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1º Horário
Da pessoa natural: conceito, capacidade
2º Horário
Continuação da pessoa natural: capacidade, teoria das incapacidades,
Bibliografia
Dica: O professor recomenda que tenhamos visão geral do CC (olhar índice do CC) para saber a
lei seca.
Livros da parte geral: pessoas (sujeito da relação jurídica); bens (objeto da relação jurídica) e fatos
jurídicos (forma de exercício dessas relações jurídicas). Há o reconhecimento desta pelo
ordenamento jurídico.
1º HORÁRIO
DA PESSOA NATURAL
1. Conceito de pessoa
Pessoa e personalidade são conceitos intimamente ligados. Não existe pessoa sem
personalidade. Todo ser humano é pessoa e toda pessoa tem personalidade jurídica, logo, todo
ser humano tem personalidade!
Hoje temos uma visão constitucional do DC. Assim, dizer que todo ser humano é dotado de
personalidade, quer dizer que todo ser humano é abstratamente igual. Suscetibilidade abstrata de
titularidade de direitos (possibilidade que a pessoa tem de figurar relações jurídicas). Se esse
suscetibilidade vai ou não se concretizar dependerá de uma série de requisitos.
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2 – concepção moderna - ligado a idéia do ser/ corrente existencialista → conjunto de atributos
inerentes à condição de ser humano. Art.11 e ss do CC.
CC/16 – tinha como centro o direito da propriedade. Daí o patrimonialismo do CC/16. Nesse
CC/16, o conceito de personalidade também é patrimonialista, pois seria a aptidão genérica para
se contrair direitos e obrigações. Com o estudo da personalidade, constata-se que saímos de uma
era patrimonial para uma existencialista, pois o foco/centro agora é a pessoa. Fenômeno que ficou
conhecido como despatrimonialização do direito privado ou personificação do direito civil (caiu no
Cespe).
PJ – com o registro
PN – nascimento com vida (art. 2º). Nascer é ser separado do ventre materno. Nascer com vida é
respirar.
Atenção: o natimorto possui alguns dos direitos da personalidade. Ver Enunciado nº 01 do CJF.
Obs.: O que seria natimorto? Aquele que já nasceu morto, não respirou (critério da docimasia
hidrostática de Galeno).
Neomorto: novo morto: nasceu com vida, mas que morreu dentro do primeiro mês após o
nascimento.
Quem é o concepturo (prole eventual)? É o ser que ainda não foi concebido. Pode ser beneficiado
por uma deixa testamentária.
Colisão de dois direitos existenciais: vide RE 466.343 – voto do Gilmar Mendes – 22.11.06
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Sentido técnico (1º conceito) Personalidade jurídica
Início da vida: discute-se hoje no STF quando se inicia a vida, tendo em vista o art. 5º da Lei de
Biossegurança. Claudio Fontelles então PGR oferece ADI 3510 para declarar inconstitucional a
norma de Lei de Biossegurança que autoriza a manipulação de embriões excedentários. Para ele,
haveria aí vida humana. Para outros, a vida humana se inicia apenas quando implantado no útero.
Discute-se se, por princípios constitucionais implícitos, teríamos a autorização ou não de abortos
anencéfalos.
2. Capacidade
Tem dupla concepção: pode ser capacidade de direto (ou de gozo) e capacidade de fato (ou
exercício).
2º HORÁRIO
A teoria das incapacidades se liga à capacidade de fato e sua função será proteger as situações
patrimoniais daquele que não possui, presumidamente, o necessário discernimento para os atos
da vida civil. Discernimento é correção na manifestação de vontade.
Na sociedade, a regra é a capacidade. Não se trata de punição, mas sim de proteção de pessoas
que não têm maturidade ou sanidade para o exercício dos atos da vida social.
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• Questão relevante: exceção à assistência do relativamente incapaz. Exceção: TMT
Obs.: Para 1ª etapa o absolutamente incapaz que celebra contrato de vulto (ex: comprar
computador) é nulo, tendo em vista que ele é presumivelmente incapaz. Em provas abertas
descrever que a incapacidade não pode ser forma de prisão e sim de proteção do incapaz. Assim,
se o incapaz é fera em computador e tinha dinheiro para tanto poderia se discutir a validade do
negócio.
Menor que compra lanche no colégio, paga o ônibus, etc., são condutas que em pese não ser
uma conduta que não é valida do ponto de vista legal, ela é valida para o trafico do negocio
jurídico. Chamamos de “condutas socialmente típicas, contratos de fato ou negócios toleráveis”.
Essa teoria das incapacidades é para situações patrimoniais e não existenciais, pois em situações
existências a manifestação de vontade do menor é relevante. Ex: adoção e guarda. Ver
Enunciado 138, CJF
Será nomeado um tutor para as pessoas que, pelo fator idade, não possuem um representante
(critério etário).
Será nomeado curador quando, por motivos diversos (sanidade), a pessoa não puder
corretamente manifestar sua vontade.
Cominação da pena de nulidade dos atos por ele praticados, art.166, I, do Código Civil, sem
representante.
Em caso de conflito de interesses entre assistente e assistido será dado curador especial. Art.162
c/c art.9º, I, CPC.
Para que isso ocorra deve ser o indivíduo submetido ao processo de interdição (art.1177 do CPC):
- obrigatória audiência com o juiz;
- obrigatória a perícia médica sob pena de nulidade, tendo efeito ex tunc ( para a maioria) desde
que tenha prova robusta de que ao tempo daquele ato já possuía tal enfermidade (Resp. 255271,
9077 do STJ).
Questão: Um negócio jurídico praticado pelo interditado antes da sua interdição pode ser
invalidado? Segundo jurisprudência do STJ, só haverá a invalidação se conseguir provar de forma
inequívoca a presença do fato gerador da incapacidade há época da pratica do negocio jurídico e
ainda a outra parte contratante pudesse ter conhecimento da existência do fator incapacitante.
Alem disso alguns doutrinadores entendem que deveria se comprovar o prejuízo para o incapaz.
Ver RESP nº 296195.
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O relativamente incapaz, como regra, necessita para pratica valida de atos jurídicos da
intervenção de seu assistente. Assim teremos atos em que excepcionalmente o relativamente
incapaz poderá praticar sem a presença desse assistente (sendo esses atos validos). Ex.: (TMT)
testemunha – art. 228, mandatário – art. 666 e testamento – art. 1860, CC.
Emancipação não é aquisição antecipada da maioridade (18 anos), mas sim a aquisição
antecipada da plena capacidade.
Temos no Brasil três modalidades de emancipação. Vide art. 5º, parágrafo único.
Voluntária
b) Espécies (art. 5º) Judicial
Legal
Emancipação Voluntária ato conjunto dos pais titulares do poder familiar tendo como requisitos:
1º) instrumento público e depois averbada no cartório de registro civil de pessoas naturais art. 9º,
II, CC; 2º) Menor deve ter no mínimo 16 anos;
Obs.: havendo divergência entre os pais, o juiz nomeará um curador especial. Art. 1692, CC c/c
art. 9º, I CPC.
Obs.4: é inviável a isenção de responsabilidade dos pais por ato dos filhos por estes terem sido
emancipados voluntariamente. O ato de emancipação voluntaria seria ineficaz com relação a
vitima. Vide 932, CC Só afeta o campo do Direito Civil. Incomunicabilidade das instâncias.
Segundo a jurisprudência, a emancipação voluntária feita pelos pais não seria capaz de afastar a
responsabilidade civil deles.
Emancipação judicial aplica quando o menor esta sob o regime de tutela O tutor jamais
emancipa o menor; caso isto ocorra haverá a emancipação judicial, ou seja, estabelecida pelo juiz.
A idade mínima de aqui também é de 16 anos. Procedimento de jurisdição voluntária: art.1112, I,
do Código de Processo Civil. Estará sob tutela os menores cujos pais morreram, são ausentes ou
foram destituídos do poder familiar.
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Menor com idade núbil (16 anos);
o Casamento
Autorização dos pais.
Obs.: a emancipação é irrevogável, porém se o casamento for anulado, seus efeitos retroagem à
data da sua realização, retornando tudo ao status quo ante.
Obs.: Tal causa legal de emancipação deve ser declarada pelo juiz, reconhecida em juízo. A
sentença irá retroagir à data dos atos praticados.
Legitimação é a aptidão para a prática de determinado direito, determina quem é o titular desse
direito. Analisada a partir da relação jurídica.
A sentença que reconhece a incapacidade do indivíduo é declaratória. O STJ, por outro lado,
entende ser constitutiva, uma vez que estabelece um novo estado da pessoa. Efeito disso é que,
sendo constitutiva, seus efeitos não retroagem, tendo o prejudicado, ao propor a anulatória do ato,
demonstrar a má-fé do terceiro (loucura evidente) + prejuízo do incapaz.
Obs.: a teoria dos intervalos lúcidos não é adotada no Brasil, considerando ser o portador desta
anomalia incapaz.
BIBILIOGRAFIA