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O N S
Furano Tiofeno
H
Pirrol
• O tiofeno ferve a 84ºC e os pontos de ebulição dos seus homólogos e derivados
são muito próximos dos análogos benzénicos.
• As reacções químicas do tiofeno são também notavelmente semelhantes às do
benzeno. A substituição de um anel benzénico por um de tiofeno em compostos
fisiologicamente activos tem pouco efeito sobre a sua actividade. Assim, os
análogos tiofénicos da cocaína e da atropina têm uma acção anestésica
respectivamente semelhantes.
• A semelhança do tiofeno ao benzeno pode atribuir-se a pesos moleculares
semelhantes, formas semelhantes das moléculas e, antes de mais, a interacções
electrónicas semelhantes.
• As orbitais p dos átomos de carbono do anel benzénico sobrepõem-se para
formar orbitais moleculares π, acima e abaixo do plano do anel; analogamente,
uma orbital p do átomo de enxofre se sobrepõe com as orbitais p dos átomos de
carbono, de modo a formar orbitais moleculares acima e abaixo do plano do
anel. Tal como no benzeno, o tiofeno possui 6 electrões que ocupam 3 orbitais π,
conferindo o já conhecido carácter aromático.
• O tiofeno experimenta reacções de substituição electrofílica típicas dos
compostos aromáticos. A densidade electrónica dos átomos de carbono é
consideravelmente mais elevada que a dos átomos de carbono no benzeno, uma
vez que o átomo de enxofre contribui com um par de electrões no sistema π e
não somente com um electrão. Como resultado deste facto, o tiofeno é
consideravelmente mais reactivo (mais facilmente sofre substituição
electrofílica) que o benzeno.
• Quando possível, a substituição electrofílica no tiofeno ocorre geralmente e
quase exclusivamente, nas posições 2 ou 5. Isto porque podem formar-se
complexos σ com mais facilidade na posição 2 que na posição 3, uma vez que a
carga positiva pode dispersar-se mais extensamente pelo anel.
• A maior reactividade do tiofeno permite efectuar as reacções a condições mais
suaves. Um exemplo é a halogenação que não necessita de catalisador.
N N N
O N S N N
Oxazol Tiazol
H H H
Pirazol Triazol-1,2,3 Tetrazol
O N
Tetra-hidrofurano
H
Pirrolidina
O CH CH2 CH2 CH O
Aldeído succínico
H2SO4 P2S5
Furano Tiofeno
(-2H2O) (-2H2O)
NH3
(-2H2O)
Pirrol
Por outro lado, existem, para cada um deles, preparações específicas:
O furano prepara-se em geral a partir do furfural, que primeiramente
sofre uma reacção de Cannizzaro:
400ºC
CH O
Catalisador
O O
NH3, pressão
HOCH2 C C CH2OH
N
550ºC
H3C CH2 CH2 CH3 + 4S + 3H2S
S
Uma grande estabilidade e uma maior aptidão para as reacções de
substituição do que para as reacções de adição, conferem a estes três
heterociclos certa semelhança química com o benzeno e um verdadeiro
“carácter aromático”.
A sua estrutura molecular justifica esta analogia, que resulta do facto de que
os electrões não emparelhados presentes no O, S ou N participam, com os
electrões p das ligações duplas, de uma estrutura mesómera com um total de
seis electrões deslocalizados. Como no caso do benzeno, produz-se uma
deslocalização completa destes seis electrões que possuem então orbitais
moleculares, as quais englobam todo o anel. Só se pode representar esta
estrutura por um conjunto de várias formas limites em ressonância.
N N N N N
H H H H H
δ- δ-
δ- δ''+ δ-
N
+ H+
+
N N
H H
H
+ NaOH + H2O
N N
Na+
H
Catalisador
+ 2H2
O O
Tetrahidrofurano
N N
N N
CH CH
N N N
N
SH S
N CH3
N N N N
N N
NH NH
6-Mercaptopurina Azotriopina
O H OH H
C N C N
H N C N C
CO COH
C C C C
N N N
O N
HO
H H
Ácido úrico
A 6-Mercaptopurina corresponde ao análogo tio da hipoxantina e é um antimetabolito,
usado no tratamento da leucemia aguda. É aplicada também como supressor de imunidade
para evitar a rejeição de órgãos transplantados.
O ácido úrico é 2,6,8-trihidroxipurina; encontra-se no sangue e na urina. Ainda que os
animais eliminem ácido úrico em pequenas quantidades, é o principal produto do
metabolismo do azoto em aves e répteis.
Os compostos a que se devem a acção estimulante do café, do chá e do cacau são os
derivados metílicos da xantina. A Teofilina encontra-se no chá; a Teobromina, no cacau; e a
Cafeína, no chá, no café, entre outras plantas.
O H O O CH3
H
C N C C N
N
H3C N C H3C N C H3C N C
CH CH CH
C C C C C C
N N N N N
O N O
O
CH3 CH3 CH3
Teofilina Teobromina Cafeína
Vários compostos biologicamente importantes possuem o núcleo de pteridina, no qual está
fusionado um anel de pirimidina a um anel de piracina. As pterinas são compostos que
incolores ou amarelos que se encontram na pele e nos olhos de peixes, anfíbios e répteis e no
fígado e na urina dos mamíferos. Caracterizam-se pela emissão de fluorescência em solução
neutra.
OH
OH
N N
N N
N N N N
H2N
Pteridina Xantopterina
OH
OH
N
N
N N
H2N OH
Leucopterina
Os ácidos fólicos são necessários para o crescimento de certos microrganismos. O ácido
pteroilglutâmico sintetiza-se industrialmente para o tratamento de certos tipos de anemias.
H
O N
N CH2NH CO(NHCHCH2CH2CO)nOH
COOH
H2N N N
Ácido Fólico
• A Riboflavina (vitamina B2) é o grupo prostético de várias flavoproteínas, que
desempenham um papel importante no metabolismo de α-aminoácidos e aerobio de
carbohidratos. A biotina intervém no metabolismo do ácido pirúvico.
H
H
O N
N CH3 CH2 CH N
S CO
C CH3
O N N CH CH N
H
CH2(CHOH)3CH2OH (CH2)4COOH
Riboflavina Biotina
NH2 NH2
N N N
O N N O N O
-O P O O -O P O O
O- H H O- H H
H H H H
OH OH OH OH
Adenina Citosina
O
O
N NH
NH
O N N NH2
O N O
-O P O O
H H -O P O O
O-
H H O- H H
OH OH H H
OH OH
Guanina
Uracilo
NH2 NH2
N N N
O N N O N O
-O P O O -O P O O
O- H H O- H H
H H H H
OH H OH H
Adenina Citosina
O O
N NH NH
O N N NH2 N O
O
-O P O O -O P O
H H O
O- O- H H
H H H H
OH H
OH H
Guanina
Timina
Algumas aplicações dos compostos heterocíclicos:
A membrana celular é impermeável à glucose-6-fosfato, que pode por isso ser acumulada na
célula. A glucose-6-fosfato será utilizada na síntese do glicogénio (uma forma de
armazenamento de glucose), para produzir outros compostos de carbono na via das pentoses
fosfato, ou degradada para produzir energia - glicólise.
Para poder ser utilizada na produção de energia, a glucose-6-fosfato é primeiro isomerizada a
frutose-6-fosfato. A frutose-6-fosfato é depois fosforilada a frutose-1,6-bisfosfato. Este é o
ponto de não-retorno desta via metabólica: a partir do momento em que a glucose é
transformada em frutose-1,6-bisfosfato já não pode ser usada em nenhuma outra via.
Seguidamente, numa reacção inversa da adição aldólica, a frutose-1,6-bisfosfato é clivada em
duas moléculas de três carbonos cada:
Por transferência
de dois carbonos da
xilulose-5-P para a
eritrose-4-P, forma-
se outra molécula
de frutose-6-P e
uma molécula de
gliceraldeído-3-P:
O balanço destas últimas reacções é:
2 xilulose-5-P + ribose-5-P -----> 2 frutose-6-P + gliceraldeído-3-P
A frutose-6-P e o gliceraldeído-3-P podem ser utilizados na glicólise para produção de
energia, ou reciclados pela gluconeogénese para formar novamente glucose-5-P. Neste último
caso, através de seis ciclos da via das pentoses-fosfato e da gluconeogénese uma molécula de
glucose-6-P pode ser completamente oxidada a seis moléculas de CO2 com produção
simultânea de 12 moléculas de NADPH. Quando as necessidades de ribose-5-P são superiores
às de NADPH, esta pode ser produzida por estas reacções a partir de frutose-6-P e
gliceraldeído-3-P.
Adenosina Trifosfato
O ATP é o nucleotídio trifosfatado mais importante. Ele participa das inúmeras reacções e
processos metabólicos relacionados à transferência e conversão de tipos de energia. A
hidrólise do radical fosfato terminal do ATP, formando difosfato de adenosina (ADP) e
fosfato inorgânico, libera energia livre de 7,3 kcal/mol, quantidade apropriada para as
funções celulares. A energia do ATP é disponibilizada para as células pelo acoplamento da
hidrólise desta substância a reacções químicas que requeiram energia. No hialoplasma, existe
apenas uma pequena reserva de ATP, de tal maneira que, à medida que ele é utilizado, deve
ser reposto por meio de reacções que fosforilam o ADP a ATP. Existem dois mecanismos de
regeneração do ATP. O primeiro é a fosforilação pelo nível de substrato, em que um radical
fosfato é transferido para o ADP por um composto intermediário, a fim de formar o ATP.
Este tipo de fosforilação pode ocorrer na ausência de oxigénio, condição denominada de
metabolismo anaeróbio. Como exemplo deste tipo de fosforilação, temos: a glicólise (primeira
etapa da respiração celular) e a fermentação. O segundo mecanismo de produção de ATP é a
fosforilação oxidativa, que ocorre nas membranas internas dos organelos denominadas
mitocôndrias, e que exige a presença de oxigénio molecular. A fosforilação oxidativa produz a
maior parte do ATP utilizado pelo organismo. O conjunto das reacções que compõem a
fosforilação oxidativa é chamado metabolismo aeróbio.
Transportadores de electrões: NAD e FAD
As reacções metabólicas que degradam a glicose e obtêm energia para a célula são do tipo
oxidação-redução (também denominada oxirredução). Quando um composto químico
(molécula, ião) perde electrões ou hidrogénio, diz-se que houve oxidação. Ao contrário, se
uma espécie química ganha electrões ou hidrogénio, observa-se uma redução. A maior parte
da energia da glicose é retirada por meio de reacções de oxirredução. Nestas reacções
participam substâncias conhecidas como coenzimas. As mais importantes coenzimas
transportadoras de electrões são o dinucleotídio de nicotinamida-adenina e o dinucleotídio de
flavina-adenina. As formas oxidadas dessas coenzimas são abreviadas por NAD+ e FAD+; as
formas reduzidas são NADH e FADH2. A coenzima A transfere radicais acetil e será
comentada mais adiante. A figura a seguir mostra, em (A), a estrutura do NAD em estado
oxidado e estado reduzido; e em (B), a transferência de hidrogénio de uma cadeia carbónica
para o NAD oxidado (NAD+).