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1º Horário
Intervenção Federal: procedimentos (continuação)
Poder Legislativo: funções; composição; funcionamento
2º Horário
Poder Legislativo: funcionamento (continuação); estrutura; mesas; comissões
(inclusive CPI)
1º HORÁRIO
Procedimentos (continuação)
- Esse Decreto é submetido a um controle político pelo Congresso Nacional (art. 49, § 4º e art.
36, § 1º, ambos da CF) – primeiro, o Presidente decreta e, depois, há o controle pelo CN
(prazo de 24 horas para apreciar o Decreto).
- Existem exceções no que tange à realização do controle político por parte do CN: art. 34,
incisos VI e VII da CF não serão submetidos ao controle. Isso ocorre em virtude da
Independência dos Poderes – esses casos envolvem decisão judicial do STF (não cabe
controle político sobre decisões judiciais).
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O Presidente Lula decretou intervenção, em 2005, em hospitais públicos do Rio de Janeiro.
PODER LEGISLATIVO
FUNÇÕES
1) típicas: são suas funções tradicionais, primordiais, primárias: legislar e fiscalizar (ex.: art. 58,
§ 3º − CPI, art. 49, IX e X).
2) atípicas: são, em tese, as funções típicas de outros Poderes, que a CF delegou a um Poder
para exercê-las atipicamente.
COMPOSIÇÃO
Composto pelo Congresso Nacional, que é bicameral: Câmara dos Deputados (representantes do
povo, sistema eleitoral proporcional, mandato de 4 anos) e Senado Federal (representantes dos
Estados e DF, sistema eleitoral majoritário simples, mandato de 8 anos alternados – um terço ou
dois terços).
Obs.: em março/2007 o TSE decidiu em uma consulta que o mandato é dos partidos. O STF via
Mandado de Segurança (nº 26.604) referendou a posição do TSE. Para o STF, a decisão só vale
para aqueles que mudaram de partido após a decisão vinculante do TSE. A perda do mandato
será procedimentada pelo próprio TSE (e não pelo STF), respeitada a ampla defesa.
FUNCIONAMENTO
LEGISLATURA – período de 4 anos que indica o início e o fim dos trabalhos. Equivale ao
mandato do deputado federal. Os senadores têm duas legislaturas de mandato.
SESSÃO LEGISLATIVA – período anual de trabalho das Casas. De 1988 até fevereiro de 2006 o
período de regra obedecia ao seguinte intervalo: de 11/02 a 30/06 e de 01/08 a 15/12. Após
fevereiro de 2006 a EC 50 mudou-o para: de 02/02 a 17/07 e de 01/08 a 22/12.
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Exceções:
a) No primeiro e no terceiro ano da legislatura os trabalhos começam no dia 01/02 (para a posse
e escolha das Mesas).
b) Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias – não se encerra sessão legislativa enquanto não
for aprovada.
2º HORÁRIO
FUNCIONAMENTO (continuação)
Só pode haver deliberação para as matérias que foram objeto da pauta de convocação. Com uma
exceção: art. 57, § 8º da CF (Medidas Provisórias): se houver Medida Provisória elas serão
automaticamente incluídas na pauta da convocação.
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ESTRUTURA
MESAS
Existem três Mesas: da Câmara, do Senado e do CN. A Mesa do CN é a única que não tem
existência cotidiana; só aparece em situações especiais de junção das duas Casas. Exemplos: 1)
art. 57, § 3º, para elaboração do RI comum das casas; compromisso e posse do Presidente da
Republica; posse dos deputados e senadores; conhecer do veto e sobre ele deliberar; 2) art. 140,
CF – comissão com 5 de seus membros para acompanhar as medidas dos estados de sitio ou de
defesa.
O mandato dos membros das Mesas é de dois anos, vedada a recondução (reeleição) para o
mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente. Pode haver reeleição para a Mesa desde
que não seja para o mesmo cargo.
Obs.: existe uma interpretação tanto na Câmara quanto no Senado no sentido de essa vedação
dever ficar circunscrita à legislatura. A vedação de reeleição para o mesmo cargo no período
imediatamente subseqüente não se aplica entre uma legislatura e outra, pois a legislatura é um
reinício, um “divisor de águas”.
A norma do art. 57, § 4º é uma norma de pré-ordenação para os Estados? Nas ADIs 792 e 793 o
STF decidiu que não é norma de pré-ordenação (repetição obrigatória) para os estados. É apenas
norma de imitação (também para os municípios).
COMISSÕES
COMISSÕES PERMANENTES − são aquelas comissões que em regra são temáticas e que
subsistem às legislaturas. Independente do início ou do término de legislatura, elas sempre irão
existir. Ex.: CCJ – Comissões de Constituição e Justiça.
COMISSÕES MISTAS − são aquelas compostas por Deputados e Senadores. Elas podem ser
permanentes ou temporárias. Exemplo de comissão mista temporária: CPMI (comissão
parlamentar mista de inquérito). Exemplo de comissão mista permanente: art. 166, §1º da CF
(comissão mista orçamentária – CMO).
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COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO (art. 58, §3º da CF)
a) CONCEITO
São comissões fiscalizatórias que exercem uma função típica do poder legislativo, com objetivo de
investigar fato determinado com prazo certo, devendo encaminhar seus relatórios ao MP para
possíveis responsabilizações cíveis e penais dos envolvidos.
b) REQUISITOS:
- Quórum de requisição: 1/3 de deputados, 1/3 de senadores ou 1/3 dos membros do CN.
- Apuração de fato determinado.
- Prazo certo.
O STF já decidiu que as CPIs são um direito público subjetivo das minorias (MS 24831/05 e
24845/05). Não há necessidade de indicar os representantes para compor a CPI, pois a CPI é
direito das minorias. Bastam as assinaturas. Caso não haja indicação dos nomes pelos líderes, o
presidente da casa suprirá essa omissão.
Art. 35, §4º do RI da Câmara: só podem funcionar cinco CPIs por vez. Se eventualmente existirem
assinaturas para uma sexta CPI, ela deverá aguardar o encerramento de uma das cinco, salvo se
ocorrer a autorização de 1/3 dos membros da Casa. O STF entendeu que esse art. 35, § 4º é
constitucional, por dois motivos: não opõe obstáculos à atuação das CPIs, mas apenas organiza o
funcionamento das Casas. Ademais, se a questão for urgente, 1/3 dos membros da Casa podem
aprovar, por Resolução, a instauração da CPI.
A CPI visa investigar fato determinado. Mas novos fatos conexos com o fato principal podem ser
investigados e analisados desde que haja um aditamento do objeto inicial da CPI.
A CPI tem prazo certo, mas, segundo o STF, esse prazo poderá ser prorrogado, porém não
poderá ultrapassar o prazo da legislatura.
Segundo o STF, esses poderes são os poderes que o juiz tem na fase de instrução processual
penal.
d) LIMITES
As CPIs devem fundamentar suas decisões com base no art. 93, IX, CF, sob pena de nulidade. Se
as decisões não forem fundamentadas, caberá MS ou HC.
Respeito ao Princípio da Colegialidade: as decisões devem ser tomadas por maioria de votos, sob
pena de nulidade. Caberá MS ou HC.
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Respeito ao Princípio Federativo: CPI nacional deverá investigar questões nacionais. Quem
investiga questões estudais é CPI estadual. Da mesma forma, para questões municipais, CPI
municipal.
IMPEDIMENTOS
Em alguns casos, aquilo que a CPI não pode fazer diretamente, deve pedir (recorrer) ao Poder
Judiciário. A CPI não tem o poder geral de cautela, que é o poder que só o juiz tem de garantir a
eficácia de uma eventual sentença condenatória.