óleos essenciais podem provocar nefrites e
hematúrias. O efeito sudorífero de algumas plantas com óleos essenciais, quase sempre ocorre
em função do uso de chás quentes e não pela ação direta dos constituintes da planta. São
facilmente transportados pelo organismo, podendo atravessar a placenta, além de chegar ao
leite materno. Recomenda-se que as plantas que os contém recebam especial atenção na
colheita, secagem e, principalmente, na armazenagem, que deve ser feita em recipientes bem
fechados, para evitar maiores perdas. A observação do tipo de estrutura secretora de óleo
essencial pode ser muito importante para a determinação dos cuidados pós-colheita com as
plantas (processamento). Alguns óleos essenciais podem ser empregados no controle de
doenças e pragas de plantas medicinais, dada à ação bactericida, bacteriostática, fungicida e
inseticida de algumas substâncias. (CRAVEIRO, 1981)
Substâncias Amargas
Constituem um grupo de compostos sem semelhança química entre si, tendo em
comum apenas o sabor amargo e a atividade terapêutica. Podem pertencer a diversos grupos
químicos, como o dos óleos essenciais. De modo geral, os compostos amargos estimulam o
funcionamento das glândulas, produzindo vários efeitos, como o aumento da secreção de
sucos digestivos, aguçando o apetite (aperiente). A atividade do fígado pode ser especialmente
estimulada, aumentando a produção e o fluxo da bílis (Coleus barbatus). O efeito destes
compostos é bem variável, pois, em alguns casos, se ingeridos antes das refeições, em
pequenas quantidades, são fortes aperientes, mas se a dose aumenta ocorre redução do apetite,
enquanto uma dose um pouco maior restabelece o apetite perdido. Iguais a tantas outras
substâncias, estas têm eficácia variável entre diferentes indivíduos. Alguns compostos
apresentam ainda atividades diuréticas, antibióticas, antifúngicas e antitumorais. No
algodoeiro (Gossypium hirsutum), há um princípio amargo com atividade contraceptiva
masculina, pois reduz a quantidade de esperma. Alguns exemplos característicos destes
compostos são: a absintina na losna (Artemísia absinthium), a cnicina no cardo-santo (Cnicus
benedictus), a cinarina na alcachofra (Cynara scolymus), e a lactupicrina no dente-de-leão
(Taraxacum officinale). (CRAVEIRO, 1981)
Taninos
São substâncias químicas complexas, polifenólicas ligadas a outros compostos
aromáticos, que se distribuem em todas as partes da planta para protegê-la contra herbívoros,
inibir a germinação de sementes e a ação de bactérias fixadoras de nitrogênio, etc. Sua
presença nas plantas é facilmente percebida pela adstringência ao mastigar uma parte que o
contém, como, por exemplo, uma goiaba verde. Estão mais concentrados nas raízes e cascas e
em menor quantidade nas folhas e nos frutos. Têm a propriedade de precipitar proteínas,
sendo responsável pelo curtimento de couros e peles. Em grandes doses, podem irritar as
mucosas. Em doses pequenas, podem torná-las impermeável, pois precipitam pequenas
quantidades de proteínas, o que pode prevenir a penetração de agentes nocivos em mucosas
danificadas, facilitando, por exemplo, a cicatrização em queimaduras, o que também explica a
propriedade antidiarréica. Assim, os taninos contribuem para formar uma camada protetora
sobre a pele e as mucosas, atuando em infecções no olho, cérvix, reto, na vagina e boca.
Provocam a contração de vasos capilares, colaborando nos casos de hemorragias. Os taninos
podem reagir com o ar e tornarem inativos, podendo também ser destruídos por fervura
prolongada da água. (COSTA, 1975).
Segundo Duke (1992), os taninos têm ação anti-séptica, anti-hemorrágico,
cicatrizante e antidiarréico. Para a ação anti-séptica dos taninos há três hipóteses. A primeira
hipótese defende que os taninos inibem as enzimas de bactérias e/ou reagem com os
substratos destas enzimas. A segunda, seria que os taninos agem sobre as membranas dos
microorganismos, modificando o seu metabolismo e a terceira, que pressupõe que os taninos
reagem com os íons metálicos diminuindo, assim, a sua disponibilidade para o metabolismo
destes microorganismos. (DI STASI, 1992)
Masculino
33%
Feminino
67%
40% Do lar
47%
Assalariado
Autônomo
13%
FIGURA 02. Distribuição percentual do tipo de profissão dos usuários.
Nota-se que a maior parte possui apenas o ensino fundamental, este nem
sempre completo. Os raizeiros não chegam a ser alfabetizados – a maioria – ou possuem
apenas o 1º grau (DANTAS, 2002).
No entanto, percebe-se que existe experiência relevante no que diz respeito ao
uso de plantas medicinais pelos pesquisados, a maioria utiliza a fitoterapia a pelo menos
dez anos. Tabela 02.
Solanaceae
19%
Amaranthaceae
Lamiaceae
7%
49%
Myrtaceae
5%
5% Poaceae
5%
Verbenaceae
5%
5%
Outras familias com
uma spp. representada
3 spp.
ou 6%
Nativa
22 spp. 27 spp. Exótica
ou 42% ou 52%
Não identificada
FIGURA 04. Números absolutos e porcentagem das plantas catalogadas quanto à origem.
5.3 Categorização dos usos medicinais das plantas
Com base nas indicações, as plantas foram organizadas em sete categorias de
uso medicinal, adaptadas de Ankli et al. (1999), tabela 04.
TABELA 04 – Categorização das plantas e percentual das citações, indicações comuns e
outras indicações. IND = Inflamação, infecção e dor, CD = condição dermatológica, APD
= doenças associadas ao aparelho digestório, APR = doenças associadas ao aparelho
respiratório, SIS = doenças associadas ao sistema sangüíneo, SIN = doenças associadas ao
sistema nervoso, UR = doenças associadas a problemas urológicos. (ANKLI, 1999)
adaptado.
Categorias e
percentual Plantas Indicação comum Indicações
dos usos
Agrião-do-brejo, malva, limão,
Gripe, hepatite,
IND – 33% carrapicho-de-cigano, Inflamação/infecção.
sinusite, reumatismo.
jenipapo.
Arroz, cravo-de-urubu,
CD – 8% Pele. Limpeza, acne.
Fumo.
Cólicas, vermes, mal-
Ervanço, picão-preto, mamoeiro,
APD – 15% Intestino, estômago. estar, digestão, dor-de-
marmeleiro.
barriga, diarréia.
APR – 18% Pitanga, abacaxi, boa-noite, acerola. Tosse Tosse.
Diabetes, colesterol,
Cavalinha, turco, chapéu-de-couro, Coração, sangue,
SIS – 22% pressão-alta, inchação,
chuchu. circulação.
hemorróida.
68% 2% solução
2%
tópico
FIGURA 05. Porcentagens das formas de preparo mais utilizadas para as plantas catalogadas.
Percebe-se com esses dados que a forma de preparo de fitoterápico mais
comum é a de chá, 68%, seja por infusão ou por decocto seguido pelo xarope, 12%,
popularmente difundido como lambedor. O suco de partes de plantas frescas foi citado em
5% dos casos como preparado com fins medicinais. Outras formas como pomada,
alcoolatura, colírio, emplasto também foram citadas por 2% dos pesquisados cada.
5.4.5 Categoria SIS: plantas utilizadas para doenças associadas sistema sangüíneo.
Nome popular: Chuchu
Família: Cucurbitaceae.
Nomes científicos: Sechium edule (Jacq) Sw. (Chayota edulis Jac) (BRAGA, 1978;
ALMEIDA, 1993).
Origem: Do México e da América Central (BRAGA, 1978; ALMEIDA, 1993).
Princípios ativos: Citrulina, Alanina, histidina, arginina, potássio (DUKE, 2006).
Uso popular: Pressão alta
Indicação terapêutica: Hipotensora.
Parte usada: Frutos
Forma usada: Chá (infusão) ou suco
Comparação uso popular uso cientifico: Segundo (DUKE, 2006), A arginina e a citrulina
são substâncias diuréticas e o potássio, antihipertensivo. Portanto, as propriedades das
substâncias encontradas no chuchu justificam o uso popular.
5.4.6 Categoria SIS: planta utilizada para doenças associadas sistema nervoso.
Nome popular: Alface
Sinônimos: alface-comum, leituca (PANIZZA, 1997).
Família: Asteraceae.
Nomes científicos: Lactuca sativa L.
Origem: Europa (TESKE e TRENTINI, 1995). Asiática (BRAGA, 1978).
5.4.7 Categoria SIS: planta utilizada para doenças associadas a problemas urológicos.
Nome popular: Cordão-de-são-francisco
Família: Lamiaceae
Nomes científicos: Leonotis nepetaefolia (L.) R. Br.
Origem: Brasil
Princípios ativos: óleo essencial, glicosídeo (leonotina), ácido-copaífero, taninos,
cumarinas, terpenos. (ALONSO, 1998; DUKE, 2006; TESKE e TRENTINE, 1995)
Uso popular: Rins, infecção urinária.
Indicação terapêutica: Antiinflamatório, relaxante da musculatura lisa, bactericida.
Parte usada: Folhas
Forma usada: Chá, xarope.
Comparação uso popular uso cientifico: Segundo Teske e Trentini, (1995), Alonso,
(1998) e Simões et al. (1999), os óleos essenciais possuem atividade carminativa, anti-
séptica, antiinflamatória, bactericida, analgésico, relaxante, antiespasmódico, estimulante
do aparelho digestivo, anestésica local e anti-séptica. Mencionados por Cruz (2001) apud
Dantas (2002), Davis (1996) e Worwood (1995) citam várias propriedades medicinais
atribuídas aos óleos essenciais, entre elas analgésicas, antidepressivas, bactericidas e
bacteriostáticas. De acordo com Duke (1992), a cumarina possui atividades analgésicas,
antiinflamatórias, bacteriostáticas e sedativas. Portanto, a base do uso popular da Leonotis
nepetaefolia na medicina caseira, está em consonância com as indicações terapêuticas dos
compostos bioativos.
Tabela 05. Nomes e indicações populares, compostos e indicações cientificas das plantas catalogadas. N/E= necessita estudo
Nome popular Indicação Popular Indicação científica Compostos identificados
Acanthospermum hispidum Tosse, antiinflamatório Antimalárica Flavonóides, (LORENZI, 2002)
Achillea milefolium Coração Antioxidante Ácido ascórbico, (DUKE, 2006).
Alternanthera brasiliana Cólicas Anticonceptiva Esteróides e terpenos (MACEDO et al, 1999).
Alternanthera dentata Cólicas Anticonceptiva Esteróides e terpenos (MACEDO et al, 1999).
Ananas comusus Tosse Afecções pulmonares Bromelaina (DUKE, 2006)
Bidens pilosa Hepatite Antiinflamatório Proteína, minerais, vitaminas, acido nicotínico. (SIMÕES, 1988).
Brassica rapa AVC, pressão Revulsivo, rubefaciante Alfa-tocoferol, minerais (DUKE, 2006). Savenol, (LORENZI, 2002)
Bursera leptophloeos Tosse, sinusite antiinflamatória, antimicrobiana Cumarina, tanino progálico, xantona, flavona (DANTAS, 2002)
Calendula officinalis Tosse, pele Emenagoga, cicatrizante Alcalóides, ácido málico, saponinas. (DUKE, 2006)
Carica papaya Vermes, digestão Antihelmíntico, antibiótico Alcalóides, papaína, ácido málico, resinas, (BRAGA, 1978, COIMBRA, 1994).
Catharanthus roseus Tosse Anticancerígena Resina, tanino, vimblastina, vincristina. (ALMEIDA, 1993; DUKE, 2006).
Ciphea carthagenesis Rim, infecção Anti-inflamatória Óleos essenciais, taninos. (LORENZI, 2002)
Cissus verticillata Diabetes Hipotensora, sudorífica Esteróis, quinonas, antocianinas, flavonóides (DUKE, 2006)
Citrus aurantium Gripe, emagrecer, digestão Protetor dos vasos sangüíneos Limoneno, linalol, hesperidina. (LORENZI, 2002)
Crataeva tapia Bursite/reumatismo Cardiorespiratória, antitóxica Tioglucosídeos. (LORENZI, 2002)
Crescentia cujete Coluna / Diabetes Emoliente, antimicrobiana Gliceridios do ácido oléico, (LORENZI, 2002)
Croton sonderianus Diarréia Antibiótico Escolpoletina (DUKE, 2006)
Daucus carota Vista/Pele Vermífugo Ácido aracdônico, beta-caroteno, carboidratos. (DUKE, 2006)
Depurativa do sangue,
Echinodoros grandiflorus Colesterol emoliente Alcalóides, flavonóides, taninos, saponinas, terpenos. (LORENZI, 2002)
Eclipta alba Tosse, gripe, mal-estar antiinflamatório Terpenos, flavonóides, tetracloreto de carbono. (LORENZI, 2002)
Esquisetum hiemale Emagrecer, coração, diabetes Diurética, anorexígena Alcalóides, flavonóides, compostos inorgânicos, (DUKE, 2006)
Eugenia uniflora Dor-de-barriga Antibacteriana Óleos essenciais, taninos. (LORENZI, 2002)
Genipa americana Fratura, cicatrizante, diabetes Hipotensivo, antimicrobiano Ácidos genípico e genipínico, manitol (DUKE, 2006)
Heliotropium indicus Fungo nas unhas Fungicida Alcalóides pirrolizidinico (LORENZI, 2002). Beta-sitosterol (DUKE, 2006)
Ipomoea asarifolia Reumatismo, furúnculo N/E Minerais (Ca, Mg, Na, K). (EKENYEM, 2006)
Lactuca sativa Insônia, calmante Calmante, hipnótico, sedativo Óleo essencial, mucilagem, substâncias amargas (COIMBRA, 1994; TESKE, 1995).
Lantana camara Dor-de-cabeça Antipirético, antiespasmódico Lantanina (alcalóide), óleo essencial, mucilagem. (ALMEIDA, 1993).
Leonotis nepetaefolia Rins, infecção urinária Relaxante da musculatura lisa Terpenos, taninos (LORENZI, 2002)
Lippia sidoides Tosse, derrame Antimicrobiana Timol e carvacrol. (FIGUEREDO, 2005)
Malphighia glabra Tosse, gripe, imunidade Estimula a imunidade Ácido ascórbico, mucilagem, rutina, hesperidina (TESKE e TRENTINI, 1995).
Cont. Tabela 05. Nomes e indicações populares, compostos e indicações cientificas das plantas catalogadas. N/E= necessita estudo
Moringa oleifera Vista, limpar a água Antimicrobiana Pterigospermina. (LORENZI, 2002)
Morus nigra Menopausa,verme, reumatismo Adstringente Ácido málico, açúcar, tanino, óleo essencial, mucilagens (COIMBRA, 1994)
Nicotiana tabacum Hemorróida, fungo Hipertensora, estimulante Nicotina (LORENZI, 2002; DUKE, 2006)
Ocimum selloi Estômago, tosse Estomáquico,expectorante Taninos (LORENZI, 2002)
Oriza sativa Limpa a pele Antiinflamatório Matérias graxas, minerais. (ALMEIDA, 1993), Alantoina (DUKE, 2006)
Parkinsonia aculeata Diabetes, pressão Hipotensora, antiinflamatória Ácido L-glutâmico, metoxi-citoclitol, beta-sitosterol (ALMEIDA, 1993).
Persea americana Rins Diurético Taninos, abacatina (LORENZI, 2002)
Physalis angulata Infecção, inchação, vermes Imunoestimulante, antiviral Acetilcolina, fisalina B, principio amargo. (ALMEIDA, 1993)
Piperomia pellucida Tosse, inchaço Diurético, emoliente, hipotensor Matricina, taninos.(SIMÕES, 1988)
Portulaca oleracea Diarréia, fonte de cálcio Imunoestimulante Omega-3, catecolaminas (LORENZI, 2002)
Psidium guajava Dor-de-barriga Antidiarréico, anti-histamínico Óleo essencial, Ac. Ascórbico, terpenos, taninos. (SIMÕES, 1988; DUKE, 2006)
Pterodon emarginatus Garganta, coluna Anti-reumática, antiinflamatória Flavonóides, terpenos. (LOREZI, 2002)
Sechium edule Pressão alta Hipotensora Citrulina, alanina, histidina. (DUKE, 2006)
Sida claziolii Gripe, tosse Bronco dilatador Efedrina, mucilagem (DUKE, 2006)
Simax japicanga Coluna, reumatismo Antibiótico Esteródes, saponinas (LORENZI, 2002)
Solanum americanum Vermes Antihelmíntico Ácido betulinico (DUKE, 2006)
Solidago chilensis Reumatismo, coluna Anti-reumática Flavonóides, taninos, saponinas, terpenos. (LORENZI, 2002)
Syzygium cumini Colesterol Anti-obesidade Taninos, ácido gálico. (LORENZI, 2002), fibras (DUKE, 2006)
Tagetes minuta Tosse, hemorragia Expectorante Fenol, eugenol, cineol, carvona. (STEVENS, 2001) Citral (DUKE, 2006)
Turnera ulmifolia Tumores, diabetes Expectorante, carcinogênico Ácido tânico, cafeína, cineol (DUKE, 2006)
Zea mays Sarampo, caxumba Antiviral Alfa-pineno (DUKE, 2006)
Zornia latifolia Rins, Infecção urinária N/E N/E
Na análise do inventário das plantas medicinais pouco comercializadas pelo raizeiros e
utilizadas pela população de Campina Grande, bem como do perfil desta população,
conclui-se que:
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________. et al. Plantas da Medicina Popular no Rio Grande do Sul. 2 ed. Porto Alegre:
UFRGS, 1988.
Forma de
Nome Vulgar Para que usa Parte utilizada preparo/dose
Abacate
Abacaxi
Acerola
Agrião-do-brejo
Alecrim-pimenta
Alface
Alfavaca-de-cobra
Amora preta
Arroz
Azeitona
Beldroega
Boa-noite
Bonina
Camapum
Camará
Carrapicho-de-cigano
Cavalinha
Cenoura
Chanana
Chapéu-de-couro
Chuchu
Cibalena
Cordão-de-são-francisco
Cravo-de-defunto
Cravo-de-urubu
Cuité
Erva-lanceta
Erva-Moura
Ervanço
Fumo
Goiabeira
Insulina
Japicanga
Jenipapo
Limão
Malva
Mamoeiro
Manjerona
Marmeleiro
Mil-folhas
Milho
Moringa
Mostarda
Picão-preto
Pitanga
Salsa
Sete-sangrias
Sucupira
Trapiá
Turco
Umburana
Urinana