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Sujeito ativo do crime é qualquer pessoa que realizar a conduta típica. Sujeito
passivo é o Estado.
68.2 TIPICIDADE
No caput do art. 296 está o tipo de falsificação de selo ou sinal público. Nos incisos
I e II do § 1º, é incriminado o uso de selo ou sinal falsificado ou a utilização indevida de
selo ou sinal verdadeiro. O inciso III do mesmo § 1º tipifica a falsificação, alteração e o uso
indevido de símbolos da administração pública. O § 2º contém causa de aumento de pena.
Os objetos materiais desse crime são o selo público destinado a autenticar atos
oficiais, e o selo ou sinal legal de ente de direito público, de autoridade ou o sinal público
do tabelião.
O selo público referido na norma não é o selo postal, objeto material do delito do
art. 36 da Lei nº 6.538/78. Nem o selo ou estampilha destinados à arrecadação de rendas
públicas, referidos no art. 293 do Código Penal.
Também será objeto material do delito o selo ou sinal atribuído por lei à entidade
de direito público ou à autoridade pública e também o sinal público de tabelião.
Igualmente, a norma refere-se a instrumentos, como o selo público, que servem para a
autenticação de documentos expedidos por aqueles entes e agentes públicos. Refere-se a
norma exclusivamente às entidades e às autoridades públicas que, em virtude de lei,
autenticam seus documentos por meio da impressão feita por meio de selo ou sinal.
A falsificação deve ser idônea, apta a ludibriar. Não há crime quando a falsidade é
grosseira.
Cuida-se de crime doloso. O agente deve estar consciente da conduta que realiza,
Falsificação de Selo ou Sinal Público - 3
fabricando ou alterando o objeto material, por ato livre de sua vontade, sem atuar com
qualquer outra finalidade especial. Na hipótese do inciso I, deve saber que está falsificando
um instrumento destinado a autenticar atos oficiais e na do inciso II, de que se trata de
selo ou sinal de entidade pública ou de autoridade, ou o sinal de tabelião. É o dolo
genérico.
A conduta é usar o selo ou o sinal falsificado nos termos do que prevê a norma do
caput do art. 296, fato praticado por outra pessoa. Se é o próprio agente ou partícipe da
falsificação que faz uso do objeto falsificado, responderá apenas pela falsificação, porque o
seu uso será post factum impunível.
O verbo usar deve ser interpretado em seu sentido amplo. Alcança o emprego do
selo ou sinal falsificado sobre papéis ou documentos, e também qualquer outra forma de
utilização, como empréstimo, doação, venda, permuta etc.
Exige-se dolo. O agente, ao usar o objeto falsificado, deve estar consciente de sua
falsidade e agir com vontade livre, sem qualquer outra finalidade especial.
Quaisquer outros símbolos, de qualquer forma, também são protegidos pela norma.
Devem ser os que são utilizados por qualquer órgão ou entidade da Administração Pública,
federal, estadual ou municipal ou dele identificador.
Para realizar o tipo o agente deve estar consciente de que o símbolo é utilizado por
órgão ou ente público ou é seu identificador e agir com vontade livre de alterá-lo, falsificá-
lo ou fazer dele o uso indevido. O dolo deve alcançar a consciência da ilicitude do uso.
Se qualquer dos tipos descritos no art. 296 é praticado por funcionário público,
prevalecendo-se do cargo que ocupa, a pena será aumentada de sexta parte, conforme
determina o § 2º do mesmo artigo.