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Questão 1 - Habilidade 5

Ferreira Gullar, um dos grandes poetas brasileiros da atualidade, é autor de “Bicho


urbano”, poema sobre a sua relação com as pequenas e grandes cidades.

Bicho urbano

Se disser que prefiro morar em Pirapemas


ou em outra qualquer pequena cidade do país
estou mentindo
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
e o pão preserve aquele branco
sabor de alvorada.
.....................................................................
A natureza me assusta.
Com seus matos sombrios suas águas
suas aves que são como aparições
me assusta quase tanto quanto
esse abismo
de gases e de estrelas
aberto sob minha cabeça.

(GULLAR, Ferreira. Toda poesia. Rio de Janeiro:


José Olympio Editora, 1991)

Embora não opte por viver numa pequena cidade, o poeta reconhece elementos de
valor no cotidiano das pequenas comunidades. Para expressar a relação do homem
com alguns desses elementos, ele recorre à sinestesia, construção de linguagem em
que se mesclam impressões sensoriais diversas. Assinale a opção em que se observa
esse recurso.

A) "e o pão preserve aquele branco / sabor de alvorada."


B) "ainda que lá se possa de manhã / lavar o rosto no orvalho"
C) "A natureza me assusta. / Com seus matos sombrios suas águas"
D) "suas aves que são como aparições / me assusta quase tanto quanto"
E) "me assusta quase tanto quanto / esse abismo / de gases e de estrelas"

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Para responder a esta questão, leia com muita atenção o enunciado. Nele encontra-se
o conceito de sinestesia: construção de linguagem em que se mesclam impressões
sensoriais diversas, ou seja, a associação de sensações diferentes numa mesma
expressão.
Você deve compreender o conceito de sinestesia e, pela lógica, encontrar o exemplo
dessa figura de linguagem.
A alternativa correta é a letra a, pois a expressão "branco sabor" associa o sentido da
visão (branco) com o do paladar (sabor).

Autor: Professora Luciane Prendin - Português

COMENTÁRIO DO INEP
A questão procurou verificar a capacidade do participante de construir o sentido de
elementos textuais. A partir da noção de sinestesia, que lhe foi dada de maneira
sucinta, ele teve de transpor para o texto essa mesma noção, manifestando sua
competência textual. Pode-se classificar de 'bom', o índice de acerto (53%), se
considerarmos que a questão trabalhou com a função conotativa da linguagem, o que
requer uma capacidade de leitura sempre mais desenvolvida. Os desvios, de forma
mais acentuada na alternativa B, são explicáveis: as alternativas incorretas (e, de
resto, todo o poema) também se referem à manifestações sensoriais, embora sem a
necessária 'mescla', que é o que distingue a sinestesia.

Questão 2 - Habilidade 11

No processo de fabricação de pão, os padeiros, após prepararem a massa


utilizando fermento biológico, separam uma porção de massa em forma “bola” e a
mergulham num recipiente com água, aguardando que ela suba, como pode ser
observado, respectivamente, em I e II do esquema abaixo.
Quando isso acontece, a massa está pronta para ir ao forno.

Um professor de Química explicaria esse procedimento da seguinte maneira:


“A bola de massa torna-se menos densa que o líquido e sobe. A alteração densidade
deve-se à fermentação, processo que pode ser resumido pela
equação

Considere as afirmações abaixo.

I A fermentação dos carboidratos da massa de pão ocorre de maneira


espontânea e não depende da existência de qualquer organismo vivo.
II Durante a fermentação, ocorre produção de gás carbônico, que se vai
acumulando em cavidades no interior da massa, o que faz a bola subir.
III A fermentação transforma a glicose em álcool. Como o álcool tem maior
densidade do que a água, a bola de massa sobe.

Dentre as afirmativas, apenas:

A) I está correta.
B) II está correta.
C) I e II estão corretas.
D) II e III estão corretas.
E) III está correta.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão aborda conceitos de Química, Física e Biologia. O fermento biológico é
formado por microorganismos vivos que metabolizam os carboidratos da massa de
pão, formando álcool, gás carbônico e energia, como é descrito na fórmula química da
questão. O gás carbônico formado se expande no meio da massa de pão, deixando-a
porosa e menos densa. Quando fica menos densa, a bola é impulsionada para cima,
graças à força de empuxo, que atua sobre todo corpo mergulhado em um fluido.
Quando a bola de pão flutua na água, o padeiro sabe que a reação química de
fermentação aconteceu também na massa de pão.
Vamos analisar agora as alternativas.
Alternativa I: Errada. A fermentação só ocorre graças à ação dos microorganismos
vivos do fermento biológico.
Alternativa II: Correta. O fenômeno está descrito corretamente nessa alternativa.
Alternativa III: Errada. A reação produz álcool, mas não é ele o responsável pela
alteração da densidade da bola e, sim, o gás carbônico.

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão requeria do participante a capacidade de relacionar as informações do
texto com o seu conhecimento sobre fermentação, densidade e compreensão da
linguagem química para julgar propostas de explicações para um fenômeno bem
conhecido, presente na prática popular. Quase metade dos participantes (48%)
evidenciou o conhecimento requerido e foi capaz de acolher ou refutar as idéias
propostas nas afirmações que buscavam explicar o fenômeno. Observe-se que as
alternativas C e D contêm a afirmação II, única correta, revelando possivelmente um
conhecimento parcial do fenômeno. A alternativa D provavelmente foi escolhida porque
os participantes foram atraídos pela idéia bastante disseminada de que a fermentação
é produtora de álcool.

Questão 3 - Habilidade 9

Ainda hoje, é muito comum as pessoas utilizarem vasilhames de barro


(moringas ou potes de cerâmica não esmaltada) para conservar água a uma
temperatura menor do que a do ambiente. Isso ocorre porque:

A) o barro isola a água do ambiente, mantendo-a sempre a uma


temperatura menor que a dele, como se fosse isopor.
B) o barro tem poder de “gelar” a água pela sua composição química. Na
reação, a água perde calor.
C) o barro é poroso, permitindo que a água passe através dele. Parte dessa
água evapora, tomando calor da moringa e do restante da água, que são
assim resfriadas.
D) o barro é poroso, permitindo que a água se deposite na parte de fora da
moringa. A água de fora sempre está a uma temperatura maior que a de
dentro.
E) a moringa é uma espécie de geladeira natural, liberando substâncias
higroscópicas que diminuem naturalmente a temperatura da água.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: transferência de calor, mudança de estado.
Essa questão requer a compreensão de como a moringa mantém a água fresca em seu
interior. O material que compõe a moringa é poroso, e a água preenche esses poros,
umedecendo a superfície externa do recipiente (diz-se que a moringa "sua"). Assim, a
água entra em contato com o meio ambiente, e as moléculas com energia cinética
suficiente escapam do líquido. Ao evaporarem, elas absorvem calor proveniente da
energia interna do líquido no interior do recipiente, que diminui de temperatura e
resfria. Observa-se que o barro é mau condutor de calor e, portanto, dificulta a
transferência de calor do meio ambiente para o líquido no interior da moringa por
condução.
Análise das alternativas (resolução por eliminação):
a) O barro não isola a água do meio ambiente justamente por ser poroso;
b) Não é devido às reações químicas endotérmicas (que absorvem calor) entre o barro
e a água que ocorre o resfriamento;
c) Resta observar que não se pode "tomar o calor da moringa", pois o calor é sempre
uma energia em trânsito. Em outras palavras, a energia interna da moringa e da água
em seu interior diminui, pois ela é transferida para as gotas na superfície externa.
d) A evaporação da água (vaporização da água sem formação de bolhas) ocorre em
qualquer temperatura. Quando isso ocorre, certas moléculas com energia cinética
suficiente "escapam" do líquido e, assim, causam uma diminuição da energia interna
do líquido. Se o líquido estivesse em um recipiente fechado, a dispersão dos vapores
não ocorreria.
e) A moringa não libera substâncias higroscópicas (que absorvem água).

Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Física

COMENTÁRIO DO INEP
Os poucos participantes (29%) que assinalaram a alternativa correta dessa questão,
mostraram conhecer o papel da moringa de barro para a manutenção da água fresca,
ou seja, conhecer que o processo de evaporação de parte da água, que se infiltra pelas
paredes da moringa, é o responsável pelo resfriamento da água remanescente em seu
interior. Um número maior e significativo de participantes, 48%, foi atraído pela
alternativa que apresenta a idéia do barro da moringa como isolante térmico, o que
seria verdade relativamente ao ar, por exemplo, para o barro seco.

Questão 4 - Habilidade 19

“Somos servos da lei para podermos ser livres.”


Cícero
“O que apraz ao príncipe tem força de lei.”
Ulpiano

As frases acima são de dois cidadãos da Roma Clássica que viveram praticamente no
mesmo século, quando ocorreu a transição da República (Cícero) para o Império
(Ulpiano).

Tendo como base as sentenças acima, considere as afirmações:

I- A diferença nos significados da lei é apenas aparente, uma vez que os romanos não
levavam em consideração as normas jurídicas.

II- Tanto na República como no Império, a lei era o resultado de discussões entre os
representantes escolhidos pelo povo romano.

III- A lei republicana definia que os direitos de um cidadão acabavam quando


começavam os direitos de outro cidadão.

IV- Existia, na época imperial, um poder acima da legislação romana.

Estão corretas, apenas:

A) I e II .
B) I e III .
C) II e III .
D) II e IV .
E) III e IV .

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Um dos maiores legados da civilização romana para a humanidade foi o Direito, que se
desenvolveu pela necessidade de solucionar os problemas da vida em sociedade.
Durante o período republicano, a lei era soberana, como cita Cícero: "Somos servos da
lei para podermos ser livres." Nesse período da história romana, toda a população
estava subordinada às leis elaboradas pelos cidadãos, por intermédio de seus
representantes.
Já no Império, a situação mudou. A palavra do imperador passou a ser mais
importante do que a lei. A palavra do imperador tinha força de lei. Como cita Ulpiano:
"O que apraz ao príncipe tem força de lei."
Tendo em vista essas informações, a alternativa correta é a letra e.

Autor: Professores Ederson e Priscila - História

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão basicamente solicitou ao participante que, tendo por base as frases de
Cícero e Ulpiano, identificasse a diferença entre o império e a república romanos. O
texto e as frases corretamente interpretados poderiam conduzir à alternativa correta, o
que permite afirmar que 'apenas' 41% dos participantes souberam estabelecer aquela
diferença. Os percentuais de respostas às alternativas C e D indicam que a afirmativa
II exerceu atração porque, provavelmente, os participantes trabalharam com a
generalização de que Roma é o berço da democracia ou, realizaram uma leitura literal
do significado da lei para cada um daqueles cidadãos.

Questão 5 - Habilidade 14

Em certa cidade, algumas de suas principais vias têm a designação “radial” ou


“perimetral”, acrescentando-se ao nome da via uma referência ao ponto
cardeal correspondente.
As ruas 1 e 2 estão indicadas no esquema abaixo, em que não estão
explicitados os pontos cardeais.

Os nomes corretos das vias 1 e 2 podem, respectivamente, ser:

A) perimetral sul, radial leste.


B) perimetral sul, radial oeste.
C) perimetral norte, radial oeste.
D) radial sul, perimetral norte.
E) radial sul, perimetral oeste.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Questão bastante fácil, mas que requer muita atenção para que não haja confusão. O
conteúdo abordado é orientação em relação aos pontos cardeais. O interessante é
desenhar a rosa-dos-ventos em todos os quatro sentidos possíveis do esquema.
Observe que, se você seguir a orientação original do esquema — fazendo com que a
rosa-dos-ventos indique o alto da página como norte —, as ruas serão respectivamente
leste e sul, alternativa não disponível na questão. Virando o desenho para a esquerda e
colocando a perimetral ao sul, você terá respectivamente os sentidos sul e oeste, o que
corresponde à alternativa B. Mesmo achando a resposta, seria interessante prosseguir
com o desenvolvimento da questão. Desenhando a rosa-dos-ventos nos outros dois
sentidos, você perceberá que o resultado não vai condizer com as alternativas
apresentadas.
A questão trata também de conteúdos relativos a urbanismo. Não é necessário, porém,
dominá-los para a resolução da questão. A título de curiosidade, as vias perimetrais
passam pelos perímetros da região central, chamados de anéis periféricos. Já as vias
radiais assemelham-se ao raio de uma circunferência: partem do centro em direção
aos bairros.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Para a responder corretamente essa questão, o participante deveria dominar os
conceitos de 'perimetral' e 'radial' e ser capaz de identificar localizações bidimensionais,
usando como referencial os pontos cardeais, escolhendo a alternativa que combinasse
corretamente essas variáveis. A opção pela alternativa E provavelmente revela o não
entendimento dos conceitos de perimetral e radial, e quem escolheu a alternativa A
possivelmente confundiu leste com oeste. É relativamente pequeno - 34% - o número
de participantes que escolheu a alternativa correta.

Questão 6 - Habilidade 6

Em uma conversa ou leitura de um texto, corre-se o risco de atribuir um significado


inadequado a um termo ou expressão, e isso pode levar a certos resultados
inesperados, como se vê nos quadrinhos abaixo.

(SOUZA, Maurício de. Chico Bento.


Rio de Janeiro: Ed. Globo, n o 335, Nov./99 )

Nessa historinha, o efeito humorístico origina-se de uma situação criada pela fala da
Rosinha no primeiro quadrinho, que é:

A) Faz uma pose bonita!


B) Quer tirar um retrato?
C) Sua barriga está aparecendo!
D) Olha o passarinho!
E) Cuidado com o flash!

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Quem não se lembra de expressões humorísticas usadas quando se deseja tirar uma
foto, como "Olha o passarinho" ou "Fale xis"?
Pois é, essa é uma questão fácil e a interpretação do texto é simples, e não há por que
ter dúvidas quanto à resposta, a não ser que não se leia a proposta da questão.

Autor: Professora Luciane Prendin - Português

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão procurou avaliar se o participante conseguia inferir, a partir de uma
seqüência narrativa de imagens, a expressão lingüística adequada à situação de
interlocução, no caso a fala da personagem, no primeiro quadrinho. A expressão de
uso coloquial 'olha o passarinho!', dependendo do contexto, tem diferentes
significados, que nesse caso foram associados pelo cartunista para produzir o efeito de
humor. A grande maioria - 89% - dos participantes realizou a inferência solicitada,
analisando a função da linguagem e identificando a variante lingüística adequada à
situação de interlocução, com base na leitura da seqüência das imagens e da fala da
personagem no terceiro quadrinho. É interessante notar a abrangência dessa
expressão metafórica no Brasil, criada no contexto informal da fala com seus
significados correspondentes. Mesmo assim, 11% dos participantes, possivelmente,
desconhecem essa expressão ou não conseguiram realizar a transposição do
significado humorístico da fala do último quadrinho.

Questão 7 - Habilidade 7

O resultado da conversão direta de energia solar é uma das várias formas de energia
alternativa de que se dispõe. O aquecimento solar é obtido por uma placa escura
coberta por vidro, pela qual passa um tubo contendo água. A água circula, conforme
mostra o esquema abaixo.

Fonte: Adaptado de PALZ, Wolfgang.


Energia solar e fontes alternativas. Hemus, 1981.

São feitas as seguintes afirmações quanto aos materiais utilizados no aquecedor solar:

I- o reservatório de água quente deve ser metálico para conduzir melhor o


calor.
II- a cobertura de vidro tem como função reter melhor o calor, de forma
semelhante ao que ocorre em uma estufa.
III- a placa utilizada é escura para absorver melhor a energia radiante do Sol,
aquecendo a água com maior eficiência.

Dentre as afirmações acima, pode-se dizer que, apenas está(ão) correta(s):

A) I.
B) I e II.
C) II.
D) I e III.
E) II e III.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: transferência de calor.
Para resolver essa questão, é necessário conhecer princípios de transferência de calor
para então verificar se as alternativas estão corretas ou não.
I - Se o material do reservatório for um bom condutor de calor, há um grande fluxo de
calor do interior do reservatório para o exterior e, portanto, perde-se energia. Para que
haja um melhor aproveitamento da energia, o material que compõe o reservatório
deve ser isolante.
II - O vidro minimiza as perdas de energia que ocorrem por convecção — ele impede
que o ar quente sobre a placa escape — e também por radiação, pois, embora deixe
passar a luz visível, reflete as ondas infravermelhas (calor).
III - É preciso lembrar que o corpo negro comporta-se como um sistema ideal, pois
absorve toda a radiação incidente sobre ele. A placa pintada de preto aproxima-se
corpo negro e, portanto, absorve mais radiação (no processo de absorção, a energia
luminosa incidente é convertida em energia térmica).

Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Física

COMENTÁRIO DO INEP
Nessa questão, esperava-se que o participante mostrasse ser capaz de analisar o
esquema apresentado, localizando alguns dos elementos específicos de um coletor
solar (reservatório, vidro e placa), reconhecendo a função de cada um deles e
identificando as suas propriedades térmicas para desempenhar de forma mais eficiente
o processo de conversão da energia solar em térmica. É majoritária (53%) a opção
pela alternativa correta, demonstrando a adequada compreensão da relação entre
propriedades de materiais e funções que desempenham. É também significativa (31%)
a opção pela alternativa D em que os participantes relacionaram corretamente metais
com boa condutividade térmica, mas provavelmente descuidaram-se do contexto, ou
seja, de que se tratava de um reservatório não condutor, para garantir o isolamento
térmico.

Questão 8 - Habilidade 15

Uma companhia de seguros levantou dados sobre os carros de determinada


cidade e constatou que são roubados, em média, 150 carros por ano.
O número de carros roubados da marca X é o dobro do número de carros
roubados da marca Y, e as marcas X e Y juntas respondem por cerca de 60%
dos carros roubados.

O número esperado de carros roubados da marca Y é:

A) 20.
B) 30.
C) 40.
D) 50.
E) 60.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Observe que são roubados 150 carros, e 60% deles são das marcas X e Y. Mas quanto
é 60% de 150? Fazendo esse cálculo, você pode concluir que são roubados 90 carros
dessas marcas. Representando isso por uma equação, temos x + y = 90. O problema
também indica que são roubados duas vezes mais carros da marca X do que da marca
Y. Na equação, x = 2y. Então, teremos 2y + y = 90, logo 3y = 90 e y = 30, que é o
número de carros roubados da marca Y.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver corretamente o problema proposto nessa questão, o participante deveria
mostrar ser capaz de traduzir o enunciado para a linguagem matemática
correspondente, que resulta em um sistema de duas equações lineares com duas
incógnitas cuja solução, com algoritmos básicos, é a resposta correta. A maioria dos
participantes (63%) optou pela alternativa correta e pode-se presumir que aqueles que
escolheram a alternativa A, trabalharam com o percentual de carros roubados da
marca Y e não converteram o resultado para determinar o número desses carros, como
era solicitado pela questão.
Questão 9 - Habilidade 4

A tabela abaixo resume alguns dados importantes sobre os satélites de Júpiter.

Ao observar os satélites de Júpiter pela primeira vez, Galileu Galilei fez diversas
anotações e tirou importantes conclusões sobre a estrutura de nosso universo.
A figura abaixo reproduz uma anotação de Galileu referente a Júpiter e seus
satélites.

De acordo com essa representação e com os dados da tabela, os pontos


indicados por 1, 2, 3 e 4 correspondem, respectivamente, a:

A) Io, Europa, Ganimedes e Calisto.


B) Ganimedes, Io, Europa e Calisto.
C) Europa, Calisto, Ganimedes e Io.
D) Calisto, Ganimedes, Io e Europa.
E) Calisto, Io, Europa e Ganimedes.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Essa questão, como muitas outras, está baseada na capacidade de percepção e
interpretação. A tabela apresenta o nome dos satélites de Júpiter, sua distância média
em relação ao planeta e seu período orbital (tempo que os satélites levam para dar
uma volta completa em Júpiter). Dentre todas as informações apresentadas na tabela,
a mais relevante é a distância média até o centro de Júpiter. Quando se compara essa
distância com o esboço, nota-se que o satélite assinalado com o número 2 é o que está
mais próximo de Júpiter, logo corresponde a Io. Depois, vem o satélite de número 3,
que representa Europa. Os satélites 1 e 4 podem causar confusão, pois estão um de
cada lado do planeta e pode ser arriscado tentar mensurar a distância a olho. Por isso,
em uma situação parecida, aconselha-se o uso de uma régua. Você vai notar que o
satélite 1 é o mais próximo e, portanto, corresponde a Ganimedes, enquanto o satélite
4 corresponde a Calisto. Colocando-se os satélite em ordem, temos: 1 - Ganimedes, 2
- Io, 3 - Europa e 4 - Calisto.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
O participante, para a solução correta do problema proposto deveria ser capaz de
interpretar a notação utilizada por Galileu para a representação das distâncias entre
Júpiter e seus satélites e, comparar a notação com os dados da tabela. Os
participantes que escolheram a alternativa A, possivelmente não consideraram a
notação de Galileu e associaram os números 1, 2, 3 e 4 aos nomes dos satélites como
se apresentam na tabela. A maioria dos participantes (66%) optou pela resposta
correta.

Questão 10 - Habilidade 12

A adaptação dos integrantes da seleção brasileira de futebol à altitude de La


Paz foi muito comentada em 1995, por ocasião de um torneio, como pode ser
lido no texto abaixo.

“A seleção brasileira embarca hoje para La Paz, capital da Bolívia,


situada a 3.700 metros de altitude, onde disputará o torneio
Interamérica. A adaptação deverá ocorrer em um prazo de 10 dias,
aproximadamente. O organismo humano, em altitudes elevadas,
necessita desse tempo para se adaptar, evitando-se, assim, risco de um
colapso circulatório.”

(Adaptado da revista Placar, edição fev.1995)

A adaptação da equipe foi necessária principalmente porque a atmosfera de La


Paz, quando comparada à das cidades brasileiras, apresenta:

A) menor pressão e menor concentração de oxigênio.


B) maior pressão e maior quantidade de oxigênio.
C) maior pressão e maior concentração de gás carbônico.
D) menor pressão e maior temperatura.
E) maior pressão e menor temperatura.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: pressão atmosférica.
Para resolver essa questão, é necessário ter uma noção intuitiva de pressão e saber
que a atmosfera é uma camada de elementos gasosos ao redor da Terra (21% de
oxigênio, 78% de nitrogênio e o restante de outros gases), em que a massa e a
densidade decrescem com a altura. Vale lembrar que, embora a atmosfera tenha mais
de 600 km de espessura, calcula-se que 90% de sua massa está abaixo dos 20 km.
Com esses dados, é possível concluir que, se uma pessoa sai do Rio de Janeiro (nível
do mar) e vai para La Paz (3.700 m de altitude), ao chegar lá, a atmosfera sobre ela
apresentará uma menor altura, exercendo uma menor pressão. Como a densidade é
menor (o ar é mais rarefeito), há uma menor concentração de oxigênio.

Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Física

COMENTÁRIO DO INEP
Para responder corretamente a questão o participante deveria conhecer que o ar é
progressivamente mais rarefeito à medida que aumenta a altitude em relação ao nível
médio dos mares e que, nessas condições, o gás oxigênio, como integrante do ar
atmosférico, exerce menor pressão e está cada vez menos disponível. A maior parte
dos participantes (55%) demonstrou esse conhecimento. Diante do caráter básico do
conteúdo exigido é relativamente alto o número (24%) de participantes que optaram
pela alternativa E: provavelmente, além de considerarem que a pressão aumenta com
a altitude, indicaram a temperatura do ambiente como fator preponderante à
necessidade de adaptação do organismo às grandes altitudes. Possivelmente
lembraram-se de que localidades em grandes altitudes apresentam baixas
temperaturas, o que não se relaciona ao fenômeno descrito no item.

Questão 11 - Habilidade 8
A energia térmica liberada em processos de fissão nuclear pode ser utilizada na
geração de vapor para produzir energia mecânica que, por sua vez, será
convertida em energia elétrica. Abaixo está representado um esquema básico
de uma usina de energia nuclear.

Com relação ao impacto ambiental causado pela poluição térmica no processo


de refrigeração da usina nuclear, são feitas as seguintes afirmações:

I- o aumento na temperatura reduz, na água do rio, a quantidade de


oxigênio nela dissolvido, que é essencial para a vida aquática e para a
decomposição da matéria orgânica.
II- o aumento da temperatura da água modifica o metabolismo dos peixes.
III- o aumento na temperatura da água diminui o crescimento de bactérias e
de algas, favorecendo o desenvolvimento da vegetação.

Das afirmativas acima, somente está(ão) correta(s):

A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
A poluição térmica citada no texto compreende o processo de aquecimento de
ecossistemas aquáticos pela adição da água quente utilizada na refrigeração de usinas
nucleares. O aumento da temperatura da água reduz a solubilidade do gás oxigênio e
do gás carbônico nela dissolvidos. Dessa forma, o oxigênio difunde-se mais
rapidamente para a atmosfera, ocorrendo uma redução na concentração desse gás, o
que compromete a vida dos seres aeróbicos aquáticos. A atividade de seres aeróbicos
decompositores também é comprometida. O aumento da temperatura da água
estimula o crescimento de algumas bactérias, como as termobactérias, enquanto os
peixes, podem ser levados à morte por asfixia, devido à diminuição do gás oxigênio.
Analisando-se as três afirmativas, observa-se que somente as de números I e II estão
corretas.

Autor: Professora Paula Jacomni - Biologia

COMENTÁRIO DO INEP
A solução correta do problema proposto nessa questão requeria a análise do impacto
ambiental que se dá em conseqüência do efeito do aquecimento das águas sobre o
ecossistema de um rio. Com temperaturas maiores, ocorre uma redução da
quantidade de oxigênio dissolvido na água, além do favorecimento para um maior
desenvolvimento de bactérias, afetando também o metabolismo dos animais aquáticos.
Esperava-se, portanto, que os participantes identificassem, dentre as afirmações
apresentadas, aquelas que apresentavam coerência entre aumento de temperatura e a
conseqüência descrita. O percentual (39%), relativamente pequeno, de respostas na
alternativa correta, que apresenta como válidas as afirmações I e II, pode ser
explicado pela razoável incidência sobre as alternativas A e B, associadas a cada uma
das referidas afirmações, separadamente. Somando-se estas escolhas, pode-se dizer
que cerca de quatro em cada cinco participantes compreende pelo menos parte do
impacto térmico da operação de uma usina junto a um rio.

Questão 12 - Habilidade 7

A energia térmica liberada em processos de fissão nuclear pode ser utilizada na


geração de vapor para produzir energia mecânica que, por sua vez, será
convertida em energia elétrica. Abaixo está representado um esquema básico
de uma usina de energia nuclear.

A partir do esquema são feitas as seguintes afirmações:

I- a energia liberada na reação é usada para ferver a água que, como vapor
a alta pressão, aciona a turbina.
II- a turbina, que adquire uma energia cinética de rotação, é acoplada
mecanicamente ao gerador para produção de energia elétrica.
III- a água depois de passar pela turbina é pré-aquecida no condensador e
bombeada de volta ao reator.

Dentre as afirmações acima, somente está(ão) correta(s):

A) I.
B) II.
C) III.
D) I e II.
E) II e III.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: energia e transformação de energia.
Para resolver essa questão, é necessário conhecer o funcionamento básico de uma
usina nuclear e então verificar se as alternativas estão corretas ou não.
I - Dentro de um reator nuclear de fissão, ocorrem reações químicas que liberam uma
grande quantidade de calor, vaporizando a água. Esse vapor a alta pressão incide sobre
as pás da turbina, fazendo-as girar.
II - A turbina é acoplada ao gerador, responsável pela transformação da energia
cinética de rotação em energia elétrica.
III - O vapor de água a alta pressão, após girar as pás da turbina, não muda de
estado. Para que se transforme em líquido, deve ser resfriado em um condensador e
depois bombeado novamente.

Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Física

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver corretamente essa questão, o participante deveria demonstrar,
escolhendo entre diferentes afirmações, a compreensão do funcionamento básico de
uma usina nuclear, em suas diferentes etapas, identificando, no esquema apresentado,
a seqüência de transformações que envolvem a produção de vapor d’água, o
movimento da turbina e o acionamento do gerador. Além disso, a análise da afirmação
III supunha a compreensão do papel da água enquanto fluido de refrigeração, que
circula num sistema fechado, em parte como líquido e em parte como vapor, sendo
indispensável seu resfriamento, no condensador, para a volta do vapor à fase líquida,
dando assim continuidade ao ciclo. A alternativa correta teve incidência significativa de
respostas (62%), revelando boa percepção das relações funcionais e causais que
regem a articulação das partes de uma usina nucleoelétrica.

Questão 13 - Habilidade 14

Um marceneiro deseja construir uma escada trapezoidal com 5 degraus, de


forma que o mais baixo e o mais alto tenham larguras respectivamente iguais a
60 cm e a 30 cm, conforme a figura:

Os degraus serão obtidos cortando-se uma peça linear de madeira cujo


comprimento mínimo, em cm, deve ser:

A) 144.
B) 180.
C) 210.
D) 225.
E) 240.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
A escada tem cinco degraus. São dadas a largura do primeiro degrau, que é de 60 cm,
e a do quinto degrau, que é de 30 cm. A diferença entre o primeiro e o quinto degrau é
de 30 cm. Para atingir o tamanho do último degrau, tem-se 30 cm para dividir
proporcionalmente em quatro degraus. Portanto, 30 / 4 = 7,5. Deve-se, então,
diminuir, de um degrau para o outro, 7,5 cm. Baseando-se nessa afirmação, o primeiro
degrau tem 60 cm; o segundo, 52,5 cm; o terceiro, 45 cm; o quarto, 37,5 cm; e o
quinto, 30 cm. Somando-se esses valores (60 + 52,5 + 45 + 37,5 + 30 = 225),
chega-se à conclusão de que 225 cm é o comprimento mínimo da peça linear.
Considerando que a escada é um trapézio isósceles, e aplicando-se o teorema da base
média, que diz que "o segmento que une os pontos médios dos lados não paralelos de
um trapézio é igual à média aritmética das suas bases", o terceiro degrau tem: (60 +
30) / 2. Conseqüentemente, o quarto degrau tem (45 + 30) / 2, e o segundo degrau
tem (45 + 60) / 2. Somando-se os degraus, temos: 60 + 52,5 + 45 + 37,5 + 30 =
225. Portanto, o comprimento mínimo da peça linear é de 225 cm.
Outra forma de achar a solução seria tomar o tamanho do degrau médio (base média),
que é de 45 cm, e multiplicar esse valor pela quantidade de degraus. Assim, temos 45
cm x 5 = 225 cm.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP
O participante ao assinalar a alternativa correta para essa questão, mostrou saber
traduzir o problema proposto para a linguagem matemática, conhecer o conceito de
que duas retas paralelas cortadas por transversais geram segmentos proporcionais e
utilizar os diversos algoritmos pertinentes à solução. O problema, de natureza prática,
envolve conhecimentos de tal ordem básicos que, pode-se afirmar ser muito pequeno o
percentual (33%) de participantes que acertou a questão. O distrator B teve um alto
índice de escolha, provavelmente porque os participantes consideraram uma escada
com 4degraus e não 5, como enunciava a questão.

Questão 14 - Habilidade 7

O esquema abaixo mostra, em termos de potência(energia/tempo),


aproximadamente, o fluxo de energia, a partir de uma certa quantidade de
combustível vinda do tanque de gasolina, em um carro viajando com velocidade
constante.

O esquema mostra que, na queima da gasolina, no motor de combustão, uma


parte considerável de sua energia é dissipada. Essa perda é da ordem de:

A) 80%.
B) 70%.
C) 50%.
D) 30%.
E) 20%.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: princípios da Termodinâmica.
Para resolver esse problema, basta achar a razão entre a energia perdida e a energia
total. Recordando a Segunda Lei da Termodinâmica (não é necessário fazer isso, mas
vale a pena), não é possível a uma máquina térmica que trabalha em ciclos
transformar toda a energia que recebe em trabalho - sempre há perda. Nesse exemplo,
a gasolina apresenta potência de 71 kW (parte do combustível evapora antes mesmo
de entrar no motor). Após a combustão, 56,8 kW são dissipados, perdidos, e a
potência útil é igual a 14,2 kW. Pode-se, então, calcular a porcentagem de perda:

PDISSIPADA 56,8
Perda = ----------------- = -------- = 0,80 = 80%
PTOTAL 71,0

Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Física

COMENTÁRIO DO INEP
Nem toda energia produzida por um motor a combustão é, de fato, convertida em
trabalho útil. Esse é o conceito básico exigido, sob forma do cálculo da eficiência de um
motor. A fração da energia dissipada num motor a combustão é muito grande, ou seja,
sua eficiência é baixa. Essa conclusão pode ser estabelecida a partir do esquema, em
que são apresentadas as transformações sucessivas por que passa a energia do
combustível presente no tanque de um carro, até a energia necessária ao movimento
das rodas. A resposta correta supunha uma identificação clara entre a energia
produzida e a dissipada, especificamente na queima do combustível no motor. Há uma
distribuição quase homogênea entre as alternativas incorretas, revelando tratar-se de
escolhas aleatórias. Pouco menos da metade dos participantes (45%) optou pela
alternativa correta, o que possivelmente demonstra uma leitura desatenta do esquema
ou que, não é tão comum o conhecimento dos participantes sobre o baixo rendimento
dos motores a combustão.

Questão 15 - Habilidade 2

As sociedades modernas necessitam cada vez mais de energia. Para entender


melhor a relação entre desenvolvimento e consumo de energia, procurou-se
relacionar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de vários países com o
consumo de energia nesses países.

O IDH é um indicador social que considera a longevidade, o grau de


escolaridade, o PIB (Produto Interno Bruto) per capita e o poder de compra da
população. Sua variação é de 0 a 1. Valores do IDH próximos de 1 indicam
melhores condições de vida.
Tentando-se estabelecer uma relação entre o IDH e o consumo de energia per
capita nos diversos países, no biênio 1991-1992, obteve-se o gráfico abaixo,
onde cada ponto isolado representa um país, e a linha cheia, uma curva de
aproximação.

* TEP: Tonelada equivalente de petróleo.


Fonte: GOLDEMBERG, J . Energia, meio ambiente
e
desenvolvimento. São Paulo: Edusp, 1998.
Com base no gráfico, é correto afirmar que:

A) quanto maior o consumo de energia per capita, menor é o IDH.


B) os países onde o consumo de energia per capita é menor que 1 TEP não apresentam
bons índices de desenvolvimento humano.
C) existem países com IDH entre 0,1 e 0,3 com consumo de energia per capita
superior a 8 TEP.
D) existem países com consumo de energia per capita de 1 TEP e de 5 TEP que
apresentam aproximadamente o mesmo IDH, cerca de 0,7.
E) os países com altos valores de IDH apresentam um grande consumo de energia per
capita (acima de 7 TEP).

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Para resolver essa questão, basta analisar o gráfico apresentado e recorrer a um
processo de eliminação ao analisar as opções de resposta. As noções de Geografia
apresentadas podem ajudá-lo a identificar alguns erros conceituais nas respostas.
Comparando-se as opções com o gráfico, pode-se observar que as questões (A), (B),
(C) e (E) estão erradas e, portanto, a questão correta é a letra (D). A grande
armadilha dessa questão é que a curva apresentada no gráfico mostra um IDH próximo
a 0,8 para os países de 1 TEP e 5 TEP, o que aparentemente torna a opção (D)
incorreta. Mas o texto da alternativa (D) menciona apenas a existência de países de 1
TEP e 5 TEP de consumo per capita com IDHs próximos a 0,7. Se você observar o
gráfico com atenção, verá que existe um ponto que representa um país de 5 TEP de
consumo per capita e IDH próximo a 0,7 e pelo menos dois pontos que representam
países de 1 TEP de consumo per capita e IDH próximo a 0,7. São esses pontos que
tornam a opção (D) correta.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão requeria do participante a interpretação do comportamento de uma
variável (IDH) em função de outra variável (consumo de energia per capita),
representado em um gráfico cartesiano. Pouco mais de um terço (35%) dos
participantes assinalou a alternativa correta. A escolha dos distratores B e E que juntos
atraíram 52% dos participantes revela, possivelmente, que eles não perceberam, no
gráfico, que a representação por pontos revela a existência de países com baixos
valores de IDH e de consumo de energia. Da mesma forma o gráfico apresenta países
com alto valor de IDH e baixo consumo de energia.

Questão 16 - Habilidade 10

No mapa, é apresentada a distribuição geográfica de aves de grande porte e


que não voam.
Há evidências mostrando que essas aves, que podem ser originárias de um mesmo
ancestral, sejam, portanto, parentes. Considerando que, de fato, tal
parentesco ocorra, uma explicação possível para a separação geográfica
dessas aves, como mostrada no mapa, poderia ser:

A) a grande atividade vulcânica, ocorrida há milhões de anos, eliminou


essas aves do Hemisfério Norte.
B) na origem da vida, essas aves eram capazes de voar, o que permitiu que
atravessassem as águas oceânicas, ocupando vários continentes.
C) o ser humano, em seus deslocamentos, transportou essas aves, assim que elas
surgiram na Terra, distribuindo-as pelos diferentes continentes.
D) o afastamento das massas continentais, formadas pela ruptura de um continente
único, dispersou essas aves que habitavam ambientes adjacentes.
E) a existência de períodos glaciais muito rigorosos, no Hemisfério Norte, provocou um
gradativo deslocamento dessas aves para o Sul, mais quente.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Há cerca de 200 milhões de anos, havia um único continente na Terra, chamado
Pangéia. Há 180 milhões de anos, teve início a separação desse continente por ação
das forças endógenas (forças que agem no interior da Terra) de formação do relevo.
Essa separação deu origem a dois blocos continentais: a Laurásia, formada pelas atuais
Europa, América do Norte e Ásia, e a Gondwana, formada pelas atuais América do Sul,
África, Antártida e Oceania.
A ema e o avestruz originaram-se no mesmo ponto da Terra. Mas, com a separação
dos continentes pelos movimentos tectônicos, essas aves dispersaram-se e, devido às
variações ambientais, adquiriram características distintas.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
A presença de aves com ancestrais comuns, em diferentes áreas continentais, hoje
separadas por massas oceânicas, requeria do participante a compreensão da formação
dos continentes como resultado de afastamento espacial de partes, a partir de um
conjunto unitário. Soma-se a essa compreensão, o reconhecimento da escala de tempo
geológica, da deriva continental, como compatível com a de existência de
determinadas espécies, ou seja, que já havia um ancestral comum das aves citadas na
questão, por ocasião do afastamento entre os continentes. Tal conhecimento foi
revelado pela maioria (68%), que escolheu a alternativa correta, tendo havido alguma
atração, ainda que pequena, pela alternativa E que explicava um eventual
deslocamento das espécies em função das condições climáticas.
Questão 17 - Habilidade 18

Os quatro calendários apresentados abaixo mostram a variedade na contagem


do tempo em diversas sociedades.

Fonte: Adaptado de Época , n o 55, 7 de junho de 1999

Com base nas informações apresentadas, pode-se afirmar que:

A) o final do milênio, 1999/2000, é um fator comum às diferentes culturas e tradições.


B) embora o calendário cristão seja hoje adotado em âmbito internacional, cada cultura
registra seus eventos marcantes em calendário próprio.
C) o calendário cristão foi adotado universalmente porque, sendo solar, é mais preciso
que os demais.
D) a religião não foi determinante na definição dos calendários.
E) o calendário cristão tornou-se dominante por sua antiguidade.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
A questão apresenta quatro calendários de diferentes sociedades. Eles são solares ou
lunares e iniciam a contagem dos anos a partir de um fato relevante, no caso, o
nascimento de Cristo para a sociedade ocidental, a fuga de Maomé para os islâmicos, a
criação do mundo para os judeus e o ano do patriarca Huangti para os chineses.
A partir desses dados, pode-se responder às questões, analisando cada uma das
alternativas.
A alternativa a está incorreta porque a passagem do segundo para o terceiro milênio
deu-se no réveillon 2000/2001, e essa data refere-se apenas ao calendário ocidental.
A alternativa b está correta, pois o calendário cristão é adotado internacionalmente,
apesar de as sociedades citadas ainda preservarem seus calendários originais.
A alternativa c está errada, pois todos os calendários, independentemente de serem
solares ou lunares, são precisos.
A alternativa d está obviamente errada, pois os exemplos dados pela questão mostram
que a religião foi determinante na elaboração dos calendários.
A alternativa e está errada, pois, se observarmos o exemplo, veremos que o calendário
mais antigo é o judaico.

Autor: Professores Ederson e Priscila - História

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver a questão o participante deveria relacionar corretamente as informações
contidas nas figuras com os símbolos referentes às diversas tradições culturais. O
conjunto de informações apresentado deveria levar o participante a perceber que o
calendário cristão, embora adotado em âmbito internacional, não se constitui na única
referência utilizada para medir o tempo. A maioria significativa de 77% dos
participantes escolheu a alternativa correta. Aqueles que optaram pela alternativa C
(10%), provavelmente, vincularam a idéia de precisão a calendário solar.
Questão 18 - Habilidade 6

“Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movidos pelo presente mas estalando
naquele cio racial que só as tradições maduram! (...). Precisa-se gentes com bastante
meiguice no sentimento, bastante força na peitaria, bastante paciência no entusiasmo
e sobretudo, oh! sobretudo bastante vergonha na cara!
(...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escrito no anúncio vistoso de cores
desesperadas pintado sobre o corpo do nosso Brasil, camaradas.”
(Jornal A Noite, São Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Telê Porto Ancona. Mário
de Andrade: ramais e caminhos. São Paulo: Duas Cidades, 1972)

No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dos itens do ideário modernista,


que é o de firmar a feição de uma língua mais autêntica, “brasileira”, ao expressar-se
numa variante de linguagem popular identificada pela (o):

A) escolha de palavras como cio, peitaria, vergonha.


B) emprego da pontuação.
C) repetição do adjetivo bastante.
D) concordância empregada em Assim está escrito.
E) escolha de construção do tipo precisa-se gentes.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Apesar de essa questão misturar vários tipos de informação, se você se lembra um
pouquinho dos usos da partícula se, com certeza não encontrará grande dificuldade.
Segundo a regra gramatical, o verbo "precisa-se" deveria ir para o plural (precisam-
se), mas essa noção de verbo concordante com o sujeito há muito desapareceu na
variante popular brasileira. Mas, caso você não se lembre muito bem desse assunto ou
ficou meio confuso com o texto e as outras alternativas, o caminho é responder por
eliminação.
A primeira alternativa apresenta palavras comuns no português brasileiro, mas
nenhuma "invenção" nacional. Na dúvida, pense em "vergonha": não é uma invenção
brasileira. Todos os que falam português no mundo conhecem bem essa palavra. A
pontuação no texto não chama nenhuma atenção. Você provavelmente não viu nada
de estranho nela. Da mesma forma, o "bastante" da terceira alternativa não é nada
mais que um mecanismo de retórica, usado para dar ênfase à idéia. Com o "Assim está
escrito", encontramos a mesma situação: um trecho litúrgico é usado para maior
ênfase.

Autor: Professora Luciane Prendin - Português

COMENTÁRIO DO INEP
A questão procurou avaliar se o participante era capaz de, a partir da leitura de um
texto de Mário de Andrade , identificar e analisar uma variante lingüística de uso
coloquial, utilizadas estilisticamente pelo autor. O uso estilístico das variantes marcou a
primeira fase da literatura brasileira modernista. O trecho destaca em seu todo esse
uso da linguagem popular. A escolha da construção 'precisa-se gentes' é marca desse
uso estilístico. O índice de 37% na alternativa (A) demonstra, possivelmente, que os
participantes não consideraram a escolha dos vocábulos, dentro do contexto do texto,
confundindo as palavras que aparecem na alternativa com '...a feição de uma língua
mais autêntica...'.O percentual de acertos foi da ordem de 40%.

Questão 19 - Habilidade 1

A figura abaixo mostra um eclipse solar no instante em que é fotografado em


cinco diferentes pontos do planeta.
Três dessas fotografias estão reproduzidas abaixo.

As fotos poderiam corresponder, respectivamente, aos pontos:

A) III, V e II.
B) II, III e V.
C) II, IV e III.
D) I, II e III.
E) I, II e V.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Conceitos envolvidos: princípios da Óptica Geométrica.
Essa questão exige um esforço de abstração para se imaginar nos pontos marcados e
ter uma visão da Lua. É interessante, além dessa abstração, saber diferenciar eclipse
total de parcial. Como a primeira foto mostra um eclipse quase total, concluímos que
foi tirada muito próxima ao cone de sombra, entre os pontos III e IV. Como a Lua
aparece à direita do Sol, o ponto em questão é o III. Analisando a segunda foto,
percebe-se que ela foi tirada no cone de penumbra - quem está nesse cone vê um
eclipse parcial - e o fotógrafo deveria estar no ponto V (veja que a Lua está mais à
esquerda que o Sol). A terceira foto também mostra um eclipse parcial e foi tirada no
ponto II (a Lua está mais à direita que o Sol).

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP

Para resolver o problema proposto, o participante deveria demonstrar o domínio dos


conceitos básicos de projeção e posição relativa. Cerca de metade (48%) dos
participantes assinalou a alternativa correta. Aqueles que optaram pelos distratores D e
E, provavelmente, não perceberam que o ponto I está fora do cone de sombra da
elipse; os que assinalaram as alternativas B e C possivelmente não consideraram a
posição relativa.

Questão 20 - Habilidade 5

“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento


modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas
que representam o pensamento estético predominante na época.

Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e
[manifestações de apreço ao Sr. diretor.

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o


[cunho vernáculo de um vocábulo

Abaixo os puristas
............................................................................................

Quero antes o lirismo dos loucos


O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare

— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

(BANDEIRA, Manuel. Poesia Completa e Prosa.


Rio de Janeiro. Aguilar, 1974)

Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:

A) critica o lirismo louco do movimento modernista.


B) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
C) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
D) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
E) propõe a criação de um novo lirismo.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Questão bastante inteligente. Para começar, Manuel Bandeira teve como marca de sua
obra a busca de novas formas de expressão, sempre. Mesmo tendo escrito muitos
sonetos (especialmente no início da carreira), adotou prazerosamente a rebeldia da
poética modernista. A resposta pode estar centrada na análise de um único verso do
poema. As alternativas de a a d ficam todas automaticamente descartadas pelo
primeiro verso da segunda parte ("Quero antes o lirismo dos loucos"). Veja que quem
prega um lirismo dos loucos e dos bêbedos não pode nem criticar o "lirismo louco" dos
modernistas, como na alternativa a, ou propor que não haja lirismo, como na
alternativa b. Tampouco pode querer o retorno à rigidez de forma e métrica da poesia
clássica (lembre-se de Camões) ou romântica (Álvares de Azevedo, Castro Alves,
Casimiro de Abreu). Propõe, sim, um novo tipo de lirismo. Vemos isso claramente se
dermos atenção ao casamento do primeiro com o último verso da segunda parte
("Quero antes o lirismo dos loucos" / "—Não quero mais saber do lirismo que não é
libertação").

Autor: Professora Luciane Prendin - Português

COMENTÁRIO DO INEP

Um pouco mais da metade dos participantes (55 %) conseguiu identificar no texto a


proposta estética do poeta e, em última análise, do próprio Modernismo. Os distratores
com percentuais significativos de escolha foram apenas B e D. No primeiro caso, o tom
de manifesto, incisivo e demolidor, do poema provavelmente induziu a opção. No
segundo, a explicação se deve à possível relação que o participante estabeleceu entre
o Modernismo e o Romantismo, que de fato existe, mas que não se aplica ao caso.
Questão 21 - Habilidade 20

Ao longo do século XX, a taxa de variação na população do Brasil foi sempre positiva
(crescimento). Essa taxa leva em consideração o número de nascimentos (N), o
número de mortes (M), o de emigrantes (E) e o de imigrantes (I) por unidade de
tempo.

É correto afirmar que, no século XX:

A) M > I + E + N.
B) N + I > M + E.
C) N + E > M + I.
D) M + N < E + I.
E) N < M - I + E.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Questão fácil, mas que requer atenção. O crescimento demográfico (CD) é o resultado
do crescimento vegetativo — diferença numérica entre nascimentos (N) e mortes (M)
— somado ao contingente imigratório (I) e subtraído do emigratório (E). Temos, então,
a equação: CD = N - M + I - E. Assim, é considerado um país com crescimento positivo
aquele cuja taxa de natalidade mais fluxo imigratório é superior ao número de mortes
mais o contigente que emigra. (Você se lembra da diferença entre imigração e
emigração?).
Para resolver a questão, deve-se examinar os fatores que influenciam a taxa de
variação da população. Verifica-se que o número de nascimentos (N) e de imigrantes
(I) tende a aumentá-la e que o número de mortes (M) e de emigrantes (E) tende a
diminuí-la. Sabendo-se que, no século XX, a taxa foi sempre positiva (crescimento),
podemos concluir o seguinte:
(A) Alternativa errada, pois o número de mortes deve ser, claro, menor que a soma do
número de imigrantes, emigrantes e nascimentos.
(B) Alternativa correta, pois os dois fatores do membro esquerdo da desigualdade são
fatores de acréscimo da taxa, e os dois da direita, de decréscimo.
(C) Nada se pode afirmar sobre essa alternativa, pois em cada membro há um fator de
aumento e um de redução, o que a torna indeterminada.
(D) Nada se pode afirmar sobre essa alternativa por razões iguais às da alternativa
anterior.
(E) Como os fatores são valores inteiros positivos, nada se pode afirmar sobre a
alternativa; é indeterminada.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Os participantes, frente a situação-problema apresentada, deveriam identificar um
determinado contexto histórico - definido pelo comportamento da taxa de variação
populacional no Brasil do século XX, em função das variáveis referidas no texto da
questão - com a sua expressão em linguagem matemática. Mais da metade dos
participantes (58%) elaborou corretamente essa identificação. A alternativa C atraiu
23% dos participantes provavelmente porque eles desconheciam ou confundiram o
significado das palavras emigração e imigração.

Questão 22 - Habilidade 13

O gráfico abaixo representa o fluxo (quantidade de água em movimento) de um rio,


em três regiões distintas, após certo tempo de chuva.
Comparando-se, nas três regiões, a interceptação da água da chuva pela cobertura
vegetal, é correto afirmar que tal interceptação:

A) é maior no ambiente natural preservado.


B) independe da densidade e do tipo de vegetação.
C) é menor nas regiões de florestas.
D) aumenta quando aumenta o grau de intervenção humana.
E) diminui à medida que aumenta a densidade da vegetação.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Nessa questão, é bom ter em mente que a devastação e redução da cobertura florestal
natural é um dos fatores que alteram a distribuição natural da água no ambiente.
Lembre que a floresta natural desempenha importante papel na distribuição de energia
e de água na superfície do solo. O processo de interceptação da água da chuva pela
copa das árvores afeta, principalmente, a distribuição temporal e espacial da chuva e
diminui a quantidade de água que chega efetivamente ao solo. Assim, o período de
permanência e perda de água nesse tipo de ambiente é mais lento, ao contrário de
outros tipos de coberturas vegetais como, por exemplo, as das áreas agrícolas, das
áreas reflorestadas ou com florestas regeneradas, que têm sua dinâmica alterada e
promovem o aumento do escoamento superficial em volume e velocidade, favorecendo
a lixiviação, a erosão dos solos, a diminuição da capacidade de infiltração de água no
solo e a perda da água em menor tempo.
A observação do gráfico mostra que, pouco depois que a chuva se inicia em uma
lavoura agrícola, o fluxo de água no rio vizinho aumenta consideravelmente. Desse
ponto de vista, pode-se concluir que a lavoura exibe baixa capacidade de interceptação
da água da chuva. Em uma floresta natural, somente depois de um tempo maior de
chuva é que ocorre um aumento no fluxo da água do rio. Como o ponto máximo do
gráfico que indica a capacidade de interceptação da água por floresta natural é menor
do que o ponto máximo dos dois outros gráficos, podemos dizer que o fluxo de água é
menos significativo na floresta natural em relação às outras áreas, mostrando que o
ambiente natural preservado possui uma capacidade de interceptação da água maior
do que as demais áreas.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão apresentou um gráfico mostrando as relações entre quantidades de água
que alimentam o fluxo fluvial e a cobertura vegetal, em três diferentes ambientes,
sendo possível observar a relação inversa entre as medidas de fluxo fluvial e a
densidade da cobertura vegetal: quanto menos densa a vegetação, mais intensamente
a água da chuva alimenta o fluxo do rio. Para resolver a situação-problema, esperava-
se que o participante soubesse ou deduzisse, pela interpretação do gráfico, que a
interceptação da água da chuva pela cobertura vegetal é maior no ambiente natural
preservado. Assim, o participante deveria considerar que a quantidade do fluxo fluvial
mantém uma relação inversa com a quantidade de água interceptada pela cobertura
vegetal, revelando conhecimento sobre o conjunto de prováveis caminhos da água da
chuva em diferentes ambientes. Pouco mais de um terço dos participantes (36%)
indicaram a alternativa correta. As alternativas C e D atraíram juntas quase metade
dos participantes. Aqueles que escolheram C provavelmente não fizeram a transposição
da informação de que o menor fluxo fluvial nas florestas – a curva do gráfico mostra
isso claramente – é conseqüência da maior interceptação de água da chuva. Supõe-se
que o termo 'intervenção humana' tenha se constituído num apelo significativo para
aqueles que optaram pela alternativa D.

Questão 23 - Habilidade 8

No ciclo da água, usado para produzir eletricidade, a água de lagos e oceanos,


irradiada pelo Sol, evapora-se dando origem a nuvens e se precipita como chuva. É
então represada, corre de alto a baixo e move turbinas de uma usina, acionando
geradores. A eletricidade produzida é transmitida através de cabos e fios e é utilizada
em motores e outros aparelhos elétricos. Assim, para que o ciclo seja aproveitado na
geração de energia elétrica, constrói-se uma barragem para represar a água.

Entre os possíveis impactos ambientais causados por essa construção, devem


ser destacados:

A) aumento do nível dos oceanos e chuva ácida.


B) chuva ácida e efeito estufa.
C) alagamentos e intensificação do efeito estufa.
D) alagamentos e desequilíbrio da fauna e da flora.
E) alteração do curso natural dos rios e poluição atmosférica.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Para resolver essa questão, é interessante lembrar a definição de impacto ambiental:
desequilíbrio provocado por um choque, um "trauma ecológico", causado tanto pela
ação do homem quanto por acidentes naturais. Veja que as alternativas apresentadas
apontam para problemas ambientais de alcance local e global. A chuva ácida, por
exemplo, é um problema local e ocorre mais freqüentemente em regiões
industrializadas, ou seja, em grandes centros urbanos, como vem se percebendo nos
EUA, no Canadá, em países da Europa e outras nações altamente industrializadas. Uma
questão global é o efeito estufa, que preocupa principalmente devido ao aumento na
temperatura do planeta e conseqüente descongelamento das calotas polares, o que
pode elevar o nível dos mares. No caso de barragens para represar a água, os danos
são locais. Uma das principais conseqüências da construção de barragens é a
inundação de várias áreas de mata, o que pode provocar um desequilíbrio nos
ecossistemas por causa da diminuição e até a extinção de algumas espécies vegetais e
animais.
Com base nessas informações, a única alternativa que pode ser considerada correta é
a d.

Autor: Professora Paula Jacomini

COMENTÁRIO DO INEP
Os participantes deveriam reconhecer os efeitos ambientais decorrentes do alagamento
e formação de barragens para a construção de uma usina hidrelétrica, dentre um
conjunto apresentado como resultante dessa construção. Entre todos os aspectos
citados, apenas o alagamento de grandes áreas, a alteração do curso natural dos rios e
o conseqüente desequilíbrio da fauna e flora representam possíveis impactos
ambientais de hidrelétricas. Uma nítida maioria (61%) soube selecionar os efeitos mais
plausíveis, escolhendo a alternativa correta. Observa-se uma atração pela alternativa
E, possivelmente porque sua redação começava por uma assertiva também plausível -
alteração do curso do rio - mas, complementada por uma afirmação incorreta sobre
poluição atmosférica.

Questão 24 - Habilidade 19

“Casa que não entra sol, entra médico.” Esse antigo ditado reforça a importância de,
ao construirmos casas, darmos orientações adequadas aos dormitórios, de forma a
garantir o máximo conforto térmico e salubridade. Assim, confrontando casas
construídas em Lisboa (ao norte do Trópico de Câncer) e em Curitiba (ao sul do Trópico
de Capricórnio), para garantir a necessária luz do sol, as janelas dos quartos não
devem estar voltadas, respectivamente, para os pontos cardeais:

A) norte/sul.
B) sul/norte.
C) leste/oeste.
D) oeste/leste.
E) oeste/oeste.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Essa é fácil, e você achará a resposta rapidamente fazendo um desenho da Terra com o
traçado do Equador, do Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte, e do Trópico de
Capricórnio, no Hemisfério Sul. Lembre-se de posicionar as casas de frente o Sol, que
tem seu deslocamento aparente aproximadamente sobre a Linha do Equador, sem
esquecer a inclinação do eixo de rotação da Terra. Fique atento: a pergunta refere-se
ao lado em que elas NÃO devem estar posicionadas.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
A solução para o problema proposto nessa questão requeria a utilização de referenciais
de orientação com base na posição do sol; em outras palavras, o relacionamento da
posição do sol com os pontos cardeais em hemisférios diferentes. Apenas 40% dos
participantes mostraram tal compreensão. A escolha da alternativa B por 19% dos
participantes demonstra possivelmente que eles não consideraram a posição das casas
em hemisférios diferentes. A escolha das alternativas C, D e E indicam, provavelmente,
a dificuldade de imaginar a trajetória aparente do sol no firmamento.

Questão 25 - Habilidade 1

João deseja comprar um carro cujo preço à vista, com todos os descontos possíveis, é
de R$ 21.000,00, e esse valor não será reajustado nos próximos meses.
Ele tem R$ 20.000,00, que podem ser aplicados a uma taxa de juros compostos de 2%
ao mês, e escolhe deixar todo o seu dinheiro aplicado até que o montante atinja o
valor do carro.
Para ter o carro, João deverá esperar:

A) dois meses, e terá a quantia exata.


B) três meses, e terá a quantia exata.
C) três meses, e ainda sobrarão, aproximadamente, R$ 225,00.
D) quatro meses, e terá a quantia exata.
E) quatro meses, e ainda sobrarão, aproximadamente, R$ 430,00.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Como o preço vai se manter estável nos próximos meses, o mais razoável, em
princípio, é aplicar o capital de R$ 20.000,00 até que se atinja o valor do carro.
O cálculo dos juros compostos será feito manualmente, pois não é permitido o uso de
calculadora.
Lembrando que montante (M) é igual ao capital (C) acrescido dos juros (J), ter-se-á
após o primeiro mês:
M = 20.000 + 20.000 x 2% = 20.000 + 400 = 20.400
Ao final do segundo mês:
M = 20.400 + 20.400 x 2% = 20.400 + 408 = 20.808
Ao término do terceiro mês:
M = 20.808 + 20.808 x 2% = 20.808 + 416,16 = 21.224,16
Assim, a alternativa c é a correta.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver corretamente o problema proposto nessa questão o participante deveria
converter a linguagem do texto para a linguagem matemática, aplicando o conceito de
juros compostos para, identificar e utilizar os algoritmos adequados para a solução do
problema. A maioria significativa de 65% dos participantes escolheu a alternativa
correta. A escolha por qualquer dos distratores não permite inferir as causas prováveis
do erro cometido.

Questão 26 - Habilidade 12

A tabela abaixo apresenta algumas das principais causas de mortes no Brasil,


distribuídas por região.

São conhecidas ainda as seguintes informações sobre as causas de óbitos:

• A dificuldade na obtenção de informações, a falta de notificação e o acesso


precário aos serviços de saúde são fatores relevantes na contabilização dos
óbitos por causas mal definidas.
• O aumento da esperança de vida faz com que haja cada vez mais pessoas com
maiores chances de desenvolver algum tipo de câncer.
• As mortes por doenças do aparelho respiratório estão estreitamente associadas
à poluição nos grandes centros urbanos.
• Os acidentes de trânsito e os assassinatos representam a quase totalidade
das mortes por causas externas.
• A região Norte é a única que apresenta todas as taxas por 10.000
habitantes abaixo da taxa média brasileira.

Levando em consideração essas informações e o panorama social, econômico e


ambiental do Brasil, pode-se concluir que as regiões K, X, W, Y e Z da tabela
indicam, respectivamente, as regiões:
A) Sul, Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
B) Centro-Oeste, Sudeste, Norte, Nordeste e Sul.
C) Centro-Oeste, Nordeste, Norte, Sul e Sudeste.
D) Norte, Nordeste, Sul, Centro-Oeste e Sudeste.
E) Norte, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Essa questão requer muita atenção, pois você deverá associar alguns aspectos da
região com as causas de morte mais comuns. Observe a tabela e analise as
alternativas por eliminação.
Alternativa a: aponta a Região Sul como a região K, o que é improvável, pois o grande
número de óbitos por causas mal definidas não corresponde à realidade do Sul do país.
Esse tipo de morte é mais comum nas regiões mais pobres do Brasil. Assim, essa
opção pode ser descartada.

Alternativa b: aponta a Região Centro-Oeste como a região K, que possui maior


número de óbitos por causas externas (acidentes e violência). A alternativa parece
correta, considerando que essa é uma região que concentra aglomerados urbanos
expressivos. No entanto, na seqüência, aponta a Região Sudeste como sendo a região
X, que tem maior número de mortes por causas mal definidas. Isso não é verdadeiro,
uma vez que isso a caracterizaria como uma região mais pobre. Na Região Sudeste, é
mais comum a morte por doenças respiratórias, pois ela concentra grandes
aglomerados urbanos com forte poluição atmosférica. Portanto, essa alternativa
também pode ser descartada.

Alternativa c: aponta a Região Centro-Oeste como a região K, que possui maior


número de óbitos por causas externas (acidentes e violência). Já vimos que isso é
correto. Em segundo e terceiro lugares, aponta as Regiões Nordeste e Norte como as
regiões X e W, respectivamente, que possuem o maior número de mortes por causas
mal definidas, o que também é correto, pois o número elevado desse tipo de morte,
em relação às outras regiões, revela que são regiões mais pobres, onde provavelmente
é mais difícil obter informações e onde o acesso aos serviços de saúde é precário. A
alternativa ainda aponta a Região Sul e Sudeste como as regiões Y e Z,
respectivamente. Isso parece correto, uma vez que a população da Região Sul possui
expectativa de vida maior que a das outras regiões, fato que favorece o aparecimento
de alguns tipos de câncer. Além disso, a Região Sudeste tem temperaturas baixas no
inverno e poluição urbana intensa, deixando a população mais suscetível às doenças
respiratórias. Dessa forma, na alternativa c está mais bem tipificada a associação dos
óbitos às características regionais.

As alternativas d e e não podem estar corretas, pois apontam inicialmente a Região


Norte como sendo a região K, o que é infundado, pois a morte por causas externas
(acidentes e violência) é mais comum nos grandes aglomerados urbanos.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver a situação-problema proposta nessa questão o participante deveria
mostrar ser capaz de organizar os dados e as informações da tabela e, com seus
conhecimentos, associá-los corretamente para identificar as regiões brasileiras,
segundo as taxas de mortalidade atribuídas à causas mal definidas ou relacionadas à
qualidade de vida ou à saúde. A resolução do problema exigiu atenção na leitura e
estrita aplicação das informações para identificar corretamente a região W como sendo
a Norte, pois é a única que apresenta todos os indicadores com valores abaixo dos
indicadores do país como um todo. Simultaneamente, deveriam considerar que os
habitantes da região Sudeste, vivendo em sua maior parte nas maiores metrópoles
nacionais, estão mais sujeitos à poluição, aos acidentes de trânsito e aos assassinatos
do que o conjunto de habitantes das demais regiões, ainda que seguidos de perto
pelos habitantes da Região Sul. Mais da metade (52%) dos participantes chegou a
essas conclusões e optou pela alternativa correta. O distrator D, escolhido por 19% dos
participantes, posiciona corretamente a região sudeste mas, por exemplo, indica 'K'
como região Norte.

Questão 27 - Habilidade 10

O gráfico abaixo representa a evolução da quantidade de oxigênio na atmosfera


no curso dos tempos geológicos. O número 100 sugere a quantidade atual de
oxigênio na atmosfera, e os demais valores indicam diferentes porcentagens
dessa quantidade.

De acordo com o gráfico é correto afirmar que:

A) as primeiras formas de vida surgiram na ausência de O2.


B) a atmosfera primitiva apresentava 1% de teor de oxigênio.
C) após o início da fotossíntese, o teor de oxigênio na atmosfera mantém-se estável.
D) desde o Pré-cambriano, a atmosfera mantém os mesmos níveis de teor de oxigênio.
E) na escala evolutiva da vida, quando surgiram os anfíbios, o teor de oxigênio
atmosférico já se havia estabilizado.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Essa questão está centrada na relação entre a quantidade de oxigênio na atmosfera e
o surgimento da vida no planeta. Você ficará mais à vontade para solucioná-la se
lembrar que as primeiras formas de vida que surgiram no planeta eram anaeróbias
(seres que não necessitam de oxigênio para sobreviver). Observe o gráfico e veja que
o aparecimento de vida não dependia do oxigênio existente. Com o passar do tempo,
ocorreram mudanças na atmosfera (aumento da quantidade de oxigênio) e algumas
espécies se adaptaram às novas condições do ambiente terrestre.

Autor:

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão apresenta, em uma escala de tempo geológica, a evolução da
concentração de oxigênio na atmosfera terrestre. O gráfico explicita que o surgimento
da vida transformou a atmosfera: o oxigênio passa a estar presente e ter uma
concentração crescente a partir somente do surgimento da vida. Dessa forma, supõe-
se que os primeiros seres vivos, produtores de oxigênio molecular, desenvolveram-se
em atmosfera sem esse elemento, ou seja, o oxigênio atmosférico, hoje essencial à
vida é resultado de vida, não causa primeira. A solução para o problema proposto
requeria que o participante analisasse a coerência entre as várias alternativas
apresentadas e as informações contidas no gráfico. Pouco mais da metade dos
participantes (51%) escolheu a alternativa correta, e um quinto deles foi atraído pela
idéia, expressa pela alternativa E, de que o surgimento dos anfíbios já encontrou a
atmosfera estabilizada em termos de seu teor de oxigênio.

Questão 28 - Habilidade 10

Os fluxos migratórios humanos, representados nos mapas abaixo, mais do que


um deslocamento espacial podem significar uma mudança de condição social.

Fonte: Adaptado de SANTOS, Regina Bega. Migrações no Brasil.


São Paulo: Scipione, 1994.

Analisando-se os mapas, pode-se afirmar que essa mudança ocorreu com:

A) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para São Paulo nas décadas de 50 e
de 60, transformando-se em operários do setor industrial.
B) agricultores sulistas, que migraram para o centro-oeste na década de 60,
transformando-se em empresários da mineração.
C) trabalhadores rurais nordestinos, que migraram para a Amazônia na década de 60,
transformando-se em grandes proprietários de terras.
D) moradores das periferias das grandes cidades, que migraram para o interior do país
na década de 70 atraídos pelas oportunidades de emprego nas reservas
extrativistas.
E) pequenos proprietários rurais nordestinos que, na década de 70, migraram para São
Paulo para trabalhar como bóias-frias na colheita de café.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Essa questão é um pouco confusa, pois é impossível respondê-la através da análise dos
mapas de fluxos migratórios apresentados.
As alternativas estão relacionadas à situação desses imigrantes após a sua chegada ao
local de destino, fato não representado nos mapas. Portanto, você deve se basear no
seu conhecimento sobre as migrações internas no Brasil para chegar à resposta
correta.
Você deve saber que as correntes migratórias inter-regionais no país se intensificaram
a partir da modernização brasileira, iniciada na década de 50. A necessidade de mão-
de-obra barata para a construção de São Paulo atraiu imigrantes nordestinos, que se
tornaram operários do setor industrial ou foram trabalhar na construção civil, como
aponta a alternativa a.
Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver o problema proposto nessa questão o participante deveria demonstrar
conhecimentos básicos dos principais fatores responsáveis pelas migrações humanas
no Brasil, no período de 1950 a 1980 e ser capaz de relacioná-los com as correntes
migratórias representadas nos mapas. Cerca da metade (49%) dos participantes
assinalou a alternativa que apresenta as relações corretas. A escolha dos distratores D
e E, que juntos somam 40% das opções, revela possivelmente o desconhecimento dos
fatores de migração nos períodos considerados.

Questão 29 - Habilidade 18

O texto abaixo foi extraído de uma crônica de Machado de Assis e refere-se ao trabalho
de um escravo.

“Um dia começou a guerra do Paraguai e durou cinco anos, João repicava e dobrava,
dobrava e repicava pelos mortos e pelas vitórias. Quando se decretou o ventre livre
dos escravos, João é que repicou. Quando se fez a abolição completa, quem repicou foi
João. Um dia proclamou-se a República. João repicou por ela, repicaria pelo Império,
se o Império retornasse.”
(MACHADO, Assis de. Crônica sobre a morte do escravo João , 1897)

A leitura do texto permite afirmar que o sineiro João:

A) por ser escravo tocava os sinos, às escondidas, quando ocorriam fatos ligados à
Abolição.
B) não poderia tocar os sinos pelo retorno do Império, visto que era escravo.
C) tocou os sinos pela República, proclamada pelos abolicionistas que vieram libertá-lo.
D) tocava os sinos quando ocorriam fatos marcantes porque era costume fazê-lo.
E) tocou os sinos pelo retorno do Império, comemorando a volta da Princesa Isabel.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Essa é uma questão de resposta rápida. Trata-se de interpretação de texto, e quem já
acumula alguma bagagem de leitura não encontrará dificuldade para encontrar a
resposta.
Um sineiro é a pessoa responsável pelo dobre, pelo repicar, pelo bater dos sinos.
Assim, o velho João dobrava os sinos sempre que surgiam notícias novas e
importantes.
As outras alternativas fogem totalmente à realidade: a Guerra do Paraguai não está
diretamente ligada à libertação dos escravos e, portanto, a primeira alternativa é falsa.
O Império não retornou: alternativas b e e estão fora. O escravo sineiro era indiferente
aos eventos políticos e tocaria os sinos para anunciar qualquer fato importante, bom
ou ruim para ele. A alternativa c aponta vontade ou desejo do escravo, justamente
aquilo que o texto demonstra não existir. O velho escravo João era quase um autômato
que tocava, repicava e dobrava os sinos mecanicamente.

Autor: Professora Priscila Grahl - História

COMENTÁRIO DO INEP
A resolução da questão requeria que o participante vinculasse a idéia cíclica da
repetição de um gesto (tocar o sino) com a indiferença do personagem machadiano
frente às transformações políticas que não alteravam o cotidiano do escravo ou do
homem livre pobre. A maioria de 63% dos participantes assinalou a alternativa correta
e,16% deles optaram pela alternativa C provavelmente porque, vincularam o tocar dos
sinos com a vitória dos abolicionistas, valorizando o significado da abolição para o
sineiro escravo, fazendo uma leitura desatenta do texto.

Questão 30 - Habilidade 1

Uma garrafa de vidro e uma lata de alumínio, cada uma contendo 330 mL de
refrigerante, são mantidas em um refrigerador pelo mesmo longo período de tempo.
Ao retirá-las do refrigerador com as mãos desprotegidas, tem-se a sensação de que a
lata está mais fria que a garrafa.

É correto afirmar que:

A) a lata está realmente mais fria, pois a capacidade calorífica da garrafa é maior que a
da lata.
B) a lata está de fato menos fria que a garrafa, pois o vidro possui condutividade
menor que o alumínio.
C) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, possuem a mesma condutividade
térmica, e a sensação deve-se à diferença nos calores específicos.
D) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a
condutividade térmica do alumínio ser maior que a do vidro.
E) a garrafa e a lata estão à mesma temperatura, e a sensação é devida ao fato de a
condutividade térmica do vidro ser maior que a do alumínio.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Conceito envolvido: transferência de calor
Como estavam na geladeira, ambas as garrafas apresentavam a mesma temperatura,
pois estavam em equilíbrio térmico. A sensação de frio ao segurar qualquer um dos
recipientes se deve à maior ou menor rapidez com que nossa mão, com maior
temperatura, cede calor para o recipiente ao tocá-lo - quanto mais rápida a
transferência, maior a sensação de frio. Essa rapidez é função da condutividade
térmica do recipiente, maior nos metais que no vidro - daí a sensação de que a lata
está mais fria.
Análise das alternativas (resolução por eliminação):
A) estão ambas, garrafa e lata, à mesma temperatura no interior da geladeira.
B) estão ambas, garrafa e lata, à mesma temperatura no interior da geladeira.
C) elas realmente estão à mesma temperatura, mas não possuem a mesma
condutividade térmica, que é a responsável pela sensação térmica.
D) essa é a proposição correta.
E) a condutividade térmica do vidro é menor que a do alumínio, ao contrário do que se
afirma.

Autor: Professor Bohdan Metchko Junior - Física

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver o problema proposto nessa questão, o participante deveria mostrar ser
capaz de selecionar as variáveis relevantes que podem explicar o fenômeno descrito
pela sensação da lata parecer mais fria que a garrafa, a saber, temperatura e
condutividade térmica de diferentes materiais. Mais da metade (66%) dos
participantes assinalou a alternativa correta e, possivelmente, a escolha dos distratores
pode ser entendida como compreensão errada da condutividade térmica do alumínio e
do vidro.

Questão 31 - Habilidade 12

Em 1999, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento elaborou o


“Relatório do Desenvolvimento Humano”, do qual foi extraído o trecho abaixo.
Nos últimos anos da década de 90, o quinto da população mundial
que vive nos países de renda mais elevada tinha:

• 86% do PIB mundial, enquanto o quinto de menor renda,


apenas 1%;
• 82% das exportações mundiais, enquanto o quinto de
menor renda, apenas 1%;
• 74% das linhas telefônicas mundiais, enquanto o quinto de
menor renda, apenas 1,5%;
• 93,3% das conexões com a Internet, enquanto o quinto de
menor renda, apenas 0,2%.

A distância da renda do quinto da população mundial que vive nos


países mais pobres - que era de 30 para 1, em 1960 — passou
para 60 para 1, em 1990, e chegou a 74 para 1, em 1997.
De acordo com
esse trecho do relatório, o cenário do desenvolvimento humano
mundial, nas últimas décadas, foi caracterizado pela:

A) diminuição da disparidade entre as nações.


B) diminuição da marginalização de países pobres.
C) inclusão progressiva de países no sistema produtivo.
D) crescente concentração de renda, recursos e riqueza.
E) distribuição eqüitativa dos resultados das inovações tecnológicas.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
O Índice de Desenvolvimento Humano é um indicador criado pela ONU para medir o
nível de bem-estar de uma população (país, estado ou município). Ele é resultado de
uma ponderação entre indicadores importantes de qualidade de vida, tais como:
longevidade, analfabetismo, renda, etc.
Veja atentamente o texto apresentado nessa questão e observe que ele valoriza os
países de maior renda, fazendo uma comparação com o quinto país de menor renda,
fato esse que expressa o distanciamento desses países, sobretudo em relação à
concentração de riqueza (renda e exploração de recursos), que é notável nos países
ricos, em detrimento à dependência econômica dos países pobres.
A parte do texto que dá a resposta da questão é a última frase, que indica que, de
1960 a 1997, a distância de renda passou de 30 para 1 para 74 para 1. Ou seja, os
mais ricos ganhavam 30 vezes mais que os mais pobres em 1960 e passaram a ganhar
74 vezes mais em 1997, um indicador de que a concentração de renda está crescendo
cada vez mais.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
A resolução dessa questão requeria que o participante interpretasse corretamente um
trecho de um relatório abordando a distribuição de renda, de bens e de serviços de
parcelas da população mundial, com os dados colocados de forma comparativa entre
os países mais ricos e os mais pobres. Os participantes deveriam mostrar a
compreensão das comparações estabelecidas para situá-las no quadro maior, do
desenvolvimento humano mundial. A interpretação correta do último parágrafo do
trecho citado, abordando a crescente distância de renda entre ricos e pobres, era
especialmente útil para responder corretamente a questão. A questão mostrou-se de
dificuldade mediana, com 58% dos participantes assinalando a alternativa correta. O
distrator B foi o menos escolhido, revelando, possivelmente, uma percepção comum à
maioria dos participantes: não há diminuição da marginalização dos países pobres.
Pode-se ainda supor que os mais de 40% que não optaram pela resposta correta, não
têm familiaridade com os conceitos envolvidos nas alternativas ou, ainda, não puderam
trabalhar adequadamente a comparação desses conceitos com os indicadores
expressos no texto, em linguagem corrente.

Questão 32 - Habilidade 19

O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem metafórica, a sociedade


contemporânea em relação aos seus hábitos alimentares.

“Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em
garrafa, na leiteria da esquina? (...)
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que
é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite – leite em
pacote, imagina, Tereza! – na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado, ou
pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e
o escambau. Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa:
‘Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais’. Um alimento pra
ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 anos. É o único alimento
só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo
serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora. Esse aqui
examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do
que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite.
Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!”

(FERNANDES, Millôr. O Estado de S. Paulo , 22 de agosto de 1999)

A crítica do autor é dirigida:

A) ao desconhecimento, pelas novas gerações, da importância do gado leiteiro para a


economia nacional.
B) à diminuição da produção de leite após o desenvolvimento de tecnologias que têm
substituído os produtos naturais por produtos artificiais.
C) à artificialização abusiva de alimentos tradicionais, com perda de critério para julgar
sua qualidade e sabor.
D) à permanência de hábitos alimentares a partir da revolução agrícola e da
domesticação de animais iniciada há 5.000 anos.
E) à importância dada ao pacote de leite para a conservação de um produto perecível e
que necessita de aperfeiçoamento tecnológico.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Resposta um tanto fácil. Como Millôr insiste tanto na mudança da composição do leite,
sempre retomando que há muitas coisas nele hoje que não havia quando ele era mais
jovem, fica fácil identificar a crítica à artificialização dos alimentos tradicionais. Para
reforçar a certeza, leiam-se as cinco últimas linhas: "Esse aqui examinando bem, é só
pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem serragem,
sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio. Depois o pessoal ainda
acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não
gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!"

Autor: Professora Luciane Prendin - Português

COMENTÁRIO DO INEP
Para responder à questão o participante deveria mostrar ser capaz de interpretar o
texto para inferir a intenção do autor em fazer uma crítica ao excesso de artificialização
de alimentos, usando em seu texto, o leite, um dos mais tradicionais. A significativa
maioria dos participantes (73%) conseguiu perceber a intenção do autor. As demais
respostas, possivelmente, revelam apenas uma compreensão literal do texto.

Questão 33 - Habilidade 18

O autor do texto abaixo critica, ainda que em linguagem metafórica, a sociedade


contemporânea em relação aos seus hábitos alimentares.

“Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a gente comprava leite em
garrafa, na leiteria da esquina? (...)
Mas vocês não se lembram de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que
é leite. Estou falando isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite – leite em
pacote, imagina, Tereza! – na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado, ou
pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi enriquecido e
o escambau. Será que isso é mesmo leite? No dicionário diz que leite é outra coisa:
‘Líquido branco, contendo água, proteína, açúcar e sais minerais’. Um alimento pra
ninguém botar defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 anos. É o único alimento
só alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve pra fazer outra fruta, o ovo
serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma ou bota fora. Esse aqui
examinando bem, é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do
que leite, tem serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda acha estranho que os meninos não gostem de leite.
Mas, como não gostam? Não gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú!”

(FERNANDES, Millôr. O Estado de S. Paulo , 22 de agosto de 1999)

A palavra embromatologia usada pelo autor é:

A) um termo científico que significa estudo dos bromatos.


B) uma composição do termo de gíria “embromação” (enganação) com bromatologia,
que é o estudo dos alimentos.
C) uma junção do termo de gíria “embromação” (enganação) com lactologia, que é o
estudo das embalagens para leite.
D) um neologismo da química orgânica que significa a técnica de retirar bromatos dos
laticínios.
E) uma corruptela de termo da agropecuária que significa a ordenha mecânica.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
É necessário para a resolução desta questão:
- perceber que o texto critica o exagerado uso de substâncias artificiais nos alimentos;
- conhecer o significado da gíria embromar e da palavra bromatologia.
Conhecendo esses significados, você elimina todas as alternativas erradas: a, c, d e e.
Você poderá ter dúvida quanto à alternativa c, que também será eliminada se souber o
significado da palavra lactologia, que é o estudo do leite e produtos lácteos e não das
embalagens para leite.
Nesta questão, são trabalhados os conceitos de interpretação de texto, formação de
palavras e conhecimentos gerais.

Autor: Professora Luciane Prendin - Português

COMENTÁRIO DO INEP
A resolução da questão requeria que o participante, ao ler o texto vinculasse o
significado de um termo de gíria - "embromação" - com o da palavra bromatologia. A
resposta correta exigia que o participante não abrisse mão do sabor picante contido na
linguagem metafórica, sabor vinculado ao conhecimento específico contido na palavra
bromatologia. Cerca da metade dos participantes (51%) optou pela alternativa correta
e, os 20% que escolheram a alternativa C, provavelmente associaram a referência feita
no texto à leite em pacote.

Questão 34 - Habilidade 16

O gráfico abaixo refere-se às variações das concentrações de poluentes na


atmosfera, no decorrer de um dia útil, em um grande centro urbano.

(Adaptado de NOVAIS, Vera. Ozônio: aliado ou inimigo.


São Paulo: Scipione,1998)

As seguintes explicações foram dadas para essas variações:


I- A concentração de NO diminui, e a de NO2 aumenta em razão da
conversão de NO em NO2.
II- A concentração de monóxido de carbono no ar está ligada à maior ou à
menor intensidade de tráfego.
III- Os veículos emitem óxidos de nitrogênio apenas nos horários de pico de
tráfego do período da manhã.
IV- Nos horários de maior insolação, parte do ozônio da estratosfera
difunde-se para camadas mais baixas da atmosfera.

Dessas explicações, são plausíveis somente:

A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) II e IV.
E) III e IV.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão está ligada a conhecimentos de óxidos da Química Inorgânica e à
interpretação de gráficos. Das questões ligadas à Química no Enem 2000, esta é a
mais difícil e não pode ser resolvida por eliminação. Vamos analisar as afirmações:
I - Afirmação correta. Olhando o gráfico, vemos que a concentração de NO sobe
rapidamente no início da manhã e cai logo em seguida, ao mesmo tempo em que a
concentração de NO2 aumenta. Isso indica que o NO formado reagiu com o oxigênio do
ar, convertendo-se em NO2. Embora esta afirmativa seja compatível com o que vemos
no gráfico, não é fácil para um aluno de ensino médio concluir se ela reflete o que
ocorre de fato.
II - Esta afirmativa é verdadeira e está condizente com o que o gráfico nos mostra,
pois vemos picos de concentração de CO no início da manhã e no final da tarde,
momentos de maior tráfego nas ruas.
III - Esta alternativa é falsa, pois basta olhar o gráfico para perceber que a
concentração de NO2 tem seu pico de manhã, mas se mantém elevada ao longo de
todo o dia.
IV - Falsa. Olhando o gráfico, vemos que há um aumento de concentração de ozônio
(O3) no período de maior insolação, com o pico acontecendo ao meio-dia. O que está
errado é a afirmação de que o ozônio vem da estratosfera. A migração do ozônio de
uma camada da atmosfera para outra é lenta e não se dá em questão de poucas horas.
Essa afirmação pode confundir o estudante, pois é compatível com o que vemos no
gráfico, mas é preciso conhecimento de uma informação extra para considerá-la
inválida.

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
A resposta correta a essa questão requeria do participante o conhecimento do
fenômeno da poluição atmosférica e a interpretação das variáveis que afetam esse
fenômeno cujo comportamento está descrito por um gráfico. Somente 27% do
participantes demonstraram possuir tais habilidades. No entanto, 46% deles
demonstraram apenas parcialmente esses conhecimentos, ainda que não tenham
conseguido interpretar a presença de ozônio na baixa camada atmosférica.

Questão 35 - Habilidade 20

Os textos abaixo relacionam-se a momentos distintos da nossa história.

“A integração regional é um instrumento fundamental para que um número


cada vez maior de países possa melhorar a sua inserção num mundo
globalizado, já que eleva o seu nível de competitividade, aumenta as trocas
comerciais, permite o aumento da produtividade, cria condições para um
maior crescimento econômico e favorece o aprofundamento dos processos
democráticos.
A integração regional e a globalização surgem assim como processos
complementares e vantajosos.”
( Declaração de Porto, VIII Cimeira Ibero-Americana, Porto, Portugal, 17 e 18 de
outubro de 1998)

“Um considerável número de mercadorias passou a ser produzido no Brasil,


substituindo o que não era possível ou era muito caro importar.
Foi assim que a crise econômica mundial e o encarecimento das importações
levaram o governo Vargas a criar as bases para o crescimento industrial
brasileiro.”
(POMAR, Wladimir. Era Vargas – a modernização conservadora)

É correto afirmar que as políticas econômicas mencionadas nos textos são:

A) opostas, pois, no primeiro texto, o centro das preocupações são as exportações e,


no segundo, as importações.
B) semelhantes, uma vez que ambos demonstram uma tendência protecionista.
C) diferentes, porque, para o primeiro texto, a questão central é a integração regional
e, para o segundo, a política de substituição de importações.
D) semelhantes, porque consideram a integração regional necessária ao
desenvolvimento econômico.
E) opostas, pois, para o primeiro texto, a globalização impede o aprofundamento
democrático e, para o segundo, a globalização é geradora da crise econômica.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão envolve conteúdos de História e Geografia e poderia ser resolvida por
interpretação de textos, exigindo, porém, o entendimento de alguns conceitos como
globalização e protecionismo. O primeiro texto destaca a importância da integração
regional como mecanismo para aumentar a competitividade do país no mercado
globalizado.
Já o segundo texto demonstra um processo iniciado na era Vargas e que até hoje é
largamente discutido no cenário nacional, a industrialização visando a substituir as
importações, processo pelo qual o país busca produzir internamente os produtos que
tem de adquirir no mercado internacional. A leitura atenta dos textos levaria facilmente
à resposta correta, letra c.

Autor: Professores Ederson e Priscila - História e Professor Julio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver a questão o participante deveria mostrar ser capaz de identificar os
pressupostos de dois textos cujos fundamentos são diferentes. Mais da metade dos
participantes, (56%) conseguiu compreender corretamente a diferença das posições
contidas nas citações. Os conhecimentos específicos sobre o período histórico,
especialmente da era Vargas poderiam auxiliar a compreensão de um dos textos, mas
não eram indispensáveis. Os 17% que optaram pela alternativa D provavelmente não
leram com atenção os enunciados, prendendo-se a uma idéia muito discutida
atualmente que é a da integração regional.

Questão 36 - Habilidade 11

O esquema abaixo representa os diversos meios em que se alimentam aves, de


diferentes espécies, que fazem ninho na mesma região.

Com base no esquema, uma classe de alunos procurou identificar a possível


existência de competição alimentar entre essas aves e concluiu que:

A) não há competição entre os quatro tipos de aves porque nem todas elas se
alimentam nos mesmos locais.
B) não há competição apenas entre as aves dos tipos 1, 2 e 4 porque retiram
alimentos de locais exclusivos.
C) há competição porque a ave do tipo 3 se alimenta em todos os lugares e, portanto,
compete com todas as demais.
D) há competição apenas entre as aves 2 e 4 porque retiram grande quantidade de
alimentos de um mesmo local.
E) não se pode afirmar se há competição entre as aves que se alimentam em uma
mesma região sem conhecer os tipos de alimento que consomem.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão trata da migração de algumas espécies de aves que fazem seus ninhos
numa mesma região. Com base no gráfico, podemos observar para onde essas aves se
movimentam depois que atingem uma certa idade,basaeada em diferentes ambientes.
Porém, não é citado o tipo de alimento específico de cada ave. Com base nisso, não se
pode afirmar que ocorra uma competição alimentar durante a nidificação, pois não há
nenhuma informação sobre a alimentação específica no enunciado ou no gráfico.
Portanto, a única alternativa que pode ser considerada correta é a alternativa e.

Autor: Professora Paula Jacomini - Biologia

COMENTÁRIO DO INEP
O enunciado e as alternativas dessa questão contrastaram os conceitos de habitat e de
nicho ecológico, expressos em linguagem gráfica e científica. O esquema mostra que
diferentes espécies de aves valem-se de áreas mais ou menos comuns para obtenção
de alimento, abrigo e reprodução; as alternativas são opções para uma interpretação
do esquema que responda à pergunta: há competição entre as aves? Para responder
corretamente o participante deveria avaliar os argumentos em relação à possibilidade
de competição alimentar entre as aves. Somente 37% dos participantes argumentaram
que não há, necessariamente, competição entre as aves, aceitando o pressuposto de
que os hábitos alimentares das aves e tipos de alimentos disponíveis nas regiões
podem ser diferentes. A alternativa C atraiu 46% dos participantes. O esquema
efetivamente permite visualizar a abrangência da ave tipo 3, que não só ocupa locais
comuns a outras aves como locais que estas não alcançam. Mas o enunciado dessa
alternativa afirma que há, obrigatoriamente, competição alimentar. Na verdade,
poderia haver competição desde que as aves dependessem do mesmo tipo de
alimento, o que não é explicitado.

Questão 37 - Habilidade 17

O ferro pode ser obtido a partir da hematita, minério rico em óxido de ferro, pela
reação com carvão e oxigênio. A tabela a seguir apresenta dados da análise de minério
de ferro (hematita) obtido de várias regiões da Serra de Carajás.

No processo de produção do ferro, dependendo do minério utilizado, forma-se mais ou


menos SO2, um gás que contribui para o aumento da acidez da chuva. Considerando
esse impacto ambiental e a quantidade de ferro produzida, pode-se afirmar que seria
mais conveniente o processamento do minério da(s) região(ões):

A) 1, apenas.
B) 2, apenas.
C) 3, apenas.
D) 1 e 3, apenas.
E) 2 e 3, apenas.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
A tabela mostra que o minério 3 libera muito menos dióxido de enxofre que os
minérios 1 e 2. O minério de ferro tem impurezas, entre elas substâncias que contêm
enxofre. Essas impurezas reagem com o oxigênio, produzindo SO2, da seguinte forma:

SO2 + 1/2O2 -> SO3


SO3 + H2O -> H2SO4

Observando a tabela, vemos que o minério 3 é o que menos contribui para a formação
de chuva ácida a partir do SO2. Porém, não é só essa informação que temos de levar
em conta. Não adianta nada o minério ser pobre em enxofre se não for rico em ferro e
é na região 2 que o minério tem a mais alta concentração de ferro. Qual região
escolher: a mais pobre em enxofre ou a mais rica em ferro? Vamos usar a regra de
três para fazer a escolha certa.

Região 2

68,1 t de ferro da região 2 geram 0,02 t de enxofre.


100 t de ferro da região 2 geram x t de enxofre.
x = 0,029 t de enxofre

Região 3

67,6 t de ferro da região 3 geram 0,003 t de enxofre.


100 t de ferro da região 3 geram x t de enxofre.
x = 0,0044 t de enxofre

Depois do cálculo, concluímos que quantidades iguais de ferro da região 2 e 3 geram


quantidades diferentes de compostos de enxofre. O minério que gera menos
compostos de enxofre é o da região 3.

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
O problema proposto requeria que o participante compreendesse as informações dadas
sobre aspectos ligados à produção do ferro e suas implicações ambientais e tomasse
decisões face às informações e aos dados contidos na tabela. Praticamente metade
(49%) dos participantes demonstrou possuir as habilidades solicitadas. As respostas às
alternativas incorretas não evidenciam aspectos passíveis de análise.

Questão 38 - Habilidade 17

O ferro pode ser obtido a partir da hematita, minério rico em óxido de ferro, pela
reação com carvão e oxigênio. A tabela a seguir apresenta dados da análise de minério
de ferro (hematita) obtido de várias regiões da Serra de Carajás.

No processo de produção do ferro, dependendo do minério utilizado, forma-se mais ou


menos SO2, um gás que contribui para o aumento da acidez da chuva. Considerando
esse impacto ambiental e a quantidade de ferro produzida, pode-se afirmar que seria
mais conveniente o processamento do minério da(s) região(ões):
A) 1,9.
B) 3,2.
C) 5,1.
D) 6,4.
E) 8,0.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão depende de conhecimentos de Química Inorgânica e cálculos químicos.
Para resolvê-la, bastam alguns cálculos, usando-se a regra de três.

Vamos começar calculando a quantidade de sílica presente em 200 t de minério da


região 1.
100 t de minério da região 1 contêm 0,97 t de sílica (informação disponível na tabela).
200 t de minério da região 1 contêm x t de sílica.
x = 1,94 t de sílica

Vamos para a segunda parte do cálculo. Precisamos remover 1,94 t de sílica do


minério. Usaremos, para isso, o calcário.
100 t de calcário removem 60 t de sílica (informação disponível no enunciado).
x t de sílica remove 1,94 t de sílica.
x = 3,2 t

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
Para responder corretamente essa questão, o participante deveria utilizar as
informações e dados contidos no enunciado e, com algoritmos simples, efetuar os
cálculos necessários para estimar a massa de calcário. Cerca de metade (49%) dos
participantes assinalou a resposta correta e as opções pelos distratores não evidencia
análises plausíveis.

Questão 39 - Habilidade 15

Um apostador tem três opções para participar de certa modalidade de jogo, que
consiste no sorteio aleatório de um número dentre dez.

1 a opção: comprar três números para um único sorteio.


2 a opção: comprar dois números para um sorteio e um número para um segundo
sorteio.
3 a opção: comprar um número para cada sorteio, num total de três sorteios.

Se X, Y, Z representam as probabilidades de o apostador ganhar algum prêmio,


escolhendo, respectivamente, a 1 a , a 2 a ou a 3 a opções, é correto afirmar que:

A) X < Y < Z.
B) X = Y = Z.
C) X >Y = Z.
D) X = Y > Z.
E) X > Y > Z.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esse exercício pode ser resolvido de duas maneiras. Você pode usar a lógica ou as
fórmulas. Nesse caso, como os cálculos não são longos, é melhor resolver pelo
segundo método.
Na primeira opção, temos um único sorteio, ou seja, evento. Nesse evento, o
apostador pode escolher três entre dez. A probabilidade, então, pode ser calculada
por:
P(3) = 3/10 = 0,3
Na segunda opção, temos dois sorteios, ou seja, dois eventos. Num deles, o apostador
escolhe dois números entre dez e, no outro, um entre dez. Como o apostador pode
ganhar em um ou no outro sorteio, temos uma união de probabilidades. A
probabilidade é calculada por:
P(1U2) = 2/10 + 1/10 - 2/100 = 0,28
Na terceira opção, temos três sorteios, ou seja, três eventos. Em cada um deles, o
apostador escolhe um número entre dez. Como ele pode ganhar em qualquer um dos
três sorteios, temos uma união de probabilidades. Essa probabilidade é calculada por:
P(AUBUC) = P(A) + P(B) + P(C) - P(A B) - P(A C) - P(B C) + P(A B C)
Ou seja:
P(1U2U3) = 1/10 + 1/10 + 1/10 - 1/100 - 1/100 - 1/100 + 1/1000 = 0,271
Com isso, temos que X>Y>Z.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP
O problema proposto requeria do candidato a compreensão do caráter aleatório da
situação descrita e o conhecimento básico de uma estimativa de probabilidade como o
quociente entre o número de situações favoráveis e o número total de possibilidades
de ocorrência do evento 'ganhar algum prêmio' aplicado a cada uma das opções
apresentadas. Cerca de 48% dos participantes mostraram ter essa compreensão; o
mesmo, possivelmente, não ocorreu para aqueles que optaram pelo distrator B, que
afirma serem iguais as probabilidades, quaisquer que sejam as opções.

Questão 40 - Habilidade 15

Um apostador tem três opções para participar de certa modalidade de jogo, que
consiste no sorteio aleatório de um número dentre dez.
1 a opção: comprar três números para um único sorteio.
2 a opção: comprar dois números para um sorteio e um número para um segundo
sorteio.
3 a opção: comprar um número para cada sorteio, num total de três sorteios.

Escolhendo a 2 a opção, a probabilidade de o apostador não ganhar em qualquer dos


sorteios é igual a:

A) 90%.
B) 81%.
C) 72%.
D) 70%.
E) 65%.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Como calculamos a probabilidade da segunda opção, no exercício anterior, basta agora
calcularmos a probabilidade do evento complementar. Ou seja, se tínhamos calculado a
possibilidade de ele ganhar, o evento complementar será a possibilidade de ele não
ganhar. Calculando esse evento, teremos:
P'(1U2) = 1 - 0,28 = 0,72
Em porcentagem, teremos 72%.
Para determinar o tipo de gráfico de uma função, temos que determinar primeiro o tipo
de função. Para isso, vamos aplicar a propriedade distributiva na função R(x), ou seja:
R(x) = kPx - kx²
Isso determina uma função do segundo grau. Como você deve saber, as funções do
segundo grau têm gráficos na forma de parábola. Com isso, basta determinar se a
concavidade da parábola é para cima ou para baixo. Como podemos fazer isso?
É bem simples. Basta ver o sinal do coeficiente de x². Como no nosso caso ele é
representado por -k, sendo k uma constante positiva, então esse coeficiente é
obrigatoriamente negativo. Ou seja, a concavidade da parábola é para cima.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP
O problema proposto requeria do candidato que, além de ter o conhecimento básico de
estimativa de uma probabilidade, deveria compreender o conceito de ocorrências
simultâneas e independência de eventos e os algoritmos para o cálculo de suas
probabilidades. Somente 16% dos participantes assinalaram a resposta correta e,
provavelmente, quem optou pelo distrator D, calculou a probabilidade de ganhar o
prêmio em um sorteio, somou com a probabilidade de ganhar o prêmio em um
segundo sorteio, subtraindo esse valor de 1, supondo estar trabalhando corretamente
com o complementar do evento considerado.

Questão 41 - Habilidade 2

Um boato tem um público-alvo e alastra-se com determinada rapidez. Em geral, essa


rapidez é diretamente proporcional ao número de pessoas desse público que conhecem
o boato e diretamente proporcional também ao número de pessoas que não o
conhecem. Em outras palavras, sendo R a rapidez de propagação, P o público-alvo e x
o número de pessoas que conhecem o boato, tem-se: R(x) = k.x.(P-x), onde k é uma
constante positiva característica do boato. O gráfico cartesiano que melhor representa
a função R(x), para x real, é:
A)

B)

C)

D)

E)

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Para determinar o tipo de gráfico de uma função, temos que determinar primeiro o tipo
de função. Para isso, vamos aplicar a propriedade distributiva na função R(x), ou seja:
R(x) = kPx - kx²
Isso determina uma função do segundo grau. Como você deve saber, as funções do
segundo grau têm gráficos na forma de parábola. Com isso, basta determinar se a
concavidade é para cima ou para baixo. Como podemos fazer isso?
É bem simples. Basta ver o sinal do coeficiente de x². Como no nosso caso ele é
representado por -k, sendo k uma constante positiva, então esse coeficiente é
obrigatoriamente negativo. Ou seja, a concavidade da parábola é para cima.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP

Essa questão requeria do candidato o conhecimento básico da representação de uma


função em um gráfico cartesiano, e da identificação da função dada no enunciado como
uma função quadrática. Apenas 32% dos participantes assinalaram a alternativa
correta. Provavelmente, quem optou pelo distrator A considerou a variável x discreta
como explicitada no texto, e não real, como solicitado na representação. Quem optou
por B, revelou, possivelmente, a não compreensão do comportamento da 'rapidez de
propagação de um boato' como foi descrito no enunciado.

Questão 42 - Habilidade 2

Um boato tem um público-alvo e alastra-se com determinada rapidez. Em geral, essa


rapidez é diretamente proporcional ao número de pessoas desse público que conhecem
o boato e diretamente proporcional também ao número de pessoas que não o
conhecem. Em outras palavras, sendo R a rapidez de propagação, P o público-alvo e x
o número de pessoas que conhecem o boato, tem-se: R(x) = k.x.(P-x), onde k é uma
constante positiva característica do boato.

Considerando o modelo acima descrito, se o público-alvo é de 44.000 pessoas,


então a máxima rapidez de propagação ocorrerá quando o boato for conhecido
por um número de pessoas igual a:

A) 11.000.
B) 22.000.
C) 33.000.
D) 38.000.
E) 44.000.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Se P = 44.000, então temos R(x) = 44.000kx - kx². Como podemos ver no gráfico
do exercício anterior, a maior rapidez de propagação R(x) estará no vértice da
parábola. Então, para determinar o número de pessoas que conheceriam o boato x,
temos que determinar o valor de Xv, ou seja:
Xv = -44.000k/-2k = 22.000
Nesta questão, é preciso prestar atenção para, na hora de calcular, não se confundir e
calcular yv em vez de xv, pois isso pode acontecer devido ao fato de o problema falar
em maior rapidez, ou seja, R(x).

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver esta questão, o candidato deveria aplicar corretamente o conceito de
velocidade ou o de valor máximo de uma função. Somente 36% dos participantes
assinalou a resposta correta. O distrator E foi escolhido, provavelmente, por quem
associou erroneamente máxima rapidez de propagação do boato com número máximo
de pessoas que conhecem o boato.

Questão 43 - Habilidade 14

Uma empresa de transporte armazena seu combustível em um reservatório


cilíndrico enterrado horizontalmente. Seu conteúdo é medido com uma vara
graduada em vinte intervalos, de modo que a distância entre duas graduações
consecutivas representa sempre o mesmo volume.
A ilustração que melhor representa a distribuição das graduações na vara é:
A)

B)

C)

D)

E)

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão você pode resolver simplesmente usando a lógica. Se você for encher o
reservatório com combustível, verá que o combustível subirá rapidamente no fundo
dele. A velocidade de subida será menor quando o nível do combustível se aproxima do
meio e volta a subir rapidamente quando o nível se aproxima do máximo. Por quê?
É simples. Isso ocorre porque a área da seção longitudinal do reservatório é máxima
no meio do galão e mínima no fundo e no topo do galão. O volume segue essa
proporção, ou seja, quanto mais próximo do centro, maior é o volume e,
conseqüentemente, mais lentamente o combustível sobe. Aí você se pergunta: mas o
que isso tem a ver com as divisões de vara?
Tudo, se queremos que a vara tenha divisões de maneira que, para cada intervalo,
tenhamos um mesmo volume. Temos que levar em conta a maneira como o
combustível sobe dentro do reservatório. Como o combustível sobe mais rapidamente
no fundo e no topo, a vara tem que ter divisões mais espaçadas nessas regiões. Já no
centro, a velocidade de subida é mais lenta, por isso as divisões podem ser mais
próximas. Com isso, determinamos que a graduação da vara tem que ser igual a da
alternativa I.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão requeria do participante o conhecimento do conceito básico de volume de
um sólido regular e do comportamento da variação de volume de seções horizontais de
um cilindro. Apenas 21% dos participantes optaram pela alternativa correta. A grande
atração (61%) pelo distrator C, provavelmente, deu-se pela identificação errônea da
frase do texto - 'a distância entre duas graduações consecutivas representa sempre o
mesmo volume' - e sua representação, com o comportamento da variação do volume.

Questão 44 - Habilidade 4

Em uma empresa, existe um galpão que precisa ser dividido em três depósitos e
um hall de entrada de 20 m 2 , conforme a figura abaixo. Os depósitos I, II e III
serão construídos para o armazenamento de, respectivamente, 90, 60 e 120
fardos de igual volume, e suas áreas devem ser proporcionais a essas
capacidades.

A largura do depósito III dever ser, em metros, igual a:

A) 1.
B) 2.
C) 3.
D) 4.
E) 5.
COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Você pode resolver esta questão de várias formas, mas em todas elas você terá que
observar a figura com atenção para não incorrer em erros. Olhando a figura, você vai
observar que o galpão tem 10 metros de comprimento por 11 metros de largura,
portanto, sua área será: 10 m x 11 m = 110 m2. Pela figura, você também sabe que
são reservados 20 m2 para o hall; então, para os depósitos sobram 90 m2.
Considerando que as áreas I, II e III sejam respectivamente e representadas pelas
variáveis x, y e z, podemos montar uma proporção considerando o tamanho de cada
depósito com o volume de fardos respectivamente. Assim x/90 = y/60 = z/120 =
90/270 = 1/3. Como nós só precisamos saber a largura do depósito III, basta resolver
a proporção do depósito III: z/120 = 1/3, logo, z = 40.
Considerando que o desenho do depósito é um retângulo, então a área do depósito III
= largura do depósito III x comprimento do depósito III. O comprimento do depósito
III, pela figura, é o mesmo do galpão, 10 m. Então, a largura será dada por área (40
m2) dividida por comprimento (10 m), o que é igual a 4m, que é a resposta procurada.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver o problema proposto o participante deveria utilizar os conceitos básicos
de proporcionalidade e de área, converter a linguagem do texto em linguagem
matemática e aplicar os algoritmos pertinentes. Cerca de metade (51%) dos
participantes assinalou a resposta correta. Os que optaram pelo distrator E,
provavelmente, tentaram obter a medida solicitada diretamente da figura.

Questão 45 - Habilidade 13

“O continente africano há muito tempo desafia os geólogos porque toda a sua


metade meridional, a que fica ao sul, ergue-se a mais de 1.000 metros sobre o
nível do mar. (...) Uma equipe de pesquisadores apresentou uma solução
desse desafio sugerindo a existência de um esguicho de lava subterrânea
empurrando o planalto africano de baixo para cima.”

(Adaptado de Revista Superinteressante.


São Paulo: Abril, novembro de 1998, p. 12)

Considerando a formação do relevo terrestre, é correto afirmar, com base no


texto, que a solução proposta é:

A) improvável, porque as formas do relevo terrestre não se modificam há milhões de


anos.
B) pouco fundamentada, pois as forças externas, como as chuvas e o vento, são as
principais responsáveis pelas formas de relevo.
C) plausível, pois as formas do relevo resultam da ação de forças internas e externas,
sendo importante avaliar os movimentos mais profundos no interior da Terra.
D) plausível, pois a mesma justificativa foi comprovada nas demais regiões da África.
E) injustificável, porque os movimentos mais profundos no interior da Terra não
interferem nos acidentes geográficos que aparecem na sua superfície.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Questão de fácil solução, é só lembrar a definição de relevo: conjunto de formas
apresentado pela litosfera. Essas formas são definidas pela estrutura geológica
combinada com as ações da dinâmica interna e externa da Terra. Você terá de
considerar a dinâmica da formação do relevo terrestre sob todos os aspectos. Não
esqueça que a formação do relevo se dá por influência interna e externa.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Ao assinalar a alternativa correta, a maioria significativa dos participantes (72%)
reconheceu a plausibilidade da hipótese apresentada no texto raiz e agregou um
argumento cientificamente aceitável. Deste modo, também demonstraram conhecer a
importância de fenômenos internos e externos à crosta terrestre para a formação dos
relevos. Pelo fato de B ter sido a alternativa incorreta mais escolhida, pode-se supor
que uma parcela significativa dos participantes desconhece que os processos terrestres
internos são fatores importantes na constituição do relevo.

Questão 46 - Habilidade 5

Em muitos jornais, encontramos charges, quadrinhos, ilustrações, inspirados


nos fatos noticiados. Veja um exemplo:

Jornal do Commercio , 22/8/93

O texto que se refere a uma situação semelhante à que inspirou a charge é:


A) Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela
– Foi poeta – sonhou – e amou na vida.

(AZEVEDO, Álvares de . Poesias escolhidas . Rio de Janeiro/Brasília: José Aguilar/INL,1971)

B) Essa cova em que estás


Com palmos medida,
é a conta menor
que tiraste em vida.
É de bom tamanho,
Nem largo nem fundo,
É a parte que te cabe
deste latifúndio.

(MELO NETO, João Cabral de. Morte e Vida Severina e outros poemas em voz alta . Rio de Janeiro: Sabiá, 1967)

C) Medir é a medida
mede
A terra, medo do homem, a lavra;
lavra
duro campo, muito cerco, vária várzea.

(CHAMIE, Mário. Sábado na hora da escutas. São Paulo: Summums, 1978)

D) Vou contar para vocês


um caso que sucedeu
na Paraíba do Norte
com um homem que se chamava
Pedro João Boa-Morte,
lavrador de Chapadinha:
talvez tenha morte boa
porque vida ele não tinha.

(GULLAR, Ferreira. Toda poesia . Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1983)

E) Trago-te flores, – restos arrancados


Da terra que nos viu passar
E ora mortos nos deixa e separados.

(ASSIS, Machado de. Obra completa . Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1986)

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão exige boa dose de reflexão. Antes de tudo, há que se notar que o título
"Demarcação das terras indígenas" está ligado ironicamente à figura das covas
comuns, anônimas (covas são as terras dos índios?). Procuramos, então, o trecho de
poema que sirva como legenda à figura apresentada, mantendo também a ironia da
relação. As alternativas a e e se descartam pelo lirismo romântico presente e, ainda
mais, pela presença, na a, de elementos que não estão no universo conceitual indígena
(cruz, poeta). A alternativa c não nos serve por estar tratando da dureza do trabalho
com a terra, o que não é o tema da charge. Já a d não é adequada por estar
introduzindo a discussão de fatos ocorridos na vida de um único homem,
provavelmente não-índio (até pelo nome João Boa-Morte). Fica-nos a alternativa b, que
bem poderia servir de legenda à charge; se pensarmos nos sangrentos conflitos entre
brancos e índios pela ocupação das terras indígenas demarcadas, nos quais os índios
geralmente levam a pior, então nos servem bem os versos que apresenta.

Autor: Professora Luciane Prendin - Português

COMENTÁRIO DO INEP
O alto índice de acerto (72 %) revelou a capacidade dos participantes de não só
contextualizar o problema em foco mas também de estabelecer relações de sentido
entre diferentes linguagens, ou seja, de lidar com a intertextualidade. As relações
incorretas que foram estabelecidas, possivelmente, são devidas mais à falta de
capacidade de contextualização do que de estabelecimento de relações temáticas.

Questão 47 - Habilidade 16

Um dos grandes problemas das regiões urbanas é o acúmulo de lixo sólido e sua
disposição. Há vários processos para a disposição do lixo, dentre eles o aterro
sanitário, o depósito a céu aberto e a incineração. Cada um deles apresenta vantagens
e desvantagens. Considere as seguintes vantagens de métodos de disposição do lixo:

I- diminuição do contato humano direto com o lixo;


II- produção de adubo para agricultura;
III- baixo custo operacional do processo;
IV- redução do volume de lixo.

A relação correta entre cada um dos processos para a disposição do lixo e as


vantagens apontadas é:

Aterro santitário| Depósito a céu aberto | Incineração

A) I - II - I
B) I - III - IV
C) II - IV - I
D) II - I - IV
E) III - II - I

COMENTÁRIO DO INEP
A situação-problema proposta nessa questão requeria do participante o conhecimento
das perturbações ambientais decorrentes do lixo e a tomada de decisões sobre
possíveis soluções. A significativa maioria de 70% dos participantes assinalou a
resposta correta. A opção pelos distratores não permite análises plausíveis dos erros.

Questão 48 - Habilidade 9

No Brasil, mais de 66 milhões de pessoas beneficiam-se hoje do


abastecimento de água fluoretada, medida que vem reduzindo, em cerca de
50%, a incidência de cáries. Ocorre, entretanto, que profissionais da saúde
muitas vezes prescrevem flúor oral ou complexos vitamínicos com flúor para
crianças ou gestantes, levando à ingestão exagerada da substância. O mesmo
ocorre com o uso abusivo de algumas marcas de água mineral que contêm
flúor. O excesso de flúor - fluorose - nos dentes pode ocasionar desde efeitos
estéticos até defeitos estruturais graves.
Foram registrados casos de fluorose tanto em cidades com água
fluoretada pelos poderes públicos como em outras, abastecidas por
lençóis freáticos que naturalmente contêm flúor.
(Adaptado da Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas - APCD,
vol. 53, nº.1, jan./fev. 1999)

Com base nesse texto, são feitas as afirmações abaixo.

I- A fluoretação da água é importante para a manutenção do esmalte dentário, porém


não pode ser excessiva.

II- Os lençóis freáticos citados contêm compostos de flúor, em concentrações


superiores às existentes na água tratada.

III- As pessoas que adquiriram fluorose podem ter utilizado outras fontes de flúor além
da água de abastecimento público, como, por exemplo, cremes dentais e vitaminas
com flúor.

Pode-se afirmar que, apenas:

A) I é correta.
B) II é correta.
C) III é correta.
D) I e III são corretas.
E) II e III são corretas.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
O flúor é benéfico à saúde, reduzindo a cárie dentária, um problema de saúde que
atinge mais de 95% da população. No entanto, o flúor deve ser ingerido na dosagem
correta, para que haja uma boa prevenção sem efeitos colaterais, causados por uma
hiperdosagem. Para fortalecer os dentes, o flúor deverá estar presente na saliva, para
assim ter um contato direto com os dentes, interferindo nos microrganismos
produtores da cárie e alterando os cristais do esmalte, tornando-os mais resistentes à
agressão da cárie.
O flúor pode ser ingerido através da água de consumo público e do sal de cozinha,
podendo ser adicionado também ao leite (geralmente nos programas alimentares das
escolas do ensino básico) sob a forma de comprimidos ou gotas. Essas formas são
chamadas de sistêmicas, pois têm um metabolismo próprio no organismo humano. O
flúor pode também ser usado localmente nos dentes por meio de cremes dentais
(pastas de dentes), bochechos na boca, aplicações tópicas realizadas por dentistas ou,
ainda, por vernizes fluoretados.

Autor: Professora Paula Jacomini - Biologia

COMENTÁRIO DO INEP
Nessa questão, a leitura do texto informava sobre o papel do flúor na prevenção de
cáries dentárias assim como dos possíveis efeitos danosos de seu uso em excesso. O
participante deveria, portanto, analisar as afirmações apresentadas do ponto de vista
de sua coerência com o texto. Assim, esperava-se que ele identificasse a fluorose
como o excesso de flúor, além de não confundir lençóis freáticos com água mineral. Um
percentual expressivo (68%) de participantes identificou corretamente a função do
flúor e as razões do excesso, e não houve atração significativa pelas alternativas
incorretas.

Questão 49 - Habilidade 9

No Brasil, mais de 66 milhões de pessoas beneficiam-se hoje do


abastecimento de água fluoretada, medida que vem reduzindo, em cerca de 50%, a
incidência de cáries. Ocorre, entretanto, que profissionais da saúde muitas vezes
prescrevem flúor oral ou complexos vitamínicos com flúor para crianças ou gestantes,
levando à ingestão exagerada da substância. O mesmo ocorre com o uso abusivo de
algumas marcas de água mineral que contêm flúor. O excesso de flúor - fluorose - nos
dentes pode ocasionar desde efeitos estéticos até defeitos estruturais graves.
Foram registrados casos de fluorose tanto em cidades com água
fluoretada pelos poderes públicos como em outras, abastecidas por
lençóis freáticos que naturalmente contêm flúor.

(Adaptado da Revista da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas - APCD,


vol. 53, nº.1, jan./fev. 1999)

Com base nesse texto, são feitas as afirmações abaixo.

I- A fluoretação da água é importante para a manutenção do esmalte dentário, porém


não pode ser excessiva.
II- Os lençóis freáticos citados contêm compostos de flúor, em concentrações
superiores às existentes na água tratada.
III- As pessoas que adquiriram fluorose podem ter utilizado outras fontes de flúor além
da água de abastecimento público, como, por exemplo, cremes dentais e vitaminas
com flúor.

Determinada Estação trata cerca de 30.000 litros de água por segundo. Para evitar
riscos de fluorose, a concentração máxima de fluoretos nessa água não deve exceder a
cerca de 1,5 miligrama por litro de água.

A quantidade máxima dessa espécie química que pode ser utilizada com segurança, no
volume de água tratada em uma hora, nessa Estação, é:

A) 1,5 kg.
B) 4,5 kg.
C) 96 kg.
D) 124 kg.
E) 162 kg.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Para resolver esta questão, usaremos alguns cálculos químicos.
O primeiro passo é calcular a quantidade de água tratada por hora na estação. Para
isso, usaremos a regra de três.
Em um segundo, a estação trata 30.000 litros de água.
Em 3.600 segundos (1 hora), a estação trata x litros.
x = 108.000.000 litros
Vamos calcular, em seguida, a quantidade máxima de fluoreto a ser adicionada à água
com a regra de três.
Em um litro de água, podemos adicionar até 1,5 mg de fluoreto.
Em 108.000.000 litros de água, podemos adicionar até x mg de fluoreto.
x = 162.000.000 mg de fluoreto.
Por último, vamos converter a unidade de mg para kg.
1 kg contém 1.000.000 mg
x kg contém 162.000.000 mg.
x = 162 kg.

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão trata da análise do uso de flúor na água, nesse caso, diferente da
questão 48, do ponto de vista quantitativo. A partir da concentração máxima de flúor
recomendável para a água tratada, o participante deveria obter, por proporcionalidade
direta, a quantidade de flúor a ser utilizada em uma estação de tratamento de água.
Mesmo em se tratando de operação direta de proporcionalidade, (regra de três),
menos de um terço dos participantes (31%) fez a opção correta. Possivelmente a
causa de alguma dificuldade poderia ser explicada pela necessidade de efetuar uma
conversão de segundo em hora, ao se considerar o intervalo de tempo solicitado, o que
pode não ter sido percebido até por possível superficialidade na leitura do enunciado.
Uma indicação de que isto pode ter ocorrido é a incidência relativamente alta (29%) na
alternativa B que corresponde a uma simples e equivocada multiplicação entre os
números presentes no enunciado da questão.

Questão 50 - Habilidade 17

O esquema ilustra o processo de obtenção do álcool etílico a partir da cana-de-açúcar.

Em 1996, foram produzidos no Brasil 12 bilhões de litros de álcool. A


quantidade de cana-de-açúcar, em toneladas, que teve de ser colhida para
esse fim foi aproximadamente

A) 1,7 x 10 8.
B) 1,2 x 10 9.
C) 1,7 x 10 9.
D) 1,2 x 10 10.
E) 7,0 x 10 10.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão trata de cálculos químicos. Embora ela nos forneça inúmeras informações
sobre a produção do álcool de cana, bastam duas delas para a sua resolução. Só
precisamos saber que a partir de 1 tonelada de cana obtemos 70 litros de álcool.
Concluímos isso facilmente, observando o fluxograma de produção do álcool. O cálculo
se resume a uma regra de três.
70 litros de álcool são produzidos a partir de 1 tonelada de cana.
12.000.000.000 litros de álcool são produzidos a partir de x toneladas de cana.
x = 171.428.571 toneladas de cana
Escrevendo em notação científica, temos: 1,71 . 108 t

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
A resolução do problema proposto requeria do participante a utilização de raciocínio
envolvendo proporcionalidade e a realização de cálculos ligados à produção de álcool
no Brasil, com dados fornecidos pelo esquema e pelo texto . Tal como na questão 49,
esses cálculos envolviam a conversão de unidades (nesse caso, kg para t). Apenas
37% dos participantes assinalaram a alternativa correta para a solução de um
problema que envolve somente conceitos básicos para o nível de escolaridade dos
participantes.

Questão 51 - Habilidade 8

Para compreender o processo de exploração e o consumo dos recursos petrolíferos, é


fundamental conhecer a gênese e o processo de formação do petróleo descritos no
texto abaixo.

“O petróleo é um combustível fóssil, originado provavelmente de restos de


vida aquática acumulados no fundo dos oceanos primitivos e cobertos por
sedimentos. O tempo e a pressão do sedimento sobre o material
depositado no fundo do mar transformaram esses restos em massas
viscosas de coloração negra denominadas jazidas de petróleo.”
(Adaptado de TUNDISI. Usos de energia . São Paulo: Atual Editora, 1991)

As informações do texto permitem afirmar que:

A) o petróleo é um recurso energético renovável a curto prazo, em razão de sua


constante formação geológica.
B) a exploração de petróleo é realizada apenas em áreas marinhas.
C) a extração e o aproveitamento do petróleo são atividades não poluentes dada sua
origem natural.
D) o petróleo é um recurso energético distribuído homogeneamente, em todas as
regiões, independentemente da sua origem.
E) o petróleo é um recurso não renovável a curto prazo, explorado em áreas
continentais de origem marinha ou em áreas submarinas.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
A alternativa correta é a letra e, pois o petróleo é um combustível fóssil que resulta da
transformação sofrida por matérias orgânicas (restos de animais e vegetais) que se
depositam em bacias sedimentares e sofrem a ação de altas temperaturas e grandes
pressões ao longo de milhões de anos. Dessa forma, ele não é um recurso renovável.
Na atualidade, esse combustível é um dos mais importantes para a humanidade e a
velocidade de seu consumo poderá levar ao esgotamento de suas reservas em menos
de um século. Por isso, muitas nações estão engajadas no desenvolvimento de novas
alternativas energéticas para evitar uma crise mundial.

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
Para resolver o problema proposto nessa questão, o participante deveria identificar, no
texto apresentado, os aspectos correspondentes ao processo de formação do petróleo
e reconhecê-lo como uma fonte de energia não renovável a curto prazo, uma vez que
sua formação requer um longo intervalo de tempo, além de identificar sua origem em
'restos de vida aquática acumulados em oceanos primitivos'. Da mesma forma, a
análise das várias alternativas deveria levar o participante a desconsiderar outros
aspectos relativos ao petróleo não mencionados no texto. Mais de três quartos dos
participantes (77%) assinalaram a alternativa correta.. Nenhuma outra alternativa
ofereceu qualquer atração significativa.
Questão 52 - Habilidade 21

O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de


uma determinada corrente de pensamento.

“Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é


senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém
sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu
império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao
que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a
utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão
de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem
igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da eqüidade e da justiça, o
proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito
arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que,
embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão
que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já
unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da
liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.”

( Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991)

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de


justificar:

A) a existência do governo como um poder oriundo da natureza.


B) a origem do governo como uma propriedade do rei.
C) o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana.
D) a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos.
E) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
A questão foi elaborada a partir do pensamento do filósofo iluminista John Locke a
respeito da existência do Estado. Locke justificou a formação do Estado como defensor
de alguns direitos naturais do homem (entre eles à vida, à liberdade e à propriedade),
idéia que está exposta de forma mais clara na 15.ª linha do texto. A partir dessa
observação e de uma leitura atenta das questões propostas, a única alternativa que
contém as principais idéias do autor é a letra d.
Poderíamos chegar à resposta, também, resumindo suas idéias: se o homem em
estado de natureza não consegue usufruir dos bens que conquista por não haver em
todos a noção de o que pertence a cada um (da 5.ª a 10.ª linha), então é necessário
que, em grupo, estabeleça regras para a convivência (ou seja, estabeleça um
governo). Leiam-se as últimas quatro linhas "...não é sem razão que procura de boa
vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-
se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de
propriedade."
Outra dica de resolução, para os bem observadores, seria notar que as alternativas b e
c falam da monarquia, que nem é citada no texto. A alternativa e contradiz a idéia
central do texto; a alternativa a também contradiz o que o texto expõe - que o poder
não é oriundo da natureza, mas que deve ser criado pelos homens para regulamentar
sua liberdade e seus direitos (estes sim, componentes do estado de natureza).

Autor: Professora Priscila Grahl - História

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão requeria do participante o estabelecimento da relação entre as teses de
John Locke, autor do texto raiz, e os argumentos oferecidos nas alternativas para
sustentá-las. Apenas 45% dos participantes estabeleceram a relação correta. As
alternativas C e E, restritas às idéias questionadas por Locke, atraíram,
respectivamente, 19% e 21% dos participantes, o que, possivelmente, indica alguma
dificuldade de trabalhar com a leitura do texto argumentativo e de perceber o
encaminhamento da crítica do autor às liberdades individuais e ao absolutismo
monárquico.

Questão 53 - Habilidade 20

O texto abaixo, de John Locke (1632-1704), revela algumas características de uma


determinada corrente de pensamento.

“Se o homem no estado de natureza é tão livre, conforme dissemos, se é


senhor absoluto da sua própria pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém
sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu
império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao
que é óbvio responder que, embora no estado de natureza tenha tal direito, a
utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão
de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem
igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da eqüidade e da justiça, o
proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito
arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que,
embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão
que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já
unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da
liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.”

( Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991)


Analisando o texto, podemos concluir que se trata de um pensamento:

A) do liberalismo.
B) do socialismo utópico.
C) do absolutismo monárquico.
D) do socialismo científico.
E) do anarquismo.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Para resolver esta questão, é necessário conhecer um pouco da história e das idéias do
autor do texto acima, o filósofo e político inglês John Locke. Como você estudou, Locke
foi um dos precursores do Iluminismo e é considerado o pai do liberalismo político, pois
formulou a teoria do Estado liberal e da propriedade privada. Tendo isso em mente, a
única alternativa correta é a da letra a, liberalismo.

Autor: Professores Ederson e Priscila - História

COMENTÁRIO DO INEP
A resposta correta para o problema proposto requeria do participante uma leitura
atenta do texto e seu conhecimento, básico, das características do liberalismo. Apenas
39% dos participantes assinalaram a alternativa correta. A dificuldade de inúmeros
participantes, expressa pelos percentuais de opção pelos distratores, provavelmente
encontra sua justificativa na forma aparentemente ambígua com que se apresenta a
reflexão do autor do texto
Questão 54 - Habilidade 3

O suco extraído do repolho roxo pode ser utilizado como indicador do caráter
ácido (pH entre 0 e 7) ou básico (pH entre 7 e 14) de diferentes soluções.
Misturando-se um pouco de suco de repolho e da solução, a mistura passa a
apresentar diferentes cores, segundo sua natureza ácida ou básica, de acordo
com a escala abaixo.

Algumas soluções foram testadas com esse indicador, produzindo os seguintes


resultados:

De acordo com esses resultados, as soluções I , II , III e IV têm,


respectivamente, caráter:

A) ácido/básico/básico/ácido.
B) ácido/básico/ácido/básico.
C) básico/ácido/básico/ácido.
D) ácido/ácido/básico/básico.
E) básico/básico/ácido/ácido.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão sobre indicadores químicos está ligada à Química Inorgânica e ao estudo
dos ácidos e bases. Mesmo que o estudante não conheça os conteúdos ligados à
questão, ele pode resolvê-la lendo com atenção o enunciado e usando o bom senso.
Substâncias ácidas tem pH entre 0 e 7 e substâncias básicas, entre 7 e 14. Basta
observar a escala do indicador no enunciado para concluir que, quando o indicador fica
vermelho ou rosa, temos substância ácida. Quando o indicador fica roxo, azul, verde ou
amarelo, temos substância básica. A experiência citada no enunciado pode ser feita em
casa. Basta picar um repolho roxo, colocá-lo na panela com água e ferver por alguns
minutos. Deixe esfriar e separe o líquido do sólido. O líquido é o indicador químico.
Misture um pouco de indicador com substâncias do seu cotidiano e observe a cor
obtida para saber se elas são ácidas ou básicas.

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
Nessa questão, tal como na de número 54, o participante deveria aplicar os indicadores
indicados no enunciado para as misturas propostas. A maioria dos participantes (63%)
respondeu corretamente, valendo para os distratores as mesmas observações feitas na
análise da questão anterior.

Questão 55 - Habilidade 3

O suco extraído do repolho roxo pode ser utilizado como indicador do caráter ácido (pH
entre 0 e 7) ou básico (pH entre 7 e 14) de diferentes soluções. Misturando-se um
pouco de suco de repolho e da solução, a mistura passa a apresentar diferentes cores,
segundo sua natureza ácida ou básica, de acordo com a escala abaixo.

Algumas soluções foram testadas com esse indicador, produzindo os seguintes


resultados:

Utilizando-se o indicador citado em sucos de abacaxi e de limão, pode-se


esperar como resultado as cores:

A) rosa ou amarelo.
B) vermelho ou roxo.
C) verde ou vermelho.
D) rosa ou vermelho.
E) roxo ou azul.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
A questão trata de indicadores químicos, estudo dos ácidos e bases e pertence à
Química Inorgânica. Nós sabemos, pela experiência prática, que o limão e o abacaxi
são substâncias ácidas. Devem ter pH variando entre 0 e 7. Observe, na escala do
enunciado, que o indicador de repolho roxo pode apresentar duas cores nesse intervalo
de pH: vermelho ou rosa.

Autor: Professor Radamés Manosso - Química

COMENTÁRIO DO INEP
Nessa questão, tal como na de número 54, o participante deveria aplicar os indicadores
indicados no enunciado para as misturas propostas. A maioria dos participantes (63%)
respondeu corretamente, valendo para os distratores as mesmas observações feitas na
análise da questão anterior.

Questão 56 - Habilidade 21

O quadrinho publicado na revista Newsweek (23/9/1991) ilustra o desespero dos


cartógrafos para desenhar o novo mapa-múndi diante das constantes mudanças de
fronteiras.
Levando em consideração o contexto da época em que a charge foi publicada,
dentre as frases abaixo, a que melhor completa o texto da fala, propondo outra
correção no mapa, é:

A) “A Albânia já não faz parte da Europa”.


B) “O número de países só está diminuindo”.
C) “Cuba já não faz parte do Terceiro Mundo”.
D) “O Kasaquistão acabou de declarar independência”.
E) “Vamos ter de dividir a Alemanha novamente”.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Questão relativa aos acontecimentos ocorridos no início dos anos 90, no Leste
Europeu, que levaram à desagregação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas,
gerando grandes alterações nas fronteiras políticas. Analisando as alternativas, vemos
que seria impossível para a Albânia deixar de fazer parte da Europa, logo, a alternativa
a é absurda. A segunda alternativa está na contramão dos fatos ocorridos no período;
nesse momento, o número de países apenas aumentou. A alternativa c diz que Cuba já
não faz parte do terceiro mundo. Na verdade, Cuba nunca fez parte do Terceiro Mundo,
essa regionalização estava baseada nas características econômicas e no sistema
implantado em cada país. Cuba pertencia ao Segundo Mundo, formado pelos países de
economia centralizada ou socialistas. A alternativa d é a mais coerente, pois, em 1.º de
dezembro de 1991, foi eleito o primeiro presidente da República do Cazaquistão, uma
das repúblicas que formavam a URSS. Na última alternativa, aponta-se uma
possibilidade de redivisão da Alemanha, unificada em 1989. Essa hipótese estava
totalmente afastada naquele momento histórico.
Mesmo não sabendo sobre a independência do Cazaquistão, você resolveria a questão
apenas eliminando as demais questões, que estão completamente incorretas.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
A solução para o problema proposto nessa questão requeria do participante a
inferência de informações, a partir do enunciado, dos elementos da charge e de seus
conhecimentos básicos sobre a geopolítica atual. Apenas 37% dos participantes
mostraram tal compreensão. O fato de 27% dos participantes terem escolhido a
alternativa E pode ser explicado pelo fato de que no enunciado da questão encontrava-
se a informação da data de publicação da charge, cerca de dois anos após a
reunificação alemã o que, possivelmente, atraiu esses participantes.
Questão 57 - Habilidade 6

O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por
um gramático nos textos abaixo.

Pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco


da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

(ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos.


São Paulo: Nova Cultural, 1988)

“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar,


despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos
personagens (...).”

(CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua portuguesa.


São Paulo: Nacional, 1980)

Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar
que ambos:

A) condenam essa regra gramatical.


B) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra.
C) criticam a presença de regras na gramática.
D) afirmam que não há regras para uso de pronomes.
E) relativizam essa regra gramatical.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Questão que requer conhecimento básico de colocação pronominal, em relação ao uso
de pronomes átonos no início de frases, uma regra muito pouco respeitada pelo
brasileiro, da qual Oswald de Andrade faz questão de falar em seu poema. Porém, a
questão pode ser resolvida simplesmente por meio de uma leitura bem atenta dos
textos. Se formos analisando alternativa por alternativa, a eliminação é clara e
lógica: a alternativa a fica totalmente descartada devido à transparência da colocação
dos dois autores (Me dá um cigarro...) e (iniciar frases com o pronome átono é "lícito"
na conversação familiar ou despreocupada). Já a alternativa b pode até mesmo gerar
um pouco de dúvida a quem não se atém bem à pergunta. Quanto às alternativas c e
d, ficam descartadas, pois, em momento nenhum, os autores criticaram o uso de
regras gramaticais em seus textos, cabendo perfeitamente a alternativa e para as
afirmações do gramático e do poeta.

Autor: Professora Luciane Prendin - Português


COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão pretendia verificar como o participante analisa um fato lingüístico,
mediante a comparação da descrição desse fato em dois textos. Sabe-se que,
normalmente em situação escolar, o uso do pronome átono no início da frase é julgado
como grave desvio gramatical, e pouco se analisa esse uso na fala ou escrita informal.
Os dois autores dos textos, com intenções diferentes, relativizam essa regra
gramatical, destacando e descrevendo o seu uso coloquial. A maioria dos participantes
(52%) analisou e comparou corretamente as posições dos autores sobre o uso do
pronome átono, e 24% deles reafirmaram a posição discriminatória da regra,
deslocando-a de seu uso.

Questão 58 - Habilidade 3

O Brasil, em 1997, com cerca de 160 X 10 6 habitantes, apresentou um consumo de


energia da ordem de 250.000 TEP (tonelada equivalente de petróleo), proveniente de
diversas fontes primárias.

O grupo com renda familiar de mais de vinte salários mínimos representa 5% da


população brasileira e utiliza cerca de 10% da energia total consumida no país. O
grupo com renda familiar de até três salários mínimos representa 50% da população e
consome 30% do total de energia.

Com base nessas informações, pode-se concluir que o consumo médio de energia para
um indivíduo do grupo de renda superior é x vezes maior do que para um indivíduo
do grupo de renda inferior. O valor aproximado de x é:

A) 2,1.
B) 3,3.
C) 6,3.
D) 10,5.
E) 12,7.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Para resolver esta questão, devem ser feitos alguns cálculos para chegar à resposta
correta. A análise dos dados não será suficiente para encontrar o resultado. É essencial
que se saiba trabalhar com porcentagens. A noção de exponenciais e operações
envolvendo exponenciais vai facilitar muito a sua vida na hora de fazer os cálculos, já
que calculadoras não são permitidas no Enem. Entretanto, se você quiser, antes de
começar os cálculos, converta 160 x 106 para 160.000.000 (160 milhões) para não
precisar trabalhar com expoentes de 10.
A ordem dos cálculos fica a seu critério, mas será necessário calcular quantos são os
brasileiros de mais alta renda e quantos são os de mais baixa renda. O primeiro cálculo
será: 8 x 106 = 8 milhões. Esse é o número de brasileiros de mais alta renda. O
segundo será: 80 x 106 = 80 milhões. Esse é o total de brasileiros de mais baixa renda.
Você deverá calcular também quantos TEPs são consumidos por cada segmento da
sociedade (25 x 103 = 25.000 TEPs para o grupo de mais alta renda e 75 x 103 =
75.000 para o de mais baixa renda). Para chegar a esses números, você só precisa
aplicar as regras de porcentagem. Sabendo o valor do TEP e do número de brasileiros
de cada segmento, você pode calcular o consumo médio de cada segmento, dividindo o
valor do TEP daquele segmento pelo número de brasileiros daquele segmento
populacional. Uma vez que você sabe o consumo médio do segmento de mais alta
renda (3,125 x 10-3 = 0,003125) e o consumo médio do segmento de mais baixa renda
(0,9375 x 10-3 = 0,0009375), basta dividir o valor do consumo médio de mais alta
renda pelo valor do consumo médio de mais baixa renda. Sabendo que os números nas
opções de resposta não são muito parecidos, você pode fazer uma divisão usando
valores aproximados, ou seja, em vez de dividir 3,125 por 0,9375, você pode dividir 31
por 9 (que é o mesmo que 3,1 por 0,9) para chegar a um resultado aproximado.
Apesar de esse valor não ser o exato, esse pode ser o caminho mais rápido e até mais
seguro para chegar à resposta. Mas cuidado! Sempre que você for fazer um cálculo
usando valores aproximados, observe bem as opções de resposta. Se houver valores
muito parecidos nessas opções, esse método não será o mais aconselhável. Procure
fazer cálculos usando valores aproximados somente no final de uma série de
operações, como foi feito nesse caso.

Autor: Professor Augusto Bevilaqua - Matemática

COMENTÁRIO DO INEP

Para resolver o problema proposto participante deveria converter o texto em linguagem


matemática, utilizar os conceitos de porcentagem e consumo médio e selecionar
corretamente as variáveis a serem comparadas. Apenas 40% dos participantes
assinalaram a resposta correta. Os altos índices de escolha dos distratores revelam,
possivelmente, desatenção na leitura ou emprego incorreto dos conceitos (básicos)
envolvidos.

Questão 59 - Habilidade 4

As histórias em quadrinhos, por vezes, utilizam animais como personagens e a eles


atribuem comportamento humano. O gato Garfield é exemplo desse fato.

Fonte: Caderno Vida e Arte, Jornal do Povo, Fortaleza

Van Gogh, pintor holandês nascido em 1853, é um dos principais nomes da pintura
mundial. É dele o quadro abaixo.

Auto-retrato de orelha cortada

O 3º quadrinho sugere que Garfield:


A) desconhece tudo sobre arte, por isso faz a sugestão.
B) acredita que todo pintor deve fazer algo diferente.
C) defende que para ser pintor a pessoa tem de sofrer.
D) conhece a história de um pintor famoso e faz uso da ironia.
E) acredita que seu dono tenha tendência artística e, por isso, faz a sugestão.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Outra questão de interpretação de texto. Muito simples para quem um dia ouviu falar
de Van Gogh, e simplíssima para aqueles que prestam atenção em todos os elementos
do enunciado. Afinal, quem deu uma espiadinha na legenda do quadro de Van Gogh
matou na hora a questão.
Esta questão é daquelas rápidas de serem resolvidas, associando-se os elementos
apresentados.

Autor: Professora Luciane Prendin - Português

COMENTÁRIO DO INEP
A significativa maioria (81%) dos participantes soube perceber o caráter irônico da fala
do Garfield, expressa no terceiro quadrinho porque, ou conheciam a história de Van
Gogh, ou apropriaram-se corretamente da informação sobre esse pintor, fornecida no
enunciado.

Questão 60 - Habilidade 21

Um determinado município, representado na planta abaixo, dividido em regiões de A a


I, com altitudes de terrenos indicadas por curvas de nível, precisa decidir pela
localização das seguintes obras:

1. instalação de um parque industrial.


2. instalação de uma torre de transmissão e recepção.

Considerando impacto ambiental e adequação, as regiões onde deveriam ser, de


preferência, instaladas indústrias e torre, são, respectivamente:
A) E e G.
B) H e A.
C) I e E.
D) B e I.
E) E e F.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão é fácil, mas requer atenção quanto às formas adequadas de uso do solo
em relação à inclinação e altitude do terreno. Veja que a construção de um parque
industrial demanda áreas planas para as instalações e pátios, preferencialmente
providas de infra-estrutura, como, por exemplo, uma estrada. E, ainda, é
ambientalmente correto construí-lo longe dos cursos hídricos, uma vez que as
indústrias são altamente poluentes. Já as torres de transmissão devem ficar em locais
mais elevados, pois isso facilita a transmissão e recepção e elas se tornam mais
seguras para a população. Sabe-se que as curvas de nível são linhas que unem pontos
de mesma altitude e, quando há maior proximidade entre elas, isso indica que o
terreno é íngreme, pois as elevações se sucedem em pequenas distâncias. Quando, ao
contrário, as curvas de nível estão mais distanciadas umas das outras, isso indica que
o terreno eleva-se pouco a pouco e apresenta pouca declividade. Então, observe a
figura e considere as exigências de adequação para construção. Assim, será fácil
decidir o melhor local para os tipos de instalações solicitados.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
Para responder a essa questão o participante deveria fazer uso dos conhecimentos
cartográficos para extrair as informações necessárias e ordenar os fatos em uma
representação gráfica. A maioria dos participantes (54%) conseguiu comparar o
tratamento da informação cartográfica com o conteúdo do enunciado, identificando a
alternativa correta. Os participantes que assinalaram os distratores B e E,
possivelmente não levaram em consideração o impacto ambiental como um dos
parâmetros exigidos para a instalação do parque industrial.

Questão 61 - Habilidade 16

Encontram-se descritas a seguir algumas das características das águas que servem
três diferentes regiões.

Região I - Qualidade da água pouco comprometida por cargas poluidoras,


casos isolados de mananciais comprometidos por lançamento de
esgotos; assoreamento de alguns mananciais.

Região II - Qualidade comprometida por cargas poluidoras urbanas e


industriais; área sujeita a inundações; exportação de carga
poluidora para outras unidades hidrográficas.

Região III - Qualidade comprometida por cargas poluidoras domésticas e


industriais e por lançamento de esgotos; problemas isolados de
inundação; uso da água para irrigação.

De acordo com essas características, pode-se concluir que:


A) a região I é de alta densidade populacional, com pouca ou nenhuma estação de
tratamento de esgoto.
B) na região I ocorrem tanto atividades agrícolas como industriais, com práticas
agrícolas que estão evitando a erosão do solo.
C) a região II tem predominância de atividade agrícola, muitas pastagens e parque
industrial inexpressivo.
D) na região III ocorrem tanto atividades agrícolas como industriais, com pouca ou
nenhuma estação de tratamento de esgotos.
E) a região III é de intensa concentração industrial e urbana, com solo
impermeabilizado e com amplo tratamento de esgotos.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão, como muitas do Enem, pode ser resolvida a partir da interpretação do
texto. Vamos analisar alternativa por alternativa.
A alternativa a está incorreta, pois define a região I como de alta densidade
demográfica, ou seja, com uma grande população concentrada. A definição da região I
deixa bem claro que a qualidade da água está pouco comprometida com cargas
poluidoras. Ora, em uma região de grande concentração populacional, caso não exista
tratamento de esgotos, os mananciais apresentarão comprometimento pelo
lançamento de esgotos.
A alternativa b é contraditória com a descrição da região I, pois indica a prática de
atividades agrícolas que evitam a erosão do solo. Já a descrição da região I aponta
assoreamento de alguns mananciais. Assoreamento é o processo em que a água das
chuvas carrega sedimentos para dentro do leito dos rios, diminuindo a sua
profundidade e sua capacidade de escoamento, fato ligado diretamente à erosão.
Já a alternativa b dispensa maiores comentários, afirma a predominância de atividades
agrícolas e pastagens na região. Já a descrição da região qualifica a qualidade da água
como comprometida por cargas poluidoras urbanas e industriais.
A alternativa correta é a d, pois está coerente com a descrição da região III. Preste
atenção na relação entre irrigação e atividades agrícolas.
A alternativa e fala em intensa concentração industrial e urbana, enquanto a descrição
fala em uso da água para a irrigação; logo, nessa região, ocorrem atividades
agropecuárias.

Autor: Professor Júlio Cezar Winkler - Geografia

COMENTÁRIO DO INEP
O problema proposto nessa questão requeria do participante conhecimentos sobre a
importância da água para as atividades humanas e sobre perturbações ambientais
relacionados ao seu uso. A partir da descrição da qualidade da água em três regiões, o
participante deveria inferir características dessas regiões, apontadas nas alternativas. A
maioria (63%) dos participantes assinalou a alternativa correta. A opção pelo distrator
E possivelmente pode ser explicada pela compreensão parcial das características da
região III.

Questão 62 - Habilidade 11

O metabolismo dos carboidratos é fundamental para o ser humano, pois a partir desses
compostos orgânicos obtém-se grande parte da energia para as funções vitais. Por
outro lado, desequilíbrios nesse processo podem provocar hiperglicemia ou diabetes.
O caminho do açúcar no organismo inicia-se com a ingestão de carboidratos que,
chegando ao intestino, sofrem a ação de enzimas, “quebrando-se” em moléculas
menores (glicose, por exemplo) que serão absorvidas.A insulina, hormônio produzido
no pâncreas, é responsável por facilitar a entrada da glicose nas células. Se uma
pessoa produz pouca insulina, ou se sua ação está diminuída, dificilmente a glicose
pode entrar na célula e ser consumida.
Com base nessas informações, pode-se concluir que:

A) o papel realizado pelas enzimas pode ser diretamente substituído pelo hormônio
insulina.
B) a insulina produzida pelo pâncreas tem um papel enzimático sobre as moléculas de
açúcar.
C) o acúmulo de glicose no sangue é provocado pelo aumento da ação da insulina,
levando o indivíduo a um quadro clínico de hiperglicemia.
D) a diminuição da insulina circulante provoca um acúmulo de glicose no sangue.
E) o principal papel da insulina é manter o nível de glicose suficientemente alto,
evitando, assim, um quadro clínico de diabetes.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Nesta questão, devemos tentar primeiramente eliminar as alternativas que não são
corretas, como a alternativa e, que afirma que, mantendo-se o nível de glicose alto,
evita-se a diabetes. Nesse caso, o que acontece é exatamente o contrário: altos níveis
de glicose no sangue é que determinam o quadro clínico de diabetes. A simples leitura
do texto já nos fornece a informação para responder à questão: o hormônio
pancreático insulina é um hipoglicemiante, ou seja, diminui a concentração de glicose
sangüínea. Portanto, quando a concentração de insulina diminui, a concentração de
glicose aumenta. No Portal do Educacional, você poderá encontrar vários sites sobre
insulina e como ela age no metabolismo. Para isso, utilize como palavras-chave
"insulina", "glicemia" e "diabetes".

Autor: Professora Paula Jacomini - Biologia

COMENTÁRIO DO INEP
Essa questão apresentou uma descrição sucinta do papel biológico da glicose e do
hormônio insulina, correlacionando desequilíbrios no metabolismo de um e
disponibilidade do outro diante da manifestação da diabetes. Era requerido do
participante que interpretasse a descrição para indicar a correta explicação do
mecanismo da doença. Para tanto, deveriam saber decodificar os textos da introdução
e das alternativas utilizando linguagem científica e conceitos básicos de fisiologia
humana. Um pouco mais da metade (51%) dos participantes assinalou a alternativa
correta. As opções pelos distratores devem-se, provavelmente a não compreensão do
texto ou ao conhecimento insuficiente da fisiologia humana.

Questão 63 - Habilidade 13

Os esgotos domésticos constituem grande ameaça aos ecossistemas de lagos ou


represas, pois deles decorrem graves desequilíbrios ambientais. Considere o gráfico
abaixo, no qual no intervalo de tempo entre t1 e t3, observou-se a estabilidade em
ecossistema de lago, modificado a partir de t3 pelo maior despejo de esgoto.

Assinale a interpretação que está de acordo com o gráfico.


A) Entre t3 e t6, a competição pelo oxigênio leva à multiplicação de peixes, bactérias e
outros produtores.
B) A partir de t3, a decomposição do esgoto é impossibilitada pela diminuição do
oxigênio disponível.
C) A partir de t6, a mortandade de peixes decorre da diminuição da população de
produtores.
D) A mortandade de peixes, a partir de t6, é devida à insuficiência de oxigênio na água.
E) A partir de de t3 a produção primária aumenta devido à diminuição dos
consumidores.

COMENTÁRIO DO EDUCACIONAL
Esta questão aborda um problema ambiental muito comum em nossas cidades: a
deposição de esgotos domésticos em lagos e represas. No gráfico, podemos observar
que, a partir de t3, há um aumento na taxa de nutrientes no lago em conseqüência da
eutrofização (a palavra de uso consagrado em ciências biológicas e do meio ambiente é
'eutrofização'. Usam-se também 'eutrofismo' e 'níveis tróficos'), isto é, da adição do
esgoto doméstico à água do lago. À medida que o material orgânico do esgoto foi se
decompondo e originando sais minerais diversos, como o fósforo, o nitrogênio, o
carbono, o potássio e o silício, houve um crescimento na produção primária do lago,
provavelmente devido ao aumento da quantidade de algas. Por essa razão (aumento
de nutrientes), os peixes aumentaram em número até o t6. A partir daí, a população de
algas foi máxima, formando uma espessa camada verde (tipo um tapete) na superfície
da água, a qual impediu a penetração da luz até às zonas profundas. Isso
comprometeu a fotossíntese das algas submersas, o que reduziu a quantidade de
oxigênio na água. O nível de oxigênio foi se reduzindo desde o momento em que o lago
foi eutrofizado (o mesmo comentário, como acima) (t3). Então, a partir de t6, muitos
peixes começaram a morrer por asfixia, o que nos mostra que a alternativa d está
correta. O nível de oxigênio diminuiu devido à sua utilização na decomposição da
matéria orgânica (do esgoto) e da redução na taxa fotossintética das algas submersas.
Na Pesquisa Escolar do Educacional, você encontrará vários sites que abordam esse
tema, basta procurar usando como palavra-chave "eutrofização" ('eutroficação' não é
uma forma usual).

Autor: Professora Paula Jacomini - Biologia

COMENTÁRIO DO INEP
Nessa questão, o enunciado, o gráfico e as alternativas tratam das
relações, em função do tempo, entre as populações de um lago, a
disponibilidade de nutrientes e de oxigênio, modificadas, em um dado
tempo, pela intervenção humana - maior despejo de esgoto doméstico.

A questão requeria do participante a capacidade de interpretar os dados, selecionar


hipóteses plausíveis e correlacionar as variáveis disponíveis, utilizando conhecimentos
da ecologia. A significativa maioria (68%) dos participantes assinalou a alternativa
correta.

GABARITO
nº 1 - A | nº 2 - B | nº 3 - C | nº 4 - E | nº 5 - B | nº 6 - D | nº 7 - E | nº 8 - B | nº 9 - B | nº 10 - A | nº
11 - D | nº 12 - D | nº 13 - D | nº 14 - A | nº 15 - D | nº 16 - D | nº 17 - B | nº 18 - E | nº 19 - A | nº 20 - E | nº
21 - B | nº 22 - A | nº 23 - D | nº 24 - A | nº 25 - C | nº 26 - C | nº 27 - A | nº 28 - A | nº 29 - D | nº 30 - D | nº
31 - D | nº 32 - C | nº 33 - B | nº 34 - A | nº 35 - C | nº 36 - E | nº 37 - C | nº 38 - B | nº 39 - E | nº 40 - C | nº
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51 - E | nº 52 - D | nº 53 - A | nº 54 - D | nº 55 - D | nº 56 - D | nº 57 - E | nº 58 - B | nº 59 - D | nº 60 - C | nº
61 - D | nº 62 - D | nº 63 - D |

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