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1º Horário
Tipicidade (continuação)
Erro de Tipo
2º Horário
Erro de tipo (continuação)
Erro de proibição
Antijuricidade
Excludentes da Ilicitude
Excesso
1º HORÁRIO
Obs.: pelo princípio da insignificância o fato passa a ser atípico, pois não tem tipicidade material.
Ex.: 1) caso do carrasco − sujeito condenado à morte. O funcionário público está autorizado pelo
Estado a matar o sujeito, apesar de tal conduta estar prevista como crime e ferir um bem jurídico
protegido. Portanto o carrasco não pratica fato típico; para a tipicidade conglobante a conduta não
é antinormativa. 2) Médico submete paciente a uma transfusão de sangue contra a vontade deste,
houve tipicidade formal e material, mas não é antinormativa porque o Estado estimula; portanto,
pela teoria, não é praticado fato típico. Pela tipicidade tradicional, essa conduta fere a tipicidade
formal e material, portanto o médico pratica fato típico, porém é absolvido porque agiu amparado
pelo exercício regular do direito. A antijuricidade é mais ampla, inclui a antinormatividade. Todavia
nem todas as condutas antinormativas são antijurídicas. Ex.: preso que foge da cadeia, sem
violência − essa conduta não é antimormativa (contra a lei), mas é antijurídica.
- Tipo normal − o legislador se limita a descrever a conduta, não insere elementos subjetivos
ou elementos normativos.
- Tipo anormal − no tipo penal existem elementos subjetivos e normativos.
- Elemento subjetivo é a conduta descrita no tipo penal, implícita ou explícita. Implícita na
conduta é o dolo. A explícita representa uma finalidade especial. Ex.: art. 159 do CP,
finalidade: obter vantagem.
- Elementos normativos − é preciso buscar a explicação fora do direito penal para entender. Ex.:
art.155 do CP, para “coisa alheia” é o direito civil que vai explicar o que significa a expressão.
Obs.: todas as expressões adverbializadas são elementos normativos: “para fim de”,
“indevidamente” etc. Minoria dos doutrinadores também fala em elementos objetivos (quando a
norma faz referência a tempo e lugar).
O erro de tipo repercute na tipicidade, incide no elemento que define o tipo penal. O sujeito não
sabe o que está fazendo e se soubesse não faria. Afasta dolo, ou dolo ou culpa, ou não afasta.
Erro de fato diz respeito apenas à dinâmica dos acontecimentos. O erro de tipo é mais
abrangente.
Erro de tipo não equivale a delito putativo por erro de tipo; neste, o agente quer praticar o
delito, mas não consegue porque falta um elemento do tipo penal. Ex., mulher que toma remédio
abortivo achando que esta grávida, porém não está.
2 Acidental − o erro recai sobre um elemento não essencial da conduta incriminadora; não afasta
o dolo. O erro acidental pode ser:
2.1 sobre o objeto − só vale para coisa. Ex.: queria furtar um anel, mas furta uma pulseira.
2.2 sobre a pessoa − engano quanto ao destinatário. Ex.: “A” pensando matar “B”, mata “C” − art.
20, § 3º, do CP, considera as qualidades da vítima virtual e não da vítima efetiva.
2.3 sobre a execução (art. 73 do CP aberratio icutus) − erro quanto aos meios executórios. Na
segunda parte do art. 73, temos o concurso formal de crimes do art. 70 (uma ação + dois ou mais
crimes). Ex.: “A” atira em “B” e também acerta “C”. “A” pratica homicídio doloso e homicídio
culposo. Ora se tem um resultado único ora se tem um resultado duplo. Obs.: privilegiam-se as
condições da vítima virtual e não da vítima efetiva.
2.4 resultado diverso do pretendido − art. 74, CP, aberratio criminis − também temos o
concurso formal de crimes. Ex., “A” quer danificar alguma coisa e atira uma pedra, só que acerta
“B”; “A” responde a título de culpa pela lesão em “B”. Outra situação: “A” querendo matar atira em
“B”, porém acerta um carro; como não existe dano culposo, “A” responderá apenas pela tentativa
de homicídio.
2.5 aberração na causa ou dolo geral ou erro sucessivo − o agente querendo praticar um
delito, consegue o resultado, mas não pelo meio escolhido, mas por outra causa. Ex.: o agente,
querendo matar a vítima, desfere várias facadas; acreditando que ela já esta morta, joga o corpo
no rio; a vítima, porém, ainda não havia falecido e vem a morrer por afogamento. O agente
responde por homicídio, pois o resultado morte certamente ocorreria, mas não responde pela
qualificadora (morte por afogamento).
2º HORÁRIO
2.6 erro determinado por terceiro − art. 20, autoria mediata − alguém se vale de interposta
pessoa inimputável para praticar um crime.
Art. 20, § 1º, Erro de tipo Permissivo − por causa das circunstâncias, o agente supõe estar
fazendo a coisa certa, ou seja, caso existisse tal circunstância, sua conduta seria legítima. Como
tratar o erro quando este incide sobre uma causa de justificação? Existem duas teorias que
buscam o alcance do art. 20, §1º: a Teoria extremada da culpabilidade e a Teoria limitada. Pela
Teoria extremada da culpabilidade, sempre que o erro recai em uma causa de justificação, será
erro de proibição. Pela Teoria limitada da culpabilidade, adotada pela maioria, se o erro incidir
sobre uma base fática, a matéria será tratada como erro de tipo (ex., pai que mata a filha
acreditando se tratar de um ladrão), mas se o erro incidir sobre a existência de uma causa de
justificação ou dos limites de causa de justificação, a matéria será tratada como erro de proibição
indireto. Pela minoria de doutrinadores o erro de tipo é sui generis, afasta a culpabilidade dolosa,
em alguns casos dolosa e culposa. Erro mandamental ocorre nas situações em que se engana
quanto à ordem num crime omissivo, no dever de garantidor.
ANTIJURICIDADE
É o comportamento contrário à lei, não autorizado por ela. Analisaremos a antijuricidade pelo
prisma das excludentes de ilicitude.
2 Supralegais − não estão previstas na lei, deriva do consentimento da vítima. Mas há que
preencher certos requisitos.
O excesso na causa é uma situação totalmente desproporcional entre o bem jurídico defendido e
o sacrificado.
Obs.: em todas as excludentes de ilicitude é necessário ter elementos objetivos (está previsto) e
elementos subjetivos (intenção).