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A qualidade das águas.

(resposta II)

Imagina-os como lagos, turvos, calmos , límpidos, sujos, povoados.


Imagina-os como reflexos.
Já viste por vezes no espelho o aparente reflexo do teu rosto?

Esses são os gestos que ousamos amordaçar perversamente, os falsos perdões


que amordaçam.
O amor que amordaçamos para criar uma criatura monstruosa e informe.
Já reparaste no rosto dos outros, o espelho do teu mal?

Ou com fugimos dos olhos que nos crêem, quando não damos corpo ao mal e
tornámos inconstante o bem, a ternura, a suavidade e a exuberância.
Já reparaste no espelho e como se faz a vingança no nosso próprio rosto?

É necessário devolver o mal ao nosso corpo, não afastá-lo, mas vivê-lo, para o
excluir, usá-lo para o esgotar. Conhecê-lo, para evitar que se reproduza, amá-lo
como ele nos detesta, diminui-lo à sua linguagem paralisante que não deixa
cantar o cérebro, onde se reúne de novo.

Por vezes tudo nos escapa, e esse tudo é o que está mais perto. Escapa-nos a
voz, os gestos a própria velocidade do vento, como se a língua se tornasse num
pecado. E o sabor, uma ofensa.

Nasce assim a submissão.


Em que o silencio deixa de ser um espaço para ser um mito voraz, onde
ninguém poderá viver, senão na ocultação do desejo, nem a imagem do
pensamento a florescer.

É quando por surpresa nos revemos nos mais impensáveis e infinitos “acasos”,
os sinónimos da nossa voz, a fria barra de zinco que nos devolve essa voz por
demasiadas vezes misturada ao rumor, findando a dispersão a dissolução.
No mal com no bem, está o nosso corpo. Trata-se de o proteger.

Essa forças.

De nos servirmos dele, como uma bola negra e mágica, em movimento, de o


expor para sabermos o rosto dessa criatura com falta de ar que não é mais do
que o corpo que o transporta. E o bem como o mal, só tem molde quando ele
próprio se revê ao espelho.
O espelho é uma constatação aos nossos olhos, é isso que lhe dá vida, a
linguagem onde o amor se reconhece.
É essa linguagem de luzes, de partículas, fragmentos de memória,
no momento de olhar.
Essa simultaneidade de tempos. Ampliados ao seu impulso primordial.

Mas o bem consiste antes de tudo em respeitar o mal.

O nosso mal, que tem mil rostos, se não o reconhecermos como “eu”.
Se não o ampliarmos como a verdade irmã, meia verdade do Bem. Porque o mal
nunca é absoluto, ele persegue os interesses e a sobrevivência do Bem.

Porque todas as atrocidades do mal é estarem sujeitas a uma ordenação, a


maior parte das vezes a um Bem rigoroso.

O mal é como o Bem, um processo da verdade, estando assim sujeito a


construções racionais do sujeito que organiza ínfimos grãos da areia.

Mas nem todos os lagos reflectem o nosso rosto.


Isso é um fenómeno da qualidade das águas.

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