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1º Horário
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Conceito
Atos Estatais que geram o dever de indenizar
Tipos de Responsabilidade Civil do Estado pela prática de Atos Administrativos
Situações geradoras do dever de indenizar
Evolução Histórica
Análise do art. 37 § 6º
2º Horário
APLICAÇÃO DA RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
Reparação do Dano
Direito de regresso
Serviço Público
1º HORÁRIO
Conceito
É o dever de o Estado reparar um dano a que tenha dado causa, e se exaure com o pagamento
da indenização.
- Atos Legislativos
Regra
Não, porque a lei é geral, abstrata, obrigatória e inovadora. Se um indivíduo sofreu um dano,
todos sofreram, e, então, o Estado deveria indenizar todos.
Exceções
– Lei inconstitucional: se ela gerou dano, nasce para o Estado o dever de indenizar. Para
que haja o direito a indenização, é preciso que a lei seja declarada inconstitucional, e que
haja prova do dano efetivo;
– Lei de efeitos concretos: é lei em sentido formal, mas, materialmente, é ato
administrativo. Também é necessária a prova do dano.
- Atos Jurisdicionais
Regra
Não, porque decidem controvérsias (para alguém ganhar outrem tem que perder). Além disso, a
decisão judicial é atacável por recurso (judicial ou administrativo).
Exceção
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Quando a lei assim o disser.
- Atos Administrativos
Regra
Sempre que o ato causar dano, nasce para o Estado o dever de indenizar. Art. 37 § 6º.
– Responsabilidade Contratual
- Responsabilidade Extracontratual
OBS.: Nos concursos em geral, a responsabilidade por condutas omissivas pauta-se na existência
de dolo ou culpa (responsabilidade subjetiva). Esse posicionamento está pautado na doutrina de
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello. A lei não manda a Administração Pública não faz, logo não
há que se falar em dever de indenizar.
O dano não decorreu de uma ação estatal direta. Em decorrência de uma atitude do Estado
(construir usina nuclear) houve um dano. A responsabilidade aqui também é objetiva.
Evolução Histórica
- Teoria da Irresponsabilidade
O Estado não responde nunca pelos danos causados. Vigora durante a idade moderna, em que
havia os estados absolutistas.
- Teorias Civilistas
Surgem após a queda dos regimes absolutistas. Aqui o Estado é também sujeito de direitos, e
logo se submete a lei. A lei torna-se obrigatória para todos, e, portanto, o Estado tinha o dever de
indenizar caso provocasse dano.
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– Atos de Império
Atos praticados pelo Estado na qualidade de Poder Público. Esses não geravam para o cidadão o
direito a indenização.
– Atos de Gestão
Atos praticados pelo Estado despido de suas prerrogativas. Gerariam o dever de indenizar em
caso de dano. Essa responsabilidade civil baseada no Código Civil era subjetiva (dependente da
existência de dolo ou culpa).
– Teorias Publicistas
Não busca saber quem foi o agente causador do dano. O que se quer saber é se o serviço
funcionou mal, não funcionou ou funcionou tardiamente. Responsabilidade fundada na culpa.
- Análise do art. 37 § 6º
Os entes políticos (U, E, DF, M): autarquias, fundações públicas e consórcios públicos.
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As pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público: Fundações públicas de
direito privado, E.P., S.E.M. concessionários e permissionários de serviço público.
E.P. e S.E.M.,se prestarem serviço público, têm responsabilidade objetiva. Caso contrário, a
responsabilidade é subjetiva, nos termos do Código Civil.
Obs.: existe uma posição consolidada no STF no sentido de que a responsabilidade civil das
pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviço público só é objetiva em face do
usuário do serviço. Já em face do terceiro, essa responsabilidade é subjetiva.
Sempre que existir um vínculo com o Poder Público, a responsabilidade objetiva estará
configurada.
2º HORÁRIO
Pressupostos
Fundamentos
Mesmo quem faz essa distinção, admite que no Brasil não exista risco integral. Essa teoria é
absurda porque transforma o Estado em segurador universal.
Todos que foram beneficiados pelo ato devem ajudar a pagar os prejuízos de quem os sofreu.
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- Ônus da prova.
A teoria do risco inverte o ônus da prova. O Estado é que tem que provar as excludentes de
responsabilidade.
A vítima pode dar causa (culpa exclusiva) caso em que é excluída a responsabilidade do Estado.
– Fato de terceiro;
– Fatos imprevistos ou acaso: caso fortuito e força maior (utilizado por José dos Santos).
Helly Lopes - Força maior é um evento humano que gerou o dano. Caso fortuito é a natureza.
Di Pietro e Celso Antônio - só a força maior exclui a responsabilidade do Estado, o caso fortuito
não.
Obs.: Concausas é a existência de mais de uma causa para o evento danoso. As causas juntas
geram o evento danoso. Nesse caso, não estará excluída a responsabilidade do Estado, mas o
valor da indenização será reduzido.
- Reparação do Dano.
– Prazo prescricional
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Corrente nº 1
Lei 9.494/97 estendeu o prazo qüinqüenal às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviço público.
Corrente nº 2
José dos Santos defende essa posição. Ele afirma que a Fazenda sempre teve privilégios, e que
não se justifica o prazo ser mais grave agora.
Aqueles que discordam sustentam que lei geral não revoga especial.
- Direito de regresso.
Conceito
Fundamento
Interesse de agir
Lei n.º 4.619/65 (lei federal). Diz que o representante judicial da união tem 60 dias do trânsito em
julgado para propor ação de regresso. A lei fala procurador porque à época, o M.P. representava a
União, hoje é a A.G.U.
A doutrina diz que o prazo é contado do pagamento, que é quando ocorrerá efetivamente o dano.
José dos Santos e outros: a vítima pode escolher. Mas, processando o agente a responsabilidade
é subjetiva (provar dolo ou culpa). A responsabilidade da Administração é objetiva (independe de
prova de dolo ou culpa).
Em outro recurso, o STF diz que se o causador do dano foi um juiz, apenas o Estado pode ser o
sujeito passivo. Interpretando-se a contrário sensu, se for outro servidor, admite-se a inclusão
deste no pólo passivo.
Obs.: não é possível denunciação da lide, já que isso seria trazer para os autos a discussão sobre
dolo e culpa.
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Di Pietro dirá que a denunciação da lide não será possível quando não se souber quem causou o
dano.
Serviço Público