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A boa notícia é que uma dieta ainda pouco citada nas conversas de
academia e clínicas de beleza promete mudar o significado dessa
temida palavrinha de cinco letras que insiste em assombrar o
universo feminino. Dessa vez, a recomendação não é cortar
nutrientes do prato, mas separá-los para serem consumidos em
determinadas horas do dia.
Café-da-manhã:
Para beber, opte por leite desnatado, leite de soja, chá, café e suco sem açúcar. Acompanha
torradas, pães e cereais com geléias diet e light ou margarina light.
Lanche da manhã:
Uma fruta e/ou barra de cereais sem açúcar.
Almoço:
- Entrada: verduras e legumes (crus, cozidos ou grelhados).
- Prato principal com carboidrato: massas, tubérculos (batata e mandioca), arroz, feijão e outras
leguminosas (ervilha, lentilha, grão-de-bico).
- Sobremesa: frutas.
Lanche da tarde:
Iogurte desnatado e sem açúcar, queijos magros e gelatina.
Jantar:
- Entrada: saladas e sopas com verduras e legumes.
- Prato principal: carnes magras grelhadas, cozidas ou assadas. Evite as peles de frango e as
gorduras das carnes. Se preferir, acompanhe com ovos e queijos.
- Sobremesa: pudins, manjares ou gelatinas, todos diet.
Lanche noturno:
Caldos, chás, iogurtes e queijos.
Aquele almoço suculento, cheio de tudo o que você mais gosta virou lenda já faz um bom tempo e
nada da balança começar a reduzir. Muito pelo contrário, ela não faz nada além de aumentar o
ponteiro e indicar um peso cada vez maior. Parece até perseguição ou início de loucura, mas a
verdade é que cada prato a menos significa continuar engordando.
Minicucci salienta que pessoas com sobrepeso que procuram o auxílio de um spa para emagrecer
comem uma quantidade muito menor do que estão acostumadas e, ainda assim, emagrecem.
"Muitas vezes não temos a percepção correta do que comemos. Um exemplo é o tamanho dos
pratos e copos que usamos. Se compararmos com 30 anos atrás, iremos ver que estão muito
maiores", comenta.
Já a nutricionista Fernanda Pisciolaro acredita que uma redução brusca na quantidade de calorias
ingeridas pela pessoa pode resultar numa baixa metabólica. "Quando há uma diminuição das
calorias ingeridas, o metabolismo entra em déficit e se torna tão econômico ao ponto de consumir
uma quantidade de calorias muito pequenas", explica. Assim, mesmo comendo menos por dia, a
pessoa consome menos calorias, o que a faz engordar.
O adequado, nesse caso, seria uma redução máxima de 1.000cal do total gasto pela pessoa ao
dia. Pode-se dizer que uma pessoa com sobrepeso gaste, em média, um valor referente ao seu
peso atual vezes 35 (uma pessoa com 100kg gasta, em média, 3.500cal/dia).
Segundo Fernanda, dietas com redução drástica de calorias ingeridas simultâneas tendem a tornar
cada vez mais complicada a perda de peso. "É como se o organismo se acostumasse, fica cada vez
mais difícil emagrecer, porque a pessoa começa a não conseguir recuperar o gasto energético",
finaliza.
Serviço:
Fernanda Pisciolaro - nutricionista
www.abeso.org.br
Principais vantagens
De acordo com o endocrinologista, esse é o tipo de dieta que a
pessoa consegue seguir pelo resto da vida, porque não faz restrição
à qualquer tipo de nutriente. "Os alimentos são apenas separados,
mas tudo o que o corpo precisa é consumido ao longo do dia",
explica Soares.
O outro lado
A nutróloga Samantha Enande, da Clínica Valéria Marcondes,
diverge de opinião do médico, especialmente no que diz respeito a
evitar carboidratos à noite. "O corpo precisa de calorias nesse
péríodo também, e a proteína não vai fornecer isso", explica. "Além
disso, a energia consumida pela manhã é gasta e você não
consegue absorver a proteína ingerida à noite. Ajudaria a digestão
noturna se houvesse consumo de um pouco de gordura, por
exemplo, mas, como o intuito é emagrecer, não adiantaria nada",
conclui.
Outro conselho que não pode faltar em qualquer regime e, por isso,
também está nas regras da dieta dissociada, é o controle no
consumo das guloseimas. "Infelizmente, quem quer emagrecer
precisa sim controlar a compulsão pelos doces", adverte o médico.
"O problema não é comer docinhos em eventos e festas, mas
abusar todos os dias. A sacarose do açúcar comum faz o pâncreas
liberar muita insulina, dificultando a queima de gordura. A solução é
substituir o açúcar por adoçante ou mel natural", ensina o médico.
Serviço:
João César Castro Soares - endocrinologista
joaocesarcastro@yahoo.com.br
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“Café-da-manhã:
Para beber, opte por leite desnatado, leite de soja, chá, café
e suco sem açúcar. Acompanha torradas, pães e cereais
com geléias diet e light ou margarina light.”
A NUTRIÇÃO
REVOLUCIONÁRIA
Do Dr. Atkins
(Dr. Atkins’ Nutritions Breakthrough)
Álvaro Pacheco
Editor
A NUTRIÇÃO
REVOLUCIONÁRIA
DO DR. ATKINS
Com a Nutrição
Revolucionária do
Dr. Atkins você aprende a:
ÍNDICE
Prefácio 9
LIVRO UM
LIVRO DOIS
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO 115
Capítulo 12 Dor de cabeça 116
Capítulo 13 Menopausa 131
Capítulo 14 Retenção Inexplicada de Líquido 137
INTRODUÇÃO 171
Capítulo 18 Artrite 171
Capítulo 19 Diabetes 188
INTRODUÇÃO 205
Capítulo 20 Ritmo cardíaco 209
Capítulo 21 Colesterol – O tigre de papel 216
Capítulo 22 Aterosclerose 229
Capítulo 23 Doenças vasculares periféricas 240
Capítulo 24 Regime para os problemas cardiovasculares 243
Capítulo 25 Terapia através da quelação de minerais 248
Capítulo 26 Hipertensão 252
LIVRO TRÊS
INTRODUÇÃO
Capítulo 27 Alergia ou hipoglicemia? 263
Capítulo 28 Como escolher sua dieta 271
Capítulo 29 Como elaborar um regime vitamínico
de acordo com suas medidas 282
Capítulo 30 Como elaborar seu próprio regime mineral 292
Capítulo 31 Como conseguir o que você precisa 301
Capítulo 32 Como conseguir ajuda médica 309
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PREFÁCIO
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Qualquer autotratamento, em particular quando combinado com
um autodiagnóstico, pode ser perigoso. Por exemplo, uma pessoa
com problemas de coração, fígado ou rins poderá arriscar-se
quando tentar uma técnica facilmente tolerável por indivíduos mais
saudáveis. Até mesmo as avançadas técnicas nutritivas que estarei
ensinando, relativamente seguras, podem representar risco para
certas pessoas.
Por esses motivos, insisto para que o leitor procure um médico
simpático à idéia de usar boa nutrição antes da terapia através de
drogas e que lhe permita conhecer totalmente seu estado de saúde,
dando-lhe a responsabilidade de tomar as decisões médicas
apropriadas à sua condição.
Que este livro sirva apenas como um guia, para mostrar o que
agora é possível, em escala limitada, mas que tem méritos para em
breve ser praticado por grande parte da sociedade.
LIVRO UM
CAPÍTULO 1
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estava assombrada por ter passado uma semana inteira sem tomar
uma só pílula de dormir, ao passo que o aluno de odontologia, que
me procurara queixando-se de cansaço o tempo todo, não podia
dar conta de toda a energia e disposição que sentia agora. Quanto
ao executivo, cuja azia o obrigava a tomar antiácidos de duas em
duas horas, mostrava-se radiante quando disse ter passado doze
dias sem dor – e sem antiácido.
Havia também uma jovem mãe, que se consultara com oito
médicos antes de me procurar, e que se sentia tão tonta que não
saía sozinha e nem pensava em dirigir. Em sua segunda consulta,
mostrou-me o dedo polegar apontado para cima, quando lhe
perguntei pelos seus sintomas. Não se sentia tonta uma só vez
após o terceiro dia do regime.
O último paciente, cujo sério problema de hipertensão o obrigava
a tomar três diferentes medicações hipotensoras, voltou tão
melhorado que eliminamos completamente dois dos seus remédios
na segunda consulta.
Essas doze pessoas ficaram atônitas com a facilidade de
adaptação que tiveram às minhas recomendações, e mais
surpresas ainda com o fato de estarem se sentindo tão bem. Todas
se sentiram aliviadas por precisarem de menos medicação – ou
nenhuma – em alguns casos pela primeira vez em muitos anos.
Na terceira consulta voltei ao meu método usual, adaptando o
regime ao indivíduo, e todos os pacientes continuaram a se sentir
bem.
É óbvio que o mesmo padrão alimentar e a mesma receita de
vitaminas não podem ser adequados para todos. Mas esses doze
casos comprovam, sem dúvida nenhuma, os seguintes pontos:
O FATOR COMUM
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nosso mecanismo de controle do açúcar no sangue que tem mais
possibilidade de se desarranjar, quer seja por causa de nossa dieta
ou dos remédios que tomamos.
O interessante é que desenvolvi a DIETA REVOLUCIONÁRIA –
que, é claro, controla o açúcar existente na corrente sangüínea –
como um tratamento a ser seguido pelo resto da vida por obesos.
No entanto, muitos anos de experiência e mais de quinze mil
pacientes demonstraram que essa dieta, combinada com as
vitaminas e os suplementos minerais apropriados, podia fazer muito
mais que reduzir o peso dos meus clientes. Caso após caso, ela
também lhes restaurava a saúde.
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– se os médicos são enganados desde o primeiro dia de aula, como
podem ser culpados?)
De qualquer forma, as coisas podem não estar se modificando
bastante depressa.
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alimentos que geralmente não são lembrados como terapêuticos ou
dietéticos.
Tudo isso na sua dieta, ao mesmo tempo em que você estiver
tratando e prevenindo as moléstias da nossa cultura, as tais
moléstias fabricadas pelo homem. E sem remédios.
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CAPÍTULO 2
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Em vez de receitar mais remédios, como teria acontecido no
passado, eu estava ajudando a eliminar a necessidade deles. E
assim vi-me encorajando meus pacientes a reduzir suas
medicações. Parece que eu havia esbarrado em algo muito mais
poderoso que remédios: nutrição.
Aquilo me fez pensar. Comecei a suspeitar que as drogas que eu
costumava receitar tão cegamente não eram, em absoluto, o que
seus fabricantes ou os meus professores diziam. Assaltou-me a
percepção de que as drogas mascaravam , encobriam, os sintomas
das doenças, sem atacar as causas.
Um exemplo clássico desse mascaramento sem uma cura real
(produzindo assim uma falsa sensação de segurança) é o modo
como a hipertensão é tratada com os produtos farmacêuticos
tradicionais. O paciente conta apenas com os remédios para manter
baixa sua pressão.
O caso de Joe T. ilustra perfeitamente o meu argumento:
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Joe e sua mulher estavam bastante desesperados quando ele
apareceu no meu consultório pela primeira vez. Decidimos tentar
minha dieta básica por algumas semanas antes de sequer pensar
em reduzir a dosagem.
Depois de seguir rigorosamente por 4 semanas a DIETA
REVOLUCIONÁRIA, a pressão sangüínea de Joe (que continuou
tomando suas pílulas) estava mais baixa que por ocasião de sua
primeira consulta. Essa foi a nossa deixa. Decidimos reduzir a
dosagem dos remédios em um quarto e observar cuidadosamente.
Quando Joe reapareceu na semana seguinte, sua pressão tinha
caído mais um pouco ainda, não obstante a redução da dose de
remédio. Desse ponto em diante, agindo com todo o cuidado, fomos
retirando toda a medicação de Joe.
Hoje em dia ele não toma mais remédios. Diz que não precisa
nem mesmo de uma aspirina. Está radiante porque ele não se sente
mais cansado o tempo todo e porque está mais ativo sexualmente.
Sua mulher também está radiante, em especial porque Joe agora
se sente tão bem que participa mais do que nunca das atividades
da família.
É evidente que as drogas que Joe tomava bloquearam os
sintomas, mas não curaram a doença.
O caso de Joe demonstra também outro ponto interessante: os
efeitos colaterais. Sua sensação de esgotamento e suas
dificuldades sexuais não estavam só em sua cabeça. Os remédios
que tomavam agiam sobre os caminhos metabólicos independentes
daqueles que se limitavam a reduzir a pressão do sangue. As
drogas desequilibraram por completo seu sistema.
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sobre quais sejam os efeitos metabólicos da maioria das drogas a
longo prazo – a menos que sejam crescentemente óbvios
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ocorresse de novo, de modo que lhe receitou uma poderosa droga
anticonvulsiva.
Durante os quatorze anos seguintes Sue não teve outros ataques,
mesmo quando se esquecia de tomar uma ou duas doses do seu
remédio. Seu médico, mesmo assim, insistia para que continuasse
com a medicação, contando-lhe histórias horríveis a respeito do que
poderia ocorrer se ela interrompesse o tratamento. O que não lhe
contou foi que o tipo de problema que ela tivera quatorze anos
antes geralmente aparece sob a forma de ataques leves sem
conseqüências duradouras na maioria dos casos. Como é que um
paciente que não tem um quadro completo da situação pode
concordar com seu médico, dando-lhe um consentimento informado
e consciente? Será que os pacientes de hoje em dia têm que
tolerar a mentalidade de “basta-que-tome-o-remédio”?
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ALGUMAS DOENÇAS NÃO REAGEM A REMÉDIOS
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CAPÍTULO 3
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usado a droga milagrosa por algum tempo, não se sentir melhor, aí
então irá procurar seu médico. E para quê? Ora, é claro que o
médico vai lhe passar uma receita, provavelmente para que tome
um remédio não muito diferente daquele do anúncio.
Na verdade, teve uma idéia certa. Só que a realizou de modo
errado. O certo foi ter-se preocupado com sua saúde, tentando
identificar seu problema e resolvê-lo. Mas deveria ter-se voltado
para a nutrição melhorada (e seus facilitadores, vitaminas e sais
minerais), em vez de remédios.
Mas, tal como no caso dos seus médicos, a “lavagem cerebral” a
que foi submetido, durante tanto tempo, o cidadão comum não
permitiu que tivesse uma chance de aprender a respeito de
alternativas.
Ou como no caso de Sally Jessup, que entrou na montanha russa
dos medicamentos e quase não conseguiu sair mais. Sentia-se
cada vez pior, tomando sempre mais remédios e ganhando peso o
tempo todo. Limitava-se a ler um pouco, conversar com amigos e
falar com o homem da farmácia. Decidiu, por fim, atacar em
primeiro lugar seu problema de peso, achando que, caso
conseguisse emagrecer, o resto melhoraria junto. E por isso foi me
procurar.
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instabilidade de açúcar no sangue. Desse modo, seu médico – com
a mente voltada para os sintomas, e não para as causas – receitou-
lhe um tranqüilizante, o qual, supostamente, acalmaria Sally. Em
vez disso, o tranqüilizante ergueu seu nível de insulina (a qual, por
sua vez, baixou o nível de açúcar), agravando assim sua
instabilidade emocional.
Tranqüilizantes não ajudaram Sally a moderar seu enorme apetite
ou seu desejo de doces. Pelo contrário, parece terem agravado o
problema. Sally comia constantemente tudo o que via, e, é claro,
quanto mais comia, mais engordava. E quanto mais gorda ficava,
mais desesperada se sentia. Finalmente, seu médico receitou-lhe
um moderador de apetite, a fim de ajudá-la a comer menos.
Mas isto serviu apenas para piorar tudo. (As pílulas moderadoras
de apetite também elevam o nível de insulina.) Sally ficou mais
tensa que nunca. Chorava à menor preocupação e gritava
constantemente com o marido e os filhos. E o pior que a situação
ia-se agravando à medida que o moderador de apetite ia também
agravando a instabilidade do nível de açúcar no sangue de Sally.
Sally podia ser tomada como um perfeito exemplo do Efeito Bola-
de-Neve. Tudo começou com os tais tabletes de estrogênio,
prosseguindo com uma série de medicações adicionais. E, após a
primeira, cada droga foi receitada para anular um efeito qualquer de
outro remédio tomado anteriormente.
Será possível que alguém ainda se espante com o fato de Sally
ter ficado irritada?
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nem Sally nem seu médico examinaram a raiz do problema, onde
se destacava aquele pacote de remédios que ela, por começar, não
deveria estar tomando. Outro componente do problema eram seus
hábitos alimentares pouco esclarecidos.
Quando Sally e eu nos sentamos para a primeira consulta, ela
acreditava realmente que os remédios que tomava eram a única
resposta para os seus problemas. E até o dia em que foi me ver,
eram mesmo.
Expliquei-lhe que, embora existam muitos remédios úteis e
necessários para os quais ainda não existem alternativas dietéticas
(como o tônico do coração chamado digitalis, por exemplo), a maior
parte dos problemas dela poderiam ser vencidos com uma
abordagem nutricionalo. Falei a Sally que as drogas são agentes
bloqueadores, e que podem bloquear mais do que tencionam.
Falei que as combinações de drogas podem interagir de modos
ainda não conhecidos, isto porque cada combinação “segura” não
foi testada para que se verifiquem suas possíveis interações.
Esclareci também que os efeitos colaterais podem ser piores que
a doença visada pela droga receitada.
Sally compreendeu o que eu quis dizer, mas ainda teve que
perguntar: “Mas doutor, como é que vou poder ficar sem as minhas
pílulas?”
Por já haver tratado de centenas de pacientes como Sally, e ter
visto como reagem às técnicas nutricionais, da mesma forma como
tenho confiança na abordagem que uso, respondi: “Espere só um
pouco. Acho que vai ficar satisfeita.”
E continuei a fornecer-lhe mais fatos.
Em pouco, Sally sabia que eu não era muito favorável ao uso de
remédios. Sabia que eu era especializado em nutrição e acreditava
que a nutrição tinha muito mais a lhe oferecer que a simples perda
de peso (esta, por si só, já um grande benefício).
Sally pareceu espantar-se quando eu lhe disse que as vitaminas
podem fazer muito mais que impedir deficiências. Não raro elas
podem ser usadas para tratar de doenças e, em muitos casos,
podem substituir remédios.
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Esses “blocos de construção” trabalham no sentido de caminhos
internos do organismo, e não contra o sentido desses “caminhos”
fisiológicos. E também são virtualmente não-tóxicos. Os nutrientes
facilitam, proporcionam condições, tornam possível. As drogas, os
remédios, bloqueiam.
Lembrei a Sally que nada em demasia faz bem. É possível, por
exemplo, dar a alguém muita água, potássio ou ferro. É certamente
possível tomar muitas vitaminas solúveis em gorduras (A, D, E e K),
que são armazenadas pelo corpo. É possível, mas não é provável,
porque as grandes quantidades necessárias para que tenhamos
uma dose excessiva raramente são tomadas. Em geral, as
vitaminas não são tóxicas, e o inverso é verdadeiro em relação às
drogas, mesmo que sua toxidez seja muito sutil. São efeitos quase
despercebidos em muitos casos, porque, entre outras razões, seus
efeitos colaterais são retardados, algumas vezes até muito tempo
após a droga ter sido suspensa.
Sally ficou assombrada como pode ser estreita a margem de
segurança entre os efeitos terapêuticos e os tóxicos de uma mesma
dose. Jamais se dera conta dos inúmeros e indesejáveis efeitos
colaterais, potencialmente sérios, de um diurético ou de um
tranqüilizante.
Mas depois de falar a Sally sobre o potencial tóxico dos remédios,
mostrei que, no caso das vitaminas, a faixa entre as doses curativas
e as tóxicas é muito mais larga – algo por volta de 1 para 10.000 no
caso de algumas das vitaminas do complexo B, ou seja, a dose
tóxica tem que ser dez mil vezes maior que a terapêutica.
“O senhor acha mesmo que pode controlar meus sintomas com
vitaminas? E que será mais seguro?”, ela me perguntou, com algum
ceticismo.
“Parece difícil de acreditar, mas logo você verá por você mesma
que as vitaminas e os sais minerais são importantes”, respondi.
“Mas não se esqueça de que uma reforma completa do seu regime
alimentar é a base daquilo que estamos prestes a fazer, e de que
isso será crucial para o seu sucesso.”
Essa conversa didática funcionou, no que diz respeito a Sally, que
me disse ao final que já compreendia alguns dos princípios que
estavam por trás da abordagem didática e estava pronta para
suspender sua medicação. Para começar, deu-me o frasco de
pílulas moderadoras do apetite que eu, com toda cerimônia, atirei
na cesta de papéis (atirei no LIXO!).
Sally seguiu ao pé da letra a dieta que lhe prescrevi, da mesma
forma como tomou suas vitaminas.
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sinal de que não mais estava retendo líquido. Seu temperamento
mudou dramaticamente: parou de gritar com os filhos, e seu marido
de novo sentiu-se ansioso para voltar para casa depois do trabalho.
O mais significativo de tudo, creio eu, foi o fato de que a nova
sensação de bem-estar de Sally convenceu-a de que a nutrição
realmente lhe proporcionava uma alternativa melhor de tratamento.
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Nos capítulos seguintes você encontrará o que precisa para fazer
uma avaliação do seu próprio caso, assumir a responsabilidade
maior por sua própria saúde e também para poder fazer a sua
parte, com o auxílio do seu médico. Encontrará ainda as
informações de que poderá precisar para auxiliar seu médico a
ajudar você.
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CAPÍTULO 4
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Grande parte do trabalho básico, a respeito das fibras foi
realizado por três eminentes pesquisadores britânicos, Burkite,
Cleave e Trowell, que estudaram os padrões da doença em culturas
emergentes (pré-ocidentalizadas).
Esses cientistas observaram que muitas doenças que em nossa
sociedade são consideradas normais, em nações em
desenvolvimento cuja dieta básica permanece primitiva são
virtualmente desconhecidas. Por exemplo: colite, problemas
intestinais, diverticulite, apendicite, hérnia do hiato, cálculos biliares,
hemorróidas, varizes, gota, artrites óssea e reumatóide,
osteoporose, inflamação do íleo, esclerose múltipla, o diabetes e os
males do coração.
O leitor provavelmente consideraria rotineiras a maioria das
doenças desta lista. Mas o médico de cem anos atrás raramente se
deparava com elas, simplesmente porque as doenças comuns de
hoje em dia não eram assim tão comuns.
Quando os cientistas britânicos tabularam seus dados, não
puderam deixar de concluir que, com o avanço tecnológico, os
padrões alimentares da sociedade se modificaram, e as doenças
que antes eram raras começaram a aparecer com mais freqüência.
Quanto a essa freqüência, parece que ela aumenta ou diminui na
mesma proporção do grau de beneficiamento dos alimentos
componentes da dieta daquela sociedade. Burkit, Cleave e Towell
concluíram assim que a fibra perdida no beneficiamento dos
alimentos era o fator de saúde de algum modo responsável pela
raridade anterios das “novas doenças”.
O Journal of the American Medical Association publicou um
brilhante ensaio escrito pelo Dr. Burkitt, no qual ele apresenta suas
descobertas e conclusões. Tão disseminado foi o impacto desse
ensaio que rapidamente foram escritos e muito vendidos livros
anunciando a “era da fibra”.
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O processo de enriquecimento vai repor depois apenas as
vitaminas B1 (tiamina), B2 (riboflavina) e B3 (que não mencionamos
acima porque, muito embora seja perdida na moagem, a indústria
parece estar pronta para repô-la). Todas as outras vitaminas,
contudo – e aí se incluem a vitamina E e o complexo B, os sais
minerais também permanecem de fora, juntamente com todos os
outros nutrientes ainda não descobertos, os quais, sem dúvida,
fazem parte da casca ou do germe do trigo.
Na verdade, todas as provas referentes à prevalência de doenças
poderiam servir de base para ambas as teorias, já que o processo
de beneficiamento remove tanto a fibra quanto os micronutrientes.
Tais dados apóiam qualquer conclusão derivada dos fatores que
ocorrem em culturas avançadas e que não estão representados em
culturas primitivas – tais como o número de aparelhos de televisão,
abridores elétricos de lata e supermercados.
O verdadeiro teste da hipótese seria descobrir o que funciona
melhor – substituindo-se a fibra e os micronutrientes perdidos.
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cabeça e enxaqueca, câimbras espontâneas, inquietude das
pernas, retenção de líquidos, obesidade e narcolepsia, uma doença
do sono. O Dr. Roberts foi capaz de demonstrar que o denominador
comum a todos esses pacientes era uma relativa hipoglicemia em
226 entre 421 pacientes, enquanto que os outros 155 tinham
evidência clínica mas não apresentaram resultados nos testes de
tolerância à glicose.
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Temos então que uma escola de pensamento gostaria que você
acreditasse que a falta de fibra é a raiz de todos os males, assim
como a outra escola preferiria fazê-lo crer que o verdadeiro
problema reside na falta de vitaminas e sais minerais. A terceira
escola diria que o açúcar é o bandido principal. Eu garanto que
todas as idéias são válidas, se bem que umas mais válidas que
outras.
Se os alimentos fossem refinados a um ponto onde deixasse de
existir a fibra, não há dúvida de que os micronutrientes também
desapareceriam. Não vou negar a importância da fibra, e
certamente que também não subestimaria a necessidade que o
organismo sente de vitaminas e sais minerais, os micronutrientes.
No meu ponto de vista, o açúcar entra no quadro não apenas
porque seu excesso pode dar origem à instabilidade do açúcar no
sangue, mas também porque é extremamente refinado, e por isso
pode tomar o lugar de outras fontes de caloria em nossa dieta. Na
verdade, as estatísticas oficiais dizem que, nos dias de hoje, cerca
de três quartos de nossa gama de carboidratos provêm de fontes
classificadas como refinadas, e que, a despeito da preocupação
cada vez maior com a nutrição, a proporção ainda está crescendo.
A composição da dieta de uma pessoa deveria ser sua
consideração mais importante no campo da nutrição. É claro que os
suplementos são valiosos, mas não são nem um pouco importantes
se comparados a uma dieta que inclua os nutrientes que a natureza
fabrica e reserva para ingerirmos.
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orgânicos. Cada reação individual no metabolismo depende da
enzima daquele indivíduo específico – da enzima especialmente
adequada àquela determinada reação química que ela governa.
As enzimas são absolutamente essenciais ao metabolismo. E é
nesse ponto que o nosso estudo nutricional se torna crítico. Pois se
o organismo tem que manufaturar enzimas, tem que ter as
matérias-primas adequadas para fabricá-las.
( ...... )
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