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TRILHAS EM PARQUES URBANOS – CASO DO PARQUE PREVIDÊNCIA

SÃO PAULO – SP

Autores:
Yukie Kabashima – Arquiteta Urbanista – FAU-USP - yukie_kabashima@hotmail.com
tel: (11) 9744-0001
Flávio Augusto Pereira Mello – Mestrando de Geografia, Instituto de Geociências,
UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Flzen1@hotmail.com

Colaboradores:
René Costa – Técnico em Educação Ambiental – SVMA.
renecosta@prefeitura.sp.gov.br tels: (11) 3721-7430 / 3726-7289.
Gérsio Garbin – Médico Veterinário Núcleo de Gestão Ambiental.
ggarbin@prefeitura.sp.gov.br tels: (11) 3721-7430 / 3726-7289.

Eixo Temático:
A Flora (Planejamento e Manejo de trilhas e impactos na flora e Recuperação
de áreas degradadas).

1 - Introdução

A ocupação humana, assim como a utilização desenfreada dos recursos


naturais tem comprometido o equilíbrio do planeta. Poluição das águas, do ar, o
aumento da temperatura média do planeta, ilhas de calor, tempestades, enchentes,
chuvas ácidas e lixo, são alguns dos exemplos de fatores que afetam a qualidade de
vida e do meio ambiente. Observamos a todo momento os impactos incessantes da
ocupação humana.

Fig.01 - Vegetação Original de São Paulo. Vegetação Atual de São Paulo.


Imagens: SOS Mata Atlântica
Trilhas em Parques Urbanos – Caso do Parque da Previdência – São Paulo - SP 1
O crescimento das cidades e as conseqüências da devastação das matas (fig.
01), principalmente em grandes centros urbanos como São Paulo, são bastante
evidentes – impermeabilizações excessivas contribuindo com enchentes,
canalizações, adensamento de construções, temperaturas elevadas nos centros
urbanos pelas construções e falta de vegetação; as chuvas ácidas causadas por
combustíveis fósseis; chuvas constantes substituídas por chuvas torrenciais e
esparsas; diminuição na quantidade de água potável e produção excessiva de lixo
contribuindo na poluição da cidade e na propagação de doenças entre outros.

Desta forma, a criação e manutenção de parques urbanos e a preservação de


fragmentos florestais se tornam ferramentas importantes para a sustentação da
qualidade de vida, principalmente em áreas urbanas, onde o planejamento na
perspectiva ambiental aponta a necessidade da gestão da urbe de forma sistêmica.

Os Parques Urbanos possuem uma grande problemática que é a dificuldade de


classificação, pela sua variedade e características ímpares, e não fazendo parte do
SNUC (Brasil, 2000), torna-se mais complicado ainda a preservação desses
fragmentos de matas. São desde parques completamente urbanizados, voltados
especialmente para o lazer, parques com jardins, muitas vezes com a predominância
de espécies exóticas, até parques com fragmentos de Mata Atlântica. Sendo esse
último tipo o foco deste trabalho.

A cidade de São Paulo possui a sua maior concentração de áreas verdes nas
periferias, em especial na Zona Norte e Sul. Na sua área mais urbanizada, a área
verde é bastante reduzida, são pequenas ilhas verdes espalhadas de forma não
uniforme pela cidade. Três parques urbanos, ilhados nesse espaço se destacam por
possuir remanescente de Mata Atlântica e trilhas com aspectos mais naturais
implantadas – Parque Previdência, Parque Alfredo Volpi e Parque Santo Dias.

Este trabalho visa levantar as dificuldades de manejo em Parques Urbanos


com fragmentos de matas, em específico o trabalho de trilhas nos mesmos. Será feito
através da descrição dos dados iniciais do diagnóstico das trilhas do Parque
Previdência, visando o ordenamento da malha de trilhas existentes e as medidas de
manejo indicadas para a conservação e otimização do lazer, qualidade de vida e
projetos de Educação Ambiental.

Trilhas em Parques Urbanos – Caso do Parque da Previdência – São Paulo - SP 2


2 - O Parque Previdência

O Parque Previdência, localizado na Zona Oeste da cidade de São Paulo, com


área de 91.500m², possui 5 hectares de Mata Atlântica Secundária e 2 hectares de
mata em estágio inicial de recuperação. Como principais atrativos temos um belo
remanescente de Mata Atlântica, o primeiro Centro de Educação Ambiental da Cidade
de São Paulo, Museu de Meio Ambiente, Centro de Convivência, viveiros e áreas de
lazer infantil (parquinhos) (fig.02).

Foto satélite do Parque Previdência.

Legenda:

Área Urbana com pouca ou nenhuma


vegetação
Área Urbana com vegetação

Floresta Onbrófita Densa: Sere


Secundária Tardia, Moantana
Atlântica, Alta Montana, Campos
Naturais

Floresta Ombrófita Densa: Sere


secundária Inicial, Bosque e
Reflorestamento em áreas urbanas

Solo Exposto

Água N

Trilha do Jequitibá. Cobertura Vegetal do Município de São Paulo.

Coleta seletiva de lixo. Parquinho. Escadaria.


Fig. 02

Ao contrário de Unidades de Conservação com imensas áreas de matas, os


Parques Urbanos são de tamanhos extremamente reduzidos ao se relacionar a área
com a capacidade de auto-regeneração frente aos níveis de impacto altíssimos, seja

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pela pressão de fatores urbanos como a ocupação e poluição, seja pela sua própria
realidade física que exige maior trabalho de manejo para se manter.

Nos parques urbanos com áreas compatíveis a utilização de trilhas com infra-
estrutura de Lazer e Educação Ambiental, a realidade é bem diferente das
encontradas em grandes áreas verdes. O Planejamento, Implantação e Manejo de
Trilhas em grandes áreas naturais como o Parque Estadual da Cantareira e o Parque
Estadual Turístico do Alto da Ribeira, pode ser conduzido em áreas com maior
visitação, preservando áreas de maior interesse biológico e estratégico, onde
encontramos uma grande variedade de espécies, maior banco genético, menores
impactos ambientais, capazes de manter através de sua biodiversidade a capacidade
de regeneração e manutenção do ecossistema. O mesmo não acontece com os
fragmentos de mata dentro de uma área urbana (fig. 03), onde a pressão de uso se dá
como um todo e as áreas de descanso e de manutenção do banco genético local não
são protegidas por zonas de amortecimento e isolamento, dada a própria exigüidade
de área.
Embora seja consenso que parques urbanos não possuam a função de
preservação e conservação de espécies dado o isolamento, com banco genético
reduzido, dificuldade de troca de materiais genéticos, distúrbios de vizinhança,
estratégias para a conservação ou a manutenção da biodiversidade local deve ser
considerada, não só para fins de abrigo e alimento de espécies que podem conviver
com a cidade, mas também para a manutenção da qualidade da visitação, percepção
e Educação Ambiental dos usuários.

Localização do Parque Previdência em meio à mancha urbana.


Imagem: http://www.aondefica.com/satelite.asp
Fig. 03

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2.1 – As Trilhas do Parque Previdência

O Parque Previdência possui 900 metros aproximados de trilhas, recebendo a


trilha principal o nome de “Trilha do Jequitibá”. O restante das trilhas não possui
nomes, sinalização ou objetivo claro, com exceção das trilhas mais externas que tem
como função, além da visitação, o monitoramento dos limites dos fragmentos da mata,
o que dificulta não só a organização das visitas, mas também o manejo (fig. 04).

Legenda:

1. Administração do
Parque
N
2. Espelho d’água

3. Gansos
Av. Eliseu de Almeida

9
4. Parquinho
8
7 Rodovia Raposo Tavares 5. Horta
10
6. Parquinho

7. Caixa d’água
6 desativada

1 8. Sanitários

3 2 9. Centro de Educação
Ambiental e Orquidário
5 4
R. Pedro Peccinini, 88 10. Entrada das Trilhas

Desenho esquemático de um fragmento do Parque Trilha do Jequitibá


Previdência com seus equipamentos e trilhas.
Fig. 04

Em trabalho voluntário de Yukie Kabashima, Arquitetura


Urbanista com capacitação em Planejamento e Manejo de
Trilhas, junto a funcionários do Parque Previdência (René
Costa, Gérsio Garbin e Ariela Bank), no período de Maio a
Outubro de 2006; optou-se por fazer um pré-diagnóstico das
trilhas existentes e um trabalho de análise de dados com Flávio
A. P. Mello, confrontando dados de manejo de trilhas e gestão
de parques urbanos frente a aspectos físico-bióticos conforme
dados a seguir. Fig. 05 – Levantamento
das trilhas

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2.1.1 - Localização

Localizado à Rua Pedro Peccinini, 88 Jardim Ademar Km 11,5 da Rodovia


Raposo Tavares, dentro do espaço urbano, é de fácil acesso aos usuários sobretudo
moradores e escolas da região do Butantã, permitindo que um público maior tenha
acesso às trilhas do parque. Ao contrário de muitas áreas naturais que requerem
maior quantidade de tempo e condições financeiras para deslocamento.

A existência de uma trilha que margeia a Rodovia Raposo Tavares (fig. 06), via
de grande movimento e leva até as partes mais internas da mata (fig. 07), proporciona
a experiência de contraste entre áreas com pouca vegetação, de borda, e áreas mais
vegetadas, internas da mata, representando um interessante instrumento de Educação
Ambiental. Podem ser observadas as diferenças de sons, umidade, temperatura,
vegetação, presença de animais, etc.

Fig. 06 - Rod. Raposo Tavares e ao fundo o Fig. 07 - Clareira dentro da mata, local para
parque. comparação das sensações.

2.1.2 - Usuários

As trilhas são utilizadas por praticantes de caminhada, escoteiros e


principalmente por crianças de escolas da região. Além desses, temos também os
funcionários do parque que utilizam as trilhas para manutenção.

2.1.3 - Fauna

Embora eminentemente urbano, destacamos mais de 50 espécies de aves já


registradas, incluindo o chibante, ave migratória e ameaçada de extinção, que foi
observada pela primeira vez no município no Parque Previdência. Encontram-se beija-

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flores (3 espécies), gaviões, corujas, pica-paus (5 espécies) e tucanos-de-bico-verde;
vários passarinhos que só habitam o interior da mata como saíras, chocas-da-mata,
tiês pretos, sabiás-una, juruviaras, sanhaços, entre outros; e aves aquáticas como
martins-pescador e garças. Há ainda o gambá-de-orelha-preta, mamífero silvestre de
hábitos noturnos, e, entre os répteis, pequenos lagartos como calango e o lagarto-de-
vidro, e cobras não venenosas como dormideira, falsa coral e cobra-cega (Site
Prefeitura de São Paulo).

2.1.4 - Flora

Neste remanescente de Mata Atlântica, predominam árvores, arbustos, cipós,


musgos e epífitas. Podemos destacar: o jequitibá (que dá o nome à trilha principal, fig.
10), o cedro, a cangerana, o jacarandá-paulista, a embaúba, o pau-jacaré e o tipiá-
guaçú (Site Prefeitura de São Paulo).

Fig. 08 – Colméia. Fig. 09 – Cogumelos. Fig. 10 – Jequitibá.

2.1.5 – Presença de uma Nascente

Existe uma Nascente a aproximadamente 40 metros da parte inicial da Trilha


do Jequitibá, sendo visualmente inacessível da trilha pela declividade acentuada do
local e pela vegetação. O curso d’água formado representa um elemento importante
no equilíbrio do meio em que se encontra. Atualmente o acesso é restrito, contudo,
com o planejamento adequado da visitação poderá se tornar uma ferramenta
importante de Educação Ambiental, sobretudo para escolas.

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2.2 – Problemas Levantados e Propostas de Manejo

Ocorrências encontradas durante o levantamento e as Propostas de Manejo


sugeridas para solucioná-los.

2.2.1 – Erosão

Problema: Erosão por falta de estruturas de drenagem e declividade


acentuada (fig. 11).

Proposta: As áreas de erosão devem ser recompostas com a reposição de


solo mineral e a sua compactação. Associado a essa ação, a construção de estruturas
de drenagem para evitar a ação das águas, garantindo a maior durabilidade da trilha.
Como estruturas de drenagem, podemos citar a ligeira inclinação lateral das trilhas,
criação de valas de drenagem e recomposição da borda crítica.

2.2.2 - Malha de Trilhas

Problema: Excesso de trilhas em uma área reduzida, aumentando os impactos


ambientais e na paisagem. Com a presença excessiva de trilhas, a mata já
fragmentada, se fragmenta ainda mais, aumentando a exposição à luz, diminuindo a
densidade da flora, diminuindo a umidade e consequentemente dificultando a fixação
de espécies nativas. Presença de trilhas paralelas e muitos encontros de trilhas
acarretando no surgimento de clareiras (fig. 12).

Proposta: Fechamento de trilhas excedentes, que não possuam pontos de


interesse interpretativo que justifiquem a sua existência. O fechamento de trilhas
deverá ser feito de modo a recuperar a área, dando condições para que a mata se
recomponha da melhor forma possível e ao mesmo tempo crie uma paisagem que
estimule a contemplação e a interpretação.

2.2.3 – Sinalização

Problema: Deficiência de sinalização. Ausência de placas informativas, ou


localização de difícil acesso visual (fig. 13).

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Proposta: Quanto à sinalização, observou-se que há a falta de informações
para os usuários, ou mesmo a dificuldade de visualização das mesmas. Aqui podemos
colocar sugestões como um painel maior de apresentação na cabeceira da trilha, com
a descrição de suas trilhas e seus atrativos. Pequenas placas indicativas podem ser
colocadas em locais como bifurcações, assim como em pontos de interesse
interpretativo.

Outra forma de sinalizar os principais atrativos é a colocação de “tocos” de


madeira com numeração na sua parte superior. A trilha interpretativa pode ser feita
acompanhada de um folheto explicativo com a legenda das numerações presentes no
percurso das trilhas. Esse tipo de sinalização costuma ser mais resistente a
depredações.

Fig. 11 Fig. 12 Fig. 13

2.2.4 - Obstáculo na Trilha

Problema: Presença de árvores no meio da trilha, fazendo com que o usuário


desvie, criando duas trilhas pelas suas laterais (fig. 14), promovendo o alargamento
desnecessário da trilha, ou fazendo com que usuário avance em direção à borda
crítica para desviar da árvore (fig. 15).

Proposta: Analisar as melhores soluções para árvores no meio de trilhas.


Neste caso não há como definir apenas um tipo de ação a ser tomado, cada caso
exigirá uma solução. Por exemplo, em caso de bifurcações, deve-se escolher uma das
rotas, dando preferência para a trilha que fica na parte superior do terreno, acima da
árvore, pois o mesmo servirá de apoio. É sempre aconselhável evitar trilhas entre a
árvore e a borda crítica da trilha, por ser um ponto que pode sofrer maiores impactos
com o uso. No caso de árvores exóticas no meio das trilhas, medidas mais drásticas
como o seu corte pode ser feito.

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2.2.5 – Trilhas não Projetadas

Problema: Trilhas adjacentes criados pelo pisoteio constante do pessoal da


manutenção, podendo fazer com que o usuário passe a utilizá-la (fig. 16).

Proposta: Podem ser feitos trilhas para manutenção em locais menos visíveis,
ou se evitar passar muitas vezes pelo mesmo caminho.

Fig. 14 Fig. 15 Fig. 16

2.2.6 – Declividade

Problema: Trechos de trilha com declividade muito acentuada para o tipo de


usuário que freqüenta as trilhas.

Proposta: No caso de declividades acentuadas, temos algumas possibilidades.


O retraçado da trilha é a opção mais aconselhada, buscando áreas com declividades
mais adequadas. Outra opção é a criação de estruturas especiais como escadas, que
exigem maior conhecimento, técnica e materiais adequados para a sua construção.
Lembramos que é uma estrutura que limita o tipo de usuário, como o caso de
cadeirantes. As escadas devem ser feitas de modo a ficar harmônico possível em
relação à paisagem.

2.2.7 – Corredor da Trilha

Problema: Trechos de trilha com larguras irregulares, isto é, falta uniformidade


na largura das trilhas. Foram registradas trilhas com 1,00m de largura a 3,10m de
largura, uma oscilação muito grande.

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Proposta: O espaço na qual estão inseridas as trilhas sendo de área reduzida,
não comporta a possibilidade da criação de trilhas para os diferentes tipos de usuários,
assim, adota-se a uniformização dos corredores das trilhas tomando-se como
referência a maior largura necessária para comportar todas as categorias de usuários.
Os corredores podem ter larguras de aproximadamente 2,50m. Nos trechos onde há a
necessidade de estreitamento de trilhas, pode ser feita a reconstituição da paisagem,
utilizando as mudas do viveiro existente no próprio parque.

2.2.8 – Equipamentos de Infra-estrutura

Problema: Deterioração de equipamentos (figs. 17 e 18) sem manutenção


adequada, ou a utilização de materiais não adequados para o fim.

Proposta: Os equipamentos de infra-estrutura devem ser checados quanto a


sua integridade com certa freqüência. Assim que observado a sua deterioração,
devem ser tomadas providências para a reposição da peça danificada, para evitar
acidentes. Recomenda-se, sempre que possível, no caso do uso de madeira o uso de
material tratado ou madeiras que sejam mais resistentes às intempéries, para garantir
a durabilidade da estrutura.

2.2.9 – Depredação

Problema: Depredações nas árvores, pichações (fig. 19) e feridas em árvores


(escritas talhadas) comprometendo visualmente e a própria sobrevivência da árvore,
visto que, feridas, ficam suscetíveis ao ataque de brocas e cupins.

Proposta: Neste caso, é muito difícil criar meios físicos para evitar esse tipo de
depredação, contudo podem ser adotadas ações de educação ambiental e
monitoramento.

Fig. 17 Fig. 18 Fig. 19

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2.2.10 – Observações

As intervenções para solucionar os problemas encontrados são necessárias,


no entanto, ações de prevenção também são muito importantes. Levantamentos
regulares do estado das trilhas assim como as ações a serem tomadas são
importantes para se ter um histórico das trilhas, podendo auxiliar futuramente na
solução de problemas que possam surgir ou mesmo servindo de banco de dados para
eventuais trabalhos de pesquisa na área.

Ações de Educação Ambiental são instrumentos de grande valor na


conservação das trilhas. É um trabalho não somente com escolas, como também com
funcionários, escoteiros e usuários em geral, visando conscientizar sobre a
necessidade de preservação da natureza, os cuidados a serem tomados ao utilizar as
trilhas e a conscientização da necessidade de zelar por um bem que pertence a todos,
praticando a cidadania. Podem ser feitos também trabalhos com voluntários, dando
bons resultados quando feito com organização, disciplina e responsabilidade.

3 - Conclusão

Os fragmentos de matas em parques urbanos são de grande importância pelas


possibilidades que a localização lhes confere junto às comunidades do entorno e a
população em geral:

• Facilitam e criam oportunidades para a disseminação de valores sócio-


ambientais;
• Promovem ganho de qualidade de vida pelas oportunidades de lazer e
recreação que o espaço verde faculta;
• Interferem no microclima local (temperatura e umidade relativas);
• Representam importante área permeável, evitando enchentes e auxiliando
na formação de lençóis freáticos;
• Podem proteger mananciais e outros reservatórios de água;
• Oferecem abrigo e alimentos para várias espécies vegetais e animais,
contribuindo para a sobrevivência de algumas espécies em ambiente
urbano.

Para a gestão destas áreas verdes, o manejo de trilhas adquire relevância


fundamental no manejo da visitação. Embora possa se utilizar das metodologias

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comuns ao manejo de grandes áreas florestais, as adequações são inevitáveis,
principalmente no que se refere à necessidade de obras de urbanização para
aumentar a resistência das trilhas à visitação. Neste sentido, a organização dos
espaços e dos equipamentos aumentam a responsabilidade dos arquitetos e
engenheiros em preservarem a riqueza cênica muitas vezes peculiar.

O desenho destas intervenções deve buscar se incorporar às paisagens


visando manter um “ar natural” e embora haja restrições paisagísticas para o uso de
elementos da Mata Atlântica ou de flora local quando aplicado a outros ecossistemas
em comparação a espécies exóticas rotineiramente utilizados em parques urbanos,
deve-se manter em mente as possibilidades oferecidas pelas interações flora e fauna,
destacando assim o uso focalizado não apenas na população urbana, mas também
em seus vizinhos insetos, aves e pequenos animais dentre outros.

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