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Leandro A. Lunardi
llunardi@acto.com.br
2009
Leandro A. Lunardi llunardi@acto.com.br
SUMÁRIO
Parte I
Contribuições
1. Segurados .................................................................................................................................... 3
2. Contribuição do empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso ................................. 9
3. Contribuição devida pelos contribuintes individuais e pelos segurados facultativos ................... 12
4. Contribuição previdenciária do transportador autônomo ............................................................. 13
5. Contribuição da empresa ............................................................................................................. 13
6. Contribuição previdenciária da associação desportiva - clube de futebol profissional ................ 16
7. Contribuição do produtor rural...................................................................................................... 16
8. Consórcio de produtores rurais .................................................................................................... 18
9. Contribuição sobre a receita de concursos de prognósticos ....................................................... 18
10. Arrecadação e recolhimento das contribuições – vencimento................................................... 19
Parte II
Retenções Previdenciárias
Parte III
Parte I
CONTRIBUIÇÕES
1 SEGURADOS
1. 1 Segurados Obrigatórios
- Pessoas Físicas
O Regime Geral de Previdência Social tem por segurados obrigatórios todos aqueles que exercem
atividade remunerada, sejam eles empregados, trabalhadores avulsos, profissionais autônomos,
empresários ou produtores rurais. Podem ser classificados em: empregados, empregados domésticos,
contribuintes individuais, trabalhadores avulsos e segurados especiais.
1.1.1 - Empregados
São considerados “segurados empregados” para o Regime Geral de Previdência Social, e, nesta qualidade
contribuintes obrigatórios para o sistema:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural a empresa, em caráter não eventual, sob sua
subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, por prazo não superior a três meses,
prorrogável, presta serviço para atender à necessidade transitória de substituição de pessoal regular e
permanente ou a acréscimo extraordinário de serviço de outras empresas, na forma da Lei n. 6.019/74;
c) aquele que presta serviço no Brasil à missão diplomática ou à repartição consular de carreira estrangeira
e a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro
sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciárias do país da
respectiva missão diplomática ou repartição consular;
d) o bolsista e o estagiário que prestam serviços à empresa, em desacordo com a Lei n. 6.494, de
07/12/1977;
e) o servidor civil titular de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
municípios, bem como o das respectivas autarquias e fundações de direito público, desde que, nessa
qualidade, não esteja amparado por regime próprio de previdência social;
f) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município, incluídas suas autarquias e fundações,
ocupante de emprego público;
g) o escrevente e o auxiliar contratados por titular de serviços notariais e de registro a partir de 21/11/94,
bem como aquele de investidura estatutária ou de regime especial que optou pelo regime da legislação
trabalhista, em conformidade com a Lei nº 8.935, de 18/11/94;
h) o escrevente e o auxiliar contratados até 20/11/1994 por titular de serviços notariais e de registro, sem
relação de emprego com o Estado;
j) o servidor da União (incluídas suas autarquias e fundações de direito público) ocupante, exclusivamente,
de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração:
k) o servidor da União (incluídas suas autarquias e fundações de direito público), ocupante de emprego
público e, a partir de 10/12/1993, em decorrência da Lei nº 8.745/93, o contratado por tempo determinado
para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37
da CF/88;
l) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio
de previdência social;
n) o médico residente que presta serviços em desacordo com a Lei nº 6.932/81, alterada pela Lei nº
8.138/90;
p) o treinador profissional de futebol, independente de acordos firmados, nos termos da Lei nº 8.650/93;
q) o menor aprendiz, com idade de 14 a 24 anos, sujeito à formação técnica-profissional metódica, sob a
orientação de
c) o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismos oficiais internacionais dos quais o
Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se amparado por regime próprio de
previdência social ou se for segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio;
d) o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em organismos oficial brasileiro (repartições
governamentais, missões diplomáticas, repartições consulares, entre outros), lá domiciliado e contratado,
inclusive o auxiliar local de que trata a Lei nº 7.501/86, este até 09.12.1993 e desde que, em razão de
proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário do local do domicílio.
Aqueles que prestam serviços de natureza contínua, mediante remuneração, a pessoa ou família, no
âmbito residencial desta, em atividade sem fins lucrativos.
a) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária (agrícola, pastoril ou
hortifrutigranjeira) ou pesqueira, em área urbana ou rural, em caráter permanente ou temporário,
diretamente ou por intermédio de prepostos (terceiros) e com auxílio de empregados utilizados a qualquer
título, ainda que de forma não contínua;;
b) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral - garimpo -, em caráter
permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de
empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua;
d) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro
efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência
social;
h) o sócio gerente, o sócio cotista e o administrador não empregado (e não sócio) que recebam
remuneração decorrente de seu trabalho na sociedade por cotas de responsabilidade limitada, urbana ou
rural;
i) o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza
ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial,
desde que recebam remuneração (ainda que de forma indireta como, por exemplo, isenção da taxa de
condomínio), a partir de 06/03/1997, data da publicação do Decreto nº 2.172;
l) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins
lucrativos ou não;
n) o cooperado de cooperativa de produção que, nesta condição, presta serviço à sociedade cooperativa
mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
o) o cidadão recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nesta condição, preste serviço
remunerado, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais empresas, com ou sem
intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou que exerce atividade artesanal por conta
própria;
p) a pessoa física contratada para prestação de serviço em campanhas eleitorais por partido político ou por
candidato a cargo eletivo, em face do art. 100 da Lei nº 9.504/97 determinar entre as partes inexistência de
vínculo empregatício;
Enquadram-se nas situações previstas nas letras “j” e “l”, acima, os seguintes trabalhadores, entre outros:
1 - o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim considerado aquele que exerce atividade profissional
sem vínculo empregatício, quando proprietário, co-proprietário ou promitente comprador de um só veículo;
2 - aquele que exerce atividade de auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel
cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei n. 6.094, de 30.08.1974;
3 - aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seu risco, exerce pequena atividade comercial em via
pública ou de porta em porta, como comerciante ambulante, nos termos da Lei n. 6.586, de 06.11.1978;
4 - o trabalhador associado à cooperativa de trabalho que, nessa qualidade, presta serviços a empresas ou
a pessoas físicas, mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;
6 – o diarista, assim considerado aquele que presta serviço de natureza não contínua, por conta própria, a
pessoa ou família, no âmbito residencial desta, sem fins lucrativos;
7 - o notário ou tabelião e o oficial de registros ou registrador, titular de cartório, que detêm a delegação do
exercício da atividade notarial e de registro, não remunerados pelos cofres públicos, admitidos a partir de
21/11/1994, data de publicação da Lei nº 8.935;
8 - aquele que, na condição de pequeno feirante, compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou
assemelhados;
9 - a pessoa física que habitualmente edifica obra de construção civil com fins lucrativos;
11 - o pescador que trabalha em regime de parceria, meação ou arrendamento, em embarcação com mais
de seis toneladas de arqueação bruta, na exclusiva condição de parceiro outorgante;
12 – o marisqueiro que, sem utilizar embarcação pesqueira, exerce atividade de captura dos elementos
animais ou vegetais, com o auxílio de empregado;
15 - o árbitro de jogos desportivos e seus auxiliares, que atuam em conformidade com a Lei n. 9.615, de
24/03/1998 (Lei Pelé).
16 - o atleta não profissional em formação, maior de dezesseis e menor de vinte e um anos de idade, que
receber auxílio financeiro da entidade de prática desportiva formadora, sob a forma de bolsa de
aprendizagem nos termos da Lei nº 9.615, de 24.03.1998 (Lei Pelé).
17 – o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13/07/1990, quando
remunerado; e
Considera-se trabalhador avulso todo aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana
ou rural, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor
de mão-de-obra, nos termos da Lei n. 8.630, de 25/02/1993, ou do sindicato da categoria, assim
considerados:
a) o trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, conferência e conserto de carga,
vigilância de embarcação e serviços de bloco, na área dos portos organizados e de instalações portuárias
de uso privativo;
d) o amarrador de embarcação;
i) o guindasteiro; e
a) o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rural, o pescador artesanal e seus assemelhados, que
exerçam suas atividades, individualmente ou em regime de economia familiar, com ou sem auxílio eventual
de terceiros, em sistema de mútua colaboração e sem utilização de mão-de-obra assalariada, bem como
seus respectivos cônjuges, companheiros e filhos maiores de dezesseis anos de idade ou a eles
equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com o grupo familiar respectivo.
b) a contar de 22/11/2000 o parceiro outorgante proprietário de imóvel rural com área total de no máximo
quatro módulos fiscais, que ceder em parceria ou meação até 50% (cinqüenta por cento) da área de seu
imóvel rural, desde que outorgante e
Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos membros da família é
indispensável à própria subsistência e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem
utilização de empregado. Não integram o grupo familiar os genros ou noras, sogros(as), tios(as),
sobrinhos(as), primos(as), netos(as) e os afins.
I - O membro do grupo familiar que possui outra fonte de rendimento, qualquer que seja a sua natureza,
ressalvados os rendimentos provenientes de:
a) pensão por morte deixada pelo segurado especial e os benefícios de auxílio-acidente, auxílio-
reclusão e pensão por morte, cujo valor seja inferior ou igual ao menor benefício de prestação
continuada;
b) os recebidos pelo dirigente sindical que mantém o mesmo enquadramento perante o RGPS
anterior à da investidura no cargo;
II - A pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira, por intermédio de
prepostos, ainda que sem o auxílio de empregados;
III – Os filhos menores de 21 (vinte e um) anos, cujo pai e mãe perderam a condição de segurados
especiais, por motivo do exercício de outra atividade remunerada, salvo se comprovarem o exercício da
atividade rural individualmente; e
Considera-se empresa a firma individual ou sociedade que assume o risco de atividade econômica urbana
ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da administração pública direta,
indireta e fundacional.
e) o proprietário do imóvel, o incorporador ou o dono de obra de construção civil, quando pessoa física, em
relação a segurado que lhe presta serviço.
Considera-se empregador doméstico a pessoa, família ou entidade familiar que admite a seu serviço, sem
finalidade lucrativa, um empregado doméstico.
1. 2 SEGURADOS FACULTATIVOS
Considera-se segurado facultativo a pessoa maior de 16 anos de idade que se filiar ao RGPS, mediante
contribuição, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado
obrigatório da previdência social.
h) o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de
previdência social;
Exercendo o trabalhador duas atividades como segurado empregado, estará sujeito à contribuição
previdenciária em cada uma delas, devendo, no entanto, ser observado o teto máximo de contribuição
(11% de R$ 3.218,90, atualmente). Os comprovantes deverão ser mantidos e arquivados pelo prazo de 10
anos.
Em relação à empregada doméstica que exercer atividades simultâneas, aplicar-se-á idêntico critério. Cada
empregador doméstico terá que recolher em GPS distinta, utilizando o mesmo número de inscrição.
O desconto desta contribuição sempre se presumirá feito, oportuna e legalmente, pela empresa e pelo
empregador doméstico, não lhes sendo lícito alegar qualquer omissão para se eximir do recolhimento – Lei
nº 8.212/91, art. 33, §5º.
O fato gerador da contribuição ocorrerá quando for paga, devida ou creditada a remuneração do
trabalhador (o que ocorrer primeiro), sendo este o mês de competência a ser aposto na Guia de
Previdência Social – GPS, campo 04.
A base-de-cálculo, valor sobre o qual incidirá a alíquota devida, será o salário-de-contribuição, observados
os limites mínimo e máximo.
2.2 – Salário-de-Contribuição
Exemplo:
- empregado que recebe R$ 8,00 a hora trabalhada para jornada de 220 horas mensais e que
possui 24 horas de falta injustificada
- calculo das faltas injustificadas = R$ 8,00 x 24 horas = R$ 192,00
- remuneração mensal = R$ 8,00 x 220 horas = R$ 1.760,00
- salário-de-contribuição (base-de-cálculo do INSS) = R$ 1.760,00 – R$ 192,00 = R$ 1.568,00
- alíquota = 9% (conforme tabela)
II - a ajuda de custo e o adicional mensal recebidos pelo aeronauta, nos termos da Lei nº 5.929/73;
III - a parcela in natura recebida de acordo com programa de alimentação aprovado pelo Ministério do
Trabalho e Emprego, nos termos da Lei n. 6.321/76 (Programa de Alimentação ao Trabalhador – PAT);
VII - a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de mudança de local de
trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT;
VIII - as diárias para viagens, desde que não excedam a cinqüenta por cento da remuneração mensal do
empregado;
XIII - a importância paga ao empregado a título de complementação ao valor do auxílio-doença desde que
este direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;
XIV - as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira de que trata o art. 36
da Lei n. 4.870/65;
XV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência
complementar privada, aberta ou fechada, desde que disponível à totalidade de seus empregados e
dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT;
XVI - o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da empresa ou
com ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos
ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura abranja a totalidade
dos empregados e dirigentes da empresa;
XIX - o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei n.
9.394/96, e a cursos
XXI - o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes
do instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme previsto no § 8º do art. 477 da CLT;
XXII - o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo
de seis anos de idade da criança, quando devidamente comprovadas as despesas;
XXIV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a prêmio de seguro de vida
em grupo, desde que prevista em acordo ou convenção coletiva de trabalho e disponível à totalidade de
seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT.
Determina a Lei n. 8.212/91, artigo 28, §7º integrar o salário de contribuição do segurado a gratificação
natalina (13º salário), exceto para o cálculo de beneficio, na forma a ser estabelecida em regulamento.
a) a contribuição deverá incidir sobre o valor bruto do 13º salário, sendo devida quando do pagamento ou
crédito da última parcela.
b) deverá ser calculada em separado e recolhida até o dia 20 do mês de dezembro, antecipando-se o
vencimento para o dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário no dia 20;
O recolhimento das contribuições deverá se dar em GPS - Guia da Previdência Social, na alíquota de vinte
por cento (20%), aplicada sobre o respectivo salário-de-contribuição, respeitados os limites mínimo (R$
465,00) e máximo (R$ 3.218,90) estipulados pela Previdência Social.
a) para contribuintes individuais: a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de
sua atividade por conta própria, durante o mês;
Dedução Permitida
A contar de 01/03/2002 o contribuinte individual que presta serviços a uma ou mais empresas pode deduzir
da sua contribuição mensal 45% da contribuição da empresa contratante, sem qualquer prejuízo ao seu
benefício futuro de aposentadoria.
Como a empresa (pessoa jurídica tomadora dos serviços) deve contribuir à Previdência Social com 20%
sobre toda remuneração que pagar a contribuinte individual (ainda que empresário) (art. 20, III, Lei n.
8.212/91), este contribuinte individual poderá deduzir de sua contribuição pessoal 45% destes 20% devidos
pela pessoa jurídica, até o limite de 9% de seu próprio salário-de-contribuição.
Para efeito desta dedução, considera-se contribuição declarada a informação prestada na GFIP - Guia de
Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação à Previdência Social ou
declaração fornecida pela empresa ao segurado, onde conste, além de sua identificação completa,
inclusive com o número no CNPJ, o nome e o número da inscrição do contribuinte individual, o valor da
retribuição paga e o compromisso de que esse valor será incluído na citada GFIP e de que será efetuado o
recolhimento da correspondente contribuição.
Esta dedução também é permitida ao cooperado que prestar serviços a alguma empresa por intermédio de
sua cooperativa de trabalho, cabendo a esta (cooperativa) fornecer-lhes comprovante de sua inclusão em
GFIP ou recibo de pagamento.
Desde 01/04/2003, por força da Medida Provisória n. 83, arts. 4º e 5º, de 12.12.2002 (DOU de 13.12.2002),
convertida na Lei n. 10.666, de 08.05.2003 (DOU de 09.05.2003), a empresa se encontra obrigada a
arrecadar a contribuição do segurado contribuinte individual (autônomos e empresários) a seu serviço,
Em face da dedução permitida aos contribuintes individuais a retenção a ser efetuada pela empresa
contratante deverá se dar no percentual de 11% (onze por cento), incidente sobre o total da remuneração
paga, devida ou creditada, a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado contribuinte individual,
observado o limite máximo do salário-de-contribuição.
Quando o total da remuneração mensal, recebida pelo contribuinte individual por serviços prestados a uma
ou mais empresas, for inferior ao limite mínimo do salário-de-contribuição (inferior ao salário mínimo
vigente), o segurado deverá recolher diretamente a complementação da contribuição incidente sobre a
diferença entre o limite mínimo do salário-de-contribuição e a remuneração total recebida, aplicando sobre
a parcela complementar a alíquota de 20% (vinte por cento).
Para o condutor autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista) e para o auxiliar de condutor, em
automóvel cedido em regime de colaboração, o salário-de-contribuição a ser considerado para apuração da
contribuição previdenciária corresponde, desde 09.07.2001 (Portaria n. 1.135, de 05.04.2001), a 20% do
rendimento bruto auferido pelo frete, carreto ou transporte de passageiros, não se admitindo a dedução de
valores relativos a gastos com combustível e manutenção do veículo, ainda que figure discriminada no
documento parcela a este título.
Exemplo:
Além da contribuição individual para a Previdência Social, o condutor autônomo de veículo rodoviário
(inclusive o taxista), o auxiliar de condutor autônomo, bem como o cooperado filiado a cooperativa de
transportadores autônomos, estão sujeitos ao pagamento da contribuição para o Serviço Social do
Transporte (SEST) e para o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT), prevista no art. 7º
da Lei nº 8.706/93.
Os percentuais devidos são 1,5% para o SEST e 1,0% para o SENAT, incidentes sobre o salário-de-
contribuição do transportador, correspondente a 20% sobre o rendimento bruto auferido pelo frete ou
carreto - Portaria MPAS n. 1135/2001.
Sendo o serviço prestado a pessoas físicas, a outro contribuinte individual equiparado a empresa, a missão
diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira, caberá ao próprio contribuinte individual
recolher as contribuições para o SEST e o SENAT, juntamente com sua contribuição previdenciária.
Sendo o serviço prestado a pessoa jurídica ou cooperativa de trabalho, a contribuição para o SEST e o
SENAT será descontada do trabalhador e recolhida ao INSS pelo tomador dos serviços, em GPS (§ 3º do
artigo 2º do Decreto n. 1.007/93).
5 – CONTRIBUIÇÃO DA EMPRESA
- 20% sobre o total das remunerações pagas aos empregados e trabalhadores avulsos.
- Instituições financeiras, empresas de seguro ou previdência complementar e similares: acréscimo de
2,5%.
- 1%, 2% ou 3% conforme o risco de acidente do trabalho seja considerado leve, médio ou grave.
- Existência de Agentes Nocivos: acréscimo progressivo, a partir das seguintes datas (Lei nº 9.732, de
11/12/1998):
a) 01.04.99 = 4%, 3% ou 2%
b) 01.09.99 = 8%, 6% ou 4%
c) 01.03.2000 = 12%, 9% ou 6%
Aposentadoria Especial / 1% 2% 3%
Percentual de Contribuição
15 anos 13% 14% 15%
20 anos 10% 11% 12%
25 anos 7% 8% 9%
Incidir o percentual com acréscimo somente sobre o total da folha de pagamento dos empregados que
trabalham com agentes nocivos, com direito à aposentadoria especial.
Estas contribuições não se encontram previstas na legislação previdenciária (Lei nº 8.212/91), mas sim na
legislação referente a cada uma das entidades terceiras, que atribui competência ao INSS para arrecadar,
juntamente com as contribuições previdenciárias devidas pelo empregador, as contribuições a elas
pertencentes.
O INSS, portanto, tem como atribuição fiscalizar e arrecadar as contribuições destinadas a "Terceiros",
repassando-as mensalmente às entidades competentes, recebendo, por esse trabalho, 3,5% do montante
bruto arrecadado, que são repassados à Seguridade Social (Decreto n. 3.048/99, art. 213, II c/c art. 274).
As contribuições destinadas a estas entidades e fundos incidem sobre a mesma base-de-cálculo utilizada
para o cálculo das contribuições devidas à Previdência Social
Os percentuais relativos às contribuições de terceiros variam conforme o FPAS da empresa, devendo ser
utilizada tabela divulgada pela Previdência Social. São considerados “Terceiros” as seguintes entidades:
Salário-Educação; INCRA; SENAI; SESI; SENAC; SESC; SEBRAE; DPC; Fundo Aeroviário; SENAR;
SEST; SENAT; SESCOOP.
A base de cálculo da referida contribuição será o montante da remuneração paga aos empregados de
todos os estabelecimentos aos quais se refere o recolhimento, sobre a qual incidirá 0,2%, obtendo-se
assim o valor correspondente a 20% de 1% da contribuição devida ao SENAI.
O recolhimento é efetuado mensalmente, até o último dia útil do mês subseqüente ao do fato gerador,
através de guia própria — ‘‘Guia de Recolhimento da Contribuição Adicional’’, no Banco do Brasil,
preferencialmente, ou Departamentos Regionais do SENAI ou Departamento Nacional.
Observações:
I - As cooperativas de trabalho não se encontram sujeitas à contribuição de 20% sobre as importâncias por
elas pagas, distribuídas ou creditadas aos respectivos cooperados, a título de remuneração ou retribuição
que, por seu intermédio tenham prestado a empresas.
II – Quando da contratação pelas empresas de serviços prestados por contribuinte individual transportador
autônomo, relacionados portanto à frete, carreto ou transporte de passageiros, a contribuição de 20%
deverá incidir sobre 11,71% até a data de 08.07.2001 (Decreto 3048/99, art. 201, §4º c/c art. 267). A partir
de 09.07.2001, a incidência será sobre a alíquota de 20% (Portaria n. 1135, de 05.04.2001).
Cooperativas de Produção
Será devida pela cooperativa de produção a contribuição adicional de 12 (doze), 09 (nove) ou 06 (seis)
pontos percentuais, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, quando
o exercício de atividade na cooperativa o sujeite a condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou a
sua integridade física e permita a concessão de aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25
(vinte e cinco) anos de contribuição.
Como o segurado cooperado, em relação à cooperativa para a qual presta serviços e para fins
previdenciários, não é considerado "empregado" e sim "contribuinte individual", a cooperativa de produção,
ao repassar a remuneração devida a este cooperado já se encontra obrigada a contribuir com 20% aos
cofres previdenciários, alíquota esta incidente exatamente sobre o valor total da remuneração distribuída.
Isenção deste encargo existe somente para a cooperativa de trabalho, posto que é a empresa contratante
dos serviços que assume tal obrigação tributária.
Assim, com o acréscimo instituído pela Medida Provisória n. 83, de 12.12.2002, convertida na Lei n.
10.666, de 08.05.2003, a cooperativa de produção deverá contribuir nos seguintes percentuais, caso o
cooperado exerça atividade sujeito a riscos que propiciem aposentadoria especial:
I - atividade exercida pelo cooperado que permita a concessão de aposentadoria especial após 15 anos de
contribuição = 32% (20% originais + 12% de acréscimo).
II - atividade exercida pelo cooperado que permita a concessão de aposentadoria especial após 20 anos de
contribuição = 29% (20% originais + 9% de acréscimo)
III - atividade exercida pelo cooperado que permita a concessão de aposentadoria especial após 25 anos
de contribuição = 26% (20% originais + 6% de acréscimo).
Obs.: A contribuição adicional deverá incidir somente sobre o valor da remuneração dos cooperados cuja
exposição a agentes nocivos permita a concessão de aposentadoria especial.
A Lei n. 9.876 (artigo 1º), publicada no Diário Oficial da União em 29.11.1999, ao alterar a Lei n. 8.212/91,
acrescentou ao artigo 22 o inciso III trazendo uma nova contribuição previdenciária, de cunho obrigatório,
às empresas contratantes de serviços através de Cooperativas de Trabalho.
A contribuição empresarial destinada à Seguridade Social – da associação desportiva que mantém equipe
de futebol profissional corresponde a 5% (cinco por cento) da receita bruta decorrente:
a) dos espetáculos desportivos de que participe no território nacional, em qualquer modalidade desportiva,
inclusive jogos internacionais.
Com relação à contribuição incidente sobre a folha de pagamento, a associação desportiva que mantém
equipe de futebol profissional é obrigada a:
a) descontar e recolher a contribuição dos empregados, atletas ou não, bem como de trabalhadores
avulsos que lhe prestarem serviços;
b) recolher a contribuição para Terceiros (4,5%);
c) recolher a contribuição de 20%, incidente sobre o valor pago ou devido a contribuintes individuais que
lhe prestarem serviços;
Os produtores rurais estão obrigados à contribuição sobre a folha de pagamento somente para terceiros. A
contribuição para o financiamento dos benefícios por incapacidade, bem como também a contribuição
destinada ao financiamento da Seguridade Social, serão calculadas sobre o valor da comercialização dos
produtos.
Os percentuais relativos às contribuições para terceiros variam conforme o FPAS em que estiver
enquadrado o produtor rural. São considerados “terceiros”, para os quais contribuem os produtores rurais,
os seguintes órgãos: Salário-Educação; INCRA; SENAR; SEST; SENAT. Exemplos:
a) produtor rural pessoa jurídica: 2,7% (2,5% para o SE e 0,2% para o INCRA)
b) produtor rural pessoa física: 2,7% (2,5% par o SE e 0,2% para o INCRA)
- Período de 01/05/1996 a 29/02/2000 - Lei Complementar nº 84/96: alíquota de 15% (regra geral).
A) Percentuais
A contribuição incidente sobre a produção rural é sempre devida pelo produtor. A responsabilidade pelo
recolhimento pode ser do próprio produtor ou do sub-rogado.
- Produtor rural pessoa jurídica: a partir de 14/10/1996 (MP n. 1523) a responsabilidade pelo recolhimento
será sempre do produtor rural, qualquer que seja seu adquirente.
- Produtor rural pessoa física e segurado especial: responsabilidade pelo recolhimento somente quando
comercializar a produção com adquirente domiciliado no exterior, diretamente com consumidor, no varejo
ou quando do recebimento de prêmio do seguro da produção sinistrada. Nas demais hipóteses a
responsabilidade será do adquirente, consignatário ou cooperativa, que ficam sub-rogados nas obrigações
do produtor rural.
Obs. 1: O adquirente ou consignatário pessoa física somente será responsável pelo recolhimento (na
condição de sub-rogado) se tiver adquirido os produtos para revender a consumidor pessoa física, no
varejo.
Obs. 2: Com relação à comercialização da produção rural com o exterior, desde 12/12/2001 os valores
auferidos pelos respectivos produtores não mais servirão de base-de-cálculo às contribuições
previdenciárias (imunidade tributária conferida pela Emenda Constitucional n. 33, de 11/12/2001 (DOU de
12/12/2001).
a) o valor da receita bruta, no caso da comercialização da produção e/ou dos respectivos subprodutos e
resíduos;
Não integra a base de cálculo das contribuições do produtor rural pessoa física e do segurado especial, a
partir de agosto/94:
b) o produto animal utilizado como cobaia para fins de pesquisas científicas no País;
c) o produto vegetal destinado ao plantio e ao reflorestamento, vendidos pelo produtor rural a pessoa ou
entidade que, registrada no Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, dediquem-
se ao comércio de sementes e mudas no País;
d) o produto vegetal vendido por pessoa ou entidade que, registrada no Ministério da Agricultura, do
Abastecimento e da Reforma Agrária, dedique-se ao comércio de sementes e mudas no País.
OBS:
I - Em 2007, através da Instrução Normativa MPS/SRP nº 20, de 11.01.2007, foi extinção a isenção do
FUNRURAL, sobre os produtos vegetais, destinados ao plantio ou ao reflorestamento e o produto animal destinado
à reprodução ou à criação pecuária ou granjeira, produzidas por produtor rural Pessoa Jurídica, permanecendo
apenas em relação às Pessoas Físicas;
II - Por outro lado, a matéria foi instituída, regulamentada e aplicada, através de Lei Ordinária e, somente
ela, pode alterar, ampliar ou reduzir bases de contribuição, fato gerador, isenção, etc.....
III - Desta forma, em 20/06/2008, foi editada o Lei nº 11.718/2008, que modificou a tributação de
FUNRURAL, e revogou o § 4º do art. 25, da Lei nº 8.212/79, e, com isso, até mesmo as mudas passam a
sofrer tributação. A Lei nova entrou em vigor após noventa dias, ou seja, 20/08.
Texto Revogado:
“ § 4º Não integra a base de cálculo dessa contribuição a produção rural destinada ao plantio ou
reflorestamento, nem sobre o produto animal destinado a reprodução ou criação pecuária ou granjeira e a
utilização como cobaias para fins de pesquisas científicas, quando vendido pelo próprio produtor e quem a
utilize diretamente com essas finalidades, e no caso de produto vegetal, por pessoa ou entidade que,
registrada no Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, se dedique ao comércio de
sementes e mudas no País. (Parágrafo acrescentado pela Lei n º 8.540, de 22.12.92) “
Formado pela união de produtores rurais pessoas físicas, se equipara, para fins previdenciários, ao
produtor rural pessoa física.
Os consorciados deverão outorgar a um produtor rural (também consorciado) poderes para contratar, gerir
e demitir trabalhadores para prestação de serviços, desde que estes sejam prestados exclusivamente a
seus integrantes.
O consórcio deverá ser matriculado no INSS (matrícula CEI) em nome do empregador a quem hajam sido
outorgados os poderes, na forma do regulamento. Não obstante, os produtores rurais
Sobre a remuneração paga ou devida a estes trabalhadores rurais pelo consórcio de empregadores não
será devida qualquer contribuição previdenciária.
Cabe ao empregador observar, entretanto, que a contribuição previdenciária devida pelo trabalhador rural,
a ser descontada e recolhida pelo consórcio, na qualidade de empregador, deverá permanecer em caráter
obrigatório, sem a existência de qualquer isenção.
Contribuição previdenciária:
a) renda líquida dos concursos de prognósticos realizados pelos órgãos do Poder Público destinada
à Seguridade Social de sua esfera de governo, excetuando-se parcela destinada ao FIES (Fundo de
Financiamento ao Estudante de Nível Superior);
A – a empresa é obrigada a:
b) recolher o produto arrecadado na forma da letra “a” acima e as contribuições a seu cargo incidentes
sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregado,
contribuinte individual e trabalhador avulso a seu serviço, e sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de
serviço, relativo a serviços que lhe tenha sido prestados por cooperados, por intermédio de cooperativas de
trabalho, até o dia 20 (vinte) do mês seguinte àquele da emissão da nota fiscal ou fatura, antecipando-se o
vencimento para o dia útil anterior, quando não houver expediente bancário no dia vinte (20); e
d)A contar de 1º de abril de 2003, se encontra a empresa obrigada a arrecadar a contribuição do segurado
contribuinte individual (autônomos e empresários) a seu serviço, descontando-a da respectiva
remuneração, e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo também até o dia
dois do mês seguinte ao da competência.
B – os segurados contribuinte individual e facultativo estão obrigados a recolher sua contribuição, por
iniciativa própria, no dia quinze do mês seguinte àquele a que as contribuições se referirem, prorrogando-
se o vencimento para o dia útil subseqüente quando não houver expediente bancário no dia quinze,
facultada a opção pelo recolhimento trimestral.
Os contribuintes individuais e o segurado facultativo que contribuem sobre o valor do salário mínimo
poderão optar pelo recolhimento trimestral das contribuições previdenciárias. Esta faculdade cabe também
ao empregador doméstico, cujo empregado a seu serviço receba o equivalente ao salário mínimo.
Observe-se que a referida opção é de livre iniciativa do segurado e/ou empregador doméstico,
independendo, assim, de autorização do INSS.
Para o recolhimento trimestral, o contribuinte deverá respeitar o trimestre civil, registrando no campo “4 –
Competência” da Guia da Previdência Social – GPS – o último mês do respectivo período.
O recolhimento das contribuições deverá ocorrer no dia 15 (quinze) do mês seguinte ao do término do
respectivo trimestre civil. Não havendo expediente bancário no dia 15, o recolhimento deverá ser
prorrogado para o primeiro dia útil imediatamente posterior.
10.3 - GPS - Guia da Previdência Social - Contribuição de Valor Inferior a R$ 29,00 - Recolhimento –
Critérios
- A partir de 01/12/2000: vedada a utilização de GPS de valor inferior a R$ 29,00. (Resolução n. 39/2000,
da Diretoria Colegiada do INSS).
A contribuição previdenciária devida que, no período de apuração resultar valor inferior a R$ 29,00 (vinte e
nove reais), deverá ser adicionada à contribuição ou importância correspondente nos períodos
subseqüentes, até que o total seja igual ou superior a R$ 29,00 (vinte e nove reais), quando então deverá
ser recolhida no prazo de vencimento estabelecido pela legislação para este último período de apuração.
Conforme autorizado pela legislação que estabelece o Processo Administrativo Fiscal (Decreto nº
70.235/1972, arts. 46 e seguintes), o contribuinte poderá formular consulta sobre dispositivos da legislação
tributária aplicáveis a fato determinado.
No âmbito previdenciário, desde 1º.06.2007, com o advento da Receita Federal do Brasil (RFB), tais
processos de consulta estão a ela submetidos. Neste trabalho analisaremos os procedimentos aplicáveis à
formulação de consulta à RFB, bem como seus efeitos
Parte II
RETENÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
Lei nº 9.711/98
IN/SRP nº 03/2005
IN/RFN nº 900/2008
11.2. Introdução
Dependências de terceiros são aquelas indicadas pela empresa contratante, que não
sejam as suas próprias e que não pertençam à empresa prestadora dos serviços.
Cessão de Mão-de-Obra
A empresa optante pelo SIMPLES que prestar serviços mediante cessão de mão-de-
obra ou empreitada, está sujeita à retenção sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou
do recibo de prestação de serviços emitido.
I - o valor correspondente a 11% dos serviços contidos em cada nota fiscal, fatura ou
recibo de prestação de serviços for inferior ao limite mínimo estabelecido pelo INSS para
recolhimento em documento de arrecadação, atualmente R$ 29,00;
II - a contratada não possuir empregados, o serviço for prestado pessoalmente pelo
titular ou sócio e o seu faturamento do mês anterior for igual ou inferior a duas vezes o
limite máximo do salário-de- contribuição, cumulativamente;
III - a contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao exercício de
profissão regulamentada por legislação federal, ou serviços de treinamento e ensino, desde
que prestados pessoalmente pelos sócios, sem o concurso de empregados ou outros
contribuintes individuais.
O destaque do valor retido deverá ser identificado logo após a descrição dos serviços
prestados, apenas para produzir efeito como parcela dedutível no ato da quitação da nota
fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, sem alteração do valor bruto da
nota, fatura ou recibo de prestação de serviços.
A importância retida deverá ser recolhida pela empresa contratante, no dia 20 do mês
seguinte ao da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços,
prorrogando- se este prazo para o primeiro dia útil subseqüente quando não houver
expediente bancário neste dia, informando, no campo identificador do documento de
arrecadação, o CNPJ do estabelecimento da empresa contratada e, no campo nome ou
denominação social, a denominação social desta seguida da denominação social da
empresa contratante.
O valor retido deve ser compensado pela empresa contratada com as contribuições
devidas à Previdência Social.
A compensação do valor retido somente poderá ser feita pelo estabelecimento que
sofreu a retenção.
A compensação dos valores retidos, nos casos de obra de construção civil mediante
empreitada total, deve ser realizada na matrícula do Cadastro Específico do INSS (CEI) da
obra para a qual foi efetuada a retenção.
Na contabilidade em que houver lançamento pela soma total das notas fiscais, faturas
ou recibos de prestação de serviços e pela soma total da retenção, por mês, por contratada,
a empresa contratante deverá manter em registros auxiliares a discriminação desses
valores, individualizados por contratada.
definição contida na alínea “b” do inciso XXVIII, do art. 413, da IN/SRP nº 03/2005, ao final
desta;
II - a prestação de serviços mediante contrato de subempreitada, conforme definição
contida no inciso XXIX, do art. 413,da IN/SRP nº 03/2005, ao final desta;
III - a prestação de serviços tais como os discriminados no Anexo XIII,da IN/SRP nº
03/2005, ao final desta;
IV - a reforma de pequeno valor, conforme definida no inciso V do art. 413,da IN/SRP
nº 03/2005.
Quando na prestação dos serviços relacionados nos incisos X e XIII do caput, houver
emissão de nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços relativa à mão-de-obra
utilizada na instalação do material ou do equipamento vendido, os valores desses serviços
integrarão a base de cálculo da retenção.
Na situação acima, quando a contratada pertencer à circunscrição de outra Gerência-Executiva, deverá ser
emitido subsídio fiscal para a Gerência-Executiva circunscricionante do estabelecimento centralizador da
empresa contratada, ainda que a decisão judicial não determine que se aplique o instituto da
responsabilidade solidária.
Segurado obrigatório da Previdência que recebe remuneração por atividade prestada tanto para pessoa
física quanto à jurídica. São os antigos autônomos e sócios de empresa.
O art. 9º da Lei 10.666/2003, tornou extinta a partir de abril de 2003 a escala transitória de salário-base,
utilizada para fins de enquadramento e fixação do salário-de-contribuição dos contribuintes individual e
facultativo filiados ao Regime Geral de Previdência Social, estabelecida pela Lei n. 9.876, de 26 de
novembro de 1999.
A contar de 1º de abril de 2003, por força da Medida Provisória n. 83, arts. 4º e 5º, de 12.12.2002 (DOU de
13.12.2002), convertida na Lei n. 10.666, de 08.05.2003 (DOU de 09.05.2003), e regulamentada pela
Instrução Normativa n. 89, de 11.06.2003 - DOU de 13.06.2003, ficará a empresa obrigada a arrecadar a
contribuição do segurado contribuinte individual (autônomos e empresários) a seu serviço, descontando-a
da respectiva remuneração, e a recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo,
até o dia vinte (20) do mês seguinte ao da competência.
Quando o total da remuneração mensal, recebida pelo contribuinte individual por serviços prestados a uma
ou mais empresas, for inferior ao limite mínimo do salário-de-contribuição (inferior ao salário mínimo
vigente), o segurado deverá recolher diretamente a complementação da contribuição
incidente sobre a diferença entre o limite mínimo do salário-de-contribuição e a remuneração total recebida,
aplicando sobre a parcela complementar a alíquota de 20%.
- Contribuição retida quando a tomadora for entidade filantrópica e empresa optante pelo Simples
A retenção previdenciária do contribuinte individual deverá ser observada também pelas empresas
optantes pelo SIMPLES, que será de 11%.
Para o condutor autônomo de veículo rodoviário e para o auxiliar de condutor, em automóvel cedido em
regime de colaboração, o salário-de-contribuição a ser considerado para apuração da contribuição
previdenciária corresponde, a partir de 09.07.2001 (Portaria n. 1.135, de 05.04.2001), a 20% do rendimento
bruto auferido pelo frete, carreto ou transporte de passageiros.
- Dispensa da Retenção
O contribuinte individual equiparado a empresa, o produtor rural pessoa física, a missão diplomática e a
repartição consular de carreira estrangeira, não se encontram obrigados a proceder a retenção
previdenciária dos contribuintes individuais que lhes prestarem serviços.
Aposentado
o aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social que voltar a exercer atividade abrangida por este
regime é segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às contribuições
previdenciárias (§ 1º, art. 9º do Decreto 3.048/99).
Síndico
A taxa de condomínio isenta para o síndico é tratada como remuneração para os fins previdenciários.
Assim, a contribuição previdenciária a cargo do Condomínio, bem como a retenção de 11%, deverão incidir
sobre o valor da taxa isenta. Caberá ao próprio síndico reembolsar ao condomínio o valor correspondente
ao desconto.
Ministro
De acordo com o parágrafo 16 do art. 214 do Decreto n. 3.048/1999, não se considera remuneração direta
ou indireta os valores despendidos pelas entidades religiosas e instituições de ensino vocacional com
ministro de confissão religiosa, membros de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua subsistência, desde que
fornecidos em condições que independam da natureza e da quantidade do trabalho executado.
- Comprovante de Pagamento
A empresa que remunerar contribuinte individual deverá fornecer a este um comprovante de pagamento
pelo serviço prestado consignando, além dos valores da remuneração e do desconto feito a título de
contribuição previdenciária, a sua identificação completa, inclusive com o número no Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) e o número de inscrição do contribuinte individual no Instituto Nacional
do Seguro Social - INSS.
- Forma de Recolhimento
A contribuição retida do contribuinte individual deverá ser recolhida juntamente com as demais
contribuições da empresa, na mesma GPS.