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1º Horário
REGISTRO
Introdução
Características do Sistema Registral Brasileiro
Princípios do Sistema Registral Brasileiro: Constitutividade do Registro; Prioridade ou
Preferência; Especialidade; Publicidade; Legalidade
2º Horário
USUCAPIÃO
Conceito
Requisitos: Pessoais; Reais; Formais
1º HORÁRIO
REGISTRO
INTRODUÇÃO
Art. 1.245, CC – o sistema brasileiro de aquisição de imóveis é composto de dois atos: 1) ato de
direito obrigacional – contrato; 2) Registro do título no Cartório de Imóveis.
O fato de o adquirente ter sido imitido na posse não significa que seja proprietário: tem que haver
o registro da escritura pública de compra e venda (para imóveis de valor superior a 30 salários
mínimos a escritura tem que ser pública).
Observações
- o registro no DETRAN tem finalidade administrativa. O que se refere à transferência da
propriedade do carro é a tradição.
- no Brasil, contrato não tem força translatícia de propriedade, pois tem que haver o registro ou
a tradição posterior.
- transferência da propriedade não se liga ao adimplemento da obrigação, pois contrato não tem
força translatícia (a propriedade é adquirida através da tradição ou do registro, mesmo que
depois o contrato seja descumprido. Caberá apenas uma ação de cobrança.).
- para compelir o comprador a registrar um imóvel pode ser usada uma Ação de Tutela
Específica, pedindo ao juiz que fixe prazo para que seja feito o registro, inclusive com fixação
de multa cominatória (que pode ser fixada até ex officio) – também pode ser feito para o caso
de automóveis, para compelir ao registro junto ao DETRAN.
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CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA REGISTRAL BRASILEIRO
1) O Registro ou modo de aquisição está vinculado ao título, já que o registro é forma de aquisição
derivada da propriedade. O registro não tem caráter sanatório de vícios, não limpa eventuais
máculas constantes do título.
2) O registro gera presunção relativa de propriedade para quem o efetivou (não tem caráter
absoluto). Gera uma vantagem de ordem processual, pois quem tem o registro em seu nome nada
terá que provar. Há autores que falam que ocorre uma inversão do ônus da prova (crítica: não há
inversão, pois quem alega é que tem que provar, como ocorre na regra geral).
Obs.: no caso de compra e venda a non domino de um imóvel o verdadeiro proprietário para
reaver a posse do adquirente que chegou a registrar o título, deverá primeiramente promover uma
ação de invalidação desse título e o respectivo cancelamento do registro (Ação Declaratória de
Invalidade do Título c/c Cancelamento do Registro − art. 1.245, § 2º, CC). Após isso, aí, sim,
poderá entrar com a ação reivindicatória, já que o adquirente será possuidor injusto (sem causa
jurídica). A retomada da posse, nesse caso, independe da boa-fé do adquirente (art. 1.247, p.u.,
CC). O adquirente poderá se defender alegando 1) usucapião (súmula 237, STF – nesse caso, a
Reinvidicatória será julgada improcedente); 2) se o imóvel for rural poderá alegar que é
proprietário de forma absoluta caso tenha promovido o Registro Torrens (art. 277, Lei 6.015/73).
1) constitutividade do registro
O registro é o ato que tornará a pessoa proprietária – gera a aquisição da titularidade do imóvel
(efeito constitutivo). Os efeitos dessa aquisição são ex nunc (do registro em diante) – art. 1.227 c/c
art. 1.245, § 1º, CC.
Esse caráter constitutivo é uma regra que comporta exceções (parte final do art. 1.227, CC) – o
registro não terá caráter constitutivo, mas apenas declaratório. Exemplos:
2) prioridade ou preferência
Importante para os direitos reais de garantia, pois traça a prioridade em caso de concurso de
credores. É o registro que garante a prioridade ou preferência – fixada pelo protocolo do registro –
data e hora (ex.: imóvel dado em garantia a um empréstimo bancário).
3) continuidade do registro
O registro imobiliário deve conter um perfeito encadeamento dos títulos. Assim, o outorgante da
escritura deve ser a pessoa que no registro conste como proprietário.
Mas atenção, na usucapião há uma quebra desse encadeamento, pois a aquisição ocorre contra
quem era o verdadeiro proprietário.
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4) especialidade
Não é possível o registro de universalidades. O imóvel a ser registrado deve ser certo, específico
e autônomo.
Se o imóvel descrito não retratar o que consta no registro (ex.: metragens diversas), este poderá
ser retificado (art. 1.247, caput, CC c/c art. 212, LRP).
5) publicidade
Já que a propriedade é oponível erga omnes, a lei exige que o cadastro registral seja público,
protegendo-se assim os atos praticados de boa-fé.
6) legalidade
O Oficial do Registro de Imóveis só poderá proceder ao registro do título se este se revestir das
exigências legais.
Caso o Oficial faça uma exigência com a qual o particular não concorde, este poderá solicitar que
o Oficial suscite dúvida ao juiz (Suscitação de Dúvida ao Juízo − Vara de Registros Públicos).
2º HORÁRIO
A USUCAPIÃO
CONCEITO
É a forma de aquisição originária da propriedade e de outros direitos reais pela posse mansa,
pacífica e contínua, durante certo lapso temporal estabelecido em lei, atendidos os demais
requisitos legais para cada uma das modalidades estabelecidas. Completados os requisitos
legais, o possuidor já se torna proprietário, sendo a Ação de Usucapião proposta apenas para fins
declaratórios.
O possuidor adquire contra o antigo proprietário e, dessa forma, não há que se falar em fato
gerador de tributo (não há fato gerador do ITBI).
REQUISITOS
1) pessoais
UNIÃO DE POSSES (art. 1.243, CC) – é possível a soma de posses para fins de contagem de
prazos da usucapião.
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Art. 1.207, CC – instituto da união de posses (gênero).
2) reais
Somente os bens que estejam no comércio podem ser usucapidos, logo, os bens fora do comércio
não são passíveis de usucapião (inusucapíveis).
BENS PÚBLICOS: art. 183, § 3º e art. 191, p.u., CF – por expressa disposição constitucional são
inusucapíveis (mesma redação do art. 102, CC) – prova CESPE (STF e STJ).
Hoje vem tomando espaço uma doutrina minoritária defendendo a possibilidade de usucapião de
bens dominiais ou dominicais. Os bens que a CF quis que não fossem usucapidos são apenas os
que estão afetados.
Polêmicas:
a) É possível a usucapião sobre bem público? Segundo o STJ, é possível a usucapião de domínio
útil em bem público no caso de enfiteuse (informativo 202 do STJ).
CONDOMÍNIO: pode ser divisível (pro diviso – é aquele em existe uma divisão fática, mas não
uma divisão jurídica) ou indivisível (pro indiviso – é aquele em que não há divisão fática e jurídica).
A polêmica existe na usucapião entre condôminos. No pro diviso, é perfeitamente possível, já que
as áreas de ocupação fática estão delimitadas. No pro indiviso, se a posse for exercida por um
dos condôminos de forma a excluir os demais e incidir sobre a integralidade dos bens, será
plenamente possível falar-se na usucapião.
Obs.: a partir da teoria da supressio, o titular de um direito subjetivo estará, diante de sua inércia
reiterada, inibido de exercer a sua pretensão, já que aquela omissão fez nascer na contraparte
uma legítima expectativa de que após tanto tempo não mais seria dali retirado. É uma forma de
vedação ao abuso do direito (art. 187, CC), tutelando-se a confiança despertada diante de uma
omissão reiterada (vide RESP 214680, STJ).
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3) formais