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VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
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Além de construir tipo idêntico ao do art. 151, a Lei nº 6.538/78 não fez dele derivar
o tipo qualificado, quando cometido o crime “com abuso de função em serviço postal” como
o faz o Código Penal no § 3º do art. 151, cominando pena de detenção de um a três anos.
Diferentemente, determinou a referida lei que tal circunstância seja apenas uma agravante
da pena (art. 43). Ora, a lei regulou integralmente a mesma matéria – crime de violação de
correspondência – e deu-lhe tratamento mais benéfico que o art. 151 do Código Penal,
sendo, com ele, absolutamente incompatível. Revogou-o tacitamente.
24.2 TIPICIDADE
24.2.1 Conduta
deveres para com os menores não será possível sem o conhecimento de suas comunicações
com outras pessoas.
Não há previsão de punição por conduta culposa. Assim, quando o agente devassa a
correspondência fechada por imaginar que está dirigida a si mesmo há erro de tipo que,
excluindo o dolo, exclui a tipicidade do fato.
O erro pode também incidir sobre estar fechada a correspondência, bem assim sobre
não estar o agente autorizado a conhecê-la, excluindo o dolo e a tipicidade.
Há tentativa quando o agente está abrindo o envelope ou, após tê-lo aberto, não
chega a conhecer seu conteúdo por lhe ser a carta tomada das mãos por outra pessoa, até
4 – Direito Penal II – Ney Moura Teles
24.3 ILICITUDE
A violação da correspondência de que trata a Lei nº 6.538/78 será punida com pena
de detenção de até seis meses, ou multa de até 20 dias-multa. Se o agente se prevalece do
cargo ou abusa da função, para o cometimento do crime, a pena será agravada.