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♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
Teresina, apartamento de Dulce, 12/09/08, 18h11
Dulce — abobada com o enorme buquê de rosas que ele trazia na mão, após
abrir a porta: é… é que eu… eu não tava mais com vontade de ficar lá…
Chris entrou, deixando atrás de si uma Dulce totalmente aérea com toda
a situação. Após a conversa com Lawyse, parece que a ruiva deixou seu lado
mais emocional tomar de conta de sua mente e seu corpo. Acreditava ser um
erro, mas nada se conquista fácil. Além disso, os grandes acertos são
precedidos por erros, sendo estes grandes ou não. Estar ali é uma prova viva
disso.
Dulce: não, não… Senta. — ele o fez, sendo seguido por ela
Chris: dá pra parar de agir que nem uma débil mental? — explodiu — Eu tô
aqui disposto a recuperar a nossa relação e tu fica aí nessa frescura toda! —
ela o olhou confusa
Dulce: como?
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estressante dia naquele inferno de promotoria sem a Anny? Que eu prepare o
seu banho quentinho enquanto escuto como está seu maravilhoso mundo
cirúrgico? Que eu me derreta de emoção cada vez que você mendiga um
elogio? Que eu deixe que você me use como um objeto sexual pra depois me
largar numa cama vazia? — começou a chorar sem parar
Dulce: deixa ver se eu entendi. Tu vem até minha casa pra me chamar de
louca? É isso?
Dulce: ah, sim, claro… A louca sou eu mesmo, né? Pode deixar que eu
esqueço… — irônica
Chris: fala como se a gente fosse uma coisa qualquer… — olhou pra ela com
remorso, que recomeçou a chorar baixinho
Dulce: não é fácil falar… — olhou pela janela o movimento dos carros
Chris: eu sei que posso estar sendo egoísta, mas é que não consigo evitar! Tá
me deixando de mãos atadas! Não sei o que tem… também não quer me
dizer… quer que eu faça o que?
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Chris: tá certo, eu calo… mas não saio daqui até isso tudo se resolver… — ela
se sentou no sofá à sua frente
Chris: por que ao invés de tentar adivinhar o que vai acontecer não abre o
jogo? — ele sentou ao lado dela — O que você tem, meu amor? — abraçou-a
bem forte
Dulce: sabe o quanto é difícil pra eu aceitar isso? Eu já sofri muito por nossa
causa, Chris! Não quero passar por isso tudo de novo, não!
Chris: e nem vai passar… Dulce, eu não sei do que você tá falando… não faço
nem idéia… mas eu to aqui, amor… Por que não me conta? Desabafa
comigo… — quase implorando
Dulce: eu já sei que não tenho perdão… que não há desculpas para essa
crueldade que fiz… eu já me culpo todo dia da minha vida desde aquele dia…
não precisa gastar saliva com isso…
Chris: espera que eu acho que não ouvi direito… — confuso — Você matou
nosso filho?
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Dulce: eu não tive! Por isso terminei contigo! — gritou também
Chris: ah, agora tudo faz sentido… Tu não presta mesmo… Como fui me
envolver contigo? Quem tu é afinal? Quem tá escondido atrás desse rostinho
bonito?
Chris: não tem o direito de me mandar calar a boca depois te tudo que me fez!
— gritando
Dulce: eu sei que não tinha! Quando vai entender que me arrependi? Pára aí
pra pensar! Eu era uma adolescente! Só entendia de shopping e festas!
Dulce: não sei! Quando dei por mim, já estava lá, na sala de espera…
Chris: eu tenho que pensar… Não sei o que fazer… — saiu, batendo forte a
porta
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Deixou-se escorregar pela parede rumo ao chão… A sensação de
angústia desaparecera, mas em seu lugar quedou um simples e sombrio
vazio… Chorar era o mínimo e o máximo que podia fazer… Acomodou-e então
rente à parede, como a um bebê que espera o acolhimento da mãe durante a
madrugada.
Estoy perdido en el pasado. Todo lo que pudo ser. Estoy buscando sin
sentido el recuerdo de tu piel. Estoy cansado de amarte tanto y estas ganas de
volver… Junto a ti… [Estoy perdido – Luis Fonsi]
Anahí — gritando: Dulce! — acordou aflita do nada nos braços de seu amado
Anahí: Dul tá precisando de mim… — tentou se levantar, mas foi impedida por
Poncho
Anahí: gostoso!
Alfonso: sei… sei… Então apaga o fósforo porque senão vamos morrer de
fome…
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Anahí: (pensando) ai, gatito! Se você soubesse que esse fósforo não apaga
nunca…
Anahí: que cheiro bom, gatito… — caminhou até ele e lhe deu um chupão no
pescoço — Muito gostoso mesmo… — molhou os lábios com a língua
Alfonso: então hoje eu vou jantar você… — disse com a voz bem sedutora,
enquanto a colocava em cima da mesa da sala de jantar
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provocar prazer um no outro em si já acarretava uma sensação descomunal.
Ficaram por tempos nessa simples, mas demasiada provocação. Fazendo uma
casual comparação, se sentiam como numa arena dos antigos circos romanos,
nos quais homem e fera lutavam com as armas que detinham, sendo estas
naturais ou não. A luta aqui não era pra descobrir quem era o animal e o
gladiador dentre os dois, mas para saber qual seria o final dessa história…
Descobrir se a fera ganharia, se satisfazendo por completo com cada gota de
sangue que sua presa última derramasse ou se a vitória seria do humano, que
se contentava apenas em saber que seu objetivo enfim se realizara… Foi
nessa batalha de cargos em que um singelo barulho de apagão os encontrou.
Falando mais claramente, era assim que se encontravam quando o serviço de
luz elétrica de aparentemente toda a região foi interrompido. Nem ligaram para
a situação inicialmente. Só depois que a luz da lua profundamente clara
adentrou os aposentos que idéias foram surgindo nas mentes brilhantes dos
amantes. Olharam-se fixamente, como que tentando estabelecer alguma
conexão de pensamentos.
Mesmo com alto grau de excitação, Poncho conseguiu guiar o carro até
Luis Correia, a pedido de Anny. A falta de energia também ocorrera nesta outra
cidade, facilitando o trajeto dos amantes pela diminuição do tráfego, apesar da
hora. Dirigiu então até o quebra-mar em uma das extremidades da praia de
Atalaia. Estacionou o carro na areia mesmo, somente suficientemente afastado
do mar.
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paredes! Aquela na qual instantaneamente o domínio do ato é usurpado. Por
uma simples distração e através de um movimento brusco, os golpes passam a
ser comandados por outra fonte, de forma violenta e ultrajante em relação à
anterior. Como se toda uma disposição antes encarcerada fosse submetida à
prova por si mesma… Só que essa liberdade é tênue. Numa autêntica luta
corporal (sem interrupção das estocadas), o reinado pode entrar em crise ou
até só se soerguer. A batalha é então iniciada. Os pontos fracos são
claramente visados, causando espirais nos encontros dos dois órgãos sexuais.
O tesão vai se tornando mais tenso inclusive. Em várias tentativas, cavalgadas
resultantes elevam os ânimos ao extremo até agora alcançado. Os corpos
suados vão dando sinais de cansaço, todavia não agüentam parar com esse
duelo. Não é somente uma questão de supremacia. Trata-se também de uma
necessidade — surgida em meio à situação — de se esbaldar nessa agitação
agoniadora e se satisfazer até o limite, se ele existir… Por entre esses agitos
os dois caem inertes sobre os lençóis, inebriados de gozos furiosos e
relaxantes. E após tudo isso fica uma única certeza: mesmo depois de terem
descoberto mais essa forma de prazer, querem redescobri-la cada vez mais…
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A ruiva foi desperta pelo estrondeante videofone. Deveria ser sua mãe e
mais uma de suas crises de esquecimento. Já até se acostumara. Só que hoje
não estava a fim de agüentar mais uma daquelas entradas glamourosas
sucedidas de inúmeras desculpas. Sentia-se péssima ao ponto de não se
importar mais se soubessem ou não do ocorrido horas antes. Apenas arranjou
umas poucas forças para gritar o mínimo que fosse necessário.
Lawyse — entrando: com licença… — parou no meio da sala para olhar Dulce
dispersa no chão
Dulce: (pensando) não, não, não… Sério, meu bom Deus! Eu não mereço
isso…
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quando sentiu os braços de Lawyse se fecharem ao encontro de seu corpo. Até
imaginava ser uma forma diferente de golpe ou outra coisa do tipo, mas foi
acordada de sua fantasia fatalista através do choro sentido da amida de Anny.
Lawyse a levou até o sofá, acomodando-a em seu colo, como fazia com
seus irmãos. Dulce não entendia nada, mas o sentimento de proteção de que
necessitava e sentia falta só lhe inundava mais e mais…
Lawyse: sim… completamente… E é por isso que vim aqui… pra trazer de
volta aquela ruiva divertida, zombeteira, alegre, forte… aquela ruiva de
sempre…
Dulce: brigada…
Lawyse: vai lá tomar um banho e tirar esses olhos inchados horríveis! Se Anny
tivesse aqui ia te obrigar a fazer um transplante de olhos… — rindo — Eu vou
pedir algo pra gente comer…
Anahí: vamos ver… Quem será que tá no MSN essa hora?… Mas quem deu
meu e-mail pessoal pro Rivanildo? Ah, Mai! Vai me ouvir… — Dulce convidou
Anny pra uma conversa na webcam — Dulcita!
Dulce: como é que sabe que tô com aquele perfume doce que tu não gosta? —
surpresa
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Anahí: simples… Tu só usa ele com terninho vinho… Não sei por que mas é a
verdade.
Anahí: amorzinho, ontem tava louca pra falar contigo não sei o porquê…
Digamos que tive urgências técnicas… por isso não pude ligar…
Dulce: ou seja, não me ligou porque tava dando pro gostosão… Mas eu sei por
que queria falar comigo. Acho que ontem paguei boa parte dos meus
pecados…
Dulce: chorei muito, muito mesmo… mas hoje tô super bem… Se ele não
quiser mais me ver, problema dele… Vai ficar sofrendo porque não se esquece
um amor assim… mesmo que se esfregue em qualquer rego…
Dulce: vou sim… mas nada que meus contatos não resolvam… — as duas
riram
Anahí: eu tô boiando!
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Anahí: cala a aboca, sua bandida!
Anahí: o que?
Melanie: deixa a wera, Dul! Pelo menos já sabemos quem tem que tá na
despedida de solteira…
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Dulce: Mel, ela marcou com ele lá…
Anahí: isso!
Anahí: olha, pode até ser, mas nada exagerado porque segunda tô com o dia
cheio.
Anahí: mas nem pense em pedir ajuda pra ela na hora de convidar o povo…
Acredita que ela deu esse meu MSN pro Rivanildo?
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Dulce: ela ainda tá casada, Anny?
Anahí: se tá falando da Mai a resposta é sim, e muito bem por sinal. Por isso
pode tirar o olho do Filipe…
Melanie: Dulcita, meu amor, sou tua fã… sério… deu maior chute na bunda do
Chris e horas depois já tá planejando a próxima vítima… — ela e a ruiva
começaram a rir
Melanie: ah, Lawyse! Tira essa filosofia de banheiro da cara e se une à gangue
das super poderosas aqui! Nós ainda vamos dominar o mundo dos homens
com nossos chicotes de couro e anéis GG…
Anahí: mas os anéis não podem ser muito grandes, pelo contrário… — se
tocou que tava falando besteira e parou na mesma hora, mas não adiantou,
todas caíram no riso
Melanie: ah, meus amores! Ali eu pego até casado! — ela e Dul riram
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Melanie: ela sumiu foi? Devia tá era feliz…
Anahí: sim… acho que sei com quem ela tá caçando conversa… só que vai se
dar muito mal…
Dulce: e quem é?
Anahí: falei com ela ontem… Mas fora esse assunto, não tem nada de novo…
Dulce: claro que não! Ali tá mais pra residência dos Kyle… — ela riu sozinha
— Qual é gente?
Anahí: piada inteligente uma hora dessas, Dul? — com cara de tédio
Dulce: vocês tão burras mesmo… Gente, é simples! Lá tem uma que tenta ser
inteligente, mas só sabe cair…
Lawyse: Cláudia?
Dulce: muito bem, estagiária de maninha! Uma com uma bunda enorme e que
não suporta o autoritarismo divertido da chefona aí…
Anahí: Fabíola…
Dulce: ah, tem uma ditadora que só quer as coisas do jeito dela…
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Anahí: pode parar, Dul… Já entendemos a piada…
Anahí: quê?!
Marichelo: deixa de ser mole, mulher! Aonde tá teu lado selvagem? Vai dizer
que esqueceu na cama do Pepe?
Fernanda: dá pra esquecer esse velho? E não, meu lado selvagem tá bem
aqui e louco pra te dar uns tapas…
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Reggaeton. Precisa dizer mais algo? Talvez que o ritmo alucinante se
dispersava por todos os presentes só mesmo vendo a cena. Estavam como as
próprias Las solteras de Mach & Daddy.
Enquanto isso, X lutava pra correr contra o tempo. Foi pega de surpresa
por seu espião contratado ao ser avisada que Marichelo e sua fiel escudeira
mudaram de horário. Como sempre, chegou de mansinho no parque e
começou a fazer sua encenação. Ficou um bom tempo olhando pro nada, até
que deixou derramar as primeiras lágrimas, sendo estas menos sacrificantes
por conta do efeito do colírio anteriormente usado. Aos poucos foi aumentando
a intensidade do choro. Não era algo estridente, pelo contrário, era um choro
com classe, mas suficientemente alto para chamar a atenção. Só que o tempo
foi passando e X só se desidratava… Nada de Marichelo lhe dar atenção… A
mãe de Anny a cada minuto só aumentava o rebolado, principalmente no pam
pam de Wisin y Yandel e no tra de Tito, el bambino. Numa tentativa frustada de
forçar uma emergência, X se levantou cambaleando e caiu desmaiada no
gramado. Marichelo, que a vigiara a todo instante, correu junto com Fernanda
até lá.
Acordou de seus sonhos com uma fisgada na barriga. Parecia algo meio
pontiagudo, remexendo em seu dorso.
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Marichelo: acorda, bela adormecida! Ou prefere que eu chame por Cláudia?
Mas eu prefiro bela adormecida…
Marichelo: e levanta daí que eu tenho coisas mais importantes pra fazer
ainda… — disse enquanto se posicionava em pé normalmente
Cláudia: acho que tá havendo algum engano aqui… Eu… — foi interrompida
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Marichelo: eu também, querida! Sabe, eu tinha certeza que tu ia cair direitinho
na armadilha… — deu uma gargalhada bem alta — Gostou do passeio de
ambulância?
Cláudia: vamos ser diretas, sim? — começou a andar de um lado pro outro —
O que vai fazer comigo?
Marichelo: proposta nada tentadora… — disse com nojo — Não sou sapata,
viu? Mas eu quero algo de ti sim… — andou ao redor de Cláudia, parou bem
atrás dela e se aproximou — Só uma coisinha… — agarrou parte dos cabelos
dela com força pra trás — Quero que deixe minha filha em paz, entendeu? Não
sei e não quero saber o que tá armando, mas seja o que for, se mexer com
minha bonequinha, vai passar do escritório pro necrotério particular, entendeu?
Cláudia: o que você fez? — apavorada pelo corte enorme e horrível em seu
cabelo
Vagner: porque eu tinha que vim pra cá! Olha ali meu príncipe! — disse todo
emocionado, olhando rumo a uma das mesas
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Mayté: pera aí! Tu me chamou aqui só pra me mostrar teu amor impossível?
Vagner: ele não é meu amor impossível! E sim e não… É que eu não podia
ficar aqui sozinho… Na verdade, não era nem pra tá aqui…
Vagner: isso…
Mayté: e tu?
Vagner: já almocei…
Mayté: é servida com vinho branco. Deve ser boa… Vou pedir…
Mayté: muito engraçado! — irônica — Mas tudo bem, é tu que vai pagar
mesmo…
Vagner: pois então troque os pedidos pra pão e água… Não ganho essas
fortunas não…
Mayté: eu sei muito bem que Anny te paga por uns servicinhos aí… — um
garçom se aproximou e ela fez os pedidos
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Vagner: eu digo antes disso…
Mayté: tá! Confesso! Não sei de nada! Mas que vocês escondem algo eu tenho
certeza…
Vagner: ai, May! O pessoal com ele tá indo embora! O que eu faço? — aflito
Mayté: obrigada!
Vagner: ele tá vindo aí! Minha gravata tá no lugar certo? Meu cabelo tá
bagunçado? Esses óculos combinam comigo?… — foi interrompido
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Vagner: e… e aí?
Mayté: ela volta amanhã… Vai ter inclusive uma festa de recepção na casa da
Lala.
Cristian: Lala ?…
Vagner: (pensando) fala alguma coisa, sua anta! Pior que eu não consigo…
Chegou Rivanildo, que avistou Vagner e May e correu pra mesa deles.
Rivanildo: atrapalho?
Vagner: Anny não ia precisar mais de mim… Deixei ela lá com o bonitão…
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Cristian: é que nesses dias tava só viajando… Sem tempo mesmo…
Cristian: sim… Fui acertar um contrato por tempo indeterminado nos Estados
Unidos…
Rivanildo: me fala do seu trabalho! Sei que viaja muito pelo mundo…
Os três ficaram um bom tempo jogando conversa fora. Como boa fonte
de informações que era, Rivanildo tratou de contar para Cristian tudo o que
havia sucedido com as pessoas que ele queria saber. Vagner, inibido pela
emoção e satisfação por estar tão próximo de sua paixão platônica, estava
como mero espectador na mesa. Não que os dois o tivessem excluído. Ele
mesmo é que se deixou ignorar… sua participação se resumia a sons de
admiração e confirmação sobre determinados assuntos… Muitos deles até
imperceptíveis… No início, a glória pelo momento cegou Vagner. Só aos
poucos é que ele vai clareando suas impressões. Não pôde deixar de sentir
raiva e mágoa do amigo. Isso mesmo, só do amigo. Christian residia em um
pedestal… perfeito, intacto e… no fundo… inalcançável!
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Levantou-se para ir atrás do barulho bem familiar. Algum médico deixou
o notebook na sala de reuniões (local onde Chris estava estudando). Os sons
eram de mensagens do MSN. Deduziu então que se tratava de alguma
emergência. Estava tão concentrado que talvez algum movimento passara
despercebido. O médico, Rafael — identificado na janela no programa,
provavelmente recebera algum chamado e, por questão de urgência, saiu
imediatamente.
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz:
voltei!
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz: pois
ñ se sinta! Tive uma emergência… Do que a gnt falava msm?
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz: tava
chato ñ?
#Christopher: (pensando) e agora? Ah, mas com uma frase dessas, ele
deve tá com raiva dela… nem duvido se levou chifre…
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz: ok,
mas só pq tá m pedindo…
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Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz: nós
nos divorciamos faz poko tmp… ñ sei se m entende, mas foi
uma decepção MT grande!
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz:
ainda mais q é com alguém q a gnt tnt ama…
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz:
desculpa t fazer passar por isso… é q é difícil esquecer…
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz:
ainda mais sabendo q eu dei td pra ela, nunk faltei em
situação alguma… e é isso o q eu recebo…
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz: q?
do que tá falando?
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz: e pq
isso agora?
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Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz: tem
certeza? acho q se enganou…
Rafael Mendes “decepção não mata, mas ensina a não ter outra” diz: tá
certo! m add então... chris_ucker@hotmail.com.
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smoking Versace em preto clássico; deixou a barba um pouco crescida,
ganhando assim um toque a mais de maturidade e elegância; cabelos
impecavelmente brilhosos, banhados em gel, deixando somente sobressair
alguns fiozinhos na frente — um retoque de Anny; sapatos pretos polidos e
muito requintados, combinando com o traje sem nenhum rastro de amasso.
A festa toda foi marcada por detalhes dos mais clássicos e elegantes
possíveis. Dos delicados camarões rosados servidos às gravatas borboletas
dos garçons… A toda hora circulavam nas bandejas novas iguarias dos mais
distintos tipos. Isso sem se esquecer de que para cada uma havia uma bebida
específica, que variavam do espumante branco demi-sec ao moscatel francês.
As melodias que inundavam o local convidavam os presentes à conversação.
Aos poucos, as notas tão conhecidas contrastavam com o tempo frio da noite
luíscorreiense, seduzindo os comparecentes a demonstrações de dotes para
dança…
Anahí: verdade! Mas eu amei tudo! Vou passar uma semana sem querer ver
carne… — rindo
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Alfonso: nisso eu não acredito…
Alfonso: quero que a gente viaje pra conhecer nossos pais logo…
Anahí: se for agora não posso me ausentar mais que uma semana. Mas por
que essa pressa toda? Algum problema?
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Anahí — rindo: tô me sentindo a mocinha que mata a vilã no último dia da
novela…
Anahí: espera aí! Não vai me dizer que… — parou de falar por estar abismada
Alfonso: por que a surpresa? — sem entender — Sou fraco no quesito Anahí
Giovanna…
Alfonso: não se preocupe com isso… só sinta tudo o que vou fazer… garanto
que não vai conseguir contar até dez!
Poncho então começou a roçar seu nariz pela nuca dela, dando umas
fungadas bem provocantes perto do ouvido. Anny fechava os olhos se
deliciando com toda a situação. E os outros? Ah! Os outros que aproveitem
também! Não tava nem aí! Ele lambia o pescoço dela, dava algumas mordidas
— nada forte pra não deixar a marca, chupava de leve também… No
pensamento de Anny, tudo aquilo estava sendo feito não no seu pescoço, mas
na sua intimidade… Era assim como ela se sentia… A respiração quente dele
só aumentava a excitação. E pra piorar a situação, ele ainda a prendia com um
abraço apertado, não a deixando se movimentar de maneira alguma. Anny
chegava a se debater involuntariamente.
Anahí: sim… — disse na maior dificuldade, enquanto ele não parava de lhe
excitar sem nem mesmo ir a fundo
Alfonso: começa!
Anahí: pode ser a reta numérica da Anny? — disse bem baixinho, quase sem
forças
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Anahí: 1 beijo na tua boca… e 2 carícias te daria…
Anahí: pode deixar que vou ficar dois minutos a mais, Jay! — irônica
Anahí: sério? Vou lá ver então… depois venho contar mais da viagem…
Anny, muito curiosa, entrou logo em sua sala. Não conteve o grito
quando encontrou sua mãe toda à vontade em sua poltrona aparentemente
jogando em seu computador. Marichelo levou um susto tão grande que quase
caiu ao se levantar da cadeira. A loira correu pra dar logo um abraço bem forte
na sua amada mammy. Ficaram maior tempão só matando a saudade, sem
nem pronunciar uma palavra sequer… Até porque não precisaria. As lágrimas
já diziam por si só a emoção que sentiam.
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Anahí: tá muito bem…
Marichelo: que história é essa de matar sua mãe de susto, hein? — começou
a dar palmada de leve no bumbum da filha
Anahí: tava com muita saudade! — toda dengosa, se aninhando nos braços da
mãe
Janete: com certeza! E tem gente que cuida mais que ainda vai chegar…
Marichelo: que história de folga o que! Homem tem que tratar é na exploração!
— as três se acabaram de rir
Dulce: alguém sabe me dizer se hoje é a parada gay? — viu Marichelo — Tia!
— gritou
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Marichelo: ih! Tô vendo que vamos ter que organizar uma festinha do
lingerie…
Dulce: isso mesmo, tia! Bota moral nesses dois pervertidos! Isso aqui é um
local público… Onde já se viu?
Marichelo: digamos que vim conferir uns lances por aqui. Muito prazer,
Poncho!
Anahí: ah, lembrei de uma coisa! Por que chegou perguntando sobre a parada
gay, Dul?
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Dulce: será que era a Cláudia?
* 1 MÊS DEPOIS... *
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irmã se chamava Alicia. Cresceram juntas desde então. Eram muito amigas…
eram as verdadeiras melhores amigas… daquelas que um dia se tornam
irmãs… Casaram inclusive na mesma manhã primaveril sob os olhares da alta
sociedade californiana. Linda com Alexander e Alicia com George. A vida
parecia perfeita demais para reles humanos. Cada casal com seu único
herdeiro: Alfonso e Oscar, respectivamente. Foram criados como irmãos, igual
a suas mães. Eram decididos e centrados em seus objetivos. O sucesso no
futuro era praticamente certo. A vida parecia perfeita demais para reles
humanos… Mas o destino tratou de repetir sua façanha. Sob as circunstâncias
de um fatal acidente de carro, os primos se tornaram irmãos… Não era uma
situação que exigia tal atitude do casal Herrera, afinal Oscar já era um homem
de 25 anos. Foi algo ritualístico, como se a senhora Linda estivesse retribuindo
tudo o que a pequena Li recebera.
Mesmo para os mais calculistas, o peso de toda uma vida algum dia há
de chegar. A fortaleza em pessoa da família Herrera se encontrava atualmente
em sérios riscos. A perda da irmã trouxe caducas mágoas talvez nem sentidas
pela inocente criança órfã. Excessos de euforia intercalavam crises
depressivas. Linda vivia uma revolução emocional para a qual não se
descobria alguma solução duradoura. Passando os anos, a freqüência dos
eventos só aumentava. Muito preocupado, Poncho resolveu viajar para visitar
os pais. Já presenciara algumas das crises de depressão. Em boa parte delas
ele foi o responsável pela melhora da mãe. Por solidariedade e aflição, Anny se
propôs a acompanhar o noivo. Ela só se ausentaria por uma semana, ele por
duas ou três.
Como já era de se esperar, ver o filho foi o melhor remédio para Linda.
Ainda mais com a presença da sua nora. Elas se identificaram à primeira vista.
Fizeram programas típicos de mãe e filha pela cidade. Chegaram a ficar o dia
todo fora, preocupando e chateando os homens da família. Nem parecia mais
aquela desanimada plantada na cama.
Oscar, que morava em Nova York, também chegou para visitar a mãe,
assim a considerava desde criança. Ter a família reunida por completo foi uma
sensação de plena realização. Isso a fez encontrar então uma solução para
suas crises que sempre esteve diante de seus olhos. A partir de agora, iria lutar
com todas suas forças para seguir bem… porque queria viver muito mais por
essa família… pela sua família…
Anny parou pra refletir. Intercalava olhares entre a sogra e Poncho. Era
só um instante. Além disso, ele estava na maior felicidade por se sentir entre
Viianny 35
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toda sua família novamente. Qualquer emergência bastava alguma desculpa
pra se afastar de Linda e desligar ou somente vigiar seu notebook. Mas o que é
isso? — pensou, dando um tapa em todo o raciocínio formulado. Ela não podia
dar um voto de confiança pro próprio futuro marido? Logo sendo ele o Poncho,
que já lhe demonstrara tanta lealdade e amor… Precisava aprender a separar
o olhar familiar do outro, empestado de imundície e cortado por barras de ferro
sacudidas entre assobios e palavrões.
Poncho entrou na sala e pegou um pen drive numa gaveta. Foi até o
notebook. Levantou a tela. Foi verificar a última pasta aberta no histórico. Só
que não havia registros.
Alfonso: droga!
Alfonso: nada…
Por pressa, ele resolveu copiar essa pasta suspeita. Sem querer até
selecionou um dos jogos. Era uma versão 3.0 com Bart Simpson. Como era um
arquivo pequeno, nem se deu ao trabalho cancelar a transferência e iniciar uma
nova. Em segundos, já estava se encontrando com as duas no trajeto da
escada. Iria guardar o dispositivo no quarto do irmão por segurança. Essa
dúvida tinha que acabar!
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Los Angeles, quarto de Oscar na mansão dos Herrera, 16/10/08, 15h21
Alfonso: mas tu só vai fazer um favorzinho pra mim! É só dar uma vasculhada
nesses arquivos e pronto!
Alfonso: já é alguma coisa. Anda antes que elas voltem da praia… Como eu
queria ter ido também… — contrariado
Alfonso: sabe muito bem que eu tinha que aproveitar essa oportunidade pra
checar esse pen drive. Agora anda!
Oscar: tá bom! — com raiva — Mas vai ficar me devendo uma gatinha lá do
Brasil…
Oscar: no problem! Só que tem que manter a calma, senão não chega a nada
e ainda faz ela desconfiar de alguma coisa…
Alfonso: quê?!
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Oscar: sua princesa é uma hacker, meu caro… Ela travou todo o dispositivo de
voltar nessas páginas…
Alfonso: isso!
Oscar: se ela não tiver algum aplicativo que leve direto pra entrada certa, é
sim…
Viianny 38
♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
Alfonso: droga! — irritado
Oscar: enquanto tu pensa aí, eu vou testando esse jogo aqui dela…
Ele iniciou o programa. Abriu-se uma janela com fundo preto, na qual
rolavam textos e códigos. De repente, apareceu um aviso do antivírus sobre
possível malware.
Oscar: ela manda bem… Se não fosse pelo vírus, eu estaria agora apreciando
um trabalho dela… É só hobby é?
Oscar: naquela tela preta! No meio daquele monte de palavras tinha o nome
dela.
Oscar abriu novamente o jogo. Dessa vez, Poncho viu os textos que
apareceram. Por cima, já viu nomes que deduziam informações suspeitas.
Viianny 39
♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
Oscar: então a chave são os jogos?
Alfonso: isso mesmo! Tem como jogar esses dados em algum formato melhor
de ler?
Anahí: é!
Anahí: não é não! Vocês tão parecendo dois adolescentes tarados escondendo
algum video pornô da mãe… — rindo
♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
Anahí: mal chegamos, amor! E isso aqui tá o máximo! Amo história clássica! —
muito feliz
Anahí: exatamente…
Alfonso: Anny, eu não vou ficar aqui vendo um monte de homem nu não! —
contrariado
Anahí: por que não tenta incorporar o espírito da arte? — falou olhando-o de
lado
Anahí: sonho com ele desde que me convidou pra vir pra Los Angeles… —
disse com a voz sedutora, enquanto o enlaçava pelo pescoço, surpreendendo-
o com um beijo bem selvagem
Viianny 41
♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
Anny tomou a iniciativa e foi deitando seu corpo por cima do de Poncho
no chão, ao lado da bancada do cadáver grego. O beijo seguia sem sequer
perder intensidade. Os lábios eram sugados cada vez com mais força. As
línguas travavam verdadeiras lutas dentro das bocas sedentas de prazer.
Assim é que a pressão entre os corpos ficava cada vez maior. Poncho então
virou o jogo e ficou por cima.
Anahí: tem que ser bem rápido… — soltava as palavras durante o beijo
Anahí: então vai fundo! — em tom de desafio, pousando suas mãos no peitoral
de Poncho
♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
Ficaram ali, quase que imóveis, só curtindo o desafogo dos gozos inundando
seus corpos…
#Instantes depois…
Alfonso: sabe que agora vou andar mais vezes em museus… — disse
enquanto caminhavam pelo estacionamento do museu
Alfonso: não tenha nem dúvida! Quem mais toparia transar ao lado de um
defunto milenar?
♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
A paixão nos olhos deu lugar novamente ao desejo. Rapidamente, ele
atendeu ao chamado dela. Tempos depois já estavam com as bocas coladas,
os corpos prensados e as mãos tocando cada parte um do outro. De forma
bem sutil, Poncho só levantou o vestido de Anny e tirou sua calcinha.
Encostou-a sob atos ferozes em uma das pilastras da estrutura. Afastou-se
para admirá-la um pouco… Mas não agüentou muito… Mirou-a como um
predador a sua caça. Foi se aproximando milímetro por milímetro, enquanto
abria sua calça com cara de cafajeste… Um lindo e sensual cafajeste…
***
♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
Já era quase meia noite quando os dois saíram do restaurante, após um
jantar regado a amor e delicadeza.
Alfonso: pra um lugar que vai adorar com certeza… — disse enquanto
acariciava sua bochecha carinhosamente
Anahí: talvez porque eu esteja vendo o nome reserva bem aí nesse papel que
tá assinando…
Anahí: meu nome é Anahí e eu não estou nem aí… — pronunciou de forma
musical a la Jay Kyle, enquanto cruzava as pernas em sinal de revolta
Anahí: que bom… Assim faz o serviço todo só olhando pra mim…
Anahí: pensa que não saquei que trouxe todas as tuas mocréias pra cá?
♥ Sólo déjate
déjate amar ♥
Alfonso: e por que eu traria essas mocréias se eu nunca amei ninguém na
minha vida além de você?