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(resposta II)
Ou com fugimos dos olhos que nos crêem, quando não damos corpo ao mal e
tornámos inconstante o bem, a ternura, a suavidade e a exuberância.
Já reparaste no espelho e como se faz a vingança no nosso próprio rosto?
É necessário devolver o mal ao nosso corpo, não afastá-lo, mas vivê-lo, para o
excluir, usá-lo para o esgotar. Conhecê-lo, para evitar que se reproduza, amá-lo
como ele nos detesta, diminui-lo à sua linguagem paralisante que não deixa
cantar o cérebro, onde se reúne de novo.
Por vezes tudo nos escapa, e esse tudo é o que está mais perto. Escapa-nos a
voz, os gestos a própria velocidade do vento, como se a língua se tornasse num
pecado. E o sabor, uma ofensa.
É quando por surpresa nos revemos nos mais impensáveis e infinitos “acasos”,
os sinónimos da nossa voz, a fria barra de zinco que nos devolve essa voz por
demasiadas vezes misturada ao rumor, findando a dispersão a dissolução.
No mal com no bem, está o nosso corpo. Trata-se de o proteger.
Essa forças.
O nosso mal, que tem mil rostos, se não o reconhecermos como “eu”.
Se não o ampliarmos como a verdade irmã, meia verdade do Bem. Porque o mal
nunca é absoluto, ele persegue os interesses e a sobrevivência do Bem.