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DISPOSIÇÕES GERAIS APLICÁVEIS


AOS CRIMES CONTRA O
PATRIMÔNIO

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69.1 IMUNIDADE ABSOLUTA

O art. 181 do Código Penal contém a seguinte norma:

“É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
civil ou natural.”
O art. 183 exclui a incidência dessas normas “se o crime é de roubo ou extorsão, ou,
em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa”, bem assim “ao
estranho que participa do crime”. A Lei nº 10.741/2003 acrescentou, ao art. 183, o inciso
III, para excluir também as hipóteses de crime “praticado contra pessoa com idade igual ou
superior a 60 (sessenta) anos”.

São essas as escusas absolutórias, denominadas também de imunidade penal


absoluta, equiparadas às causas de extinção da punibilidade descritas no art. 107 do
Código Penal.

Incidirá apenas em relação aos crimes contra o patrimônio descritos no Título II do


Código Penal que não tenham sido cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa e
apenas em relação ao agente, autor ou partícipe de crime que tenha causado prejuízo ao
cônjuge, na constância da sociedade conjugal, ao ascendente ou descendente, desde que
estes sejam menores de 60 anos.

Crimes cometidos com violência, como o roubo, extorsão mediante seqüestro,


extorsão, esbulho possessório, alteração de limites ou usurpação de águas, cometidos
2 – Direito Penal II – Ney Moura Teles

mediante violência e dano qualificado pela violência ou grave ameaça, não são alcançados
pela imunidade.

A norma refere-se ao prejuízo causado e não ao sujeito passivo; daí que é necessário
que os crimes praticados tenham resultado em prejuízo exclusivamente para as vítimas
mencionadas na norma. Se o prejuízo alcança também outra pessoa – como no furto de
coisa pertencente a duas pessoas distintas, uma o pai do agente outra um terceiro, por
exemplo – não se reconhece a imunidade.

A incidência da norma não exclui a natureza criminosa do fato, impedindo, tão-


somente, a aplicação da sanção penal, mas não se deve sequer instaurar inquérito policial
para apurá-lo, a não ser quando não haja certeza da relação entre autor ou partícipe e a
pessoa que sofre o prejuízo.

Comprovado tratarem-se de cônjuges na constância da sociedade conjugal ou de


ascendentes ou descendentes, não se pode falar em persecução penal, devendo a
autoridade policial relatar o inquérito e o órgão do ministério público requerer o seu
arquivamento.

A norma refere-se a fato ocorrido na constância da sociedade conjugal, não


importando o regime do casamento, com a finalidade de excluir da imunidade o cônjuge
separado judicialmente ou divorciado, bem assim aquele cujo casamento foi anulado ou
declarado nulo. Embora não haja expressa previsão legal, penso que deve ser essa
imunidade estendida também aos que integram a união estável, protegida
constitucionalmente como entidade familiar, porque o fim da norma é o de evitar seja
abalada a honra e a paz da família. O uso da analgia in bonam partem é perfeitamente
aceito no Direito Penal.

Ascendentes do agente são seus pais, avós, bisavós, descendentes os filhos, netos,
bisnetos etc.

O estranho que concorre para o crime, como co-autor ou partícipe, não será
alcançado pela imunidade, respondendo por ele.

69.2 IMUNIDADE RELATIVA

O art. 182 determina que:

“Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é


Disposições Gerais Aplicáveis aos Crimes Contra o Patrimônio - 3

cometido em prejuízo:
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – de irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – de tio ou sobrinho com quem o agente coabite.”

Não se aplica essa imunidade nos casos de crimes de roubo ou extorsão ou qualquer
outro cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, nem tampouco ao estranho que
participa do crime. Também não se aplica aos crimes cometidos contra pessoas com 60
anos ou mais.

Cuida-se aqui apenas de imunidade de natureza processual, passando a ação penal


de iniciativa pública a depender da representação da pessoa que sofreu o prejuízo.

A imunidade processual, é óbvio, não se aplica a casos em que a ação penal é de


iniciativa privada, nem quando a lei já exige a representação para a incoação de ação penal
pública.

Também aqui a lei refere-se ao prejuízo causado; daí que se há uma outra pessoa
prejudicada pela conduta típica, não tem incidência a imunidade processual.

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