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Conceito de Psicologia

O termo Psicologia deriva de 2 palavras gregas, psyche (alma) e logos (ciência, estudo). Esta define-se como estudo

científico do comportamento e dos processos mentais, isto é, estuda o que é observável (o que fazemos) e ñ – observável

(o que pensamos e sentimos). A psicologia é entendida como ciência devido ao facto da mesma excluir a simples

observação (sabedoria popular) dos factos. Assenta em métodos bem organizados para atingir os seus fins que se

traduzem, essencialmente, em fazer uma descrição dos comportamentos e processos mentais; compreender o que há de

comum entre os indivíduos e o que os distingue dos grupos; tentar explicar um determinado comportamento identificando

a sua causa; prever eventos futuros baseados em eventos passados e por último descobrir quais os factores que levam á

alteração (mudança) de determinados comportamentos, tentando modelá-los de modo a troná-los adequados á situação ou

meio.

Contudo, necessita de recorrer a outras ciências para que possa analisar de forma mais rigorosa os factos psíquicos, isto

é, ñ trabalha isoladamente pois assim é-lhe possibilitado uma visão mais diversificada e mais complexa dos fenómenos. A

antropologia, sociologia, etologia, biologia, medicina e informática são algumas das ciências que complementam o estudo da

psicologia.

A psicologia tem vindo a demonstrar um papel importante nas sociedades contemporâneas pois esta contribui para a

adaptação e bem – estar nas constantes alterações da vida social.

A psicologia é uma ciência inter e transdisciplinar, pede ajuda a outras ciências para estudar os comportamentos e

os processos mentais, disciplinas tais como: Antropologia, Sociologia, Etologia, Biologia, Medicina, Informática,

etc.

Objectivo dos Psicólogos:

Verificar a concordância entre o comportamento verbal e não verbale o estudo dos processos mentais ( atenção,

emoçao/motivação).

Objectivos da Psicologia:

1. descrever - comportamentos e processos mentais com base numa observação sistemática.

2. explicar - por que razão ocorrem os acontecimentos estudados.

3. prever - acontecimentos futuros com base em situações passadas analisadas.

4. modificar - os comportamentos e processos mentais para que se tornem melhor adaptados.

Técnicas e Metodos
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Entrevistas, é a mais utilizada. Pode ser dividida em:

1 -Estruturada- util para recolha dados quando sabemos quais as perguntas; guiao;

2-Semi-estruturada- muito usada na clinica; o psicologo intervem sempre que necessario.

3- Não estruturada- utilizada pelos psicanalistas- criada por Freud- a intervenção do psicólogo é minima.

Observação- que pode ser ocasional- nao define o que vai observar, É nao cientifica e a sistemática, no

metodo investigativo onde se detem 1 objectivo concreto e definido. Dentro da sistematica, pode ser dividida

em participante e nao participante consoante a participação do psicologo.

Testes- Os questionarios e testes tem de obedecer a 3 requisitos:

1- Validade – Quando mede o que diz medir, permite-nos ter previsões.

2-Fidelidade – Qualidade que faz que o mesmo teste aplicado ao mesmo individuo dê o mesmo

resultado.

3-Sensibilidade – Qualidade que permite classificar os indivíduos de forma rigorosa, descriminar

de forma precisa os indivíduos.

Questionarios- imensos. Deve ser escolhida consoante a faixa etária e o objectivo. Devem conter respostas

fechadas ou seja de resposta multipla.

Registos fisiologicos, atraves de colocação de electrodos e equipamento proprio em que se avalia e mede o

batimento cardiaco, da pele e os movimentos dos musculos por ex da cara ( Psicofisiologia) e usado como

complemento aos questionarios para avaliar as respostas emocionais.

Métodos:

1 Durante muito tempo o único método usado em psicologia foi a introspecção – observação interior feita

pelo próprio sujeito – objecto de varias criticas por aqueles que pretendiam um estatuto de ciência para a

psicologia;

2 Nos finais do século XIX a introspecção é posta em causa e adopta-se o método experimental para o

estudo do comportamento. É neste método que os behavioristas vão encontrar o meio para formularem as leis que

respondiam ao seu objectivo: prever comportamentos em situação;

3 Vitima também de varias limitações, outras metodologias vão superar o método experimental, pois

privilegiam a compreensão do comportamento humano na sua totalidade: o método clínico e a observação


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naturalista;

4 Testes, inquéritos, entrevistas, escalas de atitudes, são algumas das técnicas usadas em psicologia;

5 Actualmente para se estudar um dado problema recorre-se a vários métodos e técnicas de investigação,

procurando assim conhecer os problemas em toda a sua complexidade.

Método Experimental

Watson redefiniu o objecto e o método da psicologia porque o método introspectivo tinha de ser ultrapassado. Utilizou o

método experimental nas investigações porque este permitiria a experimentação de uma determinada conjectura e

determinar a validade cientifica de um conjunto de hipóteses. O método experimental traduz-se na forma de

investigação cientifica orientada por uma hipótese prévia explicativa em que é possível ao investigador manipular, em

condições devidamente controladas, uma dada variável e observar o efeito consequente dessa manipulação noutra variável,

estabelecendo uma relação causa-efeito de um determinado facto que se pode testar a validade da hipótese. Todo o plano

experimental é constituído por quatro fases, mas passa, primeiramente pela formulação de uma hipótese que possa ser

testada experimentalmente seguindo, depois, as regras e metodologias das etapas necessárias.

1- Enunciado da Hipótese ou Emissão da Hipótese Prévia

- Tem como finalidade determinar uma possível explicação para a resolução do problema em questão.

- É a hipótese que, depois, orienta a investigação e as metodologias a seguir pois todas as experiências desenroladas em

redor da mm é que irão confirmar, negar ou até mesmo modificá-la.

- A conjectura tem de revestir determinadas características: a adequação ao problema, verosimilhança, e se é verificável.

São elementos fundamentais á sua resolução do problema e ainda apela á criatividade do investigador.

2- Controlo e manipulação das variáveis


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• Identificação das variáveis

O investigador relaciona 2 variáveis, a independente(causa) e a depende (efeito). A variável independente baseia-se no

factor controlado e manipulado pelo investigador com o intuito de observar o que acontece quando sofre alterações. Esta

variável não se encontra subordinada a outros factores e é por isso que se designa independente. No que diz respeito à

variável dependente esta encontra-se condicionada pela variável independente e altera, consoante a manipulação da

variável activa(independente). Pode ser ainda designada de passiva ou de resposta pois esta simboliza o efeito

(comportamento) ou consequência das variações da variável activa.

• Definição Operacional das Variáveis

Depois de identificadas as variáveis(causa-efeito) é necessário saber como torná-las operacionais. Isto é, o

experimentador tem a possibilidade de modificar a variável independente para analisar quais as consequências na variável

dependente e testar a validade da hipótese. È neste momento que se pode avaliar o rigor e o significado dos resultados e

se os mesmos se adequam à hipótese prévia.

• Selecção dos Sujeitos Participantes

Tem de se definir a população-alvo seleccionando os participantes, isto é, definir uma amostra significativa dos sujeitos

experimentais pois não se pode investigar toda a população-alvo. A amostra deve apresentar uma estrutura semelhante à

estrutura da população-alvo. A amostra deve apresentar uma estrutura semelhante à estrutura da população para que

depois se possa generalizar os dados resultantes da amostra e aplicá-los à população-alvo. Esta, tem de ser

representativa, equilibrada no que diz respeito às idades, sexo, meio social, zona geográfica e religião.

• Constituição do Grupo Experimental e de Controlo

Os sujeitos experimentais são divididos em dois grupo distintos, o grupo experimental e o grupo de controlo. O 1º grupo

mencionado é submetido a uma manipulação da experiência e está condicionado pela variável independente. O grupo de

controlo encontra-se exposto aos mesmos factores que o grupo anterior, no entanto, a sua experiência não é manipulada

pelo investigador. Este grupo funciona como grupo modelo de comparação, padrão de comparação. Os investigadores

utilizam 2 grupos diferentes na medida em que se utilizasse grupos iguais, os resultados poderiam comprometer a validade

da hipótese.

• Registo e Análise dos Dados

O investigador regista e analisa os dados da observação para tentar chegar a conclusões.


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• Generalização dos Dados

A conclusão só poderá se relativamente generalizada porque apresenta algumas limitações quanto à sua validade externa

na medida em que nem todos os sujeitos da experimentação reagem do mesmo modo aos mesmos estímulos.

Vantagens do Método experimental

1. Estabelecimento de relações causais, possibilitando-nos identificar, formular leis do comportamento.

2. Replicação(repetição) dos procedimentos por outro experimentador para verificar se obtém resultados

semelhantes.

a) O fácil controlo das variáveis estranhas ou parasitas em contexto laboratorial tornando possível atingir elevados

graus de precisão.

b) Uso de uma grande variedade e quantidade de tecnologia e equipamentos sofisticados permite fazer uma

observação quantitativa dos fenómenos.

3. Permite obter resultados fidedignos(seguros).

4. Generalização dos resultados

Limitações

Validade Interna

1. Dificuldade em controlar todas as variáveis externas: interferências do experimentador; características dos

participantes e condições ambientais.

a) Efeitos involuntários do experimentador

O poder de sugestão do experimentador interfere no comportamento dos sujeitos induzindo-os a agir como ele deseja,

para que a sua hipóteses seja confirmada.


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b) efeito de Hawthorne

As pessoas têm tendência a comportar-se de modo diferente quando estão a ser observadas.

c) Condições ambientais

Os grupos são condicionados às mm situações e têm de ser expostos às mm características para que não haja

interferências no resultado da experiência.

Validade Externa

1- Artificialidade das condições experimentais em laboratório:

a) Generalização dos resultados

A situação a que são expostas as variáveis é muito artificial e pouco tem a ver com as situações concretas da vida real.

b) Problemas e deficiências na constituição da amostra populacional. Pois esta tem de ser bastante abrangente para se

poder generalizar os dados.

2- Limitações éticas da investigação experimental.

Deve-se respeitar a integridade física e moral das pessoas ou animais envolvidos numa experimentação, recorrendo por

isso á experimentação invocada em que a modificação da variável independente (sinistrados, doentes) acontece sem

interferência do experimentador, que se limita a observar e registar dados.

3- Dificuldade em isolar a variável independente porque pode tratar-se de uma correlação(mera coincidência) e não de

uma causa-efeito.

4- Aplicação limitada a algumas áreas de investigação como é o caso do funcionamento do sistema nervoso, alguns

aspectos as aprendizagem, da memória, da inteligência e da percepção, pelo seu carácter operacional.


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1 Adopção do método experimental: necessidade de assegurar o carácter de ciência objectiva e rigorosa à

psicologia, seguindo o modelo das ciências naturais;

2 Segunda metade do século XIX – iniciam-se as primeiras investigações experimentais na área da

psicologia;

3 Considerado critério de cientificidade, o método experimental vai ser assumido pelos behavioristas como

o instrumento privilegiado para o conhecimento do comportamento humano e animal;

4 Etapas:

Ponto de partida – existência de um facto/problema;

Hipótese prévia – orienta a observação e determina as técnicas a utilizar;

Experimentação – conjunto de observações realizadas em condições controladas com o objectivo de testar a

validade da hipótese, que consiste na manipulação de variáveis:

Variável dependente – o que o investigador pretende analisar; as suas variações são consequência da manipulação

das variáveis independentes;

Variável independente – conjunto de factores/condições experimentais manipuladas pelo experimentador. São as

causas hipotéticas do comportamento que se pretende explicar;

Variável externa ( parasita) – condições que o experimentador não considerou na hipótese que enunciou, mas que

afectam o resultado da experiência.

Todos os participantes na experiência deve estar sujeitos à mesma situação, pelo que o investigador deve

recorrer à constituição de:

Grupo experimental – sujeito à manipulação das variáveis independentes;

Grupo de controlo – serve de padrão, não estando sujeito à manipulação das variáveis independentes.

Generalização dos resultados – o investigador generaliza o que verificou num número limitado de indivíduos (a

amostra) a toda a população a que se refere a investigação. Uma generalização abusiva pode conduzir a concepções

e praticas que afectam a vida das pessoas.


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----Operacionalização- processo que consiste na conversao de uma hipotese em procedimentos especificos e

verificáveis. Possibilidade de posterior avaliação para confirmação ou não.

5 Tipos de experiências:

em laboratório;

de campo ou em contexto ecológico;

invocadas;

6 Limitações:

dificuldade em isolar as variáveis que intervêm no comportamento;

dificuldade em controlar as atitudes e expectativas do sujeito:

dificuldade em neutralizar os efeitos do experimentador;

7 Vantagens:

Permite inferir relações causais entre a variável independente e a dependente, isto

é, entre um comportamento e outro;

Permite a formulação de leis gerais sobre o comportamento;

O procedimento experimental e reaplicável, pelo que não se submete somente à prova

dos factos, como também pode ser testado por um outro experimentador, em nome da

autenticidade e fidelidade dos resultados.


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A OBSERVAÇÃO EM PSICOLOGIA

O psicólogo recorre muitas vezes à observação sistemática ou científica que varia quanto ao contexto naturalista,

laboratorial e espontânea ou ocasional.

1- Observação Naturalista- ou método correlacional

• Método de análise qualitativa do comportamento que ocorre em contexto ecológico ou em condições naturais

(habitat natural).

• Contrasta com o método experimental na medida em que não há manipulação de variáveis pois é uma observação de

comportamentos espontâneos em situações naturais, em condições não controladas.

• Assim ñ é permitido ao psicólogo efectuar uma relação causa–efeito.

• Tem um campo de aplicação muito vasto pois engloba comportamento de automobilistas, crianças em infantários,

indivíduos no seu local de trabalho, comportamentos dos animais etc.

• No plano do comportamento humano, a observação naturalista permite-nos compreender o fenómeno da liderança

nos vários contextos sociais e os padrões de interacção social de cada sexo.

Observador Participante: Integra-se nas actividades do grupo, isto é, intervém activamente nas actividades propostas.

Observador Não-Participante: Não participa nas actividades observadas. Pode ainda adoptar uma observação oculta e

observação cega.

Vantagens:

a) Os comportamentos são observados em contexto ecológico, no seu meio habitual de concorrência. Ultrapassa a

artificialidade do laboratório.

b) O comportamento dos indivíduos observados não é afectado nem pela inibição nem pela ansiedade dos contextos

laboratoriais. As variáveis externas não são aqui evidenciadas.

c) É de grande utilidade no estudo de espécies que não se adaptam a condições laboratoriais.

d) Pode ser utilizada em situações nas quais o método experimental não seria apropriado. Ultrapassa e evita as

questões éticas.
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Desvantagens:

a) As observações naturalistas são de muito difícil replicação.

b) O controlo sobre as variáveis estranhas é reduzido pelo que não se podem estabelecer relações causa-efeito: as

conclusões são meras suposições.

c) Se os participantes têm consciência de que estão a ser observados o seu comportamento será menos natural; se não

sabem que estão a ser observados e o seu comportamento não tem carácter público podem colocar-se problemas éticos

que se invadem a observação (violação de privacidade).

d) Com apenas um observador é difícil verificar a autenticidade e fidelidade dos dados.

2- Observação Laboratorial

- Recorre-se a esta vertente para que haja um controle das variáveis indesejadas.

- O equipamento técnico laboratorial dá um carácter mais rigoroso à observação.

- Padece de algumas desvantagens como a artificialidade do contexto, os participantes são condicionados

involuntariamente pelas expectativas do experimentador, não atinge o grau de controlo das variáveis externas

característico do método experimental pois não constituem grupos experimental e de controlo e há comportamentos que

só podem, por questões éticas e técnicas, ser observados em contexto natural.

3- Observação espontânea ou ocasional

- Não obedece a regras e foi utilizada por Pavlov no condicionamento clássico.

Técnicas de registo sistemático de dados de observação

Testes: Situação experimental escrita, oral ou de realização de actividades, em que se avaliam determinadas

características do sujeito.

Inquéritos: Conjunto de questões escritas ou orais a serem respondidas pelo sujeito, para conhecer as suas opiniões,

atitudes ou outros aspectos do seu comportamento.


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Grelhas de observação: Descrição escrita de um conjunto de comportamentos que podem ocorrer durante o período em

que o investigador observa o sujeito.

Entrevistas: Realização de questões orais, que podem ser mais gerais ou mais específicas, e também mais ou menos

estruturadas

Aparelhos de registo: Registam dados do funcionamento biológico do organismo.

Tarefas comuns ao observador e ao experimentador:

Formulação de hipóteses prévias: Tanto o observador como o experimentador têm de definir especificamente o objecto

e o problema que pretendem estudar e formular hipóteses acerca do que pensam que irá acontecer.

Controle de variáveis: Embora na observação não haja manipulação de variáveis, procura definir-se concretamente o que

se vai estudar, as condições de observação e analisar os factores relacionados com o fenómeno e as circunstâncias em que

ocorre, tal como no método experimental. Na observação, estas condições são definidas rigorosamente, de modo a poder

reproduzir-se a observação. O controle permite repetir a observação no tempo, em situação semelhante, variando, apenas

os sujeitos ou os observadores.

Generalização dos dados: Os resultados obtidos tanto na observação e na experimentação devem permitir, ao

investigador, extrair conclusões e enunciar leis que se podem aplicar á totalidade da população em causa e não apenas aos

sujeitos em estudo.

MÉTODO CLÍNICO (estudo casos, estudo processos ou estudo global)

O método clínico é um conjunto de metodologias, estratégias e técnicas de índole qualitativa que pretendem fazer um

estudo aprofundado do funcionamento psicológico de um indivíduo entendido como totalidade dinâmica, singular e

evolutiva em interacção com o meio. Isto é, tem como finalidade uma compreensão global das significações pessoais dos

sujeitos. A atenção do método clínico incide na história evolutiva do indivíduo, na sua psicobiografia: é o indivíduo em

situação e em evolução que interessa. Os defensores do método clínico afirmavam que cada comportamento é o resultado

de um processo e não se pode compreender dando simplesmente atenção ao momento final. È necessário compreender o

comportamento como uma sequência de uma série de situações e vivências particulares. Resumo: analisar a conduta do

sujeito em dimensões particulares, nomeadamente, afectivas, intelectual e social, e ainda em dimensões temporais

( importa o presente, passado e projectos futuros). Isto para que seja possível fazer um levantamento rigoroso das

reacções do indivíduo em determinadas situações, tentado descobrir a sua génese, os conflitos que lhes estão associados

e os meios para resolvê-las.


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Aplicação da Psicologia

No campo da psicologia aplicada as principais especializações são: a psicologia Clínica, a psicologia

Educacional e a psicologia Organizacional.

Funções

Do psicólogo Educacional:

- Promoção do sucesso da aprendizagem;

- Prevenção de situações de insucessos;

- Avaliação de dificuldades de aprendizagem;

- Avaliação e elaboração de projectos e programas educativos;

- Formação de agentes educativos;

- Educação de adultos.

Do psicólogo clínico:

- Promoção da saúde mental;

- Diagnostico e tratamento de comportamentos desajustados;

- Prevenção de comportamentos de risco;

- Actividades terapêuticas ao nível individual, grupal e familiar.

Do psicólogo organizacional:

- Organização do trabalho;
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- Relação entre os indivíduos e as tarefas;

- Selecção dos recursos humanos;

- Formação de recursos humanos;

- Relação entre os indivíduos e os grupos;

- Processos de liderança.

Evolução da Psicologia

Na sua curta história a Psicologia evoluiu de ciência dos processos mentais para ciência do comportamento e dos

processos mentais. Wunt, Watson, Wertheimer, Freud, e Piaget forma os vários psicólogos que protagonizaram a evolução

da Psicologia. Wunt emancipou a Psicologia da Filosofia. Criou um laboratório experimental e dedicou-se ao estudo dos

processos mentais, em particular, a consciência e as sensações e optou pelo método introspectivo. Watson revoluciona o

conceito da psicologia. Desta vez o seu objecto de estudo baseou-se nos comportamentos observáveis. Recorreu ao

método experimental e foi aqui que as suas teorias podiam ser refutadas e experimentadas. Depois desta perspectiva

surge uma nova concepção, a dos gestaltistas. Opunham-se aos behavioristas e aos associacionistas na medida em que

defendia que nãos e deve reduzir a consciência aos seus elementos mais simples. Mais tarde Piaget centra a sua

actividade no desenvolvimento cognitivo e intelectual e dedica-se a o método clínico. Piaget deu especial atenção á

criança, alterando por completo a sua noção de ser igual aos adultos. Freud deu seu contributo no estudo do inconsciente

e dos processos patológicos. Como método de investigação e prática a psicanálise.

História da Psicologia

Associacionismo/ Estruturalismo (Doutrina de Wunt)

Wunt 1879 tornou a psicologia autónoma da filosofia, com a criação do laboratório de psicologia experimental em 1879.

Este procurou criar uma ciência experimental baseada na experimentação e observação, introduzindo o rigor e

objectividade das outras ciências existentes na época. Inspirando-se na sua experiência como fisiólogo, Wunt considerava

que a psicologia se tornaria credível se seguisse o modelo da física. Com isto, iria recorrer a uma técnica denominada de

Atomismo que consistia em decompor o seu objecto de estudo – a consciência ou experiência consciente – nos seus
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elementos básicos (sensações, sentimentos). Por outras palavras, o seu objectivo era tentar identificar a estrutura (dai o

outro nome dado à sua doutrina, Estruturalismo) da consciência recorrendo á identificação das unidades básicas da mm,

do modo como se associam e as leis k as relacionam. No entanto, para se realizar tal processo Wunt introduziu o método

da introspecção. Este método consiste na observação, descrição e análise das próprias experiências, sensações e

pensamentos quando expostos a determinados estímulos externos, relatadas pelos sujeitos experimentais que eram

treinados para se auto-observar e descrever. Os associacionistas utilizavam a introspecção controlada, isto é, provocada

em condições laboratoriais bem definidas, apenas para a observação e descrição de si próprios, pois a análise era feita

pelo psicólogo.

Críticas ao método introspectivo

- O método de Wunt apesar de ter sido pioneiro na introdução da psicologia experimental, ñ era suficientemente

objectivo para se considerar ciência o que levou a inúmeras críticas.

Dificuldades de Aplicação:

- A introspecção é um método que limita o campo da investigação psicológica.

O comportamento animal, o desenvolvimento infantil, as perturbações e distúrbios comportamentais são áreas de

investigação e pesquisa psicológica que o método introspectivo ñ engloba.

- A introspecção ñ permite o acesso a zonas do psiquismo.

É um método limitado pois só permite estudar a consciência experiente ignorando os processos psíquicos inconscientes

igualmente importantes.

- Não se pode aplicar a dados de natureza fisiológica que são objectivos, visando apenas os estados de consciência que são

interiores e subjectivos.

Falta de rigor:

- A introspecção é na verdade, retrospecção.

A vivência e a descrição da vivência ñ acontecem simultaneamente pois o que se descreve é algo que já passou ou foi

vivido. Assim torna-se difícil o relato preciso dessa experiência.


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- A introspecção modifica a experiência psíquica.

Tomar consciência de um estado psíquico é uma actividade psíquica que modifica necessariamente o fenómeno que se

observa.

- Para existir observação de tipo científico é necessário que o sujeito que observa e o objecto a ser observado sejam

diferente, defendido pelo defensor da teoria do positivismo, Comte.

- Os dados resultantes da introspecção só podem ser comunicados pela linguagem e há experiências que são difíceis de

exprimir verbalmente.

Processos de Aprendizagem:

Condicionamento clássico: adquirimos conhecimentos e formamos sentimentos através de associação de estímulos. Tem

bastante influência na formação do aspecto afectivo e emocional das atitudes (identificação).

Condicionamento operante: mecanismo mediante o qual o reforço de um determinado comportamento (gratificação)

aumenta a probabilidade de ele ocorrer novamente.

Aprendizagem social ou aprendizagem por modelos: aprendemos atitudes através da observação, modelação e imitação

da conduta de um outro indivíduo criada por Bandura 1970/1980.

Behaviorismo/ Conditismo/ Comportamentalismo (Doutrina de Watson)

Os discípulos de Wunt levaram á expansão da doutrina estruturalista, construindo laboratórios nos seus países de origem.

No entanto, foram muitas as críticas apontadas ao método introspectivo devido á sua falta de objectividade científica. È

neste período, então, que Watson funda a doutrina behaviorista. Watson criticava o método introspectivo pela falta de

rigor e precisão científica na medida em que a introspecção se baseava em relatos puramente subjectivos, ñ observáveis.

À semelhança de Wunt , Watson era também um atomista mas desta vez defendia que as unidade base do comportamento

eram os reflexos condicionados,


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inspirando-se nas experiências realizadas por Pavlov acerca do condicionamento clássico. O condicionamento clássico,

respondente ou Pavloviano baseia-se num processo de aprendizagem em que um organismo aprende a responder e a reagir

à justaposição de um estímulo ñ condicionado e de um estímulo neutro quando o ultimo lhe é apresentado várias vezes.

Deste modo, um organismo consegue associar e antecipar determinados fenómenos. Pavlov, defendia que a aprendizagem

animal e humana derivava de reflexos condicionados e para testar a sua tese fez a seguinte experiência:

Condicionamento Clássico Pavlov:é uma forma de aprendizagem. Diz-se que ha aprendizagem quando 1 organismo colocado

varias vezes namesma situação modifica o comportamento de forma sistemática. Consiste no emparelhamento de 2

estimulos cada um dos quais produz inicialmenteuma resposta diferente do outro. Ao estudar a digestao (fisiologista) nos

caes verificou que a salivaçao nao era apenas provocado pelo contacto com o alimento mas pela simples visao do alimento

ou ,mesmo pela aproximação do experimentador.

A questao que ele colocou consistia em saber se qualquer estimulo associado ao alimento era susceptivel de provocar

salivação. Para esse efeito, escolheu 1 estimulo sonoro- o som de 1 metrónomo e a experiencioa era:

1ºEtapa: Antes do condicionamento- emitia o som e em seguida,verificava apos alguns segundos que nao resultou em

salivaçao; o cao apenas levantava as orelhas dando uma resposta incondicionada., depois inseria carne ( associou ) moida no

boca do cao medindo o tempo em que se iniciava a salivaçao .

2ª etapa: durante condicionamento, repetição de 20 vezes, - a campainha é tocada imediatamente ANTES da carne.

3ª Etapa: Apos o condicionamento, o som da campainha resulta em salivação sem ser necessaria a apresentaçao do

alimento. o condicionamento é concretizado nestes moldes; O E neutro- campainha- é considerado um estimulo

condicionado que produz a resposta condicionada ou a salivação.

De acordo com o modelo de Pavlov o E.C. deve preceder o E.I com um intervalo entre 0-15 seg

A)

Na 1ª Etapa: antes do condicionamento,1 Pavlov apresenta:

EI (Comida)= RI ( Salivação)

Depois apresentou Som (EN)= resposta nao especifica.

B)
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Na 2ª Etapa,

EN Som+ EI Comida originava:

EN Estimulo Neutro-Som

EI –Comida

EC-Campainha

O condicionamento clássico assenta em vários processos

Aquisição intervalo de tempo que medeia a apresentação da carne e o

toque da campainha.

Não pode ser um intervalo muito grande.

Extinção designa a diminuição/extinção da resposta condicionada devido à

ausência de

estímulo não condicionado;

Recuperação espontânea apesar de a resposta condicionada parecer extinta,

após um tempo

de descanso, se voltasse a tocar a campainha, o cão voltava a salivar.


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Generalização do estímulo tendência para responder a estímulos semelhantes

ao estímulo

condicionado. Ex: cão saliva ao ouvir uma sirene.

Discriminação distinguir o estímulo condicionado, distinguindo-o dos outros.

Ex: cão

aprender a responder a um toque particular de campainha.

Alcance do condicionamento clássico:

São muitos estímulos que servem de sinais para outros estímulos;

Generalização dos estímulos demonstra que o medo pode ser condicionado;

Pavlov foi o 1º a distinguir entre reflexos incondicionados e condicionados. Os incondicionados sºao essencialmente os

inatos, produto da biologia do organismo e funcionam de forma independente de qulaquer aprendizagem e os reflexos

condicionados como aquelesque são adquiridos e portanto condicionados à experiencia passada. Para Pavlov a conexão

entre EC e RC não é inata, mas sim aprendida. Inicialmente o EC é um E,Neutro que nao provoca RC. O EC ( campainha)

provoca RC (salivaçao) somente depois de algumas repetições do EC ( campainha) seguido do EI (comida).

- Esta experiência sugeriu a Watson a ideia de que o condicionamento poderia ser aplicado ao comportamento humano. E

foi então que numa experiência com uma criança de onze meses de idade, Little Albert, pôde provar que o comportamento

humano poderia também ser condicionado. Todo o nosso comportamento é influenciado pela experiência, ou seja, somos

produto do meio e por ele somos modelados. Somos organismos em situação e sendo o nosso comportamento subordinado

pelo meio, podemos alterar as situações e como consequência o comportamento é alterado, permitindo prever o que

faremos. No que toca ao método, este defendeu a explicação experimental em que o objecto é estudado como algo

independente do observador.

Condicionamento Operante

Aprendizagem- mudança comportamental, que pode ocorrer de forma consciente ou não num processo individual ou

interpessoal, relativamente permanente que deriva da experiência e não da maturação ou de transformações físicas e

fisiológicas. Não é directamente observável e permite uma melhor adaptação ao mundo.


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Condicionamento operante- Skinner afirma que o comportamento ou resposta está na origem de consequências agradáveis

ou de consequências desagradáveis, ou seja, aprendemos com as consequências dos nossos actos. Skinner continuou o

trabalho de condicionamento e defendeu esta teoria operante segundo a qual o individuo tem 1 comportamento que é

VOLUNTARIO( ELEITO), o comportamento é uma resposta aos estimulos que pode ser reforço continuo ou parcial.

E difere do Condicionamento classico que diz que apenas respondemos a estimulos.

- Se tem consequências agradáveis um comportamento passa a ser emitido com mais frequência, mas se tem repercussões

desagradáveis o comportamento é enfraquecido.

Lei de Thorndike-um comportamento seguido por consequências satisfatórias torna-se mais provável do que um

comportamento cujas consequências são insatisfatórias . ou a lei do efeito. = as consequencias de 1 comportamento

determinam a sua frequencia ou a sua diminuição.

- Reforço é um estímulo que fortalece e aumenta a frequência de uma resposta, isto é, aumenta as probabilidade de ser

repetida.

- Reforço positivo: Estímulo agradável que reforça a probabilidade da resposta ocorrer novamente.

- Reforço negativo: Evitação de um estímulo desagradável que reforça a probabilidade da resposta ocorrer novamente.

- Punição ou castigo: Diminui a probabilidade de ocorrência ou repetição da resposta dada. Ocorre depois da resposta.

- Extinção, generalização, recuperação espontânea, discriminação e modelagem.

Condicionamento observacional, social ou por modelação

- Bandura: defende que o observador presta atenção ao comportamento de um modelo e ás suas consequências.

- O observador assimila a representação mental da resposta e do modelo. A tendência do observador para imitar o

comportamento do modelo pode ser reforçada ou enfraquecida, dependendo das consequências da acção observada.

- É uma aprendizagem indirecta ou vicariante- o que é reforçado ou punido directamente é o comportamento observado.
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Reforço vicariante- o indivíduo prevê que se comportar como o modelo será recompensado de forma gratificante.

Punição vicariante- o observador afasta-se de um comportamento quando alguém condena ou pune o comportamento do

modelo.

Condições necessárias da aprendizagem observacional- atenção; Retenção; Execução ou produção; motivação e reforço.

Factores que influenciam a aprendizagem observacional: nível do desenvolvimento do observador; estatuto do modelo;

consequências vicariantes; autoeficácia.

Doutrina de Piaget

Construtivista: O sujeito tem um papel activo na construção dos esquemas e estruturas que se desenvolvem mediante a

maturação biológica e que nos permitem conhecer e interpretar a realidade para resolver os problemas que a mm nos

coloca.

Epistemologia: Procura compreender a génese das estruturas cognitivas interpretativas do mundo.

Estruturalista: As estruturas, que se formam a partir da actividade do sujeito em confronto com o meio, são um factor

crucial na medida em que são as mesmas que nos permitem conhecer e ser inteligentes.

Interaccionista: O conhecimento (desenvolvimento cognitivo) e a inteligência (desenvolvimento intelectual) resultam da

interacção organismo-meio.

Psicobiológica: Defende que a inteligência é uma forma de adaptação que visa resolver os problemas do dia-a-dia.

Jean Piaget, formado em Biologia, centrou a sua actividade no estudo do desenvolvimento intelectual e cognitivo do ser

humano (crianças, adolescentes). Este, volta a reformular o objecto de estudo da psicologia. Desta vez concilia o inatismo

Gestaltista, os aspectos do meio e introduz uma nova vertente: o papel activo do sujeito no meio que foi um dos seus
21

grandes contributos. O sujeito ganha aqui uma postura dinâmica pois vai construindo a sua inteligência e os seus

conhecimentos à medida que atribui significações às situações, conforme a sua personalidade. O sujeito tem um papel

mais qualificado na sociedade utilizando as suas aptidões intelectuais e cognitivas na adaptação com o meio. As suas

acções não são somente determinadas pelo meio. Estas são construídas ao longo duma justaposição entre as estruturas

biológicas pré-formadas (inatas) - já nascemos com predisposições genéticas - com as estruturas provenientes do meio.

Opõe-se, assim, aos behavioristas pois defende que os processos mentais podem ser estudados cientificamente. Isto

significa, que embora não se possa observar os processos cognitivos e intelectuais, podemos observar os comportamentos

e inferir, a partir dos mesmos, o tipo de procedimentos cognitivos e intelectuais que o desencadearam. Resumindo, o

conhecimento e a inteligência resultam da interacção organismo-meio. Inteligência é uma série de modificações e

adaptações que visa resolver os problemas do dia-a-dia postos pelo meio. Opõe-se, assim, aos gestaltistas que defendiam

que a capacidade de organização do mundo era somente inata e aos behavioristas pois consideravam que o sujeito tinha um

papel passivo que se limitava a responder a estímulos provenientes do meio. A doutrina de Piaget tem como objectivo

compreender a génese das estruturas e como as mesmas se constróem para permitir o desenvolvimento intelectual e

cognitivo. Outro dos contributos de Piaget foi a teoria que a criança não é um adulto em miniatura e nem é dotada das

mesmas aptidões. Há uma diferença qualitativa entre o adulto e a criança quanto ao modo de funcionamento intelectual.

Chegou também à conclusão, que construímos as nossas estruturas, que nos permitem conhecer e ser inteligentes, de

forma qualitativamente diferente ao longo das 4 diferentes fases do desenvolvimento intelectual. Piaget introduz uma

nova noção de comportamento e uma nova variável, com a seguinte fórmula.

R= f (S P)

Que se traduz:

O comportamento é uma resposta que varia em função da interacção entre a personalidade do sujeito (P) e a situação (S).

Teremos de considerar dois factores:

• Influência da personalidade e a influência das situações anteriormente vividas por alguém.

Os factores S e P agem um sobre o outro, isto é, interagem, não podem ser considerados isoladamente. Assim, o

comportamento não é um mero reflexo automático, ou seja, não é uma resposta absolutamente condicionada por um

conjunto de estímulos externos. Faz referência à personalidade e a situação é subjectiva pois esta é interpretada por

cada um de nós em que o indivíduo, tendo em conta a sua personalidade, projecta as suas significações). Isto contribui

para a desvalorização da fórmula proposta por Watson. Esta revela-se simplista e redutora do comportamento em que diz

que o mesmo apenas depende da situação. Não faz referência à personalidade e a situação é objectiva. Além dos factores

exógenos, há que ter em conta os factores endógenos como é o caso dos sentimentos do sujeito, temperamento,
22

desenvolvimento intelectual e moral, o modo como assimilou as experiências vividas na infância, a forma como decorreu a

sua educação e socialização. O homem passa a ser compreendido como produto e produtor do meio.

Conceito de Desenvolvimento

Desenvolvimento: Processo dinâmico e complexo em que ocorrem um conjunto de transformações quantitativas e

qualitativas que desde o momento da concepção e ao longo de toda a vida marcam a existência de um indivíduo e que lhe

permitem, agir e reagir face ao meio.

Modificações Quantitativas: Manifestam-se no plano físico e fisiológico assim como ao aumento de competências e de

habilidades.

Modificações Qualitativas: Alterações psicológicas (Evolução das aptidões intelectuais e alterações no relacionamento

com os outros e com o que nos acontece).

Características da natureza do desenvolvimento humano

- O desenvolvimento é um processo temporalmente sequenciado que engloba todo o ciclo vital(desde a concepção até à

morte). Pressupõe uma sequência de tempo.

- O desenvolvimento é um processo integrativo. Isto significa que tem por base a experiência e aquisições anteriores.

- O desenvolvimento é direccional. Isto significa que se desenrola no sentido de uma complexidade crescente. Cada vez

intervêm mais elementos e mais factores ao longo de uma gradação.

- O desenvolvimento é organizado. Isto significa que as aquisições e competências são progressivamente integradas.

- O desenvolvimento é global. Isto significa que as mudanças e evoluções não ocorrem isoladamente, ocorrem sim em

simultâneo e em interacção com outros elementos.

Continuidade e Descontinuidade
23

- A controvérsia entre a questão do desenvolvimento ser continuo e descontinuo diz respeito à ontogénese(evolução do

cérebro).

Perspectiva Continuista: Defendem que o desenvolvimento individual é um processo lento, gradual, cumulativo, sem

alterações bruscas de ritmo. Defendem as mudanças quantitativas(Watson) na medida em que o pensamento e a

inteligência dos adultos e das crianças só diferem quantitativamente, a nível de competências.

Perspectiva Descontinuista:(Teoria actualmente aceite- Freud, Piaget, Erikson). Defende que o desenvolvimento ocorre

ao longo de distintos estádios do ciclo vital. È marcado por ritmos diferentes, verificando-se alternância entre períodos

com mudanças pouco frequentes e relevantes e períodos marcados por mudanças abruptas e descontínuas. Dá especial

ênfase às mudanças qualitativas.

Estádio: Fase do desenvolvimento que se distingue qualitativamente de fases anteriores e posteriores. Corresponde ao

surgimento de novos padrões comportamentais. Cada estádio integra as aquisições dos estádio anterior.

Conceitos centrais dos Estádios do Desenvolvimento

- A distinção entre os estádio dos desenvolvimento é de natureza qualitativa.

- A transição de um estádio para o seguinte é marcado por mudanças simultâneas.

- A mudança de um estádio para outro é rápida.

- As numerosas mudanças compartimentais e físicas que assinalam o surgimento de um novo estádio formam um padrão

coerente.

Natureza (Maturação) ou Meio (Educação)

Teoria / Modelo Mecanicista- defendida por Watson e Skinner. Defende que o desenvolvimento é modelado pela

experiência, estimulado pelo meio, resultando a aquisição de novas competências da acção de factores externos. O

indivíduo reage passivamente às influências do meio.


24

Teoria Organicista ou Interaccionista- defendida por Freud, Piaget e Erikson. Defende a influência do ambiente

sociocultural e a experiência no desenvolvimento em que cada indivíduo impõe as suas significações e respostas aos

acontecimentos e vivências.

Maturação: Sequência ordenada de mudanças determinada pelo programa genético de um indivíduo. O termo refere-se ao

crescimento sistemático do sistema nervoso e outras estruturas do organismo.

Factores gerais do desenvolvimento cognitivo

Para Piaget o desenvolvimento cognitivo resulta da interacção entre factores hereditários e ambientais mas o que

prevalece é a actividade do sujeito.

1º Factor: Hereditariedade, maturação interna. Refere-se a mudanças biologicamente determinadas no desenvolvimento

físico e neurológico que ocorrem de forma relativamente independente em relação ás experiências.

2ª Factor: A experiência física, a acção sobre os objectos. È toda a acção do sujeito sobre os objectos que contribuem

para a formação de estruturas e esquemas que possibilitam a compreensão da realidade.

3º Factor: Transmissão social, educação. Somos influenciados pelo contexto social, pela observação dos outros e pela

educação. O meio, contrastando com o conceito dos behavioristas, assume um cenário não absolutamente objectivo pois

encontra-se configurado pela actividade humana.

4º Factor: Equilibração. Cada novo estádio pressupõe novos ou mais complexos esquemas e estruturas.

Instrumentos e Processos fundamentais no Desenvolvimento Cognitivo

Piaget via o desenvolvimento cognitivo à imagem dos processos biológicos. O desenvolvimento cognitivo é um processo

dinâmico que consiste em duas funções inatas: adaptação e organização face ao meio. A inteligência precede o pensamento

e desenvolve-se por etapas progressivas que exigem processos de adaptação. O desenvolvimento pressupõe, por um lado, a

maturação do organismo e, por outro, a influências do meio físico e social. No entanto para compreender o processo

adaptativo deve-se ter em conta 4 conceitos: esquemas, assimilação, acomodação e equilibração.

Esquemas: Cada etapa de desenvolvimento é caracterizada pela presença de esquemas mentais coordenados entre si.

Piaget defende que são instrumentos fundamentais á aquisição de conhecimentos. São padrões de comportamento e de
25

pensamento que organizam a nossa interacção com o meio. São padrões de acção e estruturas mentais que, organizando a

nossa experiência, estão envolvidas na aquisição de conhecimentos. Os primeiros esquemas estão inteiramente ligados a

acções e a reflexos inatos.

Assimilação e Acomodação: Os esquemas, ao longo dos estádios, mudam constantemente, transformando-se noutros

ainda mais complexos, adaptando o sujeito ao meio. A inteligência é uma adaptação ao meio ambiente e faz-se através de

dois processos: assimilação e acomodação.

• Assimilação: processo de integração ou incorporização dos dados/informações ou de uma nova situação nas

estruturas e esquemas anteriores/já existentes no sujeito.

A assimilação verifica-se quando usamos esquemas existentes para dar sentido aos novos acontecimentos e experiências.

Mediante a assimilação respondemos a uma nova situação de modo semelhante ao que adaptámos numa situação similar,

sem necessidade de modificar os esquemas anteriores.

Quando temos de alterar os esquemas existentes para responder a uma nova situação dá-se a acomodação.

A Acomodação: Processo de ajustamento e modificação dos esquemas existentes ou criação de novos para se adaptar aos

novos elementos provenientes do meio.

Resumo: Piaget afirmou que o processo de assimilação implica sempre o de acomodação. Numa 1ª fase, o objecto é

interiorizado pelo sujeito incorporando-os nas estruturas e esquemas já existentes. Quando surge um novo objecto este,

implica que sujeito tome outra posição pois é essencial refazer as estruturas e esquemas que incorporou.

Equilibração: Processo que consiste em procurar estabelecer um equilíbrio entre assimilação e acomodação e conduz a

patamares superiores de adaptação. Cada estádio representa uma forma de equilíbrio cada vez maior e mais estável, que

permite uma adaptação mais adequada ás circunstâncias. Excessiva assimilação e excessiva acomodação impedem e

perturbam o desenvolvimento cognitivo e levam a um desequilíbrio cognitivo.

ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO INTELECTUAL

Piaget defendia que construímos as nossas estruturas, que nos permitem conhecer e ser inteligentes, de forma

qualitativamente diferente ao longo das 4 diferentes fases do desenvolvimento intelectual.

Estádio Sensório–Motor (do nascimento aos 2 anos)


26

Este estádio abrange o período do nascimento aos 2 anos de idade (reflexos inatos à construção das imagens mentais) e

está determinado pelas actividades perceptivas e acções motoras que captam impressões sensoriais. Em vez de palavras e

conceitos, a criança serve-se de percepções, reflexos e movimentos, organizados em esquemas de acção para

compreender o que a rodeia. Neste etapa, a criança não distingue nem compreende as relações entre os objectos, no

entanto, na presença de um novo objecto, incorpora-o em cada um dos seus esquemas através da exploração/sucção dos

mesmos. È como se se tratasse se os compreender pelo uso. A sua inteligência é totalmente prática. Quando mais

capacidade a criança tiver para reconhecer/diferenciar acções ou objectos menos reflexos são os seus esquemas. No 1º e

4º mês, as actividades somo sacudir, esfregar, balançar, chuchar centram-se essencialmente no seu próprio corpo. No que

diz respeito ao 4º e 8º mês desenvolve-se a coordenação entre as actividades perceptivas e motoras. Nesta fase as

actividades já não são centradas apenas no seu corpo. No entanto, todas as acções não são propositadas, são intencionais,

isto significa que não usa um esquema para atingir um fim. Relativamente ao 8º ao 12º mês aperfeiçoa-se a coordenação

motora. Caracteriza-se pela intencionalidade. Dos 12º ao 18º mês, desperta o comportamento do tipo experimental. Nesta

idade, a criança, já é capaz de reconhecer relações objectivas de causalidade, na medida em que recorre a meios

apropriados para alcançar os seus fins, ou seja, serve-se de um intermediário para alcançar os seu objectivos. Por volta

dos 18 aos 24 meses termina o estádio sensório-motor e inicia-se o estádio pré-operatório ou do pensamento

representativo. O fim do estádio marca-se com a aquisição da noção de permanência do objecto. È capaz de acompanhar

as deslocações e de o procurar no local próprio.

Estádio Pré-Operatório (2-7 anos)

O que marca a entrada no período pré-operatório é o aparecimento da função semiótica ou simbólica. Designa-se por

função simbólica a capacidade de criar símbolos para substituir ou representar a realidade e de lidar mentalmente com

eles. Os esquemas de acção começam a ser substituídos por esquemas de representação, o que significa o início do

pensamento e a aquisição da linguagem. Com a linguagem abre-se um mundo novo para a criança em que as palavras

substituem os objectos e as situações. O uso da linguagem permite-lhe comunicar com os outros, no entanto, o diálogo é

praticamente inexistente. O que prevalece é o monólogo colectivo. Caracteriza-se pela centração/egocentrismo na medida

em que o sujeito interpreta as coisas em função de si, do seu esquema corporal e dos seus interesses; e centra-se apenas

num problema ignorando os aspectos igualmente relevantes. No que concerne às relações interpessoais o egocentrismo

pode limitar a criança na medida em que esta é incapaz de ver e compreender que as coisas podem ter diferentes pontos

de vista, diferentes ângulos de abordagem do seu. Á medida da maturação, o pensamento egocêntrico vai desaparecendo,

no entanto, não é ainda suficiente para dar lugar ao pensamento lógico e reversível. A criança não é capaz de mentalmente

de inverter uma sequência de factos e de operações regressando ao ponto de partida. Isto significa que a criança emite

juízos sobre os estados finais, mas não é capaz de voltar mentalmente ao ponto de partida. Ainda não adquiriu a noção de
27

conservação da quantidade, do volume ou do número. Limita-se a avaliar a quantidade pela percepção do espaço ocupado,

ou seja, pela configuração global, sem se deter com a análise das relações entre os objectos. Piaget defende a existência

de dois períodos:

Pensamento Pré-Conceptual ou Mágico é centrado e dominado pela imaginação (2 aos 4 anos). É a imaginação que

contribui para a compreensão do pensamento pré-conceptual. Aqui os esquemas são mais imagens mentais (representações

dotadas de características particulares dos objectos que representam) do que propriamente conceitos. São uma espécie

de pré-conceitos pois a criança não dispõe ainda de esquemas que lhe permitam generalizar ou distinguir claramente

acontecimentos psicológicos de acontecimentos físicos ou externos, o que contribui para que a realidade perca toda a sua

objectividade. È um pensamento mágico que transforma o imaginário em realidade mediante o desejo infantil e reveste

determinadas particularidades como:

Animismo- Atribui a objectos físicos a e fenómenos naturais qualidade psicológicas tais como sentimentos, vontades,

pensamentos ou emoções. Concebe as coisas como vivas dotadas de intenção, à semelhança do que se passa com os seres

humanos.

Realismo- Atribui realidades psicológicas (desejos, medos, fantasia), uma existência física.

Artificialismo- Acreditam que objectos físicos e acontecimentos naturais foram produzidos por pessoas.

Finalismo- Acreditam que nada acontece por acaso, tudo é orientado para um fim. O carácter antropomórfico deste

pensamento manifesta-se sempre que a criança exige uma justificação final. Tudo tem de existir para alguma coisa e

nesta fase a criança tem tendência a pensar que existem em função dela mesma.

Pensamento Intuitivo, centrado na percepção dos dados sensoriais e a ela submetido (4 aos 7 anos). Aqui o que prevalece

é a percepção e não a imaginação. O egocentrismo é que ainda faz sentir a sua influência ao nível do funcionamento

intelectual no que diz respeito a:

Raciocínio pré-causal- a criança tem dificuldade em perceber as relações causa-efeito.


28

Dificuldade em distinguir uma classe de objectos de um único objecto- é incapaz de distinguir com nitidez a noção de

todos e alguns, isto é, confunde o geral com o particular. Chama-se a isto, pensamento transductivo. A criança produz

inferências através de uma analogia (comparação) associativa. O seu pensamento encontra-se ainda preso ao sensível, vai

apenas do plano particular para o particular, pois a generalização, apresenta-se imprecisa e sem controlo. Piaget afirmava

ainda que a incapacidade de compreensão das relações entre classes só seria possível no início do pensamento lógico.

Estádio das Operações Concretas (7-11 anos)

Neste estádio, a inteligência representativa dá lugar á inteligência operatória (lógica), isto significa que as acções

interiorizadas ou acções mentais que se manifestaram já nos períodos precedentes tornaram-se reversíveis e designam-

se por operações. As estruturas intuitivas transformam-se agora num sistema de relações do tipo operatório e obedecem

a regras lógicas. Caracteriza-se pela aquisição do conceitos de conservação que assenta na capacidade de representar

mentalmente a estabilidade no seio da mudança e pela descentração. A descentração já permite a aquisição da noção de

conservação e assim a criança já não se centra em apenas um atributo de um objecto mas sim nos vários atributos que o

compõe. Quando a criança atinge o pensamento operatório significa que já recorre a argumentos como o da identidade,

reversibilidade e compensação, para justificar as escolhas. Assim quando a criança utiliza argumentos significa que já

está na posse do esquema da conservação da quantidade. Ainda neste período, adquire esquemas como o da classificação.

Por classificação entende-se a capacidade organizar objectos em determinadas categorias segundo critérios lógicos.

Significa por isso que a criança já tem a noção de inclusão em classes. A seriação é outra das aquisições do estádio das

operações concretas e corresponde à ordenação sequencial de objectos segundo um ordem sequencial que obedece a

determinados critérios. Durante ainda este período começa a forma-se e a desenvolver-se o raciocínio lógico indutivo e a

desaparecer a confusão entre todos e alguns que eram característicos anteriores. Contudo, as estruturações lógicas

apresentam ainda algumas limitações. As operações são concretas e encontram-se demasiado presas à realidade, não

sendo ainda capaz de raciocinar sobre situações hipotéticas.

Estádio das Operações Formais (11-15 anos)

A inteligência formal, que se desenvolve durante a adolescência faculta a entrada num novo domínio que é o do

pensamento puro, isto é, independente da acção concreta/observação real. O adolescente é capaz de raciocinar sobre

hipóteses abstractas. Esta capacidade de reflectir abstractamente conduz a um novo egocentrismo intelectual que se

manifesta na convicção de que o seu pensamento esta apto para resolver todos os problemas e que a s suas ideias são

indubitavelmente as melhores. O jovem actua como se os outros e o mundo tivessem que se organizar em função dos seus

pontos de vista. A capacidade para aplicar operações mentais a situações hipotéticas desenvolve o pensamento abstracto
29

e conduz o adolescente a elaborar teorias, sobre entidades abstractas como a justiça, a liberdade, felicidade.

Moralidade, etc. Isto significa que além de ser capaz de raciocinar dedutivamente a partir de hipóteses, o adolescente

está apto para formular hipóteses para a solução de um problema.

DESENVOLVIMENTO COGNITIVO NA ADOLESCÊNCIA

Quando se entra no período das operações formais, o adolescente começa a desenvolver características como o idealismo

e o espírito crítico. O idealismo permita ao adolescente imaginar mundos perfeitos, justos, sem discriminação mas

aprendem sobretudo a confrontar e questionar a realidade em que vivem e idealizar a que queriam viver. É neste período

que volta o egocentrismo. Desta vez o adolescente centra-se apenas nas suas ideias, analisa-as, reflecte sobre elas. Sabe

que para a análise do mundo existem diversos ângulos de abordagem mas continua a julgar que apenas os seus pontos de

vista estão correctos. Julga-se o centro das atenções e que é o centro do pensamento dos outros, no entanto, isso é só

uma forma que ele encontra de se vincular socialmente (audiência imaginária). Outro fenómeno próprio do egocentrismo

adolescente é o da fábula pessoal, ou seja, a tendência para acreditar que as suas experiências e sentimentos são únicas e

isso leva a uma ilusão da invulnerabilidade (acredita que os acidentes só acontecem aos outros). No entanto todas estas

características do egocentrismo são as bases essenciais na formação do autoconceito.

As principais características da adolescência são:

• A capacidade de abstracção, realizando operações mentais sem necessidade de referência a objectos concretos, as

operações lógicas dão-se no plano das ideias sem necessidade de apoio da percepção, havendo capacidade de

generalização, análise e síntese;

• O predomínio de esquemas conceituais abstractos e a utilização de uma lógica formal-proposicional, raciocínio

hipotético-dedutivo que deduz as conclusões apenas de puras hipóteses sem recorrer a uma observação do real;

• Egocentrismo cognitivo, pois acredita ser capaz de resolver todos os problemas que aparecem, considerando as

suas próprias conclusões como as mais correctas – crença na omnipotência da reflexão, como se o mundo se tivesse que

submeter aos sistemas e não os sistemas à realidade. Atribui um poder ilimitado ao seu pensamento;

• Existência de uma fase não social, onde há uma interiorização de valores e conceitos e um auto conhecimento.

Condena, despreza e quer mudar a sociedade, depois surge o predomínio dos grupos que se constituem como sociedades de

discussão. Sendo a fase de expansão posterior à de fechamento;


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• Durante este estádio de desenvolvimento surge a capacidade de autonomia plena, havendo uma moral individual,

onde estão definidos os próprios valores. Consegue já compreender relações de reciprocidade, coordenação de valores e

de cooperação;

• É a idade metafísica por excelência. O “eu” é bastante forte para reconstruir o universo e bastante grande para o

incorporar a si.

- Padece de algumas desvantagens como a artificialidade do contexto, os participantes são condicionados

involuntariamente pelas expectativas do experimentador, não atinge o grau de controlo das variáveis externas

característico do método experimental pois não constituem grupos experimental e de controlo e há comportamentos que

só podem, por questões éticas e técnicas, ser observados em contexto natural.

A INTELIGÊNCIA

Não há um termo específico para definir inteligência, mas diversos autores, optaram por definir inteligência como um

conjunto de capacidades:

• Capacidade para enfrentar situações novas e de se adaptar a elas de uma forma rápida e eficiente;

• Capacidade de resolução de problemas práticos, abstractos e interpessoais que no permite aprender com a

experiência e efectuar um adaptação bem sucedida ao maio, enfrentando de modo eficaz os desafios que este apresenta.

• Capacidade de utilizar, com eficácia, conceitos abstractos;

• Capacidade de fazer relacionar acções e aprender rapidamente.

INTELIGÊNCIA PRÁTICA, SOCIAL E CONCEPTUAL

Thorndike chama a atenção para outros tipos de inteligência que não apenas a conceptual e lógica:

1. Inteligência Prática  revela-se ao nível da actividade concreta, envolvendo a manipulação de objectos;

Manifesta-se empiricamente pela invenção, fabrico e uso de objectos, estando na base de respostas concretas aos

problemas do quotidiano. Hemisfério direito; raciocínio concreto.


31

2. Inteligência Social  está na base dos relacionamentos sociais; implica em geral aceitar os outros como eles são,

saber identificar sentimentos a partir das suas manifestações observáveis, compreender os outros.

Manifesta-se na vida relacional e social e na resolução de problemas interpessoais, recorrendo predominantemente à

intuição.

3. Inteligência Conceptual  manifesta-se sobretudo na capacidade verbal e simbólica; hemisfério esquerdo;

raciocínio abstracto.

Pressupõe o recurso de linguagem e manifesta-se nas capacidades de compreensão, raciocínio e resolução de problemas/

tomadas de decisão.

É difícil separa em três categorias distintas a inteligência prática, a social e a conceptual, dado que interagem de forma

constante e construtiva.

INTELIGÊNCIA E INSTRUMENTOS DE MEDIDA

Binet e Simon criaram a Escala Métrica de Inteligência constituída por testes destinados a medir as capacidades mentais.

O resultado obtido nos testes indicava a idade mental.

O termo Quociente de Inteligência (QI) é usado pela primeira vez por Stern. Numa nova versão, passa a ser denominada

por Escala Stanford-Binet.

O QI é = idade mental (obtido nos testes) a dividir pela idade cronológica e multiplicado por 100.

Nos finais da década de 30, Wechsler apresenta a Escala de Inteligência de Wechsler para Adultos. (WAIS)

• Testes de Inteligência – A Polémica


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Nas primeiras décadas do nosso século, ao serem utilizadas de forma redutora e abusiva, os testes de inteligência

conduziram ou justificaram a discriminação social e racial. Assiste-se na década de 60, a uma forte contestação ao modo

como estes instrumentos de mediada eram utilizados.

1- Os teste de inteligência induzem a confundir inteligência e Q.I. – utilização ambígua ou perversa dos resultados: A

possibilidade de provocarem estigma no indivíduos.

2- Artificialismo da situação d teste que pode distorcer os resultados.

3- É reduzido o nr de capacidades possíveis de serem avaliadas.

4- Aplicação adequada apenas à população pela qual foram padronizadas- alimentam preconceitos culturais.

COMPOSIÇÃO DA INTELIGÊNCIA

ABORDAGEM FACTORIAL

Spearman (1927) desenvolveu uma bateria de testes de vários tipos: de memória, de percepção, de fluência verbal e de

lógica. Aos resultados obtidos pelos sujeitos, aplicou um método estatístico designado por análise factorial. Através

deste meio seria possível estabelecer correlações entre as aptidões avaliadas pela aplicação dos testes.

Coloca a hipótese da existência de uma capacidade de inteligência geral – o factor G – que estaria subjacente aos

factores específicos – factores S. Seriam estes factores, que corresponderiam a aptidões específicas, que explicariam

que uma pessoa fosse mais dotada para certo tipo de actividades do que outras.

A inteligência geral – fundamentalmente hereditária – estaria na base de todos os actos intelectuais determinando por

isso, a capacidade da pessoa.

A CONCEPÇÃO MULTIFACTORIAL

Thurstone nas suas investigações não encontra fundamento para afirmar a existência do factor G.
33

Da análise dos resultados conclui que existiram sete aptidões mentais primárias ligadas a tarefas específicas:

1. Aptidões espaciais e visuais  capacidade de visualizar e compreender formas e relações espaciais;

2. Rapidez perceptual  capacidade para compreender rapidamente pormenores, semelhanças e diferenças entre os

objectos, os estímulos;

3. Aptidão numérica  capacidade para fazer cálculos e resolver operações aritméticas;

4. Compreensão verbal  capacidade para compreender o significado das palavras;

5. Memória  capacidade para reter e recordar informação;

6. Fluidez Verbal  capacidade para compreender a linguagem oral e escrita;

7. Raciocínio  capacidade para tirar conclusões seguras a partir de afirmações gerais (raciocínio dedutivo) e para

retirar conclusões gerais a partir de exemplos particulares (raciocínio indutivo).

• TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MULTIPLAS

Gardner considera que existem 7 tipos de inteligências:

1. Inteligência Linguística  aptidão verbal

2. Inteligência Lógico-Matemática  aptidão para raciocinar;

3. Inteligência Espacial  aptidão para reconhecer e desenhar relações espaciais;

4. Inteligência Musical  aptidão para tocar instrumentos, cantar;

5. Inteligência Corporal-Cinestésica  aptidão para controlar movimentos de forma harmoniosa;

6. Inteligência Interpessoal  aptidão para compreender e responder adequadamente aos outros;

7. Inteligência Intrapessoal  aptidão para se compreender a si próprio.


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• RELAÇÃO ENTRE A INTELIGÊNCIA E DIVERSOS FACTORES

A inteligência depende da interacção entre hereditariedade e factores sociais.

As crianças, jovens e adultos são muito influenciados nos aspectos intelectuais pelas expectativas – positivas e negativas –

feitas sobre eles, sobretudo pelas pessoas significativas como pais, professores e amigos.

Os sujeitos tendem a ajustar-se às expectativas.

• INTELIGENCIA E CRIATIVIDADE

Criatividade- é a capacidade de pensar de forma inovadora/original e de encontrar soluções únicas e apropriadas para

problemas práticos e abstractos combinando de modo original diversos elementos existentes ou introduzindo outros. Está

intimamente ligada às condições do meio.

Convergente  tipo de pensamento em que a resolução de problemas consiste em encontrar uma solução única entre

várias alternativas.

Pensamento

Divergente  exploração mental de soluções várias, diferentes e originais para um mesmo problema. Está na base da

criatividade.

• CRIATIVIDADE

A criatividade apresenta três aspectos fundamentais:

• Fluidez  conduz o criador a propor um grande número de soluções onde a maior parte dos indivíduos só encontra

algumas;
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• Flexibilidade  qualidade que permite passar facilmente de uma categoria de coisas, ou de um aspecto de um

problema, a outra, em vez de se limitar apenas a um ponto de vista.

• Originalidade  constitui a característica por excelência da criatividade no sentido em que a obra criada resulta

da síntese de uma nova combinação de ideias.

CONCEITO DE MEMÓRIA

Podemos definir memória como o processo dinâmico e cognitivo que consiste na aquisição (input, codificação), retenção e a

reactualização de conteúdos mnésicos ou de informação.

A memória é:

- a função mental que permite reter informações, isto é, aprender;

- o sistema de armazenamento que permite manter informações;

- a capacidade de evocar, de recordar as informações retidas.

A memorização, o processo mnésico, envolve três fases ou etapas:

Em que consiste cada uma destas etapas?

Aquisição/Codificação - Fase que corresponde à entrada dos conteúdos na memória. Adquirimos informação.

- Fase de armazenamento ou conservação dos conteúdos adquiridos que podem ser mantidos por

Retenção/Memorização diferentes períodos de tempo.

- Fase de recuperação, de evocação dos conteúdos que adquirimos ou retivemos.

Recuperação/Evocação

RELAÇÃO APRENDIZAGEM – MEMÓRIA


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A memória está intimamente relacionada com a aprendizagem: é na fase de aquisição, portanto de aprendizagem, que os

materiais da memória são adquiridos. São os conteúdos aprendidos que são a matéria-prima da memória; sem eles o

processo mnésico não existiria.

A memória e a aprendizagem são dois processos complementares pois sem memória não há aprendizagem. Se não

tivéssemos memória, estaríamos sempre a iniciar as mesmas aprendizagens porque estas não se consolidariam e não

poderíamos recordar o passado. São as aprendizagens mantidas na memória que suportam novas aprendizagens.

TIPOS DE MEMÓRIA

Geralmente distinguem-se três tipos de memória: memória sensorial, memória a curto prazo e memória a longo prazo.

• Memória Sensorial  é pelos sentidos que as informações entram no sistema da memória. As entradas sensoriais

são mantidas armazenadas durante fracções de segundos. Assim, existem vários tipos de memória sensorial: visual,

olfactiva, auditiva, táctil e gustativa.

A memória visual = memória icónica  o ícone é o registo visual que contém informação

A memória auditiva = memória ecóica  é graças a esta memória que compreendemos o que ouvimos e que retemos por um

curto período de tempo a informação auditiva.

Os sistemas da memória sensorial são elementos do processo perceptivo.

• Memória a Curto-Prazo  armazenamento da informação por um período de alguns segundos após o

desaparecimento do estímulo. Corresponde a um segundo armazenamento da memória sendo mais durável e mais

controlado pelo sujeito do que a memória sensorial.

É o material da memória a curto prazo que fornece a informação sobre a qual se desenvolve a aprendizagem, o raciocínio.

Parte dos materiais desta memória passa para a memória a longo prazo.

• Memória a Longo Prazo  permite conservar dados e informações adquiridas durante dias, meses, anos e até toda

a vida
37

Pode-se afirmar que tem duração ilimitada.

É graças a ela que lemos, reconhecemos trajectos e recordamos episódios da nossa infância.

Tendo origem na memória a Curto-Prazo, a informação pode passar para a memória a longo prazo sofrendo um processo de

transformação, ou seja, é codificada.

Existe uma grande memorização através das imagens, isto porque elas têm dupla codificação: o código de imagem e o

código verbal.

Memória a longo prazo

PROCEDIMENTAL DECLARATIVA

Memória de factos e de conhecimentos gerais. Mais fácil de

esquecer.

Memória de aptidões e acções motoras. Forma-se pelaSemântica- armazena factos sem conteúdo autobiográfico,

prática e pela observação. conhecimentos gerais, regras, conceitos, normas, leis.

Episódica- armazena informações e factos de carácter

autobiográfico. Memória dos acontecimentos da nossa vida.

Resumo:

Memória Memória

Memória Sensorial a curto prazo a longo prazo

Tempo de- Escassos segundos Horas, dias, meses, anos, toda

Armazenamento (0,2 a 2 seg.) - 30 a 60 segundos a vida

Atenção - Nenhuma / Muito pouca - Alguma - Moderada

- Ilimitada: todos os dados

Capacidade registados pelos - 7 elementos - Ilimitada

órgãos dos sentidos (+/- 2)

- Quando se vê alguma coisa por- Consultamos 1 número e- Recordamos e casa onde

Exemplos instantes e nos pedem para recordarrecordamos quando opassávamos férias na nossa

um pormenor discamos infância.

MEMÓRIA E ESQUECIMENTO
38

O esquecimento surge como o inverso da memória.

O esquecimento é um processo saudável inerente á condição da própria memória, pois, é porque nos esquecemos que

continuamos a reter.

O esquecimento afasta materiais que não são úteis ou necessários.

Factores que explicam o esquecimento:

• Desaparecimento e alteração do traço mnésico  o esquecimento teria origem na perda de retenção provocada

pela não utilização dos materiais armazenados. O traço enfraqueceria devido à falta de exercício. ( decadência do traço

mnésico)

• Interferências de novas aprendizagens  interferência que perturbam ou impedem a retenção e a

reactualização de outras aprendizagens. Distinguem-se duas formas de interferência:

o Inibição ou interferência proactiva  corresponde à influência negativa que a aprendizagem anterior tem sobre a

recordação de uma nova informação.

o Inibição retroactiva  corresponde ao efeito negativo que a informação nova tem sobre a anterior.

• Falha na recuperação (retrieval failure) -> perda da pista ou da chave de acesso adequada à recuperação da

informação armazenada. Deve-se, muitas vezes, ao modo deficiente como a informação é codificada.

• Esquecimento motivado ou motivação inconsciente  baseada na noção de recalcamento em que o sujeito esquece

acontecimentos traumatizantes que teriam ocorrido, ou seja, as recordações dolorosas eram inibidas, mantendo-se

recalcadas no inconsciente. Freud chama a atenção para um aspecto particular do esquecimento  amnésia infantil.

Amnésia – trauma cerebral

Amnésia anterógrada - incapacidade de formar novas memórias.


39

Amnésia retrógrada- incapacidade de relembrar alguns acontecimentos e factos passados.

O Nascimento Psicológico do Ser Humano:

A Vinculação ou Apego

- Os primeiros anos de vida são decisivos para a formação da nossa personalidade.

- Com o corte umbilical termina a ligação física mas começa a desenvolver-se uma ligação emocional e afectiva cuja

qualidade terá forte impacto na adaptação à realidade, sobretudo no plano do relacionamento interpessoal.

- A mãe é, nos primeiros tempos de vida, o elemento central do universo social e afectivo da criança e com quem ela

estabelece uma vinculação bastante forte.

- Vinculação ou Apego: Traduz a forte ligação física e psicológica que progressivamente se desenvolve entre o bebé e a

pessoa que satisfaz várias das suas necessidades, sobretudo afectivas. Este laço é recíproco e, mais do que proximidade

física, depende da interacção que se processa. O 1º vínculo afectivo é crucial para um desenvolvimento saudável, porque

funciona, como um protótipo para todas as relações futuras.

- O modo como se processa a relação tem forte impacto no desenvolvimento da auto-estima, confiança, segurança,

independência, exploração do mundo envolvente e da capacidade de relacionamento interpessoal equilibrado.

- Esta ligação emocional reveste determinadas características tais como:

Proximidade em tensões de tensão ou desconforto.

Desconforto emocional quando há separação.

Prazer e alegria quando há reunião

Orientação das acções do bebé para a pessoa que mais se ocupa consigo.

Experiências Etológicas de Harlow

- A tese defendida por Freud e Watson que consistia em afirmar que a vinculação afectiva entre o bebé e a mãe se

baseava apenas no facto desta satisfazer as sua necessidades fisiológicas e pulsões foi contestada por Harlow.
40

- Harlow, numa das suas experiências verificou que a necessidade de contacto aconchegante era uma base forte para a

formação de um vínculo do que a satisfação da fome ou da necessidade de sucção.

Teoria de Bowlby sobre a vinculação

- A construção e a manutenção do vínculo materno durante a infância tem um impacto duradouro e persistente. A perda do

vínculo afectivo primordial produz inevitavelmente no futuro desequilíbrios comportamentais, incapacidade de cuidar do

outros, falta de profundidade afectiva, insensibilidade à culpa e ao remorso, ou seja, assinalável défice nas relações

interpessoais.

- Papel do pai: os pais não são simples mães substitutas porque dão à criança a oportunidade de experiência

qualitativamente diferentes das que têm com a mãe.

A PSICO-FISIOLOGIA

A psicofisiologia procura atingir um objectivo fundamental: esclarecer os fundamentos biológicos do

comportamento.

SISTEMA NERVOSO
41

O sistema nervoso é uma rede extremamente complexa de células nervosas (neurónios) que de uma

forma hierarquizada, integrada e muito organizada regula as funções do nosso organismo e as nossas

reacções ou respostas aos estímulos do mundo exterior.

O sistema nervoso é constituído por biliões de neurónios que actuam conjuntamente e interagem para

coordenar as actividades do organismo.

Mecanismos

De recepção

Há dois: órgãos receptores ou dos sentidos e nervos aferentes ou sensoriais.

Os órgãos receptores, em contacto directo com o exterior, são órgãos como a pele, os olhos e os

ouvidos, que recebem os dados sensíveis transmitindo-os em seguida aos nervos eferentes, que

encaminham a informação recebida para o sistema nervoso central onde será processada

(coordenada, interpretada).

De processamento

Significa interpretar, coordenar e decidir uma resposta.

Quem é responsável por isso é o S.N.Central (encéfalo e espinal medula)

De resposta

Os nervos motores ou aferentes encaminham a informação do sistema nervoso central para os

músculos e glândulas.
42

Sistema nervoso Periférico

Estabelece a ligação do encéfalo e da espinal medula com outras estruturas do organismo (nervos que

transmitem informação entre o sistema nervoso central e o resto do organismo (órgãos sensoriais,

músculos, glândulas, etc.)):

Sistema nervoso somático

Esta divisão esta essencialmente envolvida na interacção entre o organismo e o meio externo.

É constituído por diversos tipos de nervos, mas todos eles transportam informação através do

sistema nervoso de uma forma: mediante impulsos electroquímicos.

Existem três tipos de nervos:

Nervos motores ou eferentes – Transmitem aos músculos ordens de movimentos provenientes do

SNC.

Nervos sensoriais – Conduzem a informação sensorial que vem dos órgãos dos sentidos.

Nervos de conexão – Estabelecem a mediação entre os nervos sensoriais e motores.

Sistema nervoso autónomo

Leva a informação do meio interno para o S.N.Central.

Controla assim, funções como o ritmo cardíaco, a respiração, a digestão, pressão arterial, etc.

Tem o nome de autónomo porque muitas das actividades que controla são autónomas, ou auto-

reguladas (digestão, respiração). Essas actividades não exigem esforços conscientes da nossa parte e

continuam mesmo quando estamos a dormir.

Composto por duas divisões:

-Sistema nervoso simpático


43

Significa que esta a preparar o organismo para situações de medo e stress, que podem por em perigo

o nosso organismo. É o sistema de emergência do nosso organismo.

Tem como funções preparar o organismo para reagir a situações de tenção e de perigo e mobiliza as

energias do organismo. A sua activação implica dispêndio de energia.

-Sistema nervoso para simpático

É responsável pela manutenção e conservação das reservas energéticas do organismo.

O sistema nervoso para simpático acalma e relaxa o corpo, fazendo-o regressar ao estado de

equilíbrio, ou seja, abranda os processos fisiológicos activados pelo sistema simpático.

Trabalham ambos em simultâneo, coordenam a sua actividade de modo a assegurar a manutenção do

equilíbrio do organismo. Assis, quando o sistema simpático mobiliza as energias do organismo, o

sistema para simpático acompanha essa reacção com mensagens de relaxamento.

Sistema Nervoso Central

Espinal-medula: Localiza-se no exterior da coluna vertebral.

Estabelece a conexão entre o encéfalo e o resto do organismo.

Funções:

Função condutora: os nervos espinais transportam ou conduzem informação somatosensorial para o

encéfalo e o cérebro e tornam possível que informações motoras, provenientes do cérebro ou do

encéfalo sejam transmitidas aos músculos.

Função coordenadora: Coordena as actividades reflexas, ou seja, automáticas, involuntárias. Toma

decisões no que diz respeito aos nossos comportamentos mais simples que são fundamentais para a

nossa sobrevivência.

(ex: Fechar as pálpebras se tiver muito sol).


44

Caso de lesão: Pode causar paralisia na zona abaixo da lesão e insensibilidade.

Acto reflexo – Fase a um estimulo externo os órgão receptores captam a informação, que é enviada

pelos nervos sensoriais até à espinal medula que processa a informação e toma uma decisão (+

simples) que é levada através dos nervos motores até aos órgão efectores (músculos e glândulas). A

informação continua para o encéfalo através de estruturas nervosas e sub corticais (por baixo do

córtex).

Ex: São cruciais para a manutenção da nossa integridade física. Se para retirar a mão (que se estava

a queimar) tivesse que esperar por uma informação do cérebro alguns segundos se passariam e ela

ficaria em mau estado.

Encéfalo e suas divisões gerais


45

Bolbo
Tálamo
Hipotálamo
Sistema
Cerebelo
Córtex
Hipocampo
Amígdala
Protencéfalo
Mesencéfalo
Sistema
Raquidiano
Metencéfalo
reticular
(encéfalo
(encéfalo
(encéfalo
Límbico
activante
anterior)
médio)
posterior)
+ anti ga – Fi logénese e ontogénese
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O Metencéfalo é uma região na base do encéfalo que o liga à espinal medula. De um ponto de vista

evolucionário é a mais antiga do encéfalo.

O Cerebelo

Funções:

- Coordenação da actividade motora e manutenção da harmonia dos movimentos do nosso corpo.

- Manutenção da posição e do equilíbrio do corpo.

- Controle da postura corporal.

Lesão: Descoordenação motora, desequilíbrio e perda do tónus muscular.

Bolbo raquidiano

Funções:

- Condução de informação entre a espinal medula e o encéfalo.


47

- Participação em processos ligados à preservação da vida (circulação sanguínea, respiração,

manutenção dos batimentos cardíacos).

- Centro de actividades reflexas ao nível da cabeça (tossir, vomitar, etc.).

Lesão: Pode causar a morte.

O Mesencéfalo

Sistema reticular activante

Situa-se desde o bolbo raquidiano até ao tálamo.

Conjunto de fibras nervosas que filtra a informação sensorial, controlando a nossa capacidade de

atenção e estados como o sono e a vigília.

A inexistência deste sistema não impedira o cérebro de receber informações mas tornaria impossível

decifrá-las.

Lesão: Provoca um estado de coma permanente.

O protencéfalo

Tálamo

É uma espécie de «central distribuidora» de informação.

Função:

- Encaminhar quase todo o tipo de informação sensorial para zonas específicas do córtex cerebral.

- Julga-se desempenhar um papel importante em processos mentais como a aprendizagem e a

memoria.
48

- Participação em processos como a actividade eléctrica do córtex, o sono e a atenção.

Hipotálamo

Situa-se por baixo do tálamo.

Funções:

- Estabelecer a ligação entre o S.N e o S.E, no qual tem grande influência.

- Regula necessidades básicas (desejo sexual, emoções, temperatura do corpo, fome, sede).

Sistema Límbico (cérebro das emoções)

- Responsavel pelos processos emocionais e motivacionais.

- Participação no processamento de odores e no armazenamento de conteúdos mnésicos.

Amígdala

Pequena estrutura em forma de almôndega, considerada o centro da agressividade, pois esta

envolvida na produção dos impulsos agressivos e violentos, assim como na base de impulsos como o

medo e ansiedade.

Lesão:

Acalmam significativamente macacos furiosos e animais selvagens de outras espécies. Pessoas

incontrolavelmente violentas a quem foi removida parte da amígdala revelaram uma redução das

descargas desta estrutura nervosa e a consequente diminuição dos comportamentos agressivos e

violentos.

Hipocampo
49

Desempenhando um importante papel na formação de novas memorias e na sua retenção, o hipocampo

é uma das zonas do encéfalo mais afectada pela doença Alzheimer.

Córtex Cerebral

Principal nervosa do cérebro que cobra o mesencéfalo e o protencéfalo.

O córtex cerebral é responsável pela nossa capacidade de raciocinar, recordar, imaginar, falar,

resolver problemas, planear acções, coordenar movimentos, ter percepções do meio.

É dividido por dois hemisférios:

Hemisfério esquerdo: Recebe e controla informação da metade direita do corpo (ou seja o

hemicorpo). É especializado na linguagem verbal, pensamento lógico, abstracto e calculo. Faculta ao

homem a ciência e a tecnologia.

Hemisfério direito: Recebe e controla informação da metade esquerda do nosso corpo. Controla a

percepção, as relações espaciais e o pensamento concreto. Responsável pela arte e imaginação.

Os hemisférios apesar de serem idênticos estruturalmente apresentam funções diferentes. Existe

uma assimetria funcional.

Em cada hemisfério existem 4 lobos: Frontal, parietal, occipital e temporal.

O córtex dispõe de 3 tipos de áreas funcionais:

- Áreas primarias/sensoriais/projecção: Recebem e produzem informação sensorial e motoras.


50

- Áreas secundárias/psicossensoriais/associação: Correspondem a zonas do córtex fora das áreas

primárias e coordenam e integram os dados sensoriais e as funções motoras, interpretando a

informação recebida pelas áreas primárias. Isto é, produzem respostas.

Áreas pré-frontais: Relacionam-se com todas as outras zonas do cerebro, coordenando e unificando a

actividade cerebral; são responsáveis pela capacidade de planeamento antecipatorio, deaabstracção,

de imaginação e de integração da personalidade.

Áreas primarias Funções Consequência lesão Áreas Funções Consequência Lesão

secundária
Área motora Responsável Paralisia cortical Área Responsável Apraxia – incapacidade de organizar

primaria pelo motora pela sequencial e ajustadamente

movimento do secundária coordenação movimentos para atingir um dado


(Faz parte dos

corpo dos objectivo como, ex: vestir-se.


lobos frontais)

movimentos
Afasia de broca – perda ou

corporais
acentuada diminuição da capacidade

de falar, de produzir um discurso

com um mínimo de sentido.

Agrafia – incapacidade de coordenar

os movimentos adequados para

escrever, para transformar o

pensamento em sinais gráficos que o

expressam objectivamente.
Área Recebe as Anestesia cortical Área Coordena as Agnosia Sensorial – incapacidade de

somatossensorial informações – incapacidade de somatossen mensagens localizar as sensações no corpo tal

primária que tem receber sensações sorial recebidas como distinguir sensações

origem na pele tácteis, térmicas diferentes quanto à intensidade e


(Faz parte dos Secundária

e nos músculos ou álgicas qualidade.


lobos parietais)
Área visual Recebe as msg Cegueira cortical – Área visual Coordena os Agnosia visual – incapacidade de

primaria (lobos captadas pelos incapacidade de secundária dados reconhecer e identificar o que se vê
51

occipitais) olhos ver recebidos na

área visual

permitindo o

reconhecimen

to dos

objectos
Área auditiva Recebe os sons Surdez cortical – Área Identifica e Agnosia auditiva – incapacidade de

primaria (lobos elementares incapacidade de auditiva interpreta os atribuir significados aos sons que

temporais) ouvir secundaria sons ouvimos, mesmo os mais familiares.

recebidos na

área auditiva

Áreas motoras

No mapa do “homúsculo” as maiores áreas correspondem à mão e aos lábios porque são áreas que

envolvem maior controlo nos movimentos musculares e são responsáveis por movimentos mais finos e

delicados. Uma lesão na área motora primária provoca paralisia da parte correspondente no lado

oposto do corpo – paralisia cortical

Áreas somatossensoriais

Quanto mais sensível é um0a região corporal, maior é a área que lhe é dedicada.

Córtex pré-frontal: a primeira maravilha do universo

Responsável pela integração e coordenação de muitas estruturas corticais e subcorticais (tálamo,

Hipotálamo, p. ex.), dos comportamentos emocionais e intelectuais, o córtex pré-frontal é, o núcleo

da nossa personalidade. A ele devemos capacidades como o pensamento abstracto, a imaginação


52

criativa, a reflexão, a resolução de problemas, planear e modificar o curso de uma acção, prever e

antecipar os seus resultados ou consequências.

Sem ele não teríamos doutrinas científicas, morais, religiosas, jurídicas, nem inventos tecnológicos,

nem produções artísticas e literárias. Ele é também o nossos centro emocional, o cento das decisões

sem as quais a vida seria um impasse.

A unidade funcional do cérebro

O cérebro é uma unidade funcional pois existem zonas do cérebro que são responsáveis por funções

específicas, dai a rede neuronal, todavia, elas não trabalham em separado.

1- A função vicariante ou de suplência do cérebro

Significa que a função pela qual a área lesionada era considerada responsável reestabelece-se em

alguns casos. Parece haver capacidade de outros neurónios fazerem as funções dos neurónios que

morreram pois o cérebro funciona como uma totalidade.

2- Uma mesma função exige, em muitos casos, a contribuição de diversas áreas.

Sistema Endócrino e Sistema Nervoso

Relação entre eles

Tanto o sistema nervoso como o sistema endócrino são sistemas de comunicação, todavia, tem

funções diferentes, pois o S. Nervoso processa informação (dando respostas mais rápidas) através

de sinapses (forma como os neurónios comunicam, a passagem de informação de um neurónio para


53

outro) enquanto o S. Endócrino funciona como regulador, responde ás ordens do sistema nervoso mas

com respostas menos rápidas.

O equilíbrio interno do organismo depende da acção conjugada do S.N e S.E, a acção que é controlada

pelo hipotálamo. O S.N e o S.E interagem através do sistema neuroglandular que é o trabalho

conjunto do hipotálamo e da hipófise, todavia, não são os únicos a influenciar o sistema endócrino, as

próprias hormonas influenciam-no.

O comportamento sexual depende do funcionamento hormonal e da maturação dos órgãos sexuais, ou

seja, sem as glândulas sexuais é impossível o funcionamento hormonal e a maturação dos órgãos

genitais previstos nos nossos genes.

O comportamento sexual depende do funcionamento do hipotálamo, responsável pelo impulso sexual,

no caso dos seres humanos, mais importante que o funcionamento hormonal são as representações

sócio culturais que se tem do comportamento sexual.

Existe uma relação entre o comportamento sexual, o hipotálamo e as hormonas sexuais. A importância

do hipotálamo é: ao estimular determinadas zonas do hipotálamo, o impulso sexual é despertado.

Existem ainda células que influenciam o comportamento sexual, tendo em conta o nível de hormonas

sexuais no sangue.

As glândulas sexuais têm uma influência decisiva no comportamento:

• A ablação das glândulas sexuais em animais domésticos, altera o seu comportamento;

• A castração no homem, antes da puberdade = não ocorrem os caracteres sexuais secundários

e o impulso sexual desaparece;

• A resposta sexual da mulher é independente do controlo hormonal: mulheres que se

submetem a uma ablação dos ovários continuam a ter um comportamento sexual normal / o

desejo sexual não desaparece após a menopausa;


54

• Os homens a quem foram retirados os testículos continuam a funcionar normalmente durante

muitos anos.

• As disfunções sexuais só raramente têm origem em disfunções hormonais;

• A sexualidade do adulto depende da sua história de vida e da influência social.

O sistema endócrino é um conjunto de glândulas localizadas em várias partes do corpo que

produzem e lançam na corrente sanguínea, substancias químicas chamadas hormonas, responsáveis

pelo controlo e regulação de varias actividades do nosso organismo.

Funções das glândulas endócrinas

A hipófise ou glândula pituitária (cérebro endócrino)

A hipófise é a única glândula que se situa no cérebro e trabalha em conjunto do hipotálamo através do

sistema neuroglandular. Regula a produção hormonal de muitas células endócrinas, excitando ou

inibindo a sua actividade e estimula a actividade da tiróide, das supras renais e das glândulas sexuais.

A hipófise posterior segrega duas hormonas: a vasopressina e a ocitocina.

A hipófise anterior, para alem de produzir as hormonas que estimulas a actividade de outras

glândulas endócrinas, segrega uma hormona que regula o crescimento do corpo: a hormona

somatotrópica. Uma excessiva secreção desta hormona provoca, antes da idade adulta, o gigantismo e

nos adultos acromegalia (crescimento disforme dos membros e da cabeça).

Uma insuficiência secreção origina, nos jovens, o nanismo.

Outra hormona, a prolactina, regula o comportamento maternal nos mamíferos inferiores e estimula a

produção de leite nas mulheres grávidas.

A tiróide
55

Situa-se na parte inferior do pescoço.

Segrega a hormona tiroxina que regula o metabolismo, determina o ritmo segundo o qual os alimentos

que ingerimos são transformados em energia.

Um hipofuncionamento da tiróide provoca uma diminuição geral do metabolismo. Esta insuficiência

da tiróide dá origem a um extremo cansaço por mais que se durma, redução do tonos muscular,

dificuldade em manter a temperatura do corpo, aumento de peso.

Nas crianças, um normal funcionamento da tiróide é necessário para um desenvolvimento mental e

cerebral adequado. Uma deficiente produção de tiroxina desde a infância provoca, a par do

crescimento retardado e desarmonioso, um nítido atraso mental que em casos mais graves resulta no

cretinismo (debilidade mental).

O hiperfuncionamento da tiróide traduz-se num aumento geral do metabolismo. A nível fisiológico

os seus efeitos são: taquicardia, um apetite insaciável, perda de peso, magreza, insónias. A nível

psíquico revelam hiperemotividade, hiperactividade, hiperexcitabilidade, irritabilidade, precipitação

nas decisões, falta de concentração, tendências depressivas.

As glândulas supra-renais

Situa-se na parte superior dos rins.

Desempenham um importante papel nas reacções emotivas e segregam um conjunto de hormonas

importantes para o impulso sexual e o metabolismo.

Quando estimuladas por uma hormona libertada pela hipófise ou excitadas pela divisão simpática do

sistema nervoso autónomo, as supra-renais segregas entre outras, três hormonas: a adrenalina, a

noradrenalina e a cortisona. As duas primeiras funcionam reguladas pelo S.N.C (mediante o

hipotálamo) e pelo S.N. Simpático. Preparam o corpo para enfrentar situações de perigo, mesmo

quando a ameaça não pode ser resolvida fisicamente.


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A adrenalina provoca um aumento de tensão arterial ao aumentar o ritmo cardíaco e o fluxo

sanguíneo; estimula o fígado para lançar na corrente sanguínea algumas das suas reservas de açúcar e

aumenta o ritmo metabólico; a noradrenalina também faz aumentar a pressão arterial mas de modo

diferente: constringe o diâmetro dos vasos sanguíneos e diminui a actividade do sistema digestivo.

A cortisona aumenta a resistência do corpo ao stress e aos esforços intensos. Regula a imunidade ás

doenças (asma, alergias), o metabolismo dos carbohidratos e o equilíbrio de água, sódio e potássio no

organismo.

As supra-renais também produzem androgénios e estrogénios.

As glândulas sexuais

Os ovários nas mulheres e os testículos nos homens são responsáveis pela segregação das hormonas:

os androgénios (testosterona) (masculina), o estrogénio e a progesterona (femininas)

Contudo a testosterona, embora em pequenas quantidades, é também produzida pelos ovários e pelas

supra-renais e que, também em pequenas quantidades, os testículos segregam estrogénio.

A testosterona promove, durante a puberdade e a adolescência, o desenvolvimento muscular e ósseo

das características sexuais primárias (aumento dos órgãos sexuais, capacidade de produzir esperma)

e secundárias (mudança de voz, pilosidade púbica).

Alem de estar ligada ao interesse sexual, ao apetite sexual, a testosterona parece ter um papel

importante na agressividade.

O estrogénio fomenta a capacidade reprodutiva das mulheres assim como as características sexuais

secundárias (acumulação de gordura nos seis e nas ancas, p. ex.)

A progesterona estimula o crescimento dos órgãos reprodutivos femininos e prepara o útero para

suportar a gravidez.
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